SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Técnicas	
  Retrospec/vas	
  
O	
  Patrimônio	
  no	
  Brasil	
  
Aula	
  09	
  
Centro	
  Universitário	
  Planalto	
  –	
  UNIPLAN	
  
Arquitetura	
  e	
  Urbanismo	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
O	
  Patrimônio	
  no	
  Brasil	
  
	
  	
  
A	
  fase	
  heroica	
  
	
  Contexto	
  cultural	
  
	
  Inicia/vas	
  percursoras	
  
	
  O	
  anteprojeto	
  de	
  Mario	
  de	
  Andrade	
  
	
  O	
  decreto-­‐lei	
  nº	
  25	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
O	
  tema	
  “Patrimônio”	
  no	
  Brasil	
  expressa-­‐se	
  como	
  uma	
  preocupação	
  
em	
  salvar	
  os	
  vesXgios	
  do	
  passado	
  da	
  Nação,	
  e	
  mais	
  especificamente	
  
em	
  garan/r	
  a	
  proteção	
  de	
  monumentos	
  e	
  objetos	
  de	
  valor	
  histórico	
  
e	
  arXs/co	
  a	
  par/r	
  de	
  1920	
  quando	
  o	
  Estado	
  começa	
  a	
  se	
  preocupar	
  
em	
  atuar	
  nesta	
  área.	
  
Nesta	
   época	
   já	
   exis/am	
   e	
   funcionavam	
   os	
   grandes	
   museus	
  
nacionais,	
  mais	
  ainda	
  não	
  se	
  dispunha	
  de	
  instrumentos	
  legais	
  para	
  
proteger	
  os	
  bens	
  que	
  não	
  integravam	
  as	
  coleções	
  destes	
  museus.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
“A	
  par/r	
  de	
  denúncias	
  de	
  intelectuais	
  sobre	
  o	
  abandono	
  das	
  cidades	
  
históricas	
   e	
   sobre	
   a	
   dilapidação	
   do	
   que	
   seria	
   um	
   “tesouro”	
   da	
  
Nação,	
   perda	
   irreparável	
   para	
   as	
   gerações	
   futuras,	
   pela	
   qual	
   as	
  
elites	
  e	
  o	
  Estado	
  seriam	
  chamados	
  a	
  responder,	
  inclusive	
  perante	
  as	
  
nações	
   civilizadas,	
   o	
   tema	
   passou	
   a	
   ser	
   objeto	
   de	
   debates	
   nas	
  
ins/tuições	
   culturais,	
   no	
   Congresso	
   Nacional,	
   nos	
   governos	
  
estaduais	
  e	
  na	
  imprensa.”	
  (Patrimônio	
  em	
  Processo)	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
A	
  fase	
  heroica	
  
	
  
Contexto	
  cultural	
  
Dois	
  fatos	
  importantes	
  marcaram	
  a	
  vida	
  cultural	
  e	
  
poli/ca	
  do	
  Brasil	
  na	
  primeira	
  metade	
  do	
  século	
  XX:	
  
-­‐  O	
  Movimento	
  Modernista	
  
-­‐  A	
  instauração	
  do	
  Estado	
  Novo	
  
	
  
A	
  criação	
  do	
  Serviço	
  do	
  Patrimônio	
  Histórico	
  e	
  ArXs/co	
  
Nacional	
  em	
  1936	
  deve	
  ser	
  entendida	
  dentro	
  deste	
  
contexto;	
  um	
  movimento	
  cultural	
  renovador	
  e	
  um	
  
governo	
  autoritário	
  de	
  caráter	
  nacionalista.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
Inicia3vas	
  percursoras	
  
	
  
Desde	
  a	
  segunda	
  década	
  do	
  século	
  XX,	
  intelectuais	
  publicavam	
  
ar/gos	
  alertando	
  para	
  a	
  ameaça	
  de	
  perdas	
  irreparáveis	
  de	
  
monumentos	
  de	
  arte	
  colonial.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
Em	
   1916,	
   Alceu	
   Amoroso	
   Lima	
   publica	
   na	
   Revista	
   Brasil	
   ar/go	
  
in/tulado	
   “Pelo	
   passado	
   nacional”	
   em	
   que	
   relata	
   a	
   profunda	
  
impressão	
  que	
  /vera	
  ao	
  percorrer	
  o	
  interior	
  de	
  Minas	
  Gerais	
  com	
  
Rodrigo	
  Melo	
  Franco	
  de	
  Andrade,	
  que	
  viria	
  a	
  se	
  tornar	
  mais	
  tarde	
  o	
  
primeiro	
  presidente	
  do	
  SPHAN.	
  
	
  
	
  
Em	
   1920	
   é	
   a	
   vez	
   de	
   Mário	
   de	
   Andrade	
   publicar	
   textos	
   sobre	
   o	
  
mesmo	
   assunto,	
   e	
   posteriormente	
   é	
   Carlos	
   Drummond	
   quem	
   se	
  
manifesta	
  também	
  sobre	
  a	
  questão.	
  
As	
  primeiras	
  respostas	
  do	
  poder	
  público	
  a	
  essas	
  demandas	
  do	
  meio	
  
intelectual	
   par/ram	
   dos	
   governos	
   de	
   estados	
   com	
   significa/vos	
  
acervos	
  de	
  monumentos	
  históricos	
  e	
  arXs/cos;	
  Minas	
  Gerais,	
  Bahia	
  
e	
  Pernambuco.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
O	
  anteprojeto	
  de	
  Mario	
  de	
  
Andrade	
  
	
  
O 	
   m a i o r 	
   n o m e 	
   d o	
  
modernismo	
   brasileiro,	
   o	
  
escritor	
  Mário	
  de	
  Andrade,	
  foi	
  
autor	
  do	
  primeiro	
  estudo,	
  ou	
  
anteprojeto	
  de	
  criação	
  de	
  um	
  
serviço	
   de	
   proteção	
   do	
  
patrimônio	
  nacional.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
“A	
  entrada	
  do	
  Estado	
  na	
  questão	
  se	
  efe/vou	
  em	
  1936,	
  quando	
  o	
  
ministro	
   Capanema	
   se	
   mobilizou	
   para	
   as	
   inicia/vas,	
   já	
   em	
   curso	
  
desde	
   os	
   anos	
   20,	
   visando	
   à	
   proteção	
   dos	
   monumentos	
   e	
   obras	
  
nacionais.	
  Sua	
  idéia	
  inicial	
  era	
  fazer	
  “o	
  levantamento	
  das	
  obras	
  de	
  
pintura,	
   an/gas	
   e	
   modernas,	
   de	
   valor	
   excepcional	
   existentes	
   em	
  
poder	
   de	
   par/culares,	
   na	
   cidade	
   do	
   Rio	
   de	
   Janeiro”.	
   Percebendo	
  
que	
   o	
   assunto	
   requeria	
   uma	
   atuação	
   abrangente,	
   que	
  
compreendesse	
   também	
   as	
   edificações	
   e	
   outras	
   obras	
   de	
   arte,	
   e	
  
alcançasse	
  todo	
  o	
  território	
  nacional,	
  o	
  ministro	
  resolveu	
  recorrer	
  a	
  
Mário	
   de	
   Andrade,	
   para	
   que	
   o	
   intelectual	
   de	
   trezentas	
   facetas,	
  
apoiado	
   em	
   sua	
   experiência	
   no	
   Departamento	
   de	
   Cultura	
   da	
  
Prefeitura	
   de	
   São	
   Paulo,	
   elaborasse	
   um	
   anteprojeto	
   sobre	
   o	
  
assunto.”	
  (Patrimônio	
  em	
  Processo.	
  Pag.	
  97)	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
•  anteprojeto	
  de	
  Mário	
  de	
  Andrade	
  desenvolveu	
  uma	
  concepção	
  
de	
  patrimônio	
  extremamente	
  avançada	
  para	
  o	
  seu	
  tempo,	
  
inclusive	
  antecipando	
  em	
  alguns	
  casos	
  os	
  preceitos	
  da	
  Carta	
  de	
  
Veneza,	
  de	
  1964.	
  	
  
•  Ao	
  reunir	
  num	
  mesmo	
  conceito	
  –	
  arte	
  –	
  manifestações	
  eruditas	
  e	
  
populares	
  afirma	
  o	
  caráter	
  ao	
  mesmo	
  tempo	
  par/cular	
  /	
  nacional	
  
e	
  universal	
  da	
  arte	
  autên/ca,	
  ou	
  seja,	
  a	
  que	
  merece	
  proteção.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
O	
  Decreto	
  lei	
  nº	
  25,	
  de	
  1937	
  
	
  
O	
  decreto-­‐lei	
  nº	
  25,	
  de	
  30	
  de	
  novembro	
  de	
  
1937	
   foi	
   elaborado	
   por	
   Rodrigo	
   Melo	
  
Franco	
  de	
  Andrade	
  e	
  estava	
  voltado	
  para	
  
garan/r	
   ao	
   órgão	
   que	
   surgia	
   (SPHAN)	
   os	
  
meios	
  legais	
  para	
  a	
  sua	
  atuação	
  no	
  campo	
  
extremamente	
  complexo:	
  
	
  
A	
  Questão	
  da	
  Propriedade.	
  
	
  
Era	
  esse	
  o	
  principal	
  entrave	
  para	
  a	
  ins/tucionalização	
  da	
  proteção	
  
do	
  patrimônio	
  histórico	
  e	
  arXs/co	
  no	
  Brasil.	
  
E	
  o	
  Tombamento	
  surge	
  como	
  uma	
  fórmula	
  realista	
  de	
  compromisso	
  
entre	
   o	
   direito	
   de	
   propriedade	
   individual	
   e	
   a	
   defesa	
   do	
   interesse	
  
público	
  pela	
  preservação	
  de	
  valores	
  culturais.	
  
Prof.	
  Carla	
  Freitas	
  |	
  estudio@caliandradesenhos.com.br|	
  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br	
  
	
  
Para	
  próxima	
  aula:	
  
Leitura	
  do	
  Decreto	
  Lei	
  nº	
  25,	
  de	
  1937	
  
	
  

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Dte avaliação portifolio-quinta
Dte avaliação portifolio-quintaDte avaliação portifolio-quinta
Dte avaliação portifolio-quintaCaliandra Desenhos
 
Definindo e conceituando Preservação & Conservação
Definindo e conceituando Preservação & ConservaçãoDefinindo e conceituando Preservação & Conservação
Definindo e conceituando Preservação & ConservaçãoEliana Rezende
 
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helena
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helenaConjunto paisagístico da rua barão de sta helena
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helenaSteves Rocha
 
Técnicas de Retrospectivas
Técnicas de RetrospectivasTécnicas de Retrospectivas
Técnicas de RetrospectivasAnnelise Gripp
 
Reichstag - Restauração e Cúpula
Reichstag - Restauração e CúpulaReichstag - Restauração e Cúpula
Reichstag - Restauração e CúpulaFabricio Menossi
 
Patrimonio_cultural
Patrimonio_culturalPatrimonio_cultural
Patrimonio_culturalGustavomk
 
Teatro josé de alencar
Teatro josé de alencarTeatro josé de alencar
Teatro josé de alencarcarlosand_1980
 
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICO
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICODeclaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICO
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICOLarissa Chianca
 

Destaque (20)

A construção da identidade Luso-Paraense: Taipa como "lugar de memória"
A construção da identidade Luso-Paraense: Taipa como "lugar de memória"A construção da identidade Luso-Paraense: Taipa como "lugar de memória"
A construção da identidade Luso-Paraense: Taipa como "lugar de memória"
 
Capítulo 8 de daniel
Capítulo 8 de danielCapítulo 8 de daniel
Capítulo 8 de daniel
 
Valongo2007c
Valongo2007cValongo2007c
Valongo2007c
 
Ruskin
RuskinRuskin
Ruskin
 
Projeto Urbano I - UFRGS
Projeto Urbano I - UFRGS Projeto Urbano I - UFRGS
Projeto Urbano I - UFRGS
 
Os Históricos
Os HistóricosOs Históricos
Os Históricos
 
Dte avaliação portifolio-quinta
Dte avaliação portifolio-quintaDte avaliação portifolio-quinta
Dte avaliação portifolio-quinta
 
Macário Correia - Presidente CM Faro
Macário Correia - Presidente CM FaroMacário Correia - Presidente CM Faro
Macário Correia - Presidente CM Faro
 
Definindo e conceituando Preservação & Conservação
Definindo e conceituando Preservação & ConservaçãoDefinindo e conceituando Preservação & Conservação
Definindo e conceituando Preservação & Conservação
 
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helena
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helenaConjunto paisagístico da rua barão de sta helena
Conjunto paisagístico da rua barão de sta helena
 
Técnicas de Retrospectivas
Técnicas de RetrospectivasTécnicas de Retrospectivas
Técnicas de Retrospectivas
 
Question�rio02
Question�rio02Question�rio02
Question�rio02
 
Reichstag - Restauração e Cúpula
Reichstag - Restauração e CúpulaReichstag - Restauração e Cúpula
Reichstag - Restauração e Cúpula
 
Patrimonio_cultural
Patrimonio_culturalPatrimonio_cultural
Patrimonio_cultural
 
Anexo 026 oficina de restauração
Anexo 026   oficina de restauraçãoAnexo 026   oficina de restauração
Anexo 026 oficina de restauração
 
Cartas patrimoniais veneza
Cartas patrimoniais venezaCartas patrimoniais veneza
Cartas patrimoniais veneza
 
Ementa tec retro_teoria
Ementa tec retro_teoriaEmenta tec retro_teoria
Ementa tec retro_teoria
 
Teatro josé de alencar
Teatro josé de alencarTeatro josé de alencar
Teatro josé de alencar
 
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICO
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICODeclaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICO
Declaração de estocolmo - TRAB. ACADÊMICO
 
Artigo de isaurora cláudia martins de freitas na rba em 2008
Artigo de isaurora cláudia martins de freitas na rba em 2008Artigo de isaurora cláudia martins de freitas na rba em 2008
Artigo de isaurora cláudia martins de freitas na rba em 2008
 

Semelhante a Aula9 patrimonio brasil

Ciências humanas e suas tecnologias encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias   encceja - emCiências humanas e suas tecnologias   encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias encceja - emCíntia Resende
 
Introdução a história objetivas
Introdução a história   objetivasIntrodução a história   objetivas
Introdução a história objetivasZé Knust
 
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”Ane Caroline*
 
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdf
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdfartigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdf
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdfDanieSegadilha
 
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...Acrópole - História & Educação
 
Trabalhos com restauração em centros his
Trabalhos com restauração em centros hisTrabalhos com restauração em centros his
Trabalhos com restauração em centros hisDeborahPadulaKishimo1
 
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho Emerson Mathias
 
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de país
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de paísLivro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de país
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de paíseditoraprospectiva
 
Prova n2 antropologia e cultura brasileira
Prova n2 antropologia e cultura brasileiraProva n2 antropologia e cultura brasileira
Prova n2 antropologia e cultura brasileiraJéssica Kulhavy
 
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Costa
 
4 fase comentada
4 fase comentada4 fase comentada
4 fase comentadaWhistoriapi
 
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptx
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptxPatrimônio cultural, artístico e histórico.pptx
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptxLili Lod
 

Semelhante a Aula9 patrimonio brasil (20)

teste pdf
teste pdfteste pdf
teste pdf
 
Ciências humanas e suas tecnologias encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias   encceja - emCiências humanas e suas tecnologias   encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias encceja - em
 
Ciências humanas e suas tecnologias encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias   encceja - emCiências humanas e suas tecnologias   encceja - em
Ciências humanas e suas tecnologias encceja - em
 
Trab vivencia cultural
Trab vivencia culturalTrab vivencia cultural
Trab vivencia cultural
 
Introdução a história objetivas
Introdução a história   objetivasIntrodução a história   objetivas
Introdução a história objetivas
 
Historia estilo saebe arrumar
Historia estilo saebe arrumarHistoria estilo saebe arrumar
Historia estilo saebe arrumar
 
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”
“Os museus do Brasil e perspectivas de adaptação ao mundo contemporâneo”
 
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdf
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdfartigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdf
artigo_museologia social_ apontamentos históricos e conceituais.pdf
 
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
 
Trabalhos com restauração em centros his
Trabalhos com restauração em centros hisTrabalhos com restauração em centros his
Trabalhos com restauração em centros his
 
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SP
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SPProjeto de Restauração da Casa Modernista-SP
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SP
 
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho
Patrimônio Histórico/Cultural Trabalho
 
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de país
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de paísLivro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de país
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de país
 
Prova n2 antropologia e cultura brasileira
Prova n2 antropologia e cultura brasileiraProva n2 antropologia e cultura brasileira
Prova n2 antropologia e cultura brasileira
 
Q27
Q27Q27
Q27
 
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...
Ricardo Cesar Costa - Pensam social brasileiro e questão racial - Rev África ...
 
4 fase comentada
4 fase comentada4 fase comentada
4 fase comentada
 
PPE 2.pptx
PPE 2.pptxPPE 2.pptx
PPE 2.pptx
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptx
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptxPatrimônio cultural, artístico e histórico.pptx
Patrimônio cultural, artístico e histórico.pptx
 

Mais de Caliandra Desenhos (20)

Equipamentos urbanos
Equipamentos urbanosEquipamentos urbanos
Equipamentos urbanos
 
Estudos caso
Estudos casoEstudos caso
Estudos caso
 
De4 ilustraçãobotanica
De4 ilustraçãobotanicaDe4 ilustraçãobotanica
De4 ilustraçãobotanica
 
Pa1 composição introdução
Pa1 composição introduçãoPa1 composição introdução
Pa1 composição introdução
 
Ergonomia aula01
Ergonomia aula01Ergonomia aula01
Ergonomia aula01
 
Ergonomia aula01
Ergonomia aula01Ergonomia aula01
Ergonomia aula01
 
Codigode obrasdf
Codigode obrasdfCodigode obrasdf
Codigode obrasdf
 
Nbr9050 31052004
Nbr9050 31052004Nbr9050 31052004
Nbr9050 31052004
 
Manual arborizacaourbanaprefeiturasp
Manual arborizacaourbanaprefeituraspManual arborizacaourbanaprefeiturasp
Manual arborizacaourbanaprefeiturasp
 
Pmu aulasinalizaçãovisual
Pmu aulasinalizaçãovisualPmu aulasinalizaçãovisual
Pmu aulasinalizaçãovisual
 
Pmu plano ensino_2sem2014
Pmu plano ensino_2sem2014Pmu plano ensino_2sem2014
Pmu plano ensino_2sem2014
 
Planta baixa2
Planta baixa2Planta baixa2
Planta baixa2
 
Dte azulejos
Dte azulejosDte azulejos
Dte azulejos
 
Dte aula-desenhogeometrico
Dte aula-desenhogeometricoDte aula-desenhogeometrico
Dte aula-desenhogeometrico
 
Aula04 analisetopoceptiva
Aula04 analisetopoceptivaAula04 analisetopoceptiva
Aula04 analisetopoceptiva
 
Aula03 apreensaopaisagemurbana
Aula03 apreensaopaisagemurbanaAula03 apreensaopaisagemurbana
Aula03 apreensaopaisagemurbana
 
Aula02 formacidade
Aula02 formacidadeAula02 formacidade
Aula02 formacidade
 
Aula01 imagemcidade
Aula01 imagemcidadeAula01 imagemcidade
Aula01 imagemcidade
 
Aula07 noçõesperspectiva
Aula07 noçõesperspectivaAula07 noçõesperspectiva
Aula07 noçõesperspectiva
 
Aula05 escala cor
Aula05 escala corAula05 escala cor
Aula05 escala cor
 

Aula9 patrimonio brasil

  • 1. Técnicas  Retrospec/vas   O  Patrimônio  no  Brasil   Aula  09   Centro  Universitário  Planalto  –  UNIPLAN   Arquitetura  e  Urbanismo   Prof.  Carla  Freitas  
  • 2. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   O  Patrimônio  no  Brasil       A  fase  heroica    Contexto  cultural    Inicia/vas  percursoras    O  anteprojeto  de  Mario  de  Andrade    O  decreto-­‐lei  nº  25  
  • 3. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   O  tema  “Patrimônio”  no  Brasil  expressa-­‐se  como  uma  preocupação   em  salvar  os  vesXgios  do  passado  da  Nação,  e  mais  especificamente   em  garan/r  a  proteção  de  monumentos  e  objetos  de  valor  histórico   e  arXs/co  a  par/r  de  1920  quando  o  Estado  começa  a  se  preocupar   em  atuar  nesta  área.   Nesta   época   já   exis/am   e   funcionavam   os   grandes   museus   nacionais,  mais  ainda  não  se  dispunha  de  instrumentos  legais  para   proteger  os  bens  que  não  integravam  as  coleções  destes  museus.  
  • 4. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   “A  par/r  de  denúncias  de  intelectuais  sobre  o  abandono  das  cidades   históricas   e   sobre   a   dilapidação   do   que   seria   um   “tesouro”   da   Nação,   perda   irreparável   para   as   gerações   futuras,   pela   qual   as   elites  e  o  Estado  seriam  chamados  a  responder,  inclusive  perante  as   nações   civilizadas,   o   tema   passou   a   ser   objeto   de   debates   nas   ins/tuições   culturais,   no   Congresso   Nacional,   nos   governos   estaduais  e  na  imprensa.”  (Patrimônio  em  Processo)  
  • 5. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   A  fase  heroica     Contexto  cultural   Dois  fatos  importantes  marcaram  a  vida  cultural  e   poli/ca  do  Brasil  na  primeira  metade  do  século  XX:   -­‐  O  Movimento  Modernista   -­‐  A  instauração  do  Estado  Novo     A  criação  do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  ArXs/co   Nacional  em  1936  deve  ser  entendida  dentro  deste   contexto;  um  movimento  cultural  renovador  e  um   governo  autoritário  de  caráter  nacionalista.  
  • 6. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   Inicia3vas  percursoras     Desde  a  segunda  década  do  século  XX,  intelectuais  publicavam   ar/gos  alertando  para  a  ameaça  de  perdas  irreparáveis  de   monumentos  de  arte  colonial.  
  • 7. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   Em   1916,   Alceu   Amoroso   Lima   publica   na   Revista   Brasil   ar/go   in/tulado   “Pelo   passado   nacional”   em   que   relata   a   profunda   impressão  que  /vera  ao  percorrer  o  interior  de  Minas  Gerais  com   Rodrigo  Melo  Franco  de  Andrade,  que  viria  a  se  tornar  mais  tarde  o   primeiro  presidente  do  SPHAN.       Em   1920   é   a   vez   de   Mário   de   Andrade   publicar   textos   sobre   o   mesmo   assunto,   e   posteriormente   é   Carlos   Drummond   quem   se   manifesta  também  sobre  a  questão.   As  primeiras  respostas  do  poder  público  a  essas  demandas  do  meio   intelectual   par/ram   dos   governos   de   estados   com   significa/vos   acervos  de  monumentos  históricos  e  arXs/cos;  Minas  Gerais,  Bahia   e  Pernambuco.  
  • 8. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   O  anteprojeto  de  Mario  de   Andrade     O   m a i o r   n o m e   d o   modernismo   brasileiro,   o   escritor  Mário  de  Andrade,  foi   autor  do  primeiro  estudo,  ou   anteprojeto  de  criação  de  um   serviço   de   proteção   do   patrimônio  nacional.  
  • 9. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   “A  entrada  do  Estado  na  questão  se  efe/vou  em  1936,  quando  o   ministro   Capanema   se   mobilizou   para   as   inicia/vas,   já   em   curso   desde   os   anos   20,   visando   à   proteção   dos   monumentos   e   obras   nacionais.  Sua  idéia  inicial  era  fazer  “o  levantamento  das  obras  de   pintura,   an/gas   e   modernas,   de   valor   excepcional   existentes   em   poder   de   par/culares,   na   cidade   do   Rio   de   Janeiro”.   Percebendo   que   o   assunto   requeria   uma   atuação   abrangente,   que   compreendesse   também   as   edificações   e   outras   obras   de   arte,   e   alcançasse  todo  o  território  nacional,  o  ministro  resolveu  recorrer  a   Mário   de   Andrade,   para   que   o   intelectual   de   trezentas   facetas,   apoiado   em   sua   experiência   no   Departamento   de   Cultura   da   Prefeitura   de   São   Paulo,   elaborasse   um   anteprojeto   sobre   o   assunto.”  (Patrimônio  em  Processo.  Pag.  97)  
  • 10. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   •  anteprojeto  de  Mário  de  Andrade  desenvolveu  uma  concepção   de  patrimônio  extremamente  avançada  para  o  seu  tempo,   inclusive  antecipando  em  alguns  casos  os  preceitos  da  Carta  de   Veneza,  de  1964.     •  Ao  reunir  num  mesmo  conceito  –  arte  –  manifestações  eruditas  e   populares  afirma  o  caráter  ao  mesmo  tempo  par/cular  /  nacional   e  universal  da  arte  autên/ca,  ou  seja,  a  que  merece  proteção.  
  • 11. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br   O  Decreto  lei  nº  25,  de  1937     O  decreto-­‐lei  nº  25,  de  30  de  novembro  de   1937   foi   elaborado   por   Rodrigo   Melo   Franco  de  Andrade  e  estava  voltado  para   garan/r   ao   órgão   que   surgia   (SPHAN)   os   meios  legais  para  a  sua  atuação  no  campo   extremamente  complexo:     A  Questão  da  Propriedade.     Era  esse  o  principal  entrave  para  a  ins/tucionalização  da  proteção   do  patrimônio  histórico  e  arXs/co  no  Brasil.   E  o  Tombamento  surge  como  uma  fórmula  realista  de  compromisso   entre   o   direito   de   propriedade   individual   e   a   defesa   do   interesse   público  pela  preservação  de  valores  culturais.  
  • 12. Prof.  Carla  Freitas  |  estudio@caliandradesenhos.com.br|  www.caliandradesenhos.blogspot.com.br     Para  próxima  aula:   Leitura  do  Decreto  Lei  nº  25,  de  1937