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O Fim do Século XIX
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foi marcadamente
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romântica, em uma
república agrária, mas
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Movimentos do Período
Romântico na América
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fazendeiros e o interior
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Da tradição popular emergiu a
personalidade literária mais
poderosa do período posterior
a guerra, Mark Twain.
Muito popular foi, também, a
obra de Louisa May Alcott.
Entre 1865 e 1910 a poesia sofreu um
declínio; ainda que caiba destacar
desta época a obra do poeta sulista
Sidney Lanier e a do filósofo George
Santayana.
"Aqueles que esquecem o passado
estão condenados a repeti-lo“
George Santayana
Emily Dickinson é considerada a poetisa
mais importante do período.
Emily Dickinson nasceu em 10 de
dezembro de 1830, na pequena cidade de
Amherst, perto de Boston, no estado de
Massachusetts, uma das regiões de raízes
mais puritanas e conservadoras dos
Estados Unidos, e morreu no mesmo local
em 15 de maio de 1886.
Nascida em Amherst, Massachusetts, onde
viveu toda a vida, Emily é vista como uma
excêntrica. Quando tinha cerca de 30 anos,
encerrou-se na casa dos pais, de onde
nunca saía. Retirava-se quando chegavam
visitas e só era vista em trajes brancos.
Embora avessa ao contato social, escrevia
muitas cartas.
Tendo vivido e produzido à
margem dos círculos
literários de seu tempo,
solteira por convicção e
auto-exilada dentro de casa
por mais de vinte anos,
Emily Dickinson não
chegou a publicar os seus
versos, por não se submeter
aos rígidos padrões de
discrição e singeleza que se
esperava então de uma
mulher.
Sua voz era uma voz estranha em meio
às tímidas dicções poéticas da época,
e por essa razão ela teve de encarar
em vida a rejeição de seu labor
poético.
Ao arrumar o quarto de Emily depois
que ela morreu, a sua irmã Lavinia
encontrou uma gaveta cheia de papéis
em desordem. Eram cadernos e folhas
soltas com uma grande quantidade de
poemas inéditos.
Disposta a divulgar a obra
da irmã, Lavinia entrou
em contato com um
medíocre crítico literário,
Thomas Higginson, que
durante trinta anos
renegou todos os versos
que Emily lhe submetera,
e uma obscura escritora,
Mabel Todd, que por
cinco anos havia
freqüentado a casa da
poeta sem nunca chegar
sequer a vê-la.
Dessa improvável união de forças surgiu
a publicação póstuma de alguns de
seus poemas, seguida em pouco
tempo de diversas outras edições, em
vista da excepcional acolhida que
tiveram.
Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H.
Johnson reuniu numa edição definitiva
todos os seus 1.775 poemas. Daí em
diante a obra de Emily Dickinson
passou a ser reverenciada por uma
crescente legião de críticos e leitores
exigentes.
Sua escrita poética,
ambígua, irônica,
fragmentada, aberta a
várias possibilidades
de interpretação,
antecipa, sob muitos
aspectos, os
movimentos
modernistas que se
sucederiam depois de
sua morte.
Essa instigante poesia,
nascida na solidão e no
anonimato mas
impregnada dos mais
profundos valores
humanos, dá hoje a
Emily Dickinson um
merecido e
imorredouro lugar no
cânon literário
universal.
De seus poemas, escritos em
verdadeira clausura, somente sete
foram publicados durante sua vida.
No total, são cerca de 1800 poemas.
Inovadora na linguagem, ela desenvolveu
formas originais de expressão. Até sua
pontuação, marcada por travessões, é
diferente de qualquer outro poeta de sua
época.
Para alguns analistas, a poeta usava os
travessões como uma forma de marcar o
ritmo.
Os temas de Emily são perenes.
Os editores costumam
agrupar seus poemas sob
títulos como Vida, Amor,
Natureza, Morte, Tempo e
Eternidade. Os poemas da
Bela de Amherst, como Emily
ficou conhecida, foram
publicados depois de sua
morte, em 1890, 1891 e 1896.
Somente em 1955 é que
apareceu, pela primeira vez,
uma edição de sua poesia
completa.
Seus versos constam da
coletânea "The Complete
Poems of Emily Dickinson",
editada por Thomas H.
Johnson, Cambridge, Mass
(EUA), 1955.
Não há melhor fragata que um livro
para nos levar a terras distantes.
Tudo o que sabemos do amor, é que o
amor é tudo que existe.
Pela sede, aprende-se a
água.
O êxito parece doce a quem não o
alcança.
A beleza não tem causa. É. Quando a
perseguimos apaga-se. Quando
paramos - permanece.
Dentre todas as Almas já
criadas
 Emily Dickinson
Dentre todas as Almas já criadas -
Uma - foi minha escolha -
Quando Alma e Essência - se esvaírem -
E a Mentira - se for -
Quando o que é - e o que já foi - ao lado -
Intrínsecos - ficarem -
E o Drama efêmero do corpo -
Como Areia - escoar -
Quando as Fidalgas Faces se mostrarem -
E a Neblina - fundir-se -
Eis - entre as lápides de Barro -
O Átomo que eu quis!
(Tradução:
O poema anterior foi
extraído do livro
"Emily Dickinson:
Alguns Poemas",
Editora Iluminuras —
São Paulo, 2006.
I´m nobody
I'm nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there 's a pair of us—don't tell!
They 'd banish us, you know.
How dreary to be somebody!
How public, like a frog
To tell your name the livelong day
To an admiring bog!
Tradução de Ana Luísa Amaral
– Não sou Ninguém! Quem és?
– És tu - Ninguém - também?
– Há, pois, um par de nós?
– Não fales! Não vão eles - contar!
– Que horror - o ser - Alguém!
– Que vulgar - como Rã -
– Passar o Junho todo - a anunciar o nome
– A charco de pasmar!
As duas estrofes deste
poema são típicas de
Dickinson.
Elas seguem um padrão de
rima ABCB.
Emily frequentemente usa
travessões rítmicos
para interromper o fluxo
de palavras.
Comentário
Ironicamente, um dos mais famosos
detalhes da obra de Dickinson é que
ela foi totalmente não-famosa durante
toda sua vida.
Ela viveu inteiramente reclusa em
Amherst, Massachusetts, e embora
ela tenha escrito quase 1.800 poemas,
ela publicou menos de 10 deles em
vida.
Este é um de seus mais famosos poemas e
a mais brincalhona defesa do tipo de
privacidade espiritual que ela defendia,
implicando que ser “Nobody” é um luxo
incompreensível para os temíveis
“Somebodies” – uma vez que eles estão
extremamente ocupados mantendo seus
nomes em circulação, coaxando como
sapos em um pântano no verão.
• Este poema é um extraordinário
exemplo da abordagem sempre
elegante de Dickinson da métrica.
• Ela usa os travessões que são sua
marca registrada de forma quase
forçada para interromper os versos e
interferir no fluxo do poema, como em
"How dreary-- to be--Somebody!".
O poema ilustra de forma viva seu
surpreendente uso da linguagem.
• A justaposição no verso "How public--like a
Frog--" choca o leitor de primeira viagem,
combinando elementos que não são
tipicamente considerados juntos, e
portanto, de forma mais poderosa impondo
o seu significado.
• Sapos são “públicos” como figuras
públicas – ou “Alguéns”- Somebodies —
porque eles estão constantemente a
anunciar o nome "tell your name"–
coaxando– para o pântano, lembrando
todos os outros sapos de suas identidades.
A "Esperança" é a coisa com penas -
Que na alma se empoleira -
E canta uma cantiga sem palavras -
E nunca pára - a vida inteira –
E mais doce - na Tormenta - a ouvimos
-
E precisava o vento ser sandeu -
Para afligir a Avezinha
Que a tantos aqueceu –
Ouvi-a na mais fria terra -
E no mais estranho mar -
Mas nem no Cabo mais Extreme
Me veio uma côdea esmolar –
• A poeta descreve esperança como um
pássaro(“a coisa com penas”) que na alma
se empoleira. Lá, ele canta sem palavras e
sem pausa. A canção da esperança soa
mais doce “na tormenta”, e seria preciso
uma terrível tempestade para “afligir a
avezinha que a tantos aqueceu”.
• A poeta diz que ouviu o pássaro da
esperança “na mais fria terra -- / e no mais
estranho mar –”, mas nunca, não
importando as condições,ele jamais pediu
• Como a maioria de seus
poemas, existe modificação e
quebra do fluxo rítmico com
travessões indicando intervalos
e pausas ("And never stops--at
all--").
• As estrofes, como na maioria
da poesia de Dickinson, rimam
fracamente em um esquema
ABCB, embora neste poema
existam algumas rimas
acidentais: "words" no verso 3
da primeira estrofe rima com
"heard" e "Bird" da segunda;
"Extremity" rima com "Sea" e
"Me" na terceira, portanto,
tecnicamente, de acordo com
um esquema de rima ABBB.
A descrição simples e metafórica da esperança como
um pássaro cantando na alma é exemplo do estilo
de homilia de Dickinson, derivado de salmos e hinos
religiosos.
Dickinson apresenta sua metáfora nos dois
primeiros versos ("'Hope is the thing with
feathers-- / That perches in the soul--"),
então a desenvolve por todo o poema
contando o que o pássaro faz (sing), como
ele reage às dificuldades (não se aflige com
a tempestade), onde ele pode ser
encontrado (em todos os lugares, desde
"chillest land" ao "strangest Sea"), e o que
ele pede para si próprio (nada, nem mesmo
uma simples migalha).
• Este poema é mais simples do que o trabalho mais
maduro de Dickinson cujos temas complicados e
explosivos surgiriam em torno de 1865.
• Mesmo assim, encontramos aqui o choque verbal que
tanto caracteriza o estilo maduro de Dickinson: o uso
de "abash," por exemplo, para descrever o potencial
efeito da tormenta no pássaro, leva o leitor de volta à
realidade por trás da bela metáfora; enquanto um
pássaro não pode ser “abashed”, a palavra descreve
o efeito da tempestade – ou uma dificuldade maior –
sobre as esperanças da poeta.
She rose to his
requirements, dropped
The playthings of her life
To take the honorable
work
Of woman and of wife.
To make a prairie it  
takes a clover and a
bee.  
One clove , and a bee,  
And revery.  
The revery alone will
do,  
if bees are few
Para fazer uma campina  
basta um só trevo e uma
abelha.  
Trevo, abelha e fantasia.  
Ou apenas fantasia  
Faltando a abelha.  
tradução de Idelma Ribeiro de Faria
http://www.releituras.com/edickinson_menu.asp
http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet067.htm

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A poesia de Emily Dickinson

  • 1. Literatura Inglesa e Norte- Americana Teleaula 9 – Emily Dickinson Profa Ma Glauce S. Casimiro
  • 2. Teleaula 9 – Emily Dickinson • Conteúdo : O Fim do Século XIX Emily Dickinson
  • 3. Teleaula 9 – Emily Dickinson Objetivos : Conhecer e compreender uma introdução à literatura do fim do século XIX, as características gerais do período e um dos seus mais instigantes autores: Emily
  • 4. O Fim do Século XIX Após a Guerra Civil, surgiram muitos escritores novos, entre eles Bret Harte, o pai dos relatos do Oeste. Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano.
  • 5. Características da fase • objetivismo • linguagem popular • trama psicológica • valorização de personagens inspirados na realidade • uso de cenas cotidianas • crítica social • visão irônica da realidade.
  • 6. O século XIX (1800-1900) foi marcadamente voltado para os valores estéticos da arte romântica, em uma república agrária, mas que caminhou, também, em direção da arte realista, em um industrialismo urbano. A América queria se reafirmar, mostrar sua identidade, seu “eu” próprio como nação que surgia cheia de força e talento.
  • 7. Movimentos do Período Romântico na América • O ambiente americano • a profissão das letras • o renascimento da Nova Inglaterra: a herança puritana • o velho Sul: a aristocracia de fazendeiros e o interior • a arte realista • a ficção do regionalismo
  • 8. Da tradição popular emergiu a personalidade literária mais poderosa do período posterior a guerra, Mark Twain. Muito popular foi, também, a obra de Louisa May Alcott.
  • 9. Entre 1865 e 1910 a poesia sofreu um declínio; ainda que caiba destacar desta época a obra do poeta sulista Sidney Lanier e a do filósofo George Santayana.
  • 10.
  • 11. "Aqueles que esquecem o passado estão condenados a repeti-lo“ George Santayana
  • 12. Emily Dickinson é considerada a poetisa mais importante do período.
  • 13. Emily Dickinson nasceu em 10 de dezembro de 1830, na pequena cidade de Amherst, perto de Boston, no estado de Massachusetts, uma das regiões de raízes mais puritanas e conservadoras dos Estados Unidos, e morreu no mesmo local em 15 de maio de 1886.
  • 14. Nascida em Amherst, Massachusetts, onde viveu toda a vida, Emily é vista como uma excêntrica. Quando tinha cerca de 30 anos, encerrou-se na casa dos pais, de onde nunca saía. Retirava-se quando chegavam visitas e só era vista em trajes brancos. Embora avessa ao contato social, escrevia muitas cartas.
  • 15. Tendo vivido e produzido à margem dos círculos literários de seu tempo, solteira por convicção e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar os seus versos, por não se submeter aos rígidos padrões de discrição e singeleza que se esperava então de uma mulher.
  • 16. Sua voz era uma voz estranha em meio às tímidas dicções poéticas da época, e por essa razão ela teve de encarar em vida a rejeição de seu labor poético.
  • 17. Ao arrumar o quarto de Emily depois que ela morreu, a sua irmã Lavinia encontrou uma gaveta cheia de papéis em desordem. Eram cadernos e folhas soltas com uma grande quantidade de poemas inéditos.
  • 18. Disposta a divulgar a obra da irmã, Lavinia entrou em contato com um medíocre crítico literário, Thomas Higginson, que durante trinta anos renegou todos os versos que Emily lhe submetera, e uma obscura escritora, Mabel Todd, que por cinco anos havia freqüentado a casa da poeta sem nunca chegar sequer a vê-la.
  • 19. Dessa improvável união de forças surgiu a publicação póstuma de alguns de seus poemas, seguida em pouco tempo de diversas outras edições, em vista da excepcional acolhida que tiveram.
  • 20. Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva todos os seus 1.775 poemas. Daí em diante a obra de Emily Dickinson passou a ser reverenciada por uma crescente legião de críticos e leitores exigentes.
  • 21. Sua escrita poética, ambígua, irônica, fragmentada, aberta a várias possibilidades de interpretação, antecipa, sob muitos aspectos, os movimentos modernistas que se sucederiam depois de sua morte.
  • 22. Essa instigante poesia, nascida na solidão e no anonimato mas impregnada dos mais profundos valores humanos, dá hoje a Emily Dickinson um merecido e imorredouro lugar no cânon literário universal.
  • 23. De seus poemas, escritos em verdadeira clausura, somente sete foram publicados durante sua vida. No total, são cerca de 1800 poemas.
  • 24. Inovadora na linguagem, ela desenvolveu formas originais de expressão. Até sua pontuação, marcada por travessões, é diferente de qualquer outro poeta de sua época. Para alguns analistas, a poeta usava os travessões como uma forma de marcar o ritmo.
  • 25. Os temas de Emily são perenes. Os editores costumam agrupar seus poemas sob títulos como Vida, Amor, Natureza, Morte, Tempo e Eternidade. Os poemas da Bela de Amherst, como Emily ficou conhecida, foram publicados depois de sua morte, em 1890, 1891 e 1896. Somente em 1955 é que apareceu, pela primeira vez, uma edição de sua poesia completa.
  • 26. Seus versos constam da coletânea "The Complete Poems of Emily Dickinson", editada por Thomas H. Johnson, Cambridge, Mass (EUA), 1955.
  • 27. Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes.
  • 28. Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe.
  • 30. O êxito parece doce a quem não o alcança.
  • 31. A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos - permanece.
  • 32. Dentre todas as Almas já criadas  Emily Dickinson Dentre todas as Almas já criadas - Uma - foi minha escolha - Quando Alma e Essência - se esvaírem - E a Mentira - se for - Quando o que é - e o que já foi - ao lado - Intrínsecos - ficarem - E o Drama efêmero do corpo - Como Areia - escoar - Quando as Fidalgas Faces se mostrarem - E a Neblina - fundir-se - Eis - entre as lápides de Barro - O Átomo que eu quis! (Tradução:
  • 33. O poema anterior foi extraído do livro "Emily Dickinson: Alguns Poemas", Editora Iluminuras — São Paulo, 2006.
  • 34. I´m nobody I'm nobody! Who are you? Are you nobody, too? Then there 's a pair of us—don't tell! They 'd banish us, you know. How dreary to be somebody! How public, like a frog To tell your name the livelong day To an admiring bog!
  • 35. Tradução de Ana Luísa Amaral – Não sou Ninguém! Quem és? – És tu - Ninguém - também? – Há, pois, um par de nós? – Não fales! Não vão eles - contar! – Que horror - o ser - Alguém! – Que vulgar - como Rã - – Passar o Junho todo - a anunciar o nome – A charco de pasmar!
  • 36. As duas estrofes deste poema são típicas de Dickinson. Elas seguem um padrão de rima ABCB. Emily frequentemente usa travessões rítmicos para interromper o fluxo de palavras.
  • 37. Comentário Ironicamente, um dos mais famosos detalhes da obra de Dickinson é que ela foi totalmente não-famosa durante toda sua vida. Ela viveu inteiramente reclusa em Amherst, Massachusetts, e embora ela tenha escrito quase 1.800 poemas, ela publicou menos de 10 deles em vida.
  • 38. Este é um de seus mais famosos poemas e a mais brincalhona defesa do tipo de privacidade espiritual que ela defendia, implicando que ser “Nobody” é um luxo incompreensível para os temíveis “Somebodies” – uma vez que eles estão extremamente ocupados mantendo seus nomes em circulação, coaxando como sapos em um pântano no verão.
  • 39. • Este poema é um extraordinário exemplo da abordagem sempre elegante de Dickinson da métrica. • Ela usa os travessões que são sua marca registrada de forma quase forçada para interromper os versos e interferir no fluxo do poema, como em "How dreary-- to be--Somebody!".
  • 40. O poema ilustra de forma viva seu surpreendente uso da linguagem. • A justaposição no verso "How public--like a Frog--" choca o leitor de primeira viagem, combinando elementos que não são tipicamente considerados juntos, e portanto, de forma mais poderosa impondo o seu significado. • Sapos são “públicos” como figuras públicas – ou “Alguéns”- Somebodies — porque eles estão constantemente a anunciar o nome "tell your name"– coaxando– para o pântano, lembrando todos os outros sapos de suas identidades.
  • 41.
  • 42. A "Esperança" é a coisa com penas - Que na alma se empoleira - E canta uma cantiga sem palavras - E nunca pára - a vida inteira – E mais doce - na Tormenta - a ouvimos - E precisava o vento ser sandeu - Para afligir a Avezinha Que a tantos aqueceu – Ouvi-a na mais fria terra - E no mais estranho mar - Mas nem no Cabo mais Extreme Me veio uma côdea esmolar –
  • 43. • A poeta descreve esperança como um pássaro(“a coisa com penas”) que na alma se empoleira. Lá, ele canta sem palavras e sem pausa. A canção da esperança soa mais doce “na tormenta”, e seria preciso uma terrível tempestade para “afligir a avezinha que a tantos aqueceu”. • A poeta diz que ouviu o pássaro da esperança “na mais fria terra -- / e no mais estranho mar –”, mas nunca, não importando as condições,ele jamais pediu
  • 44. • Como a maioria de seus poemas, existe modificação e quebra do fluxo rítmico com travessões indicando intervalos e pausas ("And never stops--at all--"). • As estrofes, como na maioria da poesia de Dickinson, rimam fracamente em um esquema ABCB, embora neste poema existam algumas rimas acidentais: "words" no verso 3 da primeira estrofe rima com "heard" e "Bird" da segunda; "Extremity" rima com "Sea" e "Me" na terceira, portanto, tecnicamente, de acordo com um esquema de rima ABBB.
  • 45. A descrição simples e metafórica da esperança como um pássaro cantando na alma é exemplo do estilo de homilia de Dickinson, derivado de salmos e hinos religiosos.
  • 46. Dickinson apresenta sua metáfora nos dois primeiros versos ("'Hope is the thing with feathers-- / That perches in the soul--"), então a desenvolve por todo o poema contando o que o pássaro faz (sing), como ele reage às dificuldades (não se aflige com a tempestade), onde ele pode ser encontrado (em todos os lugares, desde "chillest land" ao "strangest Sea"), e o que ele pede para si próprio (nada, nem mesmo uma simples migalha).
  • 47. • Este poema é mais simples do que o trabalho mais maduro de Dickinson cujos temas complicados e explosivos surgiriam em torno de 1865. • Mesmo assim, encontramos aqui o choque verbal que tanto caracteriza o estilo maduro de Dickinson: o uso de "abash," por exemplo, para descrever o potencial efeito da tormenta no pássaro, leva o leitor de volta à realidade por trás da bela metáfora; enquanto um pássaro não pode ser “abashed”, a palavra descreve o efeito da tempestade – ou uma dificuldade maior – sobre as esperanças da poeta.
  • 48. She rose to his requirements, dropped The playthings of her life To take the honorable work Of woman and of wife.
  • 49. To make a prairie it   takes a clover and a bee.   One clove , and a bee,   And revery.   The revery alone will do,   if bees are few
  • 50. Para fazer uma campina   basta um só trevo e uma abelha.   Trevo, abelha e fantasia.   Ou apenas fantasia   Faltando a abelha.   tradução de Idelma Ribeiro de Faria
  • 51.