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Os serviços são imateriais

• Antes da compra ou consumo de um produto ele pode
  ser observado, «tocado», experimentado; pode-se
  fundamentar a decisão de compra de um automóvel, por
  exemplo, analisando os modelos, o design, os
  acabamentos, as cores, conduzindo-o e observando as
  suas performances técnicas.
• Não é o caso do serviço após venda prestado por um
  concessionário. O carácter intangível dos serviços não
  permite que aquele seja apreciado facilmente pelo
  comprador pois não tem uma componente física,
  material, que permita observação e análise prévia. É
  preciso utilizar um serviço para saber se ele responde
  adequadamente às expectativas dos consumidores.
Os serviços são produzidos e consumidos
             simultaneamente
• O cliente de um monovolume Ford, de um gelado Corneto, de um iogurte
  Danone ou de uma aparelhagem de som Sony, desconhece onde, por
  quem e quando o produto foi fabricado. Distinguem-se três fases
  diferenciadas no tempo e no espaço pelos actores deste processo: a
  produção, a distribuição e o consumo (ou utilização).


• Quando a TAP Air Portugal transporta os seus passageiros de Lisboa para
  Nova Iorque, a produção dos serviços em terra e a bordo, a distribuição e
  o consumo faz-se de forma simultânea. O que significa que para os
  serviços, a «fábrica» é o ponto de venda, é o local onde se encontram os
  consumidores/utilizadores, onde a produção e o consumo são
  simultâneos. Como consequência, os serviços não podem ser
  armazenados, o que coloca algumas dificuldades no ajustamento entre a
  oferta e a procura.
A produção da generalidade dos serviços pressupõe uma
 relação directa entre o cliente e o pessoal em contacto

• O consumidor está em relação física com o prestador
  de serviços.
  Estes serviços supõem uma relação directa entre os
  clientes e o pessoal em contacto, o que determina a
  criação/existência de uma relação de confiança.
• O serviço pode ser realizado à distância (venda por
  correspondência, banco directo);
  e/ou por intermédio de uma máquina (distribuidor
  automático de bebidas);
  ou de outro suporte material (serviço de telefone ou
  distribuição de electricidade).
A qualidade dos serviços é heterogénea

• Um consumidor de serviços contribui para a qualidade
  desse serviço, pelo seu bom ou mau humor, pelo seu
  grau de exigência, pela sua competência, pela sua
  experiência, pela forma como se envolve no acto de
  produção e consumo do serviço. Cada cliente é
  diferente, pelo que um serviço é menos homogéneo
  que um produto industrializado.
• Nos produtos industrializados, pode-se controlar a sua
  qualidade à saída das cadeias de produção e pode-se
  determinar com grande precisão se o produto está nas
  condições exigidas.
AS FRONTEIRAS ENTRE PRODUTOS E
              SERVIÇOS


a) Há uma relação de continuidade entre os
   produtos e os serviços
b) Os serviços de grande consumo e os serviços
   Business to Business
c) Os serviços de base e os serviços periféricos
Relação de continuidade entre os produtos
              e os serviços
•   Não se pode dividir o mundo do marketing em dois universos distintos: o dos
    produtos e o dos serviços. Por um lado, porque há cada vez mais serviços
    associados à venda e ao consumo dos produtos: logística da distribuição,
    conselhos dos vendedores, serviços financeiros, serviços pós-venda, serviços de
    apoio a consumidores durante a utilização do produto, resposta a reclamações,
    etc.
    Por outro lado, porque se verifica uma justificada tendência para a
    transformação/identificação do conceito de produto em prestação de serviço.

•   Os serviços e os produtos podem ser agrupados em quatro categorias: os serviços
    puros, os serviços com forte componente material, os produtos puros e os
    produtos com forte componente de serviços.
    Estas categorias não são rígidas;
    Exemplos:
    - A compra de um apartamento é uma aquisição de um produto puro; mas a
    compra de um apartamento com um contrato de gestão para aluguer e
    manutenção, faz dele um produto com uma forte componente de serviço.
    - A compra de um automóvel é entendida como um produto com forte
    componente de serviços, enquanto que o aluguer de longa duração (ALD), é um
    serviço com forte componente material.
Relação de continuidade entre os
           produtos e os serviços




Os serviços puros estão essencialmente ligados a uma prestação pessoal.
Compra-se o acesso a canais de televisão mas consomem-se serviços: a programação.
As quatro características que atribuímos aos serviços só se aplicam, em rigor, aos serviços puros. Devem sofrer algumas alterações para
os serviços com forte componente material.
Os serviços de grande consumo e os
        serviços Business to Business


• Serviços destinados aos particulares (por
  exemplo, uma sala de espectáculos)

• Serviços que se dirigem ao mercado das
  empresas (por exemplo, o serviço de uma
  empresa de limpezas industriais).
Os serviços de base e os serviços
                                        periféricos
                                                                            Oferta de serviços segundo Grõnross e Akesand1




1   Grõnross e akesand, «Redevelopping and launching a unique service offering. Service excellence marketings impact on performance», American Marketing Association, Chicago, 1989.
Os serviços de base e os serviços
                    periféricos
• O serviço de base corresponde à primeira vocação da empresa.
  Para a CP, por exemplo, é o transporte de passageiros e de mercadorias. Os
  serviços periféricos podem ser analisados em serviços facilitadores e
  serviços diferenciadores.
  Os serviços facilitadores permitem a prestação dos serviços de base,
  podendo ser-lhes inteiramente indispensáveis, como a bilheteira ou as
  reservas.
  Os serviços diferenciadores são, como o nome indica, serviços
  complementares que são um plus para os clientes: o serviço de
  restauração, o telefone a bordo, a venda de jornais, revistas, etc., para os
  clientes da CP.

• Os serviços de base e os periféricos não são rígidos. Os serviços
  diferenciadores são muito rapidamente copiados pela concorrência e
  devem, portanto, ser objecto de uma inovação constante.
  O que em dado momento é disponibilizado como um serviço suplementar,
  tende a integrar-se no serviço de base. O telefone e a televisão eram, há
  poucos anos, serviços diferenciados para alguns hotéis de categoria
  intermédia. Hoje não se compreenderia a sua inexistência nesses mesmos
  hotéis.

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  • 1. Os serviços são imateriais • Antes da compra ou consumo de um produto ele pode ser observado, «tocado», experimentado; pode-se fundamentar a decisão de compra de um automóvel, por exemplo, analisando os modelos, o design, os acabamentos, as cores, conduzindo-o e observando as suas performances técnicas. • Não é o caso do serviço após venda prestado por um concessionário. O carácter intangível dos serviços não permite que aquele seja apreciado facilmente pelo comprador pois não tem uma componente física, material, que permita observação e análise prévia. É preciso utilizar um serviço para saber se ele responde adequadamente às expectativas dos consumidores.
  • 2. Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente • O cliente de um monovolume Ford, de um gelado Corneto, de um iogurte Danone ou de uma aparelhagem de som Sony, desconhece onde, por quem e quando o produto foi fabricado. Distinguem-se três fases diferenciadas no tempo e no espaço pelos actores deste processo: a produção, a distribuição e o consumo (ou utilização). • Quando a TAP Air Portugal transporta os seus passageiros de Lisboa para Nova Iorque, a produção dos serviços em terra e a bordo, a distribuição e o consumo faz-se de forma simultânea. O que significa que para os serviços, a «fábrica» é o ponto de venda, é o local onde se encontram os consumidores/utilizadores, onde a produção e o consumo são simultâneos. Como consequência, os serviços não podem ser armazenados, o que coloca algumas dificuldades no ajustamento entre a oferta e a procura.
  • 3. A produção da generalidade dos serviços pressupõe uma relação directa entre o cliente e o pessoal em contacto • O consumidor está em relação física com o prestador de serviços. Estes serviços supõem uma relação directa entre os clientes e o pessoal em contacto, o que determina a criação/existência de uma relação de confiança. • O serviço pode ser realizado à distância (venda por correspondência, banco directo); e/ou por intermédio de uma máquina (distribuidor automático de bebidas); ou de outro suporte material (serviço de telefone ou distribuição de electricidade).
  • 4. A qualidade dos serviços é heterogénea • Um consumidor de serviços contribui para a qualidade desse serviço, pelo seu bom ou mau humor, pelo seu grau de exigência, pela sua competência, pela sua experiência, pela forma como se envolve no acto de produção e consumo do serviço. Cada cliente é diferente, pelo que um serviço é menos homogéneo que um produto industrializado. • Nos produtos industrializados, pode-se controlar a sua qualidade à saída das cadeias de produção e pode-se determinar com grande precisão se o produto está nas condições exigidas.
  • 5. AS FRONTEIRAS ENTRE PRODUTOS E SERVIÇOS a) Há uma relação de continuidade entre os produtos e os serviços b) Os serviços de grande consumo e os serviços Business to Business c) Os serviços de base e os serviços periféricos
  • 6. Relação de continuidade entre os produtos e os serviços • Não se pode dividir o mundo do marketing em dois universos distintos: o dos produtos e o dos serviços. Por um lado, porque há cada vez mais serviços associados à venda e ao consumo dos produtos: logística da distribuição, conselhos dos vendedores, serviços financeiros, serviços pós-venda, serviços de apoio a consumidores durante a utilização do produto, resposta a reclamações, etc. Por outro lado, porque se verifica uma justificada tendência para a transformação/identificação do conceito de produto em prestação de serviço. • Os serviços e os produtos podem ser agrupados em quatro categorias: os serviços puros, os serviços com forte componente material, os produtos puros e os produtos com forte componente de serviços. Estas categorias não são rígidas; Exemplos: - A compra de um apartamento é uma aquisição de um produto puro; mas a compra de um apartamento com um contrato de gestão para aluguer e manutenção, faz dele um produto com uma forte componente de serviço. - A compra de um automóvel é entendida como um produto com forte componente de serviços, enquanto que o aluguer de longa duração (ALD), é um serviço com forte componente material.
  • 7. Relação de continuidade entre os produtos e os serviços Os serviços puros estão essencialmente ligados a uma prestação pessoal. Compra-se o acesso a canais de televisão mas consomem-se serviços: a programação. As quatro características que atribuímos aos serviços só se aplicam, em rigor, aos serviços puros. Devem sofrer algumas alterações para os serviços com forte componente material.
  • 8. Os serviços de grande consumo e os serviços Business to Business • Serviços destinados aos particulares (por exemplo, uma sala de espectáculos) • Serviços que se dirigem ao mercado das empresas (por exemplo, o serviço de uma empresa de limpezas industriais).
  • 9. Os serviços de base e os serviços periféricos Oferta de serviços segundo Grõnross e Akesand1 1 Grõnross e akesand, «Redevelopping and launching a unique service offering. Service excellence marketings impact on performance», American Marketing Association, Chicago, 1989.
  • 10. Os serviços de base e os serviços periféricos • O serviço de base corresponde à primeira vocação da empresa. Para a CP, por exemplo, é o transporte de passageiros e de mercadorias. Os serviços periféricos podem ser analisados em serviços facilitadores e serviços diferenciadores. Os serviços facilitadores permitem a prestação dos serviços de base, podendo ser-lhes inteiramente indispensáveis, como a bilheteira ou as reservas. Os serviços diferenciadores são, como o nome indica, serviços complementares que são um plus para os clientes: o serviço de restauração, o telefone a bordo, a venda de jornais, revistas, etc., para os clientes da CP. • Os serviços de base e os periféricos não são rígidos. Os serviços diferenciadores são muito rapidamente copiados pela concorrência e devem, portanto, ser objecto de uma inovação constante. O que em dado momento é disponibilizado como um serviço suplementar, tende a integrar-se no serviço de base. O telefone e a televisão eram, há poucos anos, serviços diferenciados para alguns hotéis de categoria intermédia. Hoje não se compreenderia a sua inexistência nesses mesmos hotéis.