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•   A doença de Chagas, uma infecção
•   O “feito” de Chagas, considerado único na
                                                        parasitária amplamente distribuída na
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    brasileiras.Trazendo    uma      contribuição       saúde      pública    com     conseqüências
    inovadora ao campo emergente da medicina            devastadoras em termos de morbidade e
    tropical e dos estudos sobre as doenças             mortalidade humana. A enzima cruzaína é a
    parasitárias transmitidas por insetos-              principal cisteíno protease do Trypanosoma
    vetores.                                            cruzi, agente etiológico da tripanossomíase
•   A preocupação comum a todos os que se               Americana, e foi selecionada como alvo
    associam ao legado de Carlos Chagas, com            atrativo para o desenvolvimento de novos
    o objetivo de disseminá-lo entre as novas           fármacos tripanocidas.
    gerações, nas instituições de ciência, saúde
    e educação e nos tantos outros espaços da       •   A doença se apresenta como grande causa
    vida social do país e do continente                 de mortalidade, afetando cerca de 18
    americano: suscitar a reflexão sobre o              milhões de pessoas no continente
    passado, e, a partir do presente, pensar os         americano e causando 21.000 mortes, a
    desafios que nos convidam a planejar o              cada ano. Atualmente, estima-se que 100
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                                                        contaminação nos 18 países da área
                                                        endêmica da doença
•   A Cruzaína é membro da superfamília papaína, mas diferente de outras enzimas deste tipo,
    apresenta uma extensão C-terminal atípica contendo 130 aminoácidos altamente glicosilados,
    com função desconhecida e não requeridos para a atividade proteolítica. Apesar de seu papel
    desconhecido, o domínio C-terminal representa a porção mais imunogênica da cruzaína em
    indivíduos naturalmente infectados.
•   Esta enzima pertence a uma família de genes polimórficos, cuja expressão é regulada
    diferencialmente entre as variadas formas do parasito. Os genes que a codificam estão
    dispostos em tandem, localizados em 2 a 4 cromossomos distintos nas diferentes cepas de T.
    cruzi.

•   A cruzipaína ou cruzaína é uma glicoproteína sintetizada na forma de zimogênio, que é
    ativado pela clivagem do pró-domínio N-terminal para gerar a protease madura. A enzima
    madura apresenta uma região catalítica com alta similaridade à catepsina L, sendo
    caracterizada como uma endopeptidase com especificidade semelhante a da catepsina L .
•   A expressão simultânea dos diferentes genes leva a produção de uma mistura complexa de
    isoformas. As isoformas reunidas no grupo denominado cruzipaína 1 diferem entre si
    essencialmente no domínio C-terminal, em sua seqüência de aminoácidos e em seu padrão
    de N-glicosilação.
•   A cruzipaína é expressa por diferentes cepas de T. cruzi e em todos os seus estágios de
    desenvolvimento. Nas epimastigotas, a cruzipaína encontra-se primordialmente em organelas
    denominadas reservossomos. É nesta forma que a proteína apresenta sua maior abundância.
    Nas amastigotas, sua localização é dada majoritariamente na superfície celular, enquanto
    que nas tripomastigotas situa-se nos lisossomos e na bolsa flagelar.
•   Cruzaina, a principal cisteína protease do
    Trypanosoma cruzi, é uma enzima essencial para o
    cilo de vida do parasita e tem sido validado como um
    alvo viável para tratar Doença de Chagas.

•   Exerce papéis importantes na sobrevivência do
    organismo, incluindo imunoevasão, aquisição de
    nutrientes, crescimento, sobrevivência no organismo
    hospedeiro e diferenciação parasita. Além do mais, é
    de extrema importância na modulação da resposta
    imune frente à infecção e a ausência de redundância
    desta enzima faz com que os parasitas fiquem
    vulneráveis à inibição da cruzaína. Recentemente,
    K11777 ( um inibidor seletivo de cruzaína) tem
    demonstrado a erradicação da infecçãp T. cruzi na
    cultura de células, de ratos e cachorros. Estes
    estudos provam que os inibidores de protease
    cisteína poderiam servir como um agente para
    intervenção quimioterápica viável.
•   A cruzaína sua completa purificação foi feita por Bontempi e colaboradores
    (1984), a partir de epimastigotas cultivadas em meio livre de células, através de um
    procedimento seqüencial de fracionamento utilizando técnicas cromatográficas.
•   A estrutura tridimensional da cruzaína (forma recombinante da cruzipaína, truncada
    na extremidade C-terminal) foi complexada com o inibidor peptídico irreversível Z-
    Phe-Ala-fluorometil cetona, através da técnica de cristalografia por difração de
    raios-X.
•   A estrutura cristalográfica revelou que é composta por uma cadeia polipeptídica de
    215 resíduos de aminoácidos, estruturada em dois domínios: um
    predominantemente formado por alfa-hélices e o outro constituído por interações
    do tipo folhas beta antiparalelas. A tríade catalítica da cruzaína é composta pelos
    resíduos Cys 25, His 159 e Asn 175 . Tanto a tríade catalítica, como o sítio global
    de ligação ao substrato, são encontrados em uma fenda entre os dois domínios.
•   A cruzipaína possui forte atividade endopeptidásica, agindo sobre substratos como
    azocaseína, albumina de soro bovino, hemoglobina e algumas proteínas solúveis
    de T. cruzi. Interage com seus substratos através dos subsítios (S4 - S4’)
    presentes na região do sítio ativo, onde cada um deles apresenta especificidade
    variada a diferentes resíduos de aminoácidos.
•   Cruzaina trata-se de um tiol-protease
    da família papaína (sensível a E-64 e
    cistatina), capaz de degradar
    substratos protéicos de alto peso
    molecular, tanto em pH neutro quanto
    ácido.
•   Empregando anticorpos
    monoclonais a-GP57/51, verificou-se
    que o antígeno tinha um padrão
    delocalização eminentemente
    lisossomal.
•   Contendo vários sítios preditivos de
    N/O-glicosilação, esta extensão C-
    terminal une-se ao domínio catalítico
    (central) através de uma sequência
    (tipo-dobradiço) rica em treonina e
    prolinas. Os flancos da dobradiça
    continham sequências sensíveis à
    clivagem por mecanismos
    autoproteolíticos.
•   Confirmaram seu caráter sendo como
    imunoprotetor.
•   Estudos indicaram que cruzipaína era
    inativada eficientemente por compostos que
    apresentavam resíduos aromáticos
    volumosos na posição P2
•   Não obstante o progresso alcançado no
    desenvolvimento de fármacos capazes de
    inativar cruzipaína, o mecanismo de ação
    destas enzimas ainda não foi bem
    esclarecido.
•   Cruzipaína hidrolisa peptídeos que
    apresentam as sequências flanqueadoras
    da bradicinina nas moléculas de
    cininogênios
•   Estes resultados sugeriram que os
    cininogênios (substrato da cruzipaína) são
    hidrolisados nas regiões de contato entre as
    membranas plasmáticas do parasito e da
    célula alvo. Estudos em andamento visam
    esclarecer se a atividade da cruzipaína
    (presumivelmente secretada na região da
    bolsa flagelar) é potencializada por
    interações com outros elementos da
    superfície celular.
•   Primeiras Descobertas
Carlos Chagas
     Descoberta de uma doença humana. Seu
    agente causal (o protozoário que
    denominou de Trypanosoma cruzi, em
    homenagem ao mestre Oswaldo Cruz) e o
    inseto que o transmitia (triatomíneo
    conhecido como “barbeiro”) haviam sido
    por ele identificados, ao final de 1908.
•   Considerando que o ergosterol é o
    principal esterol do T. cruzi, na última
    década pesquisas vêm sendo orientadas
    desenvolver um inibidor eficaz do esterol.
•    Hoje:
Julio Scharfstein
•   Suas pesquisas sobre estrutura e função
    biológica de proteases do Trypanosoma
    cruzi subsidiaram o conhecimento sobre a
    importância da regulação de proteólise
    extracelular nos mecanismos de virulência
    e imunopatogenicidade na doença de
    Chagas.
•   Atualmente, apresentou dados indicando
    que a bradicinina pode induzir atividade
    imunológica contra o T. cruzi .
•   Pacientes com Doença de Chagas
    desenvolvem sintomas parecidos com
    gripe durante o estágio agudo,
    seguido por lesões gastrintestinais e
    cadiopatia no estágio crônico. O
    agente etiológico da doença é o
    parasita protozoário, Trypanosoma
    cruzi, o qual é comumente transmitido
    ao hospedeiro humano através da
    mordida do mosquito, transfusão dr
    sangue infectado ou transmissão da
    mãe para a criança. Nifurtimox e
    benznidazole, as duas drogas usadas
    no tratamento da doença, tem
    significantes inconvenientes, como
    eles são moderavelmente eficazes
    nos estágios crônicos da infeccção e
    causam efeitos colateriais severos.
    Portanto, desenvolver outras formas
    de tratamento é essencial.
•   São várias formas de abordar os tratamentos para
    a Doença de Chagas, porem estamos abordando :
•   Método Cisteína Protease
•   T. cruzi possui uma cisteína proteinase semelhante
    a L-catepsina denominada de cruzipaína (ou
    cruzaína), que é a principal responsável pela
    atividade proteolítica em todos as fases do ciclo
    evolutivo do parasito. Inibidores irreversíveis de
    cruzipaína do tipo peptidil tais como
    diazometilcetonas, fluorometilcetonas, alilsulfonas,
    vinilsulfonas e vinilsulfonamidas, foram investigados
    como potenciais agentes anti-T. cruzi. Em
    epimastigotas, inibidores do tipo peptidil
    bloquearam a maturação de cruzipaína e seu
    transporte para lisosomas, levando ao acúmulo da
    sua proteína precursora no complexo de Golgi e à
    interferência na via de secreção. Utilizando N-
    piperazinil-F-Ala-homoF-Ala-vinilsulfona-fenila,
    Engel e colaboradores observaram um aumento no
    número de vesículas que se dirigem do Golgi para
    a bolsa flagelar do parasito, interferindo na função
    do Golgi. Tratamento de camundongos infectados
    com a peptidil vinilsulfona, N-metilpiperazina-
    FhomoF-vinilsulfona-fenila, levou à redução da
    carga parasitária e das lesões cardíacas. O mesmo
    composto foi utilizado em cães, sendo observada
    uma regressão do dano do miocárdio induzido pela
    infecção por T. cruzi. Além disso, outros inibidores
    de cruzipaína (não do tipo peptidil) que foram
    estudados incluem acilhidrazidas, aril uréias,
    ariltiouréias e tiosemicarbazonas.
•   http://www.rcsb.org/pdb/explore/explore.do?structureId=3LXS
•   http://www.plosntds.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pntd.00008
    25
•   http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.dometodo=apresentar&id=
    K4783543E3
•   http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1
•   http://bases.bireme.br/cgi-
    bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&l
    ang=p&nextAction=lnk&exprSearch=515417&indexSearch=ID
•   http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ioc.fiocruz.br/pages/infor
    merede/corpo/noticia/2006/outubro/DSCF2708.
•   http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruzipa%C3%ADna
•   http://www.uff.br/RVQ/index.php/rvq/article/viewFile/198/193.


•   Todos os sites foram acessados no dia 11/11/2012

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Cruzaína como alvo para o desenvolvimento de novos fármacos contra a Doença de Chagas

  • 1.
  • 2. A doença de Chagas, uma infecção • O “feito” de Chagas, considerado único na parasitária amplamente distribuída na história da medicina, constitui um marco decisivo na história da ciência e da saúde América Latina, é um problema grave de brasileiras.Trazendo uma contribuição saúde pública com conseqüências inovadora ao campo emergente da medicina devastadoras em termos de morbidade e tropical e dos estudos sobre as doenças mortalidade humana. A enzima cruzaína é a parasitárias transmitidas por insetos- principal cisteíno protease do Trypanosoma vetores. cruzi, agente etiológico da tripanossomíase • A preocupação comum a todos os que se Americana, e foi selecionada como alvo associam ao legado de Carlos Chagas, com atrativo para o desenvolvimento de novos o objetivo de disseminá-lo entre as novas fármacos tripanocidas. gerações, nas instituições de ciência, saúde e educação e nos tantos outros espaços da • A doença se apresenta como grande causa vida social do país e do continente de mortalidade, afetando cerca de 18 americano: suscitar a reflexão sobre o milhões de pessoas no continente passado, e, a partir do presente, pensar os americano e causando 21.000 mortes, a desafios que nos convidam a planejar o cada ano. Atualmente, estima-se que 100 futuro. milhões de pessoas estejam sob risco de contaminação nos 18 países da área endêmica da doença
  • 3. A Cruzaína é membro da superfamília papaína, mas diferente de outras enzimas deste tipo, apresenta uma extensão C-terminal atípica contendo 130 aminoácidos altamente glicosilados, com função desconhecida e não requeridos para a atividade proteolítica. Apesar de seu papel desconhecido, o domínio C-terminal representa a porção mais imunogênica da cruzaína em indivíduos naturalmente infectados. • Esta enzima pertence a uma família de genes polimórficos, cuja expressão é regulada diferencialmente entre as variadas formas do parasito. Os genes que a codificam estão dispostos em tandem, localizados em 2 a 4 cromossomos distintos nas diferentes cepas de T. cruzi. • A cruzipaína ou cruzaína é uma glicoproteína sintetizada na forma de zimogênio, que é ativado pela clivagem do pró-domínio N-terminal para gerar a protease madura. A enzima madura apresenta uma região catalítica com alta similaridade à catepsina L, sendo caracterizada como uma endopeptidase com especificidade semelhante a da catepsina L . • A expressão simultânea dos diferentes genes leva a produção de uma mistura complexa de isoformas. As isoformas reunidas no grupo denominado cruzipaína 1 diferem entre si essencialmente no domínio C-terminal, em sua seqüência de aminoácidos e em seu padrão de N-glicosilação. • A cruzipaína é expressa por diferentes cepas de T. cruzi e em todos os seus estágios de desenvolvimento. Nas epimastigotas, a cruzipaína encontra-se primordialmente em organelas denominadas reservossomos. É nesta forma que a proteína apresenta sua maior abundância. Nas amastigotas, sua localização é dada majoritariamente na superfície celular, enquanto que nas tripomastigotas situa-se nos lisossomos e na bolsa flagelar.
  • 4. Cruzaina, a principal cisteína protease do Trypanosoma cruzi, é uma enzima essencial para o cilo de vida do parasita e tem sido validado como um alvo viável para tratar Doença de Chagas. • Exerce papéis importantes na sobrevivência do organismo, incluindo imunoevasão, aquisição de nutrientes, crescimento, sobrevivência no organismo hospedeiro e diferenciação parasita. Além do mais, é de extrema importância na modulação da resposta imune frente à infecção e a ausência de redundância desta enzima faz com que os parasitas fiquem vulneráveis à inibição da cruzaína. Recentemente, K11777 ( um inibidor seletivo de cruzaína) tem demonstrado a erradicação da infecçãp T. cruzi na cultura de células, de ratos e cachorros. Estes estudos provam que os inibidores de protease cisteína poderiam servir como um agente para intervenção quimioterápica viável.
  • 5. A cruzaína sua completa purificação foi feita por Bontempi e colaboradores (1984), a partir de epimastigotas cultivadas em meio livre de células, através de um procedimento seqüencial de fracionamento utilizando técnicas cromatográficas. • A estrutura tridimensional da cruzaína (forma recombinante da cruzipaína, truncada na extremidade C-terminal) foi complexada com o inibidor peptídico irreversível Z- Phe-Ala-fluorometil cetona, através da técnica de cristalografia por difração de raios-X. • A estrutura cristalográfica revelou que é composta por uma cadeia polipeptídica de 215 resíduos de aminoácidos, estruturada em dois domínios: um predominantemente formado por alfa-hélices e o outro constituído por interações do tipo folhas beta antiparalelas. A tríade catalítica da cruzaína é composta pelos resíduos Cys 25, His 159 e Asn 175 . Tanto a tríade catalítica, como o sítio global de ligação ao substrato, são encontrados em uma fenda entre os dois domínios. • A cruzipaína possui forte atividade endopeptidásica, agindo sobre substratos como azocaseína, albumina de soro bovino, hemoglobina e algumas proteínas solúveis de T. cruzi. Interage com seus substratos através dos subsítios (S4 - S4’) presentes na região do sítio ativo, onde cada um deles apresenta especificidade variada a diferentes resíduos de aminoácidos.
  • 6. Cruzaina trata-se de um tiol-protease da família papaína (sensível a E-64 e cistatina), capaz de degradar substratos protéicos de alto peso molecular, tanto em pH neutro quanto ácido. • Empregando anticorpos monoclonais a-GP57/51, verificou-se que o antígeno tinha um padrão delocalização eminentemente lisossomal. • Contendo vários sítios preditivos de N/O-glicosilação, esta extensão C- terminal une-se ao domínio catalítico (central) através de uma sequência (tipo-dobradiço) rica em treonina e prolinas. Os flancos da dobradiça continham sequências sensíveis à clivagem por mecanismos autoproteolíticos. • Confirmaram seu caráter sendo como imunoprotetor.
  • 7. Estudos indicaram que cruzipaína era inativada eficientemente por compostos que apresentavam resíduos aromáticos volumosos na posição P2 • Não obstante o progresso alcançado no desenvolvimento de fármacos capazes de inativar cruzipaína, o mecanismo de ação destas enzimas ainda não foi bem esclarecido. • Cruzipaína hidrolisa peptídeos que apresentam as sequências flanqueadoras da bradicinina nas moléculas de cininogênios • Estes resultados sugeriram que os cininogênios (substrato da cruzipaína) são hidrolisados nas regiões de contato entre as membranas plasmáticas do parasito e da célula alvo. Estudos em andamento visam esclarecer se a atividade da cruzipaína (presumivelmente secretada na região da bolsa flagelar) é potencializada por interações com outros elementos da superfície celular.
  • 8. Primeiras Descobertas Carlos Chagas Descoberta de uma doença humana. Seu agente causal (o protozoário que denominou de Trypanosoma cruzi, em homenagem ao mestre Oswaldo Cruz) e o inseto que o transmitia (triatomíneo conhecido como “barbeiro”) haviam sido por ele identificados, ao final de 1908. • Considerando que o ergosterol é o principal esterol do T. cruzi, na última década pesquisas vêm sendo orientadas desenvolver um inibidor eficaz do esterol. • Hoje: Julio Scharfstein • Suas pesquisas sobre estrutura e função biológica de proteases do Trypanosoma cruzi subsidiaram o conhecimento sobre a importância da regulação de proteólise extracelular nos mecanismos de virulência e imunopatogenicidade na doença de Chagas. • Atualmente, apresentou dados indicando que a bradicinina pode induzir atividade imunológica contra o T. cruzi .
  • 9. Pacientes com Doença de Chagas desenvolvem sintomas parecidos com gripe durante o estágio agudo, seguido por lesões gastrintestinais e cadiopatia no estágio crônico. O agente etiológico da doença é o parasita protozoário, Trypanosoma cruzi, o qual é comumente transmitido ao hospedeiro humano através da mordida do mosquito, transfusão dr sangue infectado ou transmissão da mãe para a criança. Nifurtimox e benznidazole, as duas drogas usadas no tratamento da doença, tem significantes inconvenientes, como eles são moderavelmente eficazes nos estágios crônicos da infeccção e causam efeitos colateriais severos. Portanto, desenvolver outras formas de tratamento é essencial.
  • 10. São várias formas de abordar os tratamentos para a Doença de Chagas, porem estamos abordando : • Método Cisteína Protease • T. cruzi possui uma cisteína proteinase semelhante a L-catepsina denominada de cruzipaína (ou cruzaína), que é a principal responsável pela atividade proteolítica em todos as fases do ciclo evolutivo do parasito. Inibidores irreversíveis de cruzipaína do tipo peptidil tais como diazometilcetonas, fluorometilcetonas, alilsulfonas, vinilsulfonas e vinilsulfonamidas, foram investigados como potenciais agentes anti-T. cruzi. Em epimastigotas, inibidores do tipo peptidil bloquearam a maturação de cruzipaína e seu transporte para lisosomas, levando ao acúmulo da sua proteína precursora no complexo de Golgi e à interferência na via de secreção. Utilizando N- piperazinil-F-Ala-homoF-Ala-vinilsulfona-fenila, Engel e colaboradores observaram um aumento no número de vesículas que se dirigem do Golgi para a bolsa flagelar do parasito, interferindo na função do Golgi. Tratamento de camundongos infectados com a peptidil vinilsulfona, N-metilpiperazina- FhomoF-vinilsulfona-fenila, levou à redução da carga parasitária e das lesões cardíacas. O mesmo composto foi utilizado em cães, sendo observada uma regressão do dano do miocárdio induzido pela infecção por T. cruzi. Além disso, outros inibidores de cruzipaína (não do tipo peptidil) que foram estudados incluem acilhidrazidas, aril uréias, ariltiouréias e tiosemicarbazonas.
  • 11. http://www.rcsb.org/pdb/explore/explore.do?structureId=3LXS • http://www.plosntds.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pntd.00008 25 • http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.dometodo=apresentar&id= K4783543E3 • http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1 • http://bases.bireme.br/cgi- bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&l ang=p&nextAction=lnk&exprSearch=515417&indexSearch=ID • http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ioc.fiocruz.br/pages/infor merede/corpo/noticia/2006/outubro/DSCF2708. • http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruzipa%C3%ADna • http://www.uff.br/RVQ/index.php/rvq/article/viewFile/198/193. • Todos os sites foram acessados no dia 11/11/2012