SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
Prof. Rodrigo L. O. R. Cunha

Lucas Kuniyoshi                11089711
Marina Aparecida Cubi          11036811
Quando foi dado o tema do trabalho, buscamos escolher
uma proteína que tivesse funções essências para o
organismo. Seguimos a linha de pensamento: o que é
importante e insubstituível para o corpo humano? De
diversas resposta escolhemos: a água. Assim, precisávamos
escolher uma proteína relacionada com a água, resultando na
Aquaporina, cuja a função discutiremos a seguir.
Aquaporinas são canais de membrana de água que desempenham
papéis críticos no controle dos teores de água das células. Esta
proteína permite o aumento da eficiência dos sistemas catalíticos
pela crescente compartimentalização e especialização dos
mecanismo de seletividade, mas acima de tudo, permitem a
superação das relações com o meio, a sobrevivência celular contra
gradientes osmóticos. É encontrada em células eucariotas. Nos
mamíferos, por exemplo, em vasos sanguíneos, no trato
gastrointestinal, no plexo coróide, em glândulas sudoríparas,
túbulos renais proximais, alça de Henle, orelhas e olhos.
Antes de identificar a estrutura da aquaporina analisaremos o conjunto a
              qual ela está inserida: as porinas. Porinas são proteínas de grande peso molecular
              encontradas tipicamente em membranas externas de bactérias, como ilustrado na
              figura(1), sua função é permitir a passagem de água e alguns solutos hidrofílicos. A
              na figura(2) representa a forma trimérica da porina, ou seja, a composição por 3
              subunidades idênticas, interagindo entre si. A porina é uma proteína formada por
              aminoácidos polares e apolares, demonstrado na figura(3a) – polares e figura(3b)-
              apolares. A região da proteína que faz contato com os lipídios é apolar. Observe
              também que o interior do poro é constituído de vários aminoácidos hidrofílicos,
              coerente com o fato que este poro serve para o transporte de água.




                                                                                                   (a)                                   (b)
Figura 1 – porina da Rhodobacter capsulatus   Figura 2 – Estrutura da porina e suas sub-unidades
                                                                                                    Figura 3 – aminoácidos Polares e apolares
Podemos analisar a estrutura secundária das porinas na figura(4). A direção
   das setas (do N para o C-terminal) indica que trata-se de folhas-beta pregueadas
   anti-paralelas. Tal estrutura é comumente observada em proteínas de membrana.
   Na realidade, é possível agrupar proteínas com base nas formas de organização da
   estrutura secundária (folds ou dobramentos). A conservação de um fold durante a
   evolução é uma indicação que tal forma de estruturação é bastante importante,
   biologicamente. Este fold provê a estruturação necessária à formação de um poro
   central. A forma mais estável para uma organização deste tipo de estrutura
   secundária é a formação de uma "bola", possibilitando que a proteína se organize
   de forma a penetrar a membrana.
         Assim, a função da porina é intimamente associada à sua estrutura:
1. formação do poro pelo fold de folhas-beta anti-paralelas
2. disposição dos aminoácidos hidrofóbicos/hidrofílicos, que possibilita a inserção
   desta na membrana.




              Figura 4– representação do esqueleto peptídico
Aquaporinas são ligeiramente similares as porinas bacterianas. Como o nome sugere, as
        Aquaporinas têm a função de permitir a passagem de moléculas de água pela membrana, sem permitir a
        entrada de solutos. Como se pode imaginar, tais proteínas são de imensa importância para a manutenção
        do equilíbrio hídrico de certas células. Por exemplo, a pele de anfíbios como sapo são bastante permeáveis
        à água, graças à presença de aquaporinas. Tais proteínas são encontradas de bactéria a humanos. As
        aquaporinas são divididas em:
•       grupo I, AQP0, AQP1, AQP2, AQP4, AQP5, AQP6 e AQP8 permeáveis à água somente
•       grupo II, AQP3, AQP7 e AQP9 permeáveis a glicerol e ureia, além de água.

                Para estudar a aquaporina, selecionamos a AQP1 de Bos taurus, figura(5). Podemos observar a
        presença de 4 poros dispostos simetricamente, exibido na figura(6). Igual a porina, a aquaporina possui
        subunidades, cada uma constituindo um poro, figura(7). Também similarmente à porina de R. capsulata, a
        aquaporina é notavelmente hidrofóbica, possibilitando sua inserção na membrana lipídica, figura(8). Esta é
        a região de contato com a membrana. Note que as faces expostas à água, figura(6- amarelo)-extra e
        figura(6-laranja) - intracelular, são respectivamente, polar e apolar.




    Figura 5 – AQP1 – de Bos Taurus   Figura 6 – AQP1 – Os 4 Poros   Figura 7– AQP1 – Os 4   Figura 8 – AQP1 – Parte
                                                                          monômeros                Hidrofóbica
A conformação dos monômeros que constituem a proteína permite a formação de
poros. O diâmetro da entrada desse canal é drasticamente reduzido, impondo um limite
físico ao tamanho das moléculas que podem passar.
        As molécula de água do meio estão ligadas à outras moléculas de água mas como a
entrada do canal é pequena, para passar pelo poro é necessário quebrar essas ligações. A
quebra acontece porque no interior do canal existem aminoácidos polares que interagem
mais fortemente com essas moléculas, quebrando a ligação água água e passando para
dentro do canal apenas uma molécula de água.
      O canal é formado, em sua grande maioria, por aminoácidos hidrofóbicos, fazendo com
que a água interaja pouco com as paredes, o que tornaria a passagem muito lenta. Além
disso no centro do canal as moléculas de água passam por um filtro de seletividade que
determina a passagem somente de água.
Como visto nos slides anteriores, a Aquaporina 1 possui diversos mecanismos de filtragem de
água, assim torna-se uma importante ferramenta de pesquisa para a solução de problemas em
áreas diversas. Uma destas áreas é solucionar o problema de filtragem de água não potável,
como por exemplo resíduos de processos industrias, águas salobras.
• Ambiental :tratamento de águas poluídas.
• Farmacêutico: desenvolvimento de fármacos para melhorar a hidratação de células.
• Biológicos: Desenvolvimento de mecanismos de controle (para aquaporinas que não efetuam
    sua função como esperado, causando assim doenças) e reprodução (para organismos com
    escassez da proteína).
•   AQUAPORIN. Join the revolution Now. Video: Aquaporin Cinematic Version & Aquaporin Academic Version. Disponível em:
    <http://www.aquaporin.dk/>. Data de acesso: 14/11/2012.

•   AQUAPORIN.ORG. The medical significance of water channels. Disponível em: <http://www.aquaporins.org/>. Data de acesso:
    13/11/2012.

•   THEORETICAL AND COMPUTATIONAL BIOPHYSICS GROUPS. Structure, dynamics, and function of Aquaporins. Disponível em
    : <http://www.ks.uiuc.edu/Research/aquaporins/>. Data de acesso: 13/11/2012.

•   WIKIPEDIA, THE FREE ENCYCLOPEDIA. Aquaporin. Disponível em:<http://en.wikipedia.org/wiki/Aquaporin>. Data de acesso:
    11/11/2012.

•   DERMEGE. Aquaporine Active AQP3. Disponível em: <http://www.dermage.com.br/dermage/paginas/Estudo-Aquaporine.pdf>.
    Data de acesso:11/11/2012.

•   INSTITUTO         DE       QUÍMICA        DA       USP.      Estrutura     e      função:      porina.    Disponível   em:
    <http://www.iq.usp.br/bayardo/softwares/proteina/advanced/cap1/main1.html>. Data de acesso: 10/11/2012.

•   PROTEIN        DATA       BANK.       A     refined     structure    of     human       aquaporin    1.   Disponível   em:
    <http://www.rcsb.org/pdb/explore/explore.do?structureId=1H6I>. Data de acesso: 10/11/12.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Metabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMetabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMessias Miranda
 
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.Barreiro
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.BarreiroCap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.Barreiro
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.BarreiroMaria Luiza
 
Atividade organizando os cromossomos humanos
Atividade   organizando os cromossomos humanosAtividade   organizando os cromossomos humanos
Atividade organizando os cromossomos humanosnetoalvirubro
 
Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)
Bioquímica ii 08   eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)Bioquímica ii 08   eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)
Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)Jucie Vasconcelos
 
Aula de Fotossíntese (Power Point)
Aula de Fotossíntese (Power Point)Aula de Fotossíntese (Power Point)
Aula de Fotossíntese (Power Point)Bio
 
Fisiologia dos estômatos
Fisiologia dos estômatosFisiologia dos estômatos
Fisiologia dos estômatosCaetana Coevas
 
Resumo farmacologia-completo
Resumo farmacologia-completoResumo farmacologia-completo
Resumo farmacologia-completoTamara Garcia
 
Sistema respiratório
Sistema respiratórioSistema respiratório
Sistema respiratórioemanuel
 
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)Janaina Alves
 
para 1S- Exercicios respiração celular
para 1S- Exercicios respiração celularpara 1S- Exercicios respiração celular
para 1S- Exercicios respiração celularIonara Urrutia Moura
 
Biofisica da circulação
Biofisica da circulaçãoBiofisica da circulação
Biofisica da circulaçãowillian pessoa
 

Mais procurados (20)

Angiospermas
AngiospermasAngiospermas
Angiospermas
 
Metabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMetabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fsp
 
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.Barreiro
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.BarreiroCap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.Barreiro
Cap01 Quimica Medicinal-Eliezer J.Barreiro
 
HÍDRICA DAS PLANTAS
HÍDRICA DAS PLANTAS HÍDRICA DAS PLANTAS
HÍDRICA DAS PLANTAS
 
MUCOSA BUCAL
MUCOSA BUCALMUCOSA BUCAL
MUCOSA BUCAL
 
Atividade organizando os cromossomos humanos
Atividade   organizando os cromossomos humanosAtividade   organizando os cromossomos humanos
Atividade organizando os cromossomos humanos
 
Sistema urinário
Sistema urinárioSistema urinário
Sistema urinário
 
Ciclo celular
Ciclo celularCiclo celular
Ciclo celular
 
Cromatina e cromossoma
Cromatina e cromossomaCromatina e cromossoma
Cromatina e cromossoma
 
Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)
Bioquímica ii 08   eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)Bioquímica ii 08   eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)
Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)
 
A Célula
A CélulaA Célula
A Célula
 
Aula de Fotossíntese (Power Point)
Aula de Fotossíntese (Power Point)Aula de Fotossíntese (Power Point)
Aula de Fotossíntese (Power Point)
 
Fisiologia dos estômatos
Fisiologia dos estômatosFisiologia dos estômatos
Fisiologia dos estômatos
 
Fisiologia cardíaca 2013
Fisiologia cardíaca 2013  Fisiologia cardíaca 2013
Fisiologia cardíaca 2013
 
FarmacocinéTica
FarmacocinéTicaFarmacocinéTica
FarmacocinéTica
 
Resumo farmacologia-completo
Resumo farmacologia-completoResumo farmacologia-completo
Resumo farmacologia-completo
 
Sistema respiratório
Sistema respiratórioSistema respiratório
Sistema respiratório
 
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)
Aula - Anfíbios e Répteis (7° ano)
 
para 1S- Exercicios respiração celular
para 1S- Exercicios respiração celularpara 1S- Exercicios respiração celular
para 1S- Exercicios respiração celular
 
Biofisica da circulação
Biofisica da circulaçãoBiofisica da circulação
Biofisica da circulação
 

Destaque (20)

Acuaporinas
AcuaporinasAcuaporinas
Acuaporinas
 
Acuaporinas
AcuaporinasAcuaporinas
Acuaporinas
 
Aquaporins
AquaporinsAquaporins
Aquaporins
 
Aquaporins
Aquaporins Aquaporins
Aquaporins
 
Aquaporins
AquaporinsAquaporins
Aquaporins
 
Acuaporinas1
Acuaporinas1Acuaporinas1
Acuaporinas1
 
B6 Movimentos Transmembranares 1
B6   Movimentos Transmembranares 1B6   Movimentos Transmembranares 1
B6 Movimentos Transmembranares 1
 
Aquaporines 1ra part
Aquaporines 1ra partAquaporines 1ra part
Aquaporines 1ra part
 
Transportes através das membranas
Transportes através das membranasTransportes através das membranas
Transportes através das membranas
 
La construcción de conceptos filosóficos en investigación educativa
La construcción de conceptos filosóficos en investigación educativaLa construcción de conceptos filosóficos en investigación educativa
La construcción de conceptos filosóficos en investigación educativa
 
Aquaporinas
AquaporinasAquaporinas
Aquaporinas
 
Tema 8 membrana plasmátiac
Tema 8   membrana plasmátiacTema 8   membrana plasmátiac
Tema 8 membrana plasmátiac
 
Aquaporins
AquaporinsAquaporins
Aquaporins
 
Scielo
ScieloScielo
Scielo
 
Acuaporinas
AcuaporinasAcuaporinas
Acuaporinas
 
Acuaporinas Agosto/2012
Acuaporinas Agosto/2012Acuaporinas Agosto/2012
Acuaporinas Agosto/2012
 
Transdução de sinais química
Transdução de sinais químicaTransdução de sinais química
Transdução de sinais química
 
PARADIGMAS-DE-LA-INVESTIGACION-EDUCATIVA
PARADIGMAS-DE-LA-INVESTIGACION-EDUCATIVAPARADIGMAS-DE-LA-INVESTIGACION-EDUCATIVA
PARADIGMAS-DE-LA-INVESTIGACION-EDUCATIVA
 
Membrana PlasmáTica
Membrana PlasmáTicaMembrana PlasmáTica
Membrana PlasmáTica
 
Biologia celular
Biologia celularBiologia celular
Biologia celular
 

Semelhante a Aquaporina - Proteína de transporte de água

Biofisica artigo membrana plasmática
Biofisica   artigo membrana plasmáticaBiofisica   artigo membrana plasmática
Biofisica artigo membrana plasmáticaMarcelo Silva
 
Apostila 1
Apostila 1Apostila 1
Apostila 1dcpalma
 
Apostila fisiologia vegetal
Apostila fisiologia vegetalApostila fisiologia vegetal
Apostila fisiologia vegetalRafael Soapprice
 
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo james
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo jamesLista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo james
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo jamesJames Martins
 
Aula sobre membrana plasmática humana e suas características
Aula sobre membrana plasmática humana e suas característicasAula sobre membrana plasmática humana e suas características
Aula sobre membrana plasmática humana e suas característicasJaniCleriaBezerra1
 
Ficha formativa biologia unidades 0 e 1 - resolução
Ficha formativa   biologia unidades 0 e 1 - resoluçãoFicha formativa   biologia unidades 0 e 1 - resolução
Ficha formativa biologia unidades 0 e 1 - resoluçãoRosa Sousa
 
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTRE
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTREPara 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTRE
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTREMayara Bonifácio Rosa
 
Exerc 1 s membranas e metabolismo energético_4bim
Exerc  1 s membranas e metabolismo energético_4bimExerc  1 s membranas e metabolismo energético_4bim
Exerc 1 s membranas e metabolismo energético_4bimMayara Bonifácio Rosa
 
Lista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasLista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasIonara Urrutia Moura
 
Lista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasLista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasCotucaAmbiental
 
Constituição celular
Constituição celularConstituição celular
Constituição celularNathalia Fuga
 
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bimIonara Urrutia Moura
 
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA Isaquel Silva
 

Semelhante a Aquaporina - Proteína de transporte de água (18)

Biofisica artigo membrana plasmática
Biofisica   artigo membrana plasmáticaBiofisica   artigo membrana plasmática
Biofisica artigo membrana plasmática
 
Apostila 1
Apostila 1Apostila 1
Apostila 1
 
Medicina extensivo---semana-11
Medicina extensivo---semana-11Medicina extensivo---semana-11
Medicina extensivo---semana-11
 
Apostila fisiologia vegetal
Apostila fisiologia vegetalApostila fisiologia vegetal
Apostila fisiologia vegetal
 
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo james
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo jamesLista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo james
Lista de exercícios com gabarito - Bio frente 1 - 2º bim - profo james
 
Aula sobre membrana plasmática humana e suas características
Aula sobre membrana plasmática humana e suas característicasAula sobre membrana plasmática humana e suas características
Aula sobre membrana plasmática humana e suas características
 
Ficha formativa biologia unidades 0 e 1 - resolução
Ficha formativa   biologia unidades 0 e 1 - resoluçãoFicha formativa   biologia unidades 0 e 1 - resolução
Ficha formativa biologia unidades 0 e 1 - resolução
 
Bio específica 2012
Bio específica 2012Bio específica 2012
Bio específica 2012
 
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTRE
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTREPara 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTRE
Para 1S_ EXERCÌCIOS PARA ESTUDAR PARA A PROVA DO QUARTO BIMESTRE
 
Exerc 1 s membranas e metabolismo energético_4bim
Exerc  1 s membranas e metabolismo energético_4bimExerc  1 s membranas e metabolismo energético_4bim
Exerc 1 s membranas e metabolismo energético_4bim
 
Lista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasLista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelas
 
Lista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelasLista sobre citoplasma e organelas
Lista sobre citoplasma e organelas
 
Constituição celular
Constituição celularConstituição celular
Constituição celular
 
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim
1S_Exerc . membranas e metabolismo energético_4bim
 
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA
VESTIBULAR UPE SSA 1 - PROVAS DO 2º DIA
 
Ssa 1º 2 dia
Ssa 1º 2 diaSsa 1º 2 dia
Ssa 1º 2 dia
 
SSA_2_dia
SSA_2_diaSSA_2_dia
SSA_2_dia
 
Membranas
 Membranas Membranas
Membranas
 

Mais de TBQ-RLORC

Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12
Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12
Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12TBQ-RLORC
 
Sonic Hedgehog
Sonic HedgehogSonic Hedgehog
Sonic HedgehogTBQ-RLORC
 
Quimotripsina
Quimotripsina Quimotripsina
Quimotripsina TBQ-RLORC
 
Insulina Recombinante A22G-B31R
Insulina Recombinante A22G-B31R Insulina Recombinante A22G-B31R
Insulina Recombinante A22G-B31R TBQ-RLORC
 
Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN TBQ-RLORC
 
Proteína LeIBP
Proteína LeIBP Proteína LeIBP
Proteína LeIBP TBQ-RLORC
 
Channelrhodopsin
Channelrhodopsin Channelrhodopsin
Channelrhodopsin TBQ-RLORC
 
Alanina-Aminotransferase
Alanina-Aminotransferase Alanina-Aminotransferase
Alanina-Aminotransferase TBQ-RLORC
 
Beta amilóide
Beta amilóideBeta amilóide
Beta amilóideTBQ-RLORC
 
Botulinum Neurotoxin Tipo A
 Botulinum Neurotoxin Tipo A  Botulinum Neurotoxin Tipo A
Botulinum Neurotoxin Tipo A TBQ-RLORC
 
Mioglobina dimérica do cavalo
Mioglobina dimérica do cavaloMioglobina dimérica do cavalo
Mioglobina dimérica do cavaloTBQ-RLORC
 
Porcine insulin
Porcine insulinPorcine insulin
Porcine insulinTBQ-RLORC
 
Circadian Clock Protein kaiA
Circadian Clock Protein kaiACircadian Clock Protein kaiA
Circadian Clock Protein kaiATBQ-RLORC
 

Mais de TBQ-RLORC (20)

Ubiquitina
UbiquitinaUbiquitina
Ubiquitina
 
Tubulina
TubulinaTubulina
Tubulina
 
Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12
Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12
Antifreeze Protein Type III Isoform HPLC 12
 
Sonic Hedgehog
Sonic HedgehogSonic Hedgehog
Sonic Hedgehog
 
Quimotripsina
Quimotripsina Quimotripsina
Quimotripsina
 
RuBisCO
 RuBisCO  RuBisCO
RuBisCO
 
Prolactina
ProlactinaProlactina
Prolactina
 
Insulina Recombinante A22G-B31R
Insulina Recombinante A22G-B31R Insulina Recombinante A22G-B31R
Insulina Recombinante A22G-B31R
 
Hirudina
HirudinaHirudina
Hirudina
 
Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN
 
Luciferase
Luciferase  Luciferase
Luciferase
 
Proteína LeIBP
Proteína LeIBP Proteína LeIBP
Proteína LeIBP
 
Channelrhodopsin
Channelrhodopsin Channelrhodopsin
Channelrhodopsin
 
Alanina-Aminotransferase
Alanina-Aminotransferase Alanina-Aminotransferase
Alanina-Aminotransferase
 
Beta amilóide
Beta amilóideBeta amilóide
Beta amilóide
 
Botulinum Neurotoxin Tipo A
 Botulinum Neurotoxin Tipo A  Botulinum Neurotoxin Tipo A
Botulinum Neurotoxin Tipo A
 
Colágeno
Colágeno Colágeno
Colágeno
 
Mioglobina dimérica do cavalo
Mioglobina dimérica do cavaloMioglobina dimérica do cavalo
Mioglobina dimérica do cavalo
 
Porcine insulin
Porcine insulinPorcine insulin
Porcine insulin
 
Circadian Clock Protein kaiA
Circadian Clock Protein kaiACircadian Clock Protein kaiA
Circadian Clock Protein kaiA
 

Aquaporina - Proteína de transporte de água

  • 1. Prof. Rodrigo L. O. R. Cunha Lucas Kuniyoshi 11089711 Marina Aparecida Cubi 11036811
  • 2. Quando foi dado o tema do trabalho, buscamos escolher uma proteína que tivesse funções essências para o organismo. Seguimos a linha de pensamento: o que é importante e insubstituível para o corpo humano? De diversas resposta escolhemos: a água. Assim, precisávamos escolher uma proteína relacionada com a água, resultando na Aquaporina, cuja a função discutiremos a seguir.
  • 3. Aquaporinas são canais de membrana de água que desempenham papéis críticos no controle dos teores de água das células. Esta proteína permite o aumento da eficiência dos sistemas catalíticos pela crescente compartimentalização e especialização dos mecanismo de seletividade, mas acima de tudo, permitem a superação das relações com o meio, a sobrevivência celular contra gradientes osmóticos. É encontrada em células eucariotas. Nos mamíferos, por exemplo, em vasos sanguíneos, no trato gastrointestinal, no plexo coróide, em glândulas sudoríparas, túbulos renais proximais, alça de Henle, orelhas e olhos.
  • 4. Antes de identificar a estrutura da aquaporina analisaremos o conjunto a qual ela está inserida: as porinas. Porinas são proteínas de grande peso molecular encontradas tipicamente em membranas externas de bactérias, como ilustrado na figura(1), sua função é permitir a passagem de água e alguns solutos hidrofílicos. A na figura(2) representa a forma trimérica da porina, ou seja, a composição por 3 subunidades idênticas, interagindo entre si. A porina é uma proteína formada por aminoácidos polares e apolares, demonstrado na figura(3a) – polares e figura(3b)- apolares. A região da proteína que faz contato com os lipídios é apolar. Observe também que o interior do poro é constituído de vários aminoácidos hidrofílicos, coerente com o fato que este poro serve para o transporte de água. (a) (b) Figura 1 – porina da Rhodobacter capsulatus Figura 2 – Estrutura da porina e suas sub-unidades Figura 3 – aminoácidos Polares e apolares
  • 5. Podemos analisar a estrutura secundária das porinas na figura(4). A direção das setas (do N para o C-terminal) indica que trata-se de folhas-beta pregueadas anti-paralelas. Tal estrutura é comumente observada em proteínas de membrana. Na realidade, é possível agrupar proteínas com base nas formas de organização da estrutura secundária (folds ou dobramentos). A conservação de um fold durante a evolução é uma indicação que tal forma de estruturação é bastante importante, biologicamente. Este fold provê a estruturação necessária à formação de um poro central. A forma mais estável para uma organização deste tipo de estrutura secundária é a formação de uma "bola", possibilitando que a proteína se organize de forma a penetrar a membrana. Assim, a função da porina é intimamente associada à sua estrutura: 1. formação do poro pelo fold de folhas-beta anti-paralelas 2. disposição dos aminoácidos hidrofóbicos/hidrofílicos, que possibilita a inserção desta na membrana. Figura 4– representação do esqueleto peptídico
  • 6. Aquaporinas são ligeiramente similares as porinas bacterianas. Como o nome sugere, as Aquaporinas têm a função de permitir a passagem de moléculas de água pela membrana, sem permitir a entrada de solutos. Como se pode imaginar, tais proteínas são de imensa importância para a manutenção do equilíbrio hídrico de certas células. Por exemplo, a pele de anfíbios como sapo são bastante permeáveis à água, graças à presença de aquaporinas. Tais proteínas são encontradas de bactéria a humanos. As aquaporinas são divididas em: • grupo I, AQP0, AQP1, AQP2, AQP4, AQP5, AQP6 e AQP8 permeáveis à água somente • grupo II, AQP3, AQP7 e AQP9 permeáveis a glicerol e ureia, além de água. Para estudar a aquaporina, selecionamos a AQP1 de Bos taurus, figura(5). Podemos observar a presença de 4 poros dispostos simetricamente, exibido na figura(6). Igual a porina, a aquaporina possui subunidades, cada uma constituindo um poro, figura(7). Também similarmente à porina de R. capsulata, a aquaporina é notavelmente hidrofóbica, possibilitando sua inserção na membrana lipídica, figura(8). Esta é a região de contato com a membrana. Note que as faces expostas à água, figura(6- amarelo)-extra e figura(6-laranja) - intracelular, são respectivamente, polar e apolar. Figura 5 – AQP1 – de Bos Taurus Figura 6 – AQP1 – Os 4 Poros Figura 7– AQP1 – Os 4 Figura 8 – AQP1 – Parte monômeros Hidrofóbica
  • 7. A conformação dos monômeros que constituem a proteína permite a formação de poros. O diâmetro da entrada desse canal é drasticamente reduzido, impondo um limite físico ao tamanho das moléculas que podem passar. As molécula de água do meio estão ligadas à outras moléculas de água mas como a entrada do canal é pequena, para passar pelo poro é necessário quebrar essas ligações. A quebra acontece porque no interior do canal existem aminoácidos polares que interagem mais fortemente com essas moléculas, quebrando a ligação água água e passando para dentro do canal apenas uma molécula de água. O canal é formado, em sua grande maioria, por aminoácidos hidrofóbicos, fazendo com que a água interaja pouco com as paredes, o que tornaria a passagem muito lenta. Além disso no centro do canal as moléculas de água passam por um filtro de seletividade que determina a passagem somente de água.
  • 8. Como visto nos slides anteriores, a Aquaporina 1 possui diversos mecanismos de filtragem de água, assim torna-se uma importante ferramenta de pesquisa para a solução de problemas em áreas diversas. Uma destas áreas é solucionar o problema de filtragem de água não potável, como por exemplo resíduos de processos industrias, águas salobras. • Ambiental :tratamento de águas poluídas. • Farmacêutico: desenvolvimento de fármacos para melhorar a hidratação de células. • Biológicos: Desenvolvimento de mecanismos de controle (para aquaporinas que não efetuam sua função como esperado, causando assim doenças) e reprodução (para organismos com escassez da proteína).
  • 9. AQUAPORIN. Join the revolution Now. Video: Aquaporin Cinematic Version & Aquaporin Academic Version. Disponível em: <http://www.aquaporin.dk/>. Data de acesso: 14/11/2012. • AQUAPORIN.ORG. The medical significance of water channels. Disponível em: <http://www.aquaporins.org/>. Data de acesso: 13/11/2012. • THEORETICAL AND COMPUTATIONAL BIOPHYSICS GROUPS. Structure, dynamics, and function of Aquaporins. Disponível em : <http://www.ks.uiuc.edu/Research/aquaporins/>. Data de acesso: 13/11/2012. • WIKIPEDIA, THE FREE ENCYCLOPEDIA. Aquaporin. Disponível em:<http://en.wikipedia.org/wiki/Aquaporin>. Data de acesso: 11/11/2012. • DERMEGE. Aquaporine Active AQP3. Disponível em: <http://www.dermage.com.br/dermage/paginas/Estudo-Aquaporine.pdf>. Data de acesso:11/11/2012. • INSTITUTO DE QUÍMICA DA USP. Estrutura e função: porina. Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/softwares/proteina/advanced/cap1/main1.html>. Data de acesso: 10/11/2012. • PROTEIN DATA BANK. A refined structure of human aquaporin 1. Disponível em: <http://www.rcsb.org/pdb/explore/explore.do?structureId=1H6I>. Data de acesso: 10/11/12.