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Cantigas de escarnio
índice
 Sua Origem
 Oque é uma cantiga de escárnio?
 Suas Características
 Alguns exemplos de cantigas
Sua origem
As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as
primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus
objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da
prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram
desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da
sociedade da época.
O que é uma cantiga de escárnio?
Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a
alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma
cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através
de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos
semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em
galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco
diferente do nosso português, como essa que temos hoje.
a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico-
portuguesa.
- portuguesa
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]
(Pero larouco)
Tradução:
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiura quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
Explicação:
Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo”
Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós;”
Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora
citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
Suas Características
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa
pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma
classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores
com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar
a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos
para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica
para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao
trovador ou da mesma classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos
trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta
deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e
gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
Alguns exemplos de cantigas
 1
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia! (…)
(João Garcia de Guilhade)
 2
A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro (...)
(Gregório de Matos e Guerra)

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Apresentação 2 ,1 por favor

  • 2. índice  Sua Origem  Oque é uma cantiga de escárnio?  Suas Características  Alguns exemplos de cantigas
  • 3. Sua origem As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da sociedade da época.
  • 4. O que é uma cantiga de escárnio? Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
  • 5. Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco diferente do nosso português, como essa que temos hoje. a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico- portuguesa. - portuguesa
  • 6. De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’[o] amor que vos ei: senhor, bem [moor] é vossa torpicidade de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade nom vos vence oje senom filha dum rei [Eu] nom vos amo nem me perderei, u vos nom vir, por vós de soidade[...] (Pero larouco)
  • 7. Tradução: Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós: senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo tanto na feiura quanto na maldade não vos vence hoje senão a filha de um rei Eu não vos amo nem me perderei de saudade por vós, quando não vos vir.
  • 8. Explicação: Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo” Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós;” Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
  • 9. Suas Características De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 10. De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 11. Alguns exemplos de cantigas  1 Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (…) (João Garcia de Guilhade)
  • 12.  2 A cada canto um grande conselheiro. que nos quer governar cabana, e vinha, não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um frequentado olheiro, que a vida do vizinho, e da vizinha pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, para a levar à Praça, e ao Terreiro (...) (Gregório de Matos e Guerra)