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Administração Participativa.

Autores:
Antônio Raimundo dos Santos
Fernando Flavio Pacheco
Heitor José Pereira
Paulo Bastos Junior

Diferente da administração japonesa, a administração participativa não tem uma origem
histórica definida, seu arcabouço conceitual é disperso (no tempo e no espaço) e são raras as
empresas que colocam em prática a filosofia participativa de gestão, daí a dificuldade de
identificar e analisar tais práticas.

Na realidade, ao se denominar "administração participativa" uma das linhas de pensamento
que constituem os novos modelos de gestão, a intenção não era colocá-lo ao mesmo nível dos
demais. Na realidade, a participação é muito mais um estilo de gestão do que um conjunto de
práticas e mecanismos de gestão. Neste sentido, a sua análise se voltou mais para as formas
como se operacionaliza o estilo participativo de gestão. Segundo MARANALDO (1989, p. 60),
“Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e
comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de
administrar os três recursos gerenciais (Capital, Informação e Recursos Humanos), obtendo,
através dessa participação, o total comprometimento com os resultados, medidos como
eficiência, eficácia e qualidade.”

Seguindo este conceito, antes de implantar um processo participativo numa empresa, é
necessário harmonizar três aspectos:

a) Seus sistemas (produção, comercialização, recursos humanos, administração e finanças,
entre outros): se há conflitos de estilos diferentes de gestão entre estes sistemas, é difícil
implantar a gestão participativa numa empresa;

b) Condições organizacionais: é preciso flexibilizar a estrutura organizacional, com menor
número de níveis hierárquicos e normas mais adaptáveis;
    
        c) Comportamentos gerenciais: certamente é o mais importante dos três, pois os
        gerentes serão os principais mobilizadores das pessoas para o processo participativo.

        A segunda parte do conceito aborda outro aspecto importante: indica os dois pilares
        que sustentam a gestão participativa, ou seja, a "participação de todos" e o
        "comprometimento total com os resultados". “Participação de todos” significa que, a
        princípio, nenhuma pessoa, em qualquer nível hierárquico, deve ser excluída do
        processo participativo. No entanto, isto implica num grande risco para a empresa; a
        gestão participativa pode transformar a empresa numa "assembléia geral permanente",
        ou seja, resvalar a participação para o "assembleismo" ou "democratismo". Daí, a
        importância do segundo pilar que vai sustentar a gestão participativa, analisado a
        seguir. “Comprometimento total com os resultados” garante que cada pessoa está
        consciente da sua responsabilidade individual com os resultados a serem perseguidos
        pela equipe ou pela empresa. Este comprometimento é uma das características mais
        importantes da administração participativa, pois disciplina a atuação individual de cada
        pessoa, evitando o risco de pender para o "assembleismo".

        Neste sentido, é imprescindível que a empresa, antes de implantar a gestão
        participativa, defina claramente os objetivos ou resultados a serem alcançados, entre
        os quais, melhoria da qualidade, maior produtividade, melhoria do clima de trabalho,
        enriquecimento das funções e flexibilidade na utilização de recursos.

Este título é um fragmento do texto chamado “Gestão do conhecimento” escrito pelos autores
acima e obtido do site: www.serpro.gov.br.
Os objetivos definidos para serem alcançados, através da administração participativa,
       vão definir o melhor formato organizacional para implantar o processo. Por exemplo, se
       o objetivo é melhorar a qualidade dos produtos e/ou serviços, a forma organizacional
       será Círculos de Controle de Qualidade ou, mais modernamente, Times de Qualidade
       ou Grupos de Melhoria Contínua; se o objetivo é melhorar o clima de trabalho,
       certamente o melhor formato será de célula de produção ou grupo semi-autônomo.

       Para implantar a gestão participativa, algumas condições devem ser obedecidas:


    Quanto ao uso do poder:
       a) deve-se ter consciência prévia de que haverá perda parcial do poder nos níveis
       superiores. Assim, os dirigentes delegam para os gerentes algumas atividades e
       decisões que antes se concentravam neles; idem dos gerentes para a equipe, de forma
       que há uma diluição do poder na empresa, envolvendo mais intensamente os
       colaboradores, o que viabiliza a redução de níveis hierárquicos e possibilita a maior
       horizontalização da empresa;
       b) deve-se delegar efetivamente a autoridade à equipe para tomar decisões: a
       responsabilidade formal permanece com quem delegou;
       c) deve-se negociar as decisões a serem delegadas por área de competência, ou seja,
       a equipe ou as pessoas que receberam delegação de autoridade devem agir dentro de
       uma área limitada de competência, para evitar "invasão" sobre outras áreas;
       d) deve haver uma predisposição para autonomizar gradualmente os grupos: gestão
       participativa não se implanta com a delegação imediata de 100% de uma decisão:
       sempre é possível graduar. Por exemplo, se a delegação para a equipe é de
       gerenciamento dos recursos de treinamento, inicialmente deve-se estabelecer um
       percentual dos recursos a serem gerenciados; com a avaliação do processo, caso os
       resultados sejam atingidos, aquele percentual poderá gradualmente ir aumentando, até
       o limite máximo possível ou até o nível adequado ao tipo de decisão.

       b) antes de implantar a gestão participativa, os dirigentes, gerentes e colaboradores
       devem estar conscientes de que o processo é irreversível, ou seja, não tem retorno;
       caso contrário, poderá provocar grandes frustrações aos empregados, que
       desacreditarão por muito tempo em qualquer esforço participativo.
       Uma vez implantada a gestão participativa, um dos resultados que provavelmente a
       empresa conseguirá será a mudança na sua relação com os empregados: de uma
       relação empregatícia, passará a ser uma relação de parceria.




Este título é um fragmento do texto chamado “Gestão do conhecimento” escrito pelos autores
acima e obtido do site: www.serpro.gov.br.

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  • 1. Administração Participativa. Autores: Antônio Raimundo dos Santos Fernando Flavio Pacheco Heitor José Pereira Paulo Bastos Junior Diferente da administração japonesa, a administração participativa não tem uma origem histórica definida, seu arcabouço conceitual é disperso (no tempo e no espaço) e são raras as empresas que colocam em prática a filosofia participativa de gestão, daí a dificuldade de identificar e analisar tais práticas. Na realidade, ao se denominar "administração participativa" uma das linhas de pensamento que constituem os novos modelos de gestão, a intenção não era colocá-lo ao mesmo nível dos demais. Na realidade, a participação é muito mais um estilo de gestão do que um conjunto de práticas e mecanismos de gestão. Neste sentido, a sua análise se voltou mais para as formas como se operacionaliza o estilo participativo de gestão. Segundo MARANALDO (1989, p. 60), “Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar os três recursos gerenciais (Capital, Informação e Recursos Humanos), obtendo, através dessa participação, o total comprometimento com os resultados, medidos como eficiência, eficácia e qualidade.” Seguindo este conceito, antes de implantar um processo participativo numa empresa, é necessário harmonizar três aspectos: a) Seus sistemas (produção, comercialização, recursos humanos, administração e finanças, entre outros): se há conflitos de estilos diferentes de gestão entre estes sistemas, é difícil implantar a gestão participativa numa empresa; b) Condições organizacionais: é preciso flexibilizar a estrutura organizacional, com menor número de níveis hierárquicos e normas mais adaptáveis;  c) Comportamentos gerenciais: certamente é o mais importante dos três, pois os gerentes serão os principais mobilizadores das pessoas para o processo participativo. A segunda parte do conceito aborda outro aspecto importante: indica os dois pilares que sustentam a gestão participativa, ou seja, a "participação de todos" e o "comprometimento total com os resultados". “Participação de todos” significa que, a princípio, nenhuma pessoa, em qualquer nível hierárquico, deve ser excluída do processo participativo. No entanto, isto implica num grande risco para a empresa; a gestão participativa pode transformar a empresa numa "assembléia geral permanente", ou seja, resvalar a participação para o "assembleismo" ou "democratismo". Daí, a importância do segundo pilar que vai sustentar a gestão participativa, analisado a seguir. “Comprometimento total com os resultados” garante que cada pessoa está consciente da sua responsabilidade individual com os resultados a serem perseguidos pela equipe ou pela empresa. Este comprometimento é uma das características mais importantes da administração participativa, pois disciplina a atuação individual de cada pessoa, evitando o risco de pender para o "assembleismo". Neste sentido, é imprescindível que a empresa, antes de implantar a gestão participativa, defina claramente os objetivos ou resultados a serem alcançados, entre os quais, melhoria da qualidade, maior produtividade, melhoria do clima de trabalho, enriquecimento das funções e flexibilidade na utilização de recursos. Este título é um fragmento do texto chamado “Gestão do conhecimento” escrito pelos autores acima e obtido do site: www.serpro.gov.br.
  • 2. Os objetivos definidos para serem alcançados, através da administração participativa, vão definir o melhor formato organizacional para implantar o processo. Por exemplo, se o objetivo é melhorar a qualidade dos produtos e/ou serviços, a forma organizacional será Círculos de Controle de Qualidade ou, mais modernamente, Times de Qualidade ou Grupos de Melhoria Contínua; se o objetivo é melhorar o clima de trabalho, certamente o melhor formato será de célula de produção ou grupo semi-autônomo. Para implantar a gestão participativa, algumas condições devem ser obedecidas:  Quanto ao uso do poder: a) deve-se ter consciência prévia de que haverá perda parcial do poder nos níveis superiores. Assim, os dirigentes delegam para os gerentes algumas atividades e decisões que antes se concentravam neles; idem dos gerentes para a equipe, de forma que há uma diluição do poder na empresa, envolvendo mais intensamente os colaboradores, o que viabiliza a redução de níveis hierárquicos e possibilita a maior horizontalização da empresa; b) deve-se delegar efetivamente a autoridade à equipe para tomar decisões: a responsabilidade formal permanece com quem delegou; c) deve-se negociar as decisões a serem delegadas por área de competência, ou seja, a equipe ou as pessoas que receberam delegação de autoridade devem agir dentro de uma área limitada de competência, para evitar "invasão" sobre outras áreas; d) deve haver uma predisposição para autonomizar gradualmente os grupos: gestão participativa não se implanta com a delegação imediata de 100% de uma decisão: sempre é possível graduar. Por exemplo, se a delegação para a equipe é de gerenciamento dos recursos de treinamento, inicialmente deve-se estabelecer um percentual dos recursos a serem gerenciados; com a avaliação do processo, caso os resultados sejam atingidos, aquele percentual poderá gradualmente ir aumentando, até o limite máximo possível ou até o nível adequado ao tipo de decisão. b) antes de implantar a gestão participativa, os dirigentes, gerentes e colaboradores devem estar conscientes de que o processo é irreversível, ou seja, não tem retorno; caso contrário, poderá provocar grandes frustrações aos empregados, que desacreditarão por muito tempo em qualquer esforço participativo. Uma vez implantada a gestão participativa, um dos resultados que provavelmente a empresa conseguirá será a mudança na sua relação com os empregados: de uma relação empregatícia, passará a ser uma relação de parceria. Este título é um fragmento do texto chamado “Gestão do conhecimento” escrito pelos autores acima e obtido do site: www.serpro.gov.br.