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A Repartição dos
               Pães
                                            De : Clarice Lispector




Escola: Orlando Bitar

Alunos : Izan Motta       Sala: 17   Matéria: Português   Professora: Kátia Tavares

        Amanda Quadros

        Eduardo Barros

        Michael Pimenta

        Gabriel Melo
Introdução: Clarice é de longe a melhor escritora que já existiu!
Ao mesmo tempo em que ousava desvelar as profundezas de sua alma em
seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente
íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que
jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no
Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos
confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato
bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os
verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente
protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia
com espanto ser um mistério para si mesmo, continuará sendo um mistério
para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos
possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade.

    A Repartição dos pães, Narra a história de um almoço de sábado, tão sem
graça como todos os sábados. Ninguém quer estar ali. Mas não é justo com a
anfitriã: sempre alegre como se estivesse recebendo pessoas importantes.
Sem aceite, são chamados à mesa. E a mesa, impressionante, com muita
abundância. Ela come, sem piedade, pensando em Deus. Só a dona da casa
não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no
entanto, cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer
que se quer mais e mais? Não se impacientava sequer com o grupo
heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como pela
hora do primeiro trem partir, qualquer trem – menos ficar naquela estação
vazia, menos ter que refrear o cavalo que correria de coração batendo para
outros, outros cavalos. Os convidados para um almoço de sábado
compareceram à casa da anfitriã. Todos vieram por obrigação. Ficaram
constrangidos e incomunicáveis antes de serem convidados para a sala do
almoço, considerando a anfitriã uma ingênua, por tirar cada um da sua maneira
própria de viver o sábado. Quando, porém, os convidados entraram na sala do
almoço, surpreenderam-se com o requinte da refeição: uma quantidade
excessiva de legumes e frutas, leite, vinho! Todos comeram em nome de nada,
era hora de comer e, à medida que comiam, veio a fome
       Estabeleceu-se uma cordialidade rude: ninguém falou de ninguém
porque ninguém falou bem de ninguém. A comida dizia: come, come e reparte.
Assim se expressa a narradora: "Comi sem ternura, comi sem a paixão da
piedade. E sem me oferecer à esperança. Comi sem saudade nenhuma." E
termina: "Nós somos fortes e comemos. Pão é amor entre estranhos." Uma
Esperança: Uma esperança – um inseto que se chama esperança – pousou
na parede da casa da narradora. Ela e os filhos ficaram observando a
esperança andar, sem voar ("Ela esqueceu que pode voar, mamãe.") Uma
aranha saiu de trás do quadro e avançou em direção à esperança. Embora "dê
azar" matar aranha, ela foi morta por um dos filhos. A narradora se espanta de
não ter pego a esperança, ela que gosta de pegar nas coisas. Lembrou-se de
certa vez que uma esperança pousou no seu braço. "Em verdade nada fiz.
Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois
não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada".

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A repartição dos pães

  • 1. A Repartição dos Pães De : Clarice Lispector Escola: Orlando Bitar Alunos : Izan Motta Sala: 17 Matéria: Português Professora: Kátia Tavares Amanda Quadros Eduardo Barros Michael Pimenta Gabriel Melo
  • 2. Introdução: Clarice é de longe a melhor escritora que já existiu! Ao mesmo tempo em que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesmo, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade. A Repartição dos pães, Narra a história de um almoço de sábado, tão sem graça como todos os sábados. Ninguém quer estar ali. Mas não é justo com a anfitriã: sempre alegre como se estivesse recebendo pessoas importantes. Sem aceite, são chamados à mesa. E a mesa, impressionante, com muita abundância. Ela come, sem piedade, pensando em Deus. Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto, cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem – menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos. Os convidados para um almoço de sábado compareceram à casa da anfitriã. Todos vieram por obrigação. Ficaram constrangidos e incomunicáveis antes de serem convidados para a sala do almoço, considerando a anfitriã uma ingênua, por tirar cada um da sua maneira própria de viver o sábado. Quando, porém, os convidados entraram na sala do almoço, surpreenderam-se com o requinte da refeição: uma quantidade excessiva de legumes e frutas, leite, vinho! Todos comeram em nome de nada, era hora de comer e, à medida que comiam, veio a fome Estabeleceu-se uma cordialidade rude: ninguém falou de ninguém porque ninguém falou bem de ninguém. A comida dizia: come, come e reparte. Assim se expressa a narradora: "Comi sem ternura, comi sem a paixão da piedade. E sem me oferecer à esperança. Comi sem saudade nenhuma." E termina: "Nós somos fortes e comemos. Pão é amor entre estranhos." Uma Esperança: Uma esperança – um inseto que se chama esperança – pousou na parede da casa da narradora. Ela e os filhos ficaram observando a esperança andar, sem voar ("Ela esqueceu que pode voar, mamãe.") Uma aranha saiu de trás do quadro e avançou em direção à esperança. Embora "dê
  • 3. azar" matar aranha, ela foi morta por um dos filhos. A narradora se espanta de não ter pego a esperança, ela que gosta de pegar nas coisas. Lembrou-se de certa vez que uma esperança pousou no seu braço. "Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada".