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A IMPORTÂNCIA DO INDICADOR DE OEE PARA
IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE MELHORIA NA
EFICIÊNCIA EM UM TORNO VERTICAL: UM ESTUDO DE
CASO
Franklin Arisson Rodrigues dos Santos
franklinig@yahoo.com.br
João Augusto Candido Marcelo
guto13134@hotmail.com
Mateus Marinho Da Silva
mateus.marinhodasilva@yahoo.com.br
Este artigo trata-se de um estudo de caso sobre a Eficiência Global do
Equipamento (OEE) em um torno vertical de uma empresa fabricante
de peças de reposição. A partir disto, objetiva-se verificar a condição
atual do equipamento em relação ao índice de classe mundial de
manufatura e, sobretudo, identificar possibilidades de melhorias
através dos resultados obtidos, ou seja, pretende-se analisar os
resultados de disponibilidade, performance e qualidade, a fim de
conhecer as principais causas que impactam na Eficiência Global do
Equipamento e, por conseguinte, propor sugestões para que o
equipamento seja utilizado de forma mais eficiente. Os índices para
calcular o (OEE) do torno foram coletadas através de planilhas
eletrônicas e gráficos, sendo assim, foi possível obter os resultados de
disponibilidade, performance e qualidade em um período de três
meses, resultando em um índice final.
Palavras-chaves: Eficiência; OEE; Torno Vertical.
2
1. Introdução
O cenário das empresas está cada vez mais acirrado e os fatores como custo, qualidade
e prazo são importantes para a competividade das empresas, pois, a falta de eficiência no
ambiente produtivo pode acarretar a perda de clientes e levá-los a buscarem em seus
concorrentes a solução para atenderem as suas necessidades.
Para isso, o gerenciamento dos recursos instalados é primordial para analisar o quanto
capaz está à empresa e permite conhecer pontos que possam ser melhorados, possibilitando
serem tomadas decisões para corrigirem as principais situações que afetam negativamente a
eficiência das organizações.
Uma ferramenta que proporciona analisar como estão os resultados das empresas e
quanto elas estão deixando de ganhar por não utilizarem os seus equipamentos em sua
capacidade máxima é o indicador de Eficiência Global do Equipamento – OEE que se origina
do inglês (Overall Equipment Effectiveness).
Este indicador baseia-se no cálculo dos índices de disponibilidade, desempenho e
qualidade. A disponibilidade são as horas planejadas de operação dos equipamentos em um
determinado período, enquanto que, a performance verifica-se o ritmo produtivo deste mesmo
equipamento, e, por fim, a qualidade que analisa a quantidade de produtos conforme e não
conformes que foram produzidos.
Entretanto, este trabalho visa aplicar o cálculo de OEE em um torno vertical de uma
empresa fabricante de peças de reposição, possibilitando comparar a margem percentual em
relação à classe mundial de manufatura e verificar a real condição deste equipamento, e,
propor melhorias a partir do resultado obtido através do cálculo.
2. Revisão Literária
2.1 Manutenção Produtiva Total
As empresas de classe mundial de manufatura vêm promovendo melhorias
significativas nos quesitos de qualidade e eficiência em seus meios de produção, gerando
maior lucratividade, e isso, devido a implementação da metodologia da Manutenção
Produtiva Total – MPT, também conhecida como Total Productive Maintenance -TPM
(TAKAHASHI, OSADA, 2013).
A manutenção produtiva total auxilia no desenvolvimento e aumento do desempenho
de uma empresa, por meio da maximização da eficiência dos equipamentos utilizados para a
manufatura dos bens produzidos na organização.
Para Xenos (2014) a manutenção produtiva pode ser compreendida como o melhor
aproveitamento dos procedimentos de manutenção, a fim de tornar os fatores da produção
3
melhores, garantindo a falha e quebra zero nas máquinas, ou seja, propor condições para
aumentar o rendimento global e produtividade dos equipamentos com custo menores.
Para isso, a manutenção produtiva total utiliza-se do OEE como indicador para medir a
situação da organização, essas métricas possibilitam enxergar de forma mais clara como estão
os resultados relacionados à eficiência dos setores produtivos.
Para as empresas de classe mundial de manufatura são considerados valores mínimos
de 85% da eficiência global do equipamento como um índice bom, entretanto, em empresas
que não consideram este indicador importante, a taxa de eficiência destes equipamentos estão
entre 50% e 70%, isto, dependendo dos períodos de trocas de produtos e tempos de
preparação (TAKAHASHI, OSADA, 2013).
Portanto, quando as empresas não atingem o valor mínimo de 85%, podemos constatar
que a eficiência global do equipamento é baixa, pois, seus resultados produtivos estão abaixo
do esperado pela classe mundial de manufatura.
De acordo com Slack et al. (2002) o OEE determina a eficácia dos equipamentos
dentro das operações produtivas, sendo capaz de analisar o tempo que os equipamentos ficam
disponíveis para produzir, em que ritmo se está produzindo e como está a qualidade dos
produtos produzidos.
2.1.1 Eficiência Global do Equipamento – OEE
A eficiência global dos equipamentos é obtida através de três índices, disponibilidade,
performance e qualidade, sendo que o resultado do produto final destes índices permite
enxergar as oportunidades de melhorias inerentes às perdas ocorridas nos equipamentos.
De acordo com Slack et al. (2002) para o equipamento operar de forma eficaz, é
preciso alcançar altos níveis de desempenho nos três índices apresentados:
 Disponibilidade, que representa o tempo disponível para operação do equipamento;
 Performance, que representa a velocidade ou seu tempo de ciclo;
 Qualidade, que indica a quantidade de produtos bons produzidos;
Todavia, o OEE é um indicador que proporciona analisar a eficiência do processo,
sendo a disponibilidade, (tempo real de operação versus tempo programado de operação),
multiplicado pelo índice de performance, (taxa de velocidade real versus taxa de velocidade
teórica), multiplicado pela qualidade (produtos bons versus total de produtos produzidos)
(COIMBRA et al., 2014 apud HANSEN, 2006).
De acordo com Corrêa e Corrêa (2011) o OEE é calculado pela expressão abaixo I:
(I) OEE= ID% x IP% x IQ%
Onde:
4
ID= Índice de Disponibilidade: Nesse índice são apontadas as paradas do equipamento
ocasionadas por falhas, preparações ou necessidade de ajustes no equipamento, etc. O índice
de disponibilidade é obtido através dos fatores abaixo II:
(II) Tempo de produção planejado – Tempo das paradas não planejadas x 100%
Tempo de produção planejado
IP= Índice de Performance: O índice de performance analisa as perdas de ritmo ocasionas por
dificuldades nos recursos, como reduções de velocidade, aumento nos tempos de ciclo
inerentes as operações, pequenas paradas, etc. Este índice é obtido pelos seguintes fatores III:
(III) Tempo de ciclo unitário x Quantidade de produtos processados x 100%
Tempo de produção
IQ= Índice de Qualidade: Neste índice são quantificados os produtos que serão necessários
retrabalhar ou refugar os mesmos. O índice é fornecido pelos fatores abaixo IV:
(IV) Quantidade de produtos produzidos – Quantidade de produtos refugados x 100%
Quantidade de produtos produzidos
A classe mundial de manufatura considera como ideal o indicador de disponibilidade
com valor maior ou igual a 90%, o indicador de performance como sendo igual ou maior que
95% e o indicador de qualidade no padrão igual ou maior que 99,9%. Assim, quando
multiplicados esses indicadores, obtém-se um OEE de 85% que é estimado como padrão de
classe mundial de manufatura.
A partir da obtenção do indicador final de OEE, pode-se identificar a situação atual da
empresa, possibilitando verificar pontos de oportunidades de melhorias, e, principalmente
utilizá-lo como um indicador para tomadas de decisões mais eficazes, ou seja, alcançar um
melhor gerenciamento dos equipamentos utilizados para a produção.
3. Objetivo
O objetivo deste trabalho é utilizar o indicador de OEE como ferramenta para analisar
a situação atual de um torno vertical em uma empresa fabricante de peças de reposição que
compõem os equipamentos para britagem e moagem de minérios, situada no interior de São
Paulo. A partir disto, espera-se melhorar a produtividade e desempenho do equipamento, ou
seja, pretende-se aumentar os resultados e reduzir os custos de operação, entre outras
características, como comprovar a importância deste indicador para que as informações sejam
confiáveis e que o equipamento seja utilizado de forma eficiente.
4. Estruturação do estudo
5
Trata-se de uma análise de um ou mais objetivos atuais, para que permita o seu amplo
e detalhado conhecimento, com o intuito de esclarecer o motivo pela qual uma decisão ou
conjunto de decisões foram implantadas e com quais resultados alcançados (YIN, 2001).
O mesmo autor identifica algumas etapas que devem ser seguidas para a elaboração e
uma boa execução do estudo de caso, dentre elas: definir claramente o problema, estruturar o
formato de coleta de dados, determinar a abrangência dos elementos e definir os instrumentos
para a coleta de dados.
Desta forma, para o levantamento de dados foram utilizados documentos e relatórios
do setor coletados através de informações em planilhas e gráficos eletrônicos fornecidos pela
empresa, compreendidos no período de 01/02/2016 à 30/04/2016.
Após a coleta, realizou-se uma análise dos dados, a fim de verificar o estado atual do
equipamento e por fim, apresentar propostas e conclusões através dos dados obtidos pelo
cálculo de Eficiência Global do Equipamento.
5. Estudo de caso
O estudo de caso foi concentrado em um torno vertical que é operado em regime de
três turnos de trabalho. O Período em estudo foi de 01/02/2016 à 30/04/2016.
O Torno vertical está aproximadamente cinco anos em operação na empresa, e neste
período sempre foram aplicados meios de controle para verificar o desempenho da máquina
mensalmente. Atualmente, estes meios de controle são feitos por planilhas e gráficos
eletrônicos, sendo realizados através dos dados obtidos pelo apontamento dos operadores
diariamente.
A partir disto, verificou-se a possibilidade de analisar mais detalhadamente esses
dados e obter mais informações sobre a situação geral do equipamento, ou seja, qual a
frequência de operação, qual a velocidade produtiva e se existem condições no equipamento
que comprometem a qualidade do produto produzido.
Assim, decidiu-se aplicar o indicador de OEE para verificar a eficiência global deste
equipamento e identificar a situação atual nos índices de disponibilidade, performance e
qualidade, permitindo observar as causas impactantes e oportunidades de melhorias no Torno
vertical.
5.1 Cenário Atual
Primeiramente foi calculado o índice de disponibilidade do equipamento, onde que no
período analisado foram totalizados 1768 horas programadas previamente disponíveis, e,
deste total houve os descontos de horas paradas planejadas, sendo atribuídas aos horários de
6
almoço e dialogo diário de segurança - DDS e de horas paradas não planejadas, tais como,
paradas diversas.
O resultado final de horas aproveitadas foi de 84,17% como pode-se observar na
tabela 1 abaixo:
TABELA 1 – Cálculo de Disponibilidade no período de 01/02/2016 à 30/04/2016
Tempo Programado (horas) 1768 Descontos (horas)
Almoço 221
DDS 33,15
Tempo disponível para produção (horas) 1513,85
Paradas diversas 239,69
Total Disponível 1274,16
Disponibilidade 84,17%
Fonte: Autor
As principais causas que impactaram significativamente na disponibilidade são as
paradas diversas, onde os principais tipos de perdas são: Aguardando Munck; Reuniões não
programadas; Manutenção Corretiva; Ausência de Funcionário e Preparação de castanhas
(setup).
A partir deste resultado, notou-se que há um valor expressivo de 239,69 horas de
paradas não planejadas no equipamento, ocasionado uma perda do índice de disponibilidade
de 15,83%, no entanto, enxerga-se oportunidade de melhoria neste índice que será abortado
mais adiante no artigo.
O segundo índice calculado foi à performance do equipamento, sendo levados em
consideração os fatores que prejudicam o ritmo produtivo do equipamento, como: Retirada de
resíduos de processo (cavaco); Paradas de retrabalhos diversos e Ineficiência.
O resultado final no período analisado do índice de performance pode ser observado
conforme a tabela 2.
TABELA 2- Cálculo de performance no período analisado.
Tempo Disponível (horas) 1274,16 Descontos (horas)
Retirada de resíduos do processo 68,74
Paradas de retrabalhos diversos 33,15
Ineficiência 15,02
Total Disponível 1133,99
Performance 89,00%
Fonte: Autor
A performance atingiu o valor de 89,00%, os principais fatores que prejudicaram a
performance foram à retirada de resíduos de processo com a perda de 68,74 horas, ou seja, o
cavaco gerado através do processo de remoção de material da peça produzida, em seguida, as
paradas por retrabalhos diversos com perda de 56,41 horas, que são pequenas paradas no
7
equipamento, onde são efetuados pequenos retrabalhos devido problemas oriundos de
processos anteriores, mas que impactam na performance do torno.
E por fim, a Ineficiência, está necessitou de uma análise mais detalhada, pois, o
resultado para o período foi de 15,02 horas, ou seja, a diferença entre as horas planejadas para
a manufatura dos produtos e a quantidade de horas apontadas para a finalização dos mesmos.
Assim, a ineficiência causou no período um impacto pequeno no OEE, porém, notou-
se que a ineficiência não pode ser obtida com precisão, devido uma falta de repetibilidade no
processo, isso, atribuído a grande variação dos tempos de conclusão para o mesmo produto,
iremos analisar esse problema detalhadamente mais adiante.
O índice de qualidade foi calculado através do total de peças produzidas, sendo
considerada a quantidade de peças boas e se houve algum tipo de retrabalho ou refugo deste
total de peças.
Observou-se que o índice de qualidade obteve o valor máximo de 100%, pois no
período não ocorreu nenhuma não conformidade nas peças. A seguir o cálculo final do índice
de qualidade, conforme tabela 3.
TABELA 3- Cálculo do índice de Qualidade
Peças Produzidas 123
Peças boas 123
Qualidade 100%
Fonte: Autor
A partir da conclusão dos três índices, pode-se calcular o OEE para o período
analisado através da multiplicação dos resultados finais da disponibilidade, performance e
qualidade. O resultado pode ser observado conforme o gráfico 1.
GRÁFICO 1- Resultado final do Índice de OEE. Fonte: Autor
O indicador de OEE para o equipamento analisado teve o resultado de 74,91%, ou
seja, existe a oportunidade de melhoria de 25, 09 %, pois este valor é a diferença entre 100% e
o resultado final obtido de 74,91%.
8
Analisando o gráfico 1, percebe-se que o índice de disponibilidade é aquele com
menor valor, sendo o índice que interferiu com maior impacto no resultado final e a
performance o segundo índice a prejudicar o indicador de OEE.
Desta forma, o índice de disponibilidade e performance serão analisados com maior
detalhe, a fim de verificar as causas que interferem no índice de eficiência global do
equipamento – OEE.
5.2 Análise dos fatores que interferiram no OEE
Vimos anteriormente que o OEE não atingiu um valor satisfatório, pois o valor de 74,
91% está abaixo de 85% que é o valor considerado bom para a classe mundial de manufatura,
porém, uma análise das principais causas que interferiram no OEE deve ser feita.
As paradas diversas, a retirada de resíduos no processo (cavaco) e os retrabalhos diversos são
os principais fatores a serem estudados, mas para tal estudo, estes índices foram
desmembrados, e as causas dessas paradas puderam ser analisadas separadamente, o gráfico 2
abaixo mostra com clareza todos os itens que interferiram na Disponibilidade e na
Performance.
GRÁFICO 2 – Fatores que interferem na Disponibilidade e Performance. Fonte: Autor
Dentro do item paradas diversas foram observados que os fatores aguardando munck,
reuniões não planejadas e manutenção corretiva são as causas que mais impactam na
disponibilidade.
Para o fator aguardando Munck, foi constatado que o equipamento é reabastecido
através de um caminhão Munck e esse recurso é terceirizado pela empresa e fica disponível 6
dias na semana no período das 7:00 às 17:00 da tarde, pois além desse horário a empresa
precisa pagar um valor extra para a empresa terceirizada, para evitar esse pagamento, opta-se
por deixar a máquina parada até o início da jornada seguinte do caminhão Munck no dia
seguinte.
9
Analisados esses fatos, observou-se que o equipamento ficou parado por 168,40 horas
devido à falta de reabastecimento, ou seja, algumas peças foram concluídas, porém o torno
não pode ser reabastecido, isso, porque estas peças acabaram além do horário de permanência
do caminhão munck, ocasionando uma parada não planejada do equipamento.
A segunda situação são as reuniões não planejadas que ocasionou a parada do torno
por 32,37 horas, sendo atribuídas as paradas no turno de trabalho a fim de informar as
situações do setor nos quesitos de segurança e produtividade e, por fim, a manutenção
corretiva que acarretou uma parada de 25, 38 horas no equipamento, juntas essas três
principais causas foram responsáveis por uma perda de 14,93% na disponibilidade do
equipamento.
No índice de performance foram encontrados três fatores que prejudicam o OEE, entre
elas e de forma decrescente estão a retirada de resíduos (cavacos), retrabalhos diversos e
ineficiência.
Para a retirada de resíduos notou-se que está atividade ocupa a segunda posição no
gráfico 2 e é realizada toda vez que se conclui uma peça, sendo feita com o torno parado e de
forma manual pelo operador. Esta não é uma parada para limpeza feita dentro de um
programa de Manutenção Produtiva Total - TPM e realizada no final do turno, além disso,
essa limpeza não é prevista pelo planejamento de produção, portanto, impactando na
performance do equipamento.
O item Retrabalhos Diversos que interferem no OEE foram desmembrados no gráfico
3.
GRÁFICO 3- Motivo de retrabalhos diversos. Fonte: Autor
As horas destes itens individualmente não indicariam um impacto significativo no
OEE, porém esses retrabalhos são originados de processos anteriores, e devem ser colocados
10
em questão de uma forma conjunta, pois demonstram que os processos anteriores estão
tomando tempo de trabalho do torno, e consequentemente causando perda na performance do
equipamento analisado.
A ineficiência foi extraída do cálculo da moda dos tempos de produção das peças, isto
porque no apontamento oficial não há valores programados confiáveis, ou seja, podem-se
observar grandes diferenças entre o tempo real utilizado para se produzir e o tempo
programado, indicando uma necessidade de aferição dos tempos de produção, em
contrapartida, verificou-se uma instabilidade na produção de uma mesma peça, com enormes
variações no tempo de usinagem, impedindo uma tomada de decisão sobre o tempo ideal de
cada peça sem uma análise mais aprofundada. O gráfico 4 mostra a variação nos tempos
individuais de cada peça, denotando uma necessidade de um estudo a parte para verificar a
causa das variações de tempo de produção de um mesmo produto.
GRÁFICO 4 – Variação no tempo de produção. Fonte: Autor
Podemos observar no gráfico 4 que uma mesma peça tem uma variação nos tempos de
produção, por exemplo, a peça denominado PRODUTO T, foi usinada com uma variação
enorme de tempo, algumas peças com esse código foram usinadas em 4,84 horas, e outras em
15,41 horas, sendo produzidas um total de 32 peças, todas com tempos variando dentro desta
faixa. Portanto, deve-se efetuar um estudo para averiguar o que está ocorrendo no
processamento desta e de outras peças com variações semelhantes.
6. Conclusões do estudo e sugestões de melhorias.
Analisando as causas que impactam significativamente no OEE, o presente trabalho
focou-se nas cinco principais que prejudicam o indicador, dentre elas estão aguardando
11
munck, retirada de resíduos (cavaco), retrabalhos diversos, reuniões não planejadas e
manutenções corretivas.
6.1 Aguardando Munck
Conforme foi descrito, o equipamento tem sua disponibilidade reduzida ao aguardar o
início do turno do caminhão Munck para evitar o pagamento extra, devido a necessidade da
troca da peça fora do horário contratado.
Para ações de imediato, viabiliza-se a flexibilização nas trocas de peças, ou seja,
ajustar a programação de peças, onde que o equipamento seja reabastecido antes do final do
turno do caminhão munck.
Porém o tempo de máquina parada é um valor tão significativo que pode justificar uma
mudança de contrato com a prestadora de serviço, a aquisição de um Munck, a aquisição de
um pórtico ou a aquisição de uma ponte rolante para a troca da peça em qualquer horário.
É necessário um estudo que leve em consideração o preço de cada uma dessas
alternativas sugeridas e o retorno que a companhia teria inserindo na produção todas as horas
perdidas na espera do Munck, caso as horas ganhas na produção justifiquem uma das opções
citadas, deve-se imediatamente iniciar um processo de implantação da sugestão adotada para
que o equipamento não sofra tão grande redução em sua disponibilidade.
6.2 Retirada de Resíduos (cavaco)
A retirada de cavacos deve ser feita a cada troca de peça ocasionando pequenas
paradas no torno, e não é um trabalho fácil para o operador, pois é realizada manualmente
com o auxílio de pás e um carrinho de mão, assim, notou-se a necessidade de analisá-la para
melhor compreensão.
Destaca-se que está atividade não agrega valor, porém a mesma é necessária para a
continuidade das atividades posteriores no equipamento.
Desta forma, observa-se a possibilidade de instalação de um sistema de retirada
automática de cavacos durante a usinagem, que pode ser uma solução para otimizar esse
tempo, melhorando ainda mais o OEE.
6.3 Retrabalhos Diversos
Tendo suas origens em processos anteriores, os retrabalhos que são executados no
torno prejudicam a performance, pois o equipamento não está atuando na função principal
para a qual foi adquirido, e por outro lado, sua capacidade de reparar falhas de processos
anteriores, ocasiona uma acomodação no processo produtivo que originou a falha, retardando
um estudo que vise eliminar os problemas desses processos que precedem a usinagem. As
causas dos retrabalhos são conhecidas e as principais são a ovalização e o dimensional bruto,
12
portanto devem-se envolver as áreas que originaram essas falhas para que elas atuem na
eliminação ou diminuição da frequência dessas falhas, melhorando seus processos e assim
permitindo que os processos posteriores obtenham uma performance maior.
6.4 Reuniões não planejadas
As reuniões não planejadas realizadas durante o período teve como objetivo informar
os operadores sobre resultados de segurança e indicadores de produção. A partir disto, notou-
se a existência de quadros de gestão a vista no setor e isso pode ser uma alternativa para
diminuir essas paradas não planejadas, pois a informações poderiam ser anexadas nos quadros
e serem visualizadas por todos os colaboradores do setor.
Outro ponto seria a possibilidade de tornar as reuniões não planejadas em reuniões
planejadas, sendo atribuídos esses tempos pelo departamento de planejamento e controle da
produção no tempo programado, permitindo uma redução nas perdas do índice de
disponibilidade.
6.5 Manutenção corretiva
É possível notar que as causas de paradas do equipamento para manutenção corretiva
estão relacionadas ao desgaste de peças e problemas elétricos. Para tais problemas é possível
afirmar que existe a necessidade do acompanhamento do desgaste desses equipamentos e
quais os motivos para os problemas elétricos no torno.
Viabilizar meios controle e priorizar as manutenções preventivas ou planejadas
permitiria a diminuição das paradas no equipamento durante a sua utilização, ou seja, uma
maior disponibilidade para operação do torno.
7 Considerações finais
Verificou-se com este trabalho que, após a realização do cálculo de OEE, foi possível
analisar e encontrar fatores que necessitam de ações para aumentar a eficiência global do
equipamento, pois o indicador de OEE aplicado no torno estudado mensurou a sua real
condição, identificando as principais causas que interferem nos índices de disponibilidade e
performance.
A disponibilidade para o torno foi um dos índices que possuiu maior impacto negativo
no OEE e suas causas foram identificadas, o principal fator foi a parada aguardando munck
que representou 11,12% da disponibilidade no período estudado, enquanto que, a performance
teve os fatores como retirada de resíduos (cavaco) e retrabalhos diversos representados em
uma perda de 9,8% da performance do torno no mesmo período, portanto, existem
possibilidades de melhores para estes índices.
13
Destaca-se a necessidade de um estudo futuro mais aprofundado para os tempos
padrões das peças, pois foram identificados variações expressivas nos tempos de conclusão do
mesmo produto, sendo um impeditivo para obter resultados mais completos para o fator de
ineficiência do equipamento.
No entanto, para o índice de qualidade pode-se observar um ótimo resultado, ou seja,
todos os produtos que foram processados no equipamento foram entregues nos padrões de
qualidade estabelecidos.
Um ponto importante na utilização do indicador de OEE no torno foram as
informações obtidas com mais detalhes e os resultados encontrados através da análise feita, ou
seja, tornaram-se as informações mais confiáveis e, com isso, permitirá ações mais assertivas
para o aumento da produtividade e eficiência do equipamento.
Por fim, conclui-se a aplicação do indicador de OEE para o torno uma importante
ferramenta para o acompanhamento da eficiência, pois, podem-se alcançar os resultados
esperados, ou seja, foram identificados e compreendidas as causas que prejudicam o
equipamento de forma geral, e assim, possibilitará promover correções futuras para tais
causas, gerando ganhos expressivos no equipamento.
Referências
CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços:
Uma abordagem estratégica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MACEDO, Figueiredo D; et al. Utilização do índice de Eficiência Global do Equipamento para diagnósticos e
melhoria do desempenho produtivo: Um estudo de caso. In: ENEGEP XXXIV, 2014, Curitiba. Anais...
[Curitiba]: ABEPRO, 2014, p. 1-15. Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2014> Acesso
em 10 de maio. 2016.
MARTNS, Petrônio G; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
STORTTE, João Matheus Coimbra; et al. Aplicação do indicador de OEE como ferramenta para aumento da
eficiência em uma caldeira. In: ENEGEP XXXIV, 2014, Curitiba. Anais... [Curitiba]: ABEPRO, 2014, p. 1-15.
Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2014> Acesso em 15 de maio. 2016.
TAKAHASHI, Yoshikazu; OSADA, Takahashi. Manutenção produtiva total: TPM/MPT. Editora outras
palavras. São Paulo: Instituto Imam, 2013.
XENOS, Harilaus Georgius D’ Philippos. Gerenciando a manutenção produtiva. 2 ed. Nova Lima: Editora
Falconi, 2014.
YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2001. 2f. (Monografia- Bacharelado em Engenharia de
produção) – Universidade de São Paulo, Porto Alegre, 2001.

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A IMPORTÂNCIA DO INDICADOR DE OEE PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE MELHORIA NA EFICIÊNCIA EM UM TORNO VERTICAL: UM ESTUDO DE CASO

  • 1. A IMPORTÂNCIA DO INDICADOR DE OEE PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE MELHORIA NA EFICIÊNCIA EM UM TORNO VERTICAL: UM ESTUDO DE CASO Franklin Arisson Rodrigues dos Santos franklinig@yahoo.com.br João Augusto Candido Marcelo guto13134@hotmail.com Mateus Marinho Da Silva mateus.marinhodasilva@yahoo.com.br Este artigo trata-se de um estudo de caso sobre a Eficiência Global do Equipamento (OEE) em um torno vertical de uma empresa fabricante de peças de reposição. A partir disto, objetiva-se verificar a condição atual do equipamento em relação ao índice de classe mundial de manufatura e, sobretudo, identificar possibilidades de melhorias através dos resultados obtidos, ou seja, pretende-se analisar os resultados de disponibilidade, performance e qualidade, a fim de conhecer as principais causas que impactam na Eficiência Global do Equipamento e, por conseguinte, propor sugestões para que o equipamento seja utilizado de forma mais eficiente. Os índices para calcular o (OEE) do torno foram coletadas através de planilhas eletrônicas e gráficos, sendo assim, foi possível obter os resultados de disponibilidade, performance e qualidade em um período de três meses, resultando em um índice final. Palavras-chaves: Eficiência; OEE; Torno Vertical.
  • 2. 2 1. Introdução O cenário das empresas está cada vez mais acirrado e os fatores como custo, qualidade e prazo são importantes para a competividade das empresas, pois, a falta de eficiência no ambiente produtivo pode acarretar a perda de clientes e levá-los a buscarem em seus concorrentes a solução para atenderem as suas necessidades. Para isso, o gerenciamento dos recursos instalados é primordial para analisar o quanto capaz está à empresa e permite conhecer pontos que possam ser melhorados, possibilitando serem tomadas decisões para corrigirem as principais situações que afetam negativamente a eficiência das organizações. Uma ferramenta que proporciona analisar como estão os resultados das empresas e quanto elas estão deixando de ganhar por não utilizarem os seus equipamentos em sua capacidade máxima é o indicador de Eficiência Global do Equipamento – OEE que se origina do inglês (Overall Equipment Effectiveness). Este indicador baseia-se no cálculo dos índices de disponibilidade, desempenho e qualidade. A disponibilidade são as horas planejadas de operação dos equipamentos em um determinado período, enquanto que, a performance verifica-se o ritmo produtivo deste mesmo equipamento, e, por fim, a qualidade que analisa a quantidade de produtos conforme e não conformes que foram produzidos. Entretanto, este trabalho visa aplicar o cálculo de OEE em um torno vertical de uma empresa fabricante de peças de reposição, possibilitando comparar a margem percentual em relação à classe mundial de manufatura e verificar a real condição deste equipamento, e, propor melhorias a partir do resultado obtido através do cálculo. 2. Revisão Literária 2.1 Manutenção Produtiva Total As empresas de classe mundial de manufatura vêm promovendo melhorias significativas nos quesitos de qualidade e eficiência em seus meios de produção, gerando maior lucratividade, e isso, devido a implementação da metodologia da Manutenção Produtiva Total – MPT, também conhecida como Total Productive Maintenance -TPM (TAKAHASHI, OSADA, 2013). A manutenção produtiva total auxilia no desenvolvimento e aumento do desempenho de uma empresa, por meio da maximização da eficiência dos equipamentos utilizados para a manufatura dos bens produzidos na organização. Para Xenos (2014) a manutenção produtiva pode ser compreendida como o melhor aproveitamento dos procedimentos de manutenção, a fim de tornar os fatores da produção
  • 3. 3 melhores, garantindo a falha e quebra zero nas máquinas, ou seja, propor condições para aumentar o rendimento global e produtividade dos equipamentos com custo menores. Para isso, a manutenção produtiva total utiliza-se do OEE como indicador para medir a situação da organização, essas métricas possibilitam enxergar de forma mais clara como estão os resultados relacionados à eficiência dos setores produtivos. Para as empresas de classe mundial de manufatura são considerados valores mínimos de 85% da eficiência global do equipamento como um índice bom, entretanto, em empresas que não consideram este indicador importante, a taxa de eficiência destes equipamentos estão entre 50% e 70%, isto, dependendo dos períodos de trocas de produtos e tempos de preparação (TAKAHASHI, OSADA, 2013). Portanto, quando as empresas não atingem o valor mínimo de 85%, podemos constatar que a eficiência global do equipamento é baixa, pois, seus resultados produtivos estão abaixo do esperado pela classe mundial de manufatura. De acordo com Slack et al. (2002) o OEE determina a eficácia dos equipamentos dentro das operações produtivas, sendo capaz de analisar o tempo que os equipamentos ficam disponíveis para produzir, em que ritmo se está produzindo e como está a qualidade dos produtos produzidos. 2.1.1 Eficiência Global do Equipamento – OEE A eficiência global dos equipamentos é obtida através de três índices, disponibilidade, performance e qualidade, sendo que o resultado do produto final destes índices permite enxergar as oportunidades de melhorias inerentes às perdas ocorridas nos equipamentos. De acordo com Slack et al. (2002) para o equipamento operar de forma eficaz, é preciso alcançar altos níveis de desempenho nos três índices apresentados:  Disponibilidade, que representa o tempo disponível para operação do equipamento;  Performance, que representa a velocidade ou seu tempo de ciclo;  Qualidade, que indica a quantidade de produtos bons produzidos; Todavia, o OEE é um indicador que proporciona analisar a eficiência do processo, sendo a disponibilidade, (tempo real de operação versus tempo programado de operação), multiplicado pelo índice de performance, (taxa de velocidade real versus taxa de velocidade teórica), multiplicado pela qualidade (produtos bons versus total de produtos produzidos) (COIMBRA et al., 2014 apud HANSEN, 2006). De acordo com Corrêa e Corrêa (2011) o OEE é calculado pela expressão abaixo I: (I) OEE= ID% x IP% x IQ% Onde:
  • 4. 4 ID= Índice de Disponibilidade: Nesse índice são apontadas as paradas do equipamento ocasionadas por falhas, preparações ou necessidade de ajustes no equipamento, etc. O índice de disponibilidade é obtido através dos fatores abaixo II: (II) Tempo de produção planejado – Tempo das paradas não planejadas x 100% Tempo de produção planejado IP= Índice de Performance: O índice de performance analisa as perdas de ritmo ocasionas por dificuldades nos recursos, como reduções de velocidade, aumento nos tempos de ciclo inerentes as operações, pequenas paradas, etc. Este índice é obtido pelos seguintes fatores III: (III) Tempo de ciclo unitário x Quantidade de produtos processados x 100% Tempo de produção IQ= Índice de Qualidade: Neste índice são quantificados os produtos que serão necessários retrabalhar ou refugar os mesmos. O índice é fornecido pelos fatores abaixo IV: (IV) Quantidade de produtos produzidos – Quantidade de produtos refugados x 100% Quantidade de produtos produzidos A classe mundial de manufatura considera como ideal o indicador de disponibilidade com valor maior ou igual a 90%, o indicador de performance como sendo igual ou maior que 95% e o indicador de qualidade no padrão igual ou maior que 99,9%. Assim, quando multiplicados esses indicadores, obtém-se um OEE de 85% que é estimado como padrão de classe mundial de manufatura. A partir da obtenção do indicador final de OEE, pode-se identificar a situação atual da empresa, possibilitando verificar pontos de oportunidades de melhorias, e, principalmente utilizá-lo como um indicador para tomadas de decisões mais eficazes, ou seja, alcançar um melhor gerenciamento dos equipamentos utilizados para a produção. 3. Objetivo O objetivo deste trabalho é utilizar o indicador de OEE como ferramenta para analisar a situação atual de um torno vertical em uma empresa fabricante de peças de reposição que compõem os equipamentos para britagem e moagem de minérios, situada no interior de São Paulo. A partir disto, espera-se melhorar a produtividade e desempenho do equipamento, ou seja, pretende-se aumentar os resultados e reduzir os custos de operação, entre outras características, como comprovar a importância deste indicador para que as informações sejam confiáveis e que o equipamento seja utilizado de forma eficiente. 4. Estruturação do estudo
  • 5. 5 Trata-se de uma análise de um ou mais objetivos atuais, para que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, com o intuito de esclarecer o motivo pela qual uma decisão ou conjunto de decisões foram implantadas e com quais resultados alcançados (YIN, 2001). O mesmo autor identifica algumas etapas que devem ser seguidas para a elaboração e uma boa execução do estudo de caso, dentre elas: definir claramente o problema, estruturar o formato de coleta de dados, determinar a abrangência dos elementos e definir os instrumentos para a coleta de dados. Desta forma, para o levantamento de dados foram utilizados documentos e relatórios do setor coletados através de informações em planilhas e gráficos eletrônicos fornecidos pela empresa, compreendidos no período de 01/02/2016 à 30/04/2016. Após a coleta, realizou-se uma análise dos dados, a fim de verificar o estado atual do equipamento e por fim, apresentar propostas e conclusões através dos dados obtidos pelo cálculo de Eficiência Global do Equipamento. 5. Estudo de caso O estudo de caso foi concentrado em um torno vertical que é operado em regime de três turnos de trabalho. O Período em estudo foi de 01/02/2016 à 30/04/2016. O Torno vertical está aproximadamente cinco anos em operação na empresa, e neste período sempre foram aplicados meios de controle para verificar o desempenho da máquina mensalmente. Atualmente, estes meios de controle são feitos por planilhas e gráficos eletrônicos, sendo realizados através dos dados obtidos pelo apontamento dos operadores diariamente. A partir disto, verificou-se a possibilidade de analisar mais detalhadamente esses dados e obter mais informações sobre a situação geral do equipamento, ou seja, qual a frequência de operação, qual a velocidade produtiva e se existem condições no equipamento que comprometem a qualidade do produto produzido. Assim, decidiu-se aplicar o indicador de OEE para verificar a eficiência global deste equipamento e identificar a situação atual nos índices de disponibilidade, performance e qualidade, permitindo observar as causas impactantes e oportunidades de melhorias no Torno vertical. 5.1 Cenário Atual Primeiramente foi calculado o índice de disponibilidade do equipamento, onde que no período analisado foram totalizados 1768 horas programadas previamente disponíveis, e, deste total houve os descontos de horas paradas planejadas, sendo atribuídas aos horários de
  • 6. 6 almoço e dialogo diário de segurança - DDS e de horas paradas não planejadas, tais como, paradas diversas. O resultado final de horas aproveitadas foi de 84,17% como pode-se observar na tabela 1 abaixo: TABELA 1 – Cálculo de Disponibilidade no período de 01/02/2016 à 30/04/2016 Tempo Programado (horas) 1768 Descontos (horas) Almoço 221 DDS 33,15 Tempo disponível para produção (horas) 1513,85 Paradas diversas 239,69 Total Disponível 1274,16 Disponibilidade 84,17% Fonte: Autor As principais causas que impactaram significativamente na disponibilidade são as paradas diversas, onde os principais tipos de perdas são: Aguardando Munck; Reuniões não programadas; Manutenção Corretiva; Ausência de Funcionário e Preparação de castanhas (setup). A partir deste resultado, notou-se que há um valor expressivo de 239,69 horas de paradas não planejadas no equipamento, ocasionado uma perda do índice de disponibilidade de 15,83%, no entanto, enxerga-se oportunidade de melhoria neste índice que será abortado mais adiante no artigo. O segundo índice calculado foi à performance do equipamento, sendo levados em consideração os fatores que prejudicam o ritmo produtivo do equipamento, como: Retirada de resíduos de processo (cavaco); Paradas de retrabalhos diversos e Ineficiência. O resultado final no período analisado do índice de performance pode ser observado conforme a tabela 2. TABELA 2- Cálculo de performance no período analisado. Tempo Disponível (horas) 1274,16 Descontos (horas) Retirada de resíduos do processo 68,74 Paradas de retrabalhos diversos 33,15 Ineficiência 15,02 Total Disponível 1133,99 Performance 89,00% Fonte: Autor A performance atingiu o valor de 89,00%, os principais fatores que prejudicaram a performance foram à retirada de resíduos de processo com a perda de 68,74 horas, ou seja, o cavaco gerado através do processo de remoção de material da peça produzida, em seguida, as paradas por retrabalhos diversos com perda de 56,41 horas, que são pequenas paradas no
  • 7. 7 equipamento, onde são efetuados pequenos retrabalhos devido problemas oriundos de processos anteriores, mas que impactam na performance do torno. E por fim, a Ineficiência, está necessitou de uma análise mais detalhada, pois, o resultado para o período foi de 15,02 horas, ou seja, a diferença entre as horas planejadas para a manufatura dos produtos e a quantidade de horas apontadas para a finalização dos mesmos. Assim, a ineficiência causou no período um impacto pequeno no OEE, porém, notou- se que a ineficiência não pode ser obtida com precisão, devido uma falta de repetibilidade no processo, isso, atribuído a grande variação dos tempos de conclusão para o mesmo produto, iremos analisar esse problema detalhadamente mais adiante. O índice de qualidade foi calculado através do total de peças produzidas, sendo considerada a quantidade de peças boas e se houve algum tipo de retrabalho ou refugo deste total de peças. Observou-se que o índice de qualidade obteve o valor máximo de 100%, pois no período não ocorreu nenhuma não conformidade nas peças. A seguir o cálculo final do índice de qualidade, conforme tabela 3. TABELA 3- Cálculo do índice de Qualidade Peças Produzidas 123 Peças boas 123 Qualidade 100% Fonte: Autor A partir da conclusão dos três índices, pode-se calcular o OEE para o período analisado através da multiplicação dos resultados finais da disponibilidade, performance e qualidade. O resultado pode ser observado conforme o gráfico 1. GRÁFICO 1- Resultado final do Índice de OEE. Fonte: Autor O indicador de OEE para o equipamento analisado teve o resultado de 74,91%, ou seja, existe a oportunidade de melhoria de 25, 09 %, pois este valor é a diferença entre 100% e o resultado final obtido de 74,91%.
  • 8. 8 Analisando o gráfico 1, percebe-se que o índice de disponibilidade é aquele com menor valor, sendo o índice que interferiu com maior impacto no resultado final e a performance o segundo índice a prejudicar o indicador de OEE. Desta forma, o índice de disponibilidade e performance serão analisados com maior detalhe, a fim de verificar as causas que interferem no índice de eficiência global do equipamento – OEE. 5.2 Análise dos fatores que interferiram no OEE Vimos anteriormente que o OEE não atingiu um valor satisfatório, pois o valor de 74, 91% está abaixo de 85% que é o valor considerado bom para a classe mundial de manufatura, porém, uma análise das principais causas que interferiram no OEE deve ser feita. As paradas diversas, a retirada de resíduos no processo (cavaco) e os retrabalhos diversos são os principais fatores a serem estudados, mas para tal estudo, estes índices foram desmembrados, e as causas dessas paradas puderam ser analisadas separadamente, o gráfico 2 abaixo mostra com clareza todos os itens que interferiram na Disponibilidade e na Performance. GRÁFICO 2 – Fatores que interferem na Disponibilidade e Performance. Fonte: Autor Dentro do item paradas diversas foram observados que os fatores aguardando munck, reuniões não planejadas e manutenção corretiva são as causas que mais impactam na disponibilidade. Para o fator aguardando Munck, foi constatado que o equipamento é reabastecido através de um caminhão Munck e esse recurso é terceirizado pela empresa e fica disponível 6 dias na semana no período das 7:00 às 17:00 da tarde, pois além desse horário a empresa precisa pagar um valor extra para a empresa terceirizada, para evitar esse pagamento, opta-se por deixar a máquina parada até o início da jornada seguinte do caminhão Munck no dia seguinte.
  • 9. 9 Analisados esses fatos, observou-se que o equipamento ficou parado por 168,40 horas devido à falta de reabastecimento, ou seja, algumas peças foram concluídas, porém o torno não pode ser reabastecido, isso, porque estas peças acabaram além do horário de permanência do caminhão munck, ocasionando uma parada não planejada do equipamento. A segunda situação são as reuniões não planejadas que ocasionou a parada do torno por 32,37 horas, sendo atribuídas as paradas no turno de trabalho a fim de informar as situações do setor nos quesitos de segurança e produtividade e, por fim, a manutenção corretiva que acarretou uma parada de 25, 38 horas no equipamento, juntas essas três principais causas foram responsáveis por uma perda de 14,93% na disponibilidade do equipamento. No índice de performance foram encontrados três fatores que prejudicam o OEE, entre elas e de forma decrescente estão a retirada de resíduos (cavacos), retrabalhos diversos e ineficiência. Para a retirada de resíduos notou-se que está atividade ocupa a segunda posição no gráfico 2 e é realizada toda vez que se conclui uma peça, sendo feita com o torno parado e de forma manual pelo operador. Esta não é uma parada para limpeza feita dentro de um programa de Manutenção Produtiva Total - TPM e realizada no final do turno, além disso, essa limpeza não é prevista pelo planejamento de produção, portanto, impactando na performance do equipamento. O item Retrabalhos Diversos que interferem no OEE foram desmembrados no gráfico 3. GRÁFICO 3- Motivo de retrabalhos diversos. Fonte: Autor As horas destes itens individualmente não indicariam um impacto significativo no OEE, porém esses retrabalhos são originados de processos anteriores, e devem ser colocados
  • 10. 10 em questão de uma forma conjunta, pois demonstram que os processos anteriores estão tomando tempo de trabalho do torno, e consequentemente causando perda na performance do equipamento analisado. A ineficiência foi extraída do cálculo da moda dos tempos de produção das peças, isto porque no apontamento oficial não há valores programados confiáveis, ou seja, podem-se observar grandes diferenças entre o tempo real utilizado para se produzir e o tempo programado, indicando uma necessidade de aferição dos tempos de produção, em contrapartida, verificou-se uma instabilidade na produção de uma mesma peça, com enormes variações no tempo de usinagem, impedindo uma tomada de decisão sobre o tempo ideal de cada peça sem uma análise mais aprofundada. O gráfico 4 mostra a variação nos tempos individuais de cada peça, denotando uma necessidade de um estudo a parte para verificar a causa das variações de tempo de produção de um mesmo produto. GRÁFICO 4 – Variação no tempo de produção. Fonte: Autor Podemos observar no gráfico 4 que uma mesma peça tem uma variação nos tempos de produção, por exemplo, a peça denominado PRODUTO T, foi usinada com uma variação enorme de tempo, algumas peças com esse código foram usinadas em 4,84 horas, e outras em 15,41 horas, sendo produzidas um total de 32 peças, todas com tempos variando dentro desta faixa. Portanto, deve-se efetuar um estudo para averiguar o que está ocorrendo no processamento desta e de outras peças com variações semelhantes. 6. Conclusões do estudo e sugestões de melhorias. Analisando as causas que impactam significativamente no OEE, o presente trabalho focou-se nas cinco principais que prejudicam o indicador, dentre elas estão aguardando
  • 11. 11 munck, retirada de resíduos (cavaco), retrabalhos diversos, reuniões não planejadas e manutenções corretivas. 6.1 Aguardando Munck Conforme foi descrito, o equipamento tem sua disponibilidade reduzida ao aguardar o início do turno do caminhão Munck para evitar o pagamento extra, devido a necessidade da troca da peça fora do horário contratado. Para ações de imediato, viabiliza-se a flexibilização nas trocas de peças, ou seja, ajustar a programação de peças, onde que o equipamento seja reabastecido antes do final do turno do caminhão munck. Porém o tempo de máquina parada é um valor tão significativo que pode justificar uma mudança de contrato com a prestadora de serviço, a aquisição de um Munck, a aquisição de um pórtico ou a aquisição de uma ponte rolante para a troca da peça em qualquer horário. É necessário um estudo que leve em consideração o preço de cada uma dessas alternativas sugeridas e o retorno que a companhia teria inserindo na produção todas as horas perdidas na espera do Munck, caso as horas ganhas na produção justifiquem uma das opções citadas, deve-se imediatamente iniciar um processo de implantação da sugestão adotada para que o equipamento não sofra tão grande redução em sua disponibilidade. 6.2 Retirada de Resíduos (cavaco) A retirada de cavacos deve ser feita a cada troca de peça ocasionando pequenas paradas no torno, e não é um trabalho fácil para o operador, pois é realizada manualmente com o auxílio de pás e um carrinho de mão, assim, notou-se a necessidade de analisá-la para melhor compreensão. Destaca-se que está atividade não agrega valor, porém a mesma é necessária para a continuidade das atividades posteriores no equipamento. Desta forma, observa-se a possibilidade de instalação de um sistema de retirada automática de cavacos durante a usinagem, que pode ser uma solução para otimizar esse tempo, melhorando ainda mais o OEE. 6.3 Retrabalhos Diversos Tendo suas origens em processos anteriores, os retrabalhos que são executados no torno prejudicam a performance, pois o equipamento não está atuando na função principal para a qual foi adquirido, e por outro lado, sua capacidade de reparar falhas de processos anteriores, ocasiona uma acomodação no processo produtivo que originou a falha, retardando um estudo que vise eliminar os problemas desses processos que precedem a usinagem. As causas dos retrabalhos são conhecidas e as principais são a ovalização e o dimensional bruto,
  • 12. 12 portanto devem-se envolver as áreas que originaram essas falhas para que elas atuem na eliminação ou diminuição da frequência dessas falhas, melhorando seus processos e assim permitindo que os processos posteriores obtenham uma performance maior. 6.4 Reuniões não planejadas As reuniões não planejadas realizadas durante o período teve como objetivo informar os operadores sobre resultados de segurança e indicadores de produção. A partir disto, notou- se a existência de quadros de gestão a vista no setor e isso pode ser uma alternativa para diminuir essas paradas não planejadas, pois a informações poderiam ser anexadas nos quadros e serem visualizadas por todos os colaboradores do setor. Outro ponto seria a possibilidade de tornar as reuniões não planejadas em reuniões planejadas, sendo atribuídos esses tempos pelo departamento de planejamento e controle da produção no tempo programado, permitindo uma redução nas perdas do índice de disponibilidade. 6.5 Manutenção corretiva É possível notar que as causas de paradas do equipamento para manutenção corretiva estão relacionadas ao desgaste de peças e problemas elétricos. Para tais problemas é possível afirmar que existe a necessidade do acompanhamento do desgaste desses equipamentos e quais os motivos para os problemas elétricos no torno. Viabilizar meios controle e priorizar as manutenções preventivas ou planejadas permitiria a diminuição das paradas no equipamento durante a sua utilização, ou seja, uma maior disponibilidade para operação do torno. 7 Considerações finais Verificou-se com este trabalho que, após a realização do cálculo de OEE, foi possível analisar e encontrar fatores que necessitam de ações para aumentar a eficiência global do equipamento, pois o indicador de OEE aplicado no torno estudado mensurou a sua real condição, identificando as principais causas que interferem nos índices de disponibilidade e performance. A disponibilidade para o torno foi um dos índices que possuiu maior impacto negativo no OEE e suas causas foram identificadas, o principal fator foi a parada aguardando munck que representou 11,12% da disponibilidade no período estudado, enquanto que, a performance teve os fatores como retirada de resíduos (cavaco) e retrabalhos diversos representados em uma perda de 9,8% da performance do torno no mesmo período, portanto, existem possibilidades de melhores para estes índices.
  • 13. 13 Destaca-se a necessidade de um estudo futuro mais aprofundado para os tempos padrões das peças, pois foram identificados variações expressivas nos tempos de conclusão do mesmo produto, sendo um impeditivo para obter resultados mais completos para o fator de ineficiência do equipamento. No entanto, para o índice de qualidade pode-se observar um ótimo resultado, ou seja, todos os produtos que foram processados no equipamento foram entregues nos padrões de qualidade estabelecidos. Um ponto importante na utilização do indicador de OEE no torno foram as informações obtidas com mais detalhes e os resultados encontrados através da análise feita, ou seja, tornaram-se as informações mais confiáveis e, com isso, permitirá ações mais assertivas para o aumento da produtividade e eficiência do equipamento. Por fim, conclui-se a aplicação do indicador de OEE para o torno uma importante ferramenta para o acompanhamento da eficiência, pois, podem-se alcançar os resultados esperados, ou seja, foram identificados e compreendidas as causas que prejudicam o equipamento de forma geral, e assim, possibilitará promover correções futuras para tais causas, gerando ganhos expressivos no equipamento. Referências CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços: Uma abordagem estratégica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011. MACEDO, Figueiredo D; et al. Utilização do índice de Eficiência Global do Equipamento para diagnósticos e melhoria do desempenho produtivo: Um estudo de caso. In: ENEGEP XXXIV, 2014, Curitiba. Anais... [Curitiba]: ABEPRO, 2014, p. 1-15. Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2014> Acesso em 10 de maio. 2016. MARTNS, Petrônio G; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. STORTTE, João Matheus Coimbra; et al. Aplicação do indicador de OEE como ferramenta para aumento da eficiência em uma caldeira. In: ENEGEP XXXIV, 2014, Curitiba. Anais... [Curitiba]: ABEPRO, 2014, p. 1-15. Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2014> Acesso em 15 de maio. 2016. TAKAHASHI, Yoshikazu; OSADA, Takahashi. Manutenção produtiva total: TPM/MPT. Editora outras palavras. São Paulo: Instituto Imam, 2013. XENOS, Harilaus Georgius D’ Philippos. Gerenciando a manutenção produtiva. 2 ed. Nova Lima: Editora Falconi, 2014. YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2001. 2f. (Monografia- Bacharelado em Engenharia de produção) – Universidade de São Paulo, Porto Alegre, 2001.