Este documento discute a importância da formação continuada para coordenadores pedagógicos. A formação continuada é essencial para que os coordenadores possam construir novas competências e acompanhar as mudanças sociais. Os saberes docentes são construídos a partir da formação inicial e experiência prática, e a formação continuada envolve reflexão sobre a própria prática.
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...ProfessorPrincipiante
O processo de formação de professores tem sido foco de diversas pesquisas, e sobre diferentes perspectivas, inclusive na Educação Matemática. Muitos são as problemáticas que envolvem este processo, tais como, os desafios e perspectivas da formação, o modelo de currículo das instituições formadoras, as práticas pedagógicas e diferentes metodologias de ensino, o papel do professor frente às tecnologias e, além disso, o potencial formador e transformador do educador, entre outros. Perante estas facetas, o presente trabalho abordará a relação Universidade-Escola na formação inicial de professores de matemática, para que este ir-e-vir constante da formação docente seja vivido em um laço estreito entre teoria e prática.
Muitas são as iniciativas e as ações das políticas públicas para a formação de professores, assim, encontramos no subprojeto “Licenciatura em Matemática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID1, um caminho a ser percorrido, afinal o licenciando terá oportunidade de familiarizar-se com o ambiente escolar.
CONCEPÇÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA DE DOCENTES EM EXERCÍCIO E EM FORMAÇÃO: ...ProfessorPrincipiante
Neste projeto pesquisaram-se as idéias e a compreensão que professores têm
sobre o seu papel profissional e sobre qual é a função que possui a escola, também se
analisou a relação destes professores com a comunidade escolar e com a sociedade em
geral. As narrativas dos professores acerca das suas experiências e memórias escolares
e docentes foram utilizadas para identificar crenças e conhecimentos pessoais que
constituem elementos importantes para a sua prática educativa. Posteriormente, os
dados obtidos a partir das respostas de professores em exercício foram comparados com
os obtidos, através da entrevista-questionário adaptada, de estudantes de Licenciatura
em Ciências da Natureza (LCN), único curso que formará professores de ciências na
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo, Brasil.
Foram utilizadas idéias de Maurice Tardif, Paulo Freire e Edgar Morin como referencial
teórico para analisar as concepções dos professores e para obter subsídios que
permitissem levantar algumas das necessidades formativas dos docentes no terceiro
milênio. Para isto foram analisadas as entrevistas de 25 professores de ciências em
exercício com as respostas dadas por 10 professores de ciências em formação inicial. As
questões tratavam sobre experiências e memórias escolares e docentes. Depois de
comparar os dados obtidos dos dois grupos conclui-se que uma das grandes
necessidades dos cursos de formação de professores, tanto para professores em
formação inicial quanto para os professores em exercício, neste início de século XXI é
despertar no aluno a conscientização da importância da profissão docente.
CONTRIBUIÇÕES DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA ATUAÇÃO DE DOIS PROFE...ProfessorPrincipiante
O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os diferenciais do Programa de iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Pedagogia, de uma universidade pública federal localizada no Rio de Janeiro/BR, na atuação de dois professores da Educação Básica. Analisa os saberes docentes mobilizados pelos investigados no seu cotidiano escolar, compreendendo quais estratégias de ensino-aprendizagem se baseiam para ensinar e relacionando-as com suas concepções de ensino. A pesquisa foi construída segundo a fundamentação teórica de Tardif (2002), e de Cochran-Smith & Lytle (1999). Metodologicamente, trabalhou-se com os recursos da entrevista semiestruturada visando compreender as razões pelas quais os professores ensinam da forma que ensinam e da análise de documentos, como fotos e registros de campo do ano de 2013, fase em que os professores investigados estavam no PIBID. O estudo revela que a participação no PIBID proporcionou uma maior segurança em sala de aula; autonomia para buscar novos conhecimentos; estratégias de ensino-aprendizagem desenvolvidas em parceria com os alunos nas escolas; pensamento crítico sobre as concepções de ensino e, deste modo, os depoimentos ratificam uma racionalidade, demonstrando que esses professores sabem as razões de suas práticas pedagógicas.
INSERÇÃO À DOCÊNCIA A PARTIR DO PIBID/CAPES: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO IN...ProfessorPrincipiante
Desde as últimas décadas do século XX, a sociedade passou a conviver e a sentir
o impacto das constantes transformações ocorridas em vários setores provenientes da
era globalizada. Essas transformações aumentaram as tensões nas relações sociais que
tenderam a se organizar ao redor de interesses particulares e competitivos ao invés de
instituir-se em torno do direito e da justiça. Por consequência, estes fatores acabaram
ocasionando uma crise na ética profissional e na construção da identidade profissional,
(Tardif, 2000).
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES INICIANTES NA E...ProfessorPrincipiante
A presente pesquisa insere-se no amplo campo de investigações relacionadas à formação de professores. Nesse campo é conhecida a importância do desenvolvimento profissional docente para a melhoria da sua prática. No entanto, apesar dos avanços desses estudos no Brasil, o desenvolvimento profissional de professores iniciantes na profissão e na educação especial é pouco compreendido. Neste estudo analisaram-se os desafios vivenciados por docentes iniciantes na profissão e na educação especial, tendo em vista seu desenvolvimento profissional. Os participantes atuam em salas de recursos multifuncionais de escolas/colégios públicos estaduais. A pesquisa, de abordagem crítico-dialética, tem enfoque qualitativo. Os resultados indicam fragilidades no desenvolvimento profissional dos iniciantes, que sentem dificuldades mesmo tendo formação específica em educação especial. As dificuldades estão relacionadas à prática pedagógica, à formação docente e às demandas burocráticas existentes. Com o estudo pretende-se contribuir com o avanço das reflexões e práticas da área.
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...ProfessorPrincipiante
O processo de formação de professores tem sido foco de diversas pesquisas, e sobre diferentes perspectivas, inclusive na Educação Matemática. Muitos são as problemáticas que envolvem este processo, tais como, os desafios e perspectivas da formação, o modelo de currículo das instituições formadoras, as práticas pedagógicas e diferentes metodologias de ensino, o papel do professor frente às tecnologias e, além disso, o potencial formador e transformador do educador, entre outros. Perante estas facetas, o presente trabalho abordará a relação Universidade-Escola na formação inicial de professores de matemática, para que este ir-e-vir constante da formação docente seja vivido em um laço estreito entre teoria e prática.
Muitas são as iniciativas e as ações das políticas públicas para a formação de professores, assim, encontramos no subprojeto “Licenciatura em Matemática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID1, um caminho a ser percorrido, afinal o licenciando terá oportunidade de familiarizar-se com o ambiente escolar.
CONCEPÇÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA DE DOCENTES EM EXERCÍCIO E EM FORMAÇÃO: ...ProfessorPrincipiante
Neste projeto pesquisaram-se as idéias e a compreensão que professores têm
sobre o seu papel profissional e sobre qual é a função que possui a escola, também se
analisou a relação destes professores com a comunidade escolar e com a sociedade em
geral. As narrativas dos professores acerca das suas experiências e memórias escolares
e docentes foram utilizadas para identificar crenças e conhecimentos pessoais que
constituem elementos importantes para a sua prática educativa. Posteriormente, os
dados obtidos a partir das respostas de professores em exercício foram comparados com
os obtidos, através da entrevista-questionário adaptada, de estudantes de Licenciatura
em Ciências da Natureza (LCN), único curso que formará professores de ciências na
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo, Brasil.
Foram utilizadas idéias de Maurice Tardif, Paulo Freire e Edgar Morin como referencial
teórico para analisar as concepções dos professores e para obter subsídios que
permitissem levantar algumas das necessidades formativas dos docentes no terceiro
milênio. Para isto foram analisadas as entrevistas de 25 professores de ciências em
exercício com as respostas dadas por 10 professores de ciências em formação inicial. As
questões tratavam sobre experiências e memórias escolares e docentes. Depois de
comparar os dados obtidos dos dois grupos conclui-se que uma das grandes
necessidades dos cursos de formação de professores, tanto para professores em
formação inicial quanto para os professores em exercício, neste início de século XXI é
despertar no aluno a conscientização da importância da profissão docente.
CONTRIBUIÇÕES DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA ATUAÇÃO DE DOIS PROFE...ProfessorPrincipiante
O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os diferenciais do Programa de iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Pedagogia, de uma universidade pública federal localizada no Rio de Janeiro/BR, na atuação de dois professores da Educação Básica. Analisa os saberes docentes mobilizados pelos investigados no seu cotidiano escolar, compreendendo quais estratégias de ensino-aprendizagem se baseiam para ensinar e relacionando-as com suas concepções de ensino. A pesquisa foi construída segundo a fundamentação teórica de Tardif (2002), e de Cochran-Smith & Lytle (1999). Metodologicamente, trabalhou-se com os recursos da entrevista semiestruturada visando compreender as razões pelas quais os professores ensinam da forma que ensinam e da análise de documentos, como fotos e registros de campo do ano de 2013, fase em que os professores investigados estavam no PIBID. O estudo revela que a participação no PIBID proporcionou uma maior segurança em sala de aula; autonomia para buscar novos conhecimentos; estratégias de ensino-aprendizagem desenvolvidas em parceria com os alunos nas escolas; pensamento crítico sobre as concepções de ensino e, deste modo, os depoimentos ratificam uma racionalidade, demonstrando que esses professores sabem as razões de suas práticas pedagógicas.
INSERÇÃO À DOCÊNCIA A PARTIR DO PIBID/CAPES: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO IN...ProfessorPrincipiante
Desde as últimas décadas do século XX, a sociedade passou a conviver e a sentir
o impacto das constantes transformações ocorridas em vários setores provenientes da
era globalizada. Essas transformações aumentaram as tensões nas relações sociais que
tenderam a se organizar ao redor de interesses particulares e competitivos ao invés de
instituir-se em torno do direito e da justiça. Por consequência, estes fatores acabaram
ocasionando uma crise na ética profissional e na construção da identidade profissional,
(Tardif, 2000).
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES INICIANTES NA E...ProfessorPrincipiante
A presente pesquisa insere-se no amplo campo de investigações relacionadas à formação de professores. Nesse campo é conhecida a importância do desenvolvimento profissional docente para a melhoria da sua prática. No entanto, apesar dos avanços desses estudos no Brasil, o desenvolvimento profissional de professores iniciantes na profissão e na educação especial é pouco compreendido. Neste estudo analisaram-se os desafios vivenciados por docentes iniciantes na profissão e na educação especial, tendo em vista seu desenvolvimento profissional. Os participantes atuam em salas de recursos multifuncionais de escolas/colégios públicos estaduais. A pesquisa, de abordagem crítico-dialética, tem enfoque qualitativo. Os resultados indicam fragilidades no desenvolvimento profissional dos iniciantes, que sentem dificuldades mesmo tendo formação específica em educação especial. As dificuldades estão relacionadas à prática pedagógica, à formação docente e às demandas burocráticas existentes. Com o estudo pretende-se contribuir com o avanço das reflexões e práticas da área.
PROFESSORES INICIANTES E EXPERIENTES E APRENDIZAGENS DA DOCÊNCIA NUM GRUPO CO...ProfessorPrincipiante
Inspirado em um grupo colaborativo/reflexivo organizado a partir de sua inserção no
Programa Público Observatório da Educação da Capes/Ministério da Educação do Brasil, o
objetivo do artigo é discutir as diferentes aprendizagens ocorridas a partir de atividades
vivenciadas por professores iniciantes e experientes que ensinam matemática nas séries
iniciais do Ensino Fundamental. O grupo conta, ainda, com a participação de professores
especialistas na área de Matemática e que lecionam nas séries finais do mesmo segmento,
professores em formação dos cursos de Licenciatura em Pedagogia e em Matemática e
alunos dos cursos de Mestrado e Doutorado em Educação e em Educação Matemática e
alunos do Mestrado Profissional Formação de Formdores da PUC/SP. Esse grupo faz parte
de um projeto de pesquisa intitulado Rede Colaborativa de Práticas na Formação de
Professores que ensinam Matemática: múltiplos olhares, diálogos e contextos. O programa
propõe a criação de uma rede colaborativa entre programas distintos de pós-graduação e
essa rede colaborativa organizou-se, também, no interior do grupo de pesquisa-formação da
PUC/SP, objeto dessa análise.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: APROXIMAÇÕES COM...ProfessorPrincipiante
Pensar a formação inicial de professores na atualidade se configura um grande desafio
que tem sido objeto de múltiplas análises que indicam as lacunas e severos problemas
associados ao modo como essa formação é concretizada. Isso se dá não apenas por
conta das diferentes propostas metodológicas que nos podem servir de referência, mas
também, devido ao modo como o conhecimento, seus conteúdos formativos e as
estruturas curriculares dos cursos de Licenciatura e das escolas de modo geral, são
modificadas e, sobretudo, à velocidade em que tais mudanças muitas vezes ocorrem.
Hoje, considerando os graves problemas enfrentados no que se refere ao rendimento
apresentado pelos alunos da escola de educação básica, por meio de medidas de
desempenho, o olhar para o professor se ampliou sobremaneira em inúmeros países,
pois há indicações da correlação da eficácia no desempenho dos professores à melhoria
dos resultados apresentados pelos alunos (Hunt, 2008). Entretanto, é importante
ressaltar que essa correlação não é meramente simplista, pois envolve múltiplos fatores
que articulados convergem para os quadros de fracasso, a saber: políticas educacionais
postas em ação, financiamento da educação básica, aspectos culturais, formas de
estrutura e de gestão das escolas e sistemas de ensino, condições sociais e de
escolaridade familiar das crianças menos favorecida, a formação inicial e continuada, a
condição de trabalho docente nas escolas, a precarização do magistério.
O TRABALHO DOCENTE DE ASSISTENTES SOCIAIS E ENGENHEIROS NO ENSINO SUPERIORProfessorPrincipiante
A partir das últimas décadas do século XX, e com maior intensidade a partir dos anos de 1990, são notórias no cenário dos debates em torno do trabalho docente novas tendências epistemológicas à base da formação do educador, propondo mudanças em direção ao delineamento de um novo paradigma pedagógico de formação. Contudo, esse movimento não vem se dando de forma homogênea. Os múltiplos olhares sobre os contextos da modernidade vêm constituindo um mosaico multifacetado de concepções, disputas e tensões.
O PROFESSOR INCIANTE DE MATEMÁTICA E SUA CONSTITUIÇÃO PARA O TRABALHO DOCENTEProfessorPrincipiante
objetivo deste estudo foi compreender como ocorre a constituição profissional para o trabalho docente do professor iniciante de matemática da rede pública do estado de São Paulo (Brasil) frente às demandas escolares, não abordadas pela formação inicial, na interface com a formação continuada (órgãos colegiados, reuniões de trabalho pedagógico coletivo). Pressupõe-se que o professor constitui-se um profissional ao orientar sua prática por meio da ação reflexiva, fundamentado no empirismo mais do que pela teoria; que a prática de estágios curriculares associada aos saberes da formação inicial não são suficientes para a construção da práxis; que o professor é sujeito, autor, construtor e protagonista de sua prática rumo à autonomia emancipatória. Como aporte teórico tem-se Maurice Tardif (pluralismo de saberes), Maria Isabel da Cunha (formação de professores/pedagogia universitária), Paulo Freire (autonomia/emancipação do sujeito) e Adair Mendes Nacarato, Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino (formação do professor de matemática). Na coleta e análise da pesquisa emergiram a importância da formação universitária e dos estágios supervisionados para constituição profissional docente, a importância da escola como locus de trabalho, a participação solidária e orientadora dos pares, o relacionamento com a equipe gestora, a participação em reuniões de colegiado escolar, e ações docentes quanto a planejar, executar e avaliar as aulas. Das aproximações com os referenciais teóricos sobre dados de três entrevistas semi-estruturadas em pesquisa qualitativa, verificou-se que é na composição de conhecimentos teóricos e empíricos, competências e habilidades técnicas, saberes práticos que o professor iniciante de matemática constitui-se para o trabalho docente.
Professores da educação básica nas escolas públicas brasileiras tem enfrentado
inúmeros desafios no exercício da prática pedagógica. Dentre esses estão a baixa
remuneração pela elevada carga de trabalho, a quantidade de alunos por sala de aula, o
atendimento às diferentes demandas para além do ensino, o pouco envolvimento da
família na educação das crianças e jovens, as dificuldades com o uso das tecnologias de
informação e comunicação, apenas para citar alguns (Gatti, 2011; Saviani, 2009). Outro
desafio presente, mas de natureza diferente, é estabelecer um diálogo adequado e
coerente entre o que se aprendeu nos anos de formação universitária e aquilo que é
exigido e necessário para que o processo ensino-aprendizagem se concretize, de fato, no
espaço escolar.
A FORMAÇÃO INICIAL PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR DA EDUCAÇ...ProfessorPrincipiante
O desenvolvimento profissional do docente que atua na educação superior foi o tema
deste estudo. Esse foi analisado sob três vertentes: o desenvolvimento pessoal, o
profissional e o organizacional propostas por Day (2001) e Nóvoa (1997). A formação do
professor é composta por diferentes aspectos da vida pessoal e profissional do docente,
bem como das políticas e contextos institucionais que configuram o saber fazer
profissional do professor. Partiu-se do pressuposto que o desenvolvimento contínuo do
professor faz parte da natureza do seu próprio trabalho. Sob tal perspectiva, o presente
trabalho teve como objetivo compreender como a formação inicial para a docência
contribui com o desenvolvimento profissional dos professores da Educação Superior;
conhecer como a formação para a docência ocorreu durante a vida profissional desses
professores; e entender qual a percepção de formação docente que esse professor
apresenta. A proposta metodológica escolhida, para este estudo, foi a abordagem
qualitativa e a entrevista semiestruturada foi definida e construída num formato que,
embora flexível, comporta um guia constituído por questões que refletem as
preocupações básicas de investigação. Esta possibilitou conhecer o significado que os
sujeitos dão para a sua prática docente. Os resultados indicaram que a formação inicial é
uma condição para o desenvolvimento profissional e esse consolida-se, pela atitude
pessoal do professor, constitui uma condição para o desenvolvimento profissional desse
docente e depende das ações institucionais para sua estabilização como prática contínua
para a formação docente.
~UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO-INVESTIGAÇÃO ONLINE NA (RE) CONSTRUÇÃO DE INDICADORE...ProfessorPrincipiante
O programa de formação-investigação online, que focaliza processos formativos
de docentes que atuam nos anos iniciais (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental em
escolas públicas municipais, dos quais compartilhamos neste artigo as narrativas das
professoras colaboradoras, faz parte do estudo que se inscreve no Projeto de
investigação: Os indicadores de desenvolvimento profissional de professores que atuam
nos anos iniciais do ensino Fundamental em Escolas Públicas Municipais brasileiras.
Esse projeto está sendo realizado no curso de doutoramento do Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos com o objetivo de
construir e avaliar indicadores de desenvolvimento profissional da docência com
professores que atuam nas turmas referenciadas no estudo.
PROFESSORES INICIANTES E EXPERIENTES E APRENDIZAGENS DA DOCÊNCIA NUM GRUPO CO...ProfessorPrincipiante
Inspirado em um grupo colaborativo/reflexivo organizado a partir de sua inserção no
Programa Público Observatório da Educação da Capes/Ministério da Educação do Brasil, o
objetivo do artigo é discutir as diferentes aprendizagens ocorridas a partir de atividades
vivenciadas por professores iniciantes e experientes que ensinam matemática nas séries
iniciais do Ensino Fundamental. O grupo conta, ainda, com a participação de professores
especialistas na área de Matemática e que lecionam nas séries finais do mesmo segmento,
professores em formação dos cursos de Licenciatura em Pedagogia e em Matemática e
alunos dos cursos de Mestrado e Doutorado em Educação e em Educação Matemática e
alunos do Mestrado Profissional Formação de Formdores da PUC/SP. Esse grupo faz parte
de um projeto de pesquisa intitulado Rede Colaborativa de Práticas na Formação de
Professores que ensinam Matemática: múltiplos olhares, diálogos e contextos. O programa
propõe a criação de uma rede colaborativa entre programas distintos de pós-graduação e
essa rede colaborativa organizou-se, também, no interior do grupo de pesquisa-formação da
PUC/SP, objeto dessa análise.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: APROXIMAÇÕES COM...ProfessorPrincipiante
Pensar a formação inicial de professores na atualidade se configura um grande desafio
que tem sido objeto de múltiplas análises que indicam as lacunas e severos problemas
associados ao modo como essa formação é concretizada. Isso se dá não apenas por
conta das diferentes propostas metodológicas que nos podem servir de referência, mas
também, devido ao modo como o conhecimento, seus conteúdos formativos e as
estruturas curriculares dos cursos de Licenciatura e das escolas de modo geral, são
modificadas e, sobretudo, à velocidade em que tais mudanças muitas vezes ocorrem.
Hoje, considerando os graves problemas enfrentados no que se refere ao rendimento
apresentado pelos alunos da escola de educação básica, por meio de medidas de
desempenho, o olhar para o professor se ampliou sobremaneira em inúmeros países,
pois há indicações da correlação da eficácia no desempenho dos professores à melhoria
dos resultados apresentados pelos alunos (Hunt, 2008). Entretanto, é importante
ressaltar que essa correlação não é meramente simplista, pois envolve múltiplos fatores
que articulados convergem para os quadros de fracasso, a saber: políticas educacionais
postas em ação, financiamento da educação básica, aspectos culturais, formas de
estrutura e de gestão das escolas e sistemas de ensino, condições sociais e de
escolaridade familiar das crianças menos favorecida, a formação inicial e continuada, a
condição de trabalho docente nas escolas, a precarização do magistério.
O TRABALHO DOCENTE DE ASSISTENTES SOCIAIS E ENGENHEIROS NO ENSINO SUPERIORProfessorPrincipiante
A partir das últimas décadas do século XX, e com maior intensidade a partir dos anos de 1990, são notórias no cenário dos debates em torno do trabalho docente novas tendências epistemológicas à base da formação do educador, propondo mudanças em direção ao delineamento de um novo paradigma pedagógico de formação. Contudo, esse movimento não vem se dando de forma homogênea. Os múltiplos olhares sobre os contextos da modernidade vêm constituindo um mosaico multifacetado de concepções, disputas e tensões.
O PROFESSOR INCIANTE DE MATEMÁTICA E SUA CONSTITUIÇÃO PARA O TRABALHO DOCENTEProfessorPrincipiante
objetivo deste estudo foi compreender como ocorre a constituição profissional para o trabalho docente do professor iniciante de matemática da rede pública do estado de São Paulo (Brasil) frente às demandas escolares, não abordadas pela formação inicial, na interface com a formação continuada (órgãos colegiados, reuniões de trabalho pedagógico coletivo). Pressupõe-se que o professor constitui-se um profissional ao orientar sua prática por meio da ação reflexiva, fundamentado no empirismo mais do que pela teoria; que a prática de estágios curriculares associada aos saberes da formação inicial não são suficientes para a construção da práxis; que o professor é sujeito, autor, construtor e protagonista de sua prática rumo à autonomia emancipatória. Como aporte teórico tem-se Maurice Tardif (pluralismo de saberes), Maria Isabel da Cunha (formação de professores/pedagogia universitária), Paulo Freire (autonomia/emancipação do sujeito) e Adair Mendes Nacarato, Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino (formação do professor de matemática). Na coleta e análise da pesquisa emergiram a importância da formação universitária e dos estágios supervisionados para constituição profissional docente, a importância da escola como locus de trabalho, a participação solidária e orientadora dos pares, o relacionamento com a equipe gestora, a participação em reuniões de colegiado escolar, e ações docentes quanto a planejar, executar e avaliar as aulas. Das aproximações com os referenciais teóricos sobre dados de três entrevistas semi-estruturadas em pesquisa qualitativa, verificou-se que é na composição de conhecimentos teóricos e empíricos, competências e habilidades técnicas, saberes práticos que o professor iniciante de matemática constitui-se para o trabalho docente.
Professores da educação básica nas escolas públicas brasileiras tem enfrentado
inúmeros desafios no exercício da prática pedagógica. Dentre esses estão a baixa
remuneração pela elevada carga de trabalho, a quantidade de alunos por sala de aula, o
atendimento às diferentes demandas para além do ensino, o pouco envolvimento da
família na educação das crianças e jovens, as dificuldades com o uso das tecnologias de
informação e comunicação, apenas para citar alguns (Gatti, 2011; Saviani, 2009). Outro
desafio presente, mas de natureza diferente, é estabelecer um diálogo adequado e
coerente entre o que se aprendeu nos anos de formação universitária e aquilo que é
exigido e necessário para que o processo ensino-aprendizagem se concretize, de fato, no
espaço escolar.
A FORMAÇÃO INICIAL PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR DA EDUCAÇ...ProfessorPrincipiante
O desenvolvimento profissional do docente que atua na educação superior foi o tema
deste estudo. Esse foi analisado sob três vertentes: o desenvolvimento pessoal, o
profissional e o organizacional propostas por Day (2001) e Nóvoa (1997). A formação do
professor é composta por diferentes aspectos da vida pessoal e profissional do docente,
bem como das políticas e contextos institucionais que configuram o saber fazer
profissional do professor. Partiu-se do pressuposto que o desenvolvimento contínuo do
professor faz parte da natureza do seu próprio trabalho. Sob tal perspectiva, o presente
trabalho teve como objetivo compreender como a formação inicial para a docência
contribui com o desenvolvimento profissional dos professores da Educação Superior;
conhecer como a formação para a docência ocorreu durante a vida profissional desses
professores; e entender qual a percepção de formação docente que esse professor
apresenta. A proposta metodológica escolhida, para este estudo, foi a abordagem
qualitativa e a entrevista semiestruturada foi definida e construída num formato que,
embora flexível, comporta um guia constituído por questões que refletem as
preocupações básicas de investigação. Esta possibilitou conhecer o significado que os
sujeitos dão para a sua prática docente. Os resultados indicaram que a formação inicial é
uma condição para o desenvolvimento profissional e esse consolida-se, pela atitude
pessoal do professor, constitui uma condição para o desenvolvimento profissional desse
docente e depende das ações institucionais para sua estabilização como prática contínua
para a formação docente.
~UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO-INVESTIGAÇÃO ONLINE NA (RE) CONSTRUÇÃO DE INDICADORE...ProfessorPrincipiante
O programa de formação-investigação online, que focaliza processos formativos
de docentes que atuam nos anos iniciais (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental em
escolas públicas municipais, dos quais compartilhamos neste artigo as narrativas das
professoras colaboradoras, faz parte do estudo que se inscreve no Projeto de
investigação: Os indicadores de desenvolvimento profissional de professores que atuam
nos anos iniciais do ensino Fundamental em Escolas Públicas Municipais brasileiras.
Esse projeto está sendo realizado no curso de doutoramento do Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos com o objetivo de
construir e avaliar indicadores de desenvolvimento profissional da docência com
professores que atuam nas turmas referenciadas no estudo.
Nos últimos anos, nas instituições de educação superior, passou-se a demandar - além de preocupações relativas a concorrência, condições de infraestrutura, metodologias inovadoras, uso de tecnologias de informação e projetos pedagógicos de qualidade – um grande número de professores.
CONSTRUÇÃO DE SABERES DIDÁTICOS EM SERVIÇO POR DOCENTES DO CURSO DE FOTOGRAFIAProfessorPrincipiante
Esta pesquisa trata da identificação dos processos de construção dos conhecimentos didático pedagógico, pelo olhar fotográfico, dos professores do curso técnico de fotografia no exercício da profissão docente. Para isso o grupo selecionado para análise foram professores que atuam no Ensino Técnico do curso técnico em Fotografia. A pesquisa teve como metodologia o trabalho de campo, o contato de observação com os professores e foram utilizadas entrevistas, além da observação, culminando na análise dos dados. Nas falas dos professores foram identificados e classificados, segundo as referências teóricas, nas diversas tipologias da construção dos saberes docentes. Este trabalho busca contribuir com a formação dos professores na modalidade de Ensino Técnico, na formação de jovens e adultos na Educação Profissional.
PROFESSORES INICIANTES, EXPERIENTES E PESQUISADORES EM GRUPO COLABORATIVO: NA...ProfessorPrincipiante
Foi desenvolvida uma pesquisa com apoio do CNPq que teve como objetivo geral
identificar indícios de desenvolvimento profissional docente por meio de narrativas de
formação a partir de dinâmicas colaborativas (2009-2011)1. O projeto envolveu
participação voluntária de professores/pesquisadores universitários, futuros professores
(graduandos dos Cursos de Pedagogia) e professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental em um curso desenvolvido no ano de 2010, tendo sido emitidos
certificados de extensão universitária para os participantes.
Práticas e tendências de evolução do trabalho pedagógico no ensino superior ...Bartolomeu Varela
Se, na actualidade, a investigação sobre a problemática do currículo e do desenvolvimento curricular no ensino superior conhece uma dimensão crescente, por motivos que nem sempre se desassociam das tendências para a instrumentalização da academia para a oferta de cursos e serviços que satisfaçam as necessidades de curto prazo do mercado, em detrimento do cumprimento das suas funções essenciais, certo é que a excelência académica, tão propalada nos discursos oficiais, nem sempre é traduzida em políticas e práxis que promovam a qualidade do trabalho pedagógico no ensino universitário
GRUPO DE PESQUISA: uma perspectiva para os professores em início de carreiraProfessorPrincipiante
Esta pesquisa está vinculada a um programa de pós-Graduação em Educação (PPGEd-So) em uma universidade pública. A pesquisa visa compreender o desenvolvimento profissional docente de professores iniciantes, a partir das produções acadêmicas elaboradas no contexto do Programa Observatório da Educação na área da Educação Matemática. O referencial teórico se fundamenta nos estudos referentes ao início de carreira docente (Huberman, 2000) e (Garcia, 1998) e sobre desenvolvimento profissional docente de professores iniciantes (Day, 1999), (Fiorentini & Crecci, 2013). O corpus de análise é composto pela produções textuais dos professores iniciantes, dada a natureza do objeto de estudo, a pesquisa é de cunho qualitativo e interpretativo (Ludke & André, 1986). Pelas análise das produções, destaca-se que seria oportuno a implementação de ações e programas de apoio para professores iniciantes participarem de grupos pesquisa podendo partilhar os desapontamentos do início de carreira e permitindo também ser um espaço de reflexão sobre a prática e aprendizagem coletiva.
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...ProfessorPrincipiante
Há muito se vem discutindo sobre a necessidade de aproximação entre a universidade e a escola básica que poderiam estabelecer uma relação dialógica que beneficiaria mutuamente ambas as partes e, ainda, fortaleceria a formação dos futuros professores em estreita relação com professores de carreira, tendo a escola como espaço de troca e aprendizagem. Embora os cursos de licenciatura tentem uma aproximação via estágio curricular, propondo-o como articulador entre a teoria e a prática e entre os conhecimentos vistos na academia e a realidade da prática sala de aula, este não vem cumprindo efetivamente o seu papel. A aproximação dos licenciandos com a realidade prática é defendida por autores como, Canário (2001) e Roldão (2007), por exemplo, que salientam a importância da inserção do futuro professor na escola básica, seu futuro ambiente de trabalho, numa ação articulada e integradora de conhecimentos, práticas e transformações. É preciso reconhecer que, quanto mais cedo esta imersão do licenciando aconteça tanto melhor lhe será, para encantar-se e abraçar a profissão ou para desistir dela. Como processo viabilizador dessa aproximação, foi criado em 2007, o PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, lançado pelo MEC sob a supervisão da CAPES. Nesse programa há a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início de sua formação acadêmica sob a orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola.
ENTRADA NA CARREIRA DOCENTE: DIALOGANDO SOBRE OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS P...ProfessorPrincipiante
Este trabalho apresenta as ações desenvolvidas pela Rede Integrare, órgão suplementar articulador, de apoio e mediação às questões que envolvem a educação e desenvolvimento profissional de docentes e gestores do Centro de Educação (CE), unidade de ensino de uma universidade pública federal, na região sul do Brasil. Tem por objetivo refletir os desafios encontrados por professores principiantes durante a entrada da carreira docente na educação superior, considerando esse um período de transição de profissionais para professores, que envolve o modo como os professores principiantes enfrentam as mudanças, os sentimentos docentes que consistem em elementos dinamizadores da atividade docente, bem como a capacidade de adaptação ao ambiente universitário e o enfrentamento diante das dificuldades encontradas.
UMA ANÁLISE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES SOB A PERSPEC...ProfessorPrincipiante
Então, nasce o professor...
É realmente difícil afirmar quando o ofício é, de fato incorporado pelo novo professor. O sonho de ser professor pode ser uma oportunidade ou um sonho de infância. Esse desejo é, entre outras coisas, uma descoberta que brota da reflexão e das relações complexas que envolvem o ensino.
O conjunto dos profissionais que atuam coletivamente são fundamentais neste processo enquanto atores que, juntos, fazem a reflexão sobre a prática pedagógica em torno de um projeto comum. No outro o professor, descobre-se e transforma-se. Nas relações com os outros, as opções vão sendo feitas, as decisões vão sendo tomadas. Quanto mais oportunidade de refletir sobre estas relações, mais conscientes são as ações.
Semelhante a A formação continuada do coordenador (20)
Na sequência das Eleições Europeias realizadas em 26 de maio de 2019, Portugal elegeu 21 eurodeputados ao Parlamento Europeu para um mandato de cinco ano (2019-2024).
Desde essa data, alguns eurodeputados saíram e foram substituídos, pelo que esta é a nova lista atualizada em maio de 2024.
Para mais informações, consulte o dossiê temático Eleições Europeias no portal Eurocid:
https://eurocid.mne.gov.pt/eleicoes-europeias
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=52295&img=11583
Data de conceção: maio 2019.
Data de atualização: maio 2024.
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1. 6
A formação continuada do coordenador pedagógico
Uma das vertentes do conjunto de políticas de implantação dos Ciclos de
Formação na rede municipal da cidade do Rio de Janeiro consistia na promoção
de atividades de formação continuada dos professores e coordenadores
pedagógicos. A formação continuada, segundo Perrenoud (2004, pp. 25-26), é
condição necessária para que os docentes possam construir novas competências.
Para Lima (2002, pp. 11-12) o adulto educador também é visto como um ser
humano em desenvolvimento, por isso é indispensável uma revisão constante de
suas práticas pedagógicas no trabalho com o educando. Mello (2004, p. 181),
afirma que a formação continuada, assim como a inicial, são componentes
essenciais para a construção da profissionalização docente. Para o coordenador
pedagógico, a formação continuada faz parte de sua função na complexa tarefa de
atender às necessidades da escola e de estar acompanhando as mudanças sociais,
tecnológicas, políticas e globais que fazem parte da sociedade (RIO DE
JANEIRO, 1998b pp. 8-9).
Tardif (2002, pp.19-20) afirma que a ênfase na formação continuada
docente forma-se como a base das culturas intelectual, científica e moderna
através de processos de aprendizagem intelectuais, individuais e coletivos
promovidos dentro dos sistemas educacionais. Para Garrido (2007, p. 9) a
formação continuada do coordenador pedagógico promove a constante atividade
reflexiva a fim de aperfeiçoar as mediações entre o coordenador e os professores
da escola.
De acordo com Goodson (1995 p. 69), a investigação educacional deve
assegurar que a “voz” do professor seja ouvida, como forma de conhecer melhor o
trabalho desenvolvido e o contexto de sua vida profissional. Assim, esta
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
2. 95
investigação partiu do que os coordenadores pedagógicos disseram a respeito de
sua formação.
Os relatos revelaram a importância que eles dão à sua formação
continuada sempre buscando novos cursos e oficinas na área pedagógica. As
considerações que eles fazem a respeito da formação oferecida pela SME e, como
aplicam os conhecimentos adquiridos nos “centros de estudos” junto aos
professores. A importância que eles delegam aos diálogos e às “trocas de
experiências” nos espaços de formação.
No capítulo anterior, algumas questões, vinculadas ao trabalho do
coordenador como, por exemplo, a relação do coordenador pedagógico com os
responsáveis e com os professores, foram abordadas surgindo categorias como
“afetividade” e “solidão”. Por isso, os coordenadores sentem a necessidade de
compartilharem experiências durante os encontros de formação continuada.
6.1
Os saberes docentes
Tardif trata dos saberes docentes, tanto na formação inicial quanto
continuada, levando em conta sua prática e sua inserção na organização da escola.
A formação docente, segundo o autor, é contextualizada na situação atual
vivenciada pela educação escolar de forma global. Ele trata das incertezas que
envolvem a profissão docente e os saberes confrontados com as transformações
sofridas pela escola e pela sociedade. Os saberes docentes são construídos pelas
relações entre os conhecimentos adquiridos na formação inicial e os
conhecimentos adquiridos na experiência de trabalho, isto é, na prática cotidiana
na escola. Tardif reconhece que o professor, desempenha um papel de importância
estratégica dentro da sociedade por causa de seu papel na formação-produção dos
saberes sociais (2002, pp. 33-34; 82).
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
3. 96
Ele trata da relação do profissional com seus saberes afirmando que o
estudo a respeito deste tema é um campo de pesquisa novo, e, por isso mesmo,
relativamente inexplorado, inclusive pelas ciências da educação. A relação dos
docentes com os saberes não é meramente transmissão de conhecimentos, mas,
relações do sujeito com os seus diversos saberes: saberes profissionais,
disciplinares, curriculares, experienciais. O autor detalha a descrição destes
saberes, afirmando que:
o professor e o ensino constituem objetos de saber para ciências
humanas e para as ciências da educação. Ora, estas ciências, ou pelo
menos algumas dentre elas, não se limitam a produzir conhecimentos,
mas, procuram também incorporá-los à prática do professor. Nesta
perspectiva, esses conhecimentos se transformam em saberes
destinados à formação científica e erudita dos professores e, caso
sejam incorporados à prática docente, esta pode transformar-se em
prática científica, em tecnologia de aprendizagem (2002, pp. 36-37).
Onde o coordenador pedagógico poderia ser inserido neste processo? Ele
é, antes de tudo, um professor que sai da sala de aula e assume uma posição de
gestor para dedicar-se à formação do seu grupo de professores, além de
desenvolver, através de sua liderança, os projetos pedagógicos na escola. Ele está
inserido dentro do processo de formação docente no espaço da escolar. Com isto,
vivencia os dilemas da educação na atualidade e preocupa-se com sua própria
formação a fim de atender às questões não planejadas que surgem durante o
desempenho de sua função.
6.1.1
A valorização dos saberes docentes
Tardif apresenta os saberes docentes como estratégicos para a sociedade e
também mostra que os saberes dos professores não são valorizados no seu fazer
profissional, não encontrando “eco” nas ciências da educação. Para ele, o
professor possui “uma nítida tendência a desvalorizar sua própria formação
profissional associando à pedagogia e “às teorias abstratas dos formadores
universitários”” (2002, p. 41).
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
4. 97
A questão da formação docente está contextualizada num universo social
que trata da escola e da educação com políticas globalizadas patrocinadas pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO e
pelo Banco Mundial voltadas para a formação dos profissionais da educação. No
Brasil e América Latina, as políticas educacionais são implantadas de forma
homogênea, desvalorizando os saberes que os professores trazem como resultado
de sua formação cultural e de suas experiências construídas no seu trabalho com
os alunos (CANDAU, 2003a, pp.32, 38).
Os conhecimentos presentes na prática do exercício docente são incluídos
ao conjunto de saberes do coordenador pedagógico que orienta a organização
curricular dos professores de diversas áreas do conhecimento, sem interferir nos
saberes específicos de cada disciplina. Os conhecimentos curriculares (TARDIF,
2002, p.38) do coordenador pedagógico perpassam a estrutura curricular.
Quanto aos saberes experienciais ou práticos, Tardif (2002, pp. 38-40)
apresenta-os como saberes resultantes do exercício da função de coordenador
inerentes ao cotidiano da escola. Eles são considerados constitutivos de sua
prática articulados com os conhecimentos de sua formação. A prática do
coordenador envolve os saberes relacionais (BORGES, 2002, p.65) resultantes das
interações práticas nas relações sociais com as diversas representações da
comunidade escolar, principalmente, os professores da escola que resultam na
transformação do próprio profissional como pessoa humana assim como o
desenvolvimento de habilidades de negociação e tolerância necessárias ao
coordenador nas suas relações com os docentes da escola. A autora cita, como
parte dos saberes relacionais, o juízo de valor que o profissional faz de si mesmo
na sua relação com os docentes e com a direção.
Para Borges (2002 p. 65), os docentes possuem experiências e saberes
ligados ao relacionamento com os alunos. Voltando-se para os saberes relacionais
do coordenador pedagógico este universo é ampliado e diversificado. A autora
mostra que os saberes relacionais estão ligados à questão da ética, tolerância e
capacidade de negociação, práticas apontadas como rotineiras entre os
coordenadores pedagógicos. Para Tardif (2002, p. 17) a relação professor-aluno
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5. 98
como mediação de princípios ético-sociais fornece subsídios para o enfrentamento
das relações sociais conflituosas, ou não, do cotidiano escolar.
Os saberes plurais são construídos na escola, durante o processo rotineiro
de trabalho docente. Estes saberes não estão presentes nos currículos de formação
de professores ou de especialistas da educação, mas, são baseados na experiência
adquirida no trabalho. Tardif (2002, p. 35) e Borges (2002, p. 63) apresentam os
saberes plurais como, a fusão dos saberes acadêmicos com os saberes
experienciais formando assim, novos saberes.
6.2
A formação continuada do coordenador pedagógico na “era das
incertezas”
Canário faz um balanço da escola no século XXI e diz que a estamos
vivendo a “era das incertezas” na qual a sociedade sofreu profundas mudanças em
suas relações sociais. Com isso, a escola não conseguiu acompanhar estas
mudanças surgindo assim, as crises de reorganização do seu papel dentro da
sociedade. O coordenador, como um gestor pedagógico, vivencia as mudanças das
relações com a comunidade escolar e que vem influenciar o exercício de sua
função na escola.
Canário (2006, pp. 16-17), assim como Tardif (2002, pp.34-35), afirma
que a desvalorização docente é resultado de novas formas de regulação
profissional da divisão do trabalho na escola trazendo como consequência uma
proletarização do trabalho docente em que lhe escapa o controle do seu exercício
de ensinar. Ele trata das novas responsabilidades sociais assumidas pela escola
resultantes das políticas globais que re-estruturaram as finalidades da educação. O
“mal-estar docente” é citado pelo autor como resultado das transformações da
escola e da culpabilização sofrida por eles no exercício de seu trabalho. O trabalho
do coordenador pedagógico, no cotidiano escolar, é diretamente atingido pelas
políticas globalizadas que tratam da educação, quando é cobrado diretamente dele
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6. 99
o sucesso da escola em relação ao desempenho escolar, como resultado da
aprendizagem dos alunos e da qualidade de trabalho dos professores.
A formação continuada envolve relação com os saberes, tanto na
reorganização dos já adquiridos pelos professores, quanto pelos que ele ainda
pode adquirir. O coordenador pedagógico, ao participar de um curso ou atividade
que envolva algum tipo formação profissional, irá deparar-se com novas propostas
teóricas a respeito dos problemas vivenciados por ele em seu trabalho, levando-o,
ao defrontar-se com o conhecimento, a formular novas organizações e novas
idéias.
6.3
A “reflexão-na-ação” na formação prática do coordenador
pedagógico
A formação continuada envolve também a reflexão sobre o seu fazer na
escola, sobre saberes já conhecidos, mas, que necessitam de uma reflexão a
respeito da prática profissional. Schön (2000, pp. 31-32) destaca que o
profissional durante o seu processo de formação, também faz uma auto-reflexão a
respeito de sua prática no momento em que se processa a ação, isto é, no
momento de construção da ação profissional. Ele destaca que na relação entre o
profissional e seu cotidiano a reflexão passa a ser um processo mental
desenvolvido pelo profissional para a resolução de problemas inesperados que
surgem durante a sua ação cotidiana. É o que ele denomina de “reflexão-na-
ação”.
Schön (2000, p. 90) amplia o conceito de formação continuada quando
trata da reflexão como resultado da interação entre professor-aluno e entre
profissionais da mesma área de atuação. O diálogo é o instrumento de validação
utilizado na “reflexão-na-ação recíproca”. A reflexão profissional processa-se no
diálogo entre os sujeitos com diferentes níveis de conhecimento em que um leva o
outro a reflexão sobre a sua própria ação, desencadeando junto com a reflexão o
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
7. 100
ato de aprender. As trocas de saberes, envolvendo os coordenadores pedagógicos
em espaços de formação continuada, são feitas através do diálogo e da interação
sócio-afetiva entre os sujeitos envolvidos. Assim como Charlot (2000, p.80),
Schön (2000, pp.90-91) demonstra que as relações sociais são primordiais para
que os processos que envolvam a troca de saberes, ou a construção dos saberes
docentes, sejam possíveis.
6.4
O coordenador pedagógico e a sua relação com o saber
Para Charlot (2000, p.78) o ser humano, enquanto sujeito de saber,
confronta-se com a pluralidade de relações que mantém com o mundo. A
informação é dada ao sujeito quando este trava uma relação com o mundo que o
cerca. Este “mundo” está envolvendo o outro, numa relação entre sujeitos que, na
interação, fazem a troca de saberes, entre quem ensina como quem aprende, tanto
entre aprendentes quanto entre profissionais. A relação entre o sujeito e os saberes
envolve, ao mesmo tempo, subjetividade e objetividade durante a confrontação
interpessoal. Na dinâmica da formação continuada, estas relações são percebidas
nos espaços de formação continuada apresentados nesta pesquisa que são: o
“Curso para Docentes do Ensino Fundamental – Coordenador Pedagógico” e os
“centros de estudos” realizados na escola. A relação com o saber envolve também
a afetividade. Segundo o autor, a afetividade envolve o desejo pelo saber e o
relacionamento social entre os sujeitos durante processo de interação presentes
nos espaços de formação.
A relação do indivíduo com o saber é definido como uma relação com o
mundo, e, por isto mesmo uma relação com o saber e com os outros, numa
interação com a linguagem e com o tempo. A relação do indivíduo com o saber
está intrinsecamente ligada com a construção de uma história coletiva dos
processos de validação, transmissão e capitalização. Segundo ele, uma de suas
definições seria: “A relação com o saber é a relação com o mundo, com o outro e
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8. 101
com ele mesmo, de um sujeito confrontado com a necessidade de aprender”
(CHARLOT, 2000, p.80). O autor também afirma que a relação com o saber
também envolve o desejo. O sujeito “desejante” de aprender e o saber que é
definido como um “objeto novo”, o objeto desejado pelo sujeito.
Perrenoud (2001, p.22) refere-se ao ato de ensinar como uma rede de
complexidades, em que convivem diversidades, conflitos, diferenças, gerando
incertezas sobre a eficácia dos sistemas educativos, tirando do professor as
certezas que outrora tinha em relação ao ato de educar seus alunos. Incertezas que
põem em cheque os ideais que a sociedade espera do professor. Neste caso, o
próprio autor propõe que o docente venha a adquirir competências para fazer
frente às urgências e complexidades das situações encontradas no espaço da
escola, no caso, a formação de seus alunos. Especificando a função formadora do
coordenador pedagógico, ele também lida com incertezas e com o inesperado,
quando no espaço de formação, surgem os conflitos. Sejam eles de natureza
ideológica ou conflitos pessoais entre o coordenador e professores. Canário (2006)
afirma que:
Em contraste com a relativa estabilidade que marcou a relação entre a
aprendizagem e o mundo do trabalho, as últimas décadas
caracterizaram-se pela passagem de uma relação estável para uma
relação incerta, em grande parte resultante de um fenômeno de
acentuada mobilidade profissional. Este fenômeno de mobilidade é,
primeiro lugar, interno aos diversos campos profissionais. Uma
mesma designação profissional recobre, diacronicamente, realidades
profissionais muito distintas e apela a tipos diferenciados de saber. Por
esta razão, as formações iniciais tradicionais tornam-se rapidamente
obsoletas e dão lugar a formações características mais estratégicas,
inseridas em longos percursos de formação que acompanham toda a
trajetória profissional (p. 124).
O estudo a respeito dos saberes do coordenador pedagógico, e de sua
função de formador de professores, é ainda novo. A questão tratada neste capítulo
está relacionada com a formação continuada do coordenador pedagógico e a
importância para o seu desenvolvimento profissional dentro da escola. Gatti
apresenta uma definição simples.
Nos últimos dez anos, cresceu geometricamente o número de
iniciativas colocadas sob o grande guarda-chuva do termo “educação
continuada”. As discussões sobre o conceito de educação continuada
nos estudos educacionais não ajudam a precisar o conceito, e talvez
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
9. 102
isso não seja mesmo importante, aberto que fica ao curso da história.
Apenas sinalizamos que, nesses estudos, ora se restringe o significado
da expressão aos limites de cursos estruturados e formalizados
oferecidos após a graduação, ou após ingresso no exercício do
magistério, ora ele é tomado de modo amplo e genérico, como
compreendendo qualquer tipo de atividade que venha a contribuir para
o desempenho profissional – horas de trabalho coletivo na escola,
reuniões pedagógicas, trocas cotidianas com os pares, participação na
gestão escolar, congressos, seminários, cursos de diversas naturezas e
formatos, oferecidos pelas Secretarias de Educação ou outras
instituições para pessoal em exercício nos sistemas de ensino, relações
profissionais virtuais, processos diversos a distância (vídeo ou
teleconferências, curso via internet etc.), grupos de sensibilização
profissional, enfim, tudo que possa oferecer ocasião de informação,
reflexão, discussão e trocas que favoreçam o aprimoramento
profissional, em qualquer de seus ângulos, em qualquer situação. Uma
vastidão de possibilidades dentro do rótulo de educação continuada
(2008, p. 57).
A formação continuada se constitui numa definição genérica que traz
algumas reflexões sobre a continuidade da evolução conhecimento, das
tecnologias, e da globalização cultural que na contemporaneidade processa-se de
forma mais acelerada. A escola, como campo de transmissão e de intercâmbio
multicultural (CANEN; OLIVEIRA 2002, pp.62-63), da relação entre alunos
professores com o coordenador pedagógico torna-se desafiadora para novas
discussões teóricas e de prática pedagógica, juntamente com as novas políticas,
subordinadas às políticas neoliberais que, através do Banco Mundial,
determinaram as políticas educacionais implantadas nos anos noventa, trazendo
novas práticas de ensino e novos valores e atribuições para as escolas (BALL,
2004, pp. 1108-1109); (CANDAU, 2003a, p.35); (MAINARDES, 2006, p.52).
A relação da formação continuada com a aquisição das novas tecnologias da
informação também se torna um desafio permanente para os coordenadores
pedagógicos, tanto na aquisição destes novos conhecimentos quanto em sua
utilização como ferramenta em atividades de formação continuada. Segundo
Sobrinho (2004, pp.17,19), com o surgimento da TV e do computador, outras
linguagens e experiências de comunicação foram vivenciadas e uma série de
transações sociais foi feita por esses meios, influenciando o comportamento
individual e social da humanidade contemporânea. Ele também chama atenção
para a crescente desvalorização das profissões docentes, tanto no campo do
exercício da profissão quanto nos cursos de formação de professores. E não
somente na formação dos professores, mas também, no desempenho da equipe
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
10. 103
gestora da escola, incluindo o coordenador pedagógico, que sente a necessidade
de apropriar-se destas tecnologias para melhor o desempenho de sua função.
Como ele mesmo diz: “incorporar os recentes recursos comunicacionais ao
modelo secular de difundir e transmitir conhecimento” (p. 43).
Na visão de Candau (2003b, p.55), a formação continuada docente deve
romper com a habitual formação clássica e universitária para privilegiar a escola
como locus de formação considerando os saberes experienciais já adquiridos pelos
docentes. Para ela, o espaço da escola deve ser considerado como o local mais
adequado para que o docente realize a sua formação continuada.
6.5
As políticas de formação continuada docente
De acordo com Craig, Craft e Plessis (1998, pp.6-10), o Banco Mundial
financiou várias pesquisas a respeito do aperfeiçoamento da formação continuada
dos professores e a partir daí promoveu consultorias definindo estratégias a serem
adotadas por governos de países subdesenvolvidos e instituições públicas para a
aplicação de políticas de aperfeiçoamento docente.
Candau afirma que o Banco Mundial tem se colocado no papel de
coordenador das grandes reformas educacionais dos anos noventa e do século
XXI, inclusive na questão da formação continuada docente.
O banco prioriza, em suas recomendações e conclusões, investimentos
nos seguintes aspectos: aumento do tempo de instrução, por meio da
ampliação do ano escolar, da flexibilização e da adequação de
horários; reforço do dever de casa; oferta de livros didáticos,
considerados expressão operativa do currículo e elementos
compensadores dos baixos níveis de formação docente; melhoria dos
conhecimentos dos professores, privilegiando-se a formação
continuada em detrimento da formação inicial, estimulando-se os
sistemas de educação à distância (2003a, p. 37).
Para entender o conceito de formação continuada como parte da formação
inicial, Catani, Oliveira e Dourado (2001, p.72); Dourado (2002, p.236); Werthein
(1999, pp.17-18) e Maués (2003, p. 93), comentam que as reformas educacionais
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
11. 104
dos anos noventa que se consolidaram na LDB (BRASIL, 1996) fazem parte de
um conjunto que acompanha as reformas no nível empresarial do mundo
contemporâneo e globalizado, gerando a necessidade de maior qualificação de
empregados face às novas exigências do mercado. As reformas educacionais no
Brasil redirecionaram o papel da escola aliando-a a formação voltada para a
competitividade. Os cursos passaram a ter currículos mais flexíveis, adaptados às
demandas do mercado de trabalho, com ênfase na formação geral e integração
entre a graduação e a pós-graduação. A flexibilização curricular trouxe em seu
bojo a transformação dos espaços da universidade, destinados à formação
profissional, gerando como consequência a diminuição da importância das
universidades como formadoras do intelectual e do profissional.
As reformas no ensino e na profissionalização docente datam de vinte
anos, e foram afetadas pela crise econômica mundial. A partir daí houve a
destruição das crenças na escola e na democratização escolar. Com isso, os
saberes escolares, não correspondem mais aos anseios da sociedade, fazendo com
que os professores recorram aos saberes experienciais para superar estes dilemas.
A ênfase se volta para a formação continuada docente, acompanhada do
desenvolvimento de recursos educativos onde, a formação docente é constituída
com base na cultura intelectual, científica e moderna, através de processos de
aprendizagem intelectuais individuais e coletivos promovidos dentro dos sistemas
educacionais (TARDIF, 2002, pp.19-20, 47).
6.6
A “voz” do coordenador pedagógico nos relatos a respeito de sua
própria formação
Na linha mais crítica da Educação, temos Aguiar e Mello (2005, pp.960-
961); que defendem um projeto de política educacional mais voltado para a
realidade dos saberes docentes onde estes tenham “voz e vez”, como sujeitos de
sua formação; Arroyo (1999, p. 144) afirma que a formação docente foi
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
12. 105
desqualificada pela visão tecnicista, marginalizando as dimensões históricas de
seu ofício dentro das dimensões sociais e culturais, que é “o educar para a mera
transmissão de conhecimentos”, demandadas de acordo com a conjuntura do
mercado. Sua proposta defende o ofício de mestre como forma de valorização dos
saberes docentes e de sua prática na sala de aula. Referindo-se ao coordenador
pedagógico, pode-se dizer que o conhecimento que este possui, além da prática
docente, lhe dá uma visão ampla da escola adquirida em sua prática de trabalho.
São reproduzidos a seguir os relatos dos coordenadores pedagógicos sobre o que
eles entendem por formação continuada:
No curso (Curso para Docentes do Ensino Fundamental – Coordenador
Pedagógico), na mesma turma, constam coordenadores que estão começando
agora, coordenadores muito jovens e coordenadores como eu, muito antigos, que
não tem mais o que ver dentro desses materiais apresentados. Tenho que
aprender? Tenho. Mas, eu tenho que aprender na minha prática, na minha
escola, como desenvolver o meu projeto. Hoje não tem mais serventia para mim,
ficar lendo o que é um projeto, como se elabora, que eu tenho que trabalhar com
a comunidade, com o aluno, com o professor, porque é importante, buscar na
comunidade. Coisas que, para quem está entrando nessa prática, óbvio, vão
servir, mas quem vem de uma estrada longa, e eu sempre coloco isso nas
avaliações finais, deveria haver uma seleção por níveis. Quem já fez todos os
cursos? Agora está no nível tal, vai dar continuidade. Quem está entrando agora,
precisa saber disso tudo. Por que temos que andar etapas repetidas? Então a
gente cai naquele mesmo erro fazendo com que eles (os cursos) não se tornem tão
interessantes como deveriam (Elisa).
As discussões atendem tanto ao grupo mais antigo quanto àquele que está
chegando agora, esse grupo jovem na função. É lógico que a gente dá a nossa
contribuição, mas poderia haver momentos que poderiam acontecer de forma
diferenciada (entre os dois grupos: novos e antigos na função) (Rosana).
Elisa e Rosana fazem uma reflexão pertinente a respeito da formação
continuada que recebem da SME que não considera os saberes já adquiridos pela
suas experiências na prática como coordenadoras pedagógicas. Quanto aos temas
PUC-Rio-CertificaçãoDigitalNº0710356/CA
13. 106
no processo de formação continuada no “Curso para Docentes do Ensino
Fundamental- Coordenador Pedagógico” os formadores tratam os coordenadores
como se fossem iniciantes. Elisa até exemplifica falando a respeito de um dos
temas recorrentes no curso como, por exemplo: “projeto político-pedagógico”.
Entre os entrevistados, 10/12 declararam que sua formação continuada é
promovida pela SME. A formação continuada do professor sempre foi presente
na SME através de cursos, oficinas, encontros, e outros eventos patrocinados.
Mas, uma formação continuada especificamente voltada para o coordenador
pedagógico só teve início em 2002, quando os coordenadores não acompanhavam
a formação continuada dos professores que estudavam as teorias referentes aos
Ciclos de Formação, ficando aquém dos professores em relação a questões
levantadas nos “centros de estudos”.
6.6.1
A formação continuada feita pela Secretaria Municipal de Educação
A formação continuada, segundo os entrevistados, sempre foi priorizada
por todos os informantes. A SME possui uma diversidade de espaços de formação
voltados para todos os profissionais que trabalham na escola: diretor, diretor-
adjunto, coordenador pedagógico, agente administrativo, professor, merendeira,
agente educador. Todos obrigatoriamente, em algum momento, devem passar por
uma formação ou atualização durante o seu período de serviço (RIO DE
JANEIRO, 1998a, pp.4-5).
Os coordenadores pedagógicos falam de sua participação em atividades de
formação não acadêmica:
Eu participo de todas as capacitações e vou a todos os seminários...A
SME tem um leque muito grande de capacitadores que buscam cada vez mais
valorizar esse profissional (o coordenador pedagógico) (Aline).
Todas. As da SME principalmente (Shana).
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Desde que eu entrei para o Município (do Rio de Janeiro), eu sempre
participei de seminários, palestras que não são da Secretaria, vou a palestras de
livrarias, não faço só as capacitações promovidas pela SME...além do que a
Secretaria oferece, a gente tem que buscar em outras fontes (Rosana).
Atualmente, os espaços de formação continuada que são rotineiros durante o
ano letivo, são citados:
Eu tenho feito o “Seminário de Avaliação à Luz da Multieducação” o
“Curso de Coordenadores Pedagógicos”, “Curso de Informática Básica” e o
“Seminário do Departamento de Ensino Fundamental – DEF” (Elza).
Entre os entrevistados 10/12 afirmaram que fizeram ou fazem algum tipo de
formação continuada. As falas mostram que os coordenadores pedagógicos
valorizam a formação continuada e participam ativamente das mesmas;
consideram importante estar sempre em processo de formação. Eles valorizam a
formação continuada dada pela SME como boa, mas, com algumas críticas na
forma de dinamização, principalmente, no “Curso para Docentes do Ensino
Fundamental - Coordenador Pedagógico”, que se processa de forma mais
contínua.
Além dos espaços de formação citados por Elza, outros também promovem
atividades de formação continuada e debates a respeito da prática pedagógica,
como, por exemplo, “Imagem, Meio e Reflexo” voltado para professores de sala
de leitura e o “Seminário Século 21”, promovido pela MULTIRIO, que
oportuniza aos professores da rede a mostrarem os projetos pedagógicos
desenvolvidos em suas escolas, principalmente aqueles que envolvam algum tipo
de mídia. Os demais tipos de formação continuada são pontuais tais como:
palestras, oficinas, e outros eventos com vistas à formação continuada docente.
A formação continuada dos coordenadores pedagógicos da rede municipal
se propôs a dar ao coordenador material textual para que o docente pudesse ter
contato com as teorias educacionais, principalmente àquelas relacionadas com os
Ciclos de Formação. Os espaços de discussão de ideias também eram
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oportunizados, havendo somente diferenciação no que refere ao dinamizador dos
cursos, que foram se modificando a cada ano.
Neste capítulo foram vistas as teorias que formam a base da formação
continuada docente e relatos de coordenadores a respeito de suas experiências em
atividades de “formação continuada”. Em seguida, será demonstrado como o
“Curso para Docentes do Ensino Fundamental - Coordenador Pedagógico”,
promovido pela SME, foi organizado e estruturado e a forma pela qual os
coordenadores pedagógicos da rede municipal do Rio de Janeiro apropriaram-se
dessa formação para o seu desenvolvimento profissional, contribuindo para a
melhoria do trabalho que ele realiza no cotidiano escolar.
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