Este documento discute a atuação da fisioterapia no paciente com amputação transfemoral unilateral. Apresenta informações sobre a anatomia da coxa e articulação do quadril, níveis de amputação, etiologias, complicações e a avaliação e reabilitação fisioterapêutica no paciente com esta condição. Tem como objetivo capacitar o fisioterapeuta para a reabilitação adequada visando a independência e melhora da qualidade de vida após a amputação.
O documento discute o alongamento muscular, definindo-o como um exercício para treinar flexibilidade que aumenta o comprimento dos músculos e a amplitude de movimento. Explica que qualquer pessoa pode fazê-lo e que deve ser realizado diariamente para manter a flexibilidade, mas que antes de atividades físicas é melhor aquecer em vez de alongar para evitar perda de força. Também fornece exemplos de alongamentos dinâmicos e estáticos e dicas de como realizá-los corretamente.
O documento descreve a distrofia muscular de Duchenne (DMD), incluindo sua fisiopatologia, sintomas, diagnóstico e tratamento. A DMD é uma doença genética progressiva que afeta principalmente meninos e causa degeneração e fraqueza muscular. Os sintomas começam na infância e a condição leva eventualmente à cadeira de rodas e complicações respiratórias. O diagnóstico envolve exames clínicos, de sangue e biópsia muscular. O tratamento visa retardar a progressão da doen
O documento resume os principais aspectos da estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS), incluindo seus três principais tipos (alta frequência, baixa frequência e breve intensa), parâmetros elétricos, mecanismos de ação, colocação de eletrodos e indicações.
Mãos à obra, você não pode ficar parado! Mexa-se, exercite-se, cuide do seu corpo, cuide da sua saúde! Aprenda exercícios compensatórias para ter uma vida longa no trabalho. Aprenda a viver.
Apresentação nas empresas para diretoria e funcionários.
O documento discute a fisioterapia traumato-ortopédica, incluindo suas definições, áreas de especialização, benefícios, indicações, lesões comuns tratadas e recursos utilizados no tratamento.
This document is a physiotherapy evaluation form for urogynecology. It collects personal information like name, age, medical history, symptoms, and physical assessment findings for a patient. The form includes sections to document the chief complaint, urinary symptoms, bowel function, gynecological history, physical exam notes, additional tests performed, and relevant details. The purpose is to comprehensively evaluate and document the patient's condition.
O documento classifica e descreve diferentes tipos de correntes terapêuticas, incluindo suas frequências, modos de estimulação e indicações. Apresenta correntes de baixa frequência como TENS e FES, média frequência como Russa e Interferencial, e alta frequência como ondas curtas e ultra-som. Também descreve a Corrente Aussie/Australiana, uma nova geração de estimulação elétrica.
O documento discute avaliação e tratamento fisioterapêutico de lesões ortopédicas e traumatológicas. Ele aborda condições como entorse de tornozelo, fraturas do membro superior, reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho e síndrome do impacto do ombro, descrevendo avaliação, objetivos de tratamento e etapas da reabilitação.
O documento discute o alongamento muscular, definindo-o como um exercício para treinar flexibilidade que aumenta o comprimento dos músculos e a amplitude de movimento. Explica que qualquer pessoa pode fazê-lo e que deve ser realizado diariamente para manter a flexibilidade, mas que antes de atividades físicas é melhor aquecer em vez de alongar para evitar perda de força. Também fornece exemplos de alongamentos dinâmicos e estáticos e dicas de como realizá-los corretamente.
O documento descreve a distrofia muscular de Duchenne (DMD), incluindo sua fisiopatologia, sintomas, diagnóstico e tratamento. A DMD é uma doença genética progressiva que afeta principalmente meninos e causa degeneração e fraqueza muscular. Os sintomas começam na infância e a condição leva eventualmente à cadeira de rodas e complicações respiratórias. O diagnóstico envolve exames clínicos, de sangue e biópsia muscular. O tratamento visa retardar a progressão da doen
O documento resume os principais aspectos da estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS), incluindo seus três principais tipos (alta frequência, baixa frequência e breve intensa), parâmetros elétricos, mecanismos de ação, colocação de eletrodos e indicações.
Mãos à obra, você não pode ficar parado! Mexa-se, exercite-se, cuide do seu corpo, cuide da sua saúde! Aprenda exercícios compensatórias para ter uma vida longa no trabalho. Aprenda a viver.
Apresentação nas empresas para diretoria e funcionários.
O documento discute a fisioterapia traumato-ortopédica, incluindo suas definições, áreas de especialização, benefícios, indicações, lesões comuns tratadas e recursos utilizados no tratamento.
This document is a physiotherapy evaluation form for urogynecology. It collects personal information like name, age, medical history, symptoms, and physical assessment findings for a patient. The form includes sections to document the chief complaint, urinary symptoms, bowel function, gynecological history, physical exam notes, additional tests performed, and relevant details. The purpose is to comprehensively evaluate and document the patient's condition.
O documento classifica e descreve diferentes tipos de correntes terapêuticas, incluindo suas frequências, modos de estimulação e indicações. Apresenta correntes de baixa frequência como TENS e FES, média frequência como Russa e Interferencial, e alta frequência como ondas curtas e ultra-som. Também descreve a Corrente Aussie/Australiana, uma nova geração de estimulação elétrica.
O documento discute avaliação e tratamento fisioterapêutico de lesões ortopédicas e traumatológicas. Ele aborda condições como entorse de tornozelo, fraturas do membro superior, reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho e síndrome do impacto do ombro, descrevendo avaliação, objetivos de tratamento e etapas da reabilitação.
O documento discute exercícios passivos para manter ou melhorar a amplitude de movimento articular. Ele explica que condições médicas e imobilização podem reduzir a amplitude e descreve exercícios passivos, ativos e assistidos para prevenir isso. Também fornece tabelas com os movimentos normais de cada articulação.
O documento discute a eletroanalgesia TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea), incluindo sua definição, teoria da modulação da dor e aplicação para diferentes tipos de dor através da distribuição de eletrodos em áreas específicas do corpo.
Este capítulo discute o conceito de boa postura, enfatizando que não há uma postura correta absoluta, já que cada pessoa é única e expressa suas emoções de forma diferente em seu corpo. Uma boa postura depende do equilíbrio individual em cada momento, levando em conta fatores físicos, psicológicos e emocionais.
O documento discute a estimulação elétrica neuromuscular, descrevendo sua história, técnicas, parâmetros e aplicações. A estimulação elétrica estimula as unidades motoras para provocar contração muscular de forma não invasiva e pode ser usada para fortalecimento, reabilitação e melhoria estética. Os principais objetivos incluem prevenir atrofia, aumentar força e estabilidade articular.
O joelho é uma articulação completa com três ossos, possui dois graus de liberdade de movimento e três superfícies que se articulam: articulações tíbio-femoral medial, tíbio-femoral lateral e femoro-patelar, que estão localizadas em uma cápsula articular comum (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
De modo funcional, o joelho pode suportar o peso corporal na posição ereta sem contração muscular; um indivíduo pode contar com os ligamentos das articulações para se manter de pé (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Manual do equipamento Tens-Fes Clínico, disponibilizado pelo fabricante HTM Eletrônica.
Saiba mais, acesse: http://www.americanfisio.com.br/tens-fes-clinico-4-canais-htm-p638/
O TENS-FES HTM CLÍNICO tem duas versões, aparelho com 2 e 4 CANAIS. Design inovador, controle através de teclas soft touch e display LCD. Possui canais de saídas independentes e 09 modos de operação, além das correntes FES, TENS, RUSSA, SOFT FORCE, MEDIUM FORCE e HIGH FORCE.
O documento discute metodologias para avaliação da força muscular, incluindo testes de uma repetição máxima, testes de carga relativa e critérios para escolha de métodos de teste de força.
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES DO TORNOZELO E PÉ_FINAL2020.pdfMisslenyHaruna
[1] O documento discute avaliação e tratamento conservador de principais disfunções do tornozelo e pé, incluindo entorse de tornozelo, instabilidade crônica, fascite plantar, tendinopatia do tendão calcâneo, fraturas maleolares e fratura do teto tibial.
[2] A entorse de tornozelo é classificada em três graus com base na gravidade da lesão dos ligamentos. O tratamento envolve descanso, gelo, compressão e elevação seguidos de exercícios de fortalecimento e
O documento discute a relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva. O hemograma fornece informações sobre os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas que são úteis para o fisioterapeuta avaliar e tratar pacientes. Alterações nos resultados do hemograma podem afetar o desmame ventilatório e atividades de reabilitação, e pacientes com plaquetas muito baixas ou altas requerem cuidados especiais.
Aula 1 definiçoes e historia da fisioterapiaMarcelo Jota
O documento descreve a história da fisioterapia no Brasil em 3 frases:
1) A fisioterapia tem origens milenares, mas se desenvolveu como profissão no Brasil a partir do século XIX com o uso de agentes físicos para tratamento.
2) A regulamentação da profissão ocorreu em 1969 e a criação do COFFITO e CREFITOs em 1975 estabeleceu os conselhos responsáveis pela regulamentação.
3) Nos anos subsequentes, o currículo e a formação superior em fisiot
O documento descreve a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), um tratamento não invasivo para dor. O TENS funciona aplicando estímulos elétricos de baixa intensidade e alta frequência para ativar fibras nervosas grandes e bloquear a transmissão de dor, produzindo uma sensação de formigamento confortável. O documento explica os princípios, aplicação e contraindicações do TENS.
Este documento discute a crioterapia, incluindo suas indicações para o tratamento de traumas, dores agudas e crônicas, e seus efeitos fisiológicos, como a vasoconstrição e diminuição da dor. Ele também descreve as fases sensoriais da aplicação do frio e fornece diretrizes sobre zonas de aplicação, duração do tratamento, contraindicações e equipamentos necessários.
1) O documento discute o envelhecimento populacional no Brasil e no mundo e suas implicações na saúde pública.
2) Apresenta as principais alterações fisiológicas, anatômicas e funcionais associadas ao envelhecimento e à saúde do idoso.
3) Discorre sobre os conceitos de gerontologia e geriatria e seu papel no estudo do envelhecimento e no atendimento à saúde do idoso.
A corrente interferencial (IC) é uma técnica terapêutica que aplica correntes elétricas alternadas de média frequência para fins terapêuticos. A IC é mais efetiva em frequências entre 4000-4200 Hz, com a amplitude modulada em baixa frequência, e pode aliviar dores musculoesqueléticas. No entanto, mais pesquisas são necessárias para avaliar completamente a efetividade e os parâmetros ideais da IC.
Este documento fornece informações sobre eletrotermoterapia, incluindo diferentes tipos de correntes elétricas usadas para tratamento, como corrente galvânica, corrente farádica e correntes diadinâmicas. Ele descreve os efeitos, indicações e contraindicações de cada corrente, além de fornecer detalhes sobre como aplicá-las corretamente.
Este documento apresenta o caso de um paciente de 18 anos que sofreu uma lesão medular completa em T11 por meio de um ferimento por arma de fogo. O documento descreve a avaliação física e funcional do paciente, incluindo força muscular, sensibilidade, tônus e escalas funcionais. Além disso, apresenta o plano de tratamento fisioterapêutico com objetivos de curto, médio e longo prazo focados na reabilitação funcional do paciente.
O documento discute o ultra-som, descrevendo sua produção através do efeito piezoelétrico, como as ondas se transmitem através dos tecidos, e seus vários efeitos terapêuticos, incluindo aumento do fluxo sanguíneo, aceleração da cicatrização dos tecidos, e controle da dor.
O documento discute a trombose venosa profunda (TVP), suas causas, sintomas e tratamento. A TVP ocorre quando um coágulo de sangue se forma em uma ou mais veias profundas, geralmente nas pernas, e pode levar a uma embolia pulmonar, potencialmente fatal. O documento descreve fatores de risco para TVP, como imobilização prolongada e cirurgia, e aborda métodos de prevenção como meias de compressão e anticoagulação. O tratamento envolve repouso, exercícios, me
Fisioterapia na Mobilização Precoce na UTI Fisioterapeuta
O documento descreve um estudo que avaliou a influência da mobilização precoce no tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva. O estudo incluiu 14 pacientes em um grupo de mobilização precoce e 14 em um grupo controle, e avaliou métricas como força muscular, níveis de funcionalidade e tempo de internação. Embora não tenha encontrado redução no tempo de internação, o grupo de mobilização precoce apresentou melhorias na força respiratória e nível funcional.
O documento discute a prevenção de lesões no esporte. Aborda a importância da prevenção para evitar danos aos atletas e suas consequências. Também destaca a necessidade de uma abordagem sistemática e multidisciplinar, com levantamento epidemiológico das lesões mais comuns em cada modalidade, para definir estratégias de intervenção adequadas.
1) A amputação é uma cirurgia temida que causa medo de incapacidade, mas pode eliminar riscos à vida e aliviar sofrimentos;
2) Deve-se oferecer orientação e informação ao paciente para um bom prognóstico e ajudá-lo a lidar com alterações psicológicas;
3) Há diferentes níveis e tipos de amputação dependendo da localização, etiologia e faixa etária, e o tratamento fisioterapêutico é essencial para a reabilitação.
O documento discute as causas, níveis e reabilitação de amputações. Ele define amputação como a remoção cirúrgica total ou parcial de um membro e lista as principais causas como doenças vasculares, diabetes, traumas, tumores e congênitas. Também descreve os diferentes níveis de amputação em membros superiores e inferiores e as etapas da reabilitação com foco em preparação do coto e uso de próteses.
O documento discute exercícios passivos para manter ou melhorar a amplitude de movimento articular. Ele explica que condições médicas e imobilização podem reduzir a amplitude e descreve exercícios passivos, ativos e assistidos para prevenir isso. Também fornece tabelas com os movimentos normais de cada articulação.
O documento discute a eletroanalgesia TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea), incluindo sua definição, teoria da modulação da dor e aplicação para diferentes tipos de dor através da distribuição de eletrodos em áreas específicas do corpo.
Este capítulo discute o conceito de boa postura, enfatizando que não há uma postura correta absoluta, já que cada pessoa é única e expressa suas emoções de forma diferente em seu corpo. Uma boa postura depende do equilíbrio individual em cada momento, levando em conta fatores físicos, psicológicos e emocionais.
O documento discute a estimulação elétrica neuromuscular, descrevendo sua história, técnicas, parâmetros e aplicações. A estimulação elétrica estimula as unidades motoras para provocar contração muscular de forma não invasiva e pode ser usada para fortalecimento, reabilitação e melhoria estética. Os principais objetivos incluem prevenir atrofia, aumentar força e estabilidade articular.
O joelho é uma articulação completa com três ossos, possui dois graus de liberdade de movimento e três superfícies que se articulam: articulações tíbio-femoral medial, tíbio-femoral lateral e femoro-patelar, que estão localizadas em uma cápsula articular comum (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
De modo funcional, o joelho pode suportar o peso corporal na posição ereta sem contração muscular; um indivíduo pode contar com os ligamentos das articulações para se manter de pé (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Manual do equipamento Tens-Fes Clínico, disponibilizado pelo fabricante HTM Eletrônica.
Saiba mais, acesse: http://www.americanfisio.com.br/tens-fes-clinico-4-canais-htm-p638/
O TENS-FES HTM CLÍNICO tem duas versões, aparelho com 2 e 4 CANAIS. Design inovador, controle através de teclas soft touch e display LCD. Possui canais de saídas independentes e 09 modos de operação, além das correntes FES, TENS, RUSSA, SOFT FORCE, MEDIUM FORCE e HIGH FORCE.
O documento discute metodologias para avaliação da força muscular, incluindo testes de uma repetição máxima, testes de carga relativa e critérios para escolha de métodos de teste de força.
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES DO TORNOZELO E PÉ_FINAL2020.pdfMisslenyHaruna
[1] O documento discute avaliação e tratamento conservador de principais disfunções do tornozelo e pé, incluindo entorse de tornozelo, instabilidade crônica, fascite plantar, tendinopatia do tendão calcâneo, fraturas maleolares e fratura do teto tibial.
[2] A entorse de tornozelo é classificada em três graus com base na gravidade da lesão dos ligamentos. O tratamento envolve descanso, gelo, compressão e elevação seguidos de exercícios de fortalecimento e
O documento discute a relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva. O hemograma fornece informações sobre os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas que são úteis para o fisioterapeuta avaliar e tratar pacientes. Alterações nos resultados do hemograma podem afetar o desmame ventilatório e atividades de reabilitação, e pacientes com plaquetas muito baixas ou altas requerem cuidados especiais.
Aula 1 definiçoes e historia da fisioterapiaMarcelo Jota
O documento descreve a história da fisioterapia no Brasil em 3 frases:
1) A fisioterapia tem origens milenares, mas se desenvolveu como profissão no Brasil a partir do século XIX com o uso de agentes físicos para tratamento.
2) A regulamentação da profissão ocorreu em 1969 e a criação do COFFITO e CREFITOs em 1975 estabeleceu os conselhos responsáveis pela regulamentação.
3) Nos anos subsequentes, o currículo e a formação superior em fisiot
O documento descreve a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), um tratamento não invasivo para dor. O TENS funciona aplicando estímulos elétricos de baixa intensidade e alta frequência para ativar fibras nervosas grandes e bloquear a transmissão de dor, produzindo uma sensação de formigamento confortável. O documento explica os princípios, aplicação e contraindicações do TENS.
Este documento discute a crioterapia, incluindo suas indicações para o tratamento de traumas, dores agudas e crônicas, e seus efeitos fisiológicos, como a vasoconstrição e diminuição da dor. Ele também descreve as fases sensoriais da aplicação do frio e fornece diretrizes sobre zonas de aplicação, duração do tratamento, contraindicações e equipamentos necessários.
1) O documento discute o envelhecimento populacional no Brasil e no mundo e suas implicações na saúde pública.
2) Apresenta as principais alterações fisiológicas, anatômicas e funcionais associadas ao envelhecimento e à saúde do idoso.
3) Discorre sobre os conceitos de gerontologia e geriatria e seu papel no estudo do envelhecimento e no atendimento à saúde do idoso.
A corrente interferencial (IC) é uma técnica terapêutica que aplica correntes elétricas alternadas de média frequência para fins terapêuticos. A IC é mais efetiva em frequências entre 4000-4200 Hz, com a amplitude modulada em baixa frequência, e pode aliviar dores musculoesqueléticas. No entanto, mais pesquisas são necessárias para avaliar completamente a efetividade e os parâmetros ideais da IC.
Este documento fornece informações sobre eletrotermoterapia, incluindo diferentes tipos de correntes elétricas usadas para tratamento, como corrente galvânica, corrente farádica e correntes diadinâmicas. Ele descreve os efeitos, indicações e contraindicações de cada corrente, além de fornecer detalhes sobre como aplicá-las corretamente.
Este documento apresenta o caso de um paciente de 18 anos que sofreu uma lesão medular completa em T11 por meio de um ferimento por arma de fogo. O documento descreve a avaliação física e funcional do paciente, incluindo força muscular, sensibilidade, tônus e escalas funcionais. Além disso, apresenta o plano de tratamento fisioterapêutico com objetivos de curto, médio e longo prazo focados na reabilitação funcional do paciente.
O documento discute o ultra-som, descrevendo sua produção através do efeito piezoelétrico, como as ondas se transmitem através dos tecidos, e seus vários efeitos terapêuticos, incluindo aumento do fluxo sanguíneo, aceleração da cicatrização dos tecidos, e controle da dor.
O documento discute a trombose venosa profunda (TVP), suas causas, sintomas e tratamento. A TVP ocorre quando um coágulo de sangue se forma em uma ou mais veias profundas, geralmente nas pernas, e pode levar a uma embolia pulmonar, potencialmente fatal. O documento descreve fatores de risco para TVP, como imobilização prolongada e cirurgia, e aborda métodos de prevenção como meias de compressão e anticoagulação. O tratamento envolve repouso, exercícios, me
Fisioterapia na Mobilização Precoce na UTI Fisioterapeuta
O documento descreve um estudo que avaliou a influência da mobilização precoce no tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva. O estudo incluiu 14 pacientes em um grupo de mobilização precoce e 14 em um grupo controle, e avaliou métricas como força muscular, níveis de funcionalidade e tempo de internação. Embora não tenha encontrado redução no tempo de internação, o grupo de mobilização precoce apresentou melhorias na força respiratória e nível funcional.
O documento discute a prevenção de lesões no esporte. Aborda a importância da prevenção para evitar danos aos atletas e suas consequências. Também destaca a necessidade de uma abordagem sistemática e multidisciplinar, com levantamento epidemiológico das lesões mais comuns em cada modalidade, para definir estratégias de intervenção adequadas.
1) A amputação é uma cirurgia temida que causa medo de incapacidade, mas pode eliminar riscos à vida e aliviar sofrimentos;
2) Deve-se oferecer orientação e informação ao paciente para um bom prognóstico e ajudá-lo a lidar com alterações psicológicas;
3) Há diferentes níveis e tipos de amputação dependendo da localização, etiologia e faixa etária, e o tratamento fisioterapêutico é essencial para a reabilitação.
O documento discute as causas, níveis e reabilitação de amputações. Ele define amputação como a remoção cirúrgica total ou parcial de um membro e lista as principais causas como doenças vasculares, diabetes, traumas, tumores e congênitas. Também descreve os diferentes níveis de amputação em membros superiores e inferiores e as etapas da reabilitação com foco em preparação do coto e uso de próteses.
1. O documento descreve um estudo sobre treinamento de descarga de peso parcial na marcha utilizando dispositivos de auxílio.
2. O estudo revisou literatura sobre protocolos de treinamento de descarga de peso parcial, técnicas e instrumentos utilizados, como instrução verbal, exame clínico, balanças e plataformas de força.
3. Os resultados mostraram que treinamentos em laboratório utilizando plataformas de força tiveram melhores resultados, mas esses instrumentos são caros para
Cartilha artroplastia total de quadril oficialgugasmar
Este documento fornece orientações pré e pós-operatórias para artroplastia total de quadril, incluindo preparar-se com andador ou muletas, usar meias elásticas, não deitar ou cruzar pernas operada, e seguir cuidados com curativo e reabilitação fisioterápica.
O documento discute órteses e próteses, incluindo seu histórico, definições, tipos, componentes, indicações, contraindicações e papel do fisioterapeuta. Resume os principais tipos de dispositivos, como órteses estáticas e dinâmicas e próteses estéticas e funcionais, além de abordar a importância da qualidade de vida e autoestima do paciente.
O documento descreve as atividades do Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre Órtese e Prótese, criado para propor medidas para a reestruturação do setor de órteses, próteses e materiais especiais no Brasil. O grupo realizou diagnósticos da situação atual, identificando problemas como grande variação de preços e ausência de padronização. Como plano de ações, o grupo propõe criar sistemas nacionais de informações, padronizar nomenclaturas, equilibrar preços com mercado internacional e ampl
A história da amputação remonta à Grécia Antiga, quando Hipócrates descreveu a primeira amputação de joelho. Ao longo dos séculos, diferentes técnicas foram desenvolvidas para melhorar os resultados e a sobrevida após a amputação. Atualmente, as principais causas de amputação são doenças vasculares como diabetes, traumas e tumores. Existem diferentes tipos de amputação dependendo da causa, como amputação vascular, traumática ou congênita.
O documento discute artroplastia total do quadril, incluindo:
1) Coxartrose é uma doença degenerativa que causa deterioração da cartilagem e neoformação óssea, levando à perda progressiva da mobilidade.
2) A artroplastia total do quadril evoluiu nos últimos 60 anos, com o desenvolvimento de implantes mais duráveis e técnicas cirúrgicas aprimoradas.
3) A artroplastia total do quadril é atualmente o procedimento padrão para doença av
O documento discute os conceitos e princípios do tratamento reabilitacional para amputados, requerendo uma equipe multidisciplinar para recuperar a função e melhorar a qualidade de vida com ou sem prótese. Detalha os níveis de amputação, cuidados pré e pós-operatórios, dor fantasma, protetização e fatores que podem limitar o uso de prótese.
O documento discute a reabilitação de pacientes amputados. Ele descreve as causas comuns de amputação, incluindo problemas vasculares, traumatismos, diabetes e tumores. Ele também discute a biomecânica dos pacientes amputados e as etapas da reabilitação, como alívio da dor, fortalecimento muscular, alongamento e uso de próteses ou cadeiras de rodas. Casos de estudo de cães e gatos amputados ilustram o processo de reabilitação.
O documento apresenta as diretrizes para cuidados paliativos em pacientes com câncer da equipe da UNIC, incluindo a atuação de cada profissional de saúde e condutas para o controle de sintomas comuns. A equipe multidisciplinar oferece assistência domiciliar focada na melhoria da qualidade de vida do paciente através do alívio de sintomas físicos, psicológicos e sociais.
Este documento apresenta uma introdução sobre disfunções temporomandibulares (DTMs) que estão se tornando mais comuns e podem requerer intervenção cirúrgica. A intervenção cirúrgica na articulação temporomandibular (ATM) pode envolver reparação ou reconstrução com tecidos autógenos ou materiais aloplásticos. Em certos casos, a reconstrução total da ATM com uma prótese é necessária para melhorar os resultados.
Ponto de vista cirurgião dentista e a quiropraxiaFabio Motta
Este artigo discute como os cirurgiões-dentistas são propensos a desenvolver problemas musculoesqueléticos devido a posturas desconfortáveis e tarefas repetitivas. A Quiropraxia pode ajudar a tratar esses problemas através de técnicas manuais como o ajuste articular, aliviando sintomas como dor nas costas e pescoço. Estudos mostraram que a manipulação quiroprática é eficaz no tratamento de lombalgia em dentistas.
Abordagem fisioterapeutica na_entorse_de_tornozelo_por_ eversaoArodo da Silva
O documento descreve um estudo de caso sobre o tratamento fisioterapêutico de um entorse de tornozelo por eversão. Ele inclui informações sobre a anatomia e biomecânica do tornozelo, os tipos de lesões que podem ocorrer, o tratamento clínico e fisioterapêutico, e apresenta um caso específico de tratamento fisioterapêutico para um entorse de tornozelo.
O documento fornece instruções sobre o uso do equipamento Ultramed Hifu, descrevendo seu funcionamento por meio de ultrassom para tratar gordura localizada e flacidez de forma não invasiva. Detalha também os riscos, contraindicações, transporte, limpeza, operação e manutenção do equipamento.
Este documento apresenta os principais recursos fisioterapêuticos utilizados em amputados transfemorais durante a fase de pré-protetização, incluindo cinesioterapia, massoterapia, enfaixamento do coto, eletrotermofototerapia e hidroterapia. A amputação transfemoral ocorre entre a desarticulação do joelho e da anca. O objetivo da fisioterapia é preparar o coto para a prótese e tornar o indivíduo o mais independente possível.
O documento apresenta informações sobre cirurgias ginecológicas, incluindo miomectomia, histerectomia e seus tipos. Também descreve cuidados pré e pós-operatórios e intervenções de enfermagem, além de detalhar diferentes tipos de curativos.
1) O documento discute fraturas de colo de fêmur, incluindo causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. 2) A fratura de colo de fêmur é mais comum em idosos e geralmente requer cirurgia. 3) A fisioterapia é essencial para a recuperação após a cirurgia para melhorar a força muscular e mobilidade.
O documento descreve os Centros de Atenção Especializada do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). São apresentados 11 centros que fornecem tratamento especializado em diferentes áreas da ortopedia, incluindo cirurgias de coluna, quadril, joelho, mão e pé. O papel da enfermagem em cada centro é descrito, com foco nos cuidados pré e pós-operatório fornecidos aos pacientes.
Manual Ultramed Ultrassom - Medical SanAmericanFisio
Este manual fornece instruções sobre o uso do equipamento de ultrassom Ultramed fabricado pela MEDICALSAN. Ele descreve como o aparelho funciona, suas indicações e contraindicações, instruções de operação, transporte, limpeza e manutenção. O manual também inclui seções sobre especificações técnicas, compatibilidade eletromagnética e precauções de segurança.
A fisioterapia intensiva oncofuncional Iapes Ensino
O documento resume as qualificações e experiência de Dr. Daniel Xavier, incluindo sua formação acadêmica em terapia intensiva e fisioterapia, atuação como diretor regional e coordenador de cursos, e membro ativo de associações da área.
1. O documento é um manual para portadores de Espondilite Anquilosante produzido por especialistas brasileiros.
2. O manual contém informações sobre a história, epidemiologia, genética e clínica da Espondilite Anquilosante, além de orientações sobre reabilitação, tratamento cirúrgico, aspectos emocionais, sexualidade e direitos dos pacientes.
3. O objetivo do manual é fornecer informações válidas para o cotidiano dos portadores de Espondilite Anquilosante e ajudá-los a
Este documento discute tendinopatia calcária, uma condição que afeta os tendões do ombro. Ele descreve a anatomia do ombro, fatores de risco como idade e atividade física excessiva, sintomas como dor no ombro que piora com movimento, e tratamentos como fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e cirurgia.
Este documento discute tendinopatia calcária, uma condição que afeta os tendões do ombro. Ele descreve a anatomia do ombro, fatores de risco como idade e atividade física excessiva, sintomas como dor no ombro que piora com movimento, e tratamentos como fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e cirurgia.
Este documento apresenta 24 módulos sobre semiologia ortopédica para médicos assistentes e peritos médicos. Os módulos cobrem tópicos como exame clínico ortopédico, doenças musculoesqueléticas, distúrbios ortopédicos comuns e exames de diferentes partes do corpo.
O documento apresenta o manual administrativo de enfermagem do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). Ele contém informações sobre a gestão e estrutura da equipe de enfermagem, normatizações e legislações específicas para a área. O manual foi revisado e atualizado em outubro de 2006.
Este documento apresenta um trabalho de curso sobre fisioterapia e reabilitação física em animais de companhia. Aborda conceitos básicos de fisioterapia, exame do paciente, avaliação e manejo da dor, protocolos terapêuticos, métodos de fisioterapia como termoterapia, massagem, exercícios e estimulação elétrica. Apresenta também casos clínicos tratados com sucesso no Hospital Veterinário Montenegro através da fisioterapia. Conclui que embora ainda
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO P E PÓS CIRURGICO DE ORTOPEDIARéFabricioRoger2
Este documento discute os cuidados de enfermagem no pré e pós-operatório para pacientes de ortopedia e traumatologia. Ele enfatiza a importância da prevenção de infecção, especialmente osteomielite, e da manutenção da postura adequada. No pré-operatório, recomenda preparar o paciente emocionalmente, hidratá-lo adequadamente e limpar cuidadosamente a área cirúrgica.
O documento discute reimplantes e revascularizações de membros amputados. Ele fornece definições de reimplante e revascularização e destaca a importância de cuidados iniciais com o membro amputado e o coto proximal para maximizar a viabilidade dos tecidos. Também discute indicações para reimplantes, incluindo considerações sobre o nível e mecanismo da amputação e tempo de isquemia.
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3. Orientações sobre reabilitação, aspectos emocionais, sexualidade, direitos
Semelhante a A atuacao da_fisioterapia_no_paciente com (20)
Este estudo avaliou os benefícios da hidroterapia para 3 pacientes amputados transfemoral unilateral. A hidroterapia incluiu exercícios de adaptação ao meio aquático, alongamento, fortalecimento e equilíbrio. Após 20 sessões, observou-se melhora no equilíbrio, redução da dor e aumento da qualidade de vida dos pacientes. A hidroterapia proporcionou movimentos precoces e maior amplitude, melhorando a reabilitação.
Este documento apresenta o primeiro capítulo de uma monografia sobre o tratamento fisioterapêutico de pacientes com amputação transtibial traumática. O capítulo inclui a introdução, sumário e breve histórico sobre amputações ao longo dos séculos.
Este documento discute o impacto da amputação de membros inferiores em adolescentes com câncer. A amputação causou uma desestruturação na imagem corporal e auto-estima dos adolescentes, deixando-os dependentes de seus pais e com dificuldade em estabelecer novas relações. As incertezas sobre o futuro também trouxeram ansiedade. Apesar disso, os adolescentes entendem que a amputação foi necessária para a cura do câncer.
Este documento descreve a origem e desenvolvimento da fisioterapia na Inglaterra e nos Estados Unidos no século XIX. A fisioterapia teve início na Inglaterra com a fundação da Society of Trained Masseuses em 1894 para regularizar a profissão de massagista. Nos Estados Unidos, a fisioterapia esteve inicialmente ligada às "ginastas médicas" e à Sargent School, fundada em 1881. A Primeira Guerra Mundial impulsionou o reconhecimento da fisioterapia devido à grande
A amputação é definida como a remoção cirúrgica de uma extremidade do corpo. Pode ser necessária para controlar doenças como câncer ou gangrena, ou após acidentes. Embora seja vista como uma mutilação, na verdade elimina perigos e alivia sofrimentos, permitindo uma nova fase de vida com próteses. As principais causas de amputação são problemas vasculares, traumas, tumores e infecções.
O documento discute a importância da fisioterapia na reabilitação de pacientes com amputação transtibial. A fisioterapia deve ser iniciada logo após a cirurgia com foco na cicatrização, força muscular, mobilidade do membro e prevenção de contraturas. Técnicas como alongamentos, fortalecimento muscular, estimulação elétrica e treino de marcha são utilizadas para melhorar a função do membro remanescente e capacidade de locomoção. O objetivo final é preparar o paciente
Amputação é a remoção cirúrgica ou acidental de uma parte do corpo. É usada na medicina para controlar dor ou doença como câncer e gangrena. Pode ocorrer por acidentes de trabalho ou automobilísticos, trazendo complicações como choque, sangramento e problemas psicológicos.
[1] O documento apresenta um relatório sobre a modelagem 3D do Instituto Médio Técnico São Benedito por um grupo de estudantes do curso de informática.[2] O grupo é composto por 4 estudantes e o projeto foi desenvolvido em 2013 sob a orientação do professor Jelson Santos.[3] O objetivo do projeto era criar uma representação virtual tridimensional do instituto utilizando a linguagem VRML.
1. 0
Curso de Fisioterapia
Monique Fernandes Teixeira
A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM
AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL UNILATERAL
Rio de Janeiro
2008.2
2. 1
MONIQUE FERNANDES TEIXEIRA
A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM
AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL UNILATERAL
Monografia de Conclusão de Curso
apresentada ao Curso de Fisioterapia da
Universidade Veiga de Almeida, como
requisito para obtenção do título de
Fisioterapeuta.
Orientador: Profº Othon Luiz
Rio de Janeiro
2008.2
3. 2
MONIQUE FERNANDES TEIXEIRA
A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM
AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL UNILATERAL
Monografia de Conclusão de Curso
apresentada ao Curso de Fisioterapia da
Universidade Veiga de Almeida, como
requisito para obtenção do título de
Fisioterapeuta.
Aprovada em: ____/____/2008.
Banca Examinadora:
Profª. Drª. Ione Moézia
Professora da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Profº. Drº. João Carlos Moreno de Azevedo
Professor da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Profº. Drº. Othon Luiz
Professor da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora.
Grau: ___________________.
4. 3
Dedico, em especial, a Deus por ter
permitido que eu chegasse até aqui, sem Ele
jamais teria conseguido. À minha família, que
é extremamente importante e essencial na
minha vida, principalmente ao meu pai Carlos,
que sempre se esforçou e me incentivou para
que eu terminasse o curso e pudesse estar aqui
concluindo este lindo trabalho, à minha mãe
Márcia por ter me apoiado em todas as
decisões que tomei ao longo do curso, pelos
conselhos e por ter acreditado em mim e aos
meus irmãos Rafael e Douglas, por terem
contribuído e compreendido os momentos de
aflição durante o término do trabalho. Dedico
também a todos os meus amigos, os quais a
faculdade me apresentou, pois sempre se
mostraram dispostos a ajudar e estiveram
presentes nessa longa caminhada de
realizações.
5. 4
AGRADECIMENTOS
Ao meu ilustre e querido orientador,
Professor Othon Luiz, pelos conselhos sempre
úteis e precisos com que, sabiamente,
conduziu este trabalho.
6. 5
“Eterno, é tudo aquilo que dura uma
fração de segundos, mas com tamanha
intensidade que se petrifica, e nenhuma força
jamais o resgata.”
- Carlos Drummond de Andrade -
7. 6
RESUMO
Apesar dos avanços tecnológicos nas áreas biomédicas, a amputação continua sendo
utilizada como opção terapêutica em situações traumáticas e de doenças. Complicações
do diabetes mellitus e doenças vasculares periféricas, podendo ser combinadas ou não,
ainda são as principais causas de amputações de membros inferiores. Um tratamento
preventivo do diabetes mellitus seria uma das soluções para a diminuição da taxa de
amputações. A amputação transfemoral é realizada entre a desarticulação de joelho e a
de quadril e representa uma desvantagem muito grande comparada com as amputações
abaixo do joelho, pois, perde duas articulações importantes para a realização da marcha:
a articulação do joelho e tornozelo. Quando se torna inevitável a amputação, uma
equipe multidisciplinar deve trabalhar junta na reabilitação desse paciente, habilitando-o
a exercer funções que, antes do ato cirúrgico, eram exercidas pelos mesmos e
possibilitando ao retorno do seu papel social e produtivo perante a sociedade. Cabe aos
profissionais da área de fisioterapia, preparar um programa de tratamento, pós- cirurgia,
pré e pós- protetização, adequado a cada tipo de paciente, respeitando a idade, etiologia,
nível de amputação e condição clínica. O tratamento pós- cirúrgico é indispensável na
reabilitação do amputado transfemoral, permitindo a utilização da prótese mais
futuramente.
Palavras-chave: amputação, transfemoral, fisioterapia.
8. 7
ABSTRACT
Despite technological advances in biomedical fields, amputation is still used as a
therapeutic option in trauma and disease. Complications of diabetes mellitus and
peripheral vascular diseases and can be combined or not, are still the main causes of
lower limb amputations. A preventive treatment of diabetes mellitus is one of the keys
to reducing the rate of amputations. The transfemoral amputation is performed between
the dislocation of the hip and knee and is a very big disadvantage compared with
amputations below the knee, therefore, loses two joints important for the realization of
movement: the knee joint and ankle. When it becomes inevitable to amputation, a
multidisciplinary team must work together in the rehabilitation of the patient, enabling
him to act as that before the surgery, were performed by them and allowing the return of
their social and productive role towards society. It is for professionals in the area of
physiotherapy, prepare a program of treatment, post-surgery, pre and postprosthesicion, appropriate to each type of patient, respecting the age, etiology, level of
amputation and clinical condition. The post-surgical treatment is essential in the
rehabilitation of transfemoral amputee, allowing the use of the prosthesis more in the
future.
Key words: amputation, transfemoral, physiotherapy.
9. 8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1 ANATOMIA DA COXA E ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ............ 14
1.1 ESTRUTURA ÓSSEA DA COXA ............................................................................... 14
1.2 ESTRUTURA ÓSSEA DO ACETÁBULO .................................................................. 15
1.3 MÚSCULOS QUE ATUAM NA COXA ..................................................................... 16
1.3.1 Músculos da região anterior e medial da coxa ........................................................... 16
1.3.2 Músculos da região glútea .......................................................................................... 17
1.3.3 Músculos da região posterior da coxa ........................................................................ 18
1.4 LIGAMENTOS DA COXOFEMORAL ....................................................................... 19
1.5 SUPRIMENTO SANGÜÍNEO ..................................................................................... 20
1.5.1 Artéria ......................................................................................................................... 20
1.5.2 Veias ........................................................................................................................... 21
1.6 NERVOS ....................................................................................................................... 22
1.6.1 Nervos terminais do plexo lombo- sacral ................................................................... 22
CAPÍTULO 2 BIOMECÂNICA DA COXOFEMORAL .............................................. 24
2.1 REVISÃO ANATÔMICA DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL .............................. 24
2.2 MOVIMENTOS ARTICULARES ............................................................................... 26
2.2.1 Movimento de flexão do quadril ................................................................................ 26
2.2.2 Movimento de extensão do quadril ............................................................................ 27
2.2.3 Movimento de abdução do quadril ............................................................................. 27
2.2.4 Movimento de adução do quadril ............................................................................... 28
2.2.5 Movimento de rotação externa ou lateral do quadril .................................................. 28
2.2.6 Movimento de rotação interna ou medial do quadril ................................................. 29
CAPÍTULO 3 NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES.............. 30
3.1 AMPUTAÇÃO INTERFALANGIANA ....................................................................... 31
3.2 AMPUTAÇÃO METATARSO FALANGIANA ......................................................... 31
3.3 AMPUTAÇÃO TRANSMETATARSIANA ................................................................ 31
3.4 AMPUTAÇÃO DE LISFRANC ................................................................................... 31
3.5 AMPUTAÇÃO DE CHOPART .................................................................................... 31
3.6 AMPUTAÇÃO DE SYME ........................................................................................... 32
3.7 AMPUTAÇÃO PIROGOFF ......................................................................................... 32
3.8 AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL .................................................................................. 32
3.9 DESARTICULAÇÃO DO JOELHO ............................................................................ 33
3.10 AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL .......................................................................... 33
3.11 DESARTICULAÇÃO DO QUADRIL ....................................................................... 34
3.12 HEMIPELVECTOMIA............................................................................................... 34
CAPÍTULO 4 ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES ...................................................... 35
4.1 AMPUTAÇÕES POR PATOLOGIAS VASCULARES .............................................. 35
4.2 AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS .............................................................................. 36
4.3 AMPUTAÇÕES TUMORAIS ...................................................................................... 37
4.4 AMPUTAÇÕES INFECCIOSAS ................................................................................. 37
4.5 AMPUTAÇÕES POR ANOMALIAS CONGÊNITAS................................................ 37
10. 9
CAPÍTULO 5 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES........................................................... 38
5.1 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CIRCULATÓRIAS ................................................ 39
5.1.1 Necrose ....................................................................................................................... 39
5.1.2 Edema ......................................................................................................................... 39
5.1.3 Isquemia ..................................................................................................................... 39
5.2 PRINCIPAL COMPLICAÇÃO NEUROLÓGICA ...................................................... 40
5.2.1 Neuroma ..................................................................................................................... 40
5.3 OUTRAS COMPLICAÇÕES ....................................................................................... 40
5.3.1 Infecção ...................................................................................................................... 40
5.3.2 Espículas ósseas ......................................................................................................... 40
5.3.3 Retrações musculares ................................................................................................. 41
5.3.4 Sensação fantasma e dor fantasma ............................................................................. 41
CAPÍTULO 6 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM AMPUTADOS DE
MEMBRO INFERIOR ..................................................................................................... 44
6.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ............................................. 46
6.1.1 Coleta de Dados .......................................................................................................... 46
6.1.2 Exame físico ............................................................................................................... 47
6.1.3 As condições do coto .................................................................................................. 48
6.1.3.1 Cicatrização do coto ................................................................................................ 49
6.1.3.2 Edema ...................................................................................................................... 49
6.1.3.3 Infecção ................................................................................................................... 50
6.1.3.4 Enxertos cutâneos .................................................................................................... 50
6.1.3.5 Neuroma .................................................................................................................. 50
6.1.3.6 Dor fantasma ........................................................................................................... 50
6.1.3.7 Coxim terminal ........................................................................................................ 51
6.1.3.8 Espículas ósseas ...................................................................................................... 51
6.1.4 Avaliação da capacidade física ................................................................................... 51
CAPÍTULO 7 REABILITAÇÃO NOS PACIENTES COM AMPUTAÇÃO
TRANSFEMORAL ........................................................................................................... 53
7.1 PÓS- OPERATÓRIO .................................................................................................... 53
7.2 PRÉ- PROTETIZAÇÃO ............................................................................................... 55
7.2.1 Neuromas .................................................................................................................... 56
7.2.2 Edemas ....................................................................................................................... 56
7.2.3 Deformidades e contraturas ........................................................................................ 57
7.2.4 Dor e sensação fanstasma ........................................................................................... 57
7.2.5 Cicatrização ................................................................................................................ 57
7.2.6 Dessensibilização ....................................................................................................... 58
7.2.7 Tratamento global ....................................................................................................... 58
7.3 MARCHA E DEAMBULAÇÃO .................................................................................. 59
7.3.1 Análise da marcha nos amputados transfemorais ....................................................... 59
7.4 PÓS- PROTETIZAÇÃO ............................................................................................... 60
7.4.1 Equilíbrio .................................................................................................................... 61
7.4.2 Transferências ............................................................................................................ 62
7.4.3 Marcha e dissociação de cintura ................................................................................. 62
12. 11
INTRODUÇÃO
As amputações de membros são tão antigas quanto à própria humanidade
(Carvalho 2003). A ablação ou amputação de um membro constitui um processo
altamente agressivo para a pessoa que a sofre, agressão que padece tanto no plano físico
quanto no psíquico ao modificar-se o esquema corporal do indivíduo, o que gera uma
situação de estresse diante da necessidade deste enfrentar a atualidade e o futuro com
uma deficiência evidente (Gabriel et al. 2001). Amputação é uma palavra temida, cujo
significado é terror, mutilação e derrota (Boccolini 2000). A amputação não deve ser
considerada como fim, e sim como o início de uma nova fase, que tem como principal
objetivo manter e/ou devolver a dignidade e funcionalidade do paciente (Carvalho et al.
2005).
Segundo dados do CENSO (IBGE 2000), revelou a existência de 24,5 milhões de
pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 14,5% da população brasileira,
sendo que 5,31% apresenta falta de um membro ou parte dele. Estima-se que a
incidência de amputações seja de 13,9 por 100000 habitantes/ano (Spichler et al. 2004).
Na literatura mundial, há controvérsias quanto ao número de amputações, variando de
2,8 a 43,9 por 100000 habitantes/ano, sendo mais significantes em pacientes patológicos
vasculares (Group 2000).
A insuficiência vascular periférica é responsável por 80% de todas amputações de
membros inferiores em indivíduos adultos. Os traumatismos são responsáveis por
10,6% das amputações ocorridas em membros inferiores (Carvalho et al. 2005). As
taxas de mortalidade associadas às amputações de membros em pacientes “vasculares”
(6% a 17%), em particular as transtibiais e transfemorais, indicam a gravidade deste
paciente (Luccia; Silva 2003).
Entre os níveis de amputações de membro inferior, temos a amputação
transfemoral que é realizada entre a desarticulação de joelho e a de quadril (Carvalho
2003). Embora este nível de amputação seja bastante comum, nada é simples na
adaptação à vida após a cirurgia. O paciente que vive com a perda de um membro à
nível transfemoral, enfrentam diversos desafios, tais como: as exigências para aumentar
a energia, problemas de equilíbrio e estabilidade (Smith 2004). A amputação
13. 12
transfemoral primária é indicada em pacientes nos quais grandes complicações com as
lesões não podem ser toleradas (Consenso Internacional sobre o Pé Diabético/DF 2001).
Segundo Spichler et al. (2004), através de um estudo realizado em 4.818
amputações maiores de membros inferiores devido a doença arterial periférica e
diabetes mellitus no município do Rio de Janeiro entre 1990 e 2000, estimou- se que a
incidência das amputações maiores de membros inferiores primárias representaram
97,7% e as secundárias representaram 2,3%. Nos 43 hospitais incluídos no estudo,
56,3% das amputações foram causadas por doença arterial periférica e 43,7% por
diabetes melittus. A média de idade foi de 64,89 para o diabetes mellitus e 66,36 para a
doença arterial periférica. As amputações maiores de membros inferiores primárias na
coxa foram 71,8%, sendo 59,9% por doença arterial periférica e 40,1% por diabetes
melittus.
A presença de alterações nas condições gerais dos amputados pode impossibilitar
o progresso ótimo de cada uma das fases da reabilitação (Lima et al. 2006). As
principais causas de complicações no coto são: edema, suturas, dor fantasma, ulceração
do coto, inflamações, infecções, retração cicatricial, neuromas e espículas ósseas. Esses
tipos de problemas costumam afetar o coto da segunda à terceira semana, após o ato
cirúrgico (Friedmann 1994).
O paciente amputado tem à sua frente uma grande mudança ao seu estilo de vida,
além de incertezas quanto às suas capacidades e às atitudes de familiares e amigos.
Sabe-se que esses pacientes se submetem a quatro fases de ajustamento, que são:
impacto, isolamento, reconhecimento e reconstrução (Gottschalk apud Brito et al.
2005).
O objetivo de qualquer programa de reabilitação é ajudar as pessoas amputadas,
desde o momento da cirurgia até um protético com êxito o mais rápido possível e sem
complicações (Gailey 2001). Quanto mais precoce o início da fisioterapia, maior o
potencial de sucesso. Quanto maior o retardo, provavelmente haverá maior
desenvolvimento de complicações secundárias como contraturas articulares (Moore
apud Brito 2005).
O objetivo final em um programa de reabilitação pré- protetização consiste em
proporcionar ao paciente amputado: habilidade para realização de todas as atividades
possíveis sem o uso de prótese; preparar o coto de amputação para que possa ser
14. 13
protetizado; e desenvolver programas de alongamento, transferências de peso, equilíbrio
e coordenação visando uma deambulação independente futura. A reabilitação pósprotética é classificada como a última etapa do tratamento de um amputado, é
responsável pela independência, pelo sucesso e pela reintegração social do nosso
paciente (Carvalho 2003).
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância da atuação da
fisioterapia precoce no paciente com amputação transfemoral unilateral e os benefícios
que o tratamento, tanto pós- operatório quanto pré- protético, pode proporcionar a esse
paciente no momento da protetização.
15. 14
1. ANATOMIA DA COXA E ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
1.1. Estrutura óssea da coxa
O fêmur, que forma o esqueleto da coxa, é o mais longo osso do corpo humano
(Spence 1991). O fêmur transmite o peso a partir do ílio para a extremidade superior da
tíbia (Palastanga et al. 2000).
Sua forma é projetada para suportar o peso do corpo e transmitir as forças de
reação do solo (Colby; Kisner 2005). O fêmur não está numa linha vertical com o eixo
do corpo quando ereto. Em vez disto, posiciona-se num ângulo inclinado para baixo e
para dentro (Jacob et al. 1982).
Por ser um osso longo, apresenta duas epífises, proximal e distal, e um corpo, ou
diáfise. O fêmur articula-se pela sua extremidade proximal com o osso do quadril e pela
extremidade distal com a tíbia (Dangelo; Fattini 2000).
Apresenta uma cabeça proeminente e arredondada e um colo bem definido, ambos
se localizam no ângulo oblíquo ao eixo do fêmur (Seely et al. 1997). A cabeça do fêmur
é esférica e articula-se com o acetábulo do osso do quadril. Ela se caracteriza por uma
depressão não- articular (fóvea da cabeça do fêmur) em sua superfície medial para a
fixação do ligamento da cabeça do fêmur (Drake et al. 2005).
A superfície da cabeça é lisa, exceto pela presença de uma pequena depressão
chamada fóvea da cabeça do fêmur. Uma região estreitada, o colo do fêmur, articula a
cabeça com o corpo do osso e faz ângulo reto com o corpo (Spence 1991).
Muitos vasos de pequeno calibre penetram no colo do fêmur e constituem a fonte
mais importante de irrigação da cabeça do fêmur (Dangelo; Fattini 2000).
O eixo longitudinal apresenta duas tuberosidades: o trocânter maior, lateral ao
colo e o trocânter menor, inferior e posterior ao colo (Seely et al. 1997). O trocânter
maior é um processo quadrilátero que possui um bordo superior marcado por uma
depressão e os bordos posterior e inferior enrugados pela fixação muscular (Palastanga
et al. 2000). O trocânter menor é logicamente menor que o trocânter maior e possui um
formato cônico rombo. Ele se projeta pósteromedialmente da diáfise do fêmur,
imediatamente inferior à junção com o colo (Drake et al. 2005). Na face posterior do
longo eixo localiza-se uma linha áspera, que é a área de inserção para diversos músculos
16. 15
do quadril (Jacob et al. 1982). Na sua extremidade distal, a linha áspera se divide em
linhas supracondilares lateral e medial, que englobam uma área triangular achatada
entre elas, chamada face poplítea (Spence 1991). Em vista anterior, mostra uma linha
saliente, a linha intertrocantérica (Dangelo; Fattini 2000). A crista intertrocantérica
localiza-se na superfície posterior do fêmur e desce medialmente através do osso da
margem posterior do trocânter maior para a base do trocanter menor (Drake et al. 2005).
A superfície superior da diáfise é marcada centralmente pela estreita linha
pectínea vertical, enquanto o bordo truncado lateral é contínuo para cima com o bordo
posterior do trocânter maior para formar a tuberosidade glútea. O resto da diáfise é
ligeiramente achatado nas suas faces anterior, potro medial e potro lateral (Palastanga et
al. 2000).
A extremidade inferior do fêmur é alargada no côndilo lateral, e mais ainda no
côndilo medial, separados pela fossa intercondilar. O fêmur articula-se distalmente com
a tíbia (Jacob et al. 1982). Os côndilos medial e lateral do fêmur estão unidos
anteriormente numa superfície lisa chamada, face patelar, para receber a patela. Ambos
os côndilos apresentam pequena projeção nas suas superfícies não articulares,
denominadas epicôndilos medial e lateral (Dangelo; Fattini 2000). A face patelar se
articula com a patela quando a perna é estendida (Spence 1991).
1.2. Estrutura óssea do acetábulo
O acetábulo do osso do quadril é formado pela união dos três ossos pélvicos, o
ílio, o ísquio e o púbis (Rasch 1991).
O acetábulo é uma cavidade hemisférica localizada na face lateral da pelve.
Apresenta uma margem, sendo esta, revestida por fibrocartilagem, denominada lábio do
acetábulo criando então um suporte mais profundo para estabilizar a cabeça femoral em
seu interior (Konin 2006).
A grossa parede do acetábulo consiste em uma parte de cartilagem semilunar,
coberta com cartilagem hialina, aberta embaixo, e uma parte não- articular central
profunda, a fossa acetabular (Palastanga et al. 2000). O acetábulo envolve quase que
completamente a cabeça hemisférica do fêmur e contribui substancialmente para a
estabilidade articular. Exceto para a fóvea, a cabeça do fêmur também é coberta por
cartilagem hialina (Drake et al. 2005). Tanto a cabeça do fêmur quanto o acetábulo têm
17. 16
grandes quantidades de osso esponjoso trabecular, facilitando a distribuição das forças
absorvidas pela articulação do quadril (Hamill; Knutzen 1999).
1.3. Músculos que atuam na coxa
A maioria dos músculos que agem no fêmur, têm origem na pelve (Spence 1991).
Esta grande quantidade de músculos que atuam na estabilização e mobilidade da juntura
do quadril é necessária, em virtude das condições funcionais particulares desta
articulação (Dangelo; Fattini 2000).
Os músculos do presente trabalho serão descritos por região:
1.3.1. Músculos da região anterior e medial da coxa
O músculo sartório é o mais superior no compartimento anterior da coxa (Drake et
al. 2005). É um músculo parecido com uma correia (Jacob 1982). O músculo sartório
cruza obliquamente a coxa, látero- medialmente (Dangelo; Fattini 2000). Tem origem
na espinha ilíaca ântero superior (Konin 2006). Insere-se na face proximal medial da
tíbia, abaixo da tuberosidade (Spence 1991).
O iliopsoas, tem duas porções, o músculo psoas maior, originando-se da região
lombar da coluna vertebral e o músculo ilíaco originando-se do ílio (Jacob et al. 1982).
O psoas e o ilíaco, cujos, tendões, unidos, se fixam no trocanter, estão classificados
como alguns dos músculos mais importantes na flexão do quadril (Kapandji 2000). Pelo
fato de o músculo psoas maior ter uma origem comum e agir sinergeticamente com o
músculo ilíaco, os dois músculos são freqüentemente referidos como músculo iliopsoas
(Spence 1991).
O músculo quadríceps da coxa constitui a maior parte da massa muscular da
região anterior e medial da coxa. Como o nome indica, apresenta quatro cabeças de
origem: vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto da coxa (Dangelo; Fattini
2000). Os vastos se inserem nas margens da patela e no tendão quadríceps femoral. Têm
origem no fêmur, enquanto o músculo reto femoral se origina no osso do quadril (Drake
et al. 2005). Funcionalmente, as quatro cabeças do quadríceps, se inserem na
tuberosidade da tíbia (Spence 1991).
Os músculos adutores são indispensáveis para o equilíbrio da pelve em apoio
unilateral (Kapandji 2000). O pectíneo é um músculo quadrilátero situado na parte
18. 17
superior e medial da coxa, profundamente na virilha. O adutor magno é o maior e mais
posterior do grupo. O adutor longo é um músculo longo e delgado, triangular, situado na
face medial da coxa. O adutor curto é também um músculo triangular, sua parte superior
é posterior ao pectíneo e a inferior, posterior ao adutor longo (Palastanga et al. 2000).
Todos esses músculos adutores originam-se no púbis e estão inseridos na face
posterior do fêmur (Spence 1991). O adutor longo e o pectíneo são mais superficiais,
enquanto o grácil é o mais medial. Os músculos pectíneo, adutor longo, adutor curto e
grácil são inervados pelo ramo anterior do nervo obturatório. O músculo adutor magno
recebe inervação da porção adutora pelo ramo posterior do plexo obturatório e da
porção extensora pelo nervo isquiático (Dangelo; Fattini 2000). Os adutores trabalham
com os abdutores para equilibrar a pelve (Hamill; Knutzen 1999).
1.3.2. Músculos da região glútea
Três largos músculos glúteos dão forma às nádegas e servem como poderosos
motores da articulação do quadril (Spence 1991).
Está constituída, principalmente pelos músculos glúteos, máximo, médio e
mínimo, nesta ordem e partindo no plano superficial para o profundo. O glúteo máximo
também recobre os músculos curtos desta região: piriforme, obturatório interno, gêmeos
superior e inferior, quadrado da coxa e obturatório externo (Dangelo; Fattini 2000).
Músculo glúteo máximo é o músculo maior e mais superficial das nádegas, é um
extensor da articulação do quadril (Jacob 1982). O glúteo máximo é o músculo mais
potente do corpo, também é o mais forte (Kapandji 2000). Este músculo cobre o terço
posterior do glúteo médio que é bem menor. O largo tendão do glúteo máximo passa
atrás da articulação do quadril (Spence 1991).
Possui forma quadrilátera, dando à sua superfície uma aparência grosseira. Acima,
ele se fixa na superfície glútea do ílio e também se origina do lado do cóccix e da face
posterior do sacro. Suas fibras superiores fixam- se na aponeurose do sacroespinhal,
enquanto suas fibras anteriores profundas vêm da fáscia que cobre o glúteo médio
(Palastanga et al. 2000).
Os músculos glúteos médio e mínimo, agindo na pelve fixada, podem abduzir a
coxa (Jacob 1982). Os dois músculos são inervados pelo nervo glúteo superior do plexo
lombosacral. Ambos são particularmente importantes na deambulação (Dangelo; Fattini
19. 18
2000). O glúteo médio e mínimo se originam no ílio e se inserem no trocânter maior
(Konin 2006).
Os músculos piriforme, obturatório interno, obturatório externo, gêmeos superior
e inferior, quadrado da coxa são músculos rotadores externos do quadril. Seu trajeto
cruza por trás do eixo vertical do quadril (Kapandji 2000). O obturatório interno, gêmeo
inferior e superior e o piriforme contribuem para a rotação externa quando a coxa é
estendida (Hamill; Knutzen 1999).
Os músculos piriforme, obturatório interno, quadrado da coxa e gêmeos superior e
inferior são inervados por ramos do plexo lombo- sacral que levam seus nomes. O
músculo obturatório externo é inervado pelo ramo posterior do nervo obturatório
(Dangelo; Fattini 2000).
O piriforme é encontrado posterior à articulação do quadril estando no mesmo
plano que o glúteo médio. O obturador interno situa-se parcialmente na pelve e
parcialmente na região glútea posterior à articulação do quadril. O obturador externo
tem sua base muscular fixada na superfície externa da membrana obturadora
(Palastanga et al. 2000).
Os gêmeos superior e inferior são par de músculos triangulares associados às
margens superior e inferior do tendão obturador interno. O quadrado femoral (quadrado
da coxa) é um músculo mais inferior do grupo muscular profundo na região glútea
(Drake et al. 2005). Como a maioria desses músculos inserem-se na região anterior da
pelve, eles também exercem controle considerável sobre a pelve e o sacro (Hamill;
Knutzen 1999).
Embora seja um músculo anterolateral e proximal da coxa, o músculo tensor da
fáscia lata, pertence ao grupo glúteo, como indica sua inervação realizado pelo nervo
glúteo superior (Dangelo; Fattini 2000). É um músculo lateral da coxa que se insere
numa forte faixa de tecido conjuntivo chamada trato iliotibial da fáscia- lata e reveste
todos os músculos da coxa (Spence 1991).
Origina-se na face lateral da crista ilíaca, entre a espinha ilíaca ântero- superior e o
tubérculo ilíaco e se insere no trato iliotibial da fáscia lata (Drake et al. 2005).
1.3.3. Músculos da região posterior da coxa
São conhecidos em conjunto como músculos do jarrete e cruzam, posteriormente
as articulações do quadril e joelho (Dangelo; Fattini 2000). Participam desse grupo, o
20. 19
músculo semimembranoso, o músculo semitendinoso e a porção longa do bíceps
femoral e tem um importante componente adutor (Kapandji 2000).
Os músculos semitendinoso e semimembranoso têm origem pela tuberosidade
isquiática, enquanto o bíceps femoral cabeça longa apresenta sua origem pela
tuberosidade isquiática e o bíceps femoral cabeça curta pelo lábio lateral da linha áspera
do fêmur (Konin 2006).
1.4. Ligamentos da coxofemoral
Fortes ligamentos reforçam a cápsula articular em todos os lados (Smith et al.
1997). Os ligamentos do quadril dividem-se em ligamento iliofemoral, pubofemoral,
isquiofemoral, redondo e transverso do acetábulo (Lee 2001) Os ligamentos iliofemoral,
pubofemoral e isquiofemoral são ligamentos capsulares, já os ligamentos redondo e
transverso do acetábulo são ligamentos intracapsulares (Palastanga et al. 2000).
O ligamento iliofemoral, também conhecido como ligamento Y, é um feixe
resistente localizado anteriormente. Fixa-se à espinha ilíaca ântero- inferior e à margem
do acetábulo e se estende até a linha intertrocantérica do fêmur (Konin 2006). O
ligamento iliofemoral cobre a articulação do quadril anteriormente e superiormente,
sendo o principal estabilizador do quadril na posição ortostática (Smith et al. 1997).
Na face posterior existe um único ligamento, o ligamento isquiofemoral: a sua
inserção interna ocupa a parte posterior do rebordo e da orla cotilóides e suas fibras
fixam-se na face interna do trocânter maior pela frente da fossa digital (Kapandji 2000).
O ligamento pubofemoral reforça a cápsula articular anteriormente (Spence 1991).
Possui um formato triangular, com sua base presa medialmente à eminência iliopúbica,
ao osso adjacente e à membrana obturadora (Drake et al 2005).
O ligamento transverso do acetábulo estende-se, a maneira de ponte, na incisura
do acetábulo (Dangelo; Fattini 2000). A deficiência inferior no rebordo acetabular é
completada pelo ligamento transverso. A borda superficial do ligamento é rente ao
rebordo acetabular (Palastanga et al. 2000).
O ligamento redondo une-se lateralmente à parte ântero-superior da fóvea da
cabeça do fêmur, medialmente através das três faixas às duas extremidades da face
semilunar do acetábulo e inferiormente à margem superior do ligamento transverso do
acetábulo (Lee 2001). Está envolvido por um prolongamento da membrana sinovial e
através dele chegam alguns vasos à cabeça do fêmur (Dangelo; Fattini 2000).
21. 20
1.5. Suprimento sangüíneo
1.5.1. Artérias
A articulação do quadril recebe o seu suprimento sanguíneo das artérias
circunflexas femorais medial e lateral, a artéria obturadora e as artérias glúteas superior
e inferior, as quais em conjunto formam uma anastomose periarticular. A adequação da
anastomose periarticular é de importância crítica para a nutrição do osso (Palastanga et
al 2000).
O sistema circulatório compreende, como se sabe, um sistema fechado de tubos,
os vasos, e um órgão central, o coração. Ao coração chegam os vasos aferentes, as
veias, e dele saem vasos aferentes, as artérias. O maior dos vasos aferentes é a aorta que
se divide nos seus dois ramos terminais, as artérias ilíacas comuns que, por sua vez, se
dividem em artérias ilíacas externa e interna (Dangelo; Fattini 2000).
A artéria ilíaca interna (hipogástrica) penetra na cavidade pélvica e fornece ramos
para irrigação dos músculos da região glútea e região lombar. A artéria ilíaca externa é
considerada a continuação da artéria ilíaca comum. Após penetrar na coxa, a artéria
ilíaca externa e se torna artéria femoral (Spence 1991).
Três artérias entram na coxa: a artéria femoral, a artéria obturatória e a artéria
glútea inferior. Destas, a artéria femoral é a maior e supre a maior parte do membro
inferior (Drake et al. 2005).
A artéria femoral origina-se da aorta abdominal por intermédio da artéria ilíaca
comum. Ela entra na coxa por baixo do ligamento inguinal, sendo contida em um
prolongamento afunilado da fáscia abdominal, chamado bainha femoral (Palastanga et
al. 2000).
Na superfície proximal, a artéria femoral origina três pequenas artérias:
epigástrica superficial, circunflexa superficial do ílio e pudenda externa. Os outros
ramos da artéria femoral são: artéria femoral profunda e artéria descendente do joelho
(Dangelo; Fattini 2000).
A artéria profunda da coxa se dirige posteriormente para irrigar os músculos do
compartimento posterior da coxa (Spence 1991). A profunda da coxa dá vários ramos
logo depois do seu começo: a artéria femoral circunflexa lateral, que dá ramos
ascendentes, transverso e descendentes, que suprem a região glútea e a articulação do
22. 21
quadril; a femoral circunflexa medial, que se anastomosa com a femoral circunflexa
lateral, dando ramos que suprem áreas semelhantes (Palastanga et al. 2000).
A artéria profunda da coxa também possui três ramos perfurantes: a primeira
origina- se acima do músculo, a segunda origina- se anteriormente ao músculo, e a
terceira origina- se abaixo do músculo. Todas a três penetram através do adutor magno
(Drake et al. 2005).
A artéria obturatória atravessa o forame obturado, supre os músculos adjacentes e
dá ramos que constituem a principal fonte de irrigação para a cabeça do fêmur. As
artérias glúteas superior e inferior, nascem na pelve, diretamente na ilíaca interna
(Dangelo; Fattini 2000).
A artéria glútea inferior origina-se no tronco anterior da artéria ilíaca interna, na
cavidade pélvica, enquanto a artéria glútea superior origina-se no tronco posterior.
Ambas suprem a região glútea e deixam a pelve através do forame isquiático maior,
sendo, a artéria glútea superior acima do piriforme e a glútea inferior, abaixo do
piriforme (Drake et. al. 2005).
1.5.2. Veias
Uma vez que as veias tendem a ser mais amplas e mais numerosas que as artérias,
a capacidade do sistema venoso é maior do que a do sistema arterial. As veias profundas
caminham ao lado das artérias (Spence 1991).
As veias usualmente são descritas como sendo superficiais e profundas, as veias
superficiais sendo maiores e situadas na fáscia superficial, enquanto as veias profundas
são normalmente dois pequenos vasos que acompanham as artérias e estão situadas na
profundidade do membro (Palastanga et al. 2000)
Não é possível estabelecer um padrão rígido quanto à sua distribuição das veias
superficiais, sendo constantes as variações, inclusive de um membro para o outro no
mesmo indivíduo (Dangelo; Fattini 2000).
A maior das veias superficiais da coxa é a veia safena magna que se origina na
face dorsal do pé e ascende ao longo da face medial do membro inferior para a região
proximal da coxa (Drake et al 2005). A veia safena magna seu une com a veia femoral,
logo abaixo do ligamento inguinal (Spence 1991).
23. 22
A veia femoral ascende no canal adutor para entrar no triângulo femoral, onde ela
termina tornando-se a veia ilíaca externa. Durante seu trajeto, ela recebe as veias
profundas da coxa e safena longa (Palastanga et al. 2000).
A veia safena parva origina- se na extremidade lateral do arco venoso dorsal do
pé, situando-se posteriormente ao maléolo lateral. Ao nível da fossa poplítea, irá
perfurar a fáscia profunda e desemboca na veia poplítea, sendo freqüentes as variações
de desembocadura. Uma delas é: ascender até um terço distal da coxa antes de perfurar
a fáscia profunda (Dangelo; Fattini 2000).
1.6. Nervos
Existem trinta e um pares de nervos espinhais, entre eles estão cinco pares
lombares e cinco pares sacrais. Os nervos espinhais são formados a partir da união das
raízes ventral e dorsal que deixam ou entram na medula espinhal (Spence 1991).
A inervação dos membros inferiores é feita pelos ramos ventrais de nervos
espinhais lombares e sacrais. O plexo lombo- sacral é constituído pelos ramos ventrais
dos nervos espinhais L2 a S4 (Dangelo; Fattini 2000).
O tronco lombo- sacro passa sobre a asa do sacro para juntar- se aos ramos
ventrais do primeiro, segundo, terceiro e parte superior do quarto nervos sacros a fim de
formar o plexo lombo- sacro (lombo- sacral) (Palastanga et al. 2000).
1.6.1. Nervos terminais do plexo lombo- sacral
Os principais nervos que se originam no plexo lombo sacral e deixam o abdome e
a pelve para entrar no membro inferior incluem os nervos femoral, obturatório,
isquiático, glúteo superior e glúteo inferior (Drake et al. 2005).
O nervo femoral passa inferiormente ao ligamento inguinal para inervar os
músculos da região anterior da coxa (Spence 1991).
Quase imediatamente o nervo femoral se divide em ramos que são musculares e
cutâneos. Na coxa, os ramos musculares inervam os músculos sartório e quadríceps da
coxa, já os ramos cutâneos inervam a pele da região anterior e medial da coxa (Dangelo;
Fattini 2000).
O nervo obturador (obturatório) cruza a articulação sacroilíaca e o obturador
interno para entrar no canal obturador. Ao deixar o canal, o nervo situa- se acima do
24. 23
obturador externo e divide- se em ramos anterior, enviando ramos ao adutor longo e
adutor curto e grácil, e posterior, suprindo o obturador externo e o adutor magno
(Palastanga et al. 2000).
O nervo isquiático é o maior nervo do corpo e transporta contribuições de L4 a
S3. Ele deixa a pelve através do forame isquiático maior, entrando e passando através da
região glútea, depois penetrando no compartimento posterior da coxa. Também inerva
uma grande área de pele no membro inferior (Drake et al. 2005).
O nervo isquiático é, na verdade, o conjunto de dois nervos envolvidos em uma
bainha comum. Na porção inferior da coxa, esses dois nervos se separam em um nervo
fibular comum e um nervo tibial (Spence 1991).
O nervo glúteo superior atravessa o forame isquiático maior e acompanha os
ramos da artéria glútea superior. Inerva o glúteo médio, mínimo e o tensor da fáscia lata,
além de enviar ramos para a articulação do quadril (Dangelo; Fattini 2000).
O nervo glúteo inferior origina- se das divisões posteriores de L5, S1 e S2. Deixa
a pelve por baixo do músculo piriforme superficial ao nervo ciático (isquiático) e passa
diretamente para dentro da superfície profunda do glúteo máximo, suprindo-o
(Palastanga et al. 2000).
25. 24
2. BIOMECÂNICA DA COXOFEMORAL
2.1. Revisão anatômica da articulação do quadril
A cabeça do fêmur articula-se com os ossos do quadril, encaixando-se no
acetábulo para constituir uma juntura sinovial de tipo esferóide, triaxial, denominada
articulação do quadril (Dangelo; Fattini 2000).
É a última articulação no complexo da cintura pélvica e apresenta formato tipo
bola- e- soquete com grau três de liberdade, apesar de ser muito estável, embora o
acetábulo não seja profundo o suficiente para cobrir toda a cabeça do fêmur (Hamill;
Knutzen 1999).
A coxofemoral é formada pelo encaixamento da cabeça do fêmur no acetábulo do
osso do quadril, que por sua vez é formado pela união dos três ossos pélvicos, o ílio, o
ísquio e o púbis (Rasch 1991).
O acetábulo é uma cavidade hemisférica localizada na face lateral da pelve.
Apresenta uma margem, sendo esta, revestida por fibrocartilagem, denominada lábio do
acetábulo criando então um suporte mais profundo para estabilizar a cabeça femoral em
seu interior (Konin 2006).
A cabeça do fêmur é coberta por cartilagem articular e se fixa ao colo do fêmur,
que se continue na diáfise femoral. O fêmur cria um braço de alavanca para os músculos
e permite movimento na articulação do quadril (Konin 2006).
O colo do fêmur por ser formado por osso trabecular esponjoso, apresenta uma
fina camada cortical de reforço e seu ângulo no plano transverso é denominado ângulo
de anteroversão (Hamill; Knutzen 1999).
Existem diferenças relacionadas ao sexo na geometria da pelve humana. Além das
diferenças bem conhecidas na largura e altura da pelve entre homens e mulheres, a
cabeça do fêmur é significativamente menor (cerca de 30%) nestas. O lábio do
acetábulo desempenha um papel crucial na articulação do quadril feminino reduzindo a
força na articulação provocada por uma tensão maior causada pela pequena cabeça do
fêmur (Rasch 1991).
Um ligamento único chamado ligamento da cabeça do fêmur ou ligamento
redondo estende-se através da cavidade articular desde a fóvea da cabeça do fêmur até a
26. 25
incisura da porção inferior do lábio do acetábulo. A cápsula articular, que se estende da
margem do acetábulo até o colo anatômico do fêmur, envolve completamente a
articulação (Spence 1991).
A cápsula articular é extremamente forte e densa. Na frente, onde a maior
resistência é necessária, a cápsula é bem mais espessa do que atrás, onde é fina e frouxa
(Rasch 1991). A cápsula é revestida anteriormente pelos ligamentos iliofemoral e
pubofemoral, e na superfície posterior a cápsula é reforçada pelo ligamento isquifemoral
(Spence 1991).
A vascularização da articulação coxo-femoral é levada a cabo pela artéria ilíaca
primitiva, que tem origem na aorta abdominal, subdividindo-se ao nível do osso ilíaco e
dando origem às artérias ilíaca externa e interna. A enervação da articulação depende de
três nervos importantes: o obturador e o femoral, emergem do plexo lombar e o ciático
que emerge do plexo sagrado (Seeley et al. 1997).
Os três ligamentos que se unem com a cápsula e recebem nutrição da articulação.
O ligamento iliofemoral é forte e suporta a articulação anterior do quadril na postura em
pé (Hamill; Knutzen 1999). Refreia a extensão do quadril e também limita a rotação do
fêmur em torno do seu eixo longitudinal (Rasch 1991). Situa-se na face anterior da
articulação coxo- femoral, cujo seu vértice se insere no bordo anterior do osso ilíaco ou
ílio e a base se adere ao fêmur (Kapandji 2000).
O ligamento pubofemoral fortalece as porções anterior e inferior da cápsula
articular do quadril e é tensionado durante a extensão e abdução do mesmo (Konin
2006). O ligamento se insere acima, na região anterior da iminência ílio- pectínea e a
orla anterior da corredeira infrapúbica. Abaixo se fixa na região anterior da fossa prétrocanteriana (Kapandji 2000). Resiste primariamente à abdução do quadril, bem como
a extensão e rotação lateral (Rasch 1991).
O último e único ligamento na região externa da articulação é o ligamento
isquiofemoral (Hamill; Knutzen 1999). Este ligamento cruza o debrum cotiloideu na sua
porção inferior e o colo femoral, na sua porção superior (Seeley et al. 1997). O
ligamento isquiofemoral se estende durante a adução e entra em tensão durante a
abdução (Kapandji 2000). Limita a rotação medial do quadril (Rasch 1991).
27. 26
2.2. Movimentos articulares
O quadril é uma articulação proximal do membro inferior e tem como função
orientar- lhe em todas as direções do espaço (Kapandji 2000).
Por ser uma articulação proximal, é significante a sua importância para a tomada
de peso durante a realização da marcha. A coxofemoral possui três eixos, sendo possível
apresentar três graus de liberdade para realizações dos movimentos permitidos pelo
quadril, descritos com referência ao fêmur (Settineri 1988).
Os movimentos realizados pela articulação incluem a flexão e extensão que
ocorrem no plano frontal sobre o eixo transversal. No eixo vertical que se confunde com
o eixo longitudinal do membro inferior quando o quadril está numa posição de
alinhamento, este eixo permite os movimentos de rotação medial e rotação lateral
(Kapandji 2000).
A abdução e adução do quadril, ocorrem no plano frontal sobre o eixo ânteroposterior (Konin 2006).
2.2.1. Movimento de flexão do quadril
Vinte e dois músculos atuam sobre a articulação do quadril, dando contribuições
importantes para cada uma das ações possíveis na articulação da coxo- femoral. Os
músculos que realizam a flexão do quadril, incluem o psoas maior e menor, o ilíaco e os
agonistas primários, e o reto da coxa (Rasch 1991).
O reto femoral é outro flexor de quadril cuja contribuição depende do
posicionamento da articulação do joelho, já que também age como um extensor da
articulação do joelho (Hamill; Knutzen 1999).
A flexão do quadril é realizada devido ao contato da face anterior da coxa com o
tronco, de modo que a coxa e as porções remanescentes do membro inferior ultrapassam
o plano frontal da articulação, situando-se por diante dela (Kapandji 2000).
A cabeça do fêmur deve deslizar para trás e para baixo para completar o
movimento de flexão (Konin 2006).
Sua maior amplitude de movimento acontece no plano sagital, onde o músculo
ilíaco, assim como o psoas, desempenha um papel predominante na flexão do quadril
(Rasch 1991).
28. 27
A amplitude da flexão varia dependendo se for uma flexão ativa onde o grau de
movimento é menor do que na flexão passiva do quadril. A posição do joelho também
interfere na amplitude. Quando o joelho está estendido, a amplitude vai de 0° e não
passa dos 90°, ao passo que quando o joelho está flexionado, atinge ou ultrapassa os
120° de flexão (Kapandji 2000).
2.2.2. Movimento de extensão do quadril
A extensão da coxa é importante no suporte do peso corporal no apoio na medida
em que mantém e controla as ações da articulação do quadril em resposta à tração
gravitacional para baixo (Hamill; Knutzen 1999).
A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. (Kapandji 2000). Os
músculos extensor do quadril estão situados atrás do plano frontal que passa pelo centro
da articulação e tem a função de estabilizar a pelve no sentido ântero-posterior (Settineri
1988).
O grupo extensor do quadril inclui os músculos semimembranáceo, semitendíneo
e cabeça longa do bíceps da coxa, O músculo glúteo máximo também é um forte
extensor durante esforços pesados ou moderados (Rasch 1991).
Quando há o tensionamento do ligamento ílio-femoral, a extensão ativa é menos
ampla que a passiva (Settineri 1988). Quando o joelho está estendido, a extensão é 20°
mais ampla do que quando está flexionado. Isso se deve ao fato do músculo ísquiostibiais perderem a sua eficiência enquanto realizam a extensão do quadril, pois eles
utilizam grande parte de seu percurso para flexão do joelho. Na extensão passiva a
amplitude é de apenas 20° no passo para diante (Kapandji 2000).
2.2.3. Movimento de abdução do quadril
A abdução leva o membro inferior diretamente para fora e o afasta do plano de
simetria do corpo (Kapandji 2000).
A abdução da coxa e os músculos abdutores são importantes, principalmente em
seu papel como estabilizadores da pelve e da coxa durante a marcha. Os abdutores
podem levantar a coxa lateralmente no plano frontal, ou se o pé estiver no solo, podem
mover a pelve sobre o fêmur no plano frontal. O principal abdutor da coxa na
29. 28
articulação coxo- femoral é o glúteo médio, sua efetividade é determinada por sua
vantagem mecânica (Hamill; Knutzen 1999).
O músculo glúteo médio é considerado agonista para esta ação (Rasch 1991). O
glúteo mínimo, o tensor da fáscia lata e o piriforme também contribuem para a abdução
da coxa, com o glúteo mínimo sendo o mais ativo dos três (Hamill; Knutzen 1999).
A abdução está limitada pelo impacto ósseo do colo do fêmur com o rebordo
cotilóide, porém antes que isso aconteça, intervém os músculos adutores e os
ligamentos iliofemoral e pubofemoral. Apresentando assim uma amplitude máxima de
abdução de quadril de 45°. Com o exercício e treinamento adequados, é possível
aumentar notavelmente a amplitude de abdução, podendo chegar aos 120° de abdução
ativa (Kapandji 2000).
2.2.4. Movimento de adução do quadril
A adução leva o membro inferior para dentro do plano de simetria do corpo
(Kapandji 2000).
Os adutores trabalham com os abdutores para equilibrar a pelve. Os abdutores de
um lado da pelve, trabalham com adutores contralaterais para manter o posicionamento
pélvico e impedir a inclinação (Hamill; Knutzen 1999).
Os músculos adutores do quadril se localizam geralmente dentro do plano sagital
que passa pelo centro da articulação (Kapandji 2000). O grupo adutor do quadril é
composto pelo grácil, adutor longo, adutor curto, adutor magno e pectíneo. Situados na
face medial da coxa, os adutores formam a maior parte da massa muscular nesta área
(Rasch 1991).
Existem movimentos de adução combinada com extensão do quadril e
movimentos de adução combinada com flexão do quadril. Em todos estes movimentos
de adução combinada, a amplitude máxima de adução apresentada é de 30° (Kapandji
2000).
2.2.5. Movimento de rotação externa ou lateral do quadril
Os movimentos de rotação longitudinal do quadril efetuam-se em torno do eixo
mecânico do membro inferior. A rotação externa é o movimento que leva a ponta do pé
para fora, enquanto que a rotação interna leva a ponta do pé para dentro (Kapandji
30. 29
2000). Para realização da rotação externa ou lateral, deve haver uma combinação com
um deslizamento anterior da cabeça do fêmur com o acetábulo (Konin 2006).
Os rotadores externos do quadril são numerosos e potentes. Seu trajeto cruza por
trás do eixo vertical do quadril (Kapandji 2000).
Os músculos primariamente responsáveis pela rotação externa são o glúteo
máximo, obturador externo e quadríceps femoral. O obturador interno, o gêmeo inferior
e superior e o piriforme, contribuem para a rotação externa quando a coxa está em
extensão (Hamill; Knutzen 1999).
A amplitude máxima na rotação externa do quadril, em decúbito ventral, é de 60°.
Estando o sujeito sentado no bordo da mesa de exame, quadril e joelhos flexionados em
ângulo reto, a amplitude da rotação externa pode ser maior que na posição anterior
(Kapandji 2000).
2.2.6. Movimento de rotação interna ou medial do quadril
É o resultado da combinação do acetábulo com deslizamento posterior da cabeça
do fêmur (Konin 2006). A rotação interna da coxa é um movimento secundário de todos
os músculos que se contraem para produzir a ação articular. Como os rotadores internos
perdem efetividade no decúbito dorsal estendido, eles definitivamente devem ser
exercitados na orientação sentada (Hamill; Knutzen 1999).
Os glúteos médio e mínimo, tensor da fáscia lata, adutores longo e magno e grácil
podem servir à rotação medial do fêmur (Rasch 1991).
Os músculos rotadores internos são menos numerosos que os externos e sua
potência é três vezes menor. A trajetória desses músculos passa pela frente do eixo
vertical do quadril. A rotação interna varia de 30° a 40° (Kapandji 2000).
31. 30
3. NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES
Não se aceita mais a idéia de que a amputação é o procedimento final em um
paciente vasculopata. O adequado acompanhamento clínico especializado do paciente
com indicação de amputação determinará o melhor nível de secção, bem como a maior
adaptação psicológica à idéia de mutilação que está associada ao ato operatório (Santos;
Nascimento 2003).
Atualmente, experientes cirurgiões ortopédicos e vasculares dedicam-se às
amputações para eliminar tecidos moles e ossos irremediavelmente lesados e, em um
segundo momento, reconstruir as partes ósseas, musculares e cutâneas, de modo que
proporcionem ao coto, adequada capacidade de sustentação e mobilidade (Boccolini
2000).
Apenas a preservação do comprimento pode não garantir a funcionalidade da
extremidade, ou seja, sua utilidade para a marcha do paciente. O diagnóstico precoce da
inviabilidade da extremidade é decisivo no planejamento do nível da amputação para
beneficiar e salvar o doente, reduzindo sua morbidade (Luccia 2003).
Só faz sentido falar em nível de amputação quando se considera o potencial de
reabilitação que o mesmo oferece. Caso contrário, qualquer ponto do membro é passível
de ser um nível de amputação (Lianza 2001).
O nível da amputação está subordinado à causa, sendo que nem sempre é possível
modificá-lo ou o nível ótimo pode ser indicado. O conceito atual de nível ótimo está
dentro de certo limite, o de que é o nível que melhor se preste para a aplicação de uma
prótese funcional, atendendo à etiologia e à necessidade de amputação (Brandão et al.
2005).
Tanto na extremidade inferior como na superior consideram-se níveis ótimos os
terços médios das diáfises dos ossos longos, já que permitem um bom braço de
alavanca, ale de apresentarem um recobrimento muscular suficiente (Gabriel et al.
2001).
Os níveis de amputação se alteraram sensivelmente desde os primeiros tempos e
continuam a sofrer alterações conforme o progresso e desenvolvimento das próteses
(Boccolini 2000).
32. 31
3.1. Amputação interfalangiana
A amputação interfalangiana geralmente não apresenta problemas funcionais e
estéticos ao paciente. Essas amputações não alteram o equilíbrio e a deambulação dos
pacientes (Carvalho 2003).
3.2. Amputação metatarsofalangiana
Significa a retirada total do artelho (Azevedo; Fonseca 2002). As amputações
interfalangianas quando não é possível suturar a pele sem tendão, pode-se também optar
por esse nível de amputação (Carvalho 2003).
3.3. Amputação transmetatarsiana
É a amputação através do metatarso, razão pela qual a parte posterior do pé fica
intacta (Gabriel et al. 2001).
Amputações transmetatarsianas clássicas, apesar de preservarem revestimento
cutâneo de pele plantar, passam a ter descarga de peso na região diafisária dos
metatarsianos, o que freqüentemente pode causar ulcerações (Luccia 2003).
3.4. Amputação de Lisfranc
A articulação de Lisfranc é formada pelas bases dos cinco metatarsianos, com os
três cuneiformes e com o cubóide. O médico francês Jacques Lisfranc propunha
amputação ao nível tarsometatarsiano, para as lesões decorrentes de traumatismos
fechados do pé, com receio de necrose vascular e tecidual (Alves et al 1998).
3.5. Amputação de Chopart
Conhecida como amputação do retropé. A amputação de Chopart também é uma
desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide com o tálus e o calcâneo,
respectivamente (Carvalho 2003).
A amputação tipo Chopart pode proporcionar bons resultados, mas o ideal é tenha
revestimento adequado de pele plantar e a manutenção do calcâneo paralelo ao solo para
33. 32
permitir a descarga do peso do corpo (Luccia 2003). A descarga de peso poderá ser
realizada na parte distal do coto, caso o paciente tolere (Boccolini 2000).
3.6. Amputação de Syme
Esta modalidade de desarticulação baseia-se na articulação entre os ossos do tarso
e os metatarsos (os ossos cuneiformes medial, intermédio e lateral se articulam com o
primeiro segundo e terceiro metatarsos e o cubóide com o quarto e quinto metatarsos)
(Luccia; Silva 2003).
A amputação de Syme permite descarga distal sobre o coto, e a presença de
espaço entre o coto e o solo possibilita uma protetização futura com um pé mecânico. É
um excelente nível para amputação, não apresentando grandes complicações (Lianza
2001).
3.7. Amputação de Pirogoff
É similar à de Syme, porém tecnicamente mais difícil e mais demorada. Nesse
tipo de amputação ocorre uma artrodese entre a tíbia e o calcâneo, tendo em vista que o
calcâneo é seccionado verticalmente (Carvalho 2003).
3.8. Amputação transtibial
A amputação transtibial é realizada entre a desarticulação tibiotársica e a de
joelho. Podemos dividi-la em três níveis, ou seja, amputação transtibial em terço
proximal, médio e distal (Carvalho 2003).
As amputações transtibiais possuem um melhor prognóstico relacionando-se à
reabilitação e funcionalidade na marcha quando comparadas às amputações
transfemorais (Tonon et al. 2005).
Dentre as vantagens das amputações transtibiais quando comparadas às
amputações mais altas, se refere à manutenção da articulação do joelho, ao menor gasto
energético durante a marcha, a facilidade para colocação e remoção da prótese além de
possibilitar uma marcha mais fisiológica (Boccolini 2000).
As amputações transtibiais, afora os problemas, é recomendável a realização da
ponte óssea entre a tíbia e a fíbula pra criar uma barra óssea paralela ao solo que
34. 33
aumente a área de contato e favoreça o apoio terminal e indolor de coto (Sizínio et al.
2003).
3.9. Desarticulação do joelho
A remoção total da tíbia caracteriza a desarticulação de joelho, nível que tem
vantagens funcionais em relação às amputações transfemorais. As próteses para este
nível de amputação devem contar com joelho mecânico (Luccia 2003).
A desarticulação de joelho é uma amputação indicada em indivíduos com
osteossarcomas mais distais, traumas e anomalias congênitas da tíbia e/ou fíbula, é
considerada como uma excelente alavanca ósseo muscular (Smeltzer; Bare 2002).
É aconselhável sobre tudo em geriatria, por permitir um controle melhor da
prótese, oferecer um braço de alavanca maior, um equilíbrio melhor e uma marcha mais
fácil (Gabriel et al. 2001).
3.10. Amputação transfemoral
A amputação transfemoral é realizada entre a desarticulação de joelho e a de
quadril, e como nas amputações transtibiais, também pode ser divida em três níveis, ou
seja, amputação transfemoral em terço proximal, médio e distal, sendo que as
amputações podem ser causadas por patologias vasculares, processos traumáticos,
infecciosos e neoplásicos ou por anomalias congênitas (Carvalho 2003).
Na transfemoral longa (em terço distal) se preserva mais de 60% do comprimento
femoral, na transfemoral (em terço médio) se mantém entre 35 a 60% do comprimento
femoral, e na transfemoral curta (em terço proximal) se preserva menos de 35% do
comprimento femoral (May apud O’Sullivan; Schmitz 1993).
A mioplastia, com a sutura dos músculos extensores da coxa, com os flexores e a
sutura dos músculos adutores com os abdutores, propiciam equilíbrio ao coto e
determinam melhor controle da prótese pelo paciente. Por fim, a sutura da apneurose
melhora a coaptação dos músculos incisados, sendo a pele fechada com pontos
separados (Luccia; Silva 2003). Em uma amputação transfemoral, a fáscia é o melhor
tecido disponível para manter as suturas, mas não é particularmente elevado na maioria
dos músculos que estão em meia perna (Smith 2004).
35. 34
A amputação transfemoral primária é indicada em pacientes nos quais grandes
complicações com as lesões não podem ser toleradas. Uma amputação transfemoral
deve ser também, considerada nos pacientes com contratura da articulação do joelho ou
que estão acamados ou bastante debilitados. Esses pacientes se beneficiarão mais com o
coto longo, o que facilitará o sentar ou os movimentos no leito (Consenso Internacional
sobre o Pé Diabético/DF 2001).
Embora este nível de amputação seja bastante comum, nada é simples na
adaptação à vida após a cirurgia. O paciente que vive com a perda de um membro à
nível transfemoral, enfrentam diversos desafios, tais como: as exigências para aumentar
a energia, problemas de equilíbrio e estabilidade (Smith 2004). Nas amputações acima
do joelho e nas desarticulações do mesmo, é perdida uma das mais importantes
determinantes: a flexoextensão do joelho que regula o comprometimento do membro
inferior tornando, o menor possível, a oscilação do centro de gravidade, suavisando a
marcha (Boccolini 2000).
3.11. Desarticulação do quadril
Consiste na retirada de todo o membro inferior, inclusive a cabeça do fêmur. Não
apresenta coto ósseo, restando apenas uma cobertura musculocutânea (Carvalho 2003).
É um tipo de cirurgia raramente indicada, pois oferece dificuldade na adaptação
da prótese (Brandão et al. 2005).
3.12. Hemipelvectomia
Consiste em uma cirurgia radical, na qual é realizada a remoção de metade da
pelve e de todo o membro inferior homolateral (Carvalho 2003).
A hemipelvectomia é normalmente indicada para o tratamento dos sarcomas da
região glútea e da porção proximal posterior da coxa, bem como dos tumores ósseos da
pelve com extensão posterior (Vieira et al. 2004).
36. 35
4. ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES
A perda da extremidade inferior resulta em alterações na vida diária, no trabalho,
na interação social e no atendimento das necessidades pessoais (Diogo 1997).
O perfil das amputações mudou muito nos últimos tempos. Isso se deve ao
advento de novos medicamentos, à quimioterapia e radioterapia, à utilização de
fixadores externos, de câmaras hiperbáricas e às técnicas cirúrgicas de revestimento
cutâneo, entre outras (Carvalho 2003).
As amputações maiores de membros inferiores representam um relevante impacto
socioeconômico,
com
perda
da
capacidade
laborativa,
da
socialização
e,
conseqüentemente, da qualidade de vida, constituindo-se numa das mais devastadoras
complicações da doença crônica degenerativa, associada à significativa morbidade,
incapacidade e mortalidade (Spichler et al. 2004).
Leite et al. (2004) relatam que mais de 300 amputações foram realizadas por um
único serviço no período de pouco mais de um ano, com grande número de amputações
transfemorais (76%), o baixo percentual de revascularizações (25%) nos dois grupos
estudados (amputações unilaterais e bilaterais), e 50% de mortalidade no grupo de
amputações bilaterais.
4.1. Amputações por patologias vasculares
Estudos apontam a tendência de ocorrência de amputações de membros inferiores
devido, principalmente às insuficiências arteriais periféricas, complicações do diabetes
mellitus, infecções severas, traumas, neoplasias e deformidades congênitas (Pastre et al.
2005).
A causa mais freqüente de amputações é por doença vascular periférica,
combinada ou não com diabetes. Os fatores de risco, como idade avançada, tabagismo,
diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, influenciam o aparecimento de doenças
vasculares (Agne et al. 2004).
A doença vascular aterosclerótica que afeta os membros inferiores é a forma mais
comum de doença arterial periférica, originando condições clínicas que variam desde
37. 36
claudicação intermitente ou dor em repouso à ulceração e gangrena (Spichler et al.
2004).
As amputações de membros inferiores causadas por doenças vasculares periféricas
atingem principalmente pacientes com faixa etária mais avançada, os quais estão mais
suscetíveis a doenças degenerativas como a arteriosclerose (Carvalho 2003).
O diabetes é uma síndrome metabólica de grande importância na atualidade. No
Brasil há aproximadamente cinco milhões de diabéticos e 50% deles não conhecem o
diagnóstico. A freqüência do diabetes vem aumentando nos últimos anos, tanto nos
países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Isso ocorre devido ao
aumento da sobrevida do diabético (Bardui; Cocco 2002). Sabe-se que o paciente
diabético tem cerca de quinze vezes mais probabilidade de sofrer amputação de
membros inferiores do que o não diabético (Santos; Nascimento 2003).
Amputações maiores são 10 vezes mais freqüentes em diabéticos com doença
arterial periférica do que em não-diabéticos com o mesmo acometimento (Luccia 2003).
O diabetes mellitus destaca-se, no Brasil e no mundo, por sua importância enquanto
problema de saúde pública (Gamba et al. 2004). Uma das complicações mais freqüentes
do diabetes mellitus é o pé diabético, trata-se de uma complicação crônica que ocorre
em média após dez anos de evolução do diabetes mellitus e é a causa mais comum de
amputações não traumáticas (Milman et al. 2001).
4.2. Amputações traumáticas
Os traumatismos são a segunda maior causa de amputação, acometendo
principalmente adultos jovens, sendo indicada quando se torna impossível uma
reconstrução do membro lesionado (Brito 2005).
As amputações causadas por traumatismos são conseqüência em grande parte de
fraturas expostas, contaminação severa de ferida, lesões do tipo esmagamento que
levam a necrose muscular progressiva e retardo no tempo de vascularização - menor que
6 horas (Agne et al. 2004). Na coxa, podemos observar as lesões da artéria femoral
como resultado das fraturas diafisárias do fêmur. Lesões arteriais complicando fratura
dos ossos longos são relatadas por diversos autores, inclusive pseudo- aneurisma
(Pereira; Silva 2003). Batalhas e minas perdidas ainda continuam causando amputações
traumáticas em alguns países. Com o advento de técnicas cirúrgicas e utilização de
38. 37
fixadores externos, o índice de amputações por lesões traumáticas tem diminuído
razoavelmente (Carvalho 2003).
4.3. Amputações tumorais
O objetivo da amputação tumoral, será a retirada do tumor, porém a indicação
para essa amputação tem diminuído bastante, graças ao diagnóstico precoce (Tooms
1996). Nessas circunstâncias, o objetivo da amputação é remover o tumor antes deste
metastizar. Mas, por vezes, a amputação é necessária, mesmo após o surgimento das
metástases (Sampol 2000). Nas amputações por tumores a faixa de idade se situa de 11
a 20 anos de idade (Agne et al. 2004). Os tumores malignos são responsáveis por 5,8%
das amputações de membros inferiores (Caromaro et al. 1992). As amputações tumorais
têm diminuído consideravelmente, graças a bons resultados obtidos pelo diagnóstico
precoce, a radioterapia, a quimioterapia, a utilização de endoprótese, os enxertos e
algumas outras cirurgias conservadoras (Carvalho 2003).
4.4. Amputações infecciosas
As amputações infecciosas estão diretamente relacionadas a processos traumáticos
e vasculares, sendo q sua freqüência vem diminuindo devido aos avanços laboratoriais
(Carvalho et al. 2005). A infecção comumente associada à gangrena é muito comum em
pacientes diabéticos. A gangrena quase sempre indica a necessidade de amputação; sua
extensão e a presença ou ausência de uma linha de delimitação são fatores importantes
(Santos; Nascimento 2003).
4.5. Amputações por anomalias congênitas
Os pacientes portadores de anomalia congênita que apresentam deformidades
importantes, as quais podem impossibilitar a protetização ou dificultar a função do
membro residual, geralmente são encaminhadas para procedimentos cirúrgicos, estando,
entre elas, a amputação e deve ser realizada nos primeiros anos de vida (Carvalho
2003).
39. 38
5. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
Muitos são os fatores que determinam a cicatrização adequada de um coto de
amputação, mas sem dúvida o planejamento cuidadoso e conhecimento técnicoanatômico, visando uma reabilitação adequada, podem representar a última chance deste
indivíduo de uma reintegração adequada ao seu meio (Luccia; Silva 2003).
A seleção correta do nível de amputação é de fundamental importância para
garantir uma cicatrização mais rápida da ferida operatória, para evitar que ocorram
complicações e para possibilitar ao paciente, maiores condições de reabilitação
(Brandão et al. 2005).
A presença de alterações nas condições gerais dos amputados pode impossibilitar
o progresso ótimo de cada uma das fases da reabilitação (Lima et al. 2006).
Durante a reabilitação de um paciente amputado, podemos confrontar- nos com
algumas situações que dificultam o processo terapêutico, tais como complicações do
próprio coto, neurológicas, sensoriais, psicológicas e clínicas (Carvalho 2003).
As principais causas de complicações no coto são: edema, suturas, dor fantasma,
ulceração do coto, inflamações, infecções, retração cicatricial, neuromas e espículas
ósseas. Esses tipos de problemas costumam afetar o coto da segunda à terceira semana,
após o ato cirúrgico (Friedmann 1994).
As complicações mais comuns encontradas nos pacientes amputados são as
complicações circulatórias, que levam a edema, isquemia e necrose tecidual. Sendo que
as complicações de aspecto psicológico, de origem nervosa, como a formação de
neuromas e outros sem etiologia bem definida como a dor fantasma, são comuns em
amputados (Luccia 2003).
Os problemas decorrentes de causas, como neuromas, contraturas musculares e
hipotrofias, entre outras, acontecem mais tardiamente; muito embora a dor possa
aparecer em qualquer época, apresentando características das mais diversas (Friedmann
1994).
40. 39
5.1. Principais complicações circulatórias
Todos os tecidos necessitam de um suprimento adequado de sangue para que se
mantenham vivos. A necrose ocorre quando este princípio básico não é respeitado. Esta
necrose é variável, e o grau de comprometimento da estrutura dependerá da trama
vascular lesada (Pereira; Silva 2003).
5.1.1. Necrose
De acordo com Tooms (1996), a presença de necrose pode ser tratada com
medidas conservadoras, porém pode retardar a cicatrização. A necrose mais grave,
entretanto, indica uma circulação insuficiente na amputação, havendo necessidade de
uma imediata ressecção em cunha ou reamputação em um nível mais proximal.
Quando existe necrose ou dor intensa, o risco de morte decorrente de uma cirurgia
de revascularização é muito alto, principalmente em pacientes debilitados, há muitos
anos, com pouca chance de voltar a andar após a revascularização (Santos; Nascimento
2003).
5.1.2. Edema
Definido como aumento anormal do volume de um membro.O edema está
presente em todos os pacientes amputados protetizados (Carvalho 2003).
O edema é uma das complicações circulatórias que deve ser evitado com o
enfaixamento do coto com atadura gessada, ainda na mesa operatória, mesmo que o
indivíduo não venha a usar prótese imediata. Nesse procedimento, economizam-se dois
a três meses na colocação da prótese, pois se houver o aparecimento de edema no coto,
há necessidade de um tempo enorme de enfaixamento para reduzir seu tamanho
(Boccolini 2000).
5.1.3. Isquemia
Outro problema que pode aparecer é a isquemia, que se manifesta com
comprometimento dérmico ou dor e, que normalmente precisa de tratamento analgésico
através de anestesias epidurais ou troculares (Gabriel et al. 2001).
41. 40
5.2. Principal complicação neurológica
5.2.1. Neuromas
Os neuromas de amputação ou terminações de nervos no coto, formam um
pequeno tumor neural que dá dor ou sensação de choque ao toque (Lianza 2001).
O desenvolvimento de um neuroma é um fenômeno natural de reparação que
ocorre em qualquer transecção de um nervo periférico (Carvalho 2003).
5.3. Outras complicações
5.3.1. Infecção
A infecção representa uma grande destruição tecidual por processo infeccioso,
normalmente associado a micróbios anaeróbios (Luccia; Silva 2003). A reação
inflamatória e as toxinas produzidas pelos agentes infecciosos levam a um grau de
sofrimento celular que culminará com alterações na distribuição do fluxo
microcirculatório, com agressão ao endotélio e conseqüente trombose que se estende da
microcirculação aos vasos maiores (Santos; Nascimento 2003). A amputação irá
conduzir a um aumento da transpiração sobre todo o restante corpo. Desta forma, a
transpiração no coto também aumenta, o que poderá conduzir a maceração do coto. Esta
maceração predispõe a ocorrência de infecções por bactérias e fungos, bem como lesões
por forças externas (Friedmann 1994).
As infecções, de acordo com Crenshaw (apud Carvalho et al. 2005), ocorrem
consideravelmente com mais freqüência em amputações por doença vascular periférica,
especialmente em pacientes diabéticos.
5.3.2. Espículas ósseas
As espículas ósseas são observadas por meio de radiografias, sendo um dos
motivos de dores localizadas durante a palpação ou uso da prótese, caso há a sua
presença a indicação é cirúrgica (Silva 1999; Carvalho 2003).
42. 41
5.3.3. Retrações musculares
É importante, também, evitar o aparecimento de retrações que se instalam
precocemente no coto de amputação, devido aos desequilíbrios gerados pela secção de
alguns grupos musculares. Em pacientes com amputação transfemoral, é necessário
prevenir deformidades de abdução, flexão e rotação externa de quadril (Caromaro et al.
1992)
5.3.4. Sensação fantasma e dor fantasma
É sabido que a maioria dos pacientes submetidos à amputação evolui com algum
tipo de desconforto no membro ausente. Vale lembrar que sensação fantasma e dor
fantasma são entidades distintas, mas que podem coexistir num mesmo paciente, sendo
fundamental distingui-las semiologicamente para uma correta abordagem terapêutica
(Probstner; Thulern 2006).
Um aspecto comum nos portadores de amputação é chamado fenômeno
fantásmico, doloroso ou não, normal ou deformado, que estará presente em 95% dos
pacientes (Adizck apud BRITO et al. 2005).
A sensação da presença do membro ou do órgão após sua extirpação é, muitas
vezes, referida com características normais e pode iniciar-se imediatamente após a
amputação. O fenômeno manifesta-se 1/3 das vezes imediatamente após a amputação,
1/3 nas primeiras 24 horas e 1/3 nas semanas que se seguem à amputação. A sensação
regride progressivamente e desaparece meses ou anos após (Teixeira et al. 1994).
Durante muito tempo, acreditava-se que a origem da sensação fantasma era
psíquica, no entanto, sabe-se hoje que tal fenômeno está relacionado também com o
fisiológico, a partir da reorganização cortical, que consiste em alterações estruturais na
representação topográfica dos mapas corticais (Demidoff et al. 2007).
É provável que o fenômeno fantasma seja codificado pelo DNA e que dependa da
intervenção de várias unidades do sistema nervoso, incluindo o córtex cerebral. As
atividades do sistema proprioceptivo, extra-sensitivo e interoceptivo e do sistema visual
alimentam os mecanismos do fenômeno fantasma, tornando-o vívido (Melo-Souza
2000).
43. 42
A sensação-fantasma funciona como uma alucinação nos sujeitos com dificuldade
em aceitar a mutilação, e a dor-fantasma seria como um sonho e o desejo de preservar a
integridade anatômica corporal (Benedetto et al. 2002).
A parte distal do membro é a mais freqüentemente sentida, embora
ocasionalmente a pessoa sinta todo o membro. A sensação reage a estímulos externos,
como aplicação de bandagens e curativos rígidos (Sampol 2000).
A sensação de ter um membro-fantasma é muito real. Muitos indivíduos relatam
que, logo que perderam a perna, sentiram o impulso de sair da cama e andar, e acabaram
caindo, outras pessoas com mãos fantasmas já tentaram, até mesmo, atender ao telefone.
Esses fatos são conseqüências da vívida sensação de um membro fantasma (Demidoff et
al. 2007).
A sensação fantasma poderá ser somente a sensação de que o membro existe, com
perfeita identificação de suas partes ou ser extremamente dolorosa, neste último caso é
denominada dor fantasma (Boccolini 2000). A dor fantasma, não é um conceito bem
definido clinicamente. Ela compreende, inclusive na literatura, alguns fenômenos
sensoriais mal definidos e incomparáveis a qualquer outra experiência. A dor do
membro fantasma é uma das mais terríveis e das mais fascinantes de todas as síndromes
dolorosas (Teixeira et al. 1994).
Quando ocorre a perda da inervação sensorial de uma região ou a amputação de
um membro, as informações sensoriais periféricas se tornam inteiramente ausentes,
fazendo com que neurônios no sistema nervoso central que até então recebiam
informações daquela parte do corpo se tornem anormalmente hiperativos. Na dor do
membro fantasma, a ausência dessas informações sensoriais faz com que neurônios nas
vias nociceptivas se tornem excessivamente ativos (Demidoff et al. 2007).
Ambroise Paré (apud Probstner; Thuler 2006) descreveu perfeitamente a dor
fantasma:
Na verdade é uma coisa maravilhosamente estranha e prodigiosa, que seria difícil
acreditar (salvo por aqueles que a viram com seus próprios olhos e a ouviram com seus
próprios ouvidos) que os pacientes se queixem amargamente, vários meses após a
amputação, de ainda sentirem uma dor excessivamente forte no membro já amputado.
A teoria central sugere que a dor fantasma seja devida a distúrbios do mecanismo
supressor nociceptivo segmentar. Há, obviamente, contribuição de fatores psicológicos
para a dor fantasma, já que a crise pode ser desencadeada por transtornos emocionais e
aliviada pela hipnose, psicoterapia e técnicas de relaxamento (Teixeira et al. 1994).
44. 43
O fato de a dor fantasma ser um fenômeno não puramente físico, social ou
psíquico, mas a integração destes três fatores, nos remete à importância de um
tratamento multidisciplinar, em que médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
nutricionista, psicólogo, assistente social, professor de educação física e técnico
protesista devem trabalhar em equipe visando o desenvolvimento e a participação ativa
do paciente em seu tratamento (Benedetto et al. 2002).
A dor fantasma tende a desaparecer, porém podem durar anos (Carvalho 2003).
45. 44
6. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM AMPUTADOS DE MEMBRO
INFERIOR
A presença de uma incapacidade funcional, determinada por uma amputação de
membros inferiores implica em interferência sobre a autonomia e independência (Diogo
1997).
Quanto mais precoce o início da fisioterapia, maior o potencial de sucesso.
Quanto maior o retardo, provavelmente haverá maior desenvolvimento de complicações
secundárias como contraturas articulares (Moore apud Brito 2005).
A visão da sociedade sobre a pessoa portadora de deficiência é alterada
drasticamente quando essa pessoa demonstra independência para as atividades da vida
diária (AVD’s). A incapacidade física pode ser uma barreira para a independência
quando as pessoas assim a vêem ou quando o ambiente a propicia (Diogo 2003).
A definição de atividades de vida diária deve referir-se ao desenvolvimento de
ações que garantam um patamar digno de qualidade de vida. Vida diária não deve ser
sinônimo de sobrevida (BPC/DF 2007).
A incapacidade, compreendida como a não possibilidade de realização de
determinada atividade, pode ter como causa fatores intrínsecos ou extrínsecos, ou seja,
ela pode ser determinada por fatores inerentes ao estado físico do paciente, no caso a
amputação, ou pode ainda ser determinada por fatores ambientais, econômicos, culturais
e sociais (Diogo 1997).
O paciente submetido a esse tipo de cirurgia, entrava no hospital sentindo- se um
homem normal; ao ser amputado, tornava-se um mutilado e a partir desse momento era
considerado um ser inválido. Para esses pacientes, a amputação acabava destruindo
todas as perspectivas futuras, incapacitando o indivíduo para o resto de sua vida.
(Carvalho 2003). A amputação faz parte da conduta de tratamento do paciente, que tem
por objetivo maior a obtenção de uma saudável integração orgânica, psíquica e social.
Não deve ser considerada como um fim em si mesma, devendo o processo cirúrgico
propiciar meios para que o paciente se reabilite plenamente (Brandão et al. 2005).
A perda da extremidade inferior resulta em alterações na vida diária, no trabalho,
na interação social e no atendimento das necessidades pessoais. Conseqüentemente,
muitas pessoas com amputação não reassumem um estilo de vida completamente
46. 45
normal e algum grau de dependência é esperado tanto pelo paciente quanto pelos
profissionais de saúde envolvidos no tratamento (Diogo 1997).
O paciente amputado tem à sua frente uma grande mudança ao seu estilo de vida,
além de incertezas quanto às suas capacidades e às atitudes de familiares e amigos.
Sabe-se que esses pacientes se submetem a quatro fases de ajustamento, que são:
impacto, isolamento, reconhecimento e reconstrução (Gottschalk apud Brito et al.
2005).
Com a perda de parte do corpo, o sujeito pode sofrer uma alteração brusca da
imagem corporal, fazendo-se então necessária a reintegração desta imagem ao novo
esquema corporal. Uma percepção negativa da própria imagem corporal cria
dificuldades para conscientização das atividades musculares e para aquisição de
posturas corretas no processo de reabilitação (Benedetto et al. 2002).
Por isso, tornar-se fundamental a integração da equipe multidisciplinar no
tratamento dos pacientes amputados para identificar, em tempo, qualquer sinal que
possa comprometer o resultado do processo de reabilitação (Chamlian; Melo 2008).
A avaliação é cada vez mais recomendada para determinar a validade de técnicas
e procedimentos de reabilitação (Calmels 2001). A cuidadosa avaliação de cada
indivíduo é parte integral do tratamento pré-protético (Chamlian 1999).
Para avaliar adequadamente as possibilidades funcionais de um indivíduo
amputado é preciso registrar a fundo suas características físicas, psíquicas e ambientais
(Gabriel et al. 2001).
Nossa avaliação transcorrerá desde o primeiro contato com o paciente até sua
despedida. Os pacientes amputados, independente da idade, do nível e da etiologia,
poderão apresentar-se por diversos meios: carregados no colo, usando muletas,
saltitando ou deambulando com ou sem apoio (Carvalho 2003).
A avaliação funcional define as capacidades residuais e potenciais a partir das
quais serão estabelecidos meios, metas e parâmetros de seguimento para o processo de
reabilitação dos pacientes (Chamlian; Melo 2008). A avaliação global consiste de
investigar possíveis desvios corporais, sobrecarga articulares, e os sinais vitais pois
pacientes amputados gastam mais energia comparado a um paciente normal, a
necessidade também de examinar os membros superiores por causa da amputação de
membros inferiores (Chamlian 1999).
47. 46
6.1. Critérios da avaliação fisioterapêutica
A presença da amputação é óbvia e não oferece dificuldade de diagnóstico, porém
o mais importante é avaliar o estado geral desse indivíduo e sua motivação para a
reabilitação (Carvalho 2003).
É importante ser observado que um novo órgão terminal foi criado, denominado
de membro residual, chamado coto (Smeltzer; Bare 2002). A avaliação fisioterapêutica
em pacientes amputados deve ser bem detalhada, observando toda e qualquer alteração
tanto no coto residual quanto no paciente como um todo (Thomson et al. 2005).
Por isso a avaliação deve ser direcionada as condições do novo órgão terminal,
mas também as condições gerais do indivíduo para uma melhor interação do coto com o
indivíduo (May 2003).
6.1.1. Coleta de Dados
Dados pessoais devem ser colhidos. Durante a anamnese, deve- se enfatizar a
descrição das patologias pregressas e atuais, as quais serão utilizadas para o
planejamento do programa de reabilitação. Na história das patologias pregressas,
podemos encontrar distúrbios que irão modificar a reabilitação ou impedir uma
protetização (Carvalho 2003).
Uma anamnese bem feita se impõe para que o fisioterapeuta possa conhecer
detalhes do que precedeu à amputação, o que foi feito, que tempo foi gasto entre o
diagnóstico e a operação, se houve ou não complicações no pré, trans ou pósoperatório. Procurar saber com segurança, qual o diagnóstico que levou à amputação
(Boccolini 2000).
Deve- se saber quando ocorreu a amputação, se tinha alguma alteração de
coloração e temperatura da pele; se havia sinais ou sintomas de doenças obstrutivas;
sinais de parestesias, se teve alguma outra complicação; em amputações traumática se
foi imediata ou eletiva e qual o tipo de acidente (Bruschini 1998).
A realização de um questionário completo nos fornecerá um perfil de
aproximação exata à realidade que deveremos tratar, permitindo-nos chegar a algumas
conclusões e a um enfoque objetivo do tratamento, com conseqüente benefício para o
paciente (Gabriel et al. 2001).
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Deve-se lembrar, no entanto, que a avaliação é um exercício contínuo e que nunca
termina. O fisioterapeuta e o paciente devem gradualmente construir uma relação de
forma que a comunicação seja livre e a informação subjetiva detalhada possa ser
colhida. Muitos pacientes estão confusos, com dor e anseios neste momento, e a
informação subjetiva pode estar incorreta neste estágio (Sampol 2000).
6.1.2. Exame físico
A inspeção deverá ficar sistematicamente voltada para quatro pontos: ossos,
partes moles, cor e textura da pele e cicatrizes. Deve- se observar os ossos, seu
alinhamento, suas deformidades ou posturas viciosas. As partes moles serão
comparadas com o lado oposto para detectar atrofias ou aumentos de volume (Sizínio
2002). Verificação, por palpação, da pulsação das principais artérias do restante do
membro para poder avaliar o estado da circulação (Boccolini 2000).
Após a coleta de todos os dados, devemos iniciar o exame físico geral,
investigando além do aparelho músculo-esquelético, algumas alterações funcionais.
Contudo, uma avaliação do aparelho respiratório e cardiovascular deverá ser realizada,
principalmente nos pacientes idosos e nos amputados vasculares (Carvalho 2003).
Ao exame do aparelho respiratório, não dever ser esquecido que a presença de
enfisema pulmonar pode comprometer seriamente a capacidade respiratória, bem como
a possibilidade física de esforço (Boccolini 2000).
A força muscular, extensão dos movimentos dos ligamentos e mobilidade
funcional devem ser registrados para que sejam possíveis futuras comparações. Durante
a medição do grau articular, um goniômetro deve ser usado (Sampol 2000).
A avaliação global consiste de investigar possíveis desvios corporais, sobrecarga
articulares, e os sinais vitais, pois, pacientes amputados gastam mais energia comparado
a um paciente normal, a necessidade também de examinar os membros superiores por
causa da amputação de membros inferiores (Chamlian 1999). No exame dos membros
superiores, a presença de lesões e de deformidades, tanto quanto a força muscular e
amplitude de movimento das principais articulações, devem ser checadas, já que muitos
pacientes dependem das boas condições dos membros superiores para certas
transferências e meios auxiliares de locomoção (Carvalho 2003).
Avaliar o membro inferior não amputado, além de testes, inspeção e a palpação
(Gabriel et al. 2001).
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Segundo Carvalho (2003), devem ser observados:
• Condições da pele: fina ou espessa, normal ou desidratada, temperatura normal
ou alterada, alteração em unhas e pêlos;
• Coloração do membro: normal, pálida ou cianótica;
• Pulsos arteriais: condições das artérias femoral, poplítea e pediosa,
principalmente nos pacientes amputados por DVP;
• Equilíbrio e mobilidade: realização de equilíbrio sobre o membro não
amputado, transferências de leito, cadeira e em pé e saltitamento;
• Força muscular e amplitude de movimento: testes com resistência nos principais
grupos musculares analisando o tônus, o trofismo e o grau de movimento das principais
articulações;
• Presença de deformidades: deformidades por contratura muscular, fraturas,
alterações reumáticas e vasculares ou quadros neurológicos;
• Paresia, plegia, anestesia ou hipotesia no membro avaliado.
• A musculatura paravertebral e o abdome também devem ser avaliados. Nos
idosos com manifestação ou não de arteriosclerose, procurar palpar a aorta abdominal
para detectar possíveis aneurismas (Boccolini 2000).
6.1.3. As condições do coto
O fisioterapeuta deve se preocupar com as condições do coto para que não ocorra
fatores que possam interferir na protetização do encaixe do coto com a prótese (Sampol
2000).
Um bom coto de amputação deve ser firme, sem aderências cicatriciais,
contraturas articulares e neuromas, porém, isto dependerá de alguns fatores, tais como:
miodese, mioplastia, hemostasia, neurectomia, tecidos ósseos, posicionamento e suturas
(Carvalho 2003).
O ideal é um coto levemente cônico com cicatriz terminal, o que será obtido
através de dois retalhos iguais - um anterior e um posterior (Boccolini 2000). Quando o
coto não é enfaixado ou posicionado corretamente, esse pode desenvolver alterações
anatômicas e/ou estéticas que inviabilizam sua protetização (Brito et al. 2005).
O coto deve apresentar boa mobilidade e circulação sanguínea, ser recoberto por
um bom coxim músculo adiposo e pele sadia e não apresentar dor, assim possibilitará
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uma adaptabilidade satisfatória às próteses (Luccia 2003). Deve adaptar-se a uma
prótese funcional, e a irrigação no nível proposto para amputação deve ser suficiente
para permitir a cicatrização cutânea primária (Brandão et al. 2005).
6.1.3.1 Cicatrização do coto
Muitos são os fatores que determinam a cicatrização adequada de um coto de
amputação, mas sem dúvida o planejamento cuidadoso e conhecimento técnicoanatômico, visando uma reabilitação adequada, podem representar a última chance deste
indivíduo de uma reintegração adequada ao seu meio (Luccia; Silva 2003).
A seleção correta do nível de amputação é de fundamental importância para
garantir uma cicatrização mais rápida da ferida operatória (Brandão et al. 2005). As
incisões e cicatrizações não devem ser irregulares, hipertróficas ou aderidas a planos
profundos (Carvalho 2003).
A cicatriz cirúrgica deve ser examinada, observando se está aderida ou sem
aderência e de que forma se apresenta, se é terminal, anterior, posterior, caso esteja
aberta deve ser relatado (Sampol 2000).
6.1.3.2. Edema
O edema está presente em todos os pacientes amputados nunca protetizados. Em
determinados níveis, observamos maior ou menor aumento de volume. Os pacientes
amputados transtibiais, transfemorais e desarticulados de joelho exibem cotos bastante
volumosos em relação aos outros níveis de amputação (Carvalho 2003). Evita-se o
edema com o enfaixamento do coto (Boccolini 1990).
A perimetria do coto é o método de controle na diminuição ou aumento do edema
no coto de amputação, deve ser realizado na avaliação e semanalmente até obter-se uma
constância nos parâmetros mensuráveis, para indicação a da moldagem do encaixe da
prótese (Smeltzer; Bare 2002).
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6.1.3.3. Infecção
A infecção deve ser acompanhada com muita atenção, pois a sua evolução poderá
acarretar em nova cirurgia de amputação ou ainda prolongará muito mais o tempo de
adaptação à prótese (Sampol 2000).
6.1.3.4. Enxertos cutâneos
Em relação aos enxertos cutâneos, observaremos se está presente ou não, pois, são
muito utilizados na tentativa de manter o comprimento do coto e juntas importantes, nos
casos de pacientes amputados por processos traumáticos. Podem ser consideradas a
própria cicatriz do paciente. Observar o local, a maturação do enxerto e sensibilidade
(Edelstein 2003).
6.1.3.5. Neuroma
A presença do neuroma deve ser observado. Um neuroma sempre se forma na
extremidade de um nervo seccionado e pode ser evitado quando os nervos são
seccionados em um nível proximal, permitindo que se retraiam (Brito et al. 2005). A
importância da formação de um neuroma está em seu tamanho e em sua localização,
quanto mais distal o neuroma, maior a sensibilidade notada pelos pacientes, os quais
relatam uma sensação de choque dentro do coto no sentido que vai de distal para
proximal (Carvalho 2003).
6.1.3.6. Dor fantasma
Em cerca de 10% dos amputados, a dor é intensa podendo agravar-se no passar
dos anos. A dor pode ser ocasional ou contínua, e é descrita como ardente ou
esmagadora. Às vezes surge imediatamente após o processo cirúrgico, ou meses e
mesmo anos mais tarde (Souza et al. 2004). É freqüente, pacientes se queixarem de
câimbras extremamente incômodas na panturrilha que não mais existe ou que seu pé se
encontra em espasticamente contorcido ou que seu calcanhar coce de maneira descabida
(Boccolini 2000).
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6.1.3.7. Coxim terminal
Ao avaliar o coto, também devemos observar como está o coxim terminal, sendo
este, o revestimento musculocutâneo da região distal de um membro amputado. É no
coxim, que geralmente se encontra os procedimentos como mioplastia e miodese. Esse
coxim deve ser firme, ainda podem ser encontrados coxins sem técnicas cirúrgicas
apropriadas apresentando áreas de extrema flacidez, como por exemplo, as orelhas de
cachorro nos rolos adutores em desarticulações de joelho e amputações transfemorais
(Carvalho 2003; Edelstein 2003).
6.1.3.8. Espículas ósseas
As complicações relacionadas com a espícula óssea, a partir da manipulação do
periósteo da extremidade do coto, devem ser levantadas, e sua gravidade questionada,
visando a impedir que interfiram no processo de reabilitação (Brito et al. 2005).
Dependendo da região, podem comprometer a protetização (Carvalho 2003).
6.1.4. Avaliação da capacidade física
A musculatura tem grande importância para um prognóstico funcional.
Fisioterapeuta testa e avalia a força muscular dos diversos segmentos do membro
inferior sadio e do coto de amputação, realizando uma resistência ao movimento ativo
do paciente, com as próprias mãos (Boccolini 2000).
Segundo Kottke Lehmann (1998), as atividades da vida diária devem ser
avaliadas, como: transferências (cama para cadeira de rodas, para o banheiro;
independente, dependente); estado da deambulação (com muletas, com andador; tipo de
marcha; independente, dependente); lar (barreiras arquitetônicas, corrimão de
segurança; escadas; outros riscos, como pequenos tapetes, corrimãos inseguros);
cuidados pessoais (independente, dependente; envolve os cuidados com o membro
residual).
O equilíbrio em pé é importante, devemos observar se o paciente amputado
consegue manter- se em pé com apoio ou sem. Primeiro com as mãos apoiadas na barra
paralela e depois, sem apoiá-las (Boccolini 2000). Sabe-se que o indivíduo amputado de
membro inferior pode apresentar dificuldades na manutenção do equilíbrio estático, o
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que pode gerar quedas, as quais em casos mais graves, podem levar a fratura (Baraúna
et al. 2006).