Reforma Sanitária e Modelos
Assistenciais
Paim, J. A reforma sanitária e os modelos assistenciais. In Rouquayrol,
M e Almeida-Filho, N. Epidemiologia e Saúde. 5 ed. Rio de Janeiro:
MEDSI, 1999.
Andrade, L et.al. Atenção primária à saúde e estratégia saúde da família.
In: Campos, et. al. (orgs). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo:
Hucitec, 2006
AS INTERVENÇÕES DE AMPLO ALCANCE
(BASEADA NA REFORMA SANITÁRIA) E
INTERVENÇÕES DE ALCANCE LIMITADO
(SETORIAIS OU EXTRASETORIAIS);
MODELOS ASSISTENCIAIS VIGENTES E
ALTERNATIVOS) REQUERIDOS PARA O
ENFRENTAMENTO DA SITUAÇÃO DE
SAÚDE.
REFORMA SANITÁRIA
(RS)
COMO CONJUNTO ARTICULADO DE
INTERVENÇÕES DE AMPLO ALCANCE;
MUDANÇA SOCIAL + PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO DA SITUAÇÃO
SANITÁRIA
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES (VIII CONF.
NAC. DE SAÚDE EM 1986)
CINCO COMPONENTES PARA
REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE
SERVIÇOS DE SAÚDE:
MODELO DE ATENÇÃO;
ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS;
GESTÃO;
FINANCIAMENTO E
INFRAESTRUTURA.
AS INTERVENÇÕES DE
ALCANCE MAIS
LIMITADO
MODELOS ASSISTENCIAIS
VIGENTES: NO BRASIL, CONVIVEM
DE FORMA CONTRADITÓRIA OU
COMPLEMENTAR:
MA PRIVATISTA
E O MA SANITARISTA.
MA PRIVATISTA
VOLTADO PRINCIPALMENTE PARA
DEMANDA ESPONTÂNEA = PROCURA
DOS SERVIÇOS POR “LIVRE INICIATIVA”,
PODE SER ENCONTRADO TANTO NO
SETOR PRIVADO (MEDICINA LIBERAL,
ASSISTÊNCIA MÉDICA SUPLETIVA =
PLANO DE SAÚDE (COOPERATIVA,
MEDICINA DE GRUPO, SEGURO SAÚDE)
QUANTO NO PÚBLICO.
PREDOMINANTEMENTE CURATIVO.
MA SANITARISTA
SAÚDE PÚBLICA TRADICIONAL; UTILIZA
CAMPANHAS E PROGRAMAS
ESPECIAIS (“APAGA INCÊNDIO/ “MAL
NECESSÁRIO”)
CRIAM PROBLEMAS NA ORGANIZAÇÃO E
ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
PELA VERTICALIZAÇÃO DAS AÇÕES
PROPOSTAS
E INCOMPATIBILIDADE COM AS ATIVIDADES
MODELOS
ASSISTENCIAIS
ALTERNATIVOS:
VISAM A INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO E
DIMINUIÇÃO DO IMPACTO DOS
PROBLEMAS DE SAÚDE;
PROPÕEM-SE CONCRETIZAR OS
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA RS:
UNIVERSALIDADE, ACESSIBILIDADE,
REGIONALIZAÇÃO, HIERARQUIZAÇÃO,
DESCENTRALIZAÇÃO, INTEGRALIDADE,
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E CONTROLE
SOCIAL.
A DISTRITALIZAÇÃO E
MUNICIPALIZAÇÃO
COMO VIAS DE REORGANIZAÇÃO
DOS SERVIÇOS DE SAÚDE;
DISTRITALIZAÇÃO “PROCESSO
POLÍTICO-ORGANIZACIONAL DE
REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE
SAÚDE, EM NÍVEL LOCAL, CAPAZ
DE FACILITAR A IMPLANTAÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO DE MODELOS
ASSISTENCIAIS ALTERNATIVOS”
(PÁG. 482)
DISTRITOS SANITÁRIOS
“UNIDADE OPERACIONAL E ADMINISTRATIVA
MÍNIMA DO SISTEMA DE SAÚDE, DEFINIDA COM
CRITÉRIOS GEOGRÁFICOS, POPULACIONAIS,
EPIDEMIÓLOGICOS, ADMINISTRATIVOS E
POLÍTICOS, ONDE SE LOCALIZAM RECURSOS
DE SAÚDE, PÚBLICOS E PRIVADOS,
ORGANIZADOS ATRAVÉS DE UM CONJUNTO DE
MECANISMOS POLÍTICOS INSTITUCIONAIS COM
A PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE ORGANIZADA
PARA DESENVOLVER AÇÕES INTEGRAIS DE
SAÚDE CAPAZES DE RESOLVER A MAIOR
QUANTIDADE POSSÍVEL DE PROBLEMAS DE
SAÚDE” (PÁG. 482)
DISTRITOS SANITÁRIOS
VISA ORGANIZAR SERVIÇOS E
ESTABELECIMENTOS NUMA VERDADEIRA
REDE, COM MECANISMOS DE
COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO,
DESTACANDO-SE OS PROCEDIMENTOS
DE REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA
E A INSTAURAÇÃO DE MODELOS
ASSISTENCIAIS ALTERNATIVOS OU DE
BASE EPIDEMIOLÓGICA” (PÁG.482)
PRINCÍPIO DA REDE
REGIONALIZADA E
HIERARQUIZADA
“SUPÕE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
DOS EQUIPAMENTOS EM FUNÇÃO
DAS CARACTERÍSTICAS
EPIDEMIOLÓGICAS DE CADA
LOCALIDADE, DESCENTRALIZANDO
OS SERVIÇOS MAIS SIMPLES E
CONCENTRANDO OS MAIS
COMPLEXOS” (PÁG. 482)
Níveis de atenção à saúde
NÍVEL DE ATENÇÃO PRIMÁRIO –
“PORTA DE ENTRADA ÚNICA”:
REPRESENTA OS SERVIÇOS DE
PRIMEIRA LINHA, DE CARÁTER
AMBULATORIAL (CLÍNICA MÉDICA,
PEDIATRIA, GINECOLOGIA, ETC);
Níveis de atenção à saúde
NÍVEL DE ATENÇÃO
SECUNDÁRIA – COMPOSTO DE
CONSULTÓRIOS ESPECIALIZADOS
E DE PEQUENOS HOSPITAIS
(TECNOLOGIA INTERMEDIÁRIA);
Níveis de atenção à saúde
NÍVEL DE ATENÇÃO TERCIÁRIO
– CONSTITUÍDO POR GRANDES
HOSPITAIS GERAIS E
ESPECIALIZADOS QUE
CONCENTRAM A TECNOLOGIA
COMPATÍVEL COM AS
SUBESPECIALIDADES MÉDICAS,
SERVINDO DE REFERÊNCIA PARA
OS DEMAIS SERVIÇOS.
Atenção primária à saúde
“estratégia flexível, caracterizada através de um primeiro
contato entre o pacientes e equipe de saúde, que garante
uma atenção integral e sistemática em um processo
continuo; sustentada por recursos humanos
cientificamente qualificados e capacitados; a um custo
adequado e sustentável, que transcende o campo sanitário
e inclui outros setores; organizada em coordenação com a
comunidade e concatenada com os demais níveis da rede
sanitária, para proteger, restaurar e reabilitar a saúde dos
indivíduos, das famílias, e da comunidade, em um
processo conjunto de produção social de saúde – mediante
um pacto social – que inclui os aspectos biopsicossociais e
do meio ambiente; e que não discrimina a nenhum grupo
humano por sua condição econômica, sociocultural, de
raça ou sexo” (Lago & Cruz, 2001) pág. 787
Modelo em defesa da vida
Gestão democrática
Saúde como direito de cidadania
Serviço público de saúde voltado para
a defesa da vida individual e coletiva
Ações programáticas
Atividades eventuais / demanda espontânea
Programas definidos por ciclo de vida
Definição das finalidades e objetivos gerais assentados em
características coletivas;
Hierarquização interna das atividades;
Articulação das atividades por equipes multiprofissionais;
Padronização de fluxogramas de atividades e de condutas
terapêuticas principais;
Sistema de informação que permita avaliação na própria
unidade;
Gerência das unidades por médicos sanitaristas;
Regionalização e hierarquização das unidades
Sistemas Locais de Saúde
-Silos
“planejamento local das ações baseia-se na
análise da situação de saúde e na definição
da situação desejada
Desenha-se estratégias e um modelo de
operação para estruturar a oferta de serviços
e atender a demanda epidemiologicamnte
identificada, e ao mesmo tempo, captar os
usuários provenientes da demanda
espontânea”. pág. 801
Programa Saúde da Família
Requisitos para a inserção do
município no programa
Estar habilitado em alguma forma de
gestão (NOB/SUS 01/96);
Apresentar ata de reunião do Conselho
Municipal de Saúde aprovando a
implantação do programa.
Diretrizes operacionais do programa
saúde da família
Aspectos que caracterizam a reorganização
das práticas de trabalho nas unidades de
saúde da família:
caráter substitutivo das práticas tradicionais
das unidades básicas de saúde,
complementaridade e hierarquização;
adscrição de população/territorialização.
programação e planejamento
descentralizados.
integralidade da assistência.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA 1886/GM. 18/12/1997
Aspectos que caracterizam a reorganização
das práticas de trabalho nas unidades de saúde
da família
abordagem multiprofissional.
estímulo à ação intersetorial.
estímulo à participação e controle
social.
educação permanente dos
profissionais das ESF.
adoção de instrumentos permanentes
de acompanhamento e avaliação.
Caracterização das equipes de saúde da
família (ESF)
cada ESF pode ser responsável por no
máximo 1000 famílias ou 4.500
pessoas;
equipe mínima: médico, enfermeiro,
auxiliar de enfermagem e agentes
comunitários de saúde - ACS (na
proporção de 1 ACS para, no máximo,
150 famílias ou 750 pessoas).
DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PROGRAMA
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS)
O ACS deve trabalhar com adscrição de
famílias em base geográfica;
O ACS é responsável pelo
acompanhamento de, no máximo, 150
famílias ou 750 pessoas;
O recrutamento é feito a através de
processo seletivo; morador da área onde
exercerá suas atividades há pelo menos 2
anos, alfabetizado, maioridade; dispor de
tempo integral;
DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PROGRAMA
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS)
O ACS deve ser capacitado, de forma
continuada, gradual e permanente para
prestar assistência a todos os membros das
famílias acompanhadas;
O ACS deve desenvolver atividades de
prevenção das doenças e promoção de
saúde, através de visitas domiciliares e de
ações educativas individuais ou coletivas
nos domicílios ou comunidade, sob
supervisão e acompanhamento do
enfermeiro instrutor-supervisor.
ATRIBUIÇÕES BÁSICAS DO ACS, NAS SUAS
ÁREAS TERRITORIAIS DE ABRANGÊNCIA:
Realizar cadastramento das famílias;
Participar na realização do
diagnóstico demográfico e definição
do perfil sócio econômico da
comunidade, na descrição do perfil do
meio ambiente, do levantamento das
condições sanitárias, etc;
Acompanhar as micro-áreas de risco
ATRIBUIÇÕES BÁSICAS DO ACS, NAS SUAS
ÁREAS TERRITORIAIS DE ABRANGÊNCIA:
Programar as visitas domiciliares,
elevando a sua freqüência nos
domicílios que requeiram atenção
especial;
Atualizar as fichas de cadastramento
dos componentes das famílias;
execução da vigilância de crianças <
de 1 ano em situação de risco;
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA 1886/GM. 18/12/1997
Programa de Aceleração do
Crescimento/ Saúde (PAC-
Saúde)
O aumento do número de equipes do Programa
Saúde da Família é uma das ações previstas:
A meta é, até 2011, chegar a 40 mil equipes de
médicos, enfermeiros e auxiliares que atendam a
130 milhões de pessoas.
PSF, atualmente, conta com 27 mil equipes
que prestam assistência a 87 milhões de
brasileiros. O plano prevê investimentos de R$
88,6 bilhões no setor até 2011.
PAC da Saúde
O governo federal quer vincular os recursos da área a
metas definidas com estados e municípios, além de
oferecer prêmios àqueles que atingirem os objetivos
estabelecidos.
A ampliação do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu), com mais 4,2 mil ambulâncias.
Fortalecer a produção nacional de medicamentos e
insumos.
Modernização física de 75% dos laboratórios da Rede
Nacional de Produção de Medicamentos e o aumento
em 50% da oferta de medicamentos produzidos pelos
19 laboratórios oficiais.
Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASF)
A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
servirá como uma importante ferramenta no sentido de
ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção
Básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a
inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de
serviços, além dos processos de territorialização e
regionalização a partir da Atenção Básica.
Os NASF serão constituídos por equipes compostas por
profissionais de diferentes áreas de conhecimento, e
atuarão em parceria com os profissionais das Equipes
de Saúde da Família, compartilhando as práticas em
saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF,
atuando diretamente no apoio às equipes e na unidade
na qual o NASF será cadastrado.
A composição de cada um dos núcleos será
definida pelos gestores municipais, seguindo
os critérios de prioridade identificados a partir
das necessidades locais e da disponibilidade
de profissionais de cada uma das diferentes
ocupações. Tendo em vista a magnitude
epidemiológica dos transtornos mentais,
recomenda-se que cada núcleo conte com
pelo menos um profissional da área de saúde
mental.
Os NASF serão compostos por no mínimo
cinco profissionais de nível superior de
diferentes ocupações:
Médico Acupunturista ; Assistente
Social; Professor de Educação Física;
Farmacêutico; Fisioterapeuta;
Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista;
Médico Homeopata; Nutricionista;
Médico Pediatra; Psicólogo; Médico
Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional.