Monografia apresentada à Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo.
Orientadora: Mestre Fabiana Nogueira Neves
1. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE JUIZ DE FORA - MG
CAROLINA ALMEIDA BEDIN
SIMONE CÂNDIDA DA SILVA
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA: PLANO
DE COMUNICAÇÃO INTERNA PARA A EMPRESA FUTURA COMUNICAÇÃO
JUIZ DE FORA
2012
2. CAROLINA ALMEIDA BEDIN
SIMONE CÂNDIDA DA SILVA
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA: PLANO
DE COMUNICAÇÃO INTERNA PARA A EMPRESA FUTURA COMUNICAÇÃO
Monografia apresentada à Faculdade
Estácio de Sá de Juiz de Fora como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Comunicação Social, com
habilitação em Jornalismo.
Orientadora: Mestre Fabiana Nogueira
Neves
JUIZ DE FORA
2012
3. CAROLINA ALMEIDA BEDIN
SIMONE CÂNDIDA DA SILVA
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA: PLANO
DE COMUNICAÇÃO INTERNA PARA A EMPRESA FUTURA COMUNICAÇÃO
Monografia apresentada à Faculdade Estácio de
Sá de Juiz de Fora como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Comunicação
Social, com habilitação em Jornalismo.
Orientadora: Mestre Fabiana Nogueira Neves
Aprovada em _____/_____/ de 2012.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Profª. Ms. Orientadora: Fabiana Nogueira Neves
______________________________________________________________
Profº. Ms. Bruno Vieira Moreira
Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora
______________________________________________________________
Profº Ms. Antônio Carlos da Hora
Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora
4. Aos nossos pais por todo carinho, dedicação
e exemplo de vida por permitirem à nós a
realização dos nossos sonhos como extensão
dos seus próprios. Sem a existência e
determinação dessas quatro pessoas, nada
seria possível.
5. AGRADECIMENTOS
Concretizar uma graduação é o primeiro passo para a concretização do futuro que
almejamos. Se não tivéssemos ido até o final dessa primeira etapa, todo o resto do
nosso planejamento e da nossa realização pessoal estaria comprometido. Sendo
assim, nossa certeza de que seriamos jornalistas significaria em nossas vidas
apenas o rascunho de um sonho incompleto. Porém, desde o início dessa árdua
estrada tivemos a sorte e a felicidade de encontrar pessoas incríveis. Tais pessoas
não foram escadas, mas sim alicerces em nossas vidas. Pessoas que nos
acompanharam de perto, estiveram ao nosso lado a cada lágrima, a cada tropeço, a
cada fraquejo, a cada pensamento negativo ou aspiração de desistência e estavam
ali, quando por ventura, nos desequilibramos no meio do caminho. O papel delas era
nos colocar novamente no rumo certo. A essas pessoas, todo o meu carinho,
respeito e gratidão.
Primeiramente, agradecemos a Deus pela força em momentos de fraqueza.
Agradecemos aos nossos pais por terem nos dado o privilégio de estarmos nessa
vida e por acreditarem que todos os obstáculos poderiam e valeriam a pena de
serem ultrapassados por acreditarem que seriamos capazes. Á Suely, José Sérgio,
Solange e José (Zinho) todo o nosso amor.
Agradecemos aos nossos irmãos pelo apoio e consideração de sempre. Vocês são
figuras importantes na concretização desse objetivo de vida.
Agradecemos aos nossos amigos que direta e indiretamente contribuíram para o
nosso trabalho e por estarem sempre ao nosso lado nos momentos de dificuldade.
Evidentemente não poderia ser diferente, a nossa felicidade de hoje também é um
pouco deles.
Agradecemos à nossa orientadora, Fabiana, por toda atenção e dedicação que nos
ofereceu desde o início dessa ideia. Para ela, nossa sincera gratidão.
Agradecemos à Silvânia sempre tão solícita e carinhosa com as nossas
necessidades.
6. Agradecemos aos nossos mestres que foram responsáveis por ter nos cativado, nos
inspirado e alimentado a paixão pelo Jornalismo.
Agradecemos aos proprietários da empresa Futura Comunicação pela oportunidade
de realizar esse importante projeto.
E por último e não menos importante, a certeza de escolhemos a pessoa certa para
a concretização desse trabalho é uma grande felicidade. Agradecemos, por fim, a
possibilidade de ter encontrado alguém com características semelhantes de
determinação e coragem e, que apesar de todos os desafios, a confiança de que no
final daria certo foi maior que qualquer inquietação. Agradecemos o presente de ter
reencontrado essa amizade que possibilitou o sucesso da nossa parceria de vida, da
nossa parceria acadêmica e em breve, a certeza de que comemoraremos com o
mesmo entusiasmo, a nossa parceria profissional.
7. A comunicação informa, motiva, ensina, emociona, vende,
distrai, entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói
reputações, forma opiniões, deforma pensamentos, distorce
fatos, orienta, desorienta, faz rir,faz chorar, inspira, narcotiza,
reduza solidão e – num paradoxo que confirma a grande
magnitude do seu potencial – produz até mesmo a
incomunicação. (MATOS,2009,p.XXIX)
8. RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso foi proposto para organizar um plano de
comunicação para a empresa Futura Comunicação. Diferentemente de empresas de
publicidade e propaganda, a empresa atua com um caráter jornalístico e se destaca
na prestação de serviços de produção de conteúdo, assessoria de comunicação e
assessoria de imprensa. Durante o progresso do projeto são apresentados conceitos
de comunicação empresarial dando ênfase à comunicação interna e imagem
empresarial, objetos de estudo. O objetivo deste trabalho é apontar gargalos
comunicacionais, identificados mediante estudo e pesquisa, e propor possíveis
soluções, afirmando a importância da comunicação interna na prática organizacional
como ferramenta estratégica. Não somente focando na obtenção de lucros, mas
fazendo com que a empresa compreenda qual o seu papel social.
Palavras chaves: Futura Comunicação, Comunicação Empresarial, Comunicação
Interna, Plano de Comunicação.
9. SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
2 – A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL................................................................... 14
2.1 – O SURGIMENTO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO MUNDO E NO
BRASIL .................................................................................................................. 19
3 – A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSUME CARÁTER ESTRATÉGICO
.................................................................................................................................. 22
3.1 – A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL.................................................................................................. 23
3.2 – A COMUNICAÇÃO INTERNA ........................................................................ 25
3.3 – MODALIDADES DE COMUNICAÇÃO INTERNA ........................................... 28
4 – FUTURA COMUNICAÇÃO................................................................................. 32
4.1 – A COMUNICAÇÃO NA FUTURA COMUNICAÇÃO ........................................ 33
4.2 – APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ........................................................... 34
5 – PLANO DE COMUNICAÇÃO ........................................................................... 37
5.1 – APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 37
5.2 – OBJETIVOS .................................................................................................. 37
5.3 – PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 38
5.4 – ATIVIDADES ................................................................................................ 38
5.5 – RESPONSABILIDADES ................................................................................ 48
5.7 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ................................................................ 48
5.6 – RECURSOS NECESSÁRIOS E CUSTOS .................................................... 49
6 – CONCLUSÃO ................................................................................................. 50
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 53
8 – APÊNDICE ...................................................................................................... 55
8.1 – BRIEFING ..................................................................................................... 55
8.2 – QUESTIONÁRIOS APLICADOS .................................................................. 59
8.3 – GRÁFICOS ...................................................................................................... 62
10. SUMÁRIO DE IMAGENS
FIGURA 1: PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE MASLOW ............................... 31
FIGURA 2: MURAL ATUAL DA EMPRESA ........................................................... 33
FIGURA 3: JORNAL MURAL ................................................................................. 39
FIGURA 4: NEWSLETTER ................................................................................... 40
FIGURA 5: NEWSLETTER ................................................................................... 41
FIGURA 6: CARTÕES COMEMORATIVOS ......................................................... 42
FIGURA 7: ORIENTAÇÕES DE COMPORTAMENTO .......................................... 43
FIGURA 8: ORIENTAÇÕES DE COMPORTAMENTO .......................................... 44
FIGURA 9: ORIENTAÇÕES DE COMPORTAMENTO .......................................... 45
FIGURA 10: GRUPO FACEBOOK ....................................................................... 46
11. 11
1- INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas
contemporâneas nos dias atuais é, sem sombra de dúvida, encontrar a melhor
maneira de se comunicar com seu primeiro e principal cliente: o público interno. De
certa forma, problemas que surgem a partir do mau relacionamento e comunicação
ineficiente entre funcionários e patrões e, muitas vezes, entre funcionários e
funcionários é fator determinante para o insucesso da organização diante dos
demais públicos corporativos.
A falta de comunicação adequada com esse público implica em um
clima organizacional prejudicial para a empresa e para os colaboradores.
Consequentemente, tais dificuldades refletem-se nas tarefas a serem executadas e
também influirão de forma significativa, no produto final. Isso, evidentemente, atinge
um dos objetivos mais almejados pelo empresariado: o lucro.
Administradores de algumas organizações não tem conhecimento da
diferença que a integração da Comunicação Organizacional pode fazer pela
empresa. Tampouco estão cientes da maneira certa de lidar com os funcionários e
acreditam serem eles meros coadjuvantes no processo empresarial. Diversas vezes,
os tratam como servidores puramente desconectados do restante da sociedade;
esquecem-se que eles são potenciais multiplicadores de fatos negativos
relacionados à empresa e, em alguns casos, até mesmo possíveis clientes.
Questões problemas que, se bem tratadas e resolvidas em sua raiz, não serviriam
de combustível para a concorrência e não fomentariam, em casos extremos, a
falência da corporação.
Em vista do exposto, o objetivo desse trabalho é estudar a metodologia
surgida nos Estados Unidos da América, em 1906, que colocou em voga todo o
trabalho de comunicação exclusivo para empresas. Tal ferramenta é conhecida
como Comunicação Empresarial, também como Corporativa ou Organizacional.
Após apresentar os principais conceitos da teoria, apresenta-se um Plano de
Comunicação para a empresa Futura Comunicação. Concebido a partir de
informações colhidas por metodologia própria da área, o planejamento propõe
mudanças na estrutura comunicacional da organização.
Além disso, o presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
abordará essencialmente, de que forma a Comunicação Empresarial focada na
12. 12
Comunicação Interna pode auxiliar no desenvolvimento e crescimento da empresa,
além de estabelecer por intermédio de algumas ferramentas, a melhoria do trabalho
desenvolvido pelos profissionais dessa organização.
Para cumprir com esta proposta, a monografia está estruturada em três
capítulos, além da introdução, conclusão e apêndices. No primeiro capítulo foram
explorados os conceitos desenvolvidos por renomados teóricos da área como
Cláudio Amaral, Margarida Maria Krohling Kunsch, Wilson da Costa da Bueno, Jorge
Duarte, Rubens Figueiredo, Paulo Nassar, entre outros, que determinam o que é
Comunicação Empresarial e como sucedeu o seu surgimento no mundo. Após isso,
foi delimitado um breve histórico da evolução da Comunicação Empresarial no Brasil
que descreve os caminhos percorridos por essa metodologia em terras tupiniquins e
quais foram os precursores que fizeram dessa teoria uma ferramenta indispensável
para o modo de comunicar-se organizacionalmente.
Já o capítulo dois, disserta sobre a Comunicação Interna, que nada
mais é do que qualquer trabalho comunicacional específico que vise atingir os
colaboradores de determinada empresa. A Comunicação Interna engloba ações
direcionadas aos funcionários, além de desenvolver materiais exclusivos, como
Jornal Mural, Revista, Intranet, Jornal Eletrônico, Impresso, entre outros. Nesse
capítulo, a Comunicação Empresarial foi analisada sob o prisma estratégico da
metodologia que buscou entender qual a sua importância enquanto planejamento
dentro da corporação.
O capítulo quatro apresenta a Futura Comunicação, empresa escolhida
como foco de ação nesse trabalho, assim como a análise dos resultados obtidos
pelas sondagem de clima organizacional aplicada pelas autoras. A partir de tal
exposição, foi possível colocar em prática a teoria estudada anteriormente por
intermédio de um Plano de Comunicação, o principal objetivo desse trabalho.
O último e quinto capítulo menciona o Plano de Comunicação que visa
estabelecer estratégias a serem implementadas na empresa Futura Comunicação. A
finalidade do plano é diminuir ou extinguir os gargalos comunicacionais identificados
por meio dos estudos realizados.
O projeto conta com sumário especifico que busca esclarecer questões
problemas identificadas na Futura Comunicação. Além disso, sugere a adoção de
estratégias mencionadas pelos autores estudados. Ou seja, o que se propõe nesse
projeto não abrange inovação ou propostas inéditas no universo comunicacional,
13. 13
mas sim a adequação de recursos simples e de baixo custo que poderão oferecer
soluções a curto e médio prazo. O objetivo da implementação do plano é oferecer
aos funcionários melhor qualidade de trabalho e clima organizacional propício e
estimulante às práticas profissionais, questão que influencia de forma determinante
no resultado do trabalho e, por consequência na fidelização de funcionários e
clientes da empresa, refletindo no lucro obtido por ela.
O Plano de Comunicação atende às premissas de apresentação do
projeto em si; refere-se ao público-alvo a ser atingido pelas estratégias; descreve as
atividades propostas; delibera as tarefas a serem executadas e as responsabilidades
de cada membro da equipe; menciona os recursos necessários e os custos das
atividades e por fim, destaca o cronograma de atividades que deverão ser realizadas
na empresa Futura Comunicação.
14. 14
2. A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
A metodologia que estabelece padrões que visam o diálogo direto ou
indireto com o público de uma determinada organização denomina-se Comunicação
Empresarial, Organizacional ou Coorporativa, ou seja, essas terminologias são
utilizadas para designar a comunicação realizada pelas empresas. (KUNSCH, 2003,
p.149). Segundo Rivaldo Chinem (2003), este é o processo – conjunto de métodos,
técnicos, recursos, meios – pelo qual a empresa se dirige ao público interno (seus
funcionários) e ao público externo (seus consumidores).
A rede de informação de uma empresa não se limita a praticar
técnicas de comunicação. Mais do que isso, faculta à organização o
contato direto com seus públicos, de forma que saiba o que os
empregados e os consumidores pensam ou querem. (CHINEM,
2003, p. 46).
Entretanto, Paulo Nassar e Rubens Figueiredo ressaltam que a
comunicação empresarial não pode ser resumida em um conjunto de regras prontas
e imutáveis oriundas de um dicionário.
Ou seja, simplesmente como “um conjunto de métodos e técnicas de
comunicação dentro da empresa dirigida ao público interno
(funcionários) e ao público externo (clientes, fornecedores,
consumidores etc.)”. Até porque definições como essas precisam ser
sempre revistas em função das mudanças da sociedade e do
ambiente empresarial. (FIGUEIREDO e NASSAR, 2007, p.18)
Conforme Juarez Bahia (2006), esta teoria está intrínseca à cultura da
empresa, ou seja, quanto mais esclarecida for a organização sobre seu papel social,
mais apta estará a se informar.
A comunicação empresarial – informar empregados, acionistas ou
consumidores, governo, etc -, com eficiência e objetividade, tornou-se
uma função complexa e passou a ser objeto de disciplina escolar.
Tornou-se uma necessidade, mais exigida à medida que cresce a
responsabilidade social das empresas e dos empresários. (BAHIA,
2006, p.10)
Já no âmbito da Comunicação Empresarial encontra-se uma gama de
vertentes e desdobramentos que são classificados como Comunicação
15. 15
Administrativa, Comunicação Mercadológica, Comunicação Institucional e
Comunicação Interna. Conforme Tavares (2011), sobre Comunicação Administrativa
subentende-se toda e qualquer interação comunicacional processada dentro da
organização, “no âmbito das funções administrativas” que permite dar vazão ao
sistema da empresa por intermédios de “fluxos e redes”. Já a Comunicação
Mercadológica admite toda a “produção mercadológica dos objetos”, ou seja, é
responsável pela divulgação de forma publicitária dos produtos e serviços da
organização. A Comunicação Institucional se define como um “conjunto de
procedimentos destinados a interesse público sobre as filosofias, as políticos, as
práticas das organizações, de modo a tornar compreensível essas propostas”, além
disso, é da alçada institucional zelar pela construção da imagem e identidade de
uma empresa, bem como viabilizar “a gestão estratégica de relações públicas”.
(TAVARES, 2011, p. 11). Por último e não menos importante, a Comunicação
Interna, que se refere aos funcionários de uma organização, foco de estudo desse
trabalho irá ser tratada de forma mais abrangente em um capítulo próprio, no
decorrer do trabalho.
No entanto, Bueno acredita que a Comunicação Empresarial brasileira
não é sinônimo de coerência entre teoria e prática no que diz respeito a realidade.
Para Bueno, os profissionais não levam em consideração os conceitos dessa
ferramenta e não a utilizam como deveriam. “Manda quem pode, obedece quem tem
juízo”, esse é o lema repetido e praticado na maioria das organizações. (BUENO,
2007, p.18)
Mas, ainda assim, esta metodologia, seja qual for a forma como é
aplicada, está diretamente ligada à imagem institucional que público interno e
externo tem sobre a organização, podendo inclusive, em alguns casos ser
determinante para o sucesso do negócio. Para Figueiredo e Nassar, uma boa
comunicação empresarial é condição primária para uma boa imagem institucional da
empresa. (FIGUEIREDO,NASSAR, 2007, p.24)
(...) a comunicação empresarial é, hoje, tão fundamental que deveria
envolver diretamente os presidentes das empresas. Isso porque
comunicação empresarial é a somatória de todas as atividades de
comunicação da empresa. Elaborada de forma multidisciplinar – a
partir de métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, lobby,
propaganda, promoções, pesquisa e marketing – e direcionada à
sociedade, formadores de opinião, consumidores e colaboradores
16. 16
(trabalhadores, fornecedores, e parceiros). Elaboração esta que tem
sempre como referência básica o planejamento estratégico da
empresa. (FIGUEIREDO e NASSAR, 2007, p.19).
A comunicação em atmosfera empresarial se tornou tão presente que
integra e influencia a qualidade do artigo final ou serviço que a instituição oferece a
sociedade, uma vez que este produto transmita as questões que compõem a razão
de ser de uma empresa.
A comunicação é o espelho da cultura empresarial e reflete,
necessariamente, os valores das organizações. Se eles caminham
para valorizar o profissionalismo, a transparência, a responsabilidade
social e a participação, a comunicação se orienta no mesmo sentido.
(BUENO, 2009, p.6)
Porém, Bueno destaca que específicas organizações não dão
determinado valor a conceitos sérios como gestão de conhecimento,
responsabilidade social, cidadania, ética, transparência, gestão ambiental ou
estratégica. (2007). Assim ele afirma que tal comportamento “têm permitido leituras
equivocadas é, na verdade, pedagogicamente agido de maneira irresponsável”.
(BUENO, 2001, p.19). Em vista do exposto, Bueno (2009) afirma que a prática
efetiva nas organizações e o quotidiano vivido por funcionários, por vezes, é
separada por uma distância imposta pelo discurso feito por especialistas e gestores
diferente daquilo que é realizado nas empresas.
A Comunicação Empresarial moderna tem o seu foco no negócio.
Isso significa que apenas didaticamente (...) pode-se admitir como
singulares as vertentes institucional e mercadológica. Elas são como
faces de uma mesma moeda e não podem ser pensadas
isoladamente. (BUENO, 2009, p 12).
Também com base na afirmação de Bueno, Rivaldo Chinem acredita
que deve haver coerência entre o que a empresa presa e o que pratica. O discurso
proferido dentro da organização deve ser o mesmo difundido fora dela. Conforme
Chinem, não adianta ter a teoria elabora se esta não condiz com a realidade
vivenciada pelos trabalhadores, como por exemplo, se eles não tem condições
humanas de trabalho. “(...)Também é preciso ter a consciência geral de que a
informação deve circular, não ficar retida em feudos. Tem de se soltar, ganhar
terreno, se expandir, ganhar a vida. (CHINEM, 2003, p. 47).
17. 17
Figueiredo e Nassar (2007) asseguram que a comunicação da
empresa com a sociedade, com o consumidor, com os seus trabalhadores, com
autoridades e governos virou parte da fórmula de cada um dos seus produtos.
E o ambiente empresarial está mais do que nunca sujeito à chuvas e
trovoadas. Isso quer dizer concorrência mais acirrada do que nunca
em todas as frentes de negócios. O trabalho bem-sucedido de ontem
é questionado por dezenas de novas abordagens e experiências. O
consumidor já influi diretamente nos processos internos da empresa.
O que era interno, privado à empresa, é escancarado e se
transforma em valor adicionado ao produto final. (FIGUEIREDO,
NASSAR, 2007, p.18).
Já Wilson da Costa Bueno (2009) ressalta que a comunicação não
deve ser pensada apenas como uma forma pura e simples de obtenção de lucro.
Portanto, ela deve ser incorporada como uma ferramenta que busca agregar valor a
organização, que contribui para a qualidade de vida do trabalhador, melhora o
relacionamento da instituição com a comunidade e coopera para a realização
profissional e pessoal.
...entendemos como Comunicação Empresarial ou Comunicação
Organizacional como: Conjunto integrado de ações, estratégias,
planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma
organização para estabelecer a relação permanente e sistemática
com todos os seus públicos de interesse. (BUENO, 2009, p. 3).
Sendo assim, a Comunicação Organizacional quando utilizada em sua
plenitude é considerada um escudo frente às oscilações de mercado e um
diferencial imprescindível no que diz respeito estratégias empresariais.
A comunicação empresarial é uma verdadeira guerra com muitas
frentes de batalha: a frente de batalha voltada para mostrar que a
empresa tem uma relação de respeito com a natureza, visando
sobretudo a sua preservação (se você quiser, pode chamar de frente
de batalha ecológica); a frente de batalha para manter e conquistar
novos consumidores; a frente de batalha da comunicação interna,
dirigida para os imensos exércitos de trabalhadores engravatados e
de uniforme que constituem os recursos humanos das empresas
modernas; a frente de batalha das complicadas relações da empresa
com os governos e os políticos, ou seja, o lobby empresarial. E a
grande frente de batalha da propaganda e da promoção de produtos.
(FIGUEIREDO, NASSAR, 2007, p.20).
18. 18
Além disso, Bueno também concorda que essa metodologia está se
tornando necessária. Dessa maneira, vem assumindo considerável destaque nas
organizações, que por sua vez, estão se evidenciando no mercado, sendo assim “a
Comunicação Empresarial [está] servindo de ferramenta indispensável para a
diminuição de conflitos que já existem e também na prevenção de outros que
possam surgir”. (BUENO, 2009, p. 10. Grifo nosso).
Margarida Maria Krohling Kunsch (2003) reitera Bueno. Ela considera
que um sistema comunicacional é fundamental para questões que dizem respeito ao
meio administrativo e ao trânsito entre o mercado externo. “Esse é o primeiro
aspecto a ser considerado quando se fala em comunicação nas organizações. Além
disso, é preciso ver como ela funciona, identificando-se sua direção e sua rede de
transmissão”. (KUNSCH, 2003, p.69)
Um fator importante ressaltado por Bueno (2009) tange ao viés da ética
e da qualidade da informação no exercício da Comunicação Empresarial. Para o
teórico, essa estratégia não pode prescindir do profissionalismo, da ética e da
transparência, valores constitutivos de seu novo perfil contemporâneo.
A sua gestão, feita com competência, responsabilidade e
transparência, acarreta lucros significativos – como atestam
estatísticas recentes, que indicam uma maior valorização das ações
de empresas que empregam práticas adequadas de governança
corporativa e também dos fundos de investimento ligados à ação
social. Um número crescente de empresas busca prestar contas à
sociedade por meio de balanços sociais e, gradativamente, a própria
metodologia para elaboração desses instrumentos vem evoluindo no
sentido de agregar maior transparência e qualidade às informações.
(BUENO, 2009, p. 35).
Sendo assim, para Cardoso (2006), a Comunicação Organizacional
vem assumindo uma nova dimensão estratégica nas organizações que, como se vê,
modifica paulatinamente antigos limites.
A comunicação assume um papel muito mais abrangente, fazendo
referência a tudo que diz respeito à posição social e ao
funcionamento da organização, que envolve desde seu clima interno
até suas relações institucionais. (CARDOSO, 2006, p. 1140).
Mas, é impossível não considerar que a Comunicação Organizacional
praticada no país necessita de ajustes, conforme Bueno. Para o autor, a adoção de
19. 19
uma gestão moderna está longe da realidade Brasileira e, em muitos casos, a
organização não conta com verdadeiros líderes que saibam conviver com os
pluralismos oriundos da convivência profissional com pessoas diferentes. “Adotamos
uma democracia de fachada, utilizada para preservar os privilégios de grupos
políticos e econômicos que pouco se importam com o aprofundamento dos
desequilíbrios” (BUENO, 2007, p. 23). Sendo assim, após entender os principais
conceitos acerca da Comunicação Empresarial, o texto seguinte disserta sobre a
Comunicação Empresarial no mundo e, essencialmente, no Brasil.
2.1 – O SURGIMENTO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO MUNDO E NO
BRASIL
O teórico Claudio Amaral (1999), também estudioso da história da
Comunicação Empresarial, afirma que essa metodologia surgiu no ano de 1906 nos
Estados Unidos da América, mais precisamente na cidade de Nova York. A iniciativa
partiu de Ivy Lee que decidiu, de certa maneira abandonar o jornalismo para abrir
um escritório de Relações públicas, até então, o primeiro no mundo. O motivo do
jornalista ter abandonado sua anterior profissão era recuperar a credibilidade do
empresário John D. Rockfeller.
Rockfeller era, na época, o mais odiado de todos os empresários dos
Estados Unidos. Motivo: assim como os mais destacados donos de
empresas daquele país, ele vinha sendo acusado de combater
impiedosamente as pequenas e médias organizações. Era "feroz,
impiedoso e sanguinário". E não media esforços em busca do seu
principal objetivo: o monopólio ou melhor: o lucro fácil que o
monopólio acabava gerando. (AMARAL, 1999).
Segundo Amaral (1999), o trabalho desenvolvido por Ivy Lee
transformou positivamente a imagem que a opinião pública havia construído sobre
Rockfeller, se tornando assim um case de sucesso.
A atividade que ele [Ivy Lee] inventara havia sido adotada em
inúmeras empresas e órgãos públicos. Passara a ser estudada,
inclusive, em universidades do porte e do prestígio de Yale, Harvard
e Colúmbia. (AMARAL, 1999).
20. 20
Já a jornalista Sônia Pessoa (2003) acrescenta que a partir dessa
experiência de sucesso nos Estados Unidos com o case Rockfeller, as relações
públicas e comunicação empresarial se espalharam pelo mundo. Sônica Pessoa
descreve que a teoria chegou ao Canadá e a França acerca dos anos 40 e na
próxima década em países como Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Bélgica,
Suécia e Finlândia. Já em 1958, a metodologia surgiu na Alemanha.
Claudio Amaral (1999) ressalta que as Relações Públicas e
consequentemente a Comunicação Empresarial foram estimuladas pela instalação
de indústrias e das agências de publicidade vindas dos Estados Unidos que
chegaram ao Brasil a partir do governo do presidente Juscelino Kubitschek de
Oliveira, nos anos 50 do século passado.
JK havia assumido a Presidência da Republica em meados dos anos
50 com a disposição de fazer "50 anos em 5". Consequentemente,
ele criou condições para que viessem para o Brasil as primeiras
montadoras de veículos automotores. Fábricas de produtos de
higiene, também. Como a Colgate Palmolive, onde se iniciaram na
Comunicação Empresarial profissionais como Vera Giangrande e
Antônio De Salvo. (AMARAL, 1999)
A partir do conceito proposto por JK, montadoras de veículos e fábricas
de produtos para a higiene como a Colgate Palmolive instalaram-se no Brasil, “onde
se iniciaram na Comunicação Empresarial profissionais como Vera Giangrande e
Antônio De Salvo” (AMARAL, 1999).
O surgimento de um mercado diferenciado que se transformou em
terreno fértil para profissionais que almejavam a popularização de uma marca,
fortalecimento da imagem de uma organização e lucro fez com que surgisse também
no Brasil, uma nova prática que a Comunicação Empresarial contemplava: a
Assessoria de Imprensa.
A partir da segunda metade da década de 1960, a área de Relações
Públicas conquistou mais espaço no Brasil, surgindo uma história
disputa entre profissionais de jornalismo e RP. As funções dos dois,
que deveriam ser complementares, eram motivo de concorrência por
cargos de chefia nas empresas. A essa altura, muitos jornalistas
experimentavam trocar a correria das redações para aproveitar a
agilidade aprendida em prol das organizações. Os salários de
assessores também eram motivo para jornalistas trocarem de
21. 21
emprego, uma que as assessorias ofereciam mais atrativos
financeiros. (PESSOA, 2003, p.2).
Sônia Pessoa ressalta ainda que no ano de 1967, uma reunião de
profissionais do setor deu origem à ABERJE - Associação Brasileira de Editores de
Revistas e Jornais de Empresas. Já em 1987, a entidade mudou seu nome para
Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.
A migração de jornalistas para áreas diversificadas, fora do mercado
tradicional das redações, foi impulsionada pela ação competente em
assessorias de imprensa iniciada na década de 1980. Em 1993 o
Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal calculava que metade
dos 25 mil jornalistas brasileiros atuava na comunicação institucional
(..). Durante o processo de redemocratização nos anos 80, o uso da
informação e o estabelecimento de relacionamentos adequados com
diferentes públicos passou a ser fundamental para as organizações
brasileiras. (DUARTE, 2011).
A partir disso, segundo Bueno, em 1990 houve uma transformação no
conceito de Comunicação Empresarial existente até então. A metodologia começou
a ser considerada como ferramenta de estratégia organizacional vinculada ao
negócio que passou “a ser comandada por profissionais com uma visão abrangente,
seja da comunicação, seja do mercado em que a empresa ou entidade se insere”.
(BUENO, 2009, p.9. Grifo nosso).
Na atualidade, Bueno (2009) ainda explica que a Comunicação
Empresarial atua na superação de conflitos pré-existentes e na prevenção de
possíveis novas divergências. Atualmente, conforme o autor (BUENO, 2009, p.9),
acredita que a Comunicação Empresarial está situada “na linha de frente e em
posição de destaque no organograma das organizações”, uma vez que a
metodologia possibilita relevante conhecimento e estratégias para as empresas.
Sendo assim, a posterior irá ser abordado a implementação de tais estratégias como
medidas que compõe o planejamento da Comunicação Interna nas empresas.
22. 22
3 – A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSUME CARÁTER ESTRATÉGICO
Após a ascensão da comunicação para empresas no Brasil, passou-se
a enxergar essa ferramenta como mecanismo influente para o sucesso de uma
organização, tendo como objetivo, segundo Bahia:
recrear, educar e orientar os empregados; estimular a sociabilidade e
o espírito de compreensão entre empregados e empregadores;
aproximar uns e outros, inspirados pelo sentimento de integração;
divulgar as atividades sociais e os produtos da empresa. (BAHIA,
2006, p. 38).
Bahia destaca a importância do planejamento estratégico aliado a
comunicação empresarial, que por sua vez irá programar a trajetória que a empresa
irá traçar, quais os objetivos vai atingir e o que será preciso para que a organização
possa ser competitiva e crescer no segmento em que atua.
Em ambos os casos, os sistemas de informações exercem funções
que conduzem a conhecimento, competência, produtividade, eficácia,
qualidade, rentabilidade, responsabilidade social, etc., estabelecendo
padrões de conduta e graus de participação.(BAHIA, 2006, p. 55)
Já Bueno acredita que não é válido considerar a viabilidade de uma
prática de Comunicação Empresarial condicionada simplesmente ao fato de ser
considerada importante ferramenta para “alavancar os negócios ou para plasmar
positivamente a imagem de uma organização”. (BUENO, 2009, p. 38)
A produtividade é colocada acima de qualquer outro atributo
gerencial e, apesar do discurso vazio da comunicação estratégica,
buscam-se, na verdade, a todo custo, resultados imediatos que
garantem sobrevida aos chefes. Equipes cada vez mais enxutas
acumulam funções e se desdobram para cumprir metas irrealizáveis
(chamadas de desafios), com o prejuízo da qualidade de vida, com a
redução da autoestima e visitas frequentes ao médico e ao
psicanalista. (BUENO, 2009, p. 96)
Juarez Bahia acrescenta a importância de se conhecer de forma
completa os veículos de comunicação para que a interação entre público-alvo e
opinião pública seja realizada de forma eficaz e, dessa maneira, a estratégia
desenvolvida pela empresa possa funcionar. Bueno concordando com Bahia,
23. 23
acrescenta que é necessário conhecer profundamente os veículos de comunicação
para que assim possa se obter estratégias de informação que poderão ser utilizadas
a níveis organizacionais, uma vez que os veículos são a ponte entre “empresa e
opinião pública”. (BAHIA, 2006, p. 23)
3.1 – A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
A autora Kunsch (2003) introduz o conceito de planejamento como
sendo um ato de inteligência que visa pensar sobre determinada situação ou
realidade e que engloba estudos, questionamentos, diagnósticos, estabelecimentos
de objetivos, tomadas de decisões, estratégias, alocação de recursos, cursos de
ações, etc.
Planejar não significa simplesmente fazer previsões, projeções e
predições, solucionar problemas ou separar mecanicamente planos e
projetos, porque, conforme Djalma Oliveira, essas acepções não
conferem o real significado do que seja planejar. Previsão
corresponde mais a uma percepção provável do que possa ocorrer;
projeção tende a se basear em situações do passado para
diagnosticar o futuro; predição diz de um futuro diferente para
determinada situação. Mas não há elementos de controle para isso; a
solução de problemas tem um caráter imediatista e transitório; e
planos e projetos são instrumentos materiais do processo de
planejamento. (KUNSCH, 2003, p.203-4)
Wilson da Costa Bueno caracteriza de forma contundente a
centralização do planejamento comunicacional. O objetivo é economizar recursos e
esforços que, ao final do planejamento, possam contribuir para a realização do
projeto de maneira eficaz “ou seja: aumentar a vantagem competitiva da empresa ou
entidade ante seus concorrentes e consolidar sua imagem (ou reputação) ante a
opinião pública”. (p. 11)
O planejamento é, por definição, um processo que se respalda em
dados sistematizados, informações, conhecimentos, vivências e
saberes intrinsecamente vinculados aos objetivos, aos valores e à
missão de uma organização, não devendo ser entendido como uma
atividade episódica ou meramente operacional. (BUENO, 2009, p.
39)
24. 24
Kunsch citando José Maria Dias ressalta que o processo é uma
característica básica do planejamento, que por sua vez define o futuro e os passos
que devem ser tomados a partir desse cenário previamente pensado “ao passo que
a solução de problemas é imediatista e visa simplesmente corrigir descontinuidades
entre organização e seu ambiente”.
[O processo] que se inicia com a definição da própria razão de ser da
organização. Define estratégias, planos, detalhamentos com
indicações de programas e projetos orientados para sua
implementação. Adicionalmente, o processo de planejamento inclui
mecanismos de avaliação de desempenho e sistemas de
retroalimentação que garantem seu dinamismo. Planejamento é,
assim, uma função organizacional contínua, porque o ambiente
encontra-se em mutação permanente. (KUNSCH, 2003, p. 206, apud
DIAS, 1982, p. 19. Grifo nosso).
Para Bueno, “o planejamento moderno consiste em eliminar a “zona de
conforto”, seja ela um estágio transitório ou uma realidade permanente.” (2009, p.
39)
Planejamento constitui um processo complexo e abrangente. Possui
dimensões e características próprias, implica uma filosofia e políticas
definidas e é direcionado por princípios gerais e específicos. Não é
algo solto e isolado de contextos. Está sempre vinculado a situações
e a realidades de vida de pessoas, grupos e das mais diversas
organizações e instituições da esfera pública e privada (...) o
planejamento não se restringe ao que fazer, de que modo e com que
recursos (...) exige conhecimentos, criatividade, análises conjunturais
e ambientais, além de aplicativos instrumentais técnicos. (BUENO,
2009, p. 39, apud KUNSCH, 2003, p. 204-5)
Por fim, Bueno evidencia que o planejamento em comunicação
defendido por ele deve resultar em uma “política de comunicação que prevê ações e
estratégias também a longo prazo” (BUENO, 2009, p. 39). Ainda, para o autor, deve
haver “sinergia com a cultura da organização”, além de estar sintonia em relação ao
mercado, à estrutura disponíveis e aos perfis dos profissionais atuantes em seu
segmento. O trabalho reconhece as vertentes comunicacionais existentes, assim
como mencionado no texto anterior, porém mantém o seu foco à Comunicação
direcionada ao público interno, objeto do próximo capítulo.
25. 25
3.2 – A COMUNICAÇÃO INTERNA
Tanto a Comunicação Interna quanto a externa são ações que para
obtenção de resultado de um resultado homogêneo e satisfatório devem “ser
exercidas simultânea ou paralelamente, esteja a empresa dedicada à indústria, ao
comércio ou ao serviço”. (CHINEM, 2003, p. 46).
Para Chinem (2003), é essencial entender que as ações realizadas
internamente em uma empresa devem ser contínuas e não saudável
organizacionalmente haver declaração da empresa apenas em momentos delicados.
Agir dessa forma é plantar a desconfiança nos funcionários que não recebem de
forma positiva pronunciamentos esporádicos. Além de estimular uma reação
semelhante ao público externo diante das mesmas informações.
Conforme explica Juarez Bahia (2006), a Comunicação Interna surgiu
da necessidade do diálogo entre dirigentes das organizações e empregados. Havia
a necessidade de se transmitir os “pensamentos e ações da empresa ao público da
casa”, além das ações tomadas pela organização colocando em evidencia a posição
dos dirigentes e a “função social” que a empresa detém. (BAHIA, 2006, p. 31).
Kunsch (2003) em referência à definição expressa no Plano de
Comunicação Social desenvolvido pela Rhodia, em 1985, o pioneiro no país,
destaca que a Comunicação Interna é um método que visa unir os interesses da
organização aos dos colaboradores “através do estímulo ao diálogo, à troca de
informações e de experiências e à participação de todos os níveis”.
Ela seria um setor planejado com objetivos bem definidos, para
viabilizar toda a interação possível entre a organização e seus
empregados, usando ferramentas da comunicação institucional e até
da comunicação mercadológica (para o caso de endomarketing ou
marketing interno). Portanto, a Comunicação interna corre
paralelamente com a circulação normal da comunicação que
perpassa todos os setores de organização, permitindo seu pleno
funcionamento. (KUNSCH, 2003, p.154).
Porém Bueno elenca problemas oriundos da Comunicação Interna
realizada “avessa à pedagogia libertadora”, na qual a empresa se vale de house-organs
que circulam pela instituição com meias verdades que confrontam o conceito
de “diversidade corporativa”. (BUENO, 2007, p. 22)
26. 26
A prática da comunicação interna no Brasil tem como pressuposto o
adestramento e a doutrinação, e não a autêntica libertação. À maioria
das organizações interessa manter os funcionários como súditos,
ainda que os vídeos institucionais repitam, solenemente, a velha
cantilena: eles são o maior patrimônio da empresa. (BUENO, 2007,
p.23).
Além disso, Bahia reitera o desafio comum enfrentado pelas
organizações que é transmitir a mesma ideia a todos os públicos da empresa. Não
deve haver divergência entre as informações.
Deve o empresário dizer uma coisa ao público interno e outra ao
público externo? Obviamente isso seria um erro e uma ação
prejudicial à empresa. A comunicação interna é um modo de difundir
entre os empregados a realidade da empresa, de ampliação dos
laços de identidade funcional, de prestação de informações e de
estímulo ao debate da realidade social, sem intermediários. BAHIA,
2006, p. 32)
Para Nassar e Figueiredo, a comunicação das empresas com os seus
públicos internos muitas vezes tem como alvo milhares de trabalhadores que só
podem ser atingidos com uma comunicação de massa específica para a empresa,
porque “apesar de direcionada a universos infinitamente menores do que os de
campanha de massa tem todas as características de comunicação de massa”.
(NASSAR, FIGUEIREDO, 2007, p. 27)
Essa comunicação interna de massa revela uma faceta interessante
que não pode ser desprezada pelos comunicadores empresariais e
pelos dirigentes das empresas: o público das fábricas ou dos
escritórios das empresas é hostil às formas artesanais de
comunicação. A massa quer o luxo na sua comunicação interna. Isso
porque o público interno confronta, o tempo todo, os padrões de
criação e produção das mídias internas de massa com os padrões de
criação e produção das mídias externas tradicionais. Assim, seguir
os padrões da criação e produção das mídias externas de massa é
condição básica para assegurar a eficiência e a credibilidade da
comunicação empresarial para o público interno. (NASSAR,
FIGUEIREDO, 2007, p. 28).
Já Kunsch (2003) destaca ainda a importância de não limitar os
“clientes internos” como o público que apenas serve aos clientes da empresa assim
como visualizado pelo prisma do endomarketing.
27. 27
Kunsch reitera a necessidade da interação com o público interno
abranger políticas públicas de forma mais integral e ampla. “É preciso considerar
que antes de ser empregado, o indivíduo é um ser humano e um cidadão (...)” (2003,
p.155). Além disso, o ambiente organizacional é composto por pessoas que visam
interagir de forma expressiva e buscando, dessa forma, atingir os objetivos da
empresa por meio dessa interação. “Não é, portanto, um espaço de mercado” (2003,
p.155).
Bueno explica que em busca de uma administração moderna, o público
interno deveria fazer parte do público mais importante da organização. “Os
funcionários (...) são o parceiro fundamental nos negócios (sejam eles lucrativos ou
não) e, sem eles, as organizações não sobrevivem”. (2007, p. 31). Bueno expõe
também que no momento em que a Comunicação Interna é estabelecida de forma
competente, esta constrói relações estáveis entre os funcionários que propicia a
transmissão de conhecimentos entre eles e a transferência das experiências
adquiridas no decorrer do ato profissional. “Com isso, reduzem-se os espaços para
os boatos, para as dissidências e estimula-se o diálogo e a participação” (BUENO,
2007, p. 34).
Já para Chinem (2003), a Comunicação Interna quando planejada de
forma adequada auxilia no clima organizacional da empresa, uma vez que garante o
bom convívio entre os funcionários, patrões, além de refletir de forma significativa no
aumenta do lucro e produtividade.
Porém, Bueno adverte que é necessário que sejam feitas mudanças
que adequem a Comunicação Interna “para que ela efetivamente assuma o seu
caráter libertador”. (BUENO, 2007, p. 24). Para que se estabeleça de forma efetiva a
prática de Comunicação Interna e que assim, seja uma ferramenta que agregue
valor a organização, é necessário tornar eficiente os canais de comunicação com os
dirigentes da empresa. Além disso, é preciso que exista a criação de “espaços
democráticos, verdadeiramente participativos” (2007, p. 24) onde seja estimulada a
comunicação divergente de forma responsável na empresa. Dessa maneira, existem
diversos canais que tem o objetivo de estabelecer o diálogo entre os funcionários,
tais ferramentas serão expostas no capítulo a seguir.
28. 28
3.3 – MODALIDADES DE COMUNICAÇÃO INTERNA
A Comunicação Interna conta com um leque de opções no que diz
respeito a veículos para transmissão de informação ao público interno. Alguns deles
são jornal mural, jornal impresso, intranet, revistas, boletim eletrônico ou newsletter,
entre outros. As ações integram comunicações orais e impressas. Segundo
Torquato, as duas são fundamentais para o processo comunicacional:
A comunicação interna nas empresas flui em duas grandes redes.
Uma formal, outra informal. Ambas processam formas variadas,
situações próprias, projetos específicos. As comunicações orais, por
exemplo, são tão importantes quanto as comunicações impressas,
mas não recebem o mesmo tratamento compatível(...). (TORQUATO,
1991, p.202).
Algumas ferramentas ou publicações que podem auxiliar no
desenvolvimento da Comunicação Interna na empresa são as seguintes:
a) Boletim ou newsletter: Trata-se de um apanhado de notas e notícias curtas de
caráter mais imediatista. Geralmente impresso, o boletim é um veículo
distribuído em intervalos pequenos de tempo. Já a newsletter é veiculada
através do meio digital.
b) Revista: Por vezes, a Revista é o produto mais caro e elaborado destinado ao
público interno. O conteúdo retém atenção de seus idealizadores, pois
necessita de informações mais abrangentes e aprofundadas. Na Revista, a
diversidade de assuntos também é uma característica marcante.
c) Informativo digital: Veículo de baixo custo, por dispensar o uso do papel, que
também condensa notas curtas e informação rápida. O informativo digital,
como o nome diz, é enviado via correio eletrônico aos funcionários da
empresa.
d) Jornal Impresso: Trata-se de um veículo de informação mais elaborado
contendo fotos, infográficos, ilustrações, e, por vezes, mais extenso. Abrange
um conteúdo mais denso com algumas características jornalísticas. Demanda
29. 29
investimento em projeto gráfico, além de custos com impressão. É distribuído
em um intervalo maior de tempo.
e) Mural ou Jornal Mural: É a ferramenta mais simples, com caráter imediatista e
por vezes mais eficaz em médias e pequenas empresas. Comumente fixado
em paredes em locais de grande aglomeração ou passagem de pessoas.
Com conteúdo alternado semanalmente, as informações compreendidas são
avisos rápidos e úteis aos funcionários.
Conforme o autor Cesca (1995), a escolha da melhor ferramenta de
comunicação, a distribuição, periodicidade e forma como será apresentada vão
depender do tipo de público existente na organização e dos objetivos que deseja
atingir. Os veículos de comunicação podem ser classificados como massivos ou
dirigidos. A comunicação massiva compreende um grande número de pessoas,
tendo como exemplo jornais e revistas, emissoras de rádio e emissoras de TV. Já
comunicação dirigida transmite a mensagem a um grupo limitado.
Além disso, conforme Cesca (1993), a comunicação dirigida para ser
melhor compreendida pode ser dividida em veículos escritos, orais, aproximativos e
auxiliares. Correspondências, mala direta, manuais se configuram como veículos
escritos. Outros, que se enquadram no grupo de veículos orais são reuniões
informais ou discussão, conferências, telefone. Além disso, integram os veículos
auxiliares atividades como recursos visuais (projetáveis), auditivos e audiovisuais.
Para finalizar, as atividades que compõem os veículos aproximativos são visitas,
praça de esporte, auditório, biblioteca, acontecimentos especiais: tais como datas
cívicas, comemorações e outros.
Ainda é preciso ressaltar que nenhuma ação de comunicação interna
tende a ter sucesso, se o empresário não compreender que as necessidades
básicas do funcionário devem ser levadas em conta. Torna-se bastante comum e
cada vez mais importante a busca pela valorização do colaborador. Contudo, o
primeiro passo é compreender que cabe a empresa buscar propiciar condições para
que a comunidade interna realize suas necessidades. Uma das teorias mais
representativas nesse quesito é a de Abraham Maslow, “um dos mais conhecidos
teóricos, psicólogo americano, afirma que todos os indivíduos apresentam uma
30. 30
hierarquia das necessidades que precisam ser satisfeitas para que possam se sentir
motivados” (TAVARES, 2011, p. 26 apud CHIAVENATO, 2000).
Ainda, conforme Tavares, a hierarquia das necessidades de Maslow é
apresentada segundo uma pirâmide, sendo a base é composta pelas necessidades
fisiológicas (alimentação, descanso, água, proteção contra elementos da natureza).
Na sequência aparecem os elementos segurança (proteção), sociais (afeto e
integração entre pessoas), autoestima (confiança em si mesmo, competência
profissional) e no topo, autorrealização (conseguir desenvolver e utilizar os
potenciais).
Outro fator importante, segundo o autor Lopes (1998) para nortear as
ações e as atividades, indo ao encontro da dinâmica da empresa, é compreender a
cultura organizacional da mesma. A cultura pode ser definida a partir de dois fatores:
pessoas e ações. O fator pessoas envolve a cultura reativa ou proativa. O fator
ações engloba a cultura participativa ou não participativa. (LOPES, 1998 apud
ERNEST, 1985).
Dentro do fator pessoas, a tomada de decisão, implementação e
monitoramento de planos são identificados como reativas, já que respondem ao
estímulo do ambiente externo, onde os colaboradores tem participação na
comunicação efetiva da empresa. O contrário, integra a cultura não-proativa, onde a
empresa adapta-se rapidamente ao meio ambiente, não sugerindo novidades, mas
se adaptando às inovações. Já, em relação à dimensão ações, a empresa pode ser
caracterizada como participativa, onde há uma forte comunicação envolvendo as
demandas do funcionário e consumidor. Quando a empresa se qualifica como inábel
nas relações com empregados e consumidores, a cultura pode ser identificada como
não participativa. (LOPES, 1998 apud ERNEST, 1985).
32. 32
4 – FUTURA COMUNICAÇÃO
O objeto de estudo desse trabalho é a Futura Comunicação1,
localizada no bairro Alto dos Passos, Juiz de Fora. A empresa do ramo jornalístico
atua na produção de conteúdo, assessoria de comunicação e assessoria de
imprensa. Tem como missão aproximar clientes de seu público-alvo, através da
comunicação e, como visão, entender a informação como agente formadora de
conhecimento, negócios e qualidade de vida para a sociedade.
A empresa surgiu em 2000 quando o proprietário identificou no
mercado a necessidade de uma empresa para fornecer conteúdo de qualidade e
assessoria de imprensa para empresas e agentes públicos e privados. Formado em
comunicação social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o jornalista
atuou nas redações dos jornais Tribuna de Minas e Jornal Panorama, alternando
entre repórter, editor e chefe de redação. Ainda, como jornalista, exerceu funções de
assessor de comunicação da UFJF, editor de reportagem da TV Alterosa e assessor
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Além disso, consta em seu currículo,
atuação como professor universitário cuja especialização se dá em mídia e inclusão
social (UFJF) e pós-graduação em Técnicas de Webwriting (Faculdade Integradas
Hélio Alonso –RJ).
Durante seu tempo de consolidação no mercado, a empresa conseguiu
de distinguir de uma agência de publicidade, tornando-se uma organização
jornalística que produz conteúdo de qualidade para diferentes fins e entidades da
sociedade civil, pessoa física e empresas privadas.
Com o tempo, através de indicações e contratos renovados, a empresa
foi crescendo. Mais de 80% dos clientes são provenientes de indicações e de
renovações de contratos ao longo dos anos. Hoje a empresa atende a mais de vinte
clientes e conta com um público interno de seis colaboradores: dois jornalistas, dois
designers, uma gerente administrativa e um diretor geral.
Entre as áreas atuantes da Futura Comunicação se destacam política,
economia, sindical e esportiva. Na política, principalmente, a empresa vem se
destacando desde sua criação. Através de seu trabalho a empresa conseguiu eleger
vereadores, deputados e prefeitos tanto em Juiz de Fora, como na região. Alguns
1 Nome fantasia utilizado com o objetivo de resguardar as informações institucionais da empresa objeto de
estudo.
33. 33
dos serviços prestados incluem relacionamento com a imprensa, como elaboração
de releases e prestação de informações, gestão e elaboração de conteúdo para
sites, consultoria em imagem e conteúdo para os clientes, entre outros.
4.1 – A COMUNICAÇÃO NA FUTURA COMUNICAÇÃO
Integrar, motivar e informar o público interno são alguns dos principais
objetivos da comunicação interna. Se bem articulado, conforme o público ao qual se
refere, o planejamento da comunicação interna representa uma influência na
formação de opinião e mudanças de hábitos dos colaboradores.
A comunicação na empresa Futura Comunicação, devido ao tamanho e
integralidade dos espaços da empresa, se dá em sua maior parte, através da forma
oral. Em suas dependências a mesma conta com uma mesa de reuniões para troca
de informações eventuais e não há divisórias entre as mesas dos funcionários, o que
auxilia na comunicação de um para um e de um para todos.
Outra forma de comunicação utilizada pela empresa é o mural,
destinado a recados, telefones úteis, escalas e informações gerais. Conforme os
proprietários, a ideia é que o mural possa ser mais ativo e, para isso, os mesmos
pretendem investir em um maior espaço, através de novos murais.
Mural, ferramenta de comunicação interna da empresa Futura Comunicação
34. 34
Além dessas formas, integram também a comunicação interna as
ferramentas e-mail e mensagem instantânea. A empresa conta com um e-mail
corporativo e os colaboradores utilizam obrigatoriamente o mesmo em tempo
integral durante o expediente.
4.2 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Para que as ações de comunicação sejam implantadas e bem
sucedidas é preciso ter conhecimento do público para o qual elas se destinam. Cada
empresa tem uma cultura diferente, o que subentende visão, missão, valores e
outros. Além disso, cada pessoa que integra o público interno trás consigo uma
cultura e valores de casa. Desta forma, o alinhamento de ideias deve acontecer,
principalmente através da comunicação, para prever e minimizar os conflitos
organizacionais.
Para Torquato (1991), é bastante comum a adoção de políticas,
rotinas, procedimentos, sem se levar em consideração os usos, costumes,
comportamentos, hábitos, peculiaridades e manias que tipificam a cultura dos
agrupamentos humanos. A consequência de as culturas não serem perfilizadas,
segundo Torquato, é a tendência do distanciamento psicológico entre a comunidade
e a administração serem maiores.
A pesquisa de clima organizacional é uma forma de a empresa medir a
“temperatura do clima interno” (TORQUATO, 1991):
A forma é bastante simples. A empresa precisa pesquisar, de forma
sistemática e planejada, a temperatura do clima interno e verificar as
disfunções que provocam os ruídos, insatisfações e anseios. Ela vai
constatar, por exemplo, que não é apenas a questão do salário que
provoca perturbações internas. Há detalhes, coisinhas pequenas,
que podem mudar, de forma significante, o perfil do clima. (p. 8).
A sondagem foi realizada com todos os colaboradores da empresa
Futura Comunicação, excluindo o proprietário que também exerce funções. No total
foram entrevistadas cinco pessoas, três com idades entre 25 e 29 anos e duas com
idades entre 30 e 39 anos. Para facilitar as respostas foram criadas escalas de um a
cinco, cujo um é péssimo, dois é ruim, três é regular, quatro é bom e cinco é ótimo.
35. 35
As questões de múltipla escolha foram produzidas a partir do que era pautado pelos
colaboradores dentro da empresa e através de conversar informais com as
pesquisadoras2.
Como o público entrevistado é reduzido, partindo da fácil identificação
dos entrevistadores para com os entrevistados, as perguntas de sexo e grau de
escolaridade não foram realizadas. Foram elaboradas 15 perguntas com apelos
emocionais e racionais.
É importante ressaltar que a sondagem foi realizada com objetivo de
embasar um primeiro projeto de introdução de ações de comunicação interna,
atendendo a uma demanda percebida pelas autoras, e aceita pelos gestores, em
virtude do rápido crescimento da empresa no mercado. Isso não significa que
ignora-se as “verdades” não declaradas pelos funcionários aos entrevistadores e
que circulam, com relativa frequência, nos meios informais de comunicação interna.
Tavares explica que as redes formais e informais de comunicação estão presentes
em qualquer organização e que cada uma atende objetivos próprios.
Comunicação formal representa o conjunto de fluxos de informação
relativos ao trabalho e às obrigações organizacionais que resultam da
produção e a comunicação informal è constituída pelo conjunto de trocas
não directamente úteis a essa produção, não formalizadas e escapando, por
conseguinte, ao controlo dos gestores. (TAVARES, 2011, p. 15, apud
DUTERME, 2002, p.27)
Da mesma forma a cultura organizacional também foi considerada no
momento de pensar as ações de comunicação propostas neste trabalho. De acordo
com a teoria apresentada no capítulo três, identificamos que a empresa Futura
Comunicação apresenta uma cultura mais próxima à proatividade nas ações e
participativa com relação às pessoas (tanto funcionários quanto clientes). Essas
características tornam o ambiente interno propício ao sucesso das atividades de
comunicação interna, uma vez que os funcionários tendem a ser valorizados em
suas opiniões e participação na melhoria dos processos internos e externos da
empresa.
Analisando o questionário aplicado é possível constatar que 60% do
público interno tem entre 25 e 29 anos e os outros 40%, entre 30 e 39 anos de
idade. A maioria dos funcionários tem até um ano de casa, dos quais 60% tem entre
2 Tantos o questionário quanto os resultados podem ser consultados nos apêndices 8.2 e 8.3, respectivamente.
36. 36
três meses a uma ano, 20% tem entre três a cinco anos e outros 20% tem acima de
cinco anos de empresa.
Quando questionados sobre qual a primeira palavra que vem à cabeça
quando se fala em Futura Comunicação, 40% afirmou ser trabalho. Ambiente
descontraído e sucesso foram citados por 20% do público. A qualidade do serviço foi
assinalado por 100% dos colaboradores, quando indagados sobre qual o principal
motivo da procura pelos serviços da empresa. A qualidade do tratamento da
empresa para com o cliente foi destacada como bom por 40% dos entrevistados e
ótima por 60%.
Em relação à informação, as formas escrita, impressa e oral foram
destacadas por 80% do público interno como as formas pelas quais os mesmos
gostariam de ser informados. Apenas 20% dos funcionários preferem ser informados
somente pela forma oral. A frequência com que os colaboradores gostariam de ser
informados foi definida como diariamente por 60% dos entrevistados, os outros 40%
preferem ser informados sempre que necessário. Os meios de comunicações
sugeridos pelos entrevistados foram reuniões (40%), internet (40%) e jornal mural
(20%).
A qualidade da comunicação de forma geral foi qualificada como boa,
com maioria das notas (em escala) quatro. A qualidade do ambiente de trabalho que
a empresa proporciona ao funcionário, o grau de satisfação com a comunicação
interna são boas para 80% dos colaboradores e ótimas para 20%. Já a qualidade do
clima organizacional foi definida como boa por 80% dos questionados e regular para
20%.
O relacionamento entre funcionários foi apontado como bom por 60%
dos entrevistados e regular por 40%. A qualidade do relacionamento entre
funcionário e proprietário foi classificada como bom para 60% dos indagados e 40%
ótimo. A qualidade da comunicação com o entrevistado se julga dirigir ao seu colega
de trabalho foi boa para 60% e ótima para 40%. Já a qualidade da comunicação com
que os colegas de dirigem ao entrevistado foi bom para 80% e ótima para 20%.
37. 37
5 – PLANO DE COMUNICAÇÃO
5.1 – APRESENTAÇÃO
O Plano de comunicação proposto será aplicado pela Futura
Comunicação, localizada no bairro Alto dos Passos, em Juiz de Fora. A empresa de
comunicação, fundada em 2000, conta com seis funcionários, dos quais um é o
proprietário e diretor da organização. Os cargos efetivos na empresa são de
jornalista, o qual exerce funções de assessoria de imprensa, design, responsável
pela criação e planejamento de imagem e gerente administrativa.
Em decorrência do crescimento da empresa, principalmente de seus
clientes em potencial, o planejamento da comunicação interna se faz necessário
para que a mesma, prestadora de serviços de comunicação, esteja alinhada para o
atendimento qualificado ao cliente. Necessidade que vai ao encontro do que é
ansiado pelo empresário proprietário.
Devido ao tamanho e integralidade dos espaços da empresa a
comunicação interna, em sua maior parte, se dá através da forma oral. Além disso,
ferramentas como mural, internet e mensagens instantâneas compõem os meios de
comunicação organizacional.
Em pesquisa realizada com o público interna as formas de
comunicação preferidas pelos funcionários foram as seguintes: reuniões (40%),
internet (40%) e jornal mural (20%). A qualidade da comunicação entre funcionários
e proprietário foi classificada, numa escala de um a cinco, em 60% bom. A primeira
palavra que vem a cabeça dos empregados, quando questionados, foram trabalho
(40%), ambiente descontraído (20%) e sucesso (20%). Já a qualidade da
comunicação organizacional, em uma escala de um a cinco, foi avaliada em 80%
bom e 20% regular.
5.2 – OBJETIVOS
Os Objetivos do plano de comunicação é trabalhar a comunicação
interna, criando uma cultura de participação no processo de comunicação dentro da
organização Futura Comunicação. Criar um clima organizacional favorável, de forma
que a motivação, satisfação e comprometimento dos colaboradores sejam
38. 38
despertados. Além disso, fomentar boas condições de trabalho, refletindo em um
melhor desempenho profissional e maior qualidade dos serviços prestados.
5.3 – PÚBLICO ALVO
O projeto é desenvolvido com foco em todos os colaboradores da
empresa Futura Comunicação. O público interno é predominantemente masculino
(60%), sendo a minoria do sexo feminino (40%). As idades se concentram na faixa
etária entre 25 e 29 (60%), sendo o outro público entre 30 e 39 anos (20%). O grau
de escolaridade é de 100% de nível superior. Desta forma, a internet, o jornal mural
e reuniões serão os melhores meios para que a comunicação interna flua bem.
5.4 – ATIVIDADES
As ações a serem incorporadas na empresa Futura Comunicação
compreendem as formas escrita, oral, aproximativa e auxiliar. Os veículos escritos
serão: newsletter, mural, cartões comemorativos e orientações de comportamento.
Reuniões compõem a forma oral. A ferramenta Facebook compreende as ações de
comunicação auxiliar. Já eventos como happy hour e de datas especiais se
configuram como ações aproximativas.
As reuniões devem entrar no cronograma da empresa. A comunicação
de um para todos deve ter seu lugar de destaque na empresa. Outra ação é criar na
rede social Facebook um grupo secreto onde possam ser compartilhadas
informações gerais, recados, fotos e entretenimento em geral. A rede social, além de
uma ferramenta de trabalho na empresa Futura Comunicação, é muito utilizada por
todo o público interno. O layout já existe e é fornecido pelo próprio Facebook, sendo
necessário apenas criar o grupo e inserir as pessoas, cujos perfis já existem.
O mural será reformulado de forma que possa se tornar atrativo para o
a comunidade interna. Para isso é proposto a criação de um jornal mural que tem o
objetivo de, além de informar sobre ações e atividades da empresa, apresentar
formas alternativas de comunicação, como sugestões de livros e filmes da área ou
não, cursos de capacitação, artigos e textos da área, voltados para o
entretenimento, data de aniversários, dicas de saúde, entre outras. A elaboração do
mesmo contará com a ajuda de toda a equipe, através de sugestões de conteúdos
39. 39
para que mensalmente os mesmos sejam modificados, elaboração das sugestões e
diagramação do mesmo.
A newsletter, muito comum na comunicação externa, agora será
destinada ao público interno. O total de 60% dos colaboradores da empresa Futura
Comunicação preferem ser informados diariamente. Desta forma, para facilitar a
disseminação de informações curtas ou longas, diariamente, a proposta é trabalhar
com uma newsletter, cujos benefícios também englobam o custo zero e a
comunicação rápida.
Outra atividade incorporada na empresa são os cartões
comemorativos, eventos esporádicos, como happy hour e comemorativos, além de
orientações de comportamento. Estas ações buscam uma melhor integração e
socialização entre os colaboradores. Através dos cartões e promoção de eventos
esporádicos acontece a valorização, motivação e espaço de troca de experiências e
aproximação entre os funcionários, além de uma maior aproximação com o
proprietário. As orientações de comportamento, através de plaquinhas fixadas nas
paredes, tem o objetivo de apresentar ao colaborador algumas condutas e regras da
empresa que devem ser lembradas todos os dias.
48. 48
5.5 – RESPONSABILIDADES
Atividades Diretor
Geral
Gerente
Administrativa
Jornalistas Designers
Reuniões X X X X
Newsletter X X X X
Jornal Mural X X X
Cartões
X X
comemorativos
Integração na rede
social Facebook
X X X X
Orientações de
comportamento
X X
Ações de integração,
como happy hour e
eventos
comemorativos
X X X X
5.6 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Atividades Diário semanal mensal Conforme
necessário
Reuniões X
Newsletter X
Jornal Mural X
Cartões comemorativos X
Integração na rede social
X
Facebook
Orientações de comportamento X
Ações de integração, como
X X
happy hour e eventos
comemorativos
49. 49
5.7 – RECURSOS NECESSÁRIOS E CUSTOS
Os recursos necessários para a implementação das ações serão
basicamente mão de obra. Somente para a impressão do Jornal Mural, orientações
de comportamento a serem fixadas nas paredes e promoção de eventos
esporádicos, será implicado valores. A empresa conta com jornalistas e designers,
desta forma o custo de produção é conteúdo é zero.
Para e impressão das ações como newsletter e orientações de
comportamento, a empresa conta com comissões sobre trabalhados realizados em
gráficas. Desta forma, o gasto com impressão também é zero, se compreendermos
que o valor não será extraído do orçamento da empresa. Há a possibilidade de a
empresa fechar parcerias e negociar permutas para a realização de eventos
esporádicos. Um dos clientes da Futura Comunicação dispõe de toda uma estrutura
para a promoção de eventos simples e mais elaborados.
50. 50
6 – CONCLUSÃO
A prática de “manda quem pode, obedece quem tem juízo” por muito
tempo foi utilizada nas organizações empresariais do país. Contudo, a cada dia que
passa, mais empreendedores estão entendendo que as questões empresariais não
se dão exatamente por este viés administrativo.
Alinhar o pensamento do público interno com o de lideranças
empresariais tem sido um dos grandes desafios das organizações contemporâneas.
A falta de comunicação com os públicos internos tem levado as empresas a
consequências sérias, fazendo com que as mesmas percebam a necessidade de
integrar e entender seu primeiro cliente, o funcionário.
Algumas empresas já perceberam que não existe uma fórmula pronta,
mas técnicas e estratégias de comunicação que podem ser implantadas conforme a
realidade e cultura de cada empresa, podendo produzir resultados surpreendentes.
O primeiro público de qualquer organização é o público interno, o corpo
de funcionários. Esse é o primeiro mediador das informações da empresa. De nada
adianta uma propaganda muito bem articulada que implicará um alto investimento,
se a mesma puder ser desmentida pelo primeiro cliente da organização. A
impressão dos serviços e qualidade da empresa será emitida de dentro para fora.
Ações como palestras motivacionais, café da manhã com o presidente
da empresa, eventos e ações de incentivo são algumas das formas encontradas
para a comunicação entre empregador e empregado. Contudo, as empresas
precisam formar uma consciência de que não basta tomar atitudes a fim de remediar
um problema interno ou aumentar as vendas temporariamente e sim buscar formar
uma cultura onde a companhia seja estimulada intelecto e humanamente.
Na medida em que se dá valor e visibilidade à informação que existe
dentro da empresa, de forma que o público interno consiga entender seus objetivos,
valores, estratégias e processos de gestão, mais participativo será o funcionário.
Ao analisar a empresa Futura Comunicação, objeto de estudo deste
trabalho, foi possível compreender a complexidade do trabalho realizado pela
comunicação interna. Identificar os problemas e atender às necessidades dos
funcionários se tornam desafios constantes. Afinal, a cada necessidade saciada,
novas surgirão e a empresa precisa manter-se atenta para identificar quais
caminhos tomar junto ao seu primeiro cliente.
51. 51
No decorrer do desenvolvimento deste trabalho foram encontradas
dificuldades em diversos aspetos. A princípio o maior obstáculo foi a inexistência de
uma modelo de plano de comunicação que pudesse orientar as ações deste
trabalho. Sendo assim, a partir de informações coletadas em trabalhos semelhantes
a livros de autores da área foi desenvolvido um plano que pudesse atender às
necessidades da empresa Futura Comunicação. Além disso, encontrar o melhor
questionário, dentre os analisados, para ser aplicado junto ao público interno da
empresa foi outro obstáculo. Durante o processo, foi possível observar que seria
enriquecedor a interdisciplinaridade de setores relacionados a psicologia e recursos
humanos, que poderia compreender melhor o que o questionário não é capaz de
julgar e identificar, como informações emocionais. Outro fator relevante,
proporcionado pela integração entre setores, seria a condução de uma melhor forma
de abordagem e relação entre pesquisadores e entrevistados.
A eficácia da comunicação interna, de forma bem planejada,
representa uma nova postura no mercado. As empresas precisam entender e
assumir que caminhar rumo a tão sonhada e flertada sustentabilidade é, em primeiro
lugar, valorizar e motivar seu colaborador. A partir do momento que a empresa
compreende qual é seu papel social, a conquista dos clientes externos se dá de
forma completa e satisfatória e chega ao tão buscado diferencial em relação a outras
marcas e serviços.
Sejam empresas de pequeno, médio ou grande porte a necessidade da
compreensão do seu papel para com a comunidade interna é indispensável para seu
bom funcionamento. Empresas pequenas acreditam que somente a comunicação
oral é eficaz, contudo quando um recado ou alguma informação não é passada ao
funcionário a “rádio peão” tende a soar muito alto e causar transtornos que podem
se tornar difíceis de serem reparados. Tanto a comunicação oral, quanto a impressa
desempenham funções essenciais para a qualidade da comunicação interna.
Quando uma falha, a outra compensa e neste momento a “rádio peão” tende a
funcionar em prol da empresa e não contra.
Por fim, entendendo que o princípio das relações humanas se dá
através da comunicação social, podemos compreender a busca interminável e o
vasto campo da comunicação eficaz. Unir culturas e valores em um só lugar, por um
único propósito, são umas das ações mais ansiadas por funcionários e
53. 53
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Claudio. A história da Comunicação Empresarial no Brasil. Link:
http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/memoria/0095.htm - - acessado em 24
de setembro de 2012.
BAHIA, Juarez. Introdução à Comunicação Empresarial. Rio de Janeiro: Mauad,
2006
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias.
São Paulo: Saraiva, 2009.
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial no Brasil: uma leitura
crítica. São Paulo: Mojoara Editorial, 2007. (Coleção Mojoara de Comunicação).
CESCA, C. G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa: Teoria e
prática. São Paulo: Summus, 1995.
CHINEM, Rivaldo. Assessoria de Imprensa: como fazer. São Paulo: Summes,
2003.
CARDOSO, Onésimo de Oliveira. Comunicação empresarial versus
comunicação organizacional: novos desafios teóricos. Ano 2006. Link:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rap/v40n6/10.pdf - acessado em 24 de setembro de
2012
DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa no Brasil. Link:
http://twileshare.com/uploads/Assessoria_de_Imprensa_no_Brasil_2011.pdf -
acessado em 24 de setembro de 2012.
FIGUEIREDO, Rubens; NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial? São
Paulo: Brasiliense, 2007.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na
Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003
54. 54
LOPES, Valéria de Siqueira Castro. Os papéis do Serviço de Atendimento ao
Consumidor na relação entre organizações e consumidores. São Paulo, abril
de 1998.
PESSOA, Sonia. Comunicação Empresarial: uma ferramenta estratégica. Belo
Horizonte, 2003.
TAVARES, Elisângela Cristina Mendes. Comunicação interna como agente de
motivação dos colaboradores. Estudo de caso: agência nacional das
comunicações. Praia, Junho de 2011.
TORQUATO, Gaudêncio. Cultura, poder, comunicação e imagem: fundamentos
da nova empresa. São Paulo: Pioneira, 1991.
55. 55
8 – APÊNDICES
8.1 – BRIEFING
Nome da Empresa: Futura Comunicação
Data da realização do Briefing: 12 de outubro de 2012
Histórico de descrição da empresa:
Como a empresa organiza sua comunicação interna?
Por ser uma empresa de pequeno porte e com espaço físico limitado, a
comunicação interna se dá, principalmente, através do contato direto com os
profissionais, uma vez que o ambiente é integrado, permitindo este contato rápido.
Além disso, são utilizados recursos como mural de recados, onde não somente os
proprietários da empresa, mas também os colaboradores podem colocar o que
acreditam ser importante para o ambiente de trabalho, como recados, fotos de
encontros externos da empresa, datas de aniversário, assuntos de conhecimento
gerais, horário de entrada e saída de cada um, entre outras coisas. Outras
ferramentas utilizadas pela empresa são e-mails e mensagens instantâneas.
Há um trabalho de comunicação organizacional sendo desenvolvido?
Não há um trabalho de comunicação interna sendo proposto ou
realizado pela empresa pesquisada. Entretanto, como comunicador, o proprietário
compreende a necessidade da realização de projetos que prevejam possíveis
problemas internos e que possam sugerir ações para melhoria do clima
organizacional. Além disso, é vislumbrado pelo proprietário que a qualidade do
serviço prestado e a forma com que a empresa é percebida no mercado depende
diretamente da satisfação de seu primeiro cliente, o funcionário.
Descrição do problema de comunicação detectado ou do desafio a ser enfrentado?
Através de uma pesquisa realizada com o público interno da empresa
Futura Comunicação, foi observado que a qualidade do clima organizacional, em
56. 56
uma escala de um a cinco, foi classificada como boa por 80% dos funcionários.
Contudo 20% ainda enxergam uma qualidade regular no clima organizacional.
Ainda, a partir da pesquisa aplicada, foi observado que o ambiente de
trabalho que a empresa proporciona aos funcionários, a qualidade do
relacionamento entre funcionários, a qualidade do relacionamento entre funcionários
e proprietário, o grau de satisfação com a comunicação dentro da instituição, entre
outras, precisam ser melhores trabalhados.
A chamada “rádio peão” também é um problema enfrentado pela
empresa, uma vez que a qualidade da comunicação entre os colaboradores é
deficiente. Conforme Bueno (2007) a comunicação interna frágil, assim como um
organismo debilitado, é o palco preferido para as infecções organizacionais, como os
boatos e a má informação.
A iniciativa de procurar ajuda foi da empresa? Ela possui algum problema específico
de comunicação a ser solucionado? Ou trata-se de um desafio a ser cumprido,
como, por exemplo, um projeto a ser implantado?
A proposta de analisar a empresa foi para a produção do Trabalho de
Conclusão de Curso na área de comunicação social, com habilitação em jornalismo,
da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora. A ideia surgiu do relacionamento das
graduandas com a empresa estudada, através de trabalhos desempenhados.
Objetivos a serem cumpridos por um futuro plano de comunicação:
A empresa espera que o projeto a ser apresentado possa auxiliá-la na
orientação das ações a serem realizadas, de forma a cumprir os objetivos traçados
pela mesma. Os funcionários são os primeiros disseminadores e multiplicadores da
imagem organizacional. Desta forma, este projeto busca alertar o empresário, assim
como outros, sobre a importância do colaborador ativo na tomada de decisão da
empresa. Outras metas a serem alcançadas são tornar a empresa um ambiente
agradável de troca de ideias, experiências e conhecimento, de informação,
qualidade de vida, motivação, a partir de uma comunicação interna competente.
Alguns dos desafios a serem enfrentados, já que a comunicação
interna é uma tarefa que implica conscientizar todos os públicos (Bueno, 2007), é
57. 57
unir cada profissional com suas respectivas culturas em torno de uma cultura única,
a da empresa. Além disso, a criação de uma cultura de comunicação não ocorre
espontaneamente e sem recursos (Bueno, 2007). Desta forma, a disposição de
recursos também é um desafio a ser enfrentado, uma vez que a empresa não tem
um planejamento financeiro voltado para este fim.
Outros dados relevantes:
As cores predominantes na logomarca e materiais gráficos, como
envelopes, timbrados, crachás e outros são verde, branco e cinza. Desta forma, os
materiais e ações visuais a serem sugeridas devem estar de acordo com as cores da
empresa.
Público-alvo do projeto:
O Público alvo são os colaboradores da empresa. Entendendo que o
primeiro cliente é o público interno, as ações devem ser realizadas com o objetivo de
unificar a cultura de funcionários e empresa, tonar a comunicação mais fluida e
modificar hábitos e atitudes.
Datas-chave:
As ações a serem sugeridas serão implantadas a partir de janeiro de
2013 e devem ser permanentes. Algumas propostas serão diárias, outras semanais
e outras, ainda, mensais.
Orçamento:
Não existe um orçamento delimitado pela empresa. Conforme a
necessidade, a empresa se dispõe a investir, entendendo que o mesmo acometerá
na qualidade de vida de seu colaborares, refletindo em uma melhor qualidade de
serviços prestados.
Suporte:
58. 58
A empresa conta com comissões em diversas gráficas que podem ser
revertidas para serviços internos. Desta forma, os gastos com materiais gráficos é
quase zero.
59. 59
8.2 – QUESTIONÁRIOS APLICADOS
Questionário a ser aplicado aos funcionários da empresa Futura Comunicação
1. Faixa Etária:
( ) 20 a 24
( ) 25 a 29
( ) 30 a 39
( ) 40 a 49
2. Tempo de casa:
( ) três meses a um ano
( ) um ano a três anos
( ) três anos a cinco
( ) acima de cinco
3. Em uma escala de 1 a 5, classifique o ambiente de trabalho que a empresa
proporciona aos funcionários? _______
4. Em uma escala de 1 a 5, classifique o relacionamento entre funcionários?
_______
5. Em uma escala de 1 a 5, classifique o relacionamento entre funcionário e
proprietário? _______
6. Quando eu falo em Futura Comunicação, qual a primeira palavra que vem a
sua cabeça?
( ) Trabalho
( ) Bom estabelecimento
( ) Satisfação
( ) Cliente
( ) Ambiente descontraído
( ) Sucesso
60. 60
( ) Desgaste
( ) outras: _____________________________________________
7. Em uma escala de 1 a 5, classifique o tratamento da empresa para com o
cliente? _______
8. Em sua opinião, qual o motivo da procura pela Futura Comunicação?
( ) Qualidade de serviço
( ) Preço do serviço
( ) Tempo de serviço
( ) Indicação
( ) Falta de concorrência
Outros: _________________________________________________
9. De que forma você prefere receber informações sobre a empresa e suas
atividades?
( ) Escrita
( ) Impressa
( ) Oral
( ) Das três formas
10. Com que frequência você gostaria de ser informado?
( ) Diariamente
( ) Semanalmente
( ) mensalmente
( ) Sempre que necessário
11. Em uma escala de 1 a 5, classifique a qualidade da comunicação com que
você se dirige aos seus colegas de trabalho? _______
61. 61
12. Em uma escala de 1 a 5, classifique a qualidade da comunicação que seus
colegas se dirige a você? _______
13. Em uma escala de 1 a 5, classifique o grau de satisfação com a comunicação
dentro da instituição? _______
14. Que meio de comunicação você sugeriria à instituição neste momento?
( ) Jornal Mural
( ) Caixa de sugestões
( ) Reuniões
( ) Avisos ( ) Escritos ou ( ) Orais
( ) Internet
( ) Outros: ____________________________________________
15. Em uma escala de 1 a 5, classifique a qualidade do clima organizacional
dentro da empresa? _______