O documento descreve a história do ativismo contra a escravidão desde o início do século XVIII, quando quakers ingleses e norte-americanos começaram a se opor à prática por considerá-la um pecado. A legislação inglesa começou a proibir a escravidão em 1772 e, em 1782, todos os escravos negros estavam livres no solo inglês. Em 1783, foi fundada na Inglaterra a primeira organização abolicionista. No século XIX, o movimento abolicionista ganhou for
2. • O ativismo contra a escravidão
começou entre os quakers ingleses e
norte-americanos no início do século
XVIII ter escravos não era
considerado um ato cristão, mas o
maior dos pecados Faziam a
analogia entre os negros
escravizados e os hebreus no Egito.
• Em 1772, a legislação inglesa
começa a se posicionar claramente
contra a escravidão ação de Lord
Mansfield (ao lado) em 1782,
praticamente todos os escravos
negros estavam libertos em solo
inglês. 2
3. • Em 1783, a primeira organização
pela abolição, a Society for
Effecting the Abolition of the Slave
Trade (Sociedade para Efetuar a
Abolição do Comércio de Escravos)
foi fundada na Inglaterra por
quakers e metodistas Granville
Sharp, Hannah More, Charles
Middleton e William Wilberforce (ao
lado) a Revolução Francesa e a
Haitiana impediram o fim do tráfico
no século XVIII, mas ele foi abolido
em 1807 e a escravidão nas
colônias inglesas em 1833, entrando
em efeito em 1834. 3
4. • A concepção de Direito Natural esboçada em Locke
e Montesquieu, ganha força com alguns
enciclopedistas e com Rousseau essas ideias
repercutem na Declaração de Independência dos EUA
e na abolição da escravatura nas colônias francesas
pelos jacobinos em 1794.
• Os Fisiocratas, especialmente Turgot, defendem que
o trabalho do escravo seria menos econômico que o
livre Benjamin Franklin faz o primeiro cálculo em
1755 “provando” que o trabalho do imigrante era mais
vantajoso economicamente que o do escravizado.
• Adam Smith não condenava a escravidão em
absoluto, mas segue a mesma linha afirmando que o
escravo era menos produtivo, porque não tinha o
incentivo da propriedade, sendo esse direito era
fundamental para o desenvolvimento econômico.
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5. • José Bonifácio de Andrada e
Silva será o primeiro político e
intelectual brasileiro que irá se
posicionar claramente contra a
escravidão.
• Ele cria o conceito de razão
nacional para justificar a abolição
além de incompatível com os
direitos naturais e com um governo
liberal, a escravidão cria um
inimigo interno impedindo
construção de um espírito nacional,
além de ameaçar a proteção do
território ao dificultar a formação
de um exército e marinha fortes. 5
6. • Desde a vinda da Família Real Portuguesa para o
Brasil a Inglaterra desejava o compromisso pelo fim
do tráfico negreiro o escravo não se reproduz para
repor a mão-de-obra.
• As elites brasileiras resistiram, pois viam a
escravidão como legítima e fundamental para a
economia nacional.
• Com as pressões inglesas e o desenvolvimento do
movimento abolicionista, a opção foi de acabar com
a escravidão por etapas com a aprovação de leis e a
indenização dos senhores.
• O movimento abolicionista teve várias frentes e
uma composição social variada.
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8. • D. Pedro assinou com a Inglaterra um
tratado antitráfico em 23 de novembro de
1826, estabelecendo que a partir de
março de 1830 seria ilegal para os
súditos do imperador brasileiro dedicar-
se ao comércio de negros africanos,
sendo tal atividade passível de ser
julgada como pirataria este acordo foi
feito sem discussão no Parlamento e, via
de regra, ignorado pelos traficantes de
escravos.
• Lei Feijó (7 de novembro de 1831) →
Primeira proibição do tráfico de
escravizados para o Brasil.
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9. • A Lei Feijó foi a primeira a proibir o tráfico humano
para o Brasil e declarava livres todos os africanos
trazidos para terras brasileiras a partir daquela data,
com duas exceções:
• “Art. 1º. Todos os escravos, que entrarem no
território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam
livres. Excetuam-se: 1º Os escravos matriculados no
serviço de embarcações pertencentes a país, onde a
escravidão é permitida, enquanto empregados no
serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem
do território, ou embarcação estrangeira, os quais
serão entregues aos senhores que os reclamarem, e
reexportados para fora do Brasil.
• A lei concedia aos ingleses direito de visita de
inspeção aos navios brasileiros.
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10. • Antevendo a proibição do tráfico, um número recorde de
pessoas foi transportada em 1829. Logo depois da lei, o
tráfico caiu, mas voltou a subir e só foi proibido
definitivamente em 1850. A Lei Feijó ficou conhecida como
“lei para inglês ver”. 10
11. • Bill Aberdeen (8 de agosto de 1845) → A partir dessa
data, a Marinha Britânica recebeu autorização para
apresar qualquer navio trazendo pessoas escravizadas da
África para as Américas → o antigo direito de visita foi
substituído por uma atitude policial que causou atrito com
navios e autoridades brasileiras. 11
12. • Lei Eusébio de Queirós (1850) → usando como base
a lei de 1831, colocou fim ao tráfico de africanos
para o Império → qualquer navio trazendo
escravizados seria apreendido, sua “carga”
reenviada para o porto de origem e, caso não fosse
possível, os escravizados ficariam sob a tutela do
Estado, não podendo ser concedido à particulares →
A lei está relacionada, sobretudo, às pressões
britânicas sobre o governo brasileiro para a extinção
da escravidão no país.
• Um dos desdobramentos da Lei Eusébio de Queirós
foi a intensificação do tráfico interprovincial, outro,
foi o investimento de capitais em outras atividades.
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13. • O fim do Tráfico tornou urgente
a substituição da mão-de-obra
escrava pela do imigrante.
• A Europa passava por várias
revoluções e tinha uma massa
empobrecida que desejava vir
para a América.
• Havia, também, a ideia de que o
embranquecimento seria a
salvação da nação brasileira
com forte influência das ideias
racistas de Thomas Buckle
(1821-1862) e Arthur de
Gobineau (1816-1882).
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14. • A primeira tentativa de trazer o imigrante foi feita por
Nicolau de Campos Vergueiro começando em 1847
alemães, suíços e belgas foram trazidos em regime de
parceria para o Oeste Paulista eles eram tratados com
extrema dureza, acordos eram descumpridos e sua
correspondência fiscalizada uma revolta em 1856
colocou fim a essa primeira iniciativa.
• Em 1886, foi fundada a Sociedade Promotora da
Imigração por Martinho Prado Jr. e Antônio da Silva Prado
eles criaram panfletos em várias línguas para anunciar
as virtudes do Brasil frente os EUA e Argentina, mas não
citavam a escravidão viajaram até a Itália contaram
com o apoio do governo da Província de São Paulo
quando veio a Lei Áurea, o café paulista tinha o imigrante
para colhê-lo.
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15. • Apesar de termos mão-de-obra livre que poderia vir do Nordeste
para o Sudeste, havia o preconceito e o crescimento da lavoura
de cacau no Sul da Bahia e da Borracha no Norte terminou
absorvendo boa parte desse excedente. 15
16. Em 1865, 2,7 mil norte-americanos chegaram ao Brasil,
convidados pelo Imperador D. Pedro II, a ideia era desenvolver
a lavoura de algodão nas regiões paulistas de Santa Bárbara
d'Oeste e da atual Americana. A única ferrovia que não foi
construída por causa do café, foi a Estrada de Ferro
Sorocabana (1872), voltada para escoar o algodão da região.
Acima, foto da Festa Confederada em Santa Bárbara D'Oeste.
16
17. • Chineses já tinham sido trazidos para o Brasil na
década de 1810 para um projeto de plantio de chá.
Foi um fracasso. Nas décadas de 1850-60, chineses
vieram trabalhar na lavoura (coolies). Tratados como
escravos, o Governo Chinês proibiu a imigração em
1881, além disso, havia a preferência pelo europeu. 17
18. • Inaugurada em 1887, a Hospedaria de Imigrantes foi a
primeira morada paulistana de milhares de
estrangeiros e brasileiros de outros estados que
escolheram viver em São Paulo. Suas principais
funções eram acolher e encaminhar os imigrantes aos
novos empregos. Lá os imigrantes ficavam oito dias.
Encerrou suas funções em 1978 e, hoje, é um museu.
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19. • Libertos (ex-escravos) podiam ter escravos, porque a
sociedade era escravocrata com valores que legitimavam a
posse de outras pessoas. Alguns escravizados e libertos
vinham de sociedades que aceitavam a escravidão desde
que não fossem de sua nação, ou, no caso dos muçulmanos
(malês), da mesma fé. Poucos, porém, enriqueciam.
• Uma exceção notável é o africano Manoel Joaquim
Ricardo, cujo dono era negreiro (entre outras coisas) e que
permitia que ele tivesse seus próprios escravos. Por lei,
escravizados não podiam ter qualquer propriedade, mas os
arranjos existiam.
• Ricardo, depois de liberto em 1841, continuou
acumulando escravos, em especial mulheres, porque davam
cria, e morreu figurando entre os 10% mais ricos de
Salvador, mas como africano negro, era excluído dos salões
da elite e não recebeu título de nobreza. 19
20. • Francisco Paulo de Almeida, Barão
de Guaraciaba (1826-1901), foi um rico
fazendeiro e banqueiro, dono de
imensas fazendas de café, empresas,
palácios, estradas de ferro, usina
hidrelétrica, centenas de escravos.
Por fazer caridade, recebeu seu título
da Princesa Isabel.
• Nasceu livre, filho de mãe negra,
também livre em uma família pobre.
Assim como o Barão de Mauá, foi uma
espécie de self made man. Trabalhou
em vários ofícios, juntou uma pequena
fortuna, montou uma rede de contatos,
casou-se bem e continuou ampliando
seus bens. Em sua época, era
considerado um bilionário. 20
21. • Em 28 de setembro de 1871, depois
de intensa campanha, veio a Lei do
Ventre Livre, também chamada Lei Rio
Branco, tornando livres os filhos de
mulher escrava nascidos no Brasil a
partir da data da aprovação da lei.
• As crianças ficariam sob a guarda
senhor de sua mãe até os 8 anos,
então, mediante indenização,
poderiam ser entregues ao Estado, ou
permanecer trabalhando para o senhor
até os 21 anos.
• A Lei do Ventre Livre trouxe poucos
avanços para a causa abolicionista.
21
22. • A lei foi aprovada por um Gabinete
Conservador os votos foram
decididos segundo a região, o
Nordeste apoiou a lei, o Centro-Sul
votou majoritariamente contra.
• A lei desagradou as elites ligadas
ao café, além daqueles que eram
contra a intervenção do Estado na
questão da escravidão.
• Um escravo alforriado por bondade
do senhor, mantinha com ele um laço
não somente de gratidão, mas jurídico,
se acusado de ingratidão, poderia
voltar a ser escravizado.
22
23. • Maria Firmina dos Reis nasceu em
1822, no Maranhão. Seu romance
“Úrsula” (1859) é reconhecido como
a primeira narrativa antiescravista e
feminista da literatura do Brasil. É
considerada, também, a primeira
romancista brasileira.
• Professora, nunca se casou.
Bastarda, escreveu sobre as
mazelas do mundo no qual vivia.
• Só recentemente sua obra foi
incluída no cânone da Literatura
Brasileira.
23
24. • A Escrava Isaura é um romance
escrito por Bernardo Guimarães em
plena campanha abolicionista, em
1875, vários anos depois de Úrsula.
• O livro, que se passa no início do
Segundo Império, conta as
desventuras de Isaura, escrava
branca, educada, virginal e vítima de
um senhor perverso.
• O grande sucesso editorial
permitiu que o autor se tornasse um
dos mais populares romancistas de
sua época sendo elogiado até por D.
Pedro II. 24
25. O baiano Castro Alves (1847-1871),
aos dezesseis anos já escrevia versos.
Passou pela faculdade de Direito do
Recife, mas terminou se mudando para
São Paulo.
Amigo de Luís Gama, pertencia à
mesma loja maçônica que Rui
Barbosa.
Escreveu toda sorte de versos, mas
os que mostram sua militância
antiescravista são os mais lembrados,
mesmo depois de sua morte, eles
eram recitados em eventos
abolicionistas. 25
26. • Joaquim Nabuco (1849-1910) foi
um político, diplomata, historiador,
jurista, orador e jornalista brasileiro.
• Defendia que cabia ao Parlamento
conduzir o processo de Abolição.
Atribuía à escravidão a
responsabilidade por boa parte dos
males do país.
• "
26
28. “No porto do Ceará não se embarca mais escravos”
(Greve dos Jangadeiros, 1881).
Chefiados pelo Dragão do Mar (Francisco José do
Nascimento, 1839-1914), nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de
1881 e, 3 de agosto do mesmo ano, os jangadeiros se
recusaram a transportar, do Porto de Fortaleza para os
navios negreiros, escravizados que seriam vendidos para
outras províncias.
Em 1882, Maria Tomásia Figueira Lima (1826-1902),
ajudou a fundar e foi a primeira presidente da Sociedade
das Cearenses Libertadoras que reunia 22 mulheres de
famílias influentes, elas reuniam fundos e convenciam
senhores a alforriarem seus escravos.
Em 25 de março de 1884, a escravidão foi extinta no
Ceará, dando força à campanha abolicionista no país. 28
29. • Também conhecido como "Projeto
48 A", previa não somente a libertação
dos maiores de 60 anos, mas o acesso
à terra para os ex-cativos.
• Estabelecia um ano para que todos
os escravos fossem registrados, seria
uma forma de descobrir sua idade e se
eles não seriam livres segundo as leis
do Ventre Livre e Eusébio de Queirós.
• Bania o tráfico regional. Com o
registro do domicílio do escravo, se
tentaria barrar a sua transferência
para outra região.
29
30. Determinava o estabelecimento de
colônias agrícolas geridas pelo
Estado e que acolhessem os ex-
cativos que, posteriormente, se
tornariam donos das terras. Para tal
fim deveria ser utilizado o Fundo
Emancipacionista criado pelo
Gabinete Rio Branco em 1871.
Por fim, a data da abolição total
seria fixada em 31 de dezembro de
1889.
Um segundo Projeto Dantas surgiria
em 1887, prevendo também acesso à
educação básica.
30
31. • A também conhecida como Saraiva-Cotegipe, de 28
de setembro de 1885, concedia liberdade aos
escravos maiores de 60 anos e estabelecia regras
para a libertação de outros escravizados mediante
indenização.
• Foi proposta durante um gabinete liberal presidido
por José Antônio Saraiva, e aprovado no gabinete
conservador do Barão de Cotegipe, por isso seu nome.
• A lei tinha como objetivo travar o movimento
abolicionista, mas teve efeito inverso, pois foi por
muitos considerada desumana.
• A Lei dos Sexagenários veio em resposta ao Projeto
Dantas, do senador liberal baiano Manuel Pinto de
Sousa Dantas.
31
32. • Segundo a lei, o escravo alforriado deveria
conceder mais três anos de trabalho gratuito ou até
completar 65 anos ao patrão, como forma de
indenização. Aos 65 anos, no entanto, o escravo
deveria ser libertado. A lei foi considerada retrógrada
e favorecendo os fazendeiros. Além disso: O ex-
escravo era obrigado a permanecer no mesmo
domicílio, salvo se morador de uma capital, no prazo
de cinco anos.
• Caso o escravo se ausentasse do domicílio seria
considerado vagabundo, poderia ser capturado pela
polícia e obrigado à trabalhos forçados em obras
públicas, ou colônias agrícolas.
32
33. • A abolição dependeu também da
ação de negros e negras que
ajudavam nas fugas, faziam
cadernetas de poupança para
alforriar cativos, reuniam-se nas
irmandades, etc.
• O fato é que a luta pela abolição
teve várias frentes.
• Ao lado, uma representação de
Adelina, vendedora de charutos,
nascida no Maranhão, escrava do
próprio pai contra a Lei do Ventre
Livre e que espionava para os
abolicionistas e os ajudava a dar
fuga a outros escravos.
33
34. • Os três maiores expoentes negros
da abolição foram Luís Gama, André
Rebouças e José do Patrocínio.
• Luís Gama (1830-82), filho de mãe
negra livre ativa na Revolta dos
Malês e na Sabinada, a famosa Luísa
Mahin, vendido pelo pai branco.
• Em São Paulo, aprendeu a ler e
conseguiu sua liberdade, tornou-se
advogado leigo (rábula) e grande
nome do ativismo judicial.
• Gama recorreu à leis, em
particular à Lei Feijó, para conseguir
a liberdade de muitos escravizados.
34
35. Luís Gama
35
A fotografia de Georges
Leuzinger, fotógrafo pioneiro
responsável por fixar boa
parte da iconografia
oitocentista do Rio, mostra
a Fazenda de café Quititi
(1865) no Rio de Janeiro que
ficava localizada em
Jacarepaguá, bairro da zona
oeste do Rio.
36. O Quilombo do Leblon foi fundado pelo português José
de Seixas Magalhães na Chácara das Camélias, cujo
nome veio da flor lá cultivada e que era símbolo dos
abolicionistas. Ele fornecia flores para a Princesa
Isabel (*na ilustração*) e era protegido por ela e pela
Confederação Abolicionista. 36
37. • André Rebouças (1838-1898) era
engenheiro militar, rábula, inventor de
armamentos durante a Guerra do
Paraguai, foi deputado e era muito
próximo ao imperador D. Pedro II. Seus
irmãos Antônio (1839-1874) e José
também eram engenheiros.
• Pertencia a uma pequena classe média
negra em ascensão no final do Império.
• Escreveu para vários jornais
defendendo não somente a abolição,
mas projetos que pudessem inserir os
libertos na sociedade com dignidade
para que se tornassem cidadãos. 37
39. • José Carlos do Patrocínio (1853-1905) foi
farmacêutico, jornalista, escritor, orador e
ativista político.
• Em 1880, fundou, com Joaquim Nabuco, a
Sociedade Brasileira Contra a Escravidão.
• Está associado à criação da Guarda
Negra, formada por ex-cativos que
defendiam a Princesa Isabel e enfrentavam
os republicanos, inclusive invadindo seus
comícios.
• Mesmo assim, aderiu de pronto à
República no 15 de novembro de 1889,
Patrocínio era vereador e foi o primeiro a
hastear a bandeira da república. 39
40. Nos anos após a Lei dos
Sexagenários, eventos de rua
abolicionistas eram atacados e
seus jornais empastelados.
Em outubro de 1887, o Clube
Militar se posiciona publicamente
contra o uso de militares do
Exército como capitães do mato,
isto é, na apreensão de escravos
fugitivos a carta foi escrita por
seu então presidente, o Marechal
Deodoro da Fonseca e entregue à
princesa regente.
40
41. • Aumento das fugas de escravos, especialmente em
São Paulo, com destaque ao grupo dos Caifazes, que
ajudou a criar o Quilombo Jabaquara, que em tupi
significa “toca de fuga”. Seu líder, Antônio Bento
(1843-1898), enviava emissários ao interior e estes,
junto com os escravos, organizava as fugas.
• O linchamento do delegado abolicionista Joaquim
Firmino de Araújo Cunha por cerca de 200 pessoas na
madrugada de 11 de fevereiro de 1888, na cidade de
Penha do Rio do Peixe. Ele foi morto na frente da
esposa e da filha pequena por um grupo liderado por
dois fazendeiros, um britânico e outro norte americano
que vieram para o Brasil depois da Guerra de
Secessão. 41
42. • Em 1887, São Paulo contabilizava cerca de 107 mil
escravizados, Minas Gerais tinha 191,9 mil e o Rio de
Janeiro liderava com 162 mil. Juntas, as três províncias
concentravam pouco mais de 63% do total.
42
43. • Declara extinta a escravidão
no Brasil: (...)
• Art. 1.º: É declarada extinta
desde a data desta lei a
escravidão no Brasil.
• Art. 2.º: Revogam-se as
disposições em contrário.
• Manda, portanto, a todas as
autoridades, a quem o
conhecimento e execução da
referida Lei pertencer, que a
cumpram, e façam cumprir e
guardar tão inteiramente como
nela se contém.
43
44. • A Princesa Isabel na condição de
regente assinou a lei que abolia a
escravidão.
• O texto curto não oferecia nem
compensação aos donos de escravos,
nem qualquer suporte para os ex-
cativos.
• Muitos continuaram onde estavam,
trabalhando na terra dos antigos
senhores como parceiros, ou
empregados, não raro, sem um salário
digno.
• Alguns, optaram por partir, ou foram
expulsos pela chegada dos imigrantes.
44
45. • Mesmo assim, o êxodo de ex-
escravizados para São Paulo, a capital,
demorou quase uma década.
• Em cidades como o Rio de Janeiro,
os libertos conseguiram melhores
condições de vida do que em São
Paulo, ocupando algumas funções
especializadas e compondo 30% dos
operários no final do século XIX.
• Ainda assim, a Abolição não
promoveu a inserção dos negros na
sociedade e manteve a desigualdade
social.
45
46. Machado de Assis (1839-1908) era
mulato e defensor da Abolição. Ele
comemorou a Abolição e estava
presente na Missa Campal do dia 17
de maio.
46
47. • A Abolição foi um duro golpe para os fazendeiros do
Vale do Paraíba. A produção cafeeira dessa região,
que abrangia parte do Rio de Janeiro e São Paulo,
vinha em declínio, os escravos eram o bem mais
importante desses fazendeiros.
• Sentindo-se traídos, eles, que eram um dos pilares
da Monarquia, retiraram seu apoio. Não foram
responsáveis pela queda do Regime, mas não se
moveram para defendê-lo.
• A Abolição terminou por acelerar a ruína da região
outrora mais rica do Império. Em 1919, o escritor
Monteiro Lobato publicaria o livro de contos Cidades
Mortas, abordando exatamente a decadência das
cidades do Vale do Paraíba.
47
49. • COTRIM, Gilberto. História Global. 17ª ed. São Paulo: Saraiva,
2019.
• FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14ª ed. São Paulo: UNESP, 2015.
• SCHWARCZ, Lilia M., STARLING, Heloísa M. Brasil: Uma Biografia.
São Paulo: Cia das Letras, 2015.
• ROSSI, Amanda, GRAGNANI, Juliana. Dossiê sobre o Fim da
Escravidão no Brasil. BBC News.
https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-sh/lutapelaabolicao
• REIS, João José. De Escravo a Rico Liberto : a Trajetória do
Africano Manoel Joaquim Ricardo na Bahia Oitocentista. rev. hist.
(São Paulo), n. 174, p. 15-68, jan.-jun., 2016.
https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/108145/115311
• SILVA, Eduardo. As camélias do Leblon e a abolição da
escravatura. Casa de Rui Barbosa.
http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/o-
z/FCRB_EduardoSilva_Camelias_Leblon_abolicao_escravatura.pdf
• Todos os links nos slides conduzem para artigos e páginas
consultadas. É só clicar se estiver conectado.
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