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MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
Conectivismo
Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
Mestrado de Comunicação Multimédia - Multimédia e Gestão do Conhecimento
Universidade de Aveiro
Resumo – Conectivismo. Nova tese criada por
George Siemens e Stephen Downes, intitulada
como a teoria de aprendizagem da era digital.
Ambos creem que existe uma nova forma de
aquisição e partilha de conhecimento em rede, no
qual apelidaram de Conectivismo.
Com o presente trabalho pretendemos expor em
que consiste esta nova permissível teoria de
aprendizagem, compará-la com as teorias
tradicionais - Behaviorismo, Cognitivismo e
Construtivismo, em que contextos se inserem, e
por fim onde pode ser identificada, apresentando-
se para o efeito alguns exemplos práticos.
Siemens e Downes realizaram um estudo às
limitações das teorias de aprendizagem existentes,
para explicar o efeito que a tecnologia provoca na
forma como vivemos, como comunicamos e como
aprendemos (Wilder, 2010). Afirmam que o
processo de aprendizagem está em mudança, pois
com o progresso tecnológico é possível partilhar
informação e dialogar com indivíduos que não
estejam na mesma área geográfica muito mais
facilmente, e que nenhuma das teorias existentes
se encaixa com a realidade.
Palavras Chave – Conectivismo, Conhecimento,
George Siemens, Aprendizagem em rede, Stephen
Downes.
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
I. Behaviorismo
O behaviorismo, por vezes designado por
comportamentalismo, é um conjunto de teorias
psicológicas que têm o comportamento como objeto de
estudo da psicologia; o comportamento é definido através
da análise de respostas a estímulos.
Consideram-se os filósofos russos Vladimir Mikhailovich
Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov os pais desta teoria
(Wikipédia, 2012). Bechterev foi o primeiro a propor uma
área da psicologia em que a pesquisa se baseasse no
estudo do comportamento, enquanto Pavlov propôs o
modelo de comportamento condicionado conhecido como
reflexo condicionado (conceituado através das
experiências com cães).
Existem vários tipos distintos de teorias behavioristas
criadas ao longo das décadas, que apenas “têm em comum
o interesse pelo tema e a certeza de que é possível criar
uma ciência que o estude” (Santana, 2007): Behaviorismo
Clássico, Behaviorismo Filosófico, Behaviorismo
Metodológico e Behaviorismo Radical.
Zuriff considera que existem três argumentos principais a
favor da teoria behaviorista (Graham, 2010):
• Epistémica: os factos que permite dizer, pelo menos
quando se trata de uma terceira pessoa, que uma dada
pessoa ou animal está num certo estado mental ou que
possui certa crença, são baseados nos comportamentos
observáveis (Graham, 2010).
• A crença de que existem procedimentos mentais inatos é
rejeitada e substituída pela de que todos os
comportamentos são aprendidos através do
condicionamento.
• Os estados mentais são em si próprios comportamentos,
logo não são explicação para comportamentos externos,
não são considerados estímulos. Este argumento não é
consistente entre os vários behavioristas (Graham, 2010).
II. Cognitivismo
O cognitivismo tem as suas bases nos modelos de Pavlov
e de Hull, com Neisser como teórico principal através da
sua teoria de sistemas e Von Neumann como criador do
modelo de processamento da informação para
computadores (Porto Editora, 2003-2012).
Nesta teoria, o objeto de estudo é subjetivo – conteúdos
mentais – e uma das principais tarefas é a construção de
modelos matemáticos em diferentes campos de
investigação (inteligência artificial, memória semântica,
estilos cognitivos de personalidade, ...)
O objetivo é de “compreender as capacidades, os
processos, estratégias e representações mentais básicos
subjacentes ao comportamento inteligente apresentado
pelas pessoas no desempenho de tarefas” complicadas
(Porto Editora, 2003-2012).
As grandes áreas de investigação do cognitivo ou
psicologia cognitiva são a perceção, memória,
representação do conhecimento, linguagem e pensamento
(Wikipedia, 2011).
III. Construtivismo
Teoria que considera que nada está terminado, em
especial que o conhecimento não é dado nunca como
terminado. Este é constituído pela interação do individuo
2
MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
“com o meio físico e social, com o simbolismo humano,
com o mundo das relações sociais” (Becker, 2009).
O conhecimento é construído através das experiências e
não numa “bagagem” hereditária, considerando que antes
de qualquer ação não existe consciência ou conhecimento
(Becker, 2009).
Segundo Piaget, "as relações entre o sujeito e o seu meio
consistem numa interação radical, de modo tal que a
consciência não começa pelo conhecimento dos objetos
nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado
indiferenciado; e é desse estado que derivam dois
movimentos complementares, um de incorporação das
coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias
coisas" (Piaget, 1959).
IV. O Conectivismo em comparação com as teorias
de aprendizagem clássicas
O Behaviorismo foi a primeira teoria de aprendizagem a
aparecer no início do século XX, com um enfoque no
comportamento passível de observação. A aprendizagem
baseada em respostas a estímulos e na memorização de
experiências diversas vezes repetidas (quanto mais
repetições mais “impregnada” a memória no indivíduo).
Quase a par com o Behaviorismo, surge o Construtivismo,
teoria que concebe a aprendizagem como um ato social,
constituído por cada indivíduo, que é influenciado pela
participação e empenho social do mesmo e que tem as
experiências passadas como ponto importante, adaptadas
sobre um ponto de vista do contexto atual.
Por volta de meio do século, surge um descontentamento
generalizado para com o Behaviorismo que leva a criação
do Cognitivismo, uma teoria de aprendizagem que
aparece no seguimento da Teoria dos Sistemas, as
ciências da computação, a cibernética, as Teorias de
Informação e a robótica (Cognitivismo - Visão Histórica).
Assim, a aprendizagem é vista como uma tarefa
estruturada, quase computacional, que é influenciada por
experiências prévias e que assenta na recuperação de
informação armazenada. Os raciocínios são objetivos,
claros e focados na resolução de problemas.
No século XXI, surge a (ainda não aceite como) teoria do
Conectivismo que considera a aprendizagem um ato
social que acontece em rede, através do reconhecimento e
interpretação de padrões e que é tecnologicamente
potenciado. Assim, existem inúmeras formas de
conhecimento numa rede composta por diversos nós em
constante mudança (ver Tabela 1, que se encontra em
anexo).
CONECTIVISMO – CONCEITO
Conectivismo é a teoria de aprendizagem que George
Siemens e Stephen Downes propõem como sendo a mais
adaptada à realidade da Era Digital, onde a tecnologia tem
grande influência na forma como vivemos, comunicamos
e aprendemos.
A teoria do Conectivismo surgiu para responder às
necessidades que o panorama da aprendizagem do século
XXI trouxe, geradas pelo desenvolvimento tecnológico,
transformações económicas, sociais e culturais. Vem
colmatar as insuficiências que Siemens verifica nas
anteriores teorias de aprendizagem — Behaviorismo,
Cognitivismo ou Construtivismo, já abordados no secção
anterior — pois estas enquadram-se num tempo em que a
aprendizagem não beneficiava do tremendo impacto
tecnológico que testemunhamos atualmente.
As teorias mencionadas não previam as inúmeras
possibilidades de ambientes sociais subjacentes ao
processo de aprendizagem, como a importância da
aprendizagem informal, ou a variedade de formas e meios
de aprendizagem disponibilizados pelas novas tecnologias
– comunidades de práticas, redes pessoais ou tarefas
ligadas ao desempenho de uma profissão, que se
desenvolvem continuamente.
Siemens descreve o conectivismo como a integração de
princípios explorados pelo caos, a rede, e a complexidade
e as teorias que se organizam por si só (Siemens, 2004). A
sua visão assenta em vários pilares:
A aprendizagem é um processo que permite conectar nós
especializados ou fontes de informação.
A aprendizagem pode residir em dispositivos não-
humanos.
A capacidade de aumentar o conhecimento é mais
importante do que aquilo que se sabe num determinado
momento.
A aprendizagem e o conhecimento apoiam-se numa
diversidade de opiniões.
Nutrir e manter conexões é fundamental para facilitar a
aprendizagem.
O ato de tomar decisões revela-se, por si só, um processo
de aprendizagem
Também Stephen Downes contribuiu para a
fundamentação desta nova teoria. Um contributo
importante prendeu-se com a adição da definição de
conhecimento distribuído, ou conectivo, aos
conhecimentos já considerados — qualitativo e
quantitativo. Na opinião deste autor, o Conectivismo
baseia-se na distribuição de conhecimento por uma rede
de conexões, onde o foco da aprendizagem está na
habilidade de construir e conectar essas ligações.
(Downes, 2007)
No conectivismo não existe uma noção de construção ou
transferência de conhecimento, este não é adquirido
fisicamente, com base na linguagem e lógica. Segundo
Downes, na prática, o ensino caracteriza-se pela
modelação e demonstração, enquanto que a
aprendizagem, baseia-se na prática e na reflexão
(Downes, 2007).
Assim, a teoria conectivista da aprendizagem, distingue-
se, de acordo com Siemens, por cinco elementos-base:
1. O conectivismo é a aplicação de princípios das
redes para definir tanto o conhecimento como o processo
de aprendizagem. O conhecimento define-se como um
padrão particular de relações e a aprendizagem como a
3
MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
criação de novas conexões e padrões, por um lado, e a
capacidade de as manobrar nesse mesmo meio.
2. O conectivismo aborda os princípios de
aprendizagem a vários níveis, como
biológico/neurológico, conceptual e social.
3. O conectivismo, centra a tecnologia na
distribuição de cognição e conhecimento. O conhecimento
reside nas conexões que formamos, com outras pessoas ou
fontes de informação não-humanas, como bases de
dados.
4. O contexto — O conectivismo, reconhece a
natureza fluida do conhecimento e as suas
ligações/conexões, com base no contexto.
5. No conectivismo, o fluxo rápido e a abundância
de informação, eleva os conceitos defendidos por outras
teorias de aprendizagem — Compreensão, coerência,
interpretação (sensemaking), significado (meaning) —a
um nível critico de importância.
Em suma, a teoria da aprendizagem, dita como da era
digital, baseia-se no conhecimento distribuído em redes
construídas por conexões, sobre várias áreas, e
consequentemente, a aprendizagem consiste na
descodificação da informação captada nesses conjuntos e
ligações. Neste não se quantifica a transferência ou
criação de conhecimento, mas sim as práticas que
desenvolvemos na busca de conhecimento. (Downes,
2007)
CONECTIVISMO - CONTEXTO
I. Como o Conectivismo se relaciona com as novas
tecnologias
“More than anything else, being an educated person
means being able to see connections so as to be able to
make sense of the world and act within it in creative
ways” William Cronon.
Os avanços na educação têm de reconhecer as alterações e
as necessidades requeridas pela sociedade, têm que
considerar e repensar em novas formas de aprendizagem e
conhecimento.
Com todas as condições que a Web 2.0 e os avanços
tecnológicos oferecem, os professores têm agora
diferentes meios para interagir com os alunos e lidar com
o conteúdo em diferentes formas apresentando-se assim
esta teoria de aprendizagem contexto educativo. Este
conceito, relaciona a conexão e a adaptação do
conhecimento de forma colaborativa na rede.
Siemens defende que esta teoria reflete que o
conhecimento está distribuído em toda a rede, o ato de
aprender está adquirir novas formas, em diversas redes,
em variadas ligações que temos e que tendem a criação de
novos padrões (Siemens, 2008).
Quando falamos de conectivismo o seu contexto mais
apropriado é o ensino, visto que as pessoas aprendem em
grupo, reagrupando-se áreas, grupos, temáticas
semelhantes de interesses que permitem interação,
partilha, discussão e pensamento colaborativo.
A rápida evolução tecnológica permitiu desenvolver
novas e diferentes estruturas educacionais, novas formas
de absorção de conhecimento. As redes dão a
possibilidade das pessoas usufruírem de todo o conteúdo e
de novas ligações que permitam a aprendizagem
colaborativa.
Contudo, Stephen Downes e George Siemens sugerem
que o Conectivismo tem de ser limitado apenas ao
conhecimento online. A forma de aprender online é um
marco importante nesta teoria, mas deve ser possível a sua
aplicação noutros contextos que ajudem na aprendizagem,
nas relações presentes no nosso quotidiano, e que tenha
resultados na forma de como aprendemos e como
compreendemos (Kop & Hill, 2008).
O CONECTIVISMO – EVIDÊNCIAS DE APLICAÇÃO
PRÁTICA
I. Sistemas de gestão de aprendizagem
A internet trouxe mais-valias em todas as áreas e no
ensino não foi exceção. A revolução no ensino demorou a
aparecer, mas entretanto chegou com as ferramentas dos
Sistemas de Gestão de Aprendizagem, também
conhecidas por e-learning.
Estes não são mais que aplicações web, ferramentas que
correm num servidor e que podem ser acedidas pelo
professor e pelos estudantes através de um browser.
Através deste sistema apenas os alunos inscritos na
disciplina têm acesso aos materiais, oferecendo um
conjunto de opções que elevam os métodos de ensino a
outro nível.
Começando pelos materiais de apoio, estas plataformas
disponibilizam simples formulários para o upload de
documentos que os estudantes podem não só consultar
como fazer o download dos mesmos. Além disso, é
possível criar fóruns ou chats, estimulando a discussão e
criando-se um espaço onde facilmente são respondidas
questões. O professor pode inserir quizzes para ajudar os
estudantes a compreender a matéria, pode fornecer prazos
para a entrega de trabalhos, passado os quais, torna-se
impossível ao aluno fazer o upload do seu trabalho,
podendo ainda limitar as permissões dos estudantes em
relação à visualização das notas, fazendo com que o aluno
x apenas tenha acesso à sua nota (Cole & Foster, 2008).
O aparecimento destes sistemas possibilitou o ensino
online, no entanto, não existe dúvida que o melhor ensino
é aquele que continua a ter contato pessoal entre professor
e alunos, e ao mesmo tempo utiliza estas ferramentas. De
facto, e pegando no exemplo dos fóruns, existem
estudantes tímidos que possivelmente não se sentem tão à
vontade em expressar a sua opinião numa sala cheia de
colegas, e aqui nestes fóruns online, conseguem
facilmente dar a sua opinião ou tirar alguma dúvida.
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MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
II. O Moodle
O Moodle é um dos muitos sistemas de e-learning criado
por Martin Dougiamas, um educador e investigador na
área da ciência da computação dedicado aos Sistemas de
Gestão de Aprendizagem na Universidade de Perth,
Austrália (Cole & Foster, 2008) e atualmente utilizado em
218 países (Moodle, 2001).
Entre instituições ou individuais, o Moodle é usado por
Universidades, Escolas Básicas ou Secundárias,
Departamentos do Governo, Organizações de saúde ou
militares, companhias aéreas e de petróleo bem como na
educação especial.
Este sistema possui a mais-valia de ser open source, e por
isso, pode ser adaptado consoante as necessidades. Basta
fazer download gratuito em www.moodle.org (Cole &
Foster, 2008). Pode ser instalado em qualquer
computador, seja o Sistema Operativo Windows, Mac ou
Linux e em quantos servidores desejar.
O nome pelo qual é conhecido é um acrónimo de
“Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Environment”. Mas além disso é uma palavra que
descreve a preguiça em fazer alguma coisa, em como
seria melhor fazer ao gosto de cada um. O nome Moodle
tem a ver como foi desenvolvido e com a forma como o
ensino pode ser realizado online (Moodle, 2001).
III. Estatísticas
O caráter livre do Moodle faz com que nenhuma
instituição seja obrigada a informar o está a utilizar. No
entanto, alguns escolheram registar os seus sites e é esse
número que é apresentado no gráfico em baixo.
FIGURA 1 – Sites registados no moodle
Como se pode ler no gráfico 66,244 é o número de sites
registados, oriundos de 218 países. E estes são apenas
aqueles que se podem afirmar com certeza. Os números
acabam por falar por si, mostrando a enorme quantidade
de cursos, professores e alunos que utilizam o Moodle.
Para uma maior compreensão dos sites com mais
utilizadores ou com mais cursos, incluímos os dois
seguintes gráficos.
FIGURA 2 - Sites com mais utilizadores e cursos no Moodle
Estes dados vêm como espécie de curiosidade, dando uma
ideia das instituições que estão a utilizar o Moodle de uma
forma mais plena.
Figura 3 - Top 10 dos países por registo no Moodle
Em termos de países, o gráfico Top 10 Countries by
Registrations deixa bem claro que é nos Estados Unidos
da América que existem mais sites registados, logo
seguido pela vizinha Espanha. Portugal aparece em
sétimo na lista com 2,110 sites registados.
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MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
IV. Funcionalidades
Sendo um Sistema de Gestão de Aprendizagem e
oferecendo as ferramentas já referidas anteriormente,
podem ser configuradas cerca de 20 atividades diferentes,
entre elas encontramos os fóruns, quizzes, áreas de
disponibilização de material e de avaliação.
O acesso ao site pode ser feito através de um login ou
pode ser assinado automaticamente a partir de outro
sistema. Estas opções são definidas pelo administrador, a
mesma pessoa que atribuiu as nomeações de ‘estudante’
ou professor’ (Moodle, 2001).
Este é um sistema direcionado para a educação, podendo
ser organizado por semana ou tópico. Além disso,
enquanto outros sistemas incentivam a disponibilização
de material estático, no Moodle podem ser partilhados não
só documentos de texto como apresentações, vídeos, etc.
O objetivo passa pela partilha de ideias e pela construção
do conhecimento (Cole & Foster, 2008).
A comunidade de utilizadores e developers é tão grande
que torna-se simples aceder a tutoriais, tirar dúvidas ou
aprender dicas que melhorem a utilização da plataforma.
A facilidade e a eficiência deste sistema tem vindo a
revolucionar o e-learning ao mesmo tempo que
complementa um curso presencial. Um dos casos de
sucesso é o da British Open University. Em 2009 foi
realizado um estudo tendo como base a utilização do
Moodle nesta escola e chegou-se à conclusão que não
existia um sistema tão funcional como este. A plataforma
tornou-se numa ótima ferramenta de trabalho, onde
facilmente eram discutidas ideias (Kehrer, 2009).
V. MOOC
Os Massive Open Online Course são um tipo de curso e-
learning por norma gratuito, desenvolvido por George
Siemens e Stephen Downes, onde os participantes e os
materiais estão distribuídos. O curso é obrigatoriamente
aberto a qualquer individuo, não tendo por norma
qualquer tipo de pré-requisito, funcionado melhor, quanto
maior for o número de participantes. O MOOC foi criado
tendo como base as ‘leis’ do Conectivismo, sendo estes
uma forma de conectar os instrutores com os participantes
e vice-versa (Wikipedia, 2012).
Assim, os MOOC são a mais recente forma de
desenvolvimento de cursos online, tendo como base os
Sistemas de Gestão de Aprendizagem, já expostos
anteriormente. Os cursos online já disponibilizados
encontram-se em mooc.ca.
REFLEXÃO CRÍTICA
Ao longo do presente trabalho foi exposto o conceito em
torno do termo conectivismo, ou como também é referido
por Siemens e Downes, “network learning”, efetuada
uma comparação com as restantes teorias tradicionais, isto
é, em que contexto é possível observar a teoria,
nomeadamente, a sua relação intrínseca com a tecnologia,
o conhecimento distribuído, a aprendizagem em rede, as
vantagens que poderão existir numa aprendizagem
adotada ao conectivismo e alguns exemplos práticos.
Em suma, tudo se desencadeia quando Siemens e
Downes, teóricos da aprendizagem e blogueres, se
apercebem que os seus blogs lhes permitiam obter
conexões com o resto do mundo. Conexões essas que lhes
abriam novas portas de aprendizagem (Schwier, 2008).
Depararam-se que as teorias tradicionais de aprendizagem
já não se encaixavam com a realidade e com a forma
como os indivíduos aprendem. Ainda assim, admitem que
todas as suas reflexões têm uma herança das teorias
anteriores, embora com o conectivismo seja possível a
aplicação de princípios de rede ao processo de
aprendizagem. Siemens e Downes dão sempre grande
ênfase à conexão e à rede, ao contrário do que acontece
no Construtivismo de Jean Piaget e Lev Vygotshy.
Siemens (2006) refere que a aprendizagem é uma
atividade constante nas nossas vidas, é contínua,
permanente e fluída e a tecnologia potencia-a cada vez
mais, ligando os indivíduos e conectado diversas áreas.
Conexões essas que determinam o fluxo do
conhecimento.
Assim, é referido que o conhecimento é distribuído
através de uma rede de conexões e que a aprendizagem
consiste na habilidade do aprendiz em conseguir construir
e atravessar essas redes (Downes, 2007), em contraste
com o Construtivismo, onde o individuo constrói o seu
próprio conhecimento (Santos, 2012).
Sendo desde o início um tema controverso, muitas têm
sido as críticas efetuadas pelos demais teóricos. Alguns
afirmam que a inovação na educação por vezes não passa
da reprodução de velhos métodos, desenvolvidos agora
com novas ferramentas, mas onde nada de substancial se
altera, ao qual Siemens e Downes em resposta, afirmam
que as suas ideias têm obrigatoriamente que ter uma
herança das teorias anteriores.
Plon Verhagen, um dos maiores críticos ao Conectivismo,
considera não existir nada de novo neste e afirma até que
é ‘filosofar sem fundamento’, onde a ‘suposta’ teoria não
passa de um ponto de vista pedagógico (Koop & Hill,
2008). Em resposta, Siemens escreve o artigo
“Connectivism: Learning Theory or Pastime of the Self-
Amused?” onde fundamenta a sua teoria, percorrendo
distintas áreas.
Também Bill Kerr critica o Conectivismo, expondo que as
teorias tradicionais existentes já respondem de uma forma
satisfatória ao contexto atual, apenas nos encontramos
numa era tecnológica e conectada (Koop & Hill, 2008).
Afirma ainda, que todo o contexto dos ambientes de
conhecimento foi contabilizado na teoria de Vygotsky –
Construtivismo Social, tal como o Construtivismo de
Papert e Clark, com as suas comunidades de prática, tendo
estas teorias surgido muito antes das ideias de Siemens e
Downes (Koop & Hill, 2008).
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MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
Este é sem dúvida um tema controverso, onde diariamente
são expostas novas criticas, positivas e negativas.
De facto, é necessário concordar com Siemens e Downes,
que as teorias tradicionais já não se encaixam
inteiramente à realidade da aprendizagem atual. A
necessidade de um modelo que se adapte à era digital é
uma realidade, mas será o Conectivismo a resposta?
Acima de tudo, encontramo-nos numa era de mudanças.
Desde o surgimento da web 2.0 em 2004, a facilidade de
nos comunicarmos e interagirmos com o resto do mundo é
cada vez mais simples e espontânea, onde a procura da
informação através de wikis, redes sociais, podcasts, é um
ato cada vez mais comum, o que influência cada vez mais,
o próprio aprendiz e a aprendizagem em rede,
estimulando a novas formas de aprendizagem,
comunicação e de conecção com o mundo.
Assim, o aparecimento de uma nova teoria da
aprendizagem é inevitável, apenas permanece a dúvida se
o conectivismo será a resposta.
REFERÊNCIAS
Becker, F. (2009). O que é o Construtivismo? UFRGS - PEAD 2009/1.
Cognitivismo - Visão Histórica. (s.d.). Retrieved 21/03/2012 from
<http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/cognitiv.htm>
Cole, J., & Foster, H. (2008). Using Moodle (2 ed.): O’Reilly.
Downes, S. (2007). Msg. 30, Re: What Connectivism Is. Connectivism
Conference: University of Manitoba. Retrieved 22/03/12 from
<http://ltc.umanitoba.ca/moodle/mod/forum/discuss.php?d=12>
Graham, G. (2010, 07 27). Behaviorism (E. N. Zalta, Editor). Retrieved
19/03/2012 from The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2010
Edition) <http://plato.stanford.edu/entries/behaviorism/>.
Moodle. (2001, 19 March, 2012). Moodle.org: open-source community-
based tools for learning. Retrieved 21/03/2012 from
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Piaget, J. a. (1959). O nascimento da inteligência na criança. São Paulo:
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Schwier, R. (2008). George Siemens entrevistado por Richard Schwier,
da Universidade de Saskatchewan (15.08-2008). Retrieved 19/03/2012
from <http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo>
Siemens, G. (2008). Learning and Knowing in Networks: Changing
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for Discussion.
Wilder, M. (2010). Introduction to Connectivism. Retrieved 19/03/2012
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Kehrer, A. (2009, 16 November, 2009). Simply the Best: Case Study for
Moodle at Open University. Retrieved 21/03/2012 from
<http://www.linuxpromagazine.com/Online/News/Simply-the-Best-
Case-Study-for-Moodle-at-Open-University>
Kop, R., & Hill, A. (2008). Connectivism: Learning theory of the future
or vestige of the past? (Vol. 9).
Wikipedia. (2011, 11 01). Psicologia Cognitiva. Retrieved 20/03/2012
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Wikipedia (2012). MOOC. Retrieved 22/03/2012 from
<http://en.wikipedia.org/wiki/Massive_open_online_course>.
Siemens, George (2008). What is the unique idea in Connectivism?
elearnspace. Retrieved 22/03/2012 from
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Downes, Stephen (2007). What Connectivism Is. Half an Hour.
Retrieved 22/03/2012 from
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Siemens, George (2004). Connectivism: A Learning Theory for the
Digital Age. elearnspace. Retrtieved 22/03/2012 from
<http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm>
7
MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins
ANEXO
TABELA 1 – Conectivismo e as teorias de aprendizagem clássica
Como ocorre a
aprendizagem?
Fatores de
influência
O papel da
memória
Como ocorre a
transferência?
A teoria em
síntese
Behaviorismo
Enfoque no
comportamento
observável
Natureza da
recompensa,
punição,
estímulos
A memória é o
inculcar
(hardwiring) de
experiências
repetidas – onde
a recompensa e
a punição são
mais influentes
Estímulo,
resposta
Aprendizagem
baseada em
tarefas
Cognitivismo
Estruturada,
computacional
Esquemas
(schema)
existentes,
experiencias
prévias
Codificação,
armazenamento,
recuperação
(retrieval)
Duplicação dos
constructos de
conhecimento
de quem sabe
(“knower”)
Raciocínio,
objetivos claros,
resolução de
problemas
Construtivismo
Social, sentido
construído por
cada aprendente
(pessoal)
Empenhamento
(engagement),
participação,
social, cultural
Conhecimento
prévio
remisturado
para o contexto
atual
Socialização
Social, vaga
(“mal definida”)
Conectivismo
Distribuído
numa rede,
social,
tecnologicament
e potenciado,
reconhecer e
interpretar
padrões
Diversidade da
rede
Padrões
adaptativos,
representativos
do estado atual,
existente nas
redes
Conexão
(adição) com
nós (nodes)
Aprendizagem
complexa,
núcleo que
muda
rapidamente,
diversas fontes
de
conhecimento

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  • 1. 1 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins Conectivismo Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins Mestrado de Comunicação Multimédia - Multimédia e Gestão do Conhecimento Universidade de Aveiro Resumo – Conectivismo. Nova tese criada por George Siemens e Stephen Downes, intitulada como a teoria de aprendizagem da era digital. Ambos creem que existe uma nova forma de aquisição e partilha de conhecimento em rede, no qual apelidaram de Conectivismo. Com o presente trabalho pretendemos expor em que consiste esta nova permissível teoria de aprendizagem, compará-la com as teorias tradicionais - Behaviorismo, Cognitivismo e Construtivismo, em que contextos se inserem, e por fim onde pode ser identificada, apresentando- se para o efeito alguns exemplos práticos. Siemens e Downes realizaram um estudo às limitações das teorias de aprendizagem existentes, para explicar o efeito que a tecnologia provoca na forma como vivemos, como comunicamos e como aprendemos (Wilder, 2010). Afirmam que o processo de aprendizagem está em mudança, pois com o progresso tecnológico é possível partilhar informação e dialogar com indivíduos que não estejam na mesma área geográfica muito mais facilmente, e que nenhuma das teorias existentes se encaixa com a realidade. Palavras Chave – Conectivismo, Conhecimento, George Siemens, Aprendizagem em rede, Stephen Downes. INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DE APRENDIZAGEM I. Behaviorismo O behaviorismo, por vezes designado por comportamentalismo, é um conjunto de teorias psicológicas que têm o comportamento como objeto de estudo da psicologia; o comportamento é definido através da análise de respostas a estímulos. Consideram-se os filósofos russos Vladimir Mikhailovich Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov os pais desta teoria (Wikipédia, 2012). Bechterev foi o primeiro a propor uma área da psicologia em que a pesquisa se baseasse no estudo do comportamento, enquanto Pavlov propôs o modelo de comportamento condicionado conhecido como reflexo condicionado (conceituado através das experiências com cães). Existem vários tipos distintos de teorias behavioristas criadas ao longo das décadas, que apenas “têm em comum o interesse pelo tema e a certeza de que é possível criar uma ciência que o estude” (Santana, 2007): Behaviorismo Clássico, Behaviorismo Filosófico, Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical. Zuriff considera que existem três argumentos principais a favor da teoria behaviorista (Graham, 2010): • Epistémica: os factos que permite dizer, pelo menos quando se trata de uma terceira pessoa, que uma dada pessoa ou animal está num certo estado mental ou que possui certa crença, são baseados nos comportamentos observáveis (Graham, 2010). • A crença de que existem procedimentos mentais inatos é rejeitada e substituída pela de que todos os comportamentos são aprendidos através do condicionamento. • Os estados mentais são em si próprios comportamentos, logo não são explicação para comportamentos externos, não são considerados estímulos. Este argumento não é consistente entre os vários behavioristas (Graham, 2010). II. Cognitivismo O cognitivismo tem as suas bases nos modelos de Pavlov e de Hull, com Neisser como teórico principal através da sua teoria de sistemas e Von Neumann como criador do modelo de processamento da informação para computadores (Porto Editora, 2003-2012). Nesta teoria, o objeto de estudo é subjetivo – conteúdos mentais – e uma das principais tarefas é a construção de modelos matemáticos em diferentes campos de investigação (inteligência artificial, memória semântica, estilos cognitivos de personalidade, ...) O objetivo é de “compreender as capacidades, os processos, estratégias e representações mentais básicos subjacentes ao comportamento inteligente apresentado pelas pessoas no desempenho de tarefas” complicadas (Porto Editora, 2003-2012). As grandes áreas de investigação do cognitivo ou psicologia cognitiva são a perceção, memória, representação do conhecimento, linguagem e pensamento (Wikipedia, 2011). III. Construtivismo Teoria que considera que nada está terminado, em especial que o conhecimento não é dado nunca como terminado. Este é constituído pela interação do individuo
  • 2. 2 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins “com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais” (Becker, 2009). O conhecimento é construído através das experiências e não numa “bagagem” hereditária, considerando que antes de qualquer ação não existe consciência ou conhecimento (Becker, 2009). Segundo Piaget, "as relações entre o sujeito e o seu meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas" (Piaget, 1959). IV. O Conectivismo em comparação com as teorias de aprendizagem clássicas O Behaviorismo foi a primeira teoria de aprendizagem a aparecer no início do século XX, com um enfoque no comportamento passível de observação. A aprendizagem baseada em respostas a estímulos e na memorização de experiências diversas vezes repetidas (quanto mais repetições mais “impregnada” a memória no indivíduo). Quase a par com o Behaviorismo, surge o Construtivismo, teoria que concebe a aprendizagem como um ato social, constituído por cada indivíduo, que é influenciado pela participação e empenho social do mesmo e que tem as experiências passadas como ponto importante, adaptadas sobre um ponto de vista do contexto atual. Por volta de meio do século, surge um descontentamento generalizado para com o Behaviorismo que leva a criação do Cognitivismo, uma teoria de aprendizagem que aparece no seguimento da Teoria dos Sistemas, as ciências da computação, a cibernética, as Teorias de Informação e a robótica (Cognitivismo - Visão Histórica). Assim, a aprendizagem é vista como uma tarefa estruturada, quase computacional, que é influenciada por experiências prévias e que assenta na recuperação de informação armazenada. Os raciocínios são objetivos, claros e focados na resolução de problemas. No século XXI, surge a (ainda não aceite como) teoria do Conectivismo que considera a aprendizagem um ato social que acontece em rede, através do reconhecimento e interpretação de padrões e que é tecnologicamente potenciado. Assim, existem inúmeras formas de conhecimento numa rede composta por diversos nós em constante mudança (ver Tabela 1, que se encontra em anexo). CONECTIVISMO – CONCEITO Conectivismo é a teoria de aprendizagem que George Siemens e Stephen Downes propõem como sendo a mais adaptada à realidade da Era Digital, onde a tecnologia tem grande influência na forma como vivemos, comunicamos e aprendemos. A teoria do Conectivismo surgiu para responder às necessidades que o panorama da aprendizagem do século XXI trouxe, geradas pelo desenvolvimento tecnológico, transformações económicas, sociais e culturais. Vem colmatar as insuficiências que Siemens verifica nas anteriores teorias de aprendizagem — Behaviorismo, Cognitivismo ou Construtivismo, já abordados no secção anterior — pois estas enquadram-se num tempo em que a aprendizagem não beneficiava do tremendo impacto tecnológico que testemunhamos atualmente. As teorias mencionadas não previam as inúmeras possibilidades de ambientes sociais subjacentes ao processo de aprendizagem, como a importância da aprendizagem informal, ou a variedade de formas e meios de aprendizagem disponibilizados pelas novas tecnologias – comunidades de práticas, redes pessoais ou tarefas ligadas ao desempenho de uma profissão, que se desenvolvem continuamente. Siemens descreve o conectivismo como a integração de princípios explorados pelo caos, a rede, e a complexidade e as teorias que se organizam por si só (Siemens, 2004). A sua visão assenta em vários pilares: A aprendizagem é um processo que permite conectar nós especializados ou fontes de informação. A aprendizagem pode residir em dispositivos não- humanos. A capacidade de aumentar o conhecimento é mais importante do que aquilo que se sabe num determinado momento. A aprendizagem e o conhecimento apoiam-se numa diversidade de opiniões. Nutrir e manter conexões é fundamental para facilitar a aprendizagem. O ato de tomar decisões revela-se, por si só, um processo de aprendizagem Também Stephen Downes contribuiu para a fundamentação desta nova teoria. Um contributo importante prendeu-se com a adição da definição de conhecimento distribuído, ou conectivo, aos conhecimentos já considerados — qualitativo e quantitativo. Na opinião deste autor, o Conectivismo baseia-se na distribuição de conhecimento por uma rede de conexões, onde o foco da aprendizagem está na habilidade de construir e conectar essas ligações. (Downes, 2007) No conectivismo não existe uma noção de construção ou transferência de conhecimento, este não é adquirido fisicamente, com base na linguagem e lógica. Segundo Downes, na prática, o ensino caracteriza-se pela modelação e demonstração, enquanto que a aprendizagem, baseia-se na prática e na reflexão (Downes, 2007). Assim, a teoria conectivista da aprendizagem, distingue- se, de acordo com Siemens, por cinco elementos-base: 1. O conectivismo é a aplicação de princípios das redes para definir tanto o conhecimento como o processo de aprendizagem. O conhecimento define-se como um padrão particular de relações e a aprendizagem como a
  • 3. 3 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins criação de novas conexões e padrões, por um lado, e a capacidade de as manobrar nesse mesmo meio. 2. O conectivismo aborda os princípios de aprendizagem a vários níveis, como biológico/neurológico, conceptual e social. 3. O conectivismo, centra a tecnologia na distribuição de cognição e conhecimento. O conhecimento reside nas conexões que formamos, com outras pessoas ou fontes de informação não-humanas, como bases de dados. 4. O contexto — O conectivismo, reconhece a natureza fluida do conhecimento e as suas ligações/conexões, com base no contexto. 5. No conectivismo, o fluxo rápido e a abundância de informação, eleva os conceitos defendidos por outras teorias de aprendizagem — Compreensão, coerência, interpretação (sensemaking), significado (meaning) —a um nível critico de importância. Em suma, a teoria da aprendizagem, dita como da era digital, baseia-se no conhecimento distribuído em redes construídas por conexões, sobre várias áreas, e consequentemente, a aprendizagem consiste na descodificação da informação captada nesses conjuntos e ligações. Neste não se quantifica a transferência ou criação de conhecimento, mas sim as práticas que desenvolvemos na busca de conhecimento. (Downes, 2007) CONECTIVISMO - CONTEXTO I. Como o Conectivismo se relaciona com as novas tecnologias “More than anything else, being an educated person means being able to see connections so as to be able to make sense of the world and act within it in creative ways” William Cronon. Os avanços na educação têm de reconhecer as alterações e as necessidades requeridas pela sociedade, têm que considerar e repensar em novas formas de aprendizagem e conhecimento. Com todas as condições que a Web 2.0 e os avanços tecnológicos oferecem, os professores têm agora diferentes meios para interagir com os alunos e lidar com o conteúdo em diferentes formas apresentando-se assim esta teoria de aprendizagem contexto educativo. Este conceito, relaciona a conexão e a adaptação do conhecimento de forma colaborativa na rede. Siemens defende que esta teoria reflete que o conhecimento está distribuído em toda a rede, o ato de aprender está adquirir novas formas, em diversas redes, em variadas ligações que temos e que tendem a criação de novos padrões (Siemens, 2008). Quando falamos de conectivismo o seu contexto mais apropriado é o ensino, visto que as pessoas aprendem em grupo, reagrupando-se áreas, grupos, temáticas semelhantes de interesses que permitem interação, partilha, discussão e pensamento colaborativo. A rápida evolução tecnológica permitiu desenvolver novas e diferentes estruturas educacionais, novas formas de absorção de conhecimento. As redes dão a possibilidade das pessoas usufruírem de todo o conteúdo e de novas ligações que permitam a aprendizagem colaborativa. Contudo, Stephen Downes e George Siemens sugerem que o Conectivismo tem de ser limitado apenas ao conhecimento online. A forma de aprender online é um marco importante nesta teoria, mas deve ser possível a sua aplicação noutros contextos que ajudem na aprendizagem, nas relações presentes no nosso quotidiano, e que tenha resultados na forma de como aprendemos e como compreendemos (Kop & Hill, 2008). O CONECTIVISMO – EVIDÊNCIAS DE APLICAÇÃO PRÁTICA I. Sistemas de gestão de aprendizagem A internet trouxe mais-valias em todas as áreas e no ensino não foi exceção. A revolução no ensino demorou a aparecer, mas entretanto chegou com as ferramentas dos Sistemas de Gestão de Aprendizagem, também conhecidas por e-learning. Estes não são mais que aplicações web, ferramentas que correm num servidor e que podem ser acedidas pelo professor e pelos estudantes através de um browser. Através deste sistema apenas os alunos inscritos na disciplina têm acesso aos materiais, oferecendo um conjunto de opções que elevam os métodos de ensino a outro nível. Começando pelos materiais de apoio, estas plataformas disponibilizam simples formulários para o upload de documentos que os estudantes podem não só consultar como fazer o download dos mesmos. Além disso, é possível criar fóruns ou chats, estimulando a discussão e criando-se um espaço onde facilmente são respondidas questões. O professor pode inserir quizzes para ajudar os estudantes a compreender a matéria, pode fornecer prazos para a entrega de trabalhos, passado os quais, torna-se impossível ao aluno fazer o upload do seu trabalho, podendo ainda limitar as permissões dos estudantes em relação à visualização das notas, fazendo com que o aluno x apenas tenha acesso à sua nota (Cole & Foster, 2008). O aparecimento destes sistemas possibilitou o ensino online, no entanto, não existe dúvida que o melhor ensino é aquele que continua a ter contato pessoal entre professor e alunos, e ao mesmo tempo utiliza estas ferramentas. De facto, e pegando no exemplo dos fóruns, existem estudantes tímidos que possivelmente não se sentem tão à vontade em expressar a sua opinião numa sala cheia de colegas, e aqui nestes fóruns online, conseguem facilmente dar a sua opinião ou tirar alguma dúvida.
  • 4. 4 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins II. O Moodle O Moodle é um dos muitos sistemas de e-learning criado por Martin Dougiamas, um educador e investigador na área da ciência da computação dedicado aos Sistemas de Gestão de Aprendizagem na Universidade de Perth, Austrália (Cole & Foster, 2008) e atualmente utilizado em 218 países (Moodle, 2001). Entre instituições ou individuais, o Moodle é usado por Universidades, Escolas Básicas ou Secundárias, Departamentos do Governo, Organizações de saúde ou militares, companhias aéreas e de petróleo bem como na educação especial. Este sistema possui a mais-valia de ser open source, e por isso, pode ser adaptado consoante as necessidades. Basta fazer download gratuito em www.moodle.org (Cole & Foster, 2008). Pode ser instalado em qualquer computador, seja o Sistema Operativo Windows, Mac ou Linux e em quantos servidores desejar. O nome pelo qual é conhecido é um acrónimo de “Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment”. Mas além disso é uma palavra que descreve a preguiça em fazer alguma coisa, em como seria melhor fazer ao gosto de cada um. O nome Moodle tem a ver como foi desenvolvido e com a forma como o ensino pode ser realizado online (Moodle, 2001). III. Estatísticas O caráter livre do Moodle faz com que nenhuma instituição seja obrigada a informar o está a utilizar. No entanto, alguns escolheram registar os seus sites e é esse número que é apresentado no gráfico em baixo. FIGURA 1 – Sites registados no moodle Como se pode ler no gráfico 66,244 é o número de sites registados, oriundos de 218 países. E estes são apenas aqueles que se podem afirmar com certeza. Os números acabam por falar por si, mostrando a enorme quantidade de cursos, professores e alunos que utilizam o Moodle. Para uma maior compreensão dos sites com mais utilizadores ou com mais cursos, incluímos os dois seguintes gráficos. FIGURA 2 - Sites com mais utilizadores e cursos no Moodle Estes dados vêm como espécie de curiosidade, dando uma ideia das instituições que estão a utilizar o Moodle de uma forma mais plena. Figura 3 - Top 10 dos países por registo no Moodle Em termos de países, o gráfico Top 10 Countries by Registrations deixa bem claro que é nos Estados Unidos da América que existem mais sites registados, logo seguido pela vizinha Espanha. Portugal aparece em sétimo na lista com 2,110 sites registados.
  • 5. 5 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins IV. Funcionalidades Sendo um Sistema de Gestão de Aprendizagem e oferecendo as ferramentas já referidas anteriormente, podem ser configuradas cerca de 20 atividades diferentes, entre elas encontramos os fóruns, quizzes, áreas de disponibilização de material e de avaliação. O acesso ao site pode ser feito através de um login ou pode ser assinado automaticamente a partir de outro sistema. Estas opções são definidas pelo administrador, a mesma pessoa que atribuiu as nomeações de ‘estudante’ ou professor’ (Moodle, 2001). Este é um sistema direcionado para a educação, podendo ser organizado por semana ou tópico. Além disso, enquanto outros sistemas incentivam a disponibilização de material estático, no Moodle podem ser partilhados não só documentos de texto como apresentações, vídeos, etc. O objetivo passa pela partilha de ideias e pela construção do conhecimento (Cole & Foster, 2008). A comunidade de utilizadores e developers é tão grande que torna-se simples aceder a tutoriais, tirar dúvidas ou aprender dicas que melhorem a utilização da plataforma. A facilidade e a eficiência deste sistema tem vindo a revolucionar o e-learning ao mesmo tempo que complementa um curso presencial. Um dos casos de sucesso é o da British Open University. Em 2009 foi realizado um estudo tendo como base a utilização do Moodle nesta escola e chegou-se à conclusão que não existia um sistema tão funcional como este. A plataforma tornou-se numa ótima ferramenta de trabalho, onde facilmente eram discutidas ideias (Kehrer, 2009). V. MOOC Os Massive Open Online Course são um tipo de curso e- learning por norma gratuito, desenvolvido por George Siemens e Stephen Downes, onde os participantes e os materiais estão distribuídos. O curso é obrigatoriamente aberto a qualquer individuo, não tendo por norma qualquer tipo de pré-requisito, funcionado melhor, quanto maior for o número de participantes. O MOOC foi criado tendo como base as ‘leis’ do Conectivismo, sendo estes uma forma de conectar os instrutores com os participantes e vice-versa (Wikipedia, 2012). Assim, os MOOC são a mais recente forma de desenvolvimento de cursos online, tendo como base os Sistemas de Gestão de Aprendizagem, já expostos anteriormente. Os cursos online já disponibilizados encontram-se em mooc.ca. REFLEXÃO CRÍTICA Ao longo do presente trabalho foi exposto o conceito em torno do termo conectivismo, ou como também é referido por Siemens e Downes, “network learning”, efetuada uma comparação com as restantes teorias tradicionais, isto é, em que contexto é possível observar a teoria, nomeadamente, a sua relação intrínseca com a tecnologia, o conhecimento distribuído, a aprendizagem em rede, as vantagens que poderão existir numa aprendizagem adotada ao conectivismo e alguns exemplos práticos. Em suma, tudo se desencadeia quando Siemens e Downes, teóricos da aprendizagem e blogueres, se apercebem que os seus blogs lhes permitiam obter conexões com o resto do mundo. Conexões essas que lhes abriam novas portas de aprendizagem (Schwier, 2008). Depararam-se que as teorias tradicionais de aprendizagem já não se encaixavam com a realidade e com a forma como os indivíduos aprendem. Ainda assim, admitem que todas as suas reflexões têm uma herança das teorias anteriores, embora com o conectivismo seja possível a aplicação de princípios de rede ao processo de aprendizagem. Siemens e Downes dão sempre grande ênfase à conexão e à rede, ao contrário do que acontece no Construtivismo de Jean Piaget e Lev Vygotshy. Siemens (2006) refere que a aprendizagem é uma atividade constante nas nossas vidas, é contínua, permanente e fluída e a tecnologia potencia-a cada vez mais, ligando os indivíduos e conectado diversas áreas. Conexões essas que determinam o fluxo do conhecimento. Assim, é referido que o conhecimento é distribuído através de uma rede de conexões e que a aprendizagem consiste na habilidade do aprendiz em conseguir construir e atravessar essas redes (Downes, 2007), em contraste com o Construtivismo, onde o individuo constrói o seu próprio conhecimento (Santos, 2012). Sendo desde o início um tema controverso, muitas têm sido as críticas efetuadas pelos demais teóricos. Alguns afirmam que a inovação na educação por vezes não passa da reprodução de velhos métodos, desenvolvidos agora com novas ferramentas, mas onde nada de substancial se altera, ao qual Siemens e Downes em resposta, afirmam que as suas ideias têm obrigatoriamente que ter uma herança das teorias anteriores. Plon Verhagen, um dos maiores críticos ao Conectivismo, considera não existir nada de novo neste e afirma até que é ‘filosofar sem fundamento’, onde a ‘suposta’ teoria não passa de um ponto de vista pedagógico (Koop & Hill, 2008). Em resposta, Siemens escreve o artigo “Connectivism: Learning Theory or Pastime of the Self- Amused?” onde fundamenta a sua teoria, percorrendo distintas áreas. Também Bill Kerr critica o Conectivismo, expondo que as teorias tradicionais existentes já respondem de uma forma satisfatória ao contexto atual, apenas nos encontramos numa era tecnológica e conectada (Koop & Hill, 2008). Afirma ainda, que todo o contexto dos ambientes de conhecimento foi contabilizado na teoria de Vygotsky – Construtivismo Social, tal como o Construtivismo de Papert e Clark, com as suas comunidades de prática, tendo estas teorias surgido muito antes das ideias de Siemens e Downes (Koop & Hill, 2008).
  • 6. 6 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins Este é sem dúvida um tema controverso, onde diariamente são expostas novas criticas, positivas e negativas. De facto, é necessário concordar com Siemens e Downes, que as teorias tradicionais já não se encaixam inteiramente à realidade da aprendizagem atual. A necessidade de um modelo que se adapte à era digital é uma realidade, mas será o Conectivismo a resposta? Acima de tudo, encontramo-nos numa era de mudanças. Desde o surgimento da web 2.0 em 2004, a facilidade de nos comunicarmos e interagirmos com o resto do mundo é cada vez mais simples e espontânea, onde a procura da informação através de wikis, redes sociais, podcasts, é um ato cada vez mais comum, o que influência cada vez mais, o próprio aprendiz e a aprendizagem em rede, estimulando a novas formas de aprendizagem, comunicação e de conecção com o mundo. Assim, o aparecimento de uma nova teoria da aprendizagem é inevitável, apenas permanece a dúvida se o conectivismo será a resposta. REFERÊNCIAS Becker, F. (2009). O que é o Construtivismo? UFRGS - PEAD 2009/1. Cognitivismo - Visão Histórica. (s.d.). Retrieved 21/03/2012 from <http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/cognitiv.htm> Cole, J., & Foster, H. (2008). Using Moodle (2 ed.): O’Reilly. Downes, S. (2007). Msg. 30, Re: What Connectivism Is. Connectivism Conference: University of Manitoba. Retrieved 22/03/12 from <http://ltc.umanitoba.ca/moodle/mod/forum/discuss.php?d=12> Graham, G. (2010, 07 27). Behaviorism (E. N. Zalta, Editor). Retrieved 19/03/2012 from The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2010 Edition) <http://plato.stanford.edu/entries/behaviorism/>. Moodle. (2001, 19 March, 2012). Moodle.org: open-source community- based tools for learning. Retrieved 21/03/2012 from <http://moodle.org/> Piaget, J. a. (1959). O nascimento da inteligência na criança. São Paulo: Zahar. Porto Editora. (2003-2012). Cognitivismo. Retrieved 20/03/2012 from Infopédia <http://www.infopedia.pt/$cognitivismo>. Santana, A. L. (2007, 09 24). Behaviorismo. Retrieved 19/03/2012 from Info Escola <http://www.infoescola.com/psicologia/behaviorismo/>. Santos, A. (2012). Aprendizagem e Conhecimento nas Organizações. Multimédia e Gestão de Conhecimento. Universidade de Aveiro. Schwier, R. (2008). George Siemens entrevistado por Richard Schwier, da Universidade de Saskatchewan (15.08-2008). Retrieved 19/03/2012 from <http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo> Siemens, G. (2008). Learning and Knowing in Networks: Changing roles for Educators and Designers. Paper presented at the ITFORUM for Discussion. Wilder, M. (2010). Introduction to Connectivism. Retrieved 19/03/2012 from <http://www.slideshare.net/m1ch43lw1ld3r/connectivism2> Kehrer, A. (2009, 16 November, 2009). Simply the Best: Case Study for Moodle at Open University. Retrieved 21/03/2012 from <http://www.linuxpromagazine.com/Online/News/Simply-the-Best- Case-Study-for-Moodle-at-Open-University> Kop, R., & Hill, A. (2008). Connectivism: Learning theory of the future or vestige of the past? (Vol. 9). Wikipedia. (2011, 11 01). Psicologia Cognitiva. Retrieved 20/03/2012 from <http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva>. Wikipedia. (2012, 02 12). Behaviorismo. Retrieved 19/03/2012 from <http://pt.wikipedia.org/wiki/Behaviorismo>. Wikipedia (2012). MOOC. Retrieved 22/03/2012 from <http://en.wikipedia.org/wiki/Massive_open_online_course>. Siemens, George (2008). What is the unique idea in Connectivism? elearnspace. Retrieved 22/03/2012 from <http://www.connectivism.ca/?p=116> Downes, Stephen (2007). What Connectivism Is. Half an Hour. Retrieved 22/03/2012 from <http://halfanhour.blogspot.com/2007/02/what-connectivism-is.html> Siemens, George (2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace. Retrtieved 22/03/2012 from <http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm>
  • 7. 7 MGC – Trabalho 1 Ana Sofia Castilho, Carolina Correia, Firmino Alves, Henrique Macedo e Jorge Martins ANEXO TABELA 1 – Conectivismo e as teorias de aprendizagem clássica Como ocorre a aprendizagem? Fatores de influência O papel da memória Como ocorre a transferência? A teoria em síntese Behaviorismo Enfoque no comportamento observável Natureza da recompensa, punição, estímulos A memória é o inculcar (hardwiring) de experiências repetidas – onde a recompensa e a punição são mais influentes Estímulo, resposta Aprendizagem baseada em tarefas Cognitivismo Estruturada, computacional Esquemas (schema) existentes, experiencias prévias Codificação, armazenamento, recuperação (retrieval) Duplicação dos constructos de conhecimento de quem sabe (“knower”) Raciocínio, objetivos claros, resolução de problemas Construtivismo Social, sentido construído por cada aprendente (pessoal) Empenhamento (engagement), participação, social, cultural Conhecimento prévio remisturado para o contexto atual Socialização Social, vaga (“mal definida”) Conectivismo Distribuído numa rede, social, tecnologicament e potenciado, reconhecer e interpretar padrões Diversidade da rede Padrões adaptativos, representativos do estado atual, existente nas redes Conexão (adição) com nós (nodes) Aprendizagem complexa, núcleo que muda rapidamente, diversas fontes de conhecimento