Fanzine colaborativo com a participação de:
Eduardo Waack | Marcelo Negrão Arthur | Paulinho Assumpção | Duke | Paulo Vítor | AMEOPOEMA
Edição especial com poetas do Projeto de Extensão AMEOPOEMA - UFOP, Ouro Preto, MG
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1. AMEOPOEMA
Edição 081 - Julho de 2021 - Ouro Preto - MG
Esquerda
Volver
Direita
Volver
Meia volta
Volver
Descansar
Já vi!
Acreditar em
Militares milicos
para nós governar
É pagar muito mico
Marcelo Negrão Arthur
facebook.com/marcelo.negrao.54
São teus os olhos que amo
Mas a boca quero de outras faces
Entre minhas mãos tenho aquelas
[que desejo
Mas busco o peito em outros colos
É tua a voz que me fala
Mas são outros gritos que me chamam
Se é teu o corpo que abraço
Gozo como um deus em outras peles
Infinitos são os quereres
Que nem mesmo o amor destrói
Sentimento perene, círculo eterno
Incêndios que habitam a alma
Intenso como se fosse único
No instante derradeiro
Será sempre parte de mim
O que te entrego por inteiro
Desejos
Paulinho Assumpção
paulo.assump@terra.com.br
Menino procura sinais,
A mãe já não
suporta mais.
Ele diz ser natural,
Ela queria
que fosse normal.
A cidade comenta,
Família assim não aguenta.
Saber profundo cresce,
Marcas aparecem.
menino um dia enlouquece,
Sente que esta dor
não se esquece.
Mamãe chora, bate o pé.
da vida o que a vida é
DIALÉTICA
Eduardo Waack
facebook.com/eduardo.waack
2. $
BY ND
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Edição: Studio b2mr (@studiob2mr)
Coordenação: Editora AMEOPOEMA.
Circulação (impressa): Ouro Preto, Mariana (MG)
Conselho Editorial: Flávia Alves Santos
Exemplares na pRAÇA: 1.000 (distribuídos gratuitamente).
Paticipação: Eduardo Waack | Marcelo Negrão Arthur |
Paulinho Assumpção | Duke | Paulo Vítor | AMEOPOEMA
Publicação sem fins lucrativos, feita artesanalmente, com amor
e vontade de circular ideias e fomentar a produção literária em
Ouro Preto e região.
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Voltando do escritório da Apascentar, parei
naquela concessionária de carros que fica bem na
esquina da Marques Rollo, divisa entre Sin City e
Nova Iguaçu. É uma concessionária bem chique,
grande,sócarrão.
Tinha um cara super elegante, de blazer, fumando
um Carlton na porta. Parei, desejei bom dia e
perguntei se poderia encher minha garrafa d'água
no bebedouro que ficava quase na entrada da loja,
dacalçadadavapraver.
Ele olhou pra mim de cima pra baixo, depois de
baixo pra cima e disse que não poderia deixar eu
encher a garrafa porque tinha câmera no
estabelecimentoequepoderiagerarproblemas.
Perguntei de novo se poderia encher a garrafa e
disse que não iria demorar, porque na verdade não
entendi o que tinha haver ter câmeras e qual o
problema que eu iria gerar (afinal, nem sei
dirigir, porque iria roubar uma loja de carros
né?rs)
Ele disse categoricamente que ali não iria
encher minha garrafa, apagou o cigarro,
atendeu uma ligação e entrou. Fiquei com a
garrafa na mão, com cara de bandido bom de
almatímida,rs
Do lado, tem uma lojinha menor de carros,
mais humilde , e o cara que estava abrindo a
lojaviutudoemechamou.
Ele pegou minha garrafa, entrou, voltou com
uma garrafa de dois litros de água gelada,
trouxe café e perguntou se eu queria uma
Coca- Cola. Disse que sim, trouxe a Coca-Cola e
ainda trouxe um sanduíche. Me senti um
clienteVisaMasterVip,rs
Ele disse, "mano, sei da sua correria na rua,
você é artista, tem gente que só sabe olhar para
os outros de cima pra baixo, liga não, quando
você quiser água, chega mais, o bebedouro fica
ali, do lado do escritório. Boa sorte e vai com
Deus."
Agradeci a cordialidade, nem quis comentar
sobre o fato na loja do lado, pois sabia que ele
tinhavistotudo,queeletinhaentendidotudo.
Lembre do Guevara quando ele dizia que se
você é capaz de se indignar a cada vez que se
comete uma injustiça no mundo, então somos
companheiros. O cara não suportou ver um
rapaz de blazer querendo chacotar um artista
deruadeixandoelecomsede.
Não existe moral da história, o Brasil é exatamente
isso. A rua também, mil pesos, mil medidas, uns são
filhas das putas, outros não (já dizia Kerouac) e a
genteprecisatercinturanojogopraseguirviagem.
Mais na frente, na rua do Volante, fui trocar
minhas moedas. Tinha feito quase 80 reais em
menos de uma hora. Primeira coisa que eu fiz foi
comprar um Carlton Red varejo e, simbolicamente,
umagarrafinhadeagua.
Bebi, fumei, pensei, quer saber, foda-se, a arte
existe porque a vida não basta, já dizia o poeta.
Pobre o homem com seu blazer, seu elegante
cigarroeseuscaroscarrospravender
Paulo Vítor
facebook.com/nOvOSdRoPS
O projeto visa a ampliação do acesso cultural
e literário para a população residente em
áreas pouco assistidas por serviços públicos,
artísticos e culturais.
Dentre as propostas trazidas pelo AMEOPOEMA,
estão atividades que buscam o estímulo à
leitura, escrita, criação artística e geração
de renda, além de reforço escolar.
PROJETO DE EXTENSÃO AMEOPOEMA