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revoa Boi realmente
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ANGÉLICA - 1977
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Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento
Só queria lembrar o tormento
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Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo
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Quem é essa mulher
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SOLANGE [SO LONELY] - 1985
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Eu tinha tanto pra dizer
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CÁLICE – 1973 [Gravação em 1978]
(Gilberto Gil e Chico Buarque)
Pai, afasta de mim esse
cálice Pai, afasta de mim
esse cálice Pai, afasta de
mim esse cálice De vinho
tinto de sangue
Como beber dessa bebida
amarga Tragar a dor, engolir a
labuta Mesmo calada a boca,
resta o peito Silêncio na cidade
não se escuta De que me vale
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Como é difícil acordar calado
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CÁLICE - 1973 (cont.)
(Gilberto Gil e Chico
Buarque)
Pai, afasta de mim esse
cálice Pai, afasta de mim
esse cálice Pai, afasta de
mim esse cálice De vinho
tinto de sangue
De muito gorda a porca já não
anda De muito usada a faca já
não corta Como é difícil, pai,
abrir a porta Essa palavra presa
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homérico no mundo De que
adianta ter boa vontade Mesmo
calado o peito, resta a cuca Dos
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Talvez o mundo não seja pequeno
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Quero cheirar fumaça de óleo diesel
cCalic
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M4lLhw
Cálice (censurado – Phono
73)–
Chico e Gil
“Conta a teu filho, meu filho, daquilo que nós passamos
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  • 1. “Para que não se esqueça; para que nunca mais aconteça”
  • 3. “Se asrelações entre aspessoas não mudassem, nada poderia ser, de fato, transformado” Augusto Boal, exilado em 1971
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11. Lei Leila Diniz Lei da Censura Prévia (1970)
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15. Censura ao jornal O Estado de São Paulo
  • 16.
  • 17.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 23. CPC (Centros Populares de Cultura) Ligados a UNE Músicas de protesto Consciência social
  • 24. TIRO AO ÁLVARO - 1973 [Primeira Gravação em 1980] (Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles) De tanto levar Frechada do teu olhar Meu peito até Parece, sabe o que? Táuba de tiro ao álvaro Não tem mais onde furar Não tem mais Teu olhar mata mais do que Bala de carabina Que veneno istriquinina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais Que atropelamento de artomórve Mata mais que bala de revórve
  • 25. ARUEIRA - 1967 [1971 na Coleção Abril HMPB] (Geraldo Vandré) Vim de longe vou mais longe Quem tem fé vai me esperar Escrevendo numa conta Pra junto a gente cobrar No dia que já vem vindo Que esse mundo vai virar Noite e dia vem de longe Branco e preto a trabalhar E o dono senhor de tudo Sentado mandando dar E a gente fazendo conta Pro dia que vai chegar Marinheiro, marinheiro quero ver você no mar Eu também sou marinheiro eu também sei governar Madeira de dar em doido vai descer até quebrar É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar https://www.youtube.com/watch?v=EGyb1 1knYYo
  • 26. BOI VOADOR NÃO PODE - 1973 (Chico Buarque e Ruy Guerra) Quem foi, quem foi Que falou no boi voador Manda prender esse boi Seja esse boi o que for O boi ainda dá bode Qual é a do boi que revoa Boi realmente não pode Voar à toa É fora, é fora, é fora É fora da lei, é fora do ar É fora, é fora, é fora Segura esse boi É proibido voar https://www.youtube.com/watch?v=tgQ_sz gCKBA
  • 27. ACORDA AMOR - 1974 (Leonel Paiva e Julinho da Adelaide) Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão Acorda amor Não é mais pesadelo nada Tem gente já no vão de escada Fazendo confusão, que aflição São os homens e eu aqui parado de pijama Eu não gosto de passar vexame Chame, chame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão Se eu demorar uns meses Convém, às vezes, você Acorda amor Que o bicho é brabo e não sossega Se você corre o bicho pega Se fica não sei não Atenção Não demora Dia desses chega a sua hora Não discuta à toa não reclame Clame, chame lá, clame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão Chame o ladrão Não esqueça a escova, o sabonete e o violão https://www.youtube.com/watch?v=kMmlX CcRjJc
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  • 29. ANGÉLICA - 1977 (Miltinho e Chico Buarque) Quem é essa mulher Que canta sempre esse estribilho Só queria embalar meu filho Que mora na escuridão do mar Quem é essa mulher Que canta sempre esse lamento Só queria lembrar o tormento Que fez o meu filho suspirar Quem é essa mulher Que canta sempre o mesmo arranjo Só queria agasalhar meu anjo E deixar seu corpo descansar Quem é essa mulher Que canta como dobra um sino Queria cantar por meu menino Que ele já não pode mais cantar https://www.youtube.com/watch?v=bxsix8 bNfFE
  • 30. SOLANGE [SO LONELY] - 1985 (Sting - versão: Leo Jaime e Leoni) Eu tinha tanto pra dizer Metade eu tive que esquecer E quando eu tento escrever Seu nome vem me interromper Eu tento me esparramar E você quer me esconder Eu já não posso nem cantar Meus dentes rangem por você Solange, Solange É o fim Solange Eu penso que vai tudo bem E você vem me reprovar E eu já não posso nem pensar Que um dia ainda eu vou me vingar Você é bem capaz de achar Que o que eu mais gosto de fazer Talvez só dê pra liberar Com cortes pra depois do altar Solange, Solange, Solange É o fim, Solange https://www.youtube.com/watch?v=sV_cW YMKxrI
  • 31. CÁLICE – 1973 [Gravação em 1978] (Gilberto Gil e Chico Buarque) Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento
  • 32. CÁLICE - 1973 (cont.) (Gilberto Gil e Chico Buarque) Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue De muito gorda a porca já não anda De muito usada a faca já não corta Como é difícil, pai, abrir a porta Essa palavra presa na garganta Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade Mesmo calado o peito, resta a cuca Dos bêbados do centro da cidade Talvez o mundo não seja pequeno Nem seja a vida um fato consumado Quero inventar o meu próprio pecado Quero morrer do meu próprio veneno Quero perder de vez tua cabeça Minha cabeça perder teu juízo Quero cheirar fumaça de óleo diesel
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  • 35. “Conta a teu filho, meu filho, daquilo que nós passamos Que havia fitas gravadas, retratos de corpo inteiro Conta que nos encolhemos como animais espancados Que ninguém teve coragem, que respirávamos baixo Olhos fugindo dos olhos, as mãos frias e suadas E conta que faz dez anos que temos pouca esperança Que pedimos testemunho e não aguentamos mais Talvez teu filho, meu filho, viva em mundo mais aberto Mas é grave que lhe contes calmamente e nos mínimos detalhes A história desses punhais cravados em nossas tardes Porém, se por tudo isso renuncias a ter filhos como (alguns) renunciamos Deixa inscritos, como eu deixo, sinais em troncos de árvores Letras em papéis esquivos Pra que não escureça essa lâmpada mesquinha Relâmpago, fogo fátuo Pura lembrança dos dias em que livres, Fomos filhos de pais muito mais felizes Conta a quem possas, meu filho O que em ti forem palavras Nos outros serão raízes”. Renata Pallottini / 1974
  • 36. Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil