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FANZINE #23
Ouro Preto, MG - 2021
...com carinho e reticências:
Rômulo Ferreira
Poema do Aviso Final
É preciso que haja alguma coisa
alimentando o meu povo;
uma vontade
uma certeza
uma qualquer esperança.
É preciso que alguma coisa atraia
a vida
ou tudo será posto de lado
e na procura da vida
a morte virá na frente
a abrirá caminhos.
É preciso que haja algum respeito,
ao menos um esboço
ou a dignidade humana se afirmará
a machadadas.
Torquato Neto
LITERATURA NA RUA
SÓ O AMOR CONSTRÓI
PROVÁVEL EDITORIAL
ou: o que restar do ano em que fomos
vencidos por um presidente alucinado e sua
corja desumana. Parte 3 de 4
Já imaginou seu livro prontinho e circulando?
E o melhor, rendendo 100% de lucros?
A Editora AMEOPOEMA, não rouba seu direito
de vender sua própria obra a seu preço e modo.
Pois é, esse sonho pode estar a um passo de se
realizar. Publicamos romances, poemas, contos,
poesia concreta, teses, dissertações, TCCs,
literatura infanto-juvenil, HQs e diversos outros
assuntos literários.
Você que escolhe o formato, tamanho, estilo.
O livro fica do modo que foi sonhado.
Nossos serviços:
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· Criação de capa e contracapa
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LITERATURA NA RUA
AMEOPO MA
E
editora artesanal
toda a revista está aberta a intervenções,
e nos mande umas fotos.
FANZINE #23
Ouro Preto, MG - 2020
outubro | novembro | dezembro 2021 - OP.MG
várias (os) colaboradoras (es)
capa em stencil por: @studiob2mr
revisão: participantes
edição e finalização: @studiob2mr
organização: Editora AMEOPOEMA
intervenção (miolo): Rômulo Ferreira
PIX: ameopoemaeditora@gmail.com
ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @studiob2mr
JEANE BORDIGNON SAUL CABRAL GOMES JÚNIOR/ RÔMULO FERREIRA/
/ MARCOS PONTAL /
WANDERLEI RIBAMAR QUEIROZ JUNIOR / FELIPE DURÁN THEDIM / MARCIA LEAL /
ELIETE BORGES FRANCO TEIXEIRA / FABIO DA SILVA BARBOSA / KARINE DIAS OLIVEIRA /
DY EITERER / PAULINHO ASSUMPÇÃO / JÚNIO RICARDO MAGALHÃES / GINO RIBAS /
JIVAGO ARTHUR / JANIO RIBEIRO / FLÁVIO LOUZAS ROCHA / CRISTAL DEIA /
CNRD_CNRD / JEFERSON ILHA / NELSON NETO / THAÍS VIEIRA /
COL. AMEOPOEMA  | PRÊMIO AMEOPOEMA | E MAIS E MAIS E MAIS...
Rômulo Ferreira
fb.com/silhuetaartzine
Jeane Bordignon
jeanebj@hotmail.com
Já me atropelei muito...
A pressa é fome que cega.
Hoje calculo os passos
para ao menos uma vez
acertar o destino.
Cansei de errar pelos caminhos!
Mas reconheço
que foram os passos trôpegos
que ensinaram minhas pernas
a caminharem fortes.
E foi pelos caminhos tortos
que aprendi a escrever
minha própria estrada.
ANDANÇA
Insetos pequenos e fortes,
carregam até 100 vezes o que pesam.
Elas mesmas são o próprio meio de transporte,
e jamais cansam.
Trabalhadoras e guerreiras,
são defensoras da natureza.
Papel importante na aeração,
e ainda ajudam na plantação.
Elas também roubam o nosso alimento.
Mas não é por maldade,
mas sim por sua sobrevivência.
Elas estão em todos os lugares,
e aparecem do nada.
Pegam principalmente o açúcar,
para produzir fungos.
Elas são determinadas!
FORMIGAS
Marcos Pontal
marcosmachado@visaoespiritual.com.br
GUERREIRAS
O comboio desprende-se da corrente em ardência profunda.
Segurem o comboio de meus sonhos.
Eu estenderia meus braços,
não fossem meus pés aderentes à estrada movediça.
Segurem o comboio de meus sonhos!
A queda é branda e ignora minhas têmporas arfantes.
Segurem o comboio de meus sonhos!
Peguem!
Agarrem!
Não deixem cair!
Segurem o comboio de meus sonhos...
Quisera eu não ter olhos!
Quisera eu ser somente crença!
Não posso.
A madrugada vem vindo,
com a fúria das loucas abjugadas.
O comboio de meus sonhos desliza
rumo ao caos eterno.
Saul Cabral Gomes Júnior
muiraquitan.saul@bol.com.br
APELO
... Ó dona, fica tranquila... é coisa de nada, nem precisa anestesia... dói mesmo não... (perguntou) – não,
não mesmo!! - Olhou ao redor e viu que não tinha jeito. Dois policiais guardando a entrada, dois velhos
de corrupções e tais, e uma ou outra testemunha da hora e de fatos anteriores da vida corrida da dona e dos
comparsas, a espera do inevitável – a cirurgia de dois minutos, apenas um corte com bisturi cirúrgico no
22 no tendão ou nervo exato e estaria tudo justiçado. Assim se fez, a começar pela dona, que sendo a
primeira e sabendo que mesmo rápida, a cirurgia não haveria mais jeito, e que não pelas lágrimas, na
verdade nunca as teve, apenas insinuação de disfarce para atrair vítimas para seus planos de falcatruas, as
mais até hediondas, talvez vocês não imaginassem – ei... ei... - deixa eu tomar um gole, aqui... - ah, a
cachacinha... olhou para seu amigo e perguntou – acho que pode. A dona tomou metade da cachaça...
pareciaquedestavez,iriachorardeverdade
Não deu tempo, tão delicado e sútil, Marcos fez o corte perfeito e milimétrico, assessorado por Wilian,
aprendera em livro proibido de uma guerra ancestral da China ou Japão, o livro extenso já não tinha capa
e foi ao que parece comprado em um sebo do centro do RJ, que já nem existia... comprado ou talvez
mesmo, roubado. Pronto! Viu... não disse que não doía!! Se quiser.. abre outra garrafa... Posso... (sorriu
prazeteiro, Marcos) - Ã vontade! - A fila segue.. Fechou a cara, a dona tomando da amarga, e nem
olhava pro corte tão sútil e delicadamente feito na perna esquerda e no nervo exato... apenas dois
centímetros, tinha de deixar cicatrizar sozinho. Marcos e Wilian auxiliaram para não infeccionar. Logo,
emcercadeduashorasascirurgiassucediam,durandono máximo5minutosporàs vezesalguma
CIRURGIA PARA NÃO ESQUECER NUNCA MAIS
Wanderlei Ribamar Queiroz Junior
meados de 2010
relutância que logo terminava sob olhares severos dos policiais, desta vez tomando conta da porta e de
como entravam os cerca de 20 ou mais a serem cirurgiados. Pronto!! Meia noite e dois minutos! - tudo
tinha terminado, sem dor nenhuma, e em uma semana, a comunidade via hora aqui, hora ali, todos eles
com uma das pernas atrofiadas – aleijadas como se diz popularmente.... e dizem: conseguiram ainda um
benefício do governo, por serem agora deficientes, assim considerados. Enfim, a cirurgia, melhor
cogitação de castigo para aqueles praticantes de atos tão condenáveis e gratuitos, tinha o efeito mais
visível à comunidade que tanto desgraçaram décadas após décadas. Ao contrário dos impulsos
primeiros, após um ato extremo, que achavam, a maioria – deveriam ser mortos, Marcos viu que matá-los
(las) seria como uma libertação, se entendem... nada melhor que aleijar estupradores, mantenedores de
planos criminosos vários, vivendo confortavelmente e sorridentes, sempre prontos a manter alguém em
erro. A comunidade agora tinha visível a seus olhos, o seu trunfo diariamente e sem dor alguma. 20 ou
mais irremediavelmente aleijados, até o fim de seus dias e recebendo proventos do governo. Melhor que
isso, só se for....
Wanderlei Ribamar Queiroz Junior
fb.com/wanderlei.ribamarqueirozjunior
Nada parece ter mudado.
Helena continua regar as plantas
enquanto seu marido pinta o muro.
No entra e sai do trem da vida
a estações ficam cinzas com o tempo.
Conforme os trilhos são preenchidos
amigos desembarcam e o céu
diminui, a linha do horizonte
que em copo dilui.
Da mesmice de décadas passadas
os muros que construímos não
estão em Berlim e sim em
nossa casas.
Libertário virou chacota,
de imperialista a perfeito agiota.
Os produtos de ontem que anos
duravam se transfiguram em
made in China, plásticos descartáveis.
Tigres asiáticos que prendemos em
nossas jaulas de pau-brasil,
em nossos banheiros,
pintados de azul anil!
Felipe Durán Thedim
lipduran@gmail.com
UM NOVO MUNDO
Marcia Leal
marcia_lleal@yahoo.com.br
Ilustra: Eliete Borges Franco Teixeira
ettiborges7@yahoo.com.br
INQUIETUDE
Transformara a dor em poesia,
Via na tristeza motor criativo,
Recolhia cacos,
Costurava desenganos.
Ações corriqueiras tornaram-na exímia artesã.
Arte e desafios eram traços do seu viver.
Alma transparente,
Coração puro e fraternal,
Assim era Ela.
Relembrava narrativas já vividas,
Abriam-se então feridas, amores já perdidos.
Descomprometida com a linearidade dos atos e dos fatos,
Em sua mente relações conflituosas versavam.
Seguia sorrateiramente seus dias,
Driblava a inquietude da existência!
As minhas falas não podem ser caladas
As minhas falas já foram ignoradas
Não mais... às falas sepultadas
Quero mais que as falas sejam semeadas!
Queria eu... ter falas versadas
Mas, me disseram que na verdade...
Já são bem proseadas
Pois, a fala quando é bem escutada
Soa como melodias bem entoadas!
E, que bem diga as falas seguras e amadas
Que explodem do coração com despojamento... entusiasmadas
E espalham amor colorido
Com as suas palavras bem gratas!
Pois, também têm as falas mal amadas
Que são devastadoras...
Quando soltam a cachorrada
Por vezes, sobre quem não sabe de nada!
Ah, como são lindas as falas estampadas...
É preciso sair da moldura... observar os cenários
Fazer parte da paisagem
E ouvir com os olhos da alma as falas que são abençoadas!
Karine Dias Oliveira
kadioliveira@yahoo.com.br
FALAS
ALÉM
DAS
VOZES
...
Corri.
Corri tanto que me perdi.
Era um abandono de dores.
Era um desvencilhar dos espinhos
Que me rodeavam o corpo.
Engoli o vento, tornei-me feroz
E em grande medida, arredia.
Selvagem alma dançando pra lua,
Na luta entre o ser e o silêncio.
Desrespeitei meus ciclos.
Quis ser linha reta e fixa.
Mirei no horizonte sem perspectivas.
Não faltavam sonhos.
Faltavam respiros.
O sentido do amor. O arrepio.
A coragem da entrega.
O âmago despido e exposto.
Faltava-me o desprendimento do outono.
A revolução arrebatadora.
Faltava o corte na carne
E o sangue jorrando
Pra que eu percebesse o tudo:
Sou de paixões.
E (sobre) viver estava me matando.
Faltava-me ser ventania.
(Dy Eiterer)
@dyeiterer / @dyvagando
(sobre) Viver
Fabio da Silva Barbosa
fsb1975@yahoo.com.br
Ilustra: Eliete Borges Franco Teixeira
ettiborges7@yahoo.com.br
A barra está pesada
A vida está fosca
Mas você ainda pode pensar
com sua própria cabeça
Não precisamos de mestres
líderes pastores ou ovelhas
Não precisamos dos seus heróis
deuses guias ou guiados
Como não vomitar
ao vermos toda nojeira
da podre família tradicional brasileira
Limpei o cu com a bandeira
BARRA PESADA
Há de chegar o dia em que a poesia te assustará
Não pela beleza, mas pela força das suas palavras
O Belo, o Bom e o Justo serão teus algozes
Leituras barulhentas irão te ensurdecer
Homens e mulheres celebrando a vida
A explodir armas e canhões
Até os que não se sabiam poetas escreverão versos
E abriremos as tumbas de poetas mortos para que se juntem a nós
A poesia, assim, nos salvará de ti
E a escuridão se transformará na luz
Se tiros são sempre iguais
Poemas são únicos
Que castigo maior do que ser incapaz de reconhecer a beleza?
Terás que pedir aos teus deuses que te salvem
Porque Aquele do qual falastes em Seu nome
Não te salvará
Até que supliques diante dos que maltratastes
E implore seus perdões
Só eles poderão te perdoar
E somente o Grande
Aquele que não conheces
Poderá legitimar o teu perdão.
Sem título
Paulinho Assumpção
Facebook: Paulinho assumpção
Paulo.assump@terra.com.br
Júnio Ricardo Magalhães
arcanjo.junio@hotmail.com
Como
um
relâmpago
Que
sai
do
Ocidente
E
se
mostra
no
Oriente
A
mente
acelera
As
ideias
retrocedes
As
épocas
Século
XVII
nascia
Vila
Rica
Conflitos,
invasões,
Mapas
das
minas
Traições,
marchas
árduas
em
sertões
ermos
Assaltos
assassinatos,
e
tiroteios
Ruas
enlameadas,
e
tabernas
repletas
De
sujeitos
maus
encarados
Homens
que
se
achavam
deuses
E
no
ápice
da
sua
ganancia
Escravizaram
aldeias
E
dizimaram
os
que
se
opuseram
A
sua
catequização
opressora
Através
do
seu
vasto
repertório
De
atrocidades
Tudo
para
os
seus
objetivos
Encontrar
metais
E
pedras
preciosas
Sublevações
não
faltaram
Na
saga
das
minas
Em
um
desse
épicos
Episódio
eclodiu
A
sedição
de
Vila
Rica
Liderados
por
Pascoal
da
Silva
Guimarães
E
Felipe
dos
Santos
Freire
os
revoltosos
Eram
contra
os
monopólios
As
instalações
das
casas
de
fundição
E
o
consequentemente
recolhimento
Do
quinto
de
todo
ouro
extraído
Mas
se
deram
mau
Por
ter
se
levantado
contra
O
poder..................
Passado (Vila Rica)
Gino Ribas
latentesviagens.blogspot.com
Invertem-se vórtices e vozes, cultos ocultos propagam credos, a fé
é arsenal perigoso e bélico, ibérico amerindio ferido e camuflado,
sou a voz do outro, eco no deserto árido, dilemas, teoremas,
postulados, conceitos efemeros endiabrados, ao gênio se estende
simplicidade, o segredo é ser de verdade, palavra poema na porta
bate, a coragem atende, o covarde se debate, arde, sua ferida no
solo, carência afetiva curada no vazio do colo, ou do álcool,
pesadelo dos lares, alguns perdidos no instinto outros sentados
nos bares, erguem pilares, sutis devaneios, abstratos, concretos, a
criaçãosefezluzàimagemdoVerbo
Segredos
São servos
Que serenamente
Se subvertem
Rômulo Ferreira
fb.com/silhuetaartzine
Leite e mel escorriam dos dedos,
Antes entre os lábios e dentro,
A boca cheia d'água, escorre,
Antes queimava a língua,
Chamando pela boca que chama meu nome,
Antes não dito, agora queima,
Pela língua da boca que não calo,
Antes calasse a minha, entre os dedos; Que nunca falei isso!
Jivago Arthur
jivago.arthur@gmail.com
PO.E.SIA
substantivo feminino, do latim poesis
não venho reclamar-te,
tampouco pra julgamentos,
e nem ao menos pretendo
deixar-te cria ou legado
meus filhos são todos bastardos,
anunciam-te com desmazelo:
sou teu marujo a deriva
tu és o meu mar azedo...
canto-te nalgum cais, dalgum canto
- não como um Fernando, um Camões -
mas como outros tantos, milhões
muito menos devotados
- jazem todos desgraçados no gozo de tua lembrança -
crê na jornada poeta: nada... nada...
veleja no teu verso e te naufraga!
Era uma ordem injusta
Propagou se feito trevas
Em mentes algoritimizadas.
Era a fome e a desigualdade
A falta de amor ao próximo
A ausência de veracidade.
Mas para arte não tem mal
que perdure, nem censura
que proíba o nascer do dia.
Contra a praga barbarizada
Nem fuja nem trema,
Levante o seu poema!
Janio Ribeiro
ribeirojanio@gmail.com
A BARBÁRIE Cinzas
Cinzeiros e mais cinzeiros que juro adubam as plantas
Ando às tantas das madrugadas todas
Os dias são folhas devoradas por um caramujo
cinza estranho
O tamanho do mundo daqui da janela
O tamanho da vida lá fora
O tamanho que a formiga toma na fábula
FORA!
FORA! essa cigarra
Nada é mais importante que dentro do instante
Lá fora o poema não te ignora.
Olha agora:
O poema te faz sentir a vida
até quando a vida apavora
Brota na sua cara
e evapora.
AMANHÃ DEFUMADO
Flávio Louzas Rocha
fravimlouzas@hotmail.com
Cristal Deia
cristaldeanjo@gmail.com
Leite e mel escorriam dos dedos,
Antes entre os lábios e dentro,
A boca cheia d'água, escorre,
Antes queimava a língua,
Chamando pela boca que chama meu nome,
Antes não dito, agora queima,
Pela língua da boca que não calo,
Antes calasse a minha, entre os dedos; Que falo!
espremer a pele do domingo até sair a larva
há um parasita subcutâneo que se alimenta
sete vezes por semana
habita o espaço entre o lençol e o teto dos dias
se arrasta e alastra por horas à fio
mancomunado com todos os órgãos
que assistem ao espetáculo calados
não se sabe se sente dor
não há estudo científico sobre o tal parasita:
a sabedoria é na carne viva
a melhor hora é pela manhã
quando o paciente anestesia
antes do primeiro gole de café ou
antes do primeiro cigarro, caso fume
há alternativa ao tratamento severo:
goles alcoólicos de bebidas
que adormecem a língua e a larva e quase
não há efeito adverso, quase…
@cnrd_cnrd - março de 2021
três poemas
(Primer poema libre de Aquiles)
Cazar es atrapar a una persona
es capturarla
y meter en red a un animal.
La selva es un mundo para los animales,
es un lugar libre, sin leyes
y sin redes.
El atajo es camino corto y rápido,
una manera más rápida…
El secreto te hace estar inquieto
es el hermano de la curiosidad.
El secreto es algo que yo guardo
para que nadie lo sepa.
El secreto es el silencio
y la maraca, el ritmo de la cascabel.
de Aquiles León Arias Vargas
(a los ocho años de edad)
1- LA SELVA
1 - Caracas, 20 de mayo de 2013
2 - Caracas, 22 de mayo de 2013
3 - Caracas, mayo de 2013
En las mañanas cuando me levanto
y veo el sol salir
noto que el cielo está tan despejado
como mi mente a esas horas.
También puedo notar
que en esos momentos
embarga una enorme tranquilidad
que se caracteriza
porque al igual que la jungla y en mi casa
oigo a los pájaros cantar.
Pero no dura mucho
porque de pronto escucho un ruido ensordecedor.
Aquel ruido no es más que un aparato
conocido como carro.
Es en esos momentos cuando caigo en cuenta
que lo que rompe esa tranquilidad, armonía y paz
es aquel aparato que es de nuestra especie
la humana
que cada vez quiere destruir más y más.
3 - Sem título
La montaña es un rascacielos
es un gigante verde
es un lugar para tocar las nubes.
La posada es un refugio de la selva,
es un lugar para conectarse a la naturaleza
donde hay muchos árboles.
El río atraviesa la montaña.
Es un camino para los peces
donde podemos jugar y nadar.
De la montaña me gusta la altura
porque puedo ver la ciudad.
2 - La montaña
*Aquiles León Arias Vargas
@liviavargasgonzalez
e-mail:liviasartre@gmail.com
ALIMENTO
Nelson Neto
fb.com/nelsonnetopoemaseilustracoes
Ouvindo Cátia de França numa noite fria da serra.
Observo o lençol branco, flâmula de outras eras, avisando que o tempo é
transitório
Esquecendo o mecânico sentimento líquido já “printado” por Bauman,
percebe-se que o sentido já foi liquidificado.
Burocrática infância, a municiar o estado de torpor,
Alimentado por carentes narcisismos,
com as vivências violadas, na castradora rotina
engasgo em letras.
foto: Thaís Vieira (detalhe)
Precisamos conter esses índices da previdência!
Cada vez tem mais velhos no mundo.
Não vamos pagar o que a população tem direito.
Precisamos continuar desviando verbas livremente.
Já sei, aposentadoria somente aos 80 anos
Ou morrer trabalhando...
Mas esses velhos insistem em viver mais!
Calma, o monopólio farmacêutico está lucrando.
Ainda não é bom. Libera as armas
Pelo menos os pretos vão morrer mais facilmente
Sem a culpa recair pra cima do governo.
A polícia faz muito escândalo. É pá pum!
O foco agora é eliminar os velhos,
Um problema de cada vez, deixa os pretos pra depois.
Não podemos perder a verba da previdência.
Eis que então, surge milagrosamente um vírus natural.
E libera as escolas, quero ver mais pobre morrer!
Querem verba sem trabalhar, a esse privilégio
Só eu tenho direito. Deleite condensado é pra quem pode.
Apascentar e sugar toda a imbecilidade desse gado acéfalo.
Até que restem apenas os burros de carga.
Jeferson Ilha
jeferson.ilha@yahoo.com
A VERBA
DA
PROVIDÊNCIA
instagram: @studiob2mr
facebook: www.facebok.com/ameopoema
Pessoal, após um longo
período de espera eis que
anunciamos as finais
etapas de nosso livro
coletivo, agoRa já são 11
anos, (10 anos +1) nosso
bonde nunca andou nos
trilhos mesmo. Eis a graça
davida.
Vamos nos preparar pra
em julho fazermos umas
lives maneiras, fazermos
um baita sarau mundial
pramarcarbemadata.
QUEMVEM?
Em breve vamos dar mais detalhes, por hora
ninguém sabe de muita coisa, só que vai rolar e que
seráemjulhode2022.
Acompanheparaficaremdia:
Livro coletivo de 10+2 anos do
Coletivo AMEOPOEMA
EM BREVE
Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021)
com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em
casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de
apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e Eduardo
Sacramento.
Estou repassado o livro a 30,00 com correio
incluso.PEDIDOS: (31) 9 7526 3996
Livro do autor e editor desta revista
LANÇAMENTO
Pôr do Sol nas Coisas
poemas inéditos
ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @studiob2mr
COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA FINANCIAR NOVOS TRABALHOS:
ameopoemaeditora@gmail.com
Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato.
Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato,
são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva.
AMEOPO MA
E
editora artesanal
MUITO OBRIGADO PELA LEITURA
ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO!
INTERVENHA NESTA REVISTA E MANDE UMA FOTO PRA GENTE
LITERATURA NA RUA

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  • 2. ...com carinho e reticências: Rômulo Ferreira Poema do Aviso Final É preciso que haja alguma coisa alimentando o meu povo; uma vontade uma certeza uma qualquer esperança. É preciso que alguma coisa atraia a vida ou tudo será posto de lado e na procura da vida a morte virá na frente a abrirá caminhos. É preciso que haja algum respeito, ao menos um esboço ou a dignidade humana se afirmará a machadadas. Torquato Neto LITERATURA NA RUA SÓ O AMOR CONSTRÓI PROVÁVEL EDITORIAL ou: o que restar do ano em que fomos vencidos por um presidente alucinado e sua corja desumana. Parte 3 de 4
  • 3. Já imaginou seu livro prontinho e circulando? E o melhor, rendendo 100% de lucros? A Editora AMEOPOEMA, não rouba seu direito de vender sua própria obra a seu preço e modo. Pois é, esse sonho pode estar a um passo de se realizar. Publicamos romances, poemas, contos, poesia concreta, teses, dissertações, TCCs, literatura infanto-juvenil, HQs e diversos outros assuntos literários. Você que escolhe o formato, tamanho, estilo. O livro fica do modo que foi sonhado. Nossos serviços: · Revisão e normatização dos textos · Acompanhamento direto pelo WhatsApp · Projeto gráfico COMPLETO · Livros colados e costurados · Criação de capa e contracapa · ISBN · Lançamento on-line (em sarau) · Divulgação nas redes sociais · Criação de artes para divulgação em redes sociais · Envio para todo Brasil e América Latina ENTRE EM CONTATO PARA ORÇAMENTOS: facebook.com/ameopoema 31 9 7526 3996 LITERATURA NA RUA
  • 4. AMEOPO MA E editora artesanal toda a revista está aberta a intervenções, e nos mande umas fotos. FANZINE #23 Ouro Preto, MG - 2020 outubro | novembro | dezembro 2021 - OP.MG várias (os) colaboradoras (es) capa em stencil por: @studiob2mr revisão: participantes edição e finalização: @studiob2mr organização: Editora AMEOPOEMA intervenção (miolo): Rômulo Ferreira PIX: ameopoemaeditora@gmail.com ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr JEANE BORDIGNON SAUL CABRAL GOMES JÚNIOR/ RÔMULO FERREIRA/ / MARCOS PONTAL / WANDERLEI RIBAMAR QUEIROZ JUNIOR / FELIPE DURÁN THEDIM / MARCIA LEAL / ELIETE BORGES FRANCO TEIXEIRA / FABIO DA SILVA BARBOSA / KARINE DIAS OLIVEIRA / DY EITERER / PAULINHO ASSUMPÇÃO / JÚNIO RICARDO MAGALHÃES / GINO RIBAS / JIVAGO ARTHUR / JANIO RIBEIRO / FLÁVIO LOUZAS ROCHA / CRISTAL DEIA / CNRD_CNRD / JEFERSON ILHA / NELSON NETO / THAÍS VIEIRA / COL. AMEOPOEMA | PRÊMIO AMEOPOEMA | E MAIS E MAIS E MAIS...
  • 6. Jeane Bordignon jeanebj@hotmail.com Já me atropelei muito... A pressa é fome que cega. Hoje calculo os passos para ao menos uma vez acertar o destino. Cansei de errar pelos caminhos! Mas reconheço que foram os passos trôpegos que ensinaram minhas pernas a caminharem fortes. E foi pelos caminhos tortos que aprendi a escrever minha própria estrada. ANDANÇA Insetos pequenos e fortes, carregam até 100 vezes o que pesam. Elas mesmas são o próprio meio de transporte, e jamais cansam. Trabalhadoras e guerreiras, são defensoras da natureza. Papel importante na aeração, e ainda ajudam na plantação. Elas também roubam o nosso alimento. Mas não é por maldade, mas sim por sua sobrevivência. Elas estão em todos os lugares, e aparecem do nada. Pegam principalmente o açúcar, para produzir fungos. Elas são determinadas! FORMIGAS Marcos Pontal marcosmachado@visaoespiritual.com.br GUERREIRAS
  • 7. O comboio desprende-se da corrente em ardência profunda. Segurem o comboio de meus sonhos. Eu estenderia meus braços, não fossem meus pés aderentes à estrada movediça. Segurem o comboio de meus sonhos! A queda é branda e ignora minhas têmporas arfantes. Segurem o comboio de meus sonhos! Peguem! Agarrem! Não deixem cair! Segurem o comboio de meus sonhos... Quisera eu não ter olhos! Quisera eu ser somente crença! Não posso. A madrugada vem vindo, com a fúria das loucas abjugadas. O comboio de meus sonhos desliza rumo ao caos eterno. Saul Cabral Gomes Júnior muiraquitan.saul@bol.com.br APELO
  • 8. ... Ó dona, fica tranquila... é coisa de nada, nem precisa anestesia... dói mesmo não... (perguntou) – não, não mesmo!! - Olhou ao redor e viu que não tinha jeito. Dois policiais guardando a entrada, dois velhos de corrupções e tais, e uma ou outra testemunha da hora e de fatos anteriores da vida corrida da dona e dos comparsas, a espera do inevitável – a cirurgia de dois minutos, apenas um corte com bisturi cirúrgico no 22 no tendão ou nervo exato e estaria tudo justiçado. Assim se fez, a começar pela dona, que sendo a primeira e sabendo que mesmo rápida, a cirurgia não haveria mais jeito, e que não pelas lágrimas, na verdade nunca as teve, apenas insinuação de disfarce para atrair vítimas para seus planos de falcatruas, as mais até hediondas, talvez vocês não imaginassem – ei... ei... - deixa eu tomar um gole, aqui... - ah, a cachacinha... olhou para seu amigo e perguntou – acho que pode. A dona tomou metade da cachaça... pareciaquedestavez,iriachorardeverdade Não deu tempo, tão delicado e sútil, Marcos fez o corte perfeito e milimétrico, assessorado por Wilian, aprendera em livro proibido de uma guerra ancestral da China ou Japão, o livro extenso já não tinha capa e foi ao que parece comprado em um sebo do centro do RJ, que já nem existia... comprado ou talvez mesmo, roubado. Pronto! Viu... não disse que não doía!! Se quiser.. abre outra garrafa... Posso... (sorriu prazeteiro, Marcos) - Ã vontade! - A fila segue.. Fechou a cara, a dona tomando da amarga, e nem olhava pro corte tão sútil e delicadamente feito na perna esquerda e no nervo exato... apenas dois centímetros, tinha de deixar cicatrizar sozinho. Marcos e Wilian auxiliaram para não infeccionar. Logo, emcercadeduashorasascirurgiassucediam,durandono máximo5minutosporàs vezesalguma CIRURGIA PARA NÃO ESQUECER NUNCA MAIS Wanderlei Ribamar Queiroz Junior meados de 2010
  • 9. relutância que logo terminava sob olhares severos dos policiais, desta vez tomando conta da porta e de como entravam os cerca de 20 ou mais a serem cirurgiados. Pronto!! Meia noite e dois minutos! - tudo tinha terminado, sem dor nenhuma, e em uma semana, a comunidade via hora aqui, hora ali, todos eles com uma das pernas atrofiadas – aleijadas como se diz popularmente.... e dizem: conseguiram ainda um benefício do governo, por serem agora deficientes, assim considerados. Enfim, a cirurgia, melhor cogitação de castigo para aqueles praticantes de atos tão condenáveis e gratuitos, tinha o efeito mais visível à comunidade que tanto desgraçaram décadas após décadas. Ao contrário dos impulsos primeiros, após um ato extremo, que achavam, a maioria – deveriam ser mortos, Marcos viu que matá-los (las) seria como uma libertação, se entendem... nada melhor que aleijar estupradores, mantenedores de planos criminosos vários, vivendo confortavelmente e sorridentes, sempre prontos a manter alguém em erro. A comunidade agora tinha visível a seus olhos, o seu trunfo diariamente e sem dor alguma. 20 ou mais irremediavelmente aleijados, até o fim de seus dias e recebendo proventos do governo. Melhor que isso, só se for.... Wanderlei Ribamar Queiroz Junior fb.com/wanderlei.ribamarqueirozjunior
  • 10. Nada parece ter mudado. Helena continua regar as plantas enquanto seu marido pinta o muro. No entra e sai do trem da vida a estações ficam cinzas com o tempo. Conforme os trilhos são preenchidos amigos desembarcam e o céu diminui, a linha do horizonte que em copo dilui. Da mesmice de décadas passadas os muros que construímos não estão em Berlim e sim em nossa casas. Libertário virou chacota, de imperialista a perfeito agiota. Os produtos de ontem que anos duravam se transfiguram em made in China, plásticos descartáveis. Tigres asiáticos que prendemos em nossas jaulas de pau-brasil, em nossos banheiros, pintados de azul anil! Felipe Durán Thedim lipduran@gmail.com UM NOVO MUNDO
  • 11. Marcia Leal marcia_lleal@yahoo.com.br Ilustra: Eliete Borges Franco Teixeira ettiborges7@yahoo.com.br INQUIETUDE Transformara a dor em poesia, Via na tristeza motor criativo, Recolhia cacos, Costurava desenganos. Ações corriqueiras tornaram-na exímia artesã. Arte e desafios eram traços do seu viver. Alma transparente, Coração puro e fraternal, Assim era Ela. Relembrava narrativas já vividas, Abriam-se então feridas, amores já perdidos. Descomprometida com a linearidade dos atos e dos fatos, Em sua mente relações conflituosas versavam. Seguia sorrateiramente seus dias, Driblava a inquietude da existência!
  • 12. As minhas falas não podem ser caladas As minhas falas já foram ignoradas Não mais... às falas sepultadas Quero mais que as falas sejam semeadas! Queria eu... ter falas versadas Mas, me disseram que na verdade... Já são bem proseadas Pois, a fala quando é bem escutada Soa como melodias bem entoadas! E, que bem diga as falas seguras e amadas Que explodem do coração com despojamento... entusiasmadas E espalham amor colorido Com as suas palavras bem gratas! Pois, também têm as falas mal amadas Que são devastadoras... Quando soltam a cachorrada Por vezes, sobre quem não sabe de nada! Ah, como são lindas as falas estampadas... É preciso sair da moldura... observar os cenários Fazer parte da paisagem E ouvir com os olhos da alma as falas que são abençoadas! Karine Dias Oliveira kadioliveira@yahoo.com.br FALAS ALÉM DAS VOZES ...
  • 13. Corri. Corri tanto que me perdi. Era um abandono de dores. Era um desvencilhar dos espinhos Que me rodeavam o corpo. Engoli o vento, tornei-me feroz E em grande medida, arredia. Selvagem alma dançando pra lua, Na luta entre o ser e o silêncio. Desrespeitei meus ciclos. Quis ser linha reta e fixa. Mirei no horizonte sem perspectivas. Não faltavam sonhos. Faltavam respiros. O sentido do amor. O arrepio. A coragem da entrega. O âmago despido e exposto. Faltava-me o desprendimento do outono. A revolução arrebatadora. Faltava o corte na carne E o sangue jorrando Pra que eu percebesse o tudo: Sou de paixões. E (sobre) viver estava me matando. Faltava-me ser ventania. (Dy Eiterer) @dyeiterer / @dyvagando (sobre) Viver
  • 14. Fabio da Silva Barbosa fsb1975@yahoo.com.br Ilustra: Eliete Borges Franco Teixeira ettiborges7@yahoo.com.br A barra está pesada A vida está fosca Mas você ainda pode pensar com sua própria cabeça Não precisamos de mestres líderes pastores ou ovelhas Não precisamos dos seus heróis deuses guias ou guiados Como não vomitar ao vermos toda nojeira da podre família tradicional brasileira Limpei o cu com a bandeira BARRA PESADA
  • 15. Há de chegar o dia em que a poesia te assustará Não pela beleza, mas pela força das suas palavras O Belo, o Bom e o Justo serão teus algozes Leituras barulhentas irão te ensurdecer Homens e mulheres celebrando a vida A explodir armas e canhões Até os que não se sabiam poetas escreverão versos E abriremos as tumbas de poetas mortos para que se juntem a nós A poesia, assim, nos salvará de ti E a escuridão se transformará na luz Se tiros são sempre iguais Poemas são únicos Que castigo maior do que ser incapaz de reconhecer a beleza? Terás que pedir aos teus deuses que te salvem Porque Aquele do qual falastes em Seu nome Não te salvará Até que supliques diante dos que maltratastes E implore seus perdões Só eles poderão te perdoar E somente o Grande Aquele que não conheces Poderá legitimar o teu perdão. Sem título Paulinho Assumpção Facebook: Paulinho assumpção Paulo.assump@terra.com.br
  • 16. Júnio Ricardo Magalhães arcanjo.junio@hotmail.com Como um relâmpago Que sai do Ocidente E se mostra no Oriente A mente acelera As ideias retrocedes As épocas Século XVII nascia Vila Rica Conflitos, invasões, Mapas das minas Traições, marchas árduas em sertões ermos Assaltos assassinatos, e tiroteios Ruas enlameadas, e tabernas repletas De sujeitos maus encarados Homens que se achavam deuses E no ápice da sua ganancia Escravizaram aldeias E dizimaram os que se opuseram A sua catequização opressora Através do seu vasto repertório De atrocidades Tudo para os seus objetivos Encontrar metais E pedras preciosas Sublevações não faltaram Na saga das minas Em um desse épicos Episódio eclodiu A sedição de Vila Rica Liderados por Pascoal da Silva Guimarães E Felipe dos Santos Freire os revoltosos Eram contra os monopólios As instalações das casas de fundição E o consequentemente recolhimento Do quinto de todo ouro extraído Mas se deram mau Por ter se levantado contra O poder.................. Passado (Vila Rica)
  • 17. Gino Ribas latentesviagens.blogspot.com Invertem-se vórtices e vozes, cultos ocultos propagam credos, a fé é arsenal perigoso e bélico, ibérico amerindio ferido e camuflado, sou a voz do outro, eco no deserto árido, dilemas, teoremas, postulados, conceitos efemeros endiabrados, ao gênio se estende simplicidade, o segredo é ser de verdade, palavra poema na porta bate, a coragem atende, o covarde se debate, arde, sua ferida no solo, carência afetiva curada no vazio do colo, ou do álcool, pesadelo dos lares, alguns perdidos no instinto outros sentados nos bares, erguem pilares, sutis devaneios, abstratos, concretos, a criaçãosefezluzàimagemdoVerbo
  • 18. Segredos São servos Que serenamente Se subvertem Rômulo Ferreira fb.com/silhuetaartzine Leite e mel escorriam dos dedos, Antes entre os lábios e dentro, A boca cheia d'água, escorre, Antes queimava a língua, Chamando pela boca que chama meu nome, Antes não dito, agora queima, Pela língua da boca que não calo, Antes calasse a minha, entre os dedos; Que nunca falei isso!
  • 19. Jivago Arthur jivago.arthur@gmail.com PO.E.SIA substantivo feminino, do latim poesis não venho reclamar-te, tampouco pra julgamentos, e nem ao menos pretendo deixar-te cria ou legado meus filhos são todos bastardos, anunciam-te com desmazelo: sou teu marujo a deriva tu és o meu mar azedo... canto-te nalgum cais, dalgum canto - não como um Fernando, um Camões - mas como outros tantos, milhões muito menos devotados - jazem todos desgraçados no gozo de tua lembrança - crê na jornada poeta: nada... nada... veleja no teu verso e te naufraga!
  • 20. Era uma ordem injusta Propagou se feito trevas Em mentes algoritimizadas. Era a fome e a desigualdade A falta de amor ao próximo A ausência de veracidade. Mas para arte não tem mal que perdure, nem censura que proíba o nascer do dia. Contra a praga barbarizada Nem fuja nem trema, Levante o seu poema! Janio Ribeiro ribeirojanio@gmail.com A BARBÁRIE Cinzas Cinzeiros e mais cinzeiros que juro adubam as plantas Ando às tantas das madrugadas todas Os dias são folhas devoradas por um caramujo cinza estranho O tamanho do mundo daqui da janela O tamanho da vida lá fora O tamanho que a formiga toma na fábula FORA! FORA! essa cigarra Nada é mais importante que dentro do instante Lá fora o poema não te ignora. Olha agora: O poema te faz sentir a vida até quando a vida apavora Brota na sua cara e evapora. AMANHÃ DEFUMADO Flávio Louzas Rocha fravimlouzas@hotmail.com
  • 21. Cristal Deia cristaldeanjo@gmail.com Leite e mel escorriam dos dedos, Antes entre os lábios e dentro, A boca cheia d'água, escorre, Antes queimava a língua, Chamando pela boca que chama meu nome, Antes não dito, agora queima, Pela língua da boca que não calo, Antes calasse a minha, entre os dedos; Que falo! espremer a pele do domingo até sair a larva há um parasita subcutâneo que se alimenta sete vezes por semana habita o espaço entre o lençol e o teto dos dias se arrasta e alastra por horas à fio mancomunado com todos os órgãos que assistem ao espetáculo calados não se sabe se sente dor não há estudo científico sobre o tal parasita: a sabedoria é na carne viva a melhor hora é pela manhã quando o paciente anestesia antes do primeiro gole de café ou antes do primeiro cigarro, caso fume há alternativa ao tratamento severo: goles alcoólicos de bebidas que adormecem a língua e a larva e quase não há efeito adverso, quase… @cnrd_cnrd - março de 2021
  • 22. três poemas (Primer poema libre de Aquiles) Cazar es atrapar a una persona es capturarla y meter en red a un animal. La selva es un mundo para los animales, es un lugar libre, sin leyes y sin redes. El atajo es camino corto y rápido, una manera más rápida… El secreto te hace estar inquieto es el hermano de la curiosidad. El secreto es algo que yo guardo para que nadie lo sepa. El secreto es el silencio y la maraca, el ritmo de la cascabel. de Aquiles León Arias Vargas (a los ocho años de edad) 1- LA SELVA 1 - Caracas, 20 de mayo de 2013 2 - Caracas, 22 de mayo de 2013 3 - Caracas, mayo de 2013
  • 23. En las mañanas cuando me levanto y veo el sol salir noto que el cielo está tan despejado como mi mente a esas horas. También puedo notar que en esos momentos embarga una enorme tranquilidad que se caracteriza porque al igual que la jungla y en mi casa oigo a los pájaros cantar. Pero no dura mucho porque de pronto escucho un ruido ensordecedor. Aquel ruido no es más que un aparato conocido como carro. Es en esos momentos cuando caigo en cuenta que lo que rompe esa tranquilidad, armonía y paz es aquel aparato que es de nuestra especie la humana que cada vez quiere destruir más y más. 3 - Sem título La montaña es un rascacielos es un gigante verde es un lugar para tocar las nubes. La posada es un refugio de la selva, es un lugar para conectarse a la naturaleza donde hay muchos árboles. El río atraviesa la montaña. Es un camino para los peces donde podemos jugar y nadar. De la montaña me gusta la altura porque puedo ver la ciudad. 2 - La montaña *Aquiles León Arias Vargas @liviavargasgonzalez e-mail:liviasartre@gmail.com
  • 24. ALIMENTO Nelson Neto fb.com/nelsonnetopoemaseilustracoes Ouvindo Cátia de França numa noite fria da serra. Observo o lençol branco, flâmula de outras eras, avisando que o tempo é transitório Esquecendo o mecânico sentimento líquido já “printado” por Bauman, percebe-se que o sentido já foi liquidificado. Burocrática infância, a municiar o estado de torpor, Alimentado por carentes narcisismos, com as vivências violadas, na castradora rotina engasgo em letras. foto: Thaís Vieira (detalhe)
  • 25. Precisamos conter esses índices da previdência! Cada vez tem mais velhos no mundo. Não vamos pagar o que a população tem direito. Precisamos continuar desviando verbas livremente. Já sei, aposentadoria somente aos 80 anos Ou morrer trabalhando... Mas esses velhos insistem em viver mais! Calma, o monopólio farmacêutico está lucrando. Ainda não é bom. Libera as armas Pelo menos os pretos vão morrer mais facilmente Sem a culpa recair pra cima do governo. A polícia faz muito escândalo. É pá pum! O foco agora é eliminar os velhos, Um problema de cada vez, deixa os pretos pra depois. Não podemos perder a verba da previdência. Eis que então, surge milagrosamente um vírus natural. E libera as escolas, quero ver mais pobre morrer! Querem verba sem trabalhar, a esse privilégio Só eu tenho direito. Deleite condensado é pra quem pode. Apascentar e sugar toda a imbecilidade desse gado acéfalo. Até que restem apenas os burros de carga. Jeferson Ilha jeferson.ilha@yahoo.com A VERBA DA PROVIDÊNCIA
  • 26. instagram: @studiob2mr facebook: www.facebok.com/ameopoema Pessoal, após um longo período de espera eis que anunciamos as finais etapas de nosso livro coletivo, agoRa já são 11 anos, (10 anos +1) nosso bonde nunca andou nos trilhos mesmo. Eis a graça davida. Vamos nos preparar pra em julho fazermos umas lives maneiras, fazermos um baita sarau mundial pramarcarbemadata. QUEMVEM? Em breve vamos dar mais detalhes, por hora ninguém sabe de muita coisa, só que vai rolar e que seráemjulhode2022. Acompanheparaficaremdia: Livro coletivo de 10+2 anos do Coletivo AMEOPOEMA EM BREVE Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021) com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e Eduardo Sacramento. Estou repassado o livro a 30,00 com correio incluso.PEDIDOS: (31) 9 7526 3996 Livro do autor e editor desta revista LANÇAMENTO Pôr do Sol nas Coisas poemas inéditos
  • 27. ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA FINANCIAR NOVOS TRABALHOS: ameopoemaeditora@gmail.com Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato. Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato, são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva. AMEOPO MA E editora artesanal MUITO OBRIGADO PELA LEITURA ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO! INTERVENHA NESTA REVISTA E MANDE UMA FOTO PRA GENTE LITERATURA NA RUA