1. & Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças
e também quer dormir como as outras crianças.
AMEOPO MA E
informativo literário _
30ª ANO4 EDIÇÃO
se7embro’’ 14 - e outros meses
Uma vez que fenda aberta
fenda aberta então será
...
...
uando eu era pequeno, digo
pequeno, pois me considero qainda uma criança, bom, quando
eu era uma criança pequena, eu tinha
uma mania estranha de cavucar o chão
do terreno onde a casa da minha família
estava fincada. Eu ficava dias e mais dias
futucando a terra em busca de um tal de
tesouro que uns portugueses que eram
donos do terreno ali haviam escondido.
Mas isso era história que minha mãe me
contava, talvez pra ver se eu ficava
sossegado, e deixava ela em paz algum
momento.
Funcionava! Eu cresci obstinado por este
tesouro, eu nem sabia o que tinha lá e se
houvesse mesmo um tesouro eu nem sei pra que ele serviria. Eu até
sonhava como dito cujo... Algum dia, ela, preocupada com a situação
me contou a verdadeira história por trás de tudo. Eu, como bom
mineiro, desconfiei: Será que estou chegando perto? E não desistia.
Nunca desisti. Só que hoje ao invés de ferramentas para perfurar a
terra, eu ando usando palavras, poemas, imagens...
Pois aprendi que meu tesouro está por aí, em algum canto da alma
deste mundo. Só esperando o momento certo de se apresentar a
meus olhos, e acredite, o olharei com o mesmo olhar que
tinha quando ouvi pela primeira vez a história do tal
tesouro enterrado no quintal.
ZINES, REVISTAS, HQ,S, JORNAIS, LIVROS, PAPEL...
troque cartas, converse mais, crie zines, leia livros
Jornal O Capital
Av. Ivo do Prado, 948, Aracaju/ SE cep: 49015-070
Brix Skwikz - We Make Zines
Cx Postal 33 / Varginha - MG / 37002-970
Rômulo Ferreira
CAPA::: DETALHE DO LIVRO
“Meu Barquinho Amarelo Iêda Dias da Silva
”,
(Primeiro livro que li sozinho
)
AMEOPO
?
E
M
A
QUER DIZER
ENTÃO
QUE VOCÊ
É POETA?
Pague
livre ot
por este o q pude u ant
r
!AMEOPO MA E AMEOPO MA E AMEOPO MA E
Edição e coordenação: Rômulo Ferreira | Exemplares na pRAÇA:
Vários, TIRE mais cópias|| poemas desta edição pertencem
ao livro “PARA GOSTAR DE LER” | Ajude nas próximas edições
depositando qu alquer valor em: Banco do Bra$il - Rômulo Ferreira
Agência 0473-1 conta poup. 16197-7 (ou escondido em carta)
PARTICIPE, MANDE SEU MATERIAL... |||| Participe do grupo
(AMEOPOEMA) em :::::: www.facebook.com/ameopoema||||
outrasdimensoes@gmail.com
www.romulopherreira.blogspot.com
Cx. Postal 15.210 - RJ/RJ - cep: 20.031-971
$ = cc
NC BY ND
opoetinhacamarada.blogspot.com
www.psiupoetico.com
www.facebook.com/telúrika
www.facebook.com/outrasdimensoes
A CASA
AS BORBOLETAS
Vinicius de Moraes
Cecília Meireles
foto: capa da edição 0030 - RJ
Era uma casa
muito engraçada
não tinha teto
não tinha nada
ninguém podia
entrar nela não
porque na casa
não tinha chão
ninguém podia
dormir na rede
porque na casa
não tinha parede
ninguém podia
fazer pipi
porque penico
não tinha ali
mas era feita
com muito esmero
na Rua dos Bobos
Brancas Número zero.
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
A Bailarina
2. DAS FALSAS POSIÇÕES
Com a pele do leão
vestiu-se o burro
um dia.
Porém no seu
encalço, a
cada instante
hora,
“Olha o burro!
Fiau! Fiau!
gritava a
bicharia...
Tinha o parvo
esquecido as
orelhas de fora!
PIRILAMPOS
PIRILAMPOS PIRILAMPOS
Thiago de Mello AMEOPO MA E
Os Estatutos do Homem
livros e brindes...
participe! }
AMEOPO MA E www.facebook.com/ sorteio mensal de
Mário Quintana
PIRILAMPOS
Henriqueta Lisboa
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO I
Fica decretado que agora vale a verdade, que agora
vale a vida, e que de mãos dadas, trabalharemos
todos pela vida verdadeira . . .
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive
as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a
converter-se em manhãs de domingo . . .
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá
girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão
direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas
devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o
verde onde cresce a esperança . . .
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo
da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça
do silêncio nem a armadura das palavras.
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida antes da
sobremesa.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.
Tudo será permitido, inclusive brincar com os
rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma
imensa begônia na lapela.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Parágrafo Único:
Só uma coisa fica proibida : amar sem amor.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO FINAL
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual
será suprimida dos dicionários do pântano enganoso
das bocas.
A partir deste instante a liberdade será algo vivo
e transparente como um fogo ou um rio, e a sua
morada será sempre o coração do homem.
31ª ANO Quatro EDIÇÃO
OUTUBRO 14
_
especial
criança
Quando a noite
vem baixando,
nas várzeas ao lusco-fusco
e na penumbra das moitas
e na sombra erma dos campos,
piscam piscam pirilampos.
São pirilampos ariscos
que acendem pisca-piscando
as suas verdes lanternas,
ou são claros olhos verdes
de menininhos travessos,
verdes olhos semitontos,
semitontos mas acesos
que estão lutando com o sono?
...
Delí-rio de Janeiro