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Prevenção e Diagnóstico Precoce do Cancro Gástrico
B R A G A N Ç A – 1 4 D E J U N H O D E 2 0 1 9
D R . R I C A R D O V E LO S O
R I C A R D O .V E LO S O .G A S T R O @ G M A I L .C O M
Algumas bases anatómicas
• Órgão do tubo digestivo situado entre o esófago e
o duodeno
• É responsável pelo processo de digestão de vários
alimentos
• É um órgão com várias camadas, sendo que a
maioria dos cancros se desenvolve na sua camada
superficial
• É perfeitamente possível viver sem estômago,
apesar de este desempenhar vários papéis muito
importantes no nosso organismo
O que é o cancro
do estômago?
• É um tumor que ocorre no estômago, habitualmente na camada mais
“superficial” do estômago (mucosa)
• A maioria são adenocarcinomas (90% dos casos)
• Muitas vezes utilizados como sinónimos
• É um tipo de cancro muitas vezes difícil de diagnosticar porque os sintomas
são tardios e inespecíficos
• 50% diagnosticados numa fase em que já há metástases para outros
órgãos
• Em 1975 era o cancro mais frequente a nível mundial
• Preservação da comida em sal
• Helicobacter pylori
• Dificuldade na realização de endoscopias
Apenas há um tipo de
cancro do estômago?
• Há, na realidade, múltiplos tipos de cancros do estômago
• De longe os mais frequentes são os adenocarcinomas (90% dos casos)
• CONTUDO, ter cancro gástrico não é igual a ter um adenocarcinoma e o tipo
de cancro gástrico duma pessoa pode ser totalmente diferente do cancro
gástricos doutra pessoa
• Tratamentos e prognósticos muito diferentes
• Os adenocarcinomas são mais frequentes nos homens, especialmente a partir
dos 55 anos
• Enorme variabilidade mundial na distribuição do cancro gástrico
Uma perspectiva
histórica
• Em 1975 era o cancro mais frequente a nível
mundial
• Atualmente é o quarto cancro mais
frequente mundialmente. Contudo, é o
terceiro cancro que mais pessoas mata em
todo o mundo
• É mais frequente nos países asiáticos e na
Europa do Leste mas Portugal tem das
maiores incidências deste cancro dentro dos
países da União Europeia
O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
IA  71%
IB  57%
IIA  46%
IIB –> 33%
IIIA  20%
IIIB 14%
IV 4%
Há muito cancro do estômago em Portugal?
• Portugal é um dos países da Europa com maior incidência de
cancro gástrico
• Apesar do declínio da incidência nas últimas décadas, a previsão
é que a incidência do cancro gástrico comece novamente a
aumentar
• Helicobacter pylori
• Envelhecimento da população
• Mais diagnóstico?
• Hábitos alimentares
Há muito cancro do estômago em Portugal?
O que causa o cancro do estômago?
• Não há um único factor que provoque cancro gástrico
Quais são os sintomas mais frequentes do cancro gástrico?
• Os sintomas são, na maioria, tardios e inespecíficos!!
Cancro
gástrico
Dor
abdominal
Perda de
peso
Náuseas
persistentes
Disfagia
(dificuldade
em engolir)
Enfartamento
Anemia
por perda
de ferro
Hemorragia
digestiva
Etc.,
etc.,
etc…
Factores de risco para o cancro gástrico
O que é “essa coisa” do
Helicobacter pylori?
• Bacilo microaerofílico Gram –
• Forma espiral com cerca de 3,5-0,5 µm
• 2-7 flagelos com bainha unipolar  melhor mobilidade
• Capaz de formar formas cocóides (quiescentes) quando as condições não são
favoráveis
• Estrategicamente concebido para sobreviver ao ambiente gástrico hostil
• Flagelos, forma espiral
• Urease
• Ilha de patogenecidade cag-PAI; vacA, adesinas, …
O que é “essa coisa”
do Helicobacter pylori?
• Infecta os humanos desde há 58.000 anos
• Descoberta em 1982 pelos investigadores
Marshall e Warren
• Prémio Nobel da Medicina em 2005
• Considerado Carcinogénio tipo 1 pela
International Agency on Research on Cancer desde
1998
• Tal como o amianto, substâncias radioactivas,
VHC, VHB, poluição atmosférica, …
• Responsável por 50-80% dos cancros gástricos!
Todas as pessoas têm
esta bactéria?
• Caso ímpar de sucesso bacteriano
• Uma das infecções bacterianas mais frequentes do mundo (a mais?)
• Infecta mais de 50% da população mundial (mais de 80% da população
de países em vias de denvolvimento… e Portugal…)
• Habitualmente adquirida em idade pediátrica
• Mais nos países em vias de desenvolvimento
• Re-infecção e aquisição da infecção em idade adulta pouco frequente
• Método provável de infecção feco-oral / oral-oral
• Humanos como maior reservatório da doença
• Mais facilmente transmissível em familias numerosas, de baixo nível
sócio-económico, com baixo nível de instrução, habitando um país em
vias de desenvolvimento e com más condições sanitárias
Como é que esta bactéria
provoca cancro?
• Não se acorda um dia com cancro…
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• Influência de múltiplos factores
• Do hospedeiro
• Da bactéria
• Do meio ambiente
Todas as pessoas devem ser tratadas?
Estabelecidos
• DUP (úlceras) activa ou passada
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• MALToma (baixo grau)
• Após resseção endoscópica de
cancro gástrico precoce
• Dispepsia não previamente
investigada
Controversos
• Dispepsia funcional
• DRGE
• Toma frequente de AINEs
• Anemia ferropénica inexplicável / PTI /
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• Populações de alto risco de cancro
gástrico
• Metaplasia/atrofia/displasia
Todas as pessoas devem ser tratadas?
• Opinião pessoal...
• SIM!
H.p.
Carcinogénio
tipo 1
Responsável
por 50-80%
dos ca
gástricos
Sem
função
biológica
Relação
com
múltiplas
doenças
Vários estudos
a demonstrar
eficácia na
diminuição do
cancro gástrico
após
erradicação
O tratamento é fácil e 100% eficaz?
• Infelizmente… Não…
• Em Portugal temos elevadas taxas de
resistências aos antibióticos que fazem com
que o tratamento não seja 100% eficaz…
Há mesmo benefícios em tratar o H.pylori?
Comprovados
• Úlceras gástricas e duodenais H.p. +
• MALToma
• Cancro gástrico precoce após
tratamento endoscópico
• Dispepsia não investigada
Prováveis
• História familiar de cancro gástrico
• Gastrite atrófica
• Dispepsia funcional
• Uso persistente de anti-
inflamatórios não esteroides
• Anemia ferropénica
• PTI
• Gastrite linfocítica / Doença de
Menetrier / Pólipos Hiperplásicos
• Doença do Refluxo Gastro-Esofágico
Eventuais riscos
• Gastrite predominante no corpo
gástrico
• Cancro esofágico
• Asma e rinite alérgica
• Resistência aos antibióticos
• TODOS ELES NÃO COMPROVADOS
Há mesmo benefícios em tratar o H.pylori?
E quanto aos outros factores de risco?
E quanto aos outros factores de risco?
Como podemos
diagnosticar o cancro do
estômago?
• O método mais acessível, mais fiável e mais
“simples” é a Endoscopia Digestiva Alta
• Os métodos de imagem como a ecografia e a
TAC também podem oferecer um diagnóstico
provável, mas não têm a capacidade para
fazer biopsias
A endoscopia é aquela coisa horrível?
• Não!
• E sim só um bocado…
• É um exame invasivo e desconfortável, apesar de não ser doloroso
• Há sempre a hipótese de fazer a endoscopia sob sedação
• O MEDO DO EXAME NUNCA DEVE SER UM MOTIVO PARA NÃO O FAZER!
Todas as pessoas em Portugal deviam fazer uma endoscopia?
• É um tema controverso
• Ultimamente vários estudos têm reportados excelentes resultados em populações asiáticas com programas de
rastreio por endoscopia digestiva alta
• Permitem diagnóstico do cancro em fases muito precoces / assintomáticas
• Permitem a pesquisa do Helicobacter pylori e sua erradicação
• Permitem a descoberta das lesões percursoras do cancro (atrofia  metaplasia  displasia) e adequada vigilância das
mesmas
• MAS…
• Economicamente dispendioso
• Exame invasivos (pouca possibilidade de o fazer sempre sob sedação… Poucos recursos…)
• Ainda não temos a certeza se esta será a abordagem mais correcta nos povos ocidentais
• Efectuar ao mesmo tempo que o rastreio do cancro colorectal?...
E quanto a devem fazer?
• Na presença de sintomas / sinais de alarme
• Especialmente com história familiar ou > 55 anos
• 10 anos antes do caso mais precoce de cancro gástrico na família?
• Aos 50 anos em toda a população?
Rastreio / Deteção precoce
do cancro gástrico
•Tema ainda controverso
• Provavelmente mais eficaz e necessário em populações de alto
risco
• Como os portugueses…
• Qual a maneira melhor de o fazer? Quando o fazer?
• Diagnóstico mais precoce = melhor sobrevida
• Possibilidade até de tratamento não cirúrgico
Como posso prevenir o cancro gástrico?
• Não fume!
• Consumo moderado de bebidas alcoólicas
• Evite alimentos preservados em sal / enchidos
• Prefira os vegetais e frutas frescas; evite carnes vermelhas
• Tratar o Helicobacter pylori (se presente)
• Esteja atento aos seus sintomas
• Participe no seu processo de diagnóstico e tratamento
• Fale com o seu Médico de Família sobre os seus sintomas, história familiar e hábitos alimentares
• Pergunte se necessita de efectuar uma endoscopia digestiva alta e quando
Tenho cancro gástrico?... O que vai
acontecer?
• Tenha calma, apesar de isso ser difícil…
• Cada vez mais somos melhores no tratamento do cancro gástrico, mesmo em estádios muito
avançados
• Se detectado precocemente, há uma grande probabilidade de ser curado
• O processo é assustador… Mas necessário!
• Mesmo que não saiba (ou não veja…) há um enorme conjunto de profissionais interessados na sua
saúde
• O seu caso será discutido por múltiplos profissionais ligados à patologia oncológica
• E esse processo é normal e desejável!
• Por vezes ser tratado mais rapidamente não significa ser melhor tratado
• No processo de decisão entra a opinião/conhecimento dos cirurgiões, oncologistas,
radioterapeutas, gastrenterologistas, psicólogos, enfermeiros, etc.
• MAS
• A sua decisão é sempre a mais importante!
• Procure ajuda e seja ajudado!
O cancro gástrico é incurável?
• NÃO!
• Como vimos anteriormente, pode ser curado
• Contudo, é tanto mais curável quanto mais rapidamente for diagnosticado
• Um problema/sintoma não desaparece só por não pensarmos nele…
• Mesmo nos casos em que o cancro é, efectivamente, incurável, há múltiplas
terapêuticas disponíveis para prolongar a vida
• Com qualidade
• Com dignidade
• Não tenha medo de perguntar ao seu médico:
• Qual vai ser o tratamemento
• Qual vai ser a probabilidade de sucesso
• De que forma pode ajudar no processo
• Onde pode procurar ajuda
• Psicológica, financeira, etc.
Quais os novos
tratamentos disponíveis?
Melhores métodos
endoscópicos de deteção
e tratamento de cancros
gástricos precoces
Cromoscopia
virtual
ESD
Novos agentes
quimioterápicos
Pembrolizumab
Melhores e menos
agressivos
Algumas mensagem-chave
O melhor cancro é aquele que é prevenido!
Esteja atento aos seus sintomas. Fale com
o seu médico quando em dúvida
O H.p., quando presente, deve ser
erradicado
O cancro gástrico vai aumentar de
incidência nas próximas décadas
O tratamento do H.p. (precocemente)
parece prevenir o cancro gástrico
Tenha cuidado com a sua alimentação! Não
fume!
Portugal devia pensar em ter um programa
de rastreio do cancro gástrico
O cancro pode ser vencido!
Mitos em Gastrenterologia!
Fazer muitas endoscopias e/ou sedações faz mal
• Naturalmente que como se trata de um
exame invasivo tem alguns (muito raros)
riscos
• Esses riscos aumentam se efectuarmos algumas
terapêuticas como exérese de pólipos / lesões
• MAS
• Exame globalmente muito seguro
• Pode ser efectuado várias vezes num ano
• A medicação utilizada para a sedação está
totalmente fora do nosso corpo em 12/24
horas
A bactéria do estômago nunca morre, só fica adormecida
• O objectivo do tratamento é
erradicação da bactéria
• E não “adormecê-la” ou “diminuir a infecção”
• Contudo
• Cerca de 10% das pessoas são reinfectadas
• Raramente a reinfecção ocorre em idade adulta
Não vale a pena tratar a bactéria porque todas as pessoas a têm
• FALSO
• Em Portugal 80% das pessoas estão infectadas
• Esta bactéria NÃO tem papel biológico benéfico
• É um factor de risco indubitável para cancro
gástrico
• Responsável por várias outras patologias
• Não se procura/testa para não tratar…
O cancro gástrico é contagioso
• Não há contágio do cancro gástrico
• Há, contudo, uma associação familiar
• Base genética
• Cuidados alimentares?
• Exposição a carcinogéneos semelhantes?
• O Helicobacter pylori, esse sim, é
transmissível
• Mais na infância
O sumo de limão faz mal ao estômago
• Os únicos alimentos que
verdadeiramente fazem mal ao estômago
são:
• Alimentos conservados/preservados em sal
• Enchidos…
• Compostos nitrogenados
• Álcool?
• O facto de alguns alimentos provocarem
sintomas não quer dizer que façam mal ao
estômago
Não se pode tomar sempre os “protectores” gástricos porque eles
causam cancro e demência
• Os IBPs são, provavelmente, a
classe mais segura de fármacos que
existe
• Preocupação desmesurada, provavelmente
baseada em conceitos economicistas
• Múltiplos estudos a comprovar a sua segurança
a curto, médio e longo prazo
• O verdadeiro problema é a
sobremedicação
• Não precisa de tomar um IBP apenas porque
tem gastrite ou porque toma muitos
medicamentos
• Informe-se com o seu médico se precisa mesmo de
tomar o IBP
A Quimioterapia faz mais mal que bem
• Mito muito perigoso…
• A QT, infelizmente, pode ter efeitos laterais…
• TODA a medicação é dada baseada numa relação
custo/benefício
• A QT foi (e é) extensivamente estudada e validada
cientificamente
• Cada vez temos mais e melhores fármacos para os mais
variados cancros
• A decisão de fazer QT é sempre do doente, mas lembre-se
• Os médicos querem o melhor para si
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Muito obrigado!
ricardo.veloso.gastro@gmail.com

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Prevenção e Diagnóstico Precoce do Cancro Gástrico

  • 1. Prevenção e Diagnóstico Precoce do Cancro Gástrico B R A G A N Ç A – 1 4 D E J U N H O D E 2 0 1 9 D R . R I C A R D O V E LO S O R I C A R D O .V E LO S O .G A S T R O @ G M A I L .C O M
  • 2. Algumas bases anatómicas • Órgão do tubo digestivo situado entre o esófago e o duodeno • É responsável pelo processo de digestão de vários alimentos • É um órgão com várias camadas, sendo que a maioria dos cancros se desenvolve na sua camada superficial • É perfeitamente possível viver sem estômago, apesar de este desempenhar vários papéis muito importantes no nosso organismo
  • 3. O que é o cancro do estômago? • É um tumor que ocorre no estômago, habitualmente na camada mais “superficial” do estômago (mucosa) • A maioria são adenocarcinomas (90% dos casos) • Muitas vezes utilizados como sinónimos • É um tipo de cancro muitas vezes difícil de diagnosticar porque os sintomas são tardios e inespecíficos • 50% diagnosticados numa fase em que já há metástases para outros órgãos • Em 1975 era o cancro mais frequente a nível mundial • Preservação da comida em sal • Helicobacter pylori • Dificuldade na realização de endoscopias
  • 4. Apenas há um tipo de cancro do estômago? • Há, na realidade, múltiplos tipos de cancros do estômago • De longe os mais frequentes são os adenocarcinomas (90% dos casos) • CONTUDO, ter cancro gástrico não é igual a ter um adenocarcinoma e o tipo de cancro gástrico duma pessoa pode ser totalmente diferente do cancro gástricos doutra pessoa • Tratamentos e prognósticos muito diferentes • Os adenocarcinomas são mais frequentes nos homens, especialmente a partir dos 55 anos • Enorme variabilidade mundial na distribuição do cancro gástrico
  • 5. Uma perspectiva histórica • Em 1975 era o cancro mais frequente a nível mundial • Atualmente é o quarto cancro mais frequente mundialmente. Contudo, é o terceiro cancro que mais pessoas mata em todo o mundo • É mais frequente nos países asiáticos e na Europa do Leste mas Portugal tem das maiores incidências deste cancro dentro dos países da União Europeia
  • 6. O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
  • 7. O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
  • 8. O cancro do estômago é assim um problema tão grave?
  • 9. O cancro do estômago é assim um problema tão grave? IA  71% IB  57% IIA  46% IIB –> 33% IIIA  20% IIIB 14% IV 4%
  • 10. Há muito cancro do estômago em Portugal? • Portugal é um dos países da Europa com maior incidência de cancro gástrico • Apesar do declínio da incidência nas últimas décadas, a previsão é que a incidência do cancro gástrico comece novamente a aumentar • Helicobacter pylori • Envelhecimento da população • Mais diagnóstico? • Hábitos alimentares
  • 11. Há muito cancro do estômago em Portugal?
  • 12. O que causa o cancro do estômago? • Não há um único factor que provoque cancro gástrico
  • 13. Quais são os sintomas mais frequentes do cancro gástrico? • Os sintomas são, na maioria, tardios e inespecíficos!! Cancro gástrico Dor abdominal Perda de peso Náuseas persistentes Disfagia (dificuldade em engolir) Enfartamento Anemia por perda de ferro Hemorragia digestiva Etc., etc., etc…
  • 14. Factores de risco para o cancro gástrico
  • 15. O que é “essa coisa” do Helicobacter pylori? • Bacilo microaerofílico Gram – • Forma espiral com cerca de 3,5-0,5 µm • 2-7 flagelos com bainha unipolar  melhor mobilidade • Capaz de formar formas cocóides (quiescentes) quando as condições não são favoráveis • Estrategicamente concebido para sobreviver ao ambiente gástrico hostil • Flagelos, forma espiral • Urease • Ilha de patogenecidade cag-PAI; vacA, adesinas, …
  • 16. O que é “essa coisa” do Helicobacter pylori? • Infecta os humanos desde há 58.000 anos • Descoberta em 1982 pelos investigadores Marshall e Warren • Prémio Nobel da Medicina em 2005 • Considerado Carcinogénio tipo 1 pela International Agency on Research on Cancer desde 1998 • Tal como o amianto, substâncias radioactivas, VHC, VHB, poluição atmosférica, … • Responsável por 50-80% dos cancros gástricos!
  • 17. Todas as pessoas têm esta bactéria? • Caso ímpar de sucesso bacteriano • Uma das infecções bacterianas mais frequentes do mundo (a mais?) • Infecta mais de 50% da população mundial (mais de 80% da população de países em vias de denvolvimento… e Portugal…) • Habitualmente adquirida em idade pediátrica • Mais nos países em vias de desenvolvimento • Re-infecção e aquisição da infecção em idade adulta pouco frequente • Método provável de infecção feco-oral / oral-oral • Humanos como maior reservatório da doença • Mais facilmente transmissível em familias numerosas, de baixo nível sócio-económico, com baixo nível de instrução, habitando um país em vias de desenvolvimento e com más condições sanitárias
  • 18. Como é que esta bactéria provoca cancro? • Não se acorda um dia com cancro… • Processo demorado (7-10 anos) • Influência de múltiplos factores • Do hospedeiro • Da bactéria • Do meio ambiente
  • 19. Todas as pessoas devem ser tratadas? Estabelecidos • DUP (úlceras) activa ou passada (não tratada) • MALToma (baixo grau) • Após resseção endoscópica de cancro gástrico precoce • Dispepsia não previamente investigada Controversos • Dispepsia funcional • DRGE • Toma frequente de AINEs • Anemia ferropénica inexplicável / PTI / rosácea • Populações de alto risco de cancro gástrico • Metaplasia/atrofia/displasia
  • 20. Todas as pessoas devem ser tratadas? • Opinião pessoal... • SIM! H.p. Carcinogénio tipo 1 Responsável por 50-80% dos ca gástricos Sem função biológica Relação com múltiplas doenças Vários estudos a demonstrar eficácia na diminuição do cancro gástrico após erradicação
  • 21. O tratamento é fácil e 100% eficaz? • Infelizmente… Não… • Em Portugal temos elevadas taxas de resistências aos antibióticos que fazem com que o tratamento não seja 100% eficaz…
  • 22. Há mesmo benefícios em tratar o H.pylori? Comprovados • Úlceras gástricas e duodenais H.p. + • MALToma • Cancro gástrico precoce após tratamento endoscópico • Dispepsia não investigada Prováveis • História familiar de cancro gástrico • Gastrite atrófica • Dispepsia funcional • Uso persistente de anti- inflamatórios não esteroides • Anemia ferropénica • PTI • Gastrite linfocítica / Doença de Menetrier / Pólipos Hiperplásicos • Doença do Refluxo Gastro-Esofágico Eventuais riscos • Gastrite predominante no corpo gástrico • Cancro esofágico • Asma e rinite alérgica • Resistência aos antibióticos • TODOS ELES NÃO COMPROVADOS
  • 23. Há mesmo benefícios em tratar o H.pylori?
  • 24. E quanto aos outros factores de risco?
  • 25. E quanto aos outros factores de risco?
  • 26. Como podemos diagnosticar o cancro do estômago? • O método mais acessível, mais fiável e mais “simples” é a Endoscopia Digestiva Alta • Os métodos de imagem como a ecografia e a TAC também podem oferecer um diagnóstico provável, mas não têm a capacidade para fazer biopsias
  • 27. A endoscopia é aquela coisa horrível? • Não! • E sim só um bocado… • É um exame invasivo e desconfortável, apesar de não ser doloroso • Há sempre a hipótese de fazer a endoscopia sob sedação • O MEDO DO EXAME NUNCA DEVE SER UM MOTIVO PARA NÃO O FAZER!
  • 28. Todas as pessoas em Portugal deviam fazer uma endoscopia? • É um tema controverso • Ultimamente vários estudos têm reportados excelentes resultados em populações asiáticas com programas de rastreio por endoscopia digestiva alta • Permitem diagnóstico do cancro em fases muito precoces / assintomáticas • Permitem a pesquisa do Helicobacter pylori e sua erradicação • Permitem a descoberta das lesões percursoras do cancro (atrofia  metaplasia  displasia) e adequada vigilância das mesmas • MAS… • Economicamente dispendioso • Exame invasivos (pouca possibilidade de o fazer sempre sob sedação… Poucos recursos…) • Ainda não temos a certeza se esta será a abordagem mais correcta nos povos ocidentais • Efectuar ao mesmo tempo que o rastreio do cancro colorectal?...
  • 29. E quanto a devem fazer? • Na presença de sintomas / sinais de alarme • Especialmente com história familiar ou > 55 anos • 10 anos antes do caso mais precoce de cancro gástrico na família? • Aos 50 anos em toda a população?
  • 30. Rastreio / Deteção precoce do cancro gástrico •Tema ainda controverso • Provavelmente mais eficaz e necessário em populações de alto risco • Como os portugueses… • Qual a maneira melhor de o fazer? Quando o fazer? • Diagnóstico mais precoce = melhor sobrevida • Possibilidade até de tratamento não cirúrgico
  • 31. Como posso prevenir o cancro gástrico? • Não fume! • Consumo moderado de bebidas alcoólicas • Evite alimentos preservados em sal / enchidos • Prefira os vegetais e frutas frescas; evite carnes vermelhas • Tratar o Helicobacter pylori (se presente) • Esteja atento aos seus sintomas • Participe no seu processo de diagnóstico e tratamento • Fale com o seu Médico de Família sobre os seus sintomas, história familiar e hábitos alimentares • Pergunte se necessita de efectuar uma endoscopia digestiva alta e quando
  • 32. Tenho cancro gástrico?... O que vai acontecer? • Tenha calma, apesar de isso ser difícil… • Cada vez mais somos melhores no tratamento do cancro gástrico, mesmo em estádios muito avançados • Se detectado precocemente, há uma grande probabilidade de ser curado • O processo é assustador… Mas necessário! • Mesmo que não saiba (ou não veja…) há um enorme conjunto de profissionais interessados na sua saúde • O seu caso será discutido por múltiplos profissionais ligados à patologia oncológica • E esse processo é normal e desejável! • Por vezes ser tratado mais rapidamente não significa ser melhor tratado • No processo de decisão entra a opinião/conhecimento dos cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, gastrenterologistas, psicólogos, enfermeiros, etc. • MAS • A sua decisão é sempre a mais importante! • Procure ajuda e seja ajudado!
  • 33. O cancro gástrico é incurável? • NÃO! • Como vimos anteriormente, pode ser curado • Contudo, é tanto mais curável quanto mais rapidamente for diagnosticado • Um problema/sintoma não desaparece só por não pensarmos nele… • Mesmo nos casos em que o cancro é, efectivamente, incurável, há múltiplas terapêuticas disponíveis para prolongar a vida • Com qualidade • Com dignidade • Não tenha medo de perguntar ao seu médico: • Qual vai ser o tratamemento • Qual vai ser a probabilidade de sucesso • De que forma pode ajudar no processo • Onde pode procurar ajuda • Psicológica, financeira, etc.
  • 34. Quais os novos tratamentos disponíveis? Melhores métodos endoscópicos de deteção e tratamento de cancros gástricos precoces Cromoscopia virtual ESD Novos agentes quimioterápicos Pembrolizumab Melhores e menos agressivos
  • 35. Algumas mensagem-chave O melhor cancro é aquele que é prevenido! Esteja atento aos seus sintomas. Fale com o seu médico quando em dúvida O H.p., quando presente, deve ser erradicado O cancro gástrico vai aumentar de incidência nas próximas décadas O tratamento do H.p. (precocemente) parece prevenir o cancro gástrico Tenha cuidado com a sua alimentação! Não fume! Portugal devia pensar em ter um programa de rastreio do cancro gástrico O cancro pode ser vencido!
  • 37. Fazer muitas endoscopias e/ou sedações faz mal • Naturalmente que como se trata de um exame invasivo tem alguns (muito raros) riscos • Esses riscos aumentam se efectuarmos algumas terapêuticas como exérese de pólipos / lesões • MAS • Exame globalmente muito seguro • Pode ser efectuado várias vezes num ano • A medicação utilizada para a sedação está totalmente fora do nosso corpo em 12/24 horas
  • 38. A bactéria do estômago nunca morre, só fica adormecida • O objectivo do tratamento é erradicação da bactéria • E não “adormecê-la” ou “diminuir a infecção” • Contudo • Cerca de 10% das pessoas são reinfectadas • Raramente a reinfecção ocorre em idade adulta
  • 39. Não vale a pena tratar a bactéria porque todas as pessoas a têm • FALSO • Em Portugal 80% das pessoas estão infectadas • Esta bactéria NÃO tem papel biológico benéfico • É um factor de risco indubitável para cancro gástrico • Responsável por várias outras patologias • Não se procura/testa para não tratar…
  • 40. O cancro gástrico é contagioso • Não há contágio do cancro gástrico • Há, contudo, uma associação familiar • Base genética • Cuidados alimentares? • Exposição a carcinogéneos semelhantes? • O Helicobacter pylori, esse sim, é transmissível • Mais na infância
  • 41. O sumo de limão faz mal ao estômago • Os únicos alimentos que verdadeiramente fazem mal ao estômago são: • Alimentos conservados/preservados em sal • Enchidos… • Compostos nitrogenados • Álcool? • O facto de alguns alimentos provocarem sintomas não quer dizer que façam mal ao estômago
  • 42. Não se pode tomar sempre os “protectores” gástricos porque eles causam cancro e demência • Os IBPs são, provavelmente, a classe mais segura de fármacos que existe • Preocupação desmesurada, provavelmente baseada em conceitos economicistas • Múltiplos estudos a comprovar a sua segurança a curto, médio e longo prazo • O verdadeiro problema é a sobremedicação • Não precisa de tomar um IBP apenas porque tem gastrite ou porque toma muitos medicamentos • Informe-se com o seu médico se precisa mesmo de tomar o IBP
  • 43. A Quimioterapia faz mais mal que bem • Mito muito perigoso… • A QT, infelizmente, pode ter efeitos laterais… • TODA a medicação é dada baseada numa relação custo/benefício • A QT foi (e é) extensivamente estudada e validada cientificamente • Cada vez temos mais e melhores fármacos para os mais variados cancros • A decisão de fazer QT é sempre do doente, mas lembre-se • Os médicos querem o melhor para si • São fármacos com benefícios comprovados • Seja crítico(a) e informe-se com profissionais qualificados