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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 21 - Número 1 - 1º Semestre 2021
MACROFAUNA EDÁFICA EM ÁREA DE CERRADO REGENERADO
Andressa Carolinne Gomes Stoppa de Faria ¹; Maria de Fátima Rodrigues da Silva ²;
Dener Márcio da Silva Oliveira ³; Lígia Gabriela de Sá Vanin 4
RESUMO
A fauna edáfica é conhecida por sua riqueza, diversidade natural e importância para a manutenção da
vida da comunidade. Objetivou-se com o trabalho identificar a composição e a abundância da meso
e macrofauna edáfica de uma área de cerrado regenerado localizado em Rio Verde – Goiás. Foram
coletadas oito amostras de solo e serapilheira e os invertebrados foram obtidos a partir de triagem
manual e o método de Berlese, em seguida identificados e quantificados. Os grupos taxonômicos
foram identificados a nível de ordem e família. Foram encontrados os grupos taxonômicos
Formicidae, Collembola, Isoptera, Acaridae, Coleoptera, Araneae, Diptera, Diplura, Diplopoda,
Polyxenida, Pentatomidea, Vespidae, Lepidoptera, Thysanoptera, Scorpione, Tipulidae e Chilopoda
bem como classe Gastropoda. O fragmento estudado, embora seja delimitado por área agrícola e
urbana, comporta diferentes táxons de invertebrados terrestres que realizam a ciclagem de nutrientes
necessários à comunidade.
Palavras-chave: Biologia do solo, Invertebrados do Solo, Qualidade do Solo, Diversidade.
SOIL MACROFAUNA IN AN AREA REGENERATED CERRADO
ABSTRACT
The soil fauna is known for its richness, natural diversity and importance for the maintenance of
community life. Aimed with the work to identify the composition and abundance of meso and soil
macrofauna of an area of regenerated cerrado located in Rio Verde - Goias were collected eight
samples of soil and litter and invertebrates were obtained from manual screening and berlese method,
then identified and quantified. Taxonomic groups were identified at order and family level. The
groups were found taxonomics formicidae, collembola, isoptera, acaridae, coleoptera, araneae,
diptera, diplura diplopoda, polyxenida, pentatomidea, lepidoptera, thysanoptera, scorpione, tipulidae
and chilopoda as well as gastropoda class. The fragment studied, although it is delimited by
agricultural and urban areas. It holds different taxa of terrestrial invertebrates that perform the cycling
of nutrients needed for the community.
Keyword: Soil Biology, Soil Invertebrates, Soil Quality, Diversity.
39
INTRODUÇÃO
O Cerrado possui uma distribuição em
ambientes com grande transformação
fisionômica, incluindo formações florestais,
savânicas e campestres que se integram a
diferentes classes de solo e formações
geológicas. Em termos florísticos é considerado
um dos “hotspots” mundiais de biodiversidade é
caracterizado a savana mais rica e ameaçada do
planeta. Desde 1970, com a evidente urbanização
acelerada e a expansão da fronteira agrícola, o
processo de uso e ocupação do Cerrado, originou
uma alavanca de pressão sobre o ambiente que
vêm passando por drástica diminuição
(CHAVEIRO, 2010). Os desmatamentos para
abertura de novas áreas agrícolas em extensões
restantes do Cerrado de Goiás encontram-se
altamente fragmentadas, o que reduz, portanto,
probabilidades de conservação da fauna e da
flora nativa (GIUSTINA, 2013).
O Bioma Cerrado possui características
extraordinárias onde apresenta grande extensão
territorial, detentor de grande biodiversidade e
potencial aquífero. É também um dos que mais
sofre impacto da produção agropecuária,
representando também uma das maiores fontes
de economia do Brasil. Assim, é necessário
compreender em questão, a modernização da
agricultura considerando o contexto nacional da
expansão do capital para a fronteira agrícola.
Essas áreas do Cerrado são consideradas bastante
formidáveis devido as funções de uma série de
fatores acentuados para produção do capital,
como relevo, clima, terras baratas e fartas de
recursos hídricos. Em conjunto esses fatos
contribuíram para efetivar a agricultura moderna,
norteada pelas inovações tecnológicas e
articulada aos mercados nacional e internacional
(MATOS; PÊSSOA, 2014).
O solo é um corpo natural e dinâmico,
constituído por matéria viva responsável por
funções fundamentais nos ecossistemas terrestres
e que garantem o biofuncionamento e a
sustentação dos diferentes biomas. Portanto, a
conservação da biodiversidade, em especial a
macrofauna, tornou-se objeto importante das
políticas ambientais a nível mundial
(HOFFMANN et al., 2018). Há uma grande
variedade de espécies no solo de diversos
tamanhos e metabolismos, sendo responsáveis
por inúmeras funções no ambiente edáfico.
Dentre os invertebrados do solo, a macrofauna é
essencial para o funcionamento do ecossistema,
afeta a produção primária de maneira direta e
indireta e ocupa todos os níveis tróficos da cadeia
alimentar no solo (SOUZA et al., 2017).
A macrofauna compreende organismos
com tamanho entre 2 a 10 mm. Esses
organismos, tais como minhocas, formigas e
cupins, são capazes de remover o solo, abrindo
galerias e permitindo fazer ligações entre os
horizontes presentes no solo (BRADY; WEILL,
2013). Apesar de sua importância, as
consequências de sua ocupação sobre a
composição da fauna do solo são pouco
estudadas. A fauna edáfica, especificamente, é
composta por uma grande quantidade e variedade
de pequenos animais importantes para
manutenção da capacidade produtiva do solo por
realizarem ações como criação de bioporos
aerando o solo, controle da população
microbiana, ciclagem e disponibilidade de
nutrientes. Todos esses processos são
fundamentais para a decomposição de toneladas
de matéria orgânica e consequentemente para a
qualidade do solo, sendo fundamentais tanto para
a vida nativa quanto para a atividades agrícolas
(SANTOS et al., 2016).
Os indivíduos edáficos, podem ser
classificados como bioindicadores, pois qualquer
mudança que ocorra em seu habitat, os mesmos
demonstram drasticamente em seu termo físico.
Estes animais também contribuem para
degradação da matéria orgânica, o que favorece
à disposição de nutrientes para plantas e outros
indivíduos que ali habitam (BARETTA, et al.
2011). São também sensíveis às alterações no
ambiente e que podem ser usados como
indicadores da qualidade do mesmo, permitindo
inferir sobre a disponibilidade de recursos,
qualidade de habitat e estágio de sucessão da
vegetação. Além disso, o manejo do solo envolve
também a utilização de grande quantidade e
variedade de agrotóxicos trazendo danos ao
ambiente e à saúde humana e que pode ser
percebida por estes bioindicadores. A
diversidade da fauna edáfica é considerada um
aspecto chave para a manutenção da estrutura e
fertilidade dos solos tropicais apresentando
resposta aparentemente mais rápida do que
outros atributos do solo, servindo, portanto,
como indicadores biológicos sensíveis a
alterações ecológicas nos agrossistemas (VIANA
et al., 2012). Todos esses processos simbióticos
são extremamente fundamentais para a
decomposição de toneladas de matéria orgânica
e consequentemente para a qualidade do solo,
sendo fundamentais para a vida nativa e
conservação da mesma. Nesse sentido, o objetivo
deste trabalho foi analisar a riqueza e abundância
de grupos taxonômicos e abundância da meso e
macrofauna edáfica de um fragmento do cerrado
localizado em um campus universitário no
município de Rio Verde, no estado de Goiás.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em um fragmento
de Cerrado em regeneração, localizado na
Fazenda Fontes do Saber no Campus da
Universidade de Rio Verde (UniRV)
(17°46’34’’S, 50°57’85’’W), sudoeste de Goiás,
onde ocorrem as fisionomias cerrado sensu
stricto e cerradão a uma altitude de 779 m. O
período de coleta foi caracterizado por clima seco
e sem precipitação pluviométrica nos meses que
antecederam a coleta, de agosto a setembro e a
temperatura média foi de 23ºC. (KLINK;
MACHADO, 2005). O fragmento possui 51 ha2
,
segundo documentação fundiária do imóvel,
matrícula número 10.999 do cartório de registro
geral da comarca de Rio Verde, sendo delimitada
por áreas de agricultura e perímetro urbano.
Segundo a classificação de Köppen o
clima da região é do tipo Aw caracterizado por
duas estações bem definidas, sendo a seca de
maio a outubro e a chuvosa de novembro a abril.
A média anual de precipitação fica em torno de
1.800 mm e a temperatura varia entre 20 °C e 35
°C. A principal classe de solo encontrado no
município de Rio Verde são os Latossolos
vermelho-amarelo e caracterizam-se por serem
profundos, bem drenados, com alto teor de argila,
baixa fertilidade e alta toxidez de alumínio (DA
SILVA et al., 2016).
Foram feitas 8 coletas em pontos
diferentes, totalizando 16 amostras, onde 8 são
serapilheira e 8 de solo. Para captura dos
invertebrados edáficos foram utilizadas duas
metodologias: a retirada de uma amostra do solo
com triagem manual e em seguida o funil de
Berlese. As amostras do solo foram retiradas
utilizando um gabarito com uma área de 0,0132
m2
e 10 cm de profundidade, sendo
acondicionadas em sacos plásticos e analisadas
em laboratório por meio de triagem manual com
auxílio de pinças e lupa binocular. Em seguida,
as amostras foram colocadas em recipiente com
malha de 2 mm em um funil conforme o
experimento de Berlese-Tüllgren (RODRIGUES
et al., 2008).
Os funis com as amostras foram
acondicionados em um armário fechado para
evitar contaminação por outros invertebrados e,
durante sete dias, incidiu-se o calor por meio de
lâmpadas de 40W, criando assim um gradiente
específico de calor. Assim, os indivíduos foram
estimulados a migrarem pelo funil e capturados
em um frasco contendo álcool 70%. Os tipos de
indivíduos da mesofauna possíveis de serem
capturados por essa técnica são: os colêmbolos,
os ácaros, os proturos, as dipluras, dentre outros.
Após as coletas e triagem os organismos foram
separados em grandes grupos taxonômicos de
acordo com chaves de classificação e
quantificados segundo o Programa TSBF -
Tropical Soil Biology and Fertility,
IUBS/UNESCO (INGRAN; ANDERSON,
1993).
A densidade é dada por: D = Σ N/n.A,
onde D é a densidade média de indivíduos por
metro quadrado; n é o número de amostras por
grupo; N é o número de indivíduos por amostra;
A é a área da seção transversal do amostrador
dada por A= π.r2.
RESULTADOS
Foram levantados 273 espécimes
distribuídos em 18 táxons a partir da área
amostrada em 10 cm de profundidade do solo.
Houve diferença de abundância dos grupos
taxonômicos identificados predominando a
família Formicidae (42,28%) seguido de
Collembola (16,18%), Isoptera (9,56%),
Acaridae (7,35%), Coleoptera (7,0%), Araneae
(5,15%), Diptera (2,9%), Diplura (1,5%),
Diplopoda (1,47%), Polyxenida (1,47%),
Pentatomidea (1,10%), Vespidae (1,10%),
Lepidoptera (1,10%), Thysanoptera (0,74%),
Scorpione (0,37%), Tipulidae (0,37%)
Chilopoda (0,37%) e Gastropoda (0,37%)
conforme apresentados na tabela 01 e figura 01 e
02.
Tabela 1 - Grupos taxonômicos e frequência absoluta e
relativa da macrofauna edáfica de um fragmento de
cerrado, no município de Rio Verde – GO
Filo/
Subfilo Táxons Ordem Família N. %
Hexapoda
Hemiptera Pentatomidae 3(1,10)
Coleoptera - 19(6,96)
Diptera - 8(2,93)
- Tipulidae 1(0,37)
Arthropoda
Insecta
Hymenoptera
Formicidae 115(42,1)
Vespidae 3(1,10)
Isoptera - 26(9,52)
Lepitoptera - 3(1,10)
Entognatha Thysanoptera - 2(0,74)
- Colembola - 44(16,12)
- Diplura - 4(1,47)
Arachnida
Sarcoptiformes Acaridae 20)7,33)
Araneae - 14(5,13)
Scorpione - 1(0,37)
Myriapoda
Diplopoda
- - 4(1,47)
Polyxenidae - 4(1,47)
Chilopoda - - 1(0,37)
Mollusca Gastropoda - - 1(0,37)
TOTAL 273(100)
Figura 1- Organismos da macrofauna do solo. A:
Scorpione; B: Araneae; C: Formicidae; D: Hemiptera; E:
Collembola; F: Diplopoda.
Figura 2 - Organismos da macrofauna do solo. G:
Thysanoptera; H: Isoptera; I: Polyxenida J: Coleoptera, K:
Chilopoda; L: Lepidopteras.
Conforme o recomendado pelo Programa
TSBF - Tropical Soil Biology and Fertility,
IUBS/UNESCO (INGRAN; ANDERSON,
1993), os indivíduos foram identificados ao nível
taxonômico de ordem, resultando num total 15
ordens/classe. O grupo taxonômico mais
abundante foi Hymenoptera, seguido por
Colembolla, Isoptera, Sarcoptiformes,
Coleoptera, Diptera e Diplopoda (Figura 03).
Figura 03- Distribuição dos grupos taxonômicos da
macrofauna edáfica, em valor absoluto, de um fragmento
Verde, GO.
Foram amostrados o equivalente a 0,106
m2
apresentando uma densidade de 2.575/m2
, nos
10 cm de profundidade do solo. Os táxons mais
representativos tiveram as densidades:
Hymenoptera 1.113/m2
, Colembola 415/m2
,
Isoptera 245,3/m2
, Sarcoptiforme 188,7/m2
,
Coleoptera 179,3/m2
, e outros 301/m2
(Figura
04).
Figura 04- Densidade das ordens da macrofauna edáfica
por grupo em 10 cm de profundidade do solo do fragmento
de cerrado, no município de Rio Verde, GO.
DISCUSSÕES
Os substratos serapilheira e solo não
apresentaram diferença de riqueza sendo ambos
compostos por 16 táxons. A diferença residiu na
abundância tendo sido encontrados 180 espécies
no solo enquanto que na serapilheira foram
encontradas 93 espécies. Consequentemente, as
intervenções na cobertura vegetal causaram
alterações nos parâmetros densidade e
diversidade da fauna do solo, mantendo as
populações em desequilíbrio e, por conseguinte,
provocando o desaparecimento de determinados
grupos em função da relação interdependente da
fauna edáfica e da diversidade de recursos,
facilitando assim a ocorrência de danos
ambientais (BROWN, 2001). As diferentes
coberturas vegetais atuam diretamente na
população da fauna edáfica, visto que alteram a
deposição de resíduos orgânicos sobre a
superfície do solo, além de modificarem seus
fatores físico-químicos (ANTONIOLLI et al.,
2006).
A ordem Hymenoptera (insetos, vespas,
formigas) foram predominantemente
encontrados no fragmento do Cerrado avaliado,
atingindo um percentual de 43,17% em relação
aos demais grupos encontrados. É a ordem mais
importante da fauna que habita o solo, devido à
sua abundância, diversidade e funções, onde
estão envolvidos na regulação de populações de
fungos e bactérias, reciclagem mineral, processos
de decomposição, fragmentação de resíduos
vegetais e criação de bioporos. Eles também
promovem a humificação e são elementos de
inúmeras cadeias tróficas (ORTIZ et al., 2019).
Além disso, as formigas possuem grande
importância ecológica, econômica e médico-
sanitária, são capazes de transportar matéria
orgânica para seus ninhos podendo afetar as
propriedades dos solos e o crescimento da
vegetação, atuam como controladoras das
populações de outros artrópodes; e algumas
espécies são responsáveis pela dispersão de
sementes de plantas. Em benefício de sua dieta e
de diversos tipos de interações com animais,
plantas e fungos compartilham ativamente das
relações ecológicas com outros organismos e no
fluxo de energia e ciclagem de nutrientes
(BACCARO et al., 2015).
A ordem Colembola é constituída por
pequenos artrópodes ápteros e hexápodes, e foi
encontrada em 16,24% no fragmento estudado.
Eles são indicadores biogeográficos e ecológicos
devido à sua ampla competência para especiação,
ciclos curtos de vida e pouca dispersão, são
também indicadores de poluentes ambientais e
utilizados como biomarcadores de perturbação
em agricultura e florestais ecossistemas
(GERGÓCS; HUFNAGEL, 2017). Também
fazem parte de um importante papel no
ecossistema terrestre, como decomposição da
matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, como C
e N, e ainda criam suas próprias galerias, que as
vezes são afetados pela compactação do solo. Os
colêmbolos são classificados como bons
bioindicadores do estado de degradação do solo,
e sua função está no processo de decomposição,
regulando populações microbianas e
fragmentando a matéria orgânica do solo
(HEISLER; KAISER, 1995). Em grande
potencial, a macrofauna pode ser usada como
indicadora da qualidade do solo, pois apresenta
sensibilidade às mudanças do ambiente, além de
ser fácil e econômica de medir, facilitando para
um manejo ecológico mais sustentável do solo
(BARETTA, 2007).
A diversidade de táxons é semelhante à de
trabalhos publicados sobre o solo do cerrado,
caracterizado como latossolo vermelho, bem
como de outras regiões, porém, com coberturas
vegetais diferentes, como sorgo, capim, milho,
soja, dentre outros, não foi detectada a presença
de oligoquetas, provavelmente devido ao longo
período de estiagem que antecederam a coleta
(PORTILHO, et al., 2011; SANTOS, et al., 2008;
GIRACCA, et al., 2003).
A meso e a macrofauna edáfica podem ter
sua abundância e diversidade afetadas por vários
fatores, como a compactação e porosidade do
solo, quantidade de material orgânico, fatores
ambientais, disponibilidade de nutrientes,
pressão osmótica, tipo de minerais e estrutura do
solo (BATISTA et al., 2014). A fauna edáfica é
utilizada como bioindicadora da qualidade do
solo e determina o grau de recuperação ou
degradação do solo (PASCUAL-CÓRDOVA et
al., 2018).
Para Brow et al. (2015) a diminuição ou
extinção de alguns grupos de invertebrados do
solo e a seguinte perda de suas atividades
favoráveis cooperam para as altas taxas de
deterioração da terra, declínio da fertilidade,
redução de nutrientes e aumento de alguns
artrópodes. Os artrópodes que residem o solo
desempenham um papel admirável nos serviços
ecossistêmicos, participam das interações entre
processos físicos, químicos e biológicos. De
acordo com Bedano et al. (2016) as modificações
na ocupação do solo também geram um
acréscimo na quantidade e qualidade dos
resíduos vegetais na superfície do solo. Isso
contribui para um aumento na quantidade e
qualidade dos alimentos disponíveis para a fauna
de invertebrados do solo e beneficia a abundância
e a ecologia da fauna edáfica.
CONCLUSÃO
O fragmento estudado, embora esteja em
recuperação e seja delimitado por área agrícola e
urbana, comporta diferentes táxons de
invertebrados terrestres fazendo parte de uma
rica microbiota, sendo responsável por realizar a
ciclagem de nutrientes necessários à comunidade
e mantendo o equilíbrio e manutenção dos
demais indivíduos. A área possui plantas
originárias que se destacam pela importância
alimentar, medicinal, ornamental, além de
abrigar várias espécies de fauna nativa e é
usufruída em aulas práticas e experimentos
acadêmicos de alguns cursos da área ambiental
da Universidade. Dessa forma, é extremamente
importante conservar a área para que
naturalmente ela se regenere, porque se trata de
uma das áreas de savana mais ricas do planeta em
espécies animais e vegetais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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para estudar a fauna do solo. Ciência Florestal, v.
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edáficos como indicadores da qualidade
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do solo. Tópicos em ciência do solo, v. 7, p. 119-
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VIANA, R. de M. et al. Indicadores de qualidade
de solo para avaliação da restauração florestal:
Estudo de caso uhe Balbina–AM. 2012.
Dissertação (Mestrado em Ciências de Florestas
Tropicais) - Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, INPA, Brasil, 2012.
(1) Bióloga, Mestranda em Agroquímica pelo
Instituto Federal Goiano, Rio Verde-GO, Brasil,
carolinnestoppa@hotmail.com
(2) Bióloga, Professora Doutora da Universidade
de Rio Verde, Rio Verde-GO, Brasil,
fatimars@hotmail.com
(3) Engenheiro Agrônomo, Professor Doutor do
Instituto Federal Goiano, Posse-GO, Brasil,
dener.oliveira@ifgoiano.edu.br
(4) Engenheira Ambiental, Mestranda em
Agroquímica pelo Instituto Federal Goiano,
Rio Verde-GO, Brasil, ligiavanin@gmail.com 45

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Macrofauna edáfica em área de Cerrado regenerado

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 21 - Número 1 - 1º Semestre 2021 MACROFAUNA EDÁFICA EM ÁREA DE CERRADO REGENERADO Andressa Carolinne Gomes Stoppa de Faria ¹; Maria de Fátima Rodrigues da Silva ²; Dener Márcio da Silva Oliveira ³; Lígia Gabriela de Sá Vanin 4 RESUMO A fauna edáfica é conhecida por sua riqueza, diversidade natural e importância para a manutenção da vida da comunidade. Objetivou-se com o trabalho identificar a composição e a abundância da meso e macrofauna edáfica de uma área de cerrado regenerado localizado em Rio Verde – Goiás. Foram coletadas oito amostras de solo e serapilheira e os invertebrados foram obtidos a partir de triagem manual e o método de Berlese, em seguida identificados e quantificados. Os grupos taxonômicos foram identificados a nível de ordem e família. Foram encontrados os grupos taxonômicos Formicidae, Collembola, Isoptera, Acaridae, Coleoptera, Araneae, Diptera, Diplura, Diplopoda, Polyxenida, Pentatomidea, Vespidae, Lepidoptera, Thysanoptera, Scorpione, Tipulidae e Chilopoda bem como classe Gastropoda. O fragmento estudado, embora seja delimitado por área agrícola e urbana, comporta diferentes táxons de invertebrados terrestres que realizam a ciclagem de nutrientes necessários à comunidade. Palavras-chave: Biologia do solo, Invertebrados do Solo, Qualidade do Solo, Diversidade. SOIL MACROFAUNA IN AN AREA REGENERATED CERRADO ABSTRACT The soil fauna is known for its richness, natural diversity and importance for the maintenance of community life. Aimed with the work to identify the composition and abundance of meso and soil macrofauna of an area of regenerated cerrado located in Rio Verde - Goias were collected eight samples of soil and litter and invertebrates were obtained from manual screening and berlese method, then identified and quantified. Taxonomic groups were identified at order and family level. The groups were found taxonomics formicidae, collembola, isoptera, acaridae, coleoptera, araneae, diptera, diplura diplopoda, polyxenida, pentatomidea, lepidoptera, thysanoptera, scorpione, tipulidae and chilopoda as well as gastropoda class. The fragment studied, although it is delimited by agricultural and urban areas. It holds different taxa of terrestrial invertebrates that perform the cycling of nutrients needed for the community. Keyword: Soil Biology, Soil Invertebrates, Soil Quality, Diversity. 39
  • 2. INTRODUÇÃO O Cerrado possui uma distribuição em ambientes com grande transformação fisionômica, incluindo formações florestais, savânicas e campestres que se integram a diferentes classes de solo e formações geológicas. Em termos florísticos é considerado um dos “hotspots” mundiais de biodiversidade é caracterizado a savana mais rica e ameaçada do planeta. Desde 1970, com a evidente urbanização acelerada e a expansão da fronteira agrícola, o processo de uso e ocupação do Cerrado, originou uma alavanca de pressão sobre o ambiente que vêm passando por drástica diminuição (CHAVEIRO, 2010). Os desmatamentos para abertura de novas áreas agrícolas em extensões restantes do Cerrado de Goiás encontram-se altamente fragmentadas, o que reduz, portanto, probabilidades de conservação da fauna e da flora nativa (GIUSTINA, 2013). O Bioma Cerrado possui características extraordinárias onde apresenta grande extensão territorial, detentor de grande biodiversidade e potencial aquífero. É também um dos que mais sofre impacto da produção agropecuária, representando também uma das maiores fontes de economia do Brasil. Assim, é necessário compreender em questão, a modernização da agricultura considerando o contexto nacional da expansão do capital para a fronteira agrícola. Essas áreas do Cerrado são consideradas bastante formidáveis devido as funções de uma série de fatores acentuados para produção do capital, como relevo, clima, terras baratas e fartas de recursos hídricos. Em conjunto esses fatos contribuíram para efetivar a agricultura moderna, norteada pelas inovações tecnológicas e articulada aos mercados nacional e internacional (MATOS; PÊSSOA, 2014). O solo é um corpo natural e dinâmico, constituído por matéria viva responsável por funções fundamentais nos ecossistemas terrestres e que garantem o biofuncionamento e a sustentação dos diferentes biomas. Portanto, a conservação da biodiversidade, em especial a macrofauna, tornou-se objeto importante das políticas ambientais a nível mundial (HOFFMANN et al., 2018). Há uma grande variedade de espécies no solo de diversos tamanhos e metabolismos, sendo responsáveis por inúmeras funções no ambiente edáfico. Dentre os invertebrados do solo, a macrofauna é essencial para o funcionamento do ecossistema, afeta a produção primária de maneira direta e indireta e ocupa todos os níveis tróficos da cadeia alimentar no solo (SOUZA et al., 2017). A macrofauna compreende organismos com tamanho entre 2 a 10 mm. Esses organismos, tais como minhocas, formigas e cupins, são capazes de remover o solo, abrindo galerias e permitindo fazer ligações entre os horizontes presentes no solo (BRADY; WEILL, 2013). Apesar de sua importância, as consequências de sua ocupação sobre a composição da fauna do solo são pouco estudadas. A fauna edáfica, especificamente, é composta por uma grande quantidade e variedade de pequenos animais importantes para manutenção da capacidade produtiva do solo por realizarem ações como criação de bioporos aerando o solo, controle da população microbiana, ciclagem e disponibilidade de nutrientes. Todos esses processos são fundamentais para a decomposição de toneladas de matéria orgânica e consequentemente para a qualidade do solo, sendo fundamentais tanto para a vida nativa quanto para a atividades agrícolas (SANTOS et al., 2016). Os indivíduos edáficos, podem ser classificados como bioindicadores, pois qualquer mudança que ocorra em seu habitat, os mesmos demonstram drasticamente em seu termo físico. Estes animais também contribuem para degradação da matéria orgânica, o que favorece à disposição de nutrientes para plantas e outros indivíduos que ali habitam (BARETTA, et al. 2011). São também sensíveis às alterações no ambiente e que podem ser usados como indicadores da qualidade do mesmo, permitindo inferir sobre a disponibilidade de recursos, qualidade de habitat e estágio de sucessão da vegetação. Além disso, o manejo do solo envolve também a utilização de grande quantidade e variedade de agrotóxicos trazendo danos ao ambiente e à saúde humana e que pode ser percebida por estes bioindicadores. A diversidade da fauna edáfica é considerada um aspecto chave para a manutenção da estrutura e fertilidade dos solos tropicais apresentando resposta aparentemente mais rápida do que outros atributos do solo, servindo, portanto, como indicadores biológicos sensíveis a alterações ecológicas nos agrossistemas (VIANA
  • 3. et al., 2012). Todos esses processos simbióticos são extremamente fundamentais para a decomposição de toneladas de matéria orgânica e consequentemente para a qualidade do solo, sendo fundamentais para a vida nativa e conservação da mesma. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar a riqueza e abundância de grupos taxonômicos e abundância da meso e macrofauna edáfica de um fragmento do cerrado localizado em um campus universitário no município de Rio Verde, no estado de Goiás. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em um fragmento de Cerrado em regeneração, localizado na Fazenda Fontes do Saber no Campus da Universidade de Rio Verde (UniRV) (17°46’34’’S, 50°57’85’’W), sudoeste de Goiás, onde ocorrem as fisionomias cerrado sensu stricto e cerradão a uma altitude de 779 m. O período de coleta foi caracterizado por clima seco e sem precipitação pluviométrica nos meses que antecederam a coleta, de agosto a setembro e a temperatura média foi de 23ºC. (KLINK; MACHADO, 2005). O fragmento possui 51 ha2 , segundo documentação fundiária do imóvel, matrícula número 10.999 do cartório de registro geral da comarca de Rio Verde, sendo delimitada por áreas de agricultura e perímetro urbano. Segundo a classificação de Köppen o clima da região é do tipo Aw caracterizado por duas estações bem definidas, sendo a seca de maio a outubro e a chuvosa de novembro a abril. A média anual de precipitação fica em torno de 1.800 mm e a temperatura varia entre 20 °C e 35 °C. A principal classe de solo encontrado no município de Rio Verde são os Latossolos vermelho-amarelo e caracterizam-se por serem profundos, bem drenados, com alto teor de argila, baixa fertilidade e alta toxidez de alumínio (DA SILVA et al., 2016). Foram feitas 8 coletas em pontos diferentes, totalizando 16 amostras, onde 8 são serapilheira e 8 de solo. Para captura dos invertebrados edáficos foram utilizadas duas metodologias: a retirada de uma amostra do solo com triagem manual e em seguida o funil de Berlese. As amostras do solo foram retiradas utilizando um gabarito com uma área de 0,0132 m2 e 10 cm de profundidade, sendo acondicionadas em sacos plásticos e analisadas em laboratório por meio de triagem manual com auxílio de pinças e lupa binocular. Em seguida, as amostras foram colocadas em recipiente com malha de 2 mm em um funil conforme o experimento de Berlese-Tüllgren (RODRIGUES et al., 2008). Os funis com as amostras foram acondicionados em um armário fechado para evitar contaminação por outros invertebrados e, durante sete dias, incidiu-se o calor por meio de lâmpadas de 40W, criando assim um gradiente específico de calor. Assim, os indivíduos foram estimulados a migrarem pelo funil e capturados em um frasco contendo álcool 70%. Os tipos de indivíduos da mesofauna possíveis de serem capturados por essa técnica são: os colêmbolos, os ácaros, os proturos, as dipluras, dentre outros. Após as coletas e triagem os organismos foram separados em grandes grupos taxonômicos de acordo com chaves de classificação e quantificados segundo o Programa TSBF - Tropical Soil Biology and Fertility, IUBS/UNESCO (INGRAN; ANDERSON, 1993). A densidade é dada por: D = Σ N/n.A, onde D é a densidade média de indivíduos por metro quadrado; n é o número de amostras por grupo; N é o número de indivíduos por amostra; A é a área da seção transversal do amostrador dada por A= π.r2. RESULTADOS Foram levantados 273 espécimes distribuídos em 18 táxons a partir da área amostrada em 10 cm de profundidade do solo. Houve diferença de abundância dos grupos taxonômicos identificados predominando a família Formicidae (42,28%) seguido de Collembola (16,18%), Isoptera (9,56%), Acaridae (7,35%), Coleoptera (7,0%), Araneae (5,15%), Diptera (2,9%), Diplura (1,5%), Diplopoda (1,47%), Polyxenida (1,47%), Pentatomidea (1,10%), Vespidae (1,10%), Lepidoptera (1,10%), Thysanoptera (0,74%), Scorpione (0,37%), Tipulidae (0,37%) Chilopoda (0,37%) e Gastropoda (0,37%) conforme apresentados na tabela 01 e figura 01 e 02.
  • 4. Tabela 1 - Grupos taxonômicos e frequência absoluta e relativa da macrofauna edáfica de um fragmento de cerrado, no município de Rio Verde – GO Filo/ Subfilo Táxons Ordem Família N. % Hexapoda Hemiptera Pentatomidae 3(1,10) Coleoptera - 19(6,96) Diptera - 8(2,93) - Tipulidae 1(0,37) Arthropoda Insecta Hymenoptera Formicidae 115(42,1) Vespidae 3(1,10) Isoptera - 26(9,52) Lepitoptera - 3(1,10) Entognatha Thysanoptera - 2(0,74) - Colembola - 44(16,12) - Diplura - 4(1,47) Arachnida Sarcoptiformes Acaridae 20)7,33) Araneae - 14(5,13) Scorpione - 1(0,37) Myriapoda Diplopoda - - 4(1,47) Polyxenidae - 4(1,47) Chilopoda - - 1(0,37) Mollusca Gastropoda - - 1(0,37) TOTAL 273(100) Figura 1- Organismos da macrofauna do solo. A: Scorpione; B: Araneae; C: Formicidae; D: Hemiptera; E: Collembola; F: Diplopoda. Figura 2 - Organismos da macrofauna do solo. G: Thysanoptera; H: Isoptera; I: Polyxenida J: Coleoptera, K: Chilopoda; L: Lepidopteras. Conforme o recomendado pelo Programa TSBF - Tropical Soil Biology and Fertility, IUBS/UNESCO (INGRAN; ANDERSON, 1993), os indivíduos foram identificados ao nível taxonômico de ordem, resultando num total 15 ordens/classe. O grupo taxonômico mais abundante foi Hymenoptera, seguido por Colembolla, Isoptera, Sarcoptiformes, Coleoptera, Diptera e Diplopoda (Figura 03). Figura 03- Distribuição dos grupos taxonômicos da macrofauna edáfica, em valor absoluto, de um fragmento Verde, GO. Foram amostrados o equivalente a 0,106 m2 apresentando uma densidade de 2.575/m2 , nos 10 cm de profundidade do solo. Os táxons mais representativos tiveram as densidades: Hymenoptera 1.113/m2 , Colembola 415/m2 , Isoptera 245,3/m2 , Sarcoptiforme 188,7/m2 , Coleoptera 179,3/m2 , e outros 301/m2 (Figura 04).
  • 5. Figura 04- Densidade das ordens da macrofauna edáfica por grupo em 10 cm de profundidade do solo do fragmento de cerrado, no município de Rio Verde, GO. DISCUSSÕES Os substratos serapilheira e solo não apresentaram diferença de riqueza sendo ambos compostos por 16 táxons. A diferença residiu na abundância tendo sido encontrados 180 espécies no solo enquanto que na serapilheira foram encontradas 93 espécies. Consequentemente, as intervenções na cobertura vegetal causaram alterações nos parâmetros densidade e diversidade da fauna do solo, mantendo as populações em desequilíbrio e, por conseguinte, provocando o desaparecimento de determinados grupos em função da relação interdependente da fauna edáfica e da diversidade de recursos, facilitando assim a ocorrência de danos ambientais (BROWN, 2001). As diferentes coberturas vegetais atuam diretamente na população da fauna edáfica, visto que alteram a deposição de resíduos orgânicos sobre a superfície do solo, além de modificarem seus fatores físico-químicos (ANTONIOLLI et al., 2006). A ordem Hymenoptera (insetos, vespas, formigas) foram predominantemente encontrados no fragmento do Cerrado avaliado, atingindo um percentual de 43,17% em relação aos demais grupos encontrados. É a ordem mais importante da fauna que habita o solo, devido à sua abundância, diversidade e funções, onde estão envolvidos na regulação de populações de fungos e bactérias, reciclagem mineral, processos de decomposição, fragmentação de resíduos vegetais e criação de bioporos. Eles também promovem a humificação e são elementos de inúmeras cadeias tróficas (ORTIZ et al., 2019). Além disso, as formigas possuem grande importância ecológica, econômica e médico- sanitária, são capazes de transportar matéria orgânica para seus ninhos podendo afetar as propriedades dos solos e o crescimento da vegetação, atuam como controladoras das populações de outros artrópodes; e algumas espécies são responsáveis pela dispersão de sementes de plantas. Em benefício de sua dieta e de diversos tipos de interações com animais, plantas e fungos compartilham ativamente das relações ecológicas com outros organismos e no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes (BACCARO et al., 2015). A ordem Colembola é constituída por pequenos artrópodes ápteros e hexápodes, e foi encontrada em 16,24% no fragmento estudado. Eles são indicadores biogeográficos e ecológicos devido à sua ampla competência para especiação, ciclos curtos de vida e pouca dispersão, são também indicadores de poluentes ambientais e utilizados como biomarcadores de perturbação em agricultura e florestais ecossistemas (GERGÓCS; HUFNAGEL, 2017). Também fazem parte de um importante papel no ecossistema terrestre, como decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, como C e N, e ainda criam suas próprias galerias, que as vezes são afetados pela compactação do solo. Os colêmbolos são classificados como bons bioindicadores do estado de degradação do solo, e sua função está no processo de decomposição, regulando populações microbianas e fragmentando a matéria orgânica do solo (HEISLER; KAISER, 1995). Em grande potencial, a macrofauna pode ser usada como indicadora da qualidade do solo, pois apresenta sensibilidade às mudanças do ambiente, além de ser fácil e econômica de medir, facilitando para um manejo ecológico mais sustentável do solo (BARETTA, 2007). A diversidade de táxons é semelhante à de trabalhos publicados sobre o solo do cerrado, caracterizado como latossolo vermelho, bem como de outras regiões, porém, com coberturas vegetais diferentes, como sorgo, capim, milho, soja, dentre outros, não foi detectada a presença de oligoquetas, provavelmente devido ao longo período de estiagem que antecederam a coleta (PORTILHO, et al., 2011; SANTOS, et al., 2008; GIRACCA, et al., 2003).
  • 6. A meso e a macrofauna edáfica podem ter sua abundância e diversidade afetadas por vários fatores, como a compactação e porosidade do solo, quantidade de material orgânico, fatores ambientais, disponibilidade de nutrientes, pressão osmótica, tipo de minerais e estrutura do solo (BATISTA et al., 2014). A fauna edáfica é utilizada como bioindicadora da qualidade do solo e determina o grau de recuperação ou degradação do solo (PASCUAL-CÓRDOVA et al., 2018). Para Brow et al. (2015) a diminuição ou extinção de alguns grupos de invertebrados do solo e a seguinte perda de suas atividades favoráveis cooperam para as altas taxas de deterioração da terra, declínio da fertilidade, redução de nutrientes e aumento de alguns artrópodes. Os artrópodes que residem o solo desempenham um papel admirável nos serviços ecossistêmicos, participam das interações entre processos físicos, químicos e biológicos. De acordo com Bedano et al. (2016) as modificações na ocupação do solo também geram um acréscimo na quantidade e qualidade dos resíduos vegetais na superfície do solo. Isso contribui para um aumento na quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis para a fauna de invertebrados do solo e beneficia a abundância e a ecologia da fauna edáfica. CONCLUSÃO O fragmento estudado, embora esteja em recuperação e seja delimitado por área agrícola e urbana, comporta diferentes táxons de invertebrados terrestres fazendo parte de uma rica microbiota, sendo responsável por realizar a ciclagem de nutrientes necessários à comunidade e mantendo o equilíbrio e manutenção dos demais indivíduos. A área possui plantas originárias que se destacam pela importância alimentar, medicinal, ornamental, além de abrigar várias espécies de fauna nativa e é usufruída em aulas práticas e experimentos acadêmicos de alguns cursos da área ambiental da Universidade. Dessa forma, é extremamente importante conservar a área para que naturalmente ela se regenere, porque se trata de uma das áreas de savana mais ricas do planeta em espécies animais e vegetais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTONIOLLI, Z.I. et al. Método alternativo para estudar a fauna do solo. Ciência Florestal, v. 16, n. 4, p. 407-417, 2006. BACCARO, F. B. et al. Guia para os gêneros de formigas do Brasil. Manaus: Editora INPA, p. 176-178, 2015. BARETTA, D. Fauna do solo e outros atributos edáficos como indicadores da qualidade ambiental em áreas com Araucaria angustifolia no Estado de São Paulo. 2007. P. 119-170. Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 2007. BARETTA, D. et al. Fauna edáfica e qualidade do solo. Tópicos em ciência do solo, v. 7, p. 119- 170, 2011. BATISTA, I. et al. Frações oxidadas de carbono orgânico total e macrofauna orgânica no Sistema de integração lavoura-pecuária. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 38, n. 3, p. 797- 809, 2014. BEDANO, J.C et al. Efeito de Boas Práticas Agrícolas sob plantio direto em serapilheira e invertebrados do solo em áreas com diferentes tipos de solo. Pesquisa de solo e lavoura, v. 158, n. 1, p. 100-109, 2016. BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. Bookman Editora, 2009. BROWN, G. G. et al. Biodiversidade da fauna do solo e sua contribuição para os serviços ambientais. Embrapa Florestas-Capítulo em livro científico (ALICE), 2015. CHAVEIRO, E. F. A urbanização do Cerrado: Espaços Indomáveis, Espaços Deprimidos. Revista UFG, v. 12, n. 9, 2010. DA SILVA, P. O; DOS REYS, P. A. N.; ROSA, K. O. A. Comparação florística e fitossociológica entre fragmentos de Cerrado goiano. Caminhos de Geografia, v. 17, n. 58, p. 68-80, 2016.
  • 7. DOS SANTOS, D. P. et al. Caracterização da macrofauna edáfica em sistemas de produção de grãos no Sudoeste do Piauí. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 51, n. 9, p. 1466- 1475, 2016. GERGÓCS, V.; HUFNAGEL, L. Comparing the natural variation of oribatid mite communities with their changes associated with anthropogenic disturbance. Environmental monitoring and assessment, v. 189, n. 4, p. 203, 2017. GIRACCA, E. M. et al. Levantamento da meso e macrofauna do solo na microbacia do Arroio Lino, Agudo-RS. Current Agricultural Science and Technology, v. 9, n. 3, 2003. GIUSTINA, C. C. D. Degradação e conservação do cerrado: uma história ambiental do estado de Goiás. 2013. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília (UnB) - Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), 2013. HEISLER, C.; KAISER, EA. Influence of agricultural traffic and crop management on collembola and microbial biomass in arable soil. Biology and Fertility of Soils, v. 19, n. 2-3, p. 159-165, 1995. HOFFMANN, R. B. et al. Efeito do uso do solo sobre a macrofauna edáfica. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 1, n. 1, p. 125-133, 2018. INGRAM, J. SI; ANDERSON, J.M. Tropical soil biology and fertility: a handbook of methods. CAB International, 1993. KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005. MATOS, P. F.; PESSÔA, V. L. S. A apropriação do cerrado pelo agronegócio e os novos usos do território. CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 9, n. 17, 2014. ORTIZ, D. C. et al. Diversidade de colêmbolos (Collembola) em sistemas agrícolas e florestais no Sul de Santa Catarina. Biota Neotropica, v. 19, n. 3, 2019. PASCUAL-CÓRDOVA, G. Indicadores de calidad del suelo en el agroecosistema caña de azúcar (Saccharum spp.). Revista de la Facultad de Agronomia de la Universidad del Zulia, v. 35, n. 1, 2018. PORTILHO, I. I. R. et al. Fauna invertebrada e atributos físicos e químicos do solo em sistemas de integração lavoura-pecuária. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 46, n. 10, p. 1310- 1320, 2011. RODRIGUES, K. de M. et al. Funis de Berlese- Tüllgren modificados utilizados para amostragem de macroartrópodes de solo. Embrapa Agrobiologia-Circular Técnica, 2008. SANTOS, G. G. et al. Macrofauna edáfica associada a plantas de cobertura em plantio direto em um Latossolo Vermelho do Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 1, p. 115-122, 2008. SOUZA, J. T. A. et al. Diversidade de macrofauna edáfica em diferentes ambientes de cultivo no agreste da Paraíba, Brasil. Journal of Neotropical Agriculture, v. 4, n. 3, p. 55-60, 2017. VIANA, R. de M. et al. Indicadores de qualidade de solo para avaliação da restauração florestal: Estudo de caso uhe Balbina–AM. 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências de Florestas Tropicais) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, INPA, Brasil, 2012. (1) Bióloga, Mestranda em Agroquímica pelo Instituto Federal Goiano, Rio Verde-GO, Brasil, carolinnestoppa@hotmail.com (2) Bióloga, Professora Doutora da Universidade de Rio Verde, Rio Verde-GO, Brasil, fatimars@hotmail.com (3) Engenheiro Agrônomo, Professor Doutor do Instituto Federal Goiano, Posse-GO, Brasil, dener.oliveira@ifgoiano.edu.br (4) Engenheira Ambiental, Mestranda em Agroquímica pelo Instituto Federal Goiano, Rio Verde-GO, Brasil, ligiavanin@gmail.com 45