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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 25 - Número 1 - 1º Semestre 2025
DESEMPENHO, CONSUMO DE NUTRIENTES E COMPORTAMENTO INGESTIVO DE
CORDEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ADITIVO A BASE DE
PRÓPOLIS
Fernando Augusto Grandis1*
; Edson Luis de Azambuja Ribeiro1
; Valter Harry Bumbieris Júnior1
; Odimari Pricila
Prado Calixto1
; Thaís Campos de Freitas1
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dosagens do aditivo em pó a base de própolis
LLOSC2 na dieta sobre o desempenho, consumo e comportamento ingestivo de cordeiros
terminados em confinamento. Foram utilizados 28 cordeiros Santa Inês, 16 machos inteiros e 12
fêmeas com 19,76 ± 2,77 kg de peso vivo, com 100 dias de idade, em delineamento inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 2x4 (2 sexos e 4 doses do produto LLOSC2), sendo as doses 0, 1,
2 ou 3. Os animais permaneceram confinados por 53 dias. Não foi encontrado efeito significativo
do aditivo, em nenhuma dose, sobre as variáveis de desempenho, consumo e comportamento
estudadas. Para cordeiros Santa Inês confinados, em dieta a base de concentrado, não se recomenda
a utilização do aditivo a base de própolis LLOSC2 nas doses utilizadas no presente estudo.
Palavras-chave: Confinamento, Ionóforos, LLOS, Ovinos.
PERFORMANCE, NUTRIENT INTAKE AND INGESTIVE BEHAVIOR OF LAMBS FED
WITH DIETS CONTAINING PROPOLIS BASED ADDITIVE
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the effect of dosages of the powdered propolis based additive
LLOSC2 in the diet on performance, nutrient intake and ingestive behavior of lambs finished in
feedlot. Twenty-eight Santa Ines lambs were used, being 16 intact males and 12 females, weighing
19,76 ± 2,77 kg, with average age of 100 days, in a completely randomized design, in a 2x4
factorial scheme (two sexes and four doses of the product LLOSC2), with the doses being 0, 1, 2 or
3. The animals were confined for 53 days. No significant effect of the additive was found at any
dose, on the variables of performance, consumption and behavior studied. For confined Santa Ines
lambs on a concentrate diet, it is not recommended to use the additive based on propolis LLOSC2 at
the doses used in the present study.
Keywords: Feedlot, Ionophores, LLOS, Sheep.
18
INTRODUÇÃO
Segundo o IBGE (2016), o rebanho
ovino no país é de cerca de 18,43 milhões de
animais e vem apresentando crescimento.
Entretanto, a demanda nacional por carne ovina
ainda não é atendida pela oferta interna, e o
Brasil caracteriza-se como um grande
importador deste produto, absorvendo grande
parte das exportações uruguaias (Ávila et al.,
2013). Parte deste insucesso é resultado de
deficiências no emprego de tecnologias
disponíveis, resultando em produtos de baixa
qualidade e com oferta estacional.
Assim, é necessária a busca por
estratégias que visam o aumento da
rentabilidade desta atividade. Dentre essas
estratégias, é possível destacar o uso de aditivos
alimentares, em especial os modificadores da
fermentação ruminal. Esses compostos são
utilizados visando o aumento da eficiência do
processo fermentativo e que podem trazer, por
consequência, o aumento da eficiência
econômica dessa atividade pecuária (Zawadzki
et al., 2011).
Dentre esses aditivos, os mais
estudados e utilizados no Brasil são os
ionóforos. Entretanto, desde 2006 a União
Européia não permite que esses antibióticos
sejam utilizados na alimentação animal,
tampouco permite a entrada de produtos animais
que foram produzidos nestas condições
(Regulamento CE, 2003), tornando crescente a
procura por alternativas que propiciem
resultados similares e viáveis.
O uso de extratos de própolis como
aditivo na alimentação de ruminantes vem
sendo estudado como alternativa natural aos
ionóforos, visto que suas substâncias ativas,
principalmente os flavonóides, apresentam ação
bacteriostática e bactericida, propiciando seu
uso como regulador da fermentação ruminal
(Prado et al., 2010a).
A composição química da própolis é
complexa e variável, sendo afetada pelas
características da flora onde foi produzida e
época de colheita, dificultando sua padronização
e aplicabilidade na alimentação animal (Buriol
et al., 2009). Visando a padronização de
aditivos a base de própolis, assim como
otimização na armazenagem e fornecimento, na
última década foram desenvolvidos extratos em
pó denominados LLOS (PI = nº 0605768-3), os
quais podem ser administrados aos animais via
ração. Estes produtos possuem concentrações de
própolis (A, B, C e D) entre 5 e 30%
(peso/volume), e teores alcoólicos (1, 2 e 3)
entre 60 e 93.8% (volume/volume) (Prado et al.,
2010a).
Zawadzki et al. (2011), avaliando os
efeitos do aditivo LLOSC1 em touros
terminados em confinamento encontraram
otimização do ganho de peso e conversão
alimentar com o uso do aditvo. Prado et al.
(2010b) encontraram melhora na digestibilidade
dos nutrientes em dietas a base de forragens
para búfalos.
Ítavo et al. (2011a) encontraram
resposta quadrática no ganho de peso dos
cordeiros suplementados com níveis crescente
de própolis, ao passo que Ítavo et al. (2011b)
encontraram comprometimento na qualidade da
ruminação e conversão alimentar dos animais
recebendo própolis. Esses resultados
controversos em ovinos sugerem que os efeitos
propiciados pela própolis são dose-dependentes.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito de dosagens do aditivo LLOSC2
sobre o desempenho, consumo de nutrientes e
comportamento ingestivo de cordeiros
terminados em confinamento.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado aprovado
pelo Comissão de Ética no Uso de Animais da
instituição (processo CEUA no
8209.2012.89).
Foram utilizados 28 animais da raça Santa Inês,
16 machos e 12 fêmeas, com aproximadamente
100 dias de idade e peso inicial de 19,76 ± 2,77
kg, que permaneceram confinados 67 dias,
sendo 14 desses o período de adaptação às
condições experimentais. No início do
experimento, os animais foram pesados,
identificados, vermifugados e distribuídos
aleatoriamente em baias individuais com piso
ripado providas de comedouro e bebedouro.
O delineamento empregado foi
inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2
x 4 (2 sexos, 4 rações experimentais) com os
animais sendo as repetições, e cada uma das
dietas fornecidas a quatro machos e três fêmeas.
As dietas eram constituídas de feno de
coastcross (triturado em peneira de 2 mm) e
concentrado composto por farelo de soja, milho
triturado, óleo de soja, calcário calcítico,
mistura mineral comercial, e o produto
LLOSC2, utilizando fubá de milho como
veículo. As quatro rações experimentais
diferiam apenas no número de doses do produto
LLOSC2, sendo aplicadas nenhuma, uma, duas
ou três doses. Foram formuladas para atender as
exigências nutricionais segundo o NRC (1985,
2007) para a categoria de cordeiros com 20 kg
de peso vivo e ganho de peso diário de 250 g. A
relação volumoso: concentrado empregada foi
de 36:64 (Tab. 1).
Tabela 1. Composição químico-bromatológica
e proporção dos ingredientes das rações
experimentais.
Ingredie
nte
Componente nutricional (g kg-1
MS) Propor
ção (g
kg-
1
MS)
MS1 M
M
PB EE
FD
N
FD
A
ND
T2
Fen
o3
846,
28
63,
47
85,
62
12,
84
792
,00
405
,53
536,
92
360,00
Mil
ho
trit.
836,
04
11,
68
85,
25
40,
78
213
,95
29,
75
825,
74 390,00
Far.
de
soja
848,
57
59,
28
487
,12
24,
01
198
,93
78,
72
819,
35 210,00
Óle
o
soja
100
0,00
- -
999
,00
-
- 159
1,73 20,00
Calc
ário
990,
00
- - - -
- -
10,00
MM
4
990,
00
- - - -
- -
10,00
Diet
a
848,
90
59,
86
166
,40
45,
57
410
,35
174
,13
719,
25
1000,0
0
1
em g kg-1
MN; 2
Equações propostas por Kearl (1982);
3
Feno de Coastcross; 4
Mistura mineral comercial para
ovinos.
O aditivo LLOSC2, a base de própolis
verde, foi preparado na Universidade Estadual
de Maringá (UEM). As quantidades de
flavonóides e ácidos fenólicos contidos nas
dosagens de aditivo LLOSC2 encontram-se na
Tabela 2. A quantificação destes compostos foi
realizada através de cromatografia líquida de
alta precisão.
O arraçoamento era realizado duas
vezes ao dia, às 7 e 16 horas. Diariamente era
realizada a pesagem das sobras para ajuste do
fornecimento da ração, de forma a permitir 20%
de sobras do fornecido no dia anterior, em
porcentagem da MS. Foram realizadas pesagens
da ração ofertada e das sobras de cada baia para
a estimativa de consumo de MS, calculando a
média da quantidade fornecida e das sobras para
os 53 dias de confinamento.
Tabela 2. Concentração de componentes no
produto LLOSC21
.
LLOSC21 Flavonoides2
(mg g-1
)
Ácidos fenólicos totais3
(mg g-1
)
1 dose 88,16 30,94
2 doses 176,32 61,88
3 doses 264,48 92,82
1
Aditivo a base de própolis; 2
Concentração média de
flavonóides quantificados em apigenina; 3
Concentração
média da soma dos ácidos fenólicos totais agrupados no
início do cromatograma com CAPE e Artepillin C,
quantificados em ácido p-cumárico.
Foram realizadas coletas quinzenais da
ração fornecida e das sobras, para a
determinação de MS, MM, PB, EE (Silva;
Queiroz, 2002) FDN, FDA (Detmann et al.,
2012) e estimativa do NDT (Kearl, 1982). As
análises bromatológicas foram realizadas no
Laboratório de Nutrição Animal, pertencente à
Universidade Estadual de Londrina.
Essas amostras foram encaminhadas
para uma estufa de circulação forçada a 55 ± 5o
C, durante 72 horas. Após a pré-secagem, as
amostras foram trituradas em moinho de facas
com peneira de 1 mm, momento em que foram
preparadas as amostras compostas de acordo
com a dieta. Em seguida, identificou-se e
guardou-se essas amostras para posterior
análise.
Com os valores de MS estimados,
determinaram-se as quantidades médias de MS
ofertada e MS da sobra, e por diferença entre
esses valores, obteve-se o consumo médio de
MS (CMS) por animal. Baseado nos valores de
CMS e a MS das sobras, multiplicou-se a
composição química do fornecido pela sua
quantidade ingerida e comparou-se com a
quantidade de sobras multiplicada pela sua
composição química, para obtenção do consumo
de proteína bruta (CPB), de extrato etéreo
(CEE), de FDN (CFDN), de FDA (CFDA) e de
NDT (CNDT), os quais foram expressos em
gramas/animal/dia, em porcentagem do peso
corporal e em gramas por quilograma de peso
metabólico (g kg-1
PV0,75
).
Para o registro do comportamento
ingestivo, no 46o
dia do período experimental,
os cordeiros foram observados em intervalos de
10 minutos, durante 24 horas, para a
determinação dos tempos e frequências
despendidas na ingestão de sólidos (TIA),
ruminação (TRT), ócio (TOT) e mastigação
total (TMT) (Johnson; Combs, 1991), sendo
TMT = TIA+TRT. Para cada animal e cada
período de 6 horas registrou-se o número de
mastigações merícicas por bolo (MMb) e tempo
de mastigação merícica por bolo (TMMb) em 3
bolos, para estimar o número de bolos
ruminados por dia (NBR), número de
mastigações merícicas diárias (MMd), eficiência
de alimentação da MS (EAL) e eficiência de
ruminação da MS e FDN (ERUMS,FDN).
Utilizando as seguintes equações: NBR(no
/dia)
= TRT/TMMb, MMd(no
/dia) = MMb*NBR,
EAL(g MS/h) = CMS/TAL, ERUMS (g MS/h) =
CMS/TRT, ERUFDN (g FDN/h) = CFDN/TRT
(Bürger et al., 2000).
Ao final do período experimental,
realizou-se a pesagem dos animais, precedida de
um período de 16 horas de jejum de sólidos,
para a obtenção do peso vivo final, do ganho
médio diário e conversão alimentar. Os dados
obtidos foram submetidos a análise de variância
ao nível de significância de 5%, utilizando o
procedimento GLM do pacote estatístico SAS
(versão 8.2).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não foi observado efeito (P>0,05) do
sexo e das diferentes doses do produto LLOSC2
no CMS e consumo dos componentes
nutricionais (CPB, CEE, CFDN, CFDA,
CNDT), tanto em g/dia quanto em porcentagem
do peso corporal e gramas por quilograma de
peso metabólico (Tab. 3).
Tabela 3. Consumo de nutrientes de cordeiros
confinados alimentados com dietas contendo
diferentes doses do produto LLOSC21
na ração.
Componente
Nutricional
Doses de LLOSC21
Médias
P-
valor
CV5
(%)
0 12
23
34
Matéria seca
g dia-1
1165,630 1183,972 1183,513 1162,523 1173,909 0,99 14,07
%PC 4,343 4,510 4,474 4,452 4,445 0,69 6,09
g kg-1
PC0,75
98,700 102,000 101,300 100,500 100,625 0,81 6,49
Proteína bruta
g/dia 198,407 206,042 204,057 199,938 202,205 0,95 13,95
%PC 0,739 0,785 0,771 0,766 0,765 0,31 5,77
g kg-1
PC0,75
16,801 17,747 17,467 17,293 17,327 0,44 6,21
Extrato etéreo
g/dia 49,719 51,133 50,675 49,234 50,190 0,96 13,84
%PC 0,185 0,195 0,191 0,189 0,190 0,39 5,41
g kg-1
PC0,75
4,211 4,404 4,337 4,266 4,304 0,53 5,91
Fibra em detergente neutro
g/dia 453,014 438,710 447,701 442,825 445,562 0,98 14,35
%PC 1,688 1,672 1,693 1,695 1,687 0,98 6,76
g kg-1
PC0,75
38,355 37,796 38,335 38,289 38,194 0,97 7,09
Fibra em detergente ácido
g/dia 218,495 210,712 215,545 211,313 214,016 0,96 14,35
%PC 0,814 0,803 0,815 0,809 0,810 0,97 6,74
g kg-1
PC0,75
18,499 18,153 18,456 18,271 18,345 0,95 7,08
Nutrientes digestíveis totais
g/dia 840,894 866,013 860,572 845,755 853,308 0,98 14,02
%PC 3,133 3,299 3,253 3,239 3,231 0,45 5,97
g kg-1
PC0,75
71,203 74,595 73,672 73,148 73,154 0,59 6,38
1
Aditivo a base de própolis; 2
119,10 mg g-1
de fenólicos
totais; 3
238,20 mg g-1
de fenólicos totais; 4
357,30 mg g-1
de fenólicos totais; 5
Coeficiente de variação; PC = peso
corporal; PC0,75
= peso metabólico
De maneira análoga ao presente
trabalho, avaliando a administração de
crescentes doses de extrato etanólico de própolis
verde ou própolis bruta em dieta a base de
volumosos (relação V:C de 67:33) para cabras
leiteiras, Lana et al. (2007) não encontraram
diferença significativas no CMS para as
diferentes doses do extrato em relação ao grupo
controle (sem própolis) e também não
observaram alterações nos parâmetros de
fermentação ruminal, contribuindo para a
semelhança do CMS entre as diferentes dietas.
Também não foi observado efeito
(P>0,05) do sexo e das diferentes doses do
produto LLOSC2 no PVF, GMD e CA.
Entretanto, em relação ao GMD e a CA, apesar
de não ter sido observado efeito das doses do
extrato de própolis, observou-se efeito de sexo
(P<0,05), com os machos apresentando maior
GMD e melhor CA do que as fêmeas (Tab. 4).
Stradiotti Júnior et al. (2004) também
não observaram influência de níveis de extrato
de própolis na dieta de bovinos fistulados sobre
o CMS. Esses autores observaram incremento
na concentração total de ácidos graxos voláteis
ruminais, sugerindo melhora na qualidade do
padrão fermentativo dos animais que receberam
própolis em relação ao grupo controle,
concluindo que este fato poderia contribuir com
a otimização do desempenho dos animais.
No presente trabalho, infere-se que isto
não ocorreu, visto que o consumo e desempenho
(Tab. 3 e 4) dos animais foi similar entre os
animais que receberam ou não o extrato de
própolis. Possivelmente, a similaridade entre as
diferentes doses e o grupo controle obtidas neste
trabalho tenha ocorrido pelo fato de as doses
empregadas serem baixas para ovinos
específicos da raça Santa Inês terminados em
confinamento, alimentados com dietas à base de
concentrado, não resultando em alterações
significativas nos parâmetros estudados
(P>0,05).
Tabela 4. Peso vivo incial (PVI), final (PVF),
ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar
(CA) e de cordeiros confinados alimentados com
dietas contendo diferentes doses do produto
LLOSC2 na ração.
Doses de LLOSC21
PVI
(Kg)
PVF
(Kg)
GMD
(g)
CA
0 19,77 33,92 267,00 4,42
12
19,88 32,75 242,90 5,14
23
19,83 33,20 252,10 4,80
34
19,60 32,54 244,20 4,85
P-valor 0,99 0,94 0,74 0,53
Sexo
Machos 19,72 34,42 277,50 4,35
Fêmeas 19,82 31,78 225,60 5,26
Médias 19,76 33,29 251,46 4,80
P-valor 0,93 0,13 <0,01** <0,01**
CV5
(%) 16,45 13,29 17,61 18,72
1
Aditivo a base de própolis; 2
119,10 mg/g de fenólicos
totais; 3
238,20 mg/g de fenólicos totais; 4
357,30 mg/g de
fenólicos totais, 5
Coeficiente de variação.
De maneira similar ao presente estudo,
Ítavo et al (2011a) também não observaram
efeito de doses crescentes de extrato de própolis
verde sobre o CMS, CPB, CEE, CFDN, CFDA,
CNDT de cordeiros mestiços Suffolk
terminados em confinamento, abatidos aos 34,5
Kg de PV, valor este próximo ao do presente
estudo (33,29 Kg). A dieta, assim como o
presente trabalho, tinha como base feno moído
finamente, farelo de soja e milho triturado. Os
autores também não encontraram diferença
estatística em relação à digestibilidade dos
nutrientes.
Porém, contrariando os resultados
encontrados neste trabalho, Ítavo et al. (2011a)
observaram piora no desempenho dos animais
que receberam as maiores doses de extrato de
própolis, refletindo possível excesso de
flavonóides no ambiente ruminal, tóxico a
algumas bactérias e aos protozoários, o que não
ocorreu no presente estudo, visto que o
desempenho foi similar mesmo nas dietas
contendo 3 doses do produto LLOSC2,
indicando uma possível maior tolerância de
animais da raça Santa Inês aos efeitos negativos
da concentração de flavonóides e compostos
fenólicos na dieta. Esta maior tolerância
também pode explicar a resistência aos efeitos
benéficos, os quais foram reportados em outras
espécies de ruminantes (Zawadzki et al., 2011).
Apesar de não terem sido observados
efeito das diferentes doses de própolis sobre o o
PVF, GMD e CA dos animais (Tab. 4), o GMD
dos machos e fêmeas, desconsiderando o efeito
das doses do extrato de própolis foi de 0,277 e
0,225 kg, respectivamente. Esta diferença
provavelmente é consequência dos efeitos
hormonais, visto que não houve interação entre
os teores de LLOSC2 e os sexos. Segundo
Sowande e Sobola (2008), com o início da
puberdade as fêmeas possuem menor taxa de
crescimento que os machos, visto que o
estrógeno limita o crescimento dos ossos longos
e indiretamente o desenvolvimento da
musculatura estriada esquelética. Além disto, a
testosterona possui efeito anabolizante,
beneficiando o GMD dos machos.
Quanto à conversão alimentar, não
foram observados efeitos das diferentes doses
do produto LLOSC2, porém constatou-se efeito
de sexo, com os machos apresentando melhor
conversão alimentar que as fêmeas (4,35 vs
5,26), resultado esta provável consequência do
efeito anabolizante citado. A CA média obtida
foi similar à encontrada em outros trabalhos
(Ítavo et al., 2011b; Ribeiro et al., 2011).
Ítavo et al. (2011b) encontraram piora
da CA de cordeiros alimentados com própolis
verde na dieta em relação aos alimentados com
própolis marrom, monensina ou o grupo
controle. Os autores observaram aumento
significativo no CMS aliado ao pior GMD para
este grupo, concluindo que a concentração de
flavonóides e compostos fenólicos totais, as
quais foram maiores na própolis verde, podem
ser prejudiciais ao processo fermentativo, o que
não foi observado no presente trabalho.
Como o CMS foi semelhante para as
diferentes doses do extrato de própolis (P>0,05),
e a composição química das quatro rações
experimentais foi a mesma, seriam observadas
diferenças no consumo de nutrientes e
possivelmente no desempenho dos animais se
ocorressem diferenças em suas degradabilidades
e digestibilidades, ou na seletividade do
alimento pelos indivíduos, neste último caso
afetando a composição química das sobras e
consequentemente o cálculo de consumo. Mas
considerando que os parâmetros produtivos dos
animais foram similares (Tab. 4), assim como os
parâmetros comportamentais (P>0,05) (Tab. 5,
6 e 7) é razoável inferir-se que as diferentes
doses de própolis não afetaram
significativamente a digestibilidade dos
nutrientes nessas condições experimentais.
Assim como as diferentes doses de
LLOSC2, o sexo também não influenciou
(P>0,05) os parâmetros do comportamento
ingestivo dos animais (Tab. 5).
Tabela 5. Tempo totais de ruminação (TRT),
alimentação (TAT), mastigação (TMT) e ócio
(TOT) de cordeiros confinados alimentados com
dietas contendo diferentes doses do produto
LLOSC21
na ração.
Vari
ável
(min
dia-1
)
Doses de LLOSC21
Méd
ias
P-
val
or
CV5
(%)
0 12
23
34
TRT 441,
198
426,
702
426,
576
411,
702
426,
407
0,9
2
21,6
2
TAT 239,
472
232,
950
222,
948
254,
550
237,
835
0,4
9
19,3
3
TMT 680,
826
659,
652
649,
602
666,
252
664,
307
0,9
3
14,0
5
TOT 725,
976
740,
052
744,
102
751,
650
740,
743
0,9
8
13,7
9
1
Aditivo a base de própolis; 2
119,10 mg g-1
de fenólicos
totais; 3
238,20 mg g-1
de fenólicos totais; 4
357,30 mg g-1
de fenólicos totais; 5
Coeficiente de variação.
Apesar de altas concentrações de
flavonóides e compostos fenólicos serem
potencialmente tóxicos para alguns grupos
bacterianos presentes no rúmen, podendo
prejudicar a fermentação, ruminação e o
consumo, como pode se observar no grupo dos
taninos (Oliveira; Berchielli, 2007) e também
em alguns extratos de própolis (Ítavo et al.,
2011b), as concentrações destes componentes
nas rações do presente estudo não foram
suficientes para afetarem negativamente
(P>0,05) comportamento ingestivo dos animais,
porém, aparentemente também não foram
suficientes para otimizá-lo.
Assim, não foram observados piora na
qualidade da ruminação e no tempo de ingestão
de alimentos. Os tempos despendidos nas
atividades comportamentais estão dentro do
esperado para cordeiros terminados em
confinamento (Ribeiro et al., 2011).
Da mesma forma, Ítavo et al. (2011a),
avaliando o efeito de concentrações crescentes
de extrato de própolis verde na ração de
cordeiros em confinamento, também não
encontraram diferenças no comportamento
ingestivo e nos parâmetros de ruminação dos
animais, obtendo tempo médio de alimentação e
ruminação de 216 e 489 minutos,
respectivamente, em animais terminados em
confinamento, alimentados com dietas contendo
relação volumoso : concentrado de 50:50, com
feno de Brachiaria brizantha como volumoso.
A ruminação, avaliada com base no
número de bolos ruminados por dia,
mastigações merícicas por bolo e tempo de
mastigação merícica por bolo, apresentou
comportamento similar (P>0,05) para todos os
grupos estudados. A eficiência de alimentação e
de ruminação da MS e FDN também não foram
afetadas (P>0,05) pelo sexo e pelas doses do
extrato de própolis (Tab. 6).
Tabela 6. Bolos ruminados por dia (NBR),
mastigações merícicas diárias (MMd),
mastigação merícicas por bolo (MMb) tempo de
mastigação merícicas por bolo (TMMb),
eficiência de alimentação de MS (EAL),
eficiência de ruminação da MS (ERUMS) e da
FDN (ERUFDN), de cordeiros confinados
alimentados com dietas contendo diferentes
doses do produto LLOSC2 na ração.
Variável
Doses de LLOSC21
Méd
ias
P-
va
lor
C
V
%
0 12
23
34
NBR(no
dia-1
)
578,
815
542,
014
523,
505
517,
288
537,
982
0,
82
23,
82
MMd*10
3
(no
dia-1
)
40,7
75
37,5
64
37,3
65
36,0
33
37,8
76
0,
80
27,
17
MMb(no
bolo-1
)
71,3
09
69,4
64
71,4
89
69,9
24
70,7
02
0,
92
14,
88
TMMb(s
eg bolo-1
)
47,2
51
48,0
41
49,2
94
48,2
87
48,3
79
0,
97
17,
07
EALMS
(gMS h-
1
)
303,
238
324,
292
323,
016
284,
168
309,
767
0,
68
26,
53
EALFDN
(gFDN h-
1
)
125,
082
105,
148
111,
495
123,
24
116,
187
0,
72
17,
36
ERUMS(g
MS h-1
)
167,
920
174,
016
167,
266
173,
590
171,
548
0,
98
25,
96
ERUFDN
(gFDN h-
1
)
77,2
22
60,8
08
64,8
56
58,8
62
76,3
63
0,
99
21,
25
1
Aditivo a base de própolis; 2
119,10 mg g-1
de fenólicos
totais; 3
238,20 mg g-1
de fenólicos totais; 4
357,30 mg g-1
de fenólicos totais; 5
Coeficiente de variação.
O tempo de ruminação é diretamente
influenciado pela natureza da dieta, sendo
proporcional ao teor de FDN dos volumosos
Van Soest (1994) e à efetividade da fibra (Silva;
Neumann, 2012). Teores de FDN e tamanho de
partículas muito baixos, podem acarretar
problemas metabólicos, como o timpanismo e a
acidose (Silva; Neumann, 2012) situação em
que o uso de ionóforos ou produtos de ação
semelhante, como a própolis, podem ser
utilizados como medida preventiva.
Contudo, neste trabalho não foram
observadas diferenças nos parâmetros de
ruminação, para nenhuma das doses de
LLOSC2 testadas em relação ao grupo controle,
mesmo com o volumoso da dieta triturado em
peneira de 2 mm e a alta presença de
concentrado. Vale ressaltar que os animais
foram previamente adaptados a essas condições
alimentares, o que provavelmente garantiu a boa
resposta dos animais às dietas, mesmo na
ausência do aditivo.
Alves et al. (2010) em cordeiros Santa
Inês confinados, submetidos a diferentes teores
de uréia na dieta, com 40% de feno de Tifton 85
e 60 % de concentrado na dieta encontraram
valor médio de 597,61 bolos ruminados por dia
e 36.209 mastigações merícicas diárias, valores
muito próximos aos obtidos neste trabalho. Os
valores de eficiências de alimentação e de
ruminação de MS e FDN também foram muito
próximos aos valores demonstrados na Tabela 6,
à exceção da eficiência de alimentação da MS,
em que os animais de Alves et al. (2010) foram
mais eficientes (236,89 vs 309,767). O fato de
não terem sido observadas diferenças (P>0,05)
tanto no consumo de MS e FDN, quanto no
tempo de ingestão de alimentos e de ruminação
pode explicar à similaridade em termos de
eficiência encontradas.
Estudos utilizando concentrações
superiores do aditivo LLOS na dieta de ovinos,
avaliando o desempenho e comportamento
ingestivo devem ser realizados, visto que há
relatos de benefícios na digestibilidade, na
eficiência da fermentação e desempenho de
bubalinos e bovinos recebendo este aditivo
(Prado et al., 2010b; Zawadzki et al., 2011). Foi
possível inferir, com base nos resultados de
desempenho, consumo e comportamento
ingestivo que a fermentação não foi prejudicada
pela maior dose de LLOSC2 empregada no
estudo, ou seja, pela maior concentração de
flavonóides e compostos fenólicos, como foi
encontrado em outros estudos acima citados.
Entretanto, da mesma forma que não
ocorreram prejuízos, não foram constatados
benefícios, assim, é recomendado um maior
"desafio" aos ovinos, através do fornecimento
de doses superiores deste produto na
alimentação, visto que a fisiologia desta espécie
animal aparentemente é mais tolerante à
própolis do que outras espécies.
CONCLUSÃO
O produto LLOSC2, nas doses
estudadas, não traz benefícios a cordeiros Santa
Inês, terminados em confinamento, em dieta
predominantemente concentrada, portanto, seu
uso em condições similares ao presente estudo
não é recomendado, havendo a necessidade de
mais estudos com doses superiores deste
produto na dieta, dado o seu potencial
observado em outras espécies de ruminantes.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq e CAPES pelo
suporte financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DE; LANA, R. DE P.; PACHECO, C. G.;
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feedlot-finished bulls: effects on animal
performance and carcass characteristics.
Journal of Animal and Feed Sciences, v. 20,
n. 1, p. 16–25, 2011.
______________________________________
1Universidade Estadual de Londrina, PR,
Brasil.
*Email: fernando_grandis@yahoo.com.br
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  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 25 - Número 1 - 1º Semestre 2025 DESEMPENHO, CONSUMO DE NUTRIENTES E COMPORTAMENTO INGESTIVO DE CORDEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ADITIVO A BASE DE PRÓPOLIS Fernando Augusto Grandis1* ; Edson Luis de Azambuja Ribeiro1 ; Valter Harry Bumbieris Júnior1 ; Odimari Pricila Prado Calixto1 ; Thaís Campos de Freitas1 RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dosagens do aditivo em pó a base de própolis LLOSC2 na dieta sobre o desempenho, consumo e comportamento ingestivo de cordeiros terminados em confinamento. Foram utilizados 28 cordeiros Santa Inês, 16 machos inteiros e 12 fêmeas com 19,76 ± 2,77 kg de peso vivo, com 100 dias de idade, em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x4 (2 sexos e 4 doses do produto LLOSC2), sendo as doses 0, 1, 2 ou 3. Os animais permaneceram confinados por 53 dias. Não foi encontrado efeito significativo do aditivo, em nenhuma dose, sobre as variáveis de desempenho, consumo e comportamento estudadas. Para cordeiros Santa Inês confinados, em dieta a base de concentrado, não se recomenda a utilização do aditivo a base de própolis LLOSC2 nas doses utilizadas no presente estudo. Palavras-chave: Confinamento, Ionóforos, LLOS, Ovinos. PERFORMANCE, NUTRIENT INTAKE AND INGESTIVE BEHAVIOR OF LAMBS FED WITH DIETS CONTAINING PROPOLIS BASED ADDITIVE ABSTRACT The aim of this study was to evaluate the effect of dosages of the powdered propolis based additive LLOSC2 in the diet on performance, nutrient intake and ingestive behavior of lambs finished in feedlot. Twenty-eight Santa Ines lambs were used, being 16 intact males and 12 females, weighing 19,76 ± 2,77 kg, with average age of 100 days, in a completely randomized design, in a 2x4 factorial scheme (two sexes and four doses of the product LLOSC2), with the doses being 0, 1, 2 or 3. The animals were confined for 53 days. No significant effect of the additive was found at any dose, on the variables of performance, consumption and behavior studied. For confined Santa Ines lambs on a concentrate diet, it is not recommended to use the additive based on propolis LLOSC2 at the doses used in the present study. Keywords: Feedlot, Ionophores, LLOS, Sheep. 18
  • 2. INTRODUÇÃO Segundo o IBGE (2016), o rebanho ovino no país é de cerca de 18,43 milhões de animais e vem apresentando crescimento. Entretanto, a demanda nacional por carne ovina ainda não é atendida pela oferta interna, e o Brasil caracteriza-se como um grande importador deste produto, absorvendo grande parte das exportações uruguaias (Ávila et al., 2013). Parte deste insucesso é resultado de deficiências no emprego de tecnologias disponíveis, resultando em produtos de baixa qualidade e com oferta estacional. Assim, é necessária a busca por estratégias que visam o aumento da rentabilidade desta atividade. Dentre essas estratégias, é possível destacar o uso de aditivos alimentares, em especial os modificadores da fermentação ruminal. Esses compostos são utilizados visando o aumento da eficiência do processo fermentativo e que podem trazer, por consequência, o aumento da eficiência econômica dessa atividade pecuária (Zawadzki et al., 2011). Dentre esses aditivos, os mais estudados e utilizados no Brasil são os ionóforos. Entretanto, desde 2006 a União Européia não permite que esses antibióticos sejam utilizados na alimentação animal, tampouco permite a entrada de produtos animais que foram produzidos nestas condições (Regulamento CE, 2003), tornando crescente a procura por alternativas que propiciem resultados similares e viáveis. O uso de extratos de própolis como aditivo na alimentação de ruminantes vem sendo estudado como alternativa natural aos ionóforos, visto que suas substâncias ativas, principalmente os flavonóides, apresentam ação bacteriostática e bactericida, propiciando seu uso como regulador da fermentação ruminal (Prado et al., 2010a). A composição química da própolis é complexa e variável, sendo afetada pelas características da flora onde foi produzida e época de colheita, dificultando sua padronização e aplicabilidade na alimentação animal (Buriol et al., 2009). Visando a padronização de aditivos a base de própolis, assim como otimização na armazenagem e fornecimento, na última década foram desenvolvidos extratos em pó denominados LLOS (PI = nº 0605768-3), os quais podem ser administrados aos animais via ração. Estes produtos possuem concentrações de própolis (A, B, C e D) entre 5 e 30% (peso/volume), e teores alcoólicos (1, 2 e 3) entre 60 e 93.8% (volume/volume) (Prado et al., 2010a). Zawadzki et al. (2011), avaliando os efeitos do aditivo LLOSC1 em touros terminados em confinamento encontraram otimização do ganho de peso e conversão alimentar com o uso do aditvo. Prado et al. (2010b) encontraram melhora na digestibilidade dos nutrientes em dietas a base de forragens para búfalos. Ítavo et al. (2011a) encontraram resposta quadrática no ganho de peso dos cordeiros suplementados com níveis crescente de própolis, ao passo que Ítavo et al. (2011b) encontraram comprometimento na qualidade da ruminação e conversão alimentar dos animais recebendo própolis. Esses resultados controversos em ovinos sugerem que os efeitos propiciados pela própolis são dose-dependentes. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dosagens do aditivo LLOSC2 sobre o desempenho, consumo de nutrientes e comportamento ingestivo de cordeiros terminados em confinamento. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado aprovado pelo Comissão de Ética no Uso de Animais da instituição (processo CEUA no 8209.2012.89). Foram utilizados 28 animais da raça Santa Inês, 16 machos e 12 fêmeas, com aproximadamente 100 dias de idade e peso inicial de 19,76 ± 2,77 kg, que permaneceram confinados 67 dias, sendo 14 desses o período de adaptação às condições experimentais. No início do experimento, os animais foram pesados, identificados, vermifugados e distribuídos
  • 3. aleatoriamente em baias individuais com piso ripado providas de comedouro e bebedouro. O delineamento empregado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 4 (2 sexos, 4 rações experimentais) com os animais sendo as repetições, e cada uma das dietas fornecidas a quatro machos e três fêmeas. As dietas eram constituídas de feno de coastcross (triturado em peneira de 2 mm) e concentrado composto por farelo de soja, milho triturado, óleo de soja, calcário calcítico, mistura mineral comercial, e o produto LLOSC2, utilizando fubá de milho como veículo. As quatro rações experimentais diferiam apenas no número de doses do produto LLOSC2, sendo aplicadas nenhuma, uma, duas ou três doses. Foram formuladas para atender as exigências nutricionais segundo o NRC (1985, 2007) para a categoria de cordeiros com 20 kg de peso vivo e ganho de peso diário de 250 g. A relação volumoso: concentrado empregada foi de 36:64 (Tab. 1). Tabela 1. Composição químico-bromatológica e proporção dos ingredientes das rações experimentais. Ingredie nte Componente nutricional (g kg-1 MS) Propor ção (g kg- 1 MS) MS1 M M PB EE FD N FD A ND T2 Fen o3 846, 28 63, 47 85, 62 12, 84 792 ,00 405 ,53 536, 92 360,00 Mil ho trit. 836, 04 11, 68 85, 25 40, 78 213 ,95 29, 75 825, 74 390,00 Far. de soja 848, 57 59, 28 487 ,12 24, 01 198 ,93 78, 72 819, 35 210,00 Óle o soja 100 0,00 - - 999 ,00 - - 159 1,73 20,00 Calc ário 990, 00 - - - - - - 10,00 MM 4 990, 00 - - - - - - 10,00 Diet a 848, 90 59, 86 166 ,40 45, 57 410 ,35 174 ,13 719, 25 1000,0 0 1 em g kg-1 MN; 2 Equações propostas por Kearl (1982); 3 Feno de Coastcross; 4 Mistura mineral comercial para ovinos. O aditivo LLOSC2, a base de própolis verde, foi preparado na Universidade Estadual de Maringá (UEM). As quantidades de flavonóides e ácidos fenólicos contidos nas dosagens de aditivo LLOSC2 encontram-se na Tabela 2. A quantificação destes compostos foi realizada através de cromatografia líquida de alta precisão. O arraçoamento era realizado duas vezes ao dia, às 7 e 16 horas. Diariamente era realizada a pesagem das sobras para ajuste do fornecimento da ração, de forma a permitir 20% de sobras do fornecido no dia anterior, em porcentagem da MS. Foram realizadas pesagens da ração ofertada e das sobras de cada baia para a estimativa de consumo de MS, calculando a média da quantidade fornecida e das sobras para os 53 dias de confinamento. Tabela 2. Concentração de componentes no produto LLOSC21 . LLOSC21 Flavonoides2 (mg g-1 ) Ácidos fenólicos totais3 (mg g-1 ) 1 dose 88,16 30,94 2 doses 176,32 61,88 3 doses 264,48 92,82 1 Aditivo a base de própolis; 2 Concentração média de flavonóides quantificados em apigenina; 3 Concentração média da soma dos ácidos fenólicos totais agrupados no início do cromatograma com CAPE e Artepillin C, quantificados em ácido p-cumárico. Foram realizadas coletas quinzenais da ração fornecida e das sobras, para a determinação de MS, MM, PB, EE (Silva; Queiroz, 2002) FDN, FDA (Detmann et al., 2012) e estimativa do NDT (Kearl, 1982). As análises bromatológicas foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal, pertencente à Universidade Estadual de Londrina. Essas amostras foram encaminhadas para uma estufa de circulação forçada a 55 ± 5o C, durante 72 horas. Após a pré-secagem, as amostras foram trituradas em moinho de facas com peneira de 1 mm, momento em que foram preparadas as amostras compostas de acordo com a dieta. Em seguida, identificou-se e guardou-se essas amostras para posterior análise. Com os valores de MS estimados, determinaram-se as quantidades médias de MS
  • 4. ofertada e MS da sobra, e por diferença entre esses valores, obteve-se o consumo médio de MS (CMS) por animal. Baseado nos valores de CMS e a MS das sobras, multiplicou-se a composição química do fornecido pela sua quantidade ingerida e comparou-se com a quantidade de sobras multiplicada pela sua composição química, para obtenção do consumo de proteína bruta (CPB), de extrato etéreo (CEE), de FDN (CFDN), de FDA (CFDA) e de NDT (CNDT), os quais foram expressos em gramas/animal/dia, em porcentagem do peso corporal e em gramas por quilograma de peso metabólico (g kg-1 PV0,75 ). Para o registro do comportamento ingestivo, no 46o dia do período experimental, os cordeiros foram observados em intervalos de 10 minutos, durante 24 horas, para a determinação dos tempos e frequências despendidas na ingestão de sólidos (TIA), ruminação (TRT), ócio (TOT) e mastigação total (TMT) (Johnson; Combs, 1991), sendo TMT = TIA+TRT. Para cada animal e cada período de 6 horas registrou-se o número de mastigações merícicas por bolo (MMb) e tempo de mastigação merícica por bolo (TMMb) em 3 bolos, para estimar o número de bolos ruminados por dia (NBR), número de mastigações merícicas diárias (MMd), eficiência de alimentação da MS (EAL) e eficiência de ruminação da MS e FDN (ERUMS,FDN). Utilizando as seguintes equações: NBR(no /dia) = TRT/TMMb, MMd(no /dia) = MMb*NBR, EAL(g MS/h) = CMS/TAL, ERUMS (g MS/h) = CMS/TRT, ERUFDN (g FDN/h) = CFDN/TRT (Bürger et al., 2000). Ao final do período experimental, realizou-se a pesagem dos animais, precedida de um período de 16 horas de jejum de sólidos, para a obtenção do peso vivo final, do ganho médio diário e conversão alimentar. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância ao nível de significância de 5%, utilizando o procedimento GLM do pacote estatístico SAS (versão 8.2). RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foi observado efeito (P>0,05) do sexo e das diferentes doses do produto LLOSC2 no CMS e consumo dos componentes nutricionais (CPB, CEE, CFDN, CFDA, CNDT), tanto em g/dia quanto em porcentagem do peso corporal e gramas por quilograma de peso metabólico (Tab. 3). Tabela 3. Consumo de nutrientes de cordeiros confinados alimentados com dietas contendo diferentes doses do produto LLOSC21 na ração. Componente Nutricional Doses de LLOSC21 Médias P- valor CV5 (%) 0 12 23 34 Matéria seca g dia-1 1165,630 1183,972 1183,513 1162,523 1173,909 0,99 14,07 %PC 4,343 4,510 4,474 4,452 4,445 0,69 6,09 g kg-1 PC0,75 98,700 102,000 101,300 100,500 100,625 0,81 6,49 Proteína bruta g/dia 198,407 206,042 204,057 199,938 202,205 0,95 13,95 %PC 0,739 0,785 0,771 0,766 0,765 0,31 5,77 g kg-1 PC0,75 16,801 17,747 17,467 17,293 17,327 0,44 6,21 Extrato etéreo g/dia 49,719 51,133 50,675 49,234 50,190 0,96 13,84 %PC 0,185 0,195 0,191 0,189 0,190 0,39 5,41 g kg-1 PC0,75 4,211 4,404 4,337 4,266 4,304 0,53 5,91 Fibra em detergente neutro g/dia 453,014 438,710 447,701 442,825 445,562 0,98 14,35 %PC 1,688 1,672 1,693 1,695 1,687 0,98 6,76 g kg-1 PC0,75 38,355 37,796 38,335 38,289 38,194 0,97 7,09 Fibra em detergente ácido g/dia 218,495 210,712 215,545 211,313 214,016 0,96 14,35 %PC 0,814 0,803 0,815 0,809 0,810 0,97 6,74 g kg-1 PC0,75 18,499 18,153 18,456 18,271 18,345 0,95 7,08 Nutrientes digestíveis totais g/dia 840,894 866,013 860,572 845,755 853,308 0,98 14,02 %PC 3,133 3,299 3,253 3,239 3,231 0,45 5,97 g kg-1 PC0,75 71,203 74,595 73,672 73,148 73,154 0,59 6,38 1 Aditivo a base de própolis; 2 119,10 mg g-1 de fenólicos totais; 3 238,20 mg g-1 de fenólicos totais; 4 357,30 mg g-1 de fenólicos totais; 5 Coeficiente de variação; PC = peso corporal; PC0,75 = peso metabólico De maneira análoga ao presente trabalho, avaliando a administração de crescentes doses de extrato etanólico de própolis verde ou própolis bruta em dieta a base de volumosos (relação V:C de 67:33) para cabras leiteiras, Lana et al. (2007) não encontraram diferença significativas no CMS para as diferentes doses do extrato em relação ao grupo controle (sem própolis) e também não observaram alterações nos parâmetros de fermentação ruminal, contribuindo para a semelhança do CMS entre as diferentes dietas. Também não foi observado efeito (P>0,05) do sexo e das diferentes doses do produto LLOSC2 no PVF, GMD e CA. Entretanto, em relação ao GMD e a CA, apesar de não ter sido observado efeito das doses do extrato de própolis, observou-se efeito de sexo (P<0,05), com os machos apresentando maior GMD e melhor CA do que as fêmeas (Tab. 4).
  • 5. Stradiotti Júnior et al. (2004) também não observaram influência de níveis de extrato de própolis na dieta de bovinos fistulados sobre o CMS. Esses autores observaram incremento na concentração total de ácidos graxos voláteis ruminais, sugerindo melhora na qualidade do padrão fermentativo dos animais que receberam própolis em relação ao grupo controle, concluindo que este fato poderia contribuir com a otimização do desempenho dos animais. No presente trabalho, infere-se que isto não ocorreu, visto que o consumo e desempenho (Tab. 3 e 4) dos animais foi similar entre os animais que receberam ou não o extrato de própolis. Possivelmente, a similaridade entre as diferentes doses e o grupo controle obtidas neste trabalho tenha ocorrido pelo fato de as doses empregadas serem baixas para ovinos específicos da raça Santa Inês terminados em confinamento, alimentados com dietas à base de concentrado, não resultando em alterações significativas nos parâmetros estudados (P>0,05). Tabela 4. Peso vivo incial (PVI), final (PVF), ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) e de cordeiros confinados alimentados com dietas contendo diferentes doses do produto LLOSC2 na ração. Doses de LLOSC21 PVI (Kg) PVF (Kg) GMD (g) CA 0 19,77 33,92 267,00 4,42 12 19,88 32,75 242,90 5,14 23 19,83 33,20 252,10 4,80 34 19,60 32,54 244,20 4,85 P-valor 0,99 0,94 0,74 0,53 Sexo Machos 19,72 34,42 277,50 4,35 Fêmeas 19,82 31,78 225,60 5,26 Médias 19,76 33,29 251,46 4,80 P-valor 0,93 0,13 <0,01** <0,01** CV5 (%) 16,45 13,29 17,61 18,72 1 Aditivo a base de própolis; 2 119,10 mg/g de fenólicos totais; 3 238,20 mg/g de fenólicos totais; 4 357,30 mg/g de fenólicos totais, 5 Coeficiente de variação. De maneira similar ao presente estudo, Ítavo et al (2011a) também não observaram efeito de doses crescentes de extrato de própolis verde sobre o CMS, CPB, CEE, CFDN, CFDA, CNDT de cordeiros mestiços Suffolk terminados em confinamento, abatidos aos 34,5 Kg de PV, valor este próximo ao do presente estudo (33,29 Kg). A dieta, assim como o presente trabalho, tinha como base feno moído finamente, farelo de soja e milho triturado. Os autores também não encontraram diferença estatística em relação à digestibilidade dos nutrientes. Porém, contrariando os resultados encontrados neste trabalho, Ítavo et al. (2011a) observaram piora no desempenho dos animais que receberam as maiores doses de extrato de própolis, refletindo possível excesso de flavonóides no ambiente ruminal, tóxico a algumas bactérias e aos protozoários, o que não ocorreu no presente estudo, visto que o desempenho foi similar mesmo nas dietas contendo 3 doses do produto LLOSC2, indicando uma possível maior tolerância de animais da raça Santa Inês aos efeitos negativos da concentração de flavonóides e compostos fenólicos na dieta. Esta maior tolerância também pode explicar a resistência aos efeitos benéficos, os quais foram reportados em outras espécies de ruminantes (Zawadzki et al., 2011). Apesar de não terem sido observados efeito das diferentes doses de própolis sobre o o PVF, GMD e CA dos animais (Tab. 4), o GMD dos machos e fêmeas, desconsiderando o efeito das doses do extrato de própolis foi de 0,277 e 0,225 kg, respectivamente. Esta diferença provavelmente é consequência dos efeitos hormonais, visto que não houve interação entre os teores de LLOSC2 e os sexos. Segundo Sowande e Sobola (2008), com o início da puberdade as fêmeas possuem menor taxa de crescimento que os machos, visto que o estrógeno limita o crescimento dos ossos longos e indiretamente o desenvolvimento da musculatura estriada esquelética. Além disto, a testosterona possui efeito anabolizante, beneficiando o GMD dos machos. Quanto à conversão alimentar, não foram observados efeitos das diferentes doses do produto LLOSC2, porém constatou-se efeito de sexo, com os machos apresentando melhor conversão alimentar que as fêmeas (4,35 vs
  • 6. 5,26), resultado esta provável consequência do efeito anabolizante citado. A CA média obtida foi similar à encontrada em outros trabalhos (Ítavo et al., 2011b; Ribeiro et al., 2011). Ítavo et al. (2011b) encontraram piora da CA de cordeiros alimentados com própolis verde na dieta em relação aos alimentados com própolis marrom, monensina ou o grupo controle. Os autores observaram aumento significativo no CMS aliado ao pior GMD para este grupo, concluindo que a concentração de flavonóides e compostos fenólicos totais, as quais foram maiores na própolis verde, podem ser prejudiciais ao processo fermentativo, o que não foi observado no presente trabalho. Como o CMS foi semelhante para as diferentes doses do extrato de própolis (P>0,05), e a composição química das quatro rações experimentais foi a mesma, seriam observadas diferenças no consumo de nutrientes e possivelmente no desempenho dos animais se ocorressem diferenças em suas degradabilidades e digestibilidades, ou na seletividade do alimento pelos indivíduos, neste último caso afetando a composição química das sobras e consequentemente o cálculo de consumo. Mas considerando que os parâmetros produtivos dos animais foram similares (Tab. 4), assim como os parâmetros comportamentais (P>0,05) (Tab. 5, 6 e 7) é razoável inferir-se que as diferentes doses de própolis não afetaram significativamente a digestibilidade dos nutrientes nessas condições experimentais. Assim como as diferentes doses de LLOSC2, o sexo também não influenciou (P>0,05) os parâmetros do comportamento ingestivo dos animais (Tab. 5). Tabela 5. Tempo totais de ruminação (TRT), alimentação (TAT), mastigação (TMT) e ócio (TOT) de cordeiros confinados alimentados com dietas contendo diferentes doses do produto LLOSC21 na ração. Vari ável (min dia-1 ) Doses de LLOSC21 Méd ias P- val or CV5 (%) 0 12 23 34 TRT 441, 198 426, 702 426, 576 411, 702 426, 407 0,9 2 21,6 2 TAT 239, 472 232, 950 222, 948 254, 550 237, 835 0,4 9 19,3 3 TMT 680, 826 659, 652 649, 602 666, 252 664, 307 0,9 3 14,0 5 TOT 725, 976 740, 052 744, 102 751, 650 740, 743 0,9 8 13,7 9 1 Aditivo a base de própolis; 2 119,10 mg g-1 de fenólicos totais; 3 238,20 mg g-1 de fenólicos totais; 4 357,30 mg g-1 de fenólicos totais; 5 Coeficiente de variação. Apesar de altas concentrações de flavonóides e compostos fenólicos serem potencialmente tóxicos para alguns grupos bacterianos presentes no rúmen, podendo prejudicar a fermentação, ruminação e o consumo, como pode se observar no grupo dos taninos (Oliveira; Berchielli, 2007) e também em alguns extratos de própolis (Ítavo et al., 2011b), as concentrações destes componentes nas rações do presente estudo não foram suficientes para afetarem negativamente (P>0,05) comportamento ingestivo dos animais, porém, aparentemente também não foram suficientes para otimizá-lo. Assim, não foram observados piora na qualidade da ruminação e no tempo de ingestão de alimentos. Os tempos despendidos nas atividades comportamentais estão dentro do esperado para cordeiros terminados em confinamento (Ribeiro et al., 2011). Da mesma forma, Ítavo et al. (2011a), avaliando o efeito de concentrações crescentes de extrato de própolis verde na ração de cordeiros em confinamento, também não encontraram diferenças no comportamento ingestivo e nos parâmetros de ruminação dos animais, obtendo tempo médio de alimentação e ruminação de 216 e 489 minutos, respectivamente, em animais terminados em confinamento, alimentados com dietas contendo relação volumoso : concentrado de 50:50, com feno de Brachiaria brizantha como volumoso. A ruminação, avaliada com base no número de bolos ruminados por dia, mastigações merícicas por bolo e tempo de mastigação merícica por bolo, apresentou comportamento similar (P>0,05) para todos os grupos estudados. A eficiência de alimentação e de ruminação da MS e FDN também não foram
  • 7. afetadas (P>0,05) pelo sexo e pelas doses do extrato de própolis (Tab. 6). Tabela 6. Bolos ruminados por dia (NBR), mastigações merícicas diárias (MMd), mastigação merícicas por bolo (MMb) tempo de mastigação merícicas por bolo (TMMb), eficiência de alimentação de MS (EAL), eficiência de ruminação da MS (ERUMS) e da FDN (ERUFDN), de cordeiros confinados alimentados com dietas contendo diferentes doses do produto LLOSC2 na ração. Variável Doses de LLOSC21 Méd ias P- va lor C V % 0 12 23 34 NBR(no dia-1 ) 578, 815 542, 014 523, 505 517, 288 537, 982 0, 82 23, 82 MMd*10 3 (no dia-1 ) 40,7 75 37,5 64 37,3 65 36,0 33 37,8 76 0, 80 27, 17 MMb(no bolo-1 ) 71,3 09 69,4 64 71,4 89 69,9 24 70,7 02 0, 92 14, 88 TMMb(s eg bolo-1 ) 47,2 51 48,0 41 49,2 94 48,2 87 48,3 79 0, 97 17, 07 EALMS (gMS h- 1 ) 303, 238 324, 292 323, 016 284, 168 309, 767 0, 68 26, 53 EALFDN (gFDN h- 1 ) 125, 082 105, 148 111, 495 123, 24 116, 187 0, 72 17, 36 ERUMS(g MS h-1 ) 167, 920 174, 016 167, 266 173, 590 171, 548 0, 98 25, 96 ERUFDN (gFDN h- 1 ) 77,2 22 60,8 08 64,8 56 58,8 62 76,3 63 0, 99 21, 25 1 Aditivo a base de própolis; 2 119,10 mg g-1 de fenólicos totais; 3 238,20 mg g-1 de fenólicos totais; 4 357,30 mg g-1 de fenólicos totais; 5 Coeficiente de variação. O tempo de ruminação é diretamente influenciado pela natureza da dieta, sendo proporcional ao teor de FDN dos volumosos Van Soest (1994) e à efetividade da fibra (Silva; Neumann, 2012). Teores de FDN e tamanho de partículas muito baixos, podem acarretar problemas metabólicos, como o timpanismo e a acidose (Silva; Neumann, 2012) situação em que o uso de ionóforos ou produtos de ação semelhante, como a própolis, podem ser utilizados como medida preventiva. Contudo, neste trabalho não foram observadas diferenças nos parâmetros de ruminação, para nenhuma das doses de LLOSC2 testadas em relação ao grupo controle, mesmo com o volumoso da dieta triturado em peneira de 2 mm e a alta presença de concentrado. Vale ressaltar que os animais foram previamente adaptados a essas condições alimentares, o que provavelmente garantiu a boa resposta dos animais às dietas, mesmo na ausência do aditivo. Alves et al. (2010) em cordeiros Santa Inês confinados, submetidos a diferentes teores de uréia na dieta, com 40% de feno de Tifton 85 e 60 % de concentrado na dieta encontraram valor médio de 597,61 bolos ruminados por dia e 36.209 mastigações merícicas diárias, valores muito próximos aos obtidos neste trabalho. Os valores de eficiências de alimentação e de ruminação de MS e FDN também foram muito próximos aos valores demonstrados na Tabela 6, à exceção da eficiência de alimentação da MS, em que os animais de Alves et al. (2010) foram mais eficientes (236,89 vs 309,767). O fato de não terem sido observadas diferenças (P>0,05) tanto no consumo de MS e FDN, quanto no tempo de ingestão de alimentos e de ruminação pode explicar à similaridade em termos de eficiência encontradas. Estudos utilizando concentrações superiores do aditivo LLOS na dieta de ovinos, avaliando o desempenho e comportamento ingestivo devem ser realizados, visto que há relatos de benefícios na digestibilidade, na eficiência da fermentação e desempenho de bubalinos e bovinos recebendo este aditivo (Prado et al., 2010b; Zawadzki et al., 2011). Foi possível inferir, com base nos resultados de desempenho, consumo e comportamento ingestivo que a fermentação não foi prejudicada pela maior dose de LLOSC2 empregada no estudo, ou seja, pela maior concentração de flavonóides e compostos fenólicos, como foi encontrado em outros estudos acima citados. Entretanto, da mesma forma que não ocorreram prejuízos, não foram constatados benefícios, assim, é recomendado um maior "desafio" aos ovinos, através do fornecimento de doses superiores deste produto na alimentação, visto que a fisiologia desta espécie
  • 8. animal aparentemente é mais tolerante à própolis do que outras espécies. CONCLUSÃO O produto LLOSC2, nas doses estudadas, não traz benefícios a cordeiros Santa Inês, terminados em confinamento, em dieta predominantemente concentrada, portanto, seu uso em condições similares ao presente estudo não é recomendado, havendo a necessidade de mais estudos com doses superiores deste produto na dieta, dado o seu potencial observado em outras espécies de ruminantes. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq e CAPES pelo suporte financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, E. M.; PEDREIRA, M. DOS S.; OLIVEIRA, C. A. S. DE; AGUIAR, L. V.; PEREIRA, M. L. A.; ALMEIDA, P. J. P. Comportamento ingestivo de ovinos alimentados com farelo da vagem de algaroba associado a níveis de ureia. Acta Scientiarum - Animal Sciences, v. 32, n. 4, p. 439–445, 2010. ÁVILA, V. S. DE; FRUET, A. P. B.; BARBIERI, M.; BIANCHINI, N. H.; DÖRR, A. C. O retorno da ovinocultura ao cenário produtivo do Rio Grande do Sul. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 11, n. 11, p. 2419–2426, 2013. BÜRGER, P. J.; PEREIRA, J. C.; QUEIROZ, A. C. DE; SILVA, J. F. C. DA; VALADARES FILHO, S. DE C.; CECON, P. R.; CASALI, A. D. P. Comportamento Ingestivo em Bezerros Holandeses Alimentados com Dietas Ingestive Behavior in Holstein Calves Fed Diets with Different Concentrate Levels. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 1, p. 236– 242, 2000. BURIOL, L.; FINGER, D.; SCHMIDT, E. M.; SANTOS, J. M. T. DOS; ROSA, M. R.; QUINÁLIA, S. P.; TORRES, Y. R. Composição química e atividade biológica de extrato oleoso de própolis: Uma alternativa ao extrato etanólico. Quimica Nova, v. 32, n. 2, p. 296–302, 2009. DETMANN, E.; SOUZA, M. A. DE; VALADARES FILHO, S. DE C.; QUEIROZ, A. C. DE; BERCHIELLI, T. T.; SALIBA, E. DE O. S.; CABRAL, L. D. S.; PINA, D. DOS S.; LADEIRA, M. M.; AZEVEDO, J. A. G. Métodos de para Análise de Alimentos. 1. ed. Visconde do Rio Branco: Suprema, 2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção da Pecuária Municipal. Produção da pecuária municipal, v. 44, n. 1, p. 1–51, 2016. ÍTAVO, C. C. B. F.; MORAIS, M. DA G.; RAMOS, C. L.; ÍTAVO, L. C. V.; TOMICH, T. R.; DA SILVA, J. A. Green propolis extract as additive in the diet for lambs in feedlot. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 9, p. 1991– 1996, 2011a. ÍTAVO, C. C. B. F.; MORAIS, M. G.; COSTA, C.; ÍTAVO, L. C. V; FRANCO, G. L.; SILVA, J. A.; REIS, F. A. Addition of propolis or monensin in the diet: Behavior and productivity of lambs in feedlot. Animal Feed Science and Technology, v. 165, n. 3–4, p. 161–166, 2011b. KEARL, L. C. Nutrient Requirements of Ruminants in Developing Countries. Logan: International Feedstuffs Institute, Utah Agricultural Experiment Station, Utah State University, 1982. LANA, R. DE P.; CAMARDELLI, M. M. L.; RODRIGUES, M. T.; EIFERT, E. DA C.; OLIVEIRA, M. V. M. DE; STRADIOTTI JÚNIOR, D.; OLIVEIRA, J. S. DE. Óleo de soja e própolis na alimentação de cabras leiteiras: Consumo de matéria seca e de nutrientes e parãmetros de fermentação ruminal. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 1, p. 191–197, 2007.
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