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RELATÓRIO DE CAMPO
Relatório de Estudo a Campo na APAE RURAL
Córrego Alegre – Rodovia Ubá/Rodeiro
Curso Técnico em Meio Ambiente – 1º Período
Professor Marciano Quinelato
Ecologia 1
Integrantes: Karina Marques Brandão – nº 25
Maria Cristina M. Mota – n º 33
Sunamita Reis Paulino – nº 44
Vânia Helena Leão – nº 47
1 - Introdução
Quando se vai a campo é muito importante que já se tenha um aprendizado do
que se viu na teoria. Na aula de campo é dada esta oportunidade de aprendizado.
Neste relatório será exposto as observações de campo, relacionando-as com os
diversos conceitos pertencentes à Ecologia, que é uma ciência extremamente complexa,
abrangendo outras ciências como Biologia, Matemática, Geografia e outras.
2 - Objetivos
2.1 – Geral
Aprender na prática o que se viu na teoria e trabalhar em grupo.
2.2 – Específico
Utilizar dos conhecimentos ecológicos aprendidos na teoria e relacioná-los com
a prática.
3 – Metodologia
A aula de campo foi realizada na propriedade APAE RURAL, Córrego Alegre,
Rodovia Ubá/Rodeiro, com coordenadas geográficas: latitude 21º 12’ 00”, longitude 42º
51’ 54 W, altitude 336 m., com temperatura média de 25 graus Celsius, na época da
seca para a região Sudeste do país, de clima tropical, do Bioma Mata Atlântica.
Utilizou-se a técnica do “quadrateamento” comumente empregada nas pesquisas
em Ecologia. Para esse trabalho foram utilizadas parcelas ou quadrats (3 x 3 m) feitos
usando-se trena, linha de nylon fixada ao solo com suporte de 4 estacas de madeira,
formando área de 9 m2
, máquina fotográfica, caneta, lápis, caderno, prancha para
anotação, fita crep.
Ao chegar no local, o Professor Marciano Quinelato reuniu todos os estudantes e
explicou como seria feito o trabalho, e ao fim da explicação, direcionou cada grupo ao
seu quadrat.
4 – Resultados
Resultados encontrados quanto à Densidade Populacional
Espécies Nº de indivíduos Densidade (m)
Eucalipto 2 0,22
Braquiária 17 1,9
Carrapicho 3 0,33
Código 01 37 4,11
Marcela 4 0,44
Código 02 3 0,33
Anileira 1 0,11
Formiga-Lava-pés 2000 222,22
Lagarta 1 0,11
Mosca-varejeiro 1 0,11
Inseto Código 03 1 0,11
Inseto Código 04 1 0,11
Inseto Código 05 12 1,33
Liquens 70 7,77
5 - Discussão
A vegetação encontrada, como o eucalipto, gramíneas, e arbustos - produtores
primários em uma cadeia trófica -, e com a fauna encontrada - insetos, animais visíveis
– consumidores -, e matéria orgânica em ótima quantidade para os decompositores,
possibilitou a formação de um ecossistema com seu componente abiótico, rico em
recursos ambientais como luz, oxigênio, gás carbônico, e condições ambientais como
temperatura e pressão atmosférica. É fácil constatar o fluxo de energia e de matéria nas
cadeias alimentares.
Em toda essa biodiversidade foi constatado os seguintes conceitos ecológicos:
1 – Espécie: é o conjunto de indivíduos semelhantes, estruturalmente,
funcionalmente e bioquimicamente, que se reproduzem naturalmente, originando
descendentes.
2 – População: É o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem numa
área num determinado período.
3 -. Nicho Ecológico: Diz respeito ao papel que um organismo desempenha no
ecossistema, ou seja, como ele se alimenta, se reproduz, a quem serve de alimento, etc.
4 – Habitat: É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o
seu “endereço” dentro de um ecossistema.
5 – Comunidade ou Biocenose: Diversas populações, como de vegetais e insetos,
liquens estão habitando o mesmo local por um certo período.
6 – Ecossistema: É uma unidade ecológica constituída por 2 componentes, o
abiótico e o biótico, que é a comunidade.
7 – Bioma: É um conjunto de ecossistemas terrestres com vegetação
característica e fisionomia típica, onde predomina certo tipo de clima.
Quanto à distribuição da vegetação foi observado que não estavam distribuídas
de modo igual, algumas de modo aleatório e a maioria de modo agrupado.
Podemos definir a vegetação, como sendo a cobertura vegetal natural de uma
determinada região. A vegetação de uma região depende muito de outros aspectos da
geografia física, como relevo, o solo e, principalmente, o clima. Dos elementos do
clima, aquele que mais interfere no porte e densidade dos vegetais é a umidade.
No trabalho a campo notou-se que a vegetação não é nativa, pois trata-se de uma
área desmatada do Bioma Mata Atlântica, com Floresta Plantada do tipo Eucalipto. O
eucalipto é uma planta alelopática, que secreta substâncias que prejudicam ou impedem
o desenvolvimento de outras espécies, numa relação de amensalismo, relação
interespecífica desarmônica, o que explica o baixo índice de espécies de gramíneas e
arbustos e a precária distribuição dos mesmos. O plantio de eucalipto foi disseminado
na região sudeste do país como fonte alternativa de renda a longo prazo e como
oportunidade de associar a cultura a outras práticas agrícolas como a silvipastoril –
combinação de árvores e pastagens - para produtores rurais, e como um jeito de impedir
o desmatamento desenfreado da Mata Atlântica, ou do que sobrou dela.
Foi observado interações ecológicas reguladoras do crescimento populacional
tais como o predatismo e parasitismo, descrito a seguir:
1 - As Formigas Lava-pés têm uma relação de predatismo com outros
artrópodes(Os artrópodes são animais invertebrados que possuem partes do corpo
articuladas e rígidas. Encontra-se na natureza mais de um milhão de espécies de
artrópodes, podendo ser aquáticos ou terrestres. Exemplo da animais artrópodes:
Crustáceos: camarões caranguejos, lagostas, tatu-bola-de-jardim, etc. Aracnídeos:
aranhas, ácaros, carrapatos, escorpiões, opiliões, etc.). São muito eficientes como
predadoras de outros artrópodes.
Ao mesmo tempo que é uma praga e causar alguns danos, as formigas são
organismos extremamente benéficos para todos os ecossistemas terrestres – promovem
a aeração do solo, incorporam nutrientes no solo, polinizam plantas, manipulam
sementes para sua alimentação promovendo a germinação de algumas espécies de
plantas, que sem esta interferência não germinariam com sucesso. São predadoras
inclusive de suas concorrentes, tomando seus territórios.
CURIOSIDADE: Formigas Lava-pés têm interações ecológicas de mutualismo com
outros insetos como as Cigarrinhas “Guayaquila”, parentes dos pulgões. Elas liberam
substâncias açucaradas para as formigas que servem como referência na hora de
escolher os ramos para colocar os ovos.
Os agrupamentos irão se formar na natureza a partir da tendência exibida pelos
organismos de se agregarem em função de locais particulares. Nota-se, também, que os
indivíduos podem se agrupar influenciados pela presença de um ou mais, propiciando
uma atratividade para vários outros. Dessa forma, os indivíduos juntos poderiam
aumentar suas chances de sobrevivência. Por exemplo, animais sociais se distribuem em
agrupamentos (distribuição agrupada), já que tendências sociais os mantêm assim.
Como algum exemplo, podemos citar as formigas.
2 - A lagarta também foi encontrada numa relação de predatismo, pois se
alimenta da cobertura vegetal verde, mas também é predada, coisa muito comum com
larvas de moscas ou vespas que se alimentam do corpo delas.
3 - O inseto código 04 foi encontrado em uma relação de predatismo, de
competição interespecífica – ocorre entre indivíduos de espécies diferentes – com
alguns artifícios nessa relação como a camuflagem. Aí nota-se a cor do indivíduo
confundindo-se com a cor da folhagem seca do eucalipto.
4 - A Mosca-varejeira encontrada tem relação de parasitismo(ectoparasita), pois
depositam seus ovos nos tecidos vivos ou mortos de vertebrados ou substâncias
orgânicas em decomposição.
Outras interações ecológicas também foram encontradas como:
- Os Líquens são interações mutualísticas obrigatória (simbiose), associações
entre certas algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam matéria orgânica e
fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Estes, por sua vez, retiram a água e
sais minerais, fornecendo-os `as algas. São importantíssimos como bioindicadores de
poluição e colonizadores do ambiente.
- As leguminosas: anileira e carrapicho – suas raízes têm uma relação
mutualística com as bactérias do gênero Rhizobium, na qual a troca é a seguinte: as
leguminosas cedem às bactérias algumas substâncias orgânicas, enquanto as bactérias
cedem `as plantas leguminosas os compostos nitrogenados.
Com os gradientes ecológicos observados, foi possível montar uma cadeia
trófica, ciclo da matéria e fluxo de energia como demonstrado abaixo:
Produtores: cobertura vegetal Consumidores primários: formigas, lagarta.
Consumidores secundários: Mosca-varejeira e inseto código 03, 04 e 05.
Como a vegetação não é muito densa e sua flora tem um pequeno porte, exceto
pelos eucaliptos, o lugar não é muito propício para a adaptação de muitos animais.
Foi observado nesse ecossistema duas condições ambientais para duas espécies
presentes, como pressão atmosférica e temperatura para as espécies do Código 01 e
Código 02. As condições ambientais inclusive provocam uma série de respostas
fisiológicas nos organismos, determinando se o ambiente é habitável ou não.
Dos recursos ambientais, consumidos pelas atividades dos organismos, sendo
uma fonte de competição entre eles, constatou-se: oxigênio, gás carbônico,
luminosidade.
A cobertura vegetal verificada contribui de maneira ímpar para a manutenção e
vida num ecossistema com declividade de 45 graus. A inclinação e a umidade do solo
constatada estava em um nível favorável ao desenvolvimento e manutenção da
cobertura vegetal, observado que o período de trabalho a campo foi realizado dia 15 de
junho, época da seca na região sudeste. A cobertura vegetal aumenta a infiltração da
água no solo, protege a parte superficial do solo do impacto direto das gotas de chuva
(intemperismo físico), atua na melhor distribuição da água na superfície, não permitindo
que as partículas argilosas sejam compactadas mantendo sua aeração. A vegetação de
grande porte (eucalipto) com seu extenso sistema radicular, une os grãos do solo e
mantém a coesão do mesmo. OBS.: Não confundir sistema radicular com raízes, que no
senso comum são aquelas partes do sistema radicular de maior diâmetro e facilmente
visíveis.
A presença de cobertura morta – resíduo vegetal que se acumula no solo – na
qual foi encontrada em grande quantidade, não apenas conserva a umidade, mas
também alimenta as plantas e outras espécies de vida no solo. A matéria orgânica
decomposta por estas várias formas de vida facilita a aglutinação das partículas do solo
em uma estrutura mais grumosa, que retém melhor a água e os gases necessários para a
vida das plantas, fertilizando o solo.
Foi encontrado ao redor do quadrat estudado, outras espécies de vegetação
como: um pé de limoeiro, um pé de acerola e carrapicho espalhado e um pé de angico,
espécie arbórea, leguminosa, na qual suas raízes têm uma relação mutualística com
bactérias Rizhobium, fixadoras de N2 que acreditamos terem sido germinados e
desenvolvidos ali através da dispersão de sementes por pássaros que garantem o sucesso
reprodutivo da flora. Constatamos a presença de um cupinzeiro, que têm relação de
predatismo com os eucaliptos. Ao comerem a madeira, obtêm grandes quantidades de
celulose, mas não são capazes de digeri-la, e esses (cupins) têm uma relação de
mutualismo obrigatório (simbiose) com o “Protozoário do Filo Flagellata ou
Mastigophora Trichonimpha collaris”. As moléculas que resultam da digestão da
celulose podem, então, ser aproveitada por esses organismos, alguns pés de eucalipto
cortados, já com brotação nova, e a leguminosa mais bem desenvolvida fora do quadrat
analisado, onde foi observado não existir pés de eucalipto plantado.
O ambiente visitado encontra-se no Bioma Mata Atlântica. Além de ser uma das
regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para
aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são
gerados 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais – regula
o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem
belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras,
além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso.
6 – Conclusão
A atividade de campo realizada proporcionou uma melhor compreensão das
aulas teóricas, bem como o conhecimento das inter-relações entre espécies sejam elas
plantas, organismos ou microorganismos.
Observou-se também a ação antrópica no Bioma Mata Atlântica.
7 – Referências Bibliográficas:
www.slideshare.net/Poder Fx/relatório-de-campo-18621306
www.biomania.com.br
www.cescage.com.br
http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/Biblioteca/Livro_4/1-
Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artr%C3%B3pode
Microbiologia – Profª Glênia Lourenço
Recursos Naturais e Saneamento – Profº Salomão
http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/Biblioteca/Livro_4/1-
Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf
Apostila do Curso Técnico
Caderno
http://pt.scribd.com/doc/76580928/Relatorio-aula-de-campo-de-Ecologia-Geral
www.trabalhofeito.com.br
Relatório de campo da excursão ao Parque das Mangabeiras – Microsoft Office
Word

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Relatório de campo

  • 1. RELATÓRIO DE CAMPO Relatório de Estudo a Campo na APAE RURAL Córrego Alegre – Rodovia Ubá/Rodeiro Curso Técnico em Meio Ambiente – 1º Período Professor Marciano Quinelato Ecologia 1 Integrantes: Karina Marques Brandão – nº 25 Maria Cristina M. Mota – n º 33 Sunamita Reis Paulino – nº 44 Vânia Helena Leão – nº 47
  • 2. 1 - Introdução Quando se vai a campo é muito importante que já se tenha um aprendizado do que se viu na teoria. Na aula de campo é dada esta oportunidade de aprendizado. Neste relatório será exposto as observações de campo, relacionando-as com os diversos conceitos pertencentes à Ecologia, que é uma ciência extremamente complexa, abrangendo outras ciências como Biologia, Matemática, Geografia e outras. 2 - Objetivos 2.1 – Geral Aprender na prática o que se viu na teoria e trabalhar em grupo. 2.2 – Específico Utilizar dos conhecimentos ecológicos aprendidos na teoria e relacioná-los com a prática. 3 – Metodologia A aula de campo foi realizada na propriedade APAE RURAL, Córrego Alegre, Rodovia Ubá/Rodeiro, com coordenadas geográficas: latitude 21º 12’ 00”, longitude 42º 51’ 54 W, altitude 336 m., com temperatura média de 25 graus Celsius, na época da seca para a região Sudeste do país, de clima tropical, do Bioma Mata Atlântica. Utilizou-se a técnica do “quadrateamento” comumente empregada nas pesquisas em Ecologia. Para esse trabalho foram utilizadas parcelas ou quadrats (3 x 3 m) feitos usando-se trena, linha de nylon fixada ao solo com suporte de 4 estacas de madeira, formando área de 9 m2 , máquina fotográfica, caneta, lápis, caderno, prancha para anotação, fita crep. Ao chegar no local, o Professor Marciano Quinelato reuniu todos os estudantes e explicou como seria feito o trabalho, e ao fim da explicação, direcionou cada grupo ao seu quadrat.
  • 3. 4 – Resultados Resultados encontrados quanto à Densidade Populacional Espécies Nº de indivíduos Densidade (m) Eucalipto 2 0,22 Braquiária 17 1,9 Carrapicho 3 0,33 Código 01 37 4,11 Marcela 4 0,44 Código 02 3 0,33 Anileira 1 0,11 Formiga-Lava-pés 2000 222,22 Lagarta 1 0,11 Mosca-varejeiro 1 0,11 Inseto Código 03 1 0,11 Inseto Código 04 1 0,11 Inseto Código 05 12 1,33 Liquens 70 7,77 5 - Discussão A vegetação encontrada, como o eucalipto, gramíneas, e arbustos - produtores primários em uma cadeia trófica -, e com a fauna encontrada - insetos, animais visíveis – consumidores -, e matéria orgânica em ótima quantidade para os decompositores, possibilitou a formação de um ecossistema com seu componente abiótico, rico em recursos ambientais como luz, oxigênio, gás carbônico, e condições ambientais como temperatura e pressão atmosférica. É fácil constatar o fluxo de energia e de matéria nas cadeias alimentares. Em toda essa biodiversidade foi constatado os seguintes conceitos ecológicos: 1 – Espécie: é o conjunto de indivíduos semelhantes, estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente, que se reproduzem naturalmente, originando descendentes. 2 – População: É o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem numa área num determinado período. 3 -. Nicho Ecológico: Diz respeito ao papel que um organismo desempenha no ecossistema, ou seja, como ele se alimenta, se reproduz, a quem serve de alimento, etc. 4 – Habitat: É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu “endereço” dentro de um ecossistema. 5 – Comunidade ou Biocenose: Diversas populações, como de vegetais e insetos, liquens estão habitando o mesmo local por um certo período. 6 – Ecossistema: É uma unidade ecológica constituída por 2 componentes, o abiótico e o biótico, que é a comunidade. 7 – Bioma: É um conjunto de ecossistemas terrestres com vegetação característica e fisionomia típica, onde predomina certo tipo de clima. Quanto à distribuição da vegetação foi observado que não estavam distribuídas de modo igual, algumas de modo aleatório e a maioria de modo agrupado.
  • 4. Podemos definir a vegetação, como sendo a cobertura vegetal natural de uma determinada região. A vegetação de uma região depende muito de outros aspectos da geografia física, como relevo, o solo e, principalmente, o clima. Dos elementos do clima, aquele que mais interfere no porte e densidade dos vegetais é a umidade. No trabalho a campo notou-se que a vegetação não é nativa, pois trata-se de uma área desmatada do Bioma Mata Atlântica, com Floresta Plantada do tipo Eucalipto. O eucalipto é uma planta alelopática, que secreta substâncias que prejudicam ou impedem o desenvolvimento de outras espécies, numa relação de amensalismo, relação interespecífica desarmônica, o que explica o baixo índice de espécies de gramíneas e arbustos e a precária distribuição dos mesmos. O plantio de eucalipto foi disseminado na região sudeste do país como fonte alternativa de renda a longo prazo e como oportunidade de associar a cultura a outras práticas agrícolas como a silvipastoril – combinação de árvores e pastagens - para produtores rurais, e como um jeito de impedir o desmatamento desenfreado da Mata Atlântica, ou do que sobrou dela. Foi observado interações ecológicas reguladoras do crescimento populacional tais como o predatismo e parasitismo, descrito a seguir: 1 - As Formigas Lava-pés têm uma relação de predatismo com outros artrópodes(Os artrópodes são animais invertebrados que possuem partes do corpo articuladas e rígidas. Encontra-se na natureza mais de um milhão de espécies de artrópodes, podendo ser aquáticos ou terrestres. Exemplo da animais artrópodes: Crustáceos: camarões caranguejos, lagostas, tatu-bola-de-jardim, etc. Aracnídeos: aranhas, ácaros, carrapatos, escorpiões, opiliões, etc.). São muito eficientes como predadoras de outros artrópodes. Ao mesmo tempo que é uma praga e causar alguns danos, as formigas são organismos extremamente benéficos para todos os ecossistemas terrestres – promovem a aeração do solo, incorporam nutrientes no solo, polinizam plantas, manipulam sementes para sua alimentação promovendo a germinação de algumas espécies de plantas, que sem esta interferência não germinariam com sucesso. São predadoras inclusive de suas concorrentes, tomando seus territórios. CURIOSIDADE: Formigas Lava-pés têm interações ecológicas de mutualismo com outros insetos como as Cigarrinhas “Guayaquila”, parentes dos pulgões. Elas liberam substâncias açucaradas para as formigas que servem como referência na hora de escolher os ramos para colocar os ovos. Os agrupamentos irão se formar na natureza a partir da tendência exibida pelos organismos de se agregarem em função de locais particulares. Nota-se, também, que os indivíduos podem se agrupar influenciados pela presença de um ou mais, propiciando uma atratividade para vários outros. Dessa forma, os indivíduos juntos poderiam aumentar suas chances de sobrevivência. Por exemplo, animais sociais se distribuem em agrupamentos (distribuição agrupada), já que tendências sociais os mantêm assim. Como algum exemplo, podemos citar as formigas. 2 - A lagarta também foi encontrada numa relação de predatismo, pois se alimenta da cobertura vegetal verde, mas também é predada, coisa muito comum com larvas de moscas ou vespas que se alimentam do corpo delas. 3 - O inseto código 04 foi encontrado em uma relação de predatismo, de competição interespecífica – ocorre entre indivíduos de espécies diferentes – com
  • 5. alguns artifícios nessa relação como a camuflagem. Aí nota-se a cor do indivíduo confundindo-se com a cor da folhagem seca do eucalipto. 4 - A Mosca-varejeira encontrada tem relação de parasitismo(ectoparasita), pois depositam seus ovos nos tecidos vivos ou mortos de vertebrados ou substâncias orgânicas em decomposição. Outras interações ecológicas também foram encontradas como: - Os Líquens são interações mutualísticas obrigatória (simbiose), associações entre certas algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Estes, por sua vez, retiram a água e sais minerais, fornecendo-os `as algas. São importantíssimos como bioindicadores de poluição e colonizadores do ambiente. - As leguminosas: anileira e carrapicho – suas raízes têm uma relação mutualística com as bactérias do gênero Rhizobium, na qual a troca é a seguinte: as leguminosas cedem às bactérias algumas substâncias orgânicas, enquanto as bactérias cedem `as plantas leguminosas os compostos nitrogenados. Com os gradientes ecológicos observados, foi possível montar uma cadeia trófica, ciclo da matéria e fluxo de energia como demonstrado abaixo: Produtores: cobertura vegetal Consumidores primários: formigas, lagarta. Consumidores secundários: Mosca-varejeira e inseto código 03, 04 e 05. Como a vegetação não é muito densa e sua flora tem um pequeno porte, exceto pelos eucaliptos, o lugar não é muito propício para a adaptação de muitos animais. Foi observado nesse ecossistema duas condições ambientais para duas espécies presentes, como pressão atmosférica e temperatura para as espécies do Código 01 e Código 02. As condições ambientais inclusive provocam uma série de respostas fisiológicas nos organismos, determinando se o ambiente é habitável ou não.
  • 6. Dos recursos ambientais, consumidos pelas atividades dos organismos, sendo uma fonte de competição entre eles, constatou-se: oxigênio, gás carbônico, luminosidade. A cobertura vegetal verificada contribui de maneira ímpar para a manutenção e vida num ecossistema com declividade de 45 graus. A inclinação e a umidade do solo constatada estava em um nível favorável ao desenvolvimento e manutenção da cobertura vegetal, observado que o período de trabalho a campo foi realizado dia 15 de junho, época da seca na região sudeste. A cobertura vegetal aumenta a infiltração da água no solo, protege a parte superficial do solo do impacto direto das gotas de chuva (intemperismo físico), atua na melhor distribuição da água na superfície, não permitindo que as partículas argilosas sejam compactadas mantendo sua aeração. A vegetação de grande porte (eucalipto) com seu extenso sistema radicular, une os grãos do solo e mantém a coesão do mesmo. OBS.: Não confundir sistema radicular com raízes, que no senso comum são aquelas partes do sistema radicular de maior diâmetro e facilmente visíveis. A presença de cobertura morta – resíduo vegetal que se acumula no solo – na qual foi encontrada em grande quantidade, não apenas conserva a umidade, mas também alimenta as plantas e outras espécies de vida no solo. A matéria orgânica decomposta por estas várias formas de vida facilita a aglutinação das partículas do solo em uma estrutura mais grumosa, que retém melhor a água e os gases necessários para a vida das plantas, fertilizando o solo. Foi encontrado ao redor do quadrat estudado, outras espécies de vegetação como: um pé de limoeiro, um pé de acerola e carrapicho espalhado e um pé de angico, espécie arbórea, leguminosa, na qual suas raízes têm uma relação mutualística com bactérias Rizhobium, fixadoras de N2 que acreditamos terem sido germinados e desenvolvidos ali através da dispersão de sementes por pássaros que garantem o sucesso reprodutivo da flora. Constatamos a presença de um cupinzeiro, que têm relação de predatismo com os eucaliptos. Ao comerem a madeira, obtêm grandes quantidades de celulose, mas não são capazes de digeri-la, e esses (cupins) têm uma relação de mutualismo obrigatório (simbiose) com o “Protozoário do Filo Flagellata ou Mastigophora Trichonimpha collaris”. As moléculas que resultam da digestão da celulose podem, então, ser aproveitada por esses organismos, alguns pés de eucalipto cortados, já com brotação nova, e a leguminosa mais bem desenvolvida fora do quadrat analisado, onde foi observado não existir pés de eucalipto plantado. O ambiente visitado encontra-se no Bioma Mata Atlântica. Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais – regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. 6 – Conclusão
  • 7. A atividade de campo realizada proporcionou uma melhor compreensão das aulas teóricas, bem como o conhecimento das inter-relações entre espécies sejam elas plantas, organismos ou microorganismos. Observou-se também a ação antrópica no Bioma Mata Atlântica. 7 – Referências Bibliográficas: www.slideshare.net/Poder Fx/relatório-de-campo-18621306 www.biomania.com.br www.cescage.com.br http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/Biblioteca/Livro_4/1- Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Artr%C3%B3pode Microbiologia – Profª Glênia Lourenço Recursos Naturais e Saneamento – Profº Salomão http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/Biblioteca/Livro_4/1- Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf Apostila do Curso Técnico Caderno http://pt.scribd.com/doc/76580928/Relatorio-aula-de-campo-de-Ecologia-Geral www.trabalhofeito.com.br Relatório de campo da excursão ao Parque das Mangabeiras – Microsoft Office Word