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1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 24 - Número 2 - 2º Semestre 2024
PERSPECTIVAS DO USO DE FRUTÍFERAS DA MATA ATLÂNTICA EM PROJETOS
PAISAGÍSTICOS
Michelle Rieg Geronimo1
; Francisca Alcivania de Melo Silva2
; Maria Cândida de Godoy Gasparotto3
;
Marcelo Vieira Ferraz4
RESUMO
As árvores frutíferas têm um papel significativo para a biodiversidade e para a alimentação humana,
além disso, várias espécies da Mata Atlântica têm potencial ornamental, o que permite serem usadas
em projetos paisagísticos. Este estudo teve a finalidade de realizar um diagnóstico do uso de espécies
frutíferas da Mata Atlântica em projetos paisagísticos. Foi elaborado e aplicado um questionário para
conhecer o perfil dos profissionais de paisagismo que atuam no estado de São Paulo e como utilizam
as espécies frutíferas da Mata Atlântica em seus projetos. Verificou-se que a maioria dos profissionais
se encontram na capital de São Paulo e optam por frutíferas da Mata Atlântica devido diversos
motivos, inclusive a sua estética, porém a frequência de utilização é baixa. Conclui-se que são
necessárias ações com os profissionais, produtores e clientes para aumentar a utilização de frutíferas
na Mata Atlântica em projetos paisagísticos.
Palavras-chave: Paisagismo, Biodiversidade, Cadeia produtiva.
USE OF ATLANTIC FOREST FRUIT TREES PERSPECTIVES IN LANDSCAPING
PROJECTS
ABSTRACT
The fruit trees play a significant role in biodiversity and human nutrition. Additionally, various
species from the Atlantic Forest have ornamental potential, allowing them to be used in landscaping
projects. This study aimed to diagnose the use of fruit-bearing species from the Atlantic Forest in
landscaping projects. A questionnaire was developed and administered to understand the profile of
landscaping professionals working in the state of São Paulo and how they use Atlantic Forest fruit-
bearing species in their projects. It was found that the majority of professionals are located in the
capital of São Paulo and choose Atlantic Forest fruit-bearing trees for various reasons, including their
aesthetics, although their frequency of use is low. It is concluded that actions with professionals,
producers, and clients are necessary to increase the utilization of Atlantic Forest fruit-bearing species
in landscaping projects.
Keywords: Landscaping, Biodiversity, Production chain.
78
2. INTRODUÇÃO
O Brasil é mundialmente conhecido por
sua rica biodiversidade, sendo já descritas cerca
de 44.830 mil espécies vegetais. Entre os biomas
brasileiros, a Mata Atlântica é o mais ameaçado,
com 607 espécies em risco de extinção. Diante da
necessidade urgente de conservação das
espécies, é consenso que restaurar e manter os
remanescentes florestais são estratégias
importantes, mas entende-se também que os
métodos de conservação ex situ podem ser
grandes aliados para a proteção dessas espécies.
Muitas dessas plantas possuem potencial
ornamental de valor comercial praticamente
inexplorado, incluindo espécies vegetais que
nunca foram utilizadas na ornamentação
(PRESTES, DIEL & GHELLAR, 2020). Há um
risco eminente de extinção de plantas nativas,
mesmo antes de seu potencial paisagístico ser
reconhecido e utilizado, além de que o uso dessas
espécies vegetais nativas em projetos
paisagísticos pode ser um importante
instrumento de conservação.
O paisagismo produtivo pode ser um
grande aliado para as estratégias de conservação,
pois visa a criação de macro e micro paisagens
com a finalidade de produzir alimentos, plantas
terapêuticas, combustíveis, etc. sem perder a
“estética ecológica” de cada local (ANTÔNIO,
2013). Um grupo de espécies ainda pouco
explorado e com grande potencial é o das
frutíferas nativas da Mata Atlântica. Elas
apresentam grande potencial para a utilização na
ornamentação de quintais, parques e jardins
urbanos, locais onde normalmente se realiza o
plantio de espécies exóticas. Quando utilizadas
em projetos paisagísticos, além de gerarem
benefícios para a flora, fauna e os seres humanos,
as frutíferas têm um apelo decorativo e podem
ser bem aceitas nos projetos paisagísticos
(VIANE E RODRIGUES, 2005).
Silva, Vilela & Silva (2022) em revisão
sistemática abrangendo publicações científicas
sobre frutíferas nativas da Mata Atlântica no
período de 2014 a 2021, verificaram que a
maioria dos estudos está focada nos usos
alimentício e medicinal, sendo evidente a
carência de pesquisas sobre outros usos.
Dada a importância da temática e a
necessidade urgente de estratégias
complementares para a popularização e
conservação dessas espécies, este estudo teve a
finalidade de realizar um diagnóstico do uso de
16 espécies frutíferas da Mata Atlântica em
projetos paisagísticos. Nesse sentido, os
objetivos foram: identificar pontos fortes e
fragilidades nessa cadeia produtiva, identificar as
razões que impedem essas espécies de serem
utilizadas em projetos paisagísticos e contribuir
para a popularização do uso dessas espécies.
MATERIAL E MÉTODOS
Na primeira etapa dessa pesquisa foi
elaborado um questionário semiestruturado,
dividido em duas partes: o perfil do profissional
paisagista (formação profissional e local de
atuação) e percepção sobre utilização de árvores
frutíferas da Mata Atlântica em projetos
paisagísticos. A proposta era entender as causas
do uso ou não de frutíferas, bem como avaliar o
conhecimento dos participantes sobre as
espécies. No questionário foi levantado o uso de
16 espécies frutíferas da Mata Atlântica:
Bacupari (Garcinia gardneriana); Cambucá
(Plinia edulis); Araticum (Annona cacans);
Pitangatuba (Eugenia neonitida) Ingá - mirim
(Inga marginata Willd.); Cambuci
(Campomanesia phaea); Cabeludinha
(Myrciaria glazioviana); Juçara (Euterpe edulis);
Cereja do Rio Grande (Eugenia involucrata);
Uvaia (Eugenia pyriformis); Grumixama
(Eugenia brasiliensis); Araça (Psidium
cattleyanum); Jabuticaba (Plinia cauliflora),
Pitanga (Eugenia uniflora L.), Jerivá (Syagrus
romanzoffiana) e Caju (Anacardium
occidentale)) com grande potencial de uso em
projetos paisagísticos de acordo com Viane e
Rodrigues (2005). A elaboração e aplicação
utilizou a plataforma Google Forms.
Foram convidados a participar dessa
pesquisa profissionais da área de paisagismo com
atuação no estado de São Paulo. O convite para
participação na pesquisa foi feito através de redes
sociais (Facebook e Instagram), grupos de
WhatsApp e listas de e-mails visando alcançar o
maior número de respostas possível. O
questionário permaneceu aberto no período
janeiro a março de 2021, após ser compartilhado
publicamente nas redes sociais.
No total, 65 profissionais responderam à
pesquisa e aceitaram o termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE). Os dados obtidos
3. foram tabulados, transformados em percentual e
apresentados através de gráficos utilizando o
software Microsoft Excel 2022 - versão 2205.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sobre as formações mais citadas entre os
profissionais que atuam na área de paisagismo:
31% dos participantes da pesquisa eram
paisagistas, 23% arquitetos, 14% biólogos e 8%
engenheiros agrônomos (Figura 1).
Estes profissionais têm uma única
formação ou a combinação de duas ou mais,
reforçando a necessidade do conhecimento
multidisciplinar para a atuação. O profissional de
paisagismo, segundo a ANP (2022) deve ser
multidisciplinar, ter conhecimentos em ciências
naturais, sociais e tecnológicas; nas humanidades
e nas artes. Para exercer a profissão são
necessários conhecimentos em matemática,
desenho espacial, solo, climatologia, biologia e
artísticos para planejar, projetar, implantar e gerir
projetos de áreas ajardinadas públicas e privadas,
ter a compreensão dos aspectos que podem
interferir na paisagem e a relação do homem com
a natureza.
Figura 1. Área relacionada ao paisagismo que o
profissional atua. Fonte: Autor.
Entre os profissionais participantes da
pesquisa, 45% atuam na cidade de São Paulo e
55% em cidades do interior do estado. Em 2020
a cidade de São Paulo foi responsável por 9,8%
do PIB nacional (AGÊNCIA IBGE, 2021); além
disso, abriga a maior central de abastecimento da
América Latina, o Entreposto Terminal São
Paulo, um dos negócios da CEAGESP
(Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais
de São Paulo). Todas as semanas é realizado no
Pavilhão Mercado Livre do Produtor (MLP) a
Feira de Flores do CEAGESP/SP, a maior do
gênero no país, onde se reúnem cerca de mil
produtores de flores, plantas, grama e mudas
(CEAGESP, 2022). A cidade possui uma
estrutura complexa de comércio e serviços que
geram oportunidades e volume de rendimentos
consideráveis comparados com outras capitais,
além disso, possui alguns bairros com o metro
quadrado mais caro do país (CORSINI, 2021). O
mercado de paisagismo teve crescimento de 10%
em 2021, impulsionado pela pandemia da
COVID-19. Os serviços de paisagismo
acontecem em 96,38% dos municípios do Brasil,
porém as empresas estão estabelecidas em 4%
destes. Os municípios com maior número de
empresas ativas são: São Paulo, Rio de Janeiro e
Curitiba (HORTELÃ, 2022). Esse cenário cria
oportunidades para a atuação de profissionais na
área de paisagismo, refletindo nos resultados
aqui encontrados.
Quando questionados sobre o uso de espécies
frutíferas da Mata Atlântica em projetos
paisagísticos, 78% dos profissionais afirmaram
que, quando possível, optam pelo uso dessas
espécies em seus projetos devido: a estética das
plantas, consumo das frutas, ameaça de extinção
e por ser atrativo de pássaros (Figura 2). Esse
percentual reflete o interesse dos profissionais
pelo uso das espécies. De acordo com Portobelo
(2019), a implantação de frutíferas em projetos
paisagísticos pode criar maior interação do
cliente com a área ajardinada e com a frutífera em
si, podendo trazer sensações como: o cheiro da
fruta no pé, o barulho das folhas ao vento ou
caindo, a visita de animais polinizadores, o
conforto da sombra gerada pela copa e o retorno
de memórias afetivas. O paisagismo
contemporâneo está criando projetos que unem a
estética e o aconchego das memórias dos quintais
da infância. Os quintais que são um local de lazer
e contato com a natureza estão sendo cada vez
mais extintos nas grandes cidades, mas
paisagistas estão criando projetos nestes espaços
unindo planejamento adequado do ambiente e os
desejos dos moradores (DRUMOND, 2022).
4. Figura 2. Razões que influenciam os
profissionais a utilizarem espécies frutíferas da
Mata Atlântica em projetos paisagísticos. Fonte:
Autor.
Um menor percentual de profissionais
(13%) opta pelo uso das espécies por razões
específicas. Destes, 6% usam frutíferas da Mata
Atlântica apenas para atrair pássaros ao local
ajardinado. Para Gonçalves (2021) um jardim
saudável é composto de plantas e animais
polinizadores e dispersores. O plantio de espécies
nativas é de fundamental importância para a
sobrevivência, não apenas dos polinizadores e
dispersores, mas de espécies que o paisagista e o
cliente ainda não conheçam, espécies essas
essenciais para aumentar a biodiversidade e
funções do ecossistema. Um desafio encontrado
pelos paisagistas é que muitos clientes apreciam
a beleza das plantas, mas não a visita dos insetos,
pássaros e outros animais, o que é comum na
presença de frutíferas.
Os 3% dos profissionais que utilizam
frutíferas da Mata Atlântica em seus projetos por
estarem na lista de espécies ameaçadas de
extinção, demostram uma preocupação com esta
informação específica. Esta informação poderia
ser mais utilizada para alertar os clientes dos
benefícios para os ecossistemas e para a
preservação dessas espécies. Em 2013 foi
elaborado o primeiro Livro Vermelho da Flora do
Brasil pela CNCFLORA, que teve o objetivo de
disponibilizar “informações-chave” sobre o
estado de espécies ameaçadas, criando alertas
sobre a necessidade urgente de ações em prol da
conservação. O processo de avaliação de risco de
extinção das espécies, segue o sistema de
categorias e critérios estabelecidos pela IUCN
(International Union for Conservation of
Nature), onde as espécies são classificadas em
nove categorias de risco de extinção. No
CNCFLORA são identificadas três categorias:
criticamente em perigo, em perigo e vulneráveis
(CNCFLORA, 2021). Das espécies incluídas
nesse estudo, constam na publicação como
vulneráveis o Butiá (Butia eriospatha (Mart. ex
Drude) Becc.), o Palmito juçara (Euterpe edulis
Mart.) e o Cambucá (Plinia edulis (Vell.) Sobral)
Entre as razões pelas quais os paisagistas
deixam de utilizar frutíferas da Mata Atlântica
em seus projetos (Figura 3), 43% afirmaram ter
dificuldade de encontrar mudas no mercado e
35% em obter mudas com porte e qualidade
ideais; demonstrando a fragilidade na cadeia
produtiva dessas espécies. Esses resultados
permitem formular algumas hipóteses: poucos
viveiros produzem as espécies procuradas, há
falhas na comunicação entre os viveiristas e os
paisagistas, a produção das espécies não é
interessante economicamente, ou há falhas na
divulgação dos viveiristas sobre as espécies
produzidas. Em relação ao porte e qualidade das
mudas, para a OCESP (2015) o Brasil não tem
um sistema de classificação de plantas que seja
amplamente adotado, consequentemente faltam
estímulos para os produtores investirem na
manutenção da produção e na melhoria das
plantas.
Figura 3. Quais motivos influenciam os
profissionais não utilizarem espécies frutíferas da
Mata Atlântica em projetos paisagísticos. Fonte:
Autor.
No Brasil, em contexto geral, a maioria
das secretarias estaduais do Meio Ambiente não
disponibilizam cadastro ou levantamento dos
produtores de espécies nativas. O estado de São
Paulo, assim como o Rio de Janeiro, Paraná e
Bahia destacam-se como exceções na federação.
Em São Paulo, a Secretaria do Meio Ambiente do
Estado apresenta um cadastro dos produtores de
mudas nativas com informações como telefone e
endereço. Vale ressaltar que mesmo alguns
estados possuindo estas informações, elas estão
pulverizadas em diferentes instituições,
dificultando o acesso aos dados de forma simples
e atualizada (IPEA, 2015).
5. Entre 2012 e 2013 o IPEA realizou a
coleta de informações sobre viveiros produtores
de espécies florestais nativas existentes no Brasil,
como resultado foi criado uma lista com 1276
viveiros, sendo que 369, a maioria, estão
localizados no estado de São Paulo na sequência
Paraná com 110, Pará com 106 e Santa Catarina
com 88 viveiros. Dentre os viveiros
entrevistados, 71% são de administração privada,
19% são públicos e 69% comercializam de forma
simultânea espécies nativas e exóticas (IPEA,
2015).
No questionário foram sugeridas 16
espécies frutíferas da Mata Atlântica com grande
potencial de uso em projetos paisagísticos de
acordo com Viane e Rodrigues (2005).
Quando os profissionais são questionados
sobre as principais espécies utilizadas em
projetos paisagísticos (Figura 4), destacaram-se a
pitangueira (Eugenia uniflora) com 96% e a
jabuticabeira (Plinia cauliflora) com 93%.
Figura 4. Percentual de uso de 16 frutíferas da
Mata Atlântica em projetos paisagísticos. Fonte:
Autor.
Conforme Silva (2014) a pitangueira
(Eugenia uniflora L.) é uma espécie com uso
difundido no paisagismo, sendo utilizada como
árvore, arbusto, moita e cerca viva. A sua florada
ocorre quando a árvore está desprovida de folhas,
deixando-a encoberta de flores brancas que
atraem pássaros e abelhas à procura do seu
néctar. Os seus frutos são frágeis e têm a
durabilidade reduzida inviabilizando o seu
armazenamento e transporte, por isso, tem que
ser consumida direto do pé. Já para Souza (2011),
sua beleza ornamental perfuma o local onde está
plantada, não são exigentes quanto a poda, o que
é excelente para o uso paisagístico em jardins e
até mesmo em vasos.
A jabuticabeira (Plinia cauliflora) é
comum em projetos paisagísticos devido a beleza
exuberante do seu tronco e o diferencial estético
gerado ao jardim pela florada e a frutificação que
ocorre no caule (Souza, 2011). Segundo Silva
(2014) é a frutífera mais representativa da família
Myrtaceae, podendo ser encontrada em quase
todo o Brasil. A sua polpa aquosa e doce é
utilizada para a produção de doces, geléias,
sorvetes, licores, vinhos, cachaças e até por chefs
brasileiros na preparação de pratos salgados.
Propaga-se através de sementes, porém a taxa de
germinação é baixa e o crescimento das mudas é
lento. Quando plantada em sol pleno ou meia
sombra irá frutificar entre oito e dez anos.
Outras espécies com uso mais citadas
foram: araçá (Psidium cattleianum) com 72%, a
grumixama (Eugenia brasiliensis) com 65% e a
cereja do Rio Grande (Eugenia involucrata) com
63%. O araça (Psidium cattleianum) é uma
árvore perenifólia com copa pequena e forma
irregular. Os seus frutos têm sabor agradável
doce-ácido, são consumidos na forma in natura
ou utilizados para o preparo de sucos, sorvetes,
geléias e doces de corte. Pode ser encontrada em
pomares domésticos, principalmente no sul do
país (LORENZI et al., 2015). Já a grumixama
(Eugenia brasiliensis) era uma espécie muito
comum nas regiões da Mata Atlântica do
nordeste ao sul do Brasil, porém como não se
regenera naturalmente com facilidade,
atualmente é mais comum encontrá-la em
pomares, jardins e no paisagismo urbano. Como
é de clima tropical e subtropical ela é tolerante a
geadas e tem bom desenvolvimento em sol pleno
e meia sombra. A propagação é por semente,
deve ocorrer logo após a colheita do fruto. A
germinação é entre 30 a 60 dias, porém o
crescimento da muda é lento (SILVA, 2014). A
cereja do Rio Grande (Eugenia involucrata) é
uma árvore encontrada no sul e sudeste
brasileiro, além de países vizinhos como
Argentina, Paraguai e Uruguai, porém no Rio
Grande do Sul foram encontrados exemplares
com mais de 100 anos de idade sugerindo que a
sua dispersão tenha iniciado pelo estado. O
crescimento da muda em campo é lento, mas é
compensado pelo seu florescimento
relativamente rápido de 3 a 4 anos (SILVA,
2014).
Entre as espécies frutíferas da Mata
Atlântica que enfrentam risco de extinção
elevado na natureza e estão classificadas como
vulneráveis (CNCFLORA, 2012), temos: A
juçara (Euterpe edulis) utilizada por 56% dos
6. pesquisados, demonstrando o seu potencial
paisagístico. Segundo Romahn (2020) é uma
espécie elegante, porém esta palmeira está sendo
usada no paisagismo recentemente. Na floresta, a
planta é sacrificada para o extrativismo do seu
palmito que pode ser consumido ao natural ou em
conserva. De acordo com Baptista (2020) os
frutos da juçara (Euterpe edulis) são
classificados como frutas vermelhas (berries)
fonte de composto bioativos como antocianinas e
ácidos graxos insaturados, além disso, tem
potencial socioeconômico, ambiental e
nutricional; podendo ser comercializado na
forma de polpa destinada ao consumo humano
como já é amplamente conhecido e difundido no
mercado internacional com o açaí (Euterpe
oleracea) nativa da região Amazônica.
O Butiá (Butia eriospatha) está presente
em 31% dos projetos, é uma planta imponente e
ainda pouco utilizada no paisagismo. A espécie é
endêmica do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, onde seus frutos são apreciados e
consumidos ao natural ou na fabricação de
geleias e licores. As suas amêndoas também são
comestíveis (ROMAHN, 2020).
Por fim, o Cambucá (Plinia edulis) que é
utilizado em apenas 16% dos projetos. Silva
(2013) relata que na época que a capital do Brasil
era no Rio de Janeiro existia uma “confraria dos
cambucazeiros”, a sua organização era realizada
por senhores que apreciavam a fruta. Na
atualidade, é difícil encontrá-la tanto na natureza
como em pomares, o cultivo está restrito a jardins
botânicos e a sítios de colecionadores. A polpa
do fruto é muito carnosa e adocicada. A sua
propagação é por sementes que levam cerca de
três meses para germinar, o crescimento da
árvore é lento. Um detalhe importante a ser
considerado é que essa espécie não tem a
capacidade de se regenerar facilmente nas matas,
por isso a estratégia da popularização através do
paisagismo pode contribuir significativamente
para sua preservação.
Ações que incentivam a conservação e o
plantio de espécies da Mata Atlântica são muito
importantes, a cidade de São Paulo teve a perda
de praticamente toda a sua vegetação nativa
original devido ao crescimento urbano, os
edifícios ocuparam o espaço que no passado era
das casas com quintais. Os quintais eram espaços
em torno das casas onde cultivavam-se várias
espécies, que eram responsáveis pelo
fornecimento de parte da alimentação das
famílias. Iniciativas como a oficina “A Mata
Atlântica no seu quintal” realizada em 2016 pelo
Instituto AUÁ e o Instituto ATÁ são importantes
para a discussão do assunto com a sociedade em
geral e a oportunidade de o público participante
conhecer as mudas, degustar produtos como:
geleias, licores, antepastos e caldos feitos por
produtores locais com frutos de árvores nativas
(INSTITUTO AUÁ, 2016).
Projetos de conservação ex situ como do
Embrapa Clima Temperado - Pelotas / Rio
Grande do Sul são importantes para incentivar o
plantio em propriedades privadas, pois possuem
como propósito a implantação de frutíferas em
quintais. Um bom exemplo é o projeto Quintais
Orgânicos de Frutas, que iniciou em 2004 com o
objetivo de criar tecnologias que possibilitem a
implantação de quintais orgânicos de frutas em
áreas urbanas e rurais, incluindo espécies que
tenham propriedades nutricionais e medicinais
exóticas já adaptadas e principalmente nativas
como a araçá (Psidium cattleyanum), butiá (Butia
capitata), cereja do Rio Grande (Eugenia
involucrata) e jabuticabeira (Plínia Trunciflora);
contribuindo para a redução da fome e a melhor
qualidade de vida da população. Este projeto
abrange um total 242 municípios, até 2021
realizou 2176 implantações (188 em comunidade
escolares) e beneficiou 61299 pessoas. Além
disso, o projeto recebeu várias premiações:
Certificação de Tecnologia Social pela Fundação
Banco do Brasil em parceria com a Petrobras e
apoio da UNESCO e KPMG Auditores
Independentes em 2007 e o Certificado de "Boas
Práticas para o Desenvolvimento Sustentável" da
Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura em 2016 (PROJETO
QUINTAIS, 2022).
Quando os profissionais foram
questionados sobre a frequência de implantação
de frutíferas da Mata Atlântica em seus projetos
(Figura 5), apenas 31% dos profissionais
implantam mais de 3 vezes no ano, enquanto
60% não implantam, ou implantam no máximo 2
vezes por ano. De acordo com os resultados
obtidos no presente estudo, infere-se que as
principais causas sejam a dificuldade dos
profissionais para encontrar mudas nos viveiros
no porte desejado, a falta de conhecimento dos
clientes sobre o potencial das frutíferas nativas da
Mata Atlântica e a falta de conhecimento do
7. próprio paisagista sobre a biologia dessas
espécies.
Figura 5. Frequência de utilização das frutíferas
da Mata Atlântica em implantação de projetos
paisagísticos. Fonte: Autor.
Os participantes tiveram a oportunidade
de sugerir ações que acreditam que possam
ajudar a aumentar o uso de espécies frutíferas da
Mata Atlântica no paisagismo, entre as respostas
destacaram-se:
a. Políticas públicas para incentivar o uso de
espécies da Mata Atlântica nos projetos
paisagísticos de espaços públicos, como
nas praças e parques;
b. Trabalho de conscientização ambiental
da população em geral, feito em parceria
com influenciadores (paisagistas
renomados, por exemplo);
c. Estimular a comercialização e o uso dos
frutos na culinária local;
d. Realizar a divulgação de como consumir
as frutíferas da Mata Atlântica e seus
benefícios para a manutenção da saúde;
e. Ter maior presença de frutíferas da Mata
Atlântica em feiras e sacolões;
f. Conscientização dos profissionais e o
público em geral sobre a importância da
biodiversidade nas áreas ajardinadas
públicas e privadas;
g. Criar incentivos para os viveiros
produzirem mudas de melhor qualidade,
principalmente nos requisitos: variedades
de portes, diversidade de espécies e
quantidade de mudas a serem
comercializadas;
h. Realizar melhoramentos durante a
produção das espécies frutíferas da Mata
Atlântica para se tornarem mais atrativas
comercialmente para os produtores;
i. Ações envolvendo: produtores,
viveiristas, profissionais da área de
paisagismo e o cliente final, a fim de
chamar a atenção para a importância do
uso de espécies da Mata Atlântica;
j. O aumento da utilização de espécies da
Mata Atlântica em projetos de paisagistas
renomados, pode ter um impacto positivo
incentivando o público em geral buscar
utilizar estas espécies por estarem na
"moda";
k. Capacitar os profissionais para
conseguirem instruir o cliente dos
benefícios de ter uma espécie frutífera da
Mata Atlântica em seu jardim;
l. Incentivo do governo local para o plantio
de frutíferas nas áreas privadas;
m. Introduzir a disciplina educação
ambiental nas escolas, como o objetivo de
conscientização da importância da
preservação dos remanescentes de
florestas existente e o plantio ex situ de
espécies dos biomas brasileiros;
n. Ter mais ações na mídia promovendo o
plantio e preservação das espécies da
Mata Atlântica;
o. Criar ações para a interação e criação de
memórias afetivas como “comer a fruta
direto do pé”, ver a floração das árvores e
esperar o desenvolvimento do fruto.
CONCLUSÕES
A utilização de frutíferas da Mata Atlântica em
projetos paisagísticos ainda é pequena e se reduz
a poucas espécies. Das 16 espécies mencionadas
na pesquisa apenas a pitangueira (Eugenia
uniflora L.) e jabuticabeira (Plinia cauliflora)
têm a utilização em projetos paisagísticos acima
de 90%, ambas não constam na lista de espécies
ameaçadas de extinção.
Os profissionais de paisagismo reconhecem a
importância e potencial da utilização das
frutíferas da Mata Atlântica nos projetos, porém
60% não implantam ou implantam no máximo
duas vezes ao ano projetos com essas espécies,
principalmente, devido à dificuldade de
encontrar variedade de mudas com porte e
qualidade ideais.
O crescimento do mercado de paisagismos e a
iniciativa dos profissionais em realizarem
implantação de jardins em pequenos espaços é
uma oportunidade para incluir nos projetos
frutíferas da Mata Atlântica, seja em canteiros ou
vasos. Materiais como desenvolvidos neste
8. estudo: informações botânicas em formato
resumido das principais espécies para uso em
projetos paisagísticos e o mapeamento dos
principais fornecedores de mudas dessas espécies
no estado de São Paulo contribuem para que os
profissionais tenham mais conhecimento e
consequentemente maior segurança para ofertar
estas espécies aos seus clientes.
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1 – Programa de Pós-graduação Latu Sensu em
Paisagismo - FCAVR – UNESP – Registro, São
Paulo – Brasil, michellerieg@gmail.com
2. Programa de Pós-graduação Latu Sensu em
Paisagismo - FCAVR – UNESP – Registro, São
Paulo – Brasil, alcivania.silva@unesp.br
3. Programa de Pós-graduação Latu Sensu em
Paisagismo - FCAVR – UNESP – Registro, São
Paulo - Brasil, ferraz@unesp.br
4. Programa de Pós-graduação Latu Sensu em
Paisagismo - FCAVR – UNESP – Registro, São
Paulo – Brasil, maria.candida@unesp.br
Autor para correspondência:
alcivania.silva@unesp.br
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