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Artigo bioterra v21_n1_08
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 21 - Número 1 - 1º Semestre 2021
INVASÃO BIOLÓGICA NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DO URUBU,
ARACAJU, SERGIPE, BRASIL
Kelianne Carolina Targino de Araújo; Anny Bianca Santos Cruz; Juliano Ricardo Fabricante
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento das espécies não-nativas presentes na
Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, Aracaju, SE, buscando desta forma, subsidiar
programas de controle dessas espécies e de recuperação dos sítios invadidos. A APA Morro do Urubu
apresenta 93 ha e é composta predominantemente por fragmentos de Mata Atlântica em diferentes
condições de conservação. A coleta de dados foi realizada por meio de busca ativa. As espécies
amostradas foram categorizadas em exóticas, naturalizadas e exóticas invasoras. Além disso, foi
realizada uma análise de similaridade entre a área de estudo e outras áreas estudadas no Brasil. Ao
todo foram amostradas 37 espécies distribuídas em 34 gêneros e 18 famílias. Destas, 11 foram
classificadas como exóticas, nove como naturalizadas e 17 como exóticas invasoras. Houve uma
baixa semelhança específica entre as áreas comparadas, indicando a presença de espécies exclusivas
em cada estudo. Os resultados obtidos por nós são preocupantes devido ao elevado número de
espécies não-nativas amostradas e a presença de espécies que causam impactos ambientais,
econômicos e a saúde humana.
Palavras-chave: Exóticas Invasoras, Impacto Ambiental, Unidade De Conservação.
BIOLOGICAL INVASION OF THE MORRO DO URUBU ENVIRONMENTAL
PROTECTED AREA, ARACAJU, SERGIPE, BRAZIL
ABSTRACT
The objective of the present study was to carry out a survey of non-native species present in the Morro
do Urubu Environmental Protection Area, Aracaju, SE, thus seeking to subsidize programs to control
these species and recover invaded sites. The Morro do Urubu APA covers 93 ha and is composed
predominantly of fragments of the Atlantic Forest in different conservation conditions. Data
collection was performed through an active search. The sampled species were categorized as exotic,
naturalized and invasive exotic (alien). In addition, a similarity analysis was carried out between the
study area and other areas studied in Brazil. Altogether 37 species were sampled, distributed in 34
genera and 18 families. Of these, 11 were classified as exotic, nine as naturalized and 17 as invasive
exotic. There was a low specific similarity between the compared areas, indicating the presence of
exclusive species in each study. The results obtained by us are worrisome due to the high number of
non-native species sampled and the presence of species that cause environmental, economic impacts
and human health.
Keywords: Exotic Invaders, Environmental Impact, Conservation Area.
72
2. INTRODUÇÃO
A Área de Proteção Ambiental Morro do
Urubu (APA Morro do Urubu) está localizada no
município de Aracaju, SE e foi criada através do
Decreto 13.713 em 1993 (BARRETO et al.,
2019; SERGIPE, 1993). A unidade de
conservação apresenta elevada riqueza de
espécies, segundo dados disponíveis na base
speciesLink (2020) já foram identificadas mais
de 190 espécies de plantas no local.
Apesar de sua importância para a
preservação da Mata Atlântica regional, a APA
Morro do Urubu apresenta vários fatores de
pressão antrópicas, a exemplo de áreas agrícolas
(MELO, 2014), desmatamento, extração mineral
e depósito de resíduos sólidos (SANTOS et al.,
2013). Segundo Meyerson e Mooney (2007) e
Zenni e Ziller (2011) ecossistemas alterados são
mais susceptíveis as invasões biológicas (IB).
As espécies exóticas invasoras (espécies
que causam as IB) podem causar diversos efeitos
negativos sobre o meio físico e sobre a biota, a
exemplo de alterações nos solos (WOLFE;
KLIRONOMOS, 2005; FABRICANTE et al.,
2012; D'ANTONIO; VITOUSEK, 1992;
REINHART; CALLAWAY, 2006) e na estrutura
das comunidades invadidas (MARGALEF 1994;
WOITKE; DIETZ, 2002; VILA; PUJADAS,
2001; ZILLER; ZALBA, 2007). Esses efeitos
ocorrem devido à alta capacidade competitiva
das exóticas invasoras (vide NIELSEN et al.,
2008; GIORIA; OSBORNE, 2014; DAWSON et
al., 2012), da presença de substâncias tóxicas em
seus tecidos (vide GOLEC, 2007; LUNTZ;
NISBET, 2000, NAUMANN et al., 1994) e da
capacidade de alterar a disponibilidade e
quantidade de enzimas e nutrientes nos solos
(vide BROOKS, 2003; RAIZADA et al., 2008;
FABRICANTE et al., 2012).
Assim como outros locais, as Unidades
de Conservação também vem sendo afetadas
pelas IB (GISP, 2007). O número de exóticas
invasoras é bastante elevado e raramente são
realizadas atividades de manejo dessas espécies
(ZILLER; DECHOUM, 2013; SAMPAIO;
SCHMIDT, 2013). Segundo compilação de
dados realizada por Ziller; Dechoum (2013) há
registro de 19 espécies de água doce e 148
espécies terrestres registradas em 227 áreas
protegidas, 902 ocorrências em áreas protegidas
de uso restrito e 268 em áreas de uso sustentável.
Em razão dos vários efeitos negativos
causados pelas IB, da ausência de estudos sobre
o tema na APA Morro do Urubu e da importância
dessa unidade de conservação, o objetivo do
presente estudo foi realizar o levantamento das
espécies não-nativas presentes no interior da
citada unidade de conservação, buscando desta
forma, subsidiar programas de controle dessas
espécies e de recuperação dos sítios invadidos.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
A Área de Preservação Ambiental Morro
do Urubu (10°53'1,21''S 37°3'22,8''W) apresenta
uma área de 93 ha (SANTANA; SILVA, 2010;
SANTOS et al., 2013) e é composta
predominantemente pela Mata Atlântica
(SANTANA; SILVA, 2010) em diferentes
condições de conservação. O clima regional
segundo a classificação de Köppen-Geiger é do
tipo As’ (clima tropical com verão seco e
moderado excedente hídrico no inverno). Os
solos predominantes são do tipo Neossolos
Quartzarênicos (Arenosos), ácidos e com baixa
fertilidade natural (SANTOS et al., 2018).
Metodologia
Ao todo foram realizadas 15 expedições
com duração média de 4 h cada ao local. O
levantamento florístico das espécies foi feito por
meio de caminhadas (busca ativa). Todas as
plantas com material fértil foram coletadas,
herborizadas e depositadas no herbário ASE da
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão,
SE. A determinação das espécies foi feita por
comparação com material testemunho existente
em herbários e por consultas a especialistas e a
literatura específica.
Quanto a classificação taxonômica das
espécies a mesma foi elaborada de acordo com o
sistema de classificação APG IV (2016). Já a
grafia dos nomes dos classificadores utilizou-se
a Flora do Brasil (2020).
De posse da lista, foram consultadass
bases de dados e artigos científicos sobre o tema
IB (BIONET-EAFRINET, 2020; CABI, 2020;
I3N, 2020; ISSG, 2020) para determinar a origem
das espécies e categorizá-las em exóticas,
4. Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit EI
México
Mimosa caesalpiniifolia Benth. N
Caatinga brasileira
Pithecellobium dulce (Roxb.) Benth. EI
México
Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. EI
Índia e Malásia
Ficus benjamina L. E Ásia
Myrtaceae Eucalyptus urophylla S.T. Blake E
Indonésia e Timor
Psidium guajava L. EI América do Norte
Syzygium cumini (L.) Skeels EI
Ásia
Syzygium jambos (L.) Alston E
Ásia
Syzygium malaccense (L.) Merr. &
L.M. Perry
E
Ásia
Oleaceae
Jasminum multiflorum (Burm. f.)
Andrews
E
Índia e sudeste da Ásia
Pandanaceae Pandanus tectorius Parkison E
Oceania
Poaceae Aristida adscensionis L. EI Ilhas Canárias
Cenchrus echinatus L. EI América Central
Cynodon dactylon L. Pers. EI África, Ásia e Europa
Dactyloctenium aegyptium (L.) Willd EI
África e Ásia
Eragrostis ciliaris (L.) R.Br. EI
África
Megathyrsus maximus (Jacq.)
B.K.Simon & S.W.L.Jacobs
EI
África
Urochloa brizantha (Hochst. ex A.
Rich.) R.D.Webster
EI
África
Melinis repens (Willd.) Zizka EI
África
Polygonaceae Antigonon leptopus Hook. & Arn. N
México
Todos os trabalhos comparados apresentaram
uma baixa similaridade florística entre si (Figura
1; Tabela 2). Todos os cruzamentos apresentaram
valores menores que 20% de similaridade.
5. Figura 1. Cluster produzido pela análise de similaridade de Jaccard. Sendo: 1 – área estudada; 2 – Floresta Ombrófila
Aberta e Savana em Minas Gerais (ROCHA et al., 2017); 3 – Cerrado Sensu Stricto, Cerradão, Mata Seca, Campo Sujo,
Campo Limpo, Campo Rupestre, Campo Úmido e Campo de Murundus em Brasília (HOROWITZ et al., 2013); 4 –
Savana Estépica, (Ilhas Fluviais) em Pernambuco (FABRICANTE et al., 2015); 5 - Floresta Ombrófila Densa em
Amazonas (SOUSA et al., 2003); 6 – Savana Estépica em Pernambuco (ALVES; FABRICANTE, 2019); 7 – Floresta
Ombrófila Aberta em São Paulo (PETRI et al.,2018).
Tabela 2: Matriz de similaridade de Jaccard. Sendo: 1 – área estudada; 2 Floresta Ombrófila Aberta e Savana em Minas
Gerais (ROCHA et al., 2017); 3 – Cerrado Sensu Stricto, Cerradão, Mata Seca, Campo Sujo, Campo Limpo, Campo
Rupestre, Campo Úmido e Campo de Murundus em Brasília (HOROWITZ et al., 2013); 4 –Savana Estépica, (Ilhas
Fluviais) em Pernambuco (FABRICANTE et al., 2015); 5 - Floresta Ombrófila Densa em Amazonas (SOUSA et al.,
2003); 6 – Savana Estépica em Pernambuco (ALVES; FABRICANTE, 2019); 7 – Floresta Ombrófila Aberta em São
Paulo (PETRI et al., 2018).
0 1 2 3 4 5 6 7
1 -
2 0,12 -
3 0,11 0,15 -
4 0,19 0,09 0,06 -
5 0 0 0 0 -
6 0,16 0,04 0,02 0,39 0,01 -
7 0,06 0,07 0,06 0,02 0 0 -
6. DISCUSSÃO
O presente estudo apresentou uma
riqueza de espécies maior quando comparado a
outros trabalhos: Silva e Fabricante (2019) em
estudo desenvolvido no Parque Nacional do
Catimbau, PE, listaram apenas 18 táxons. Já
Alves e Fabricante (2019), em pesquisa
desenvolvida em sítios de Caatinga em Petrolina,
PE, apresentaram 29 espécies. Outro trabalho
que também apresentou resultados inferiores foi
o de Quartola et al., (2015), realizado no Parque
Estadual do Pau Furado localizado no Triângulo
Mineiro, com apenas seis táxons. Contudo,
alguns trabalhos inventariaram mais espécies, a
exemplo do desenvolvido por Reginato et al.,
(2008) na Reserva Mata Viva em Curitiba e por
Mielki et al., (2015) no Parque da Barreirinha
também em Curitiba, onde o número de espécies
foi de 44 e 57, respectivamente. Diferenças no
tamanho das áreas, esforço amostral e grau de
conservação dos locais estudados podem ser a
causa das diferenças observadas no número de
espécies.
Em todos os trabalhos consultados
existem indicativos de que as áreas apresentavam
algum grau de perturbação (SILVA;
FABRICANTE, 2019; ALVES; FABRICANTE,
2019; QUARTOLA et al., 2015; MIELKI et al.,
2015; REGINATO et al., 2008). Segundo Peroni
e Hernández (2011), a perturbação de ambientes
naturais pode desencadear o surgimento de
nichos vagos. E a presença desses nichos pode
ser um facilitador para a ocorrência de espécies
exóticas invasoras. Pois, espécies que chegam
primeiro a nichos vagos, consequentemente tem
vantagens competitivas em comparação aos que
chegam posteriormente (HUBBELL, 2001).
A baixa similaridade observada entre as
áreas comparadas, aponta para um elevado
número de espécies não-nativas exclusivas em
cada local estudado. O maior valor de
similaridade entre a nossa área e as demais foi de
apenas 19% com o trabalho desenvolvido em
ilhas fluviais em Petrolina, PE/ Juazeiro, BA por
Fabricante et al., (2015), onde os estudos
apresentaram apenas 10 espécies em comum
(Aristida adscensionis, Cenchrus echinatus,
Dactyloctenium aegyptium, Leucaena
leucocephala, Mangifera indica, Megathyrsus
maximus, Melinis repens, Momordica charantia,
Psidium guajava, Ricinus communis e
Terminalia catappa). E foi de somente 16% com
o estudo desenvolvido por Alves e Fabricante
(2019), numa área de Caatinga em Petrolina, PE,
onde nove espécies foram compartilhadas entre
as áreas (Aristida adscensionis, Cenchrus
echinatus, Eragrostis ciliares, Cynodon
dactylon, Dactyloctenium aegyptium, Leucaena
leucocephala, Melinis repens, Momordica
charantia, Ricinus communis).
As maiores similaridades foram
observadas entre áreas mais próximas, indicando
uma dependência espacial nos resultados. De
acordo com Begon et al., (1990), os valores de
uma variável estão associados as distâncias da
amostra mais próxima, ou seja, o ambiente
apresentará mais espécies em comum com o
ambiente seguinte mais próximo. Áreas mais
próximas, em geral, apresentam fatores
ecológicos (radiação solar, temperatura,
precipitação, solos, relevo, entre outros) mais
semelhantes entre si. E Segundo Peroni e
Hernández (2011), fatores ecológicos são
capazes de agir diretamente em seres vivos pelo
menos em uma fase de sua vida, limitando a sua
distribuição.
Algumas espécies estavam presentes em
boa parte das áreas comparadas. L.
leucocephala, por exemplo, foi amostrada em
metade delas. A presença desse táxon nesses
locais não é nenhuma surpresa uma vez que o
mesmo tem ocorrência em todas as regiões da
federação (ALVES et al., 2014; FLORA DO
BRASIL, 2020) e está na lista das 100 espécies
exóticas invasoras mais agressivas do mundo, de
acordo com a lista elaborada pela União Mundial
para a Conservação da Natureza – IUCN (LOWE
et al., 2000).
Outras espécies que também estiveram
presentes em várias áreas foram Aristida
adscensionis, Cenchrus echinatus,
Dactyloctenium aegyptium, Melinis repens,
Momordica charantia e Ricinus communis.
Todas elas são exóticas invasoras e causam
diferentes impactos (ARAÚJO et al., 2013a;
CASTRO et al., 2013; ARAÚJO et al., 2013b;
FURTADO et al., 2013; FURTADO;
FABRICANTE, 2014).
Aristida adscensionis conhecida
popularmente como capim-panasco é
considerada uma indicadora de solos degradados
(SILVA et al., 2000). Além disso, apresenta
substâncias alelopáticas, as quais são capazes de
7. retardar a germinação de outras espécies
(CASTRO et al., 2013). Já Cenchrus echinatus é
uma gramínea altamente nociva, principalmente
para culturas agrícolas, prejudicando o
desenvolvimento de espécies como algodão,
feijão, soja, entre outras (PACHECO;
MARINIS, 1984). A espécie em questão
apresenta rápida reprodução e se espalha por
grandes áreas ocupando-as (FILGUEIRAS,
1984). A espécie Dactyloctenium aegyptium é
conhecida como capim-pé-de-galinha e está
invadindo a Caatinga, Cerrado, Florestas e a
Restinga (FURTADO; FABRICANTE, 2014). A
mesma é responsável por substituir espécies
nativas, infestar campos e afetar culturas
agrícolas (CABI, 2020; FURTADO;
FABRICANTE, 2014). Já Melinis repens é
originada da África e conhecida como capim-
favorito. Há registros de sua ocorrência na
Caatinga, Cerrado e em Florestas (ARAÚJO et
al., 2013a). Essa espécie causa compactação do
solo e diminuição da produtividade agrícola
(MELGOZA et al., 2014; ARAÚJO et al.,
2013a). A espécie Momordica charantia
conhecida popularmente como melão-de-são-
caetano ocorre em áreas de Caatinga, Cerrado e
Florestas Estacionais (LOPES-SILVA et al.,
2017). Esse táxon é uma erva daninha que afeta
a germinação das sementes de outras espécies e
causa danos em plantações agrícolas (CABI,
2020). E por fim, a espécie Ricinus communis,
conhecida popularmente como mamona, é
encontrada principalmente na Etiópia e Índia
(SILVA, et al., 2009). O táxon contém
substâncias tóxicas que podem afetar tanto ao
homem quanto aos animais ocasionando até
mesmo a morte (SILVA; FABRICANTE, 2019),
além disso, também invade matas e florestas
impedindo o processo de sucessão ecológica
(CABI, 2020).
Além dos efeitos sobre os ambientes
naturais e a biota nativa, as espécies citadas
acima também são pragas agrícolas (FONTES et
al., 2003; LORENZI, 2000; BRIGHENTI, 2010).
Desta forma, causam impactos econômicos. Elas
aumentam o custo da produção, em razão da
necessidade de manejo e correção dos solos.
Além disso, acabam afetando a saúde humana
devido ao uso de químicos para seu controle.
Os resultados obtidos por nós são
preocupantes devido ao elevado número de
espécies não-nativas amostradas e a presença de
espécies que causam impactos ambientais,
econômicos e a saúde humana. Ainda, a presença
dessas espécies na área de estudo é um indicativo
das condições de intensa degradação presentes
no local. Desta forma, sugere-se o urgente
manejo dessas espécies seguido da recuperação
dos ambientes. Por fim, considera-se que essas
ações sejam necessárias para a unidade de
conservação estudada cumpra seu papel
principal: a preservação do patrimônio genético
autóctone da região.
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Kelianne Carolina Targino de Araújo
Anny Bianca Santos Cruz
Juliano Ricardo Fabricante
Universidade Federal de Sergipe, Departamento
de Biociências, Laboratório de Ecologia e
Conservação da Biodiversidade - Av. Ver.
Olímpio Grande, S/N - Centro, CEP: 49500-000,
Itabaiana, SE, Brasil.
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