O documento discute o construtivismo como linha de pensamento em pesquisa em educação. Apresenta os principais conceitos do construtivismo segundo Piaget e Vygotsky, como a ideia de que o conhecimento é construído através da interação e experiência, e não é inato ou meramente transmitido. Também discute aplicações do construtivismo no Brasil e suas vantagens e desvantagens como abordagem pedagógica.
Construtivismo como linha de pensamento em pesquisa em educação
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
PRÓ REITORIA DE PESQUISA E PÓS
PROGRAMA DE PÓS
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO
DOCENTE: PROF. DR. JACKSON RONIE SÁ DA SILVA
SEMINÁRIOS TEMÁTICOS AVANÇADOS SOBRE ALGUMAS LINHAS DE
PENSAMENTO EM PESQUISA EM EDUCAÇÃO
O Construtivismo como linha de pensamento e as pesquisas em
INICIANDO O DIÁLOGO
O construtivismo é uma corrente epistemológica contemporânea, surgiu
no século XX para explicar a aquisição do conhecimento na perspectiva da
psicologia. De acordo como os principais estudiosos dessa linha de
pensamento, o ser humano elabora os conhecimentos, transformando
continuamente, através da relação com as pessoas e com os objetos.
Teóricos afirmam que esta corrente derive de duas grandes vertent
filosóficas, objetivismo e subjetivismo que são antagônicas e inconciliáveis. A
psicologia objetivista privilegia o dado externo, afirmando que o conhecimento
vem exclusivamente da experiência. Enquanto que a psicologia subjetivista
entende que todo con
primazia do sujeito sobre o objeto.
O construtivismo não nega a existência do mundo dos objetos. Mas é
uma teoria do conhecimento e não uma teoria do ser.
objetos não é diretamente acessí
2003.p.49).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
PRÓ REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO
DOCENTE: PROF. DR. JACKSON RONIE SÁ DA SILVA
SEMINÁRIOS TEMÁTICOS AVANÇADOS SOBRE ALGUMAS LINHAS DE
PENSAMENTO EM PESQUISA EM EDUCAÇÃO
O Construtivismo como linha de pensamento e as pesquisas em
educação
Andreia de Lourdes Ribeiro Pinheiro
Natarsia Camila Luso Amaral
Renato Moreira Silva
INICIANDO O DIÁLOGO
O construtivismo é uma corrente epistemológica contemporânea, surgiu
no século XX para explicar a aquisição do conhecimento na perspectiva da
De acordo como os principais estudiosos dessa linha de
pensamento, o ser humano elabora os conhecimentos, transformando
continuamente, através da relação com as pessoas e com os objetos.
Teóricos afirmam que esta corrente derive de duas grandes vertent
filosóficas, objetivismo e subjetivismo que são antagônicas e inconciliáveis. A
psicologia objetivista privilegia o dado externo, afirmando que o conhecimento
vem exclusivamente da experiência. Enquanto que a psicologia subjetivista
que todo conhecimento é anterior à experiência, enfatizando a
primazia do sujeito sobre o objeto.
O construtivismo não nega a existência do mundo dos objetos. Mas é
uma teoria do conhecimento e não uma teoria do ser. O conhecimento dos
objetos não é diretamente acessível, mas construído pelo sujeito (M
GRADUAÇÃO
GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
DOCENTE: PROF. DR. JACKSON RONIE SÁ DA SILVA
SEMINÁRIOS TEMÁTICOS AVANÇADOS SOBRE ALGUMAS LINHAS DE
PENSAMENTO EM PESQUISA EM EDUCAÇÃO
O Construtivismo como linha de pensamento e as pesquisas em
Andreia de Lourdes Ribeiro Pinheiro
ila Luso Amaral
Renato Moreira Silva
O construtivismo é uma corrente epistemológica contemporânea, surgiu
no século XX para explicar a aquisição do conhecimento na perspectiva da
De acordo como os principais estudiosos dessa linha de
pensamento, o ser humano elabora os conhecimentos, transformando-os
continuamente, através da relação com as pessoas e com os objetos.
Teóricos afirmam que esta corrente derive de duas grandes vertentes
filosóficas, objetivismo e subjetivismo que são antagônicas e inconciliáveis. A
psicologia objetivista privilegia o dado externo, afirmando que o conhecimento
vem exclusivamente da experiência. Enquanto que a psicologia subjetivista
hecimento é anterior à experiência, enfatizando a
O construtivismo não nega a existência do mundo dos objetos. Mas é
O conhecimento dos
vel, mas construído pelo sujeito (MORETTO,
2. Piaget formula o conceito de epigênese argumentando que o
conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma
programação inata, pré-formada do sujeito, mas de construções sucessivas
com elaborações constantes de estruturas novas, pois considerou insuficientes
as duas posições acima, para explicar o processo evolutivo da espécie
humana.
AFINAL, O QUE É O CONSTRUTIVISMO?
Essa linha de pensamento parte da crença de que o saber não é algo
que está concluído, sendo um processo em incessante construção e criação.
Iniciou-se em meados dos anos 20. Jean Piaget é considerado então o
precursor e ao mesmo tempo com sua extensa obra continua a contribuir nas
pesquisas atuais sobre o tema.
Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social,
com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui
por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, de forma que se
pode afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito
menos, pensamento (BECKER, 1992).
De acordo com Aranha (2006), o construtivismo representa um esforço
na busca de caminhos que deem conta da complexidade do processo de
conhecimento. Por isso apoia-se em pesquisas científicas da Psicologia,
Psicologia Social, da Psicanálise, da Medicina, da Tecnologia, da Cibernética,
da Linguagem, dentre outras.
DE ONDE VEM O CONSTRUTIVISMO
As bases teóricas foram estruturadas na primeira metade do século 20,
com Piaget e os psicólogos soviéticos, entre os quais Vygotsky é o mais
divulgado no Brasil. As pontes para a prática pedagógica se consolidaram com
Emilia Ferreiro e seus colaboradores, a partir do final da década de 1970.
Na década seguinte, o construtivismo se disseminou na América Latina,
principalmente na Argentina e no Brasil. As experiências brasileiras mais
expressivas foram registradas nas redes municipais de Porto Alegre e de São
Paulo, assim como no ciclo básico (as duas primeiras séries) da rede estadual
paulista.
3. A TEORIA DE JEAN PIAGET
Piaget distinguiu três linhas pelas quais os pesquisadores tentavam
responder como tem origem e como evolui o conhecimento. A primeira
vertente, representada por Noam Chomsky e Konrad Lorenz, considerava que
o conhecimento era pré-formado, isto é, já se nasce portando as estruturas do
conhecimento e estas vão se atualizando a medida que o desenvolvimento
ocorre (INATISMO), já a segunda vertente, conhecida como EMPIRISMO,
defendia que o conhecimento tem origem e evolui a partir das experiências
acumuladas pelos sujeitos, essa corrente era defendida por J. B. Watson e B.
F. Skinner.
Piaget já defendia que o conhecimento resulta da interação do sujeito
com o ambiente. Considerava que cada sujeito constrói, ao longo de seu
processo de desenvolvimento, o seu próprio modelo de mundo e que as
chaves principais do desse processo são a própria ação do sujeito e o modo
pelo qual isto se converte em um processo de construção interna. Na
concepção Piagetiana o ensino deixa de ser uma transmissão de
conhecimento, o que chama de verdade pronta, e passa a ser um processo de
elaboração de situações didático-pedagógicas que facilitem a aprendizagem,
enfatizando a interação com os objetos.
Ao batizar sua teoria de Epistemologia Genética, Piaget defendia que a
construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou
mentais sobre objetos que, ao provocar o desequilíbrio, resultam no que ele
chamou de assimilação, logo após o sujeito sofre o processo de acomodação
dessas ações e, assim, sucessivamente, o que contribui na construção de
esquemas e conhecimentos. Seus estudos eram realizados com as crianças,
pois, segundo ele, elas são as que mais constroem conhecimento. A partir
dessa teoria surgiu o construtivismo, que possui três princípios básicos que
auxiliam o professor frente ao aluno: A) Respeito à produção do aluno; B)
Espaço para o aluno testar suas hipóteses; C) Trabalho em grupo para facilitar
o aprendizado.
4. O QUE PENSAVA VYGOTSKY
Na sequência dessa linha surgiu Vygotsky que também estuda o
construtivismo, porém com um olhar mais crítico, tem como base os estudos
Piagetianos e contribuiu com novos elementos que influenciam na construção
do conhecimento. Ele vê o sujeito como um ser eminentemente social, na linha
de pensamento marxista, e ao próprio conhecimento como um produto social,
trás ainda os processos que os processos psicológicos comunicação, raciocínio
além da linguagem são também adquiridos no contexto social e depois
absorvidos e internalizados.
Então podemos concordar que no construtivismo é comum a ideia de
que o conhecimento humano é produto da interação entre fatores internos e
externos, no trabalho de Vygotsky as atividades na sala de aula são
influenciadas pela sociedade, mas ao mesmo tempo, podem também
influencia-la.
Assim, de acordo com Becker (1984):
Entendemos que construtivismo na Educação poderá ser a forma
teórica ampla que reúna as várias tendências atuais do pensamento
educacional. Tendências que têm em comum a insatisfação com um
sistema educacional que teima (ideologia) em continuar essa forma
particular de transmissão que é a Escola, que consiste em fazer
repetir, recitar, aprender, ensinar o que já está pronto, em vez de
fazer agir, operar, criar, construir a partir da realidade vivida por
alunos e professores, isto é, pela sociedade... (BECKER, 1984. p.
89.)
Com relação a critica de Vygotsky e a sua contribuição ao
construtivismo, o ponto de partida é a convicção de que o homem é um ser
social, pois constrói e habita em um mundo com outros seres humanos.
Garantindo ainda que esse mundo se constrói por meio da interação com o
outro pela linguagem.
DIVERGÊNCIAS ENTRE PIAGET E VYGOTSKY
Um dos pontos divergentes entre os dois estudiosos estava centrado na
concepção de desenvolvimento. Para Piaget, o desenvolvimento era
considerado em sua forma retrospectiva, ou seja, o nível mental atingido
determina o que o sujeito pode fazer. Já Vygotsky considerava o
desenvolvimento na dimensão prospectiva, isto é, enfatiza que o processo em
5. formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na
realização de uma tarefa.
QUAIS AS VANTAGENS DO CONSTRUTIVISMO
Procura formar pessoas de espírito inquisitivo, participativo e
cooperativo, com mais desembaraço na elaboração do próprio conhecimento.
Além disso, o Construtivismo cria condições para um contato mais intenso e
prazeroso com o universo da leitura e da escrita. As crianças normalmente
aproveitam o processo de aprendizado se elas estiverem envolvidas em
atividades em vez de ficarem ouvindo instruções. Um benefício significante da
teoria de construtivismo é que os alunos podem aplicar esse estilo de
aprendizado ao longo da vida.
Os princípios abordados permitem que os adultos tenham um papel ativo
na descoberta de novas informações. Além disso, um nível mais alto de
pensamento ocorre quando uma pessoa utiliza todas as habilidades em vez de
apenas algumas. Um senso de propriedade é criado pela criança, quando o
aprendizado ocorre a partir de experiências práticas e investigações em vez de
através do recebimento de novas informações por alguma pessoa.
QUAIS AS DESVANTAGENS DO CONSTRUTIVISMO
Os professores que usam a teoria do construtivismo podem acreditar
que o aprendizado é baseado na habilidade da criança em obter novos
conhecimentos e não na capacidade do professor em si. Alguns argumentam
que os professores podem não assumir a responsabilidade pelo aprendizado
defasado na sala de aula, já que o construtivismo foca no autoaprendizado.
Outros críticos defendem que as crianças que são estimuladas a
aprender usando o construtivismo podem se apoiar no “pensamento em grupo”,
que normalmente resulta na filosofia da “maioria vence”. Salas de aula de
escolas públicas contêm alunos tanto privilegiados como os mais humildes.
Estudantes de famílias de classes sociais menores podem estar em
desvantagem quanto à motivação própria e ao aprendizado prático que as
crianças de classes sociais mais altas possuem.
6. O CONSTRUTIVISMO NO BRASIL
No Brasil, essa proposta de ensino começou a ser usada nas escolas a
partir da década de 1980, quando a teoria do estudioso Jean Piaget começava
a fazer parte dos ambientes educacionais. A partir daí, surgiu um movimento
que tinha visão de mundo diferente das escolas tradicionais que tratavam o
aluno como objeto que deve ser treinado pelos moldes comportamentalistas.
Neste contexto, vários autores elaboram suas obras tomando como base
a teoria do desenvolvimento e aprendizagem dos psicólogos Piaget e Vygotsky.
Assim, autores como Emília Ferreiro e Ana Taberosky (argentinas) estudaram
e utilizaram as pressupostas de Piaget para elaborar a psicogênese da escrita,
que é considerado teoria construtivista do processo de ensino-aprendizagem
da escrita. A influência dessa linha de pensamento na educação brasileira pode
ser verificada também através da atual Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e do
Plano Nacional de Educação (PNE). Começou a ser aplicado metodicamente
primeiro na Escola Novo Horizonte e depois na Escola da Vila, em São Paulo.
No Brasil, o construtivismo esbarra num grande complicador. Ao se
apoiar na bagagem cultural de cada criança, a tendência é de que estudantes
oriundos de famílias menos letradas enfrentem dificuldades. Pode-se supor
com base nesse cenário que o construtivismo teria melhores resultados em
países em que a população é mais culta. No entanto, boa parte deles adota
métodos considerados ultrapassados pelos que defendem o construtivismo. É
claro que não é só o método o responsável por esses resultados, mas sim toda
uma estrutura socioeconômica.
CONSIDERAÇÕES...
Tanto Piaget quanto Vygotsky acreditam na necessidade de uma
mudança de concepção conceitual onde o foco da alfabetização muda da
escola para o aluno que aprende, ou seja, o aluno será o condutor de seus
conhecimentos. O professor terá o papel de assegurar um espaço dentro do
qual os alunos possam reconhecer e refletir sobre suas próprias ideias, citando
ainda que os educadores precisam abandonarem as teorias e práticas
tradicionais e questionarem a necessidade do uso das cartilhas no processo de
alfabetização.
7. Não há teoria perfeita, completa, única que responda a todas as
perguntas. As teorias respondem alguns problemas e apresentam outros,
muitas críticas surgiram com relação à concepção construtivista de ensino
aprendizagem. Por conta disso acrescentamos a pedagogia Freiriana nesta
discussão para mostrar suas características complementares aos enfoques
Piagetiano e Vygotskiano na formulação de um ensino crítico construtivista.
Vygotsky e Freire partilham da mesma preocupação, com o
desenvolvimento integral das pessoas na filosofia marxista, no enfoque
construtivista, na importância do contexto social na firme crença na natureza
dos seres humanos.
O construtivismo oferece possibilidades de estratégias pedagógicas,
uma vez que a aprendizagem escolar é percebida enquanto processo ativo em
que o aluno realiza aprendizado mediante ações concretas ou mentais sobre
os conteúdos, não se tratando, pois, de uma recepção passiva. Ao adotar
essas concepções para pensa o aprendizado escolar significa perceber que o
trabalho do educador engendra a criação de um conjunto de atividades que
estimulem o desenvolvimento cognitivo.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.
BECKER, Fernando. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem; Jean
Piaget e PauloFreire.Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia da Universidade
de São Paulo, 1984.
BECKER, Fernando. O que é construtivismo? Revista de Educação AEC,
Brasília, v. 21, n. 83, p. 7-15, abr./jun., 1992.
MORAES, Roque. (Org). Construtivismo e ensino de ciências: reflexões
epistemológicas e metodológicas. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. 230 p.
MORETTO, Vasco P. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula.
4ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.