1. O LIVRO DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO XII- DA PERFEIÇÃO MORAL
As virtudes e os vícios (continuação)
Dubai, 01-09-2019 Por Patrícia Farias
2. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
Todas as virtudes têm o seu mérito, porque todas são
indícios de progresso no caminho do bem. Há virtude
sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das
tendências; mas a sublimidade da virtude consiste no
sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem
segunda intenção. A mais meritória é aquele que se baseia
na caridade mais desinteressada. LE(893)
3. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
903. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?
“Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar,
porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para tirar daí proveito,
para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade. Importa,
porém, não esquecer que a indulgência para com os defeitos de
outrem é uma das virtudes contidas na caridade.
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão
dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos defeitos que
criticais no vosso semelhante. Esse o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe
censurais a ser avaro, sede generosos; se o ser orgulhoso, sede humildes e
modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o proceder com pequenez, sede
grandes em todas as vossas ações. Numa palavra, fazei por maneira que se não
vos possam aplicar estas palavras de Jesus: Vê o argueiro no olho do seu vizinho e
não vê a trave no seu próprio.”
(S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5) (ESE Cap. X – Bem aventurados os misericordiosos, nº 9 e nº 10.)
4. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
“Cada escolha é mais que uma
vontade. É um momento evolutivo.
Um passo. Representa muito do
caminhar de cada ser, de suas
pegadas e construções, de seu
desabrochar lento ou rápido,
contínuo sempre. Pode representar
um estacionamento ás vezes, em
posturas variadas, questionáveis por
muitos, porém as mais aprazíveis
para aqueles que as determinam, e
que merecem respeito.”
Pág.122 – A pedra que tu atiras
5. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
904. Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da
sociedade e as expõe em público?
“Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa
produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo
um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes
mau do que bom exemplo. O Espírito aprecia isso, mas pode vir a
ser punido por essa espécie de prazer que encontra em revelar o
mal.”
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
a) - Como, em tal caso, julgar da pureza das intenções e da sinceridade
do escritor?
“Nem sempre há nisso utilidade. Se ele escrever boas coisas, aproveitai-
as. Se proceder mal, é uma questão de consciência que lhe diz respeito,
exclusivamente. Demais, se o escritor tem empenho em provar a sua
sinceridade, apóie o que disser nos exemplos que dê.”
6. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
905. Alguns autores hão publicado belíssimas obras de
grande moral, que auxiliam o progresso da Humanidade, das
quais, porém, nenhum proveito tiraram eles. Ser-lhes-á
levado em conta, como Espíritos, o bem a que suas obras
hajam dado lugar?
“A moral sem as ações é o mesmo que a semente sem o
trabalho. De que vos serve a semente, se não a fazeis dar frutos
que vos alimentem? Grave é a culpa desses homens, porque
dispunham de inteligência para compreender. Não praticando
as máximas que ofereciam aos outros, renunciaram a colher-
lhes os frutos.”
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
7. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
“É necessário o amadurecimento de todos
nós. A mensagem da doutrina espírita
revivendo o Evangelho, revisitando as
cenas e vivências de dois mil anos atrás
com Jesus, visa trazer ao homem
elementos profundos de reconhecimento
de si mesmo, para que se avalie e se
proponha modificações particulares, que,
somadas, culminarão na transformação
social, política e econômica; coletiva,
enfim..”
8. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
906. Será passível de censura o homem, por ter consciência do
bem que faz e por confessá-lo a si mesmo?
“Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do bem
igualmente deve tê-la, a fim de saber se andou bem ou mal.
Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus e,
sobretudo, na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá dizer
a si mesmo se suas obras são boas ou más, que as poderá
aprovar ou desaprovar. Não se lhe pode, portanto, censurar que
reconheça haver triunfado dos maus pendores e que se sinta
satisfeito, desde que de tal não se envaideça, porque então cairia
noutra falta.” (919)
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
9. AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
XII - DA PERFEIÇÃO MOR
“Diante dos que padecem esta ou aquela ulceração moral, reserva-te
compaixão e caridade. Ao lado dos emaranhados na criminalidade,
faculta-te amor e bondade. Instado a opinar desfavoravelmente sobre
alguém, penetra-te de prudência e sensatez, aplicando o medicamento
da compreensão e da fraternidade”.
“Se convovado inesperadamente à posição de inquisidor ou julgador
implacável, pergunta-te: “Que faria Jesus em meu lugar?”, e aplica o
balsâmico medicamento da esperança sobre a ferida putrida do
padecente, acenando-lhe com o amanhã de bençãos que a todos
alcançará.” (Divaldo Franco e Joana de Angelis – Celeiro de bençãos)
10. O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. XIII – NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDAO
QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA
INSTRUÇÃO DOS
ESPIRITOS
Item 13 - A beneficência
11. Cap. XIII – NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDAO
QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA
Cárita, martirizada em Roma. (Lião, 1861.)
13. Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus.
Acompanhai-me, pois conheço a meta a que deveis todos visar. Dei esta
manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos:
Oh! meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer
para secá-las todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães,
dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! Há corações bons que velam por vós; não
sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele amadas, sois suas
eleitas. Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos
arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos
do Espírito, tinham fome e que, se é certo que minhas palavras lhes
serenavam um pouco os corações, não lhes reconfortavam os estômagos.
Repetia-lhes: Coragem! Coragem! Então, uma pobre mãe, ainda
muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a
estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele
entezinho que só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação.
12. Cap. XIII – NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDAO
QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA
Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em
consequência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e,
envergonhados de sua miséria, sem ousarem, eles que nunca
mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração
túmido de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e
vou, por toda a parte, estimular a beneficência, inspirar bons
pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui
venho, meus amigos, e vos digo: Há por aí desgraçados, em cujas
choupanas falta o pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem
cobertas. Não vos digo o que deveis fazer; deixo aos vossos bons
corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos
traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: Sou a caridade e vos estendo
as mãos pelos vossos irmãos que sofrem.
13. Cap. XIII – NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDAO
QUE DÊ A VOSSA MÃO DIREITA
No lugar dos ramos que lhe tirardes, atarei
todas as boas ações que praticardes e levarei a
árvore a Deus, que a carregará de novo,
porquanto a beneficência é inexaurível.
Acompanhai-me, pois, meus amigos, a fim de
que eu vos conte entre os que se arrolam sob a
minha bandeira. Nada temais; eu vos
conduzirei pelo caminho da salvação, porque
sou - a Caridade.
Cárita, martirizada em Roma. (Lião, 1861.)
Mas, se peço, também dou e dou muito. Convido-vos para um grande
banquete e forneço a árvore onde todos vos saciareis! Vede quanto é bela,
como está carregada de flores e de frutos! Ide, ide, colhei, apanhai todos
os frutos dessa magnificente árvore que se chama a beneficência.