1. ALFABETIZAÇÃO CRÍTICA DOS MECANISMOS
DA CULTURA DIGITAL
Alexandre Odainai. Mestrando em Comunicacão e Semiótica na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Email: alexandre.odainai@gmail.com
2. Quais são as condições que devem ser seguidas para um vínculo
efetivo entre educação e novas tecnologias de comunicação nas
escolas?
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3. Objeto de análise o paper “Confronting
the Challenges of Participatory Culture”
de Henry Jenkins, diretor do programa
de Estudos de Mídia Comparada da
MIT
4. COMO CHEGUEI A QUESTÃO?
A lentidão da incorporação das mídias digitais por
instituições de Ensino, segundo Castells (2001), causa uma
grande disparidade de conhecimento que toca os sistemas
educativos em quatro níveis diferentes:
- na dotação tecnológica das escolas;
- na distribuição da qualidade dos professores por escola;
- nos sistemas e estilos pedagógicos entre escolas;
- na deficiente ou inadequada formação dos professores
ao nível da tecnologia educativa e a assunção das famílias
na educação.
CASTELLS, Manuel: A Galáxia Internet Reflexões
sobre Internet, Negócios e Sociedade, Rio de
Janeiro. Zahar, 2001.
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5. E NO BRASIL? – O COMEÇO
Tema só começa a ser incorporado pelas escolas
brasileiras a partir de 2007, com a reformulação
do Programa Nacional de Informática na Educação
– Proinfo, um programa educacional com o
objetivo de promover o uso pedagógico da
informática na rede pública de educação.
Livro Verde do Programa Sociedade de
Informação no Brasil, lançado em 2000.
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6. E NO BRASIL? - PRESENTE E FUTURO
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7. E NO BRASIL? - PRESENTE E FUTURO
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8. PERSPECTIVA INSTRUMENTAL X VIVÊNCIA PLENA DA CULTURA
DIGITAL
Atividades coordenadas por responsáveis pelos laboratórios
e não pelos professores de sala de aula:
- cursos básicos de software
- fazer pesquisa na internet
- não está associado ao conteúdo aprendido em sala de aula
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9. PERSPECTIVA INSTRUMENTAL X VIVÊNCIA PLENA DA CULTURA
DIGITAL
Na busca por usar a tecnologia a seu favor, a professora de ciências e matemática, Elayne Stelmastchuk, de Nova
Fátima, Paraná, propôs aos seus alunos da escola estadual Dr. Aloysio de Barros Tostes a criação de blogs
temáticos de ciências. O sucesso foi tanto que outros alunos também resolveram criar blogs voltados para o
estudo.
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10. A CULTURA PARTICIPATIVA
- A cultura participativa (JENKINS, 2006, p. 7), caracteriza-se
por acolher a expressão artística e o engajamento cívico de
seus membros, oferecendo forte suporte para a criação e
compartilhamento de ideias, produtos e artefatos culturais.
- Propicia uma mentoria informal, onde o que é conhecido
pelos mais experientes é passado aos novatos.
- Seus membros acreditam no valor da própria contribuição e
se sentem conectados socialmente uns com os outros,
importando-se com o que estes pensam sobre suas
manifestações e criações.
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11. PREOCUPAÇÕES QUE SUGEREM UMA INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA
1) O gap da partipação: Acesso desigual às oportunidades, experiências, habilidades
e conhecimento que preparará o jovem para uma participação completa no
mundo de amanhã.
2) O problema da transparência: Ainda que os jovens estejam cada vez mais à
vontade na utilização das novas mídias, não possuem capacidade de analisar a
forma como estas mídias digitais moldam a sua percepção do mundo. Jovens são
incapazes de avaliar o verdadeiro valor de determinada informação.
3) O desafio/ vazio ético: Ainda estão por definir as normas éticas de ação no
ciberespaço. Que mecanismo de defesa tem as crianças e os jovens?
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12.
13. O QUE DEVE SER ENSINADO NA CULTURA PARTICIPATIVA
forma de solucionar problemas seguir o fluxo de histórias e informação através
de múltiplas modalidades;
interpretar e construir modelos
criar amostras plenas de sentido, misturando dinâmicos de processos do mundo-real;
adotar identidades alternativas e remixando conteúdos da mídia;
para o propósito de improvisação
e descoberta; interagir significativamente com ferramentas
que expandem capacidades mentais;
reunir e comparar notas com outros, captar ambientes e mudar o
tendo em vista uma meta comum; foco quando se fizer necessário
por detalhes salientes;
percorrer/viajar por diversas
comunidades, percebendo e
respeitando múltiplas
buscar, sintetizar e perspectivas, aproveitando e avaliar a confiabilidade e
disseminar informação; seguindo normas alternativas. credibilidade de recursos de
informação;
14. Sem dúvida o letramento das novas mídias nos distancia da
perspectiva instrumental e traz algum tipo de inovação a velha
dinâmica instituída pelas escolas, tão criticada atualmente.
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15. Porém, o conceito de Cultura Participativa carece de uma reflexão sobre
como o poder do saber e o poder econômico se constitui na sociedade-
rede.
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16. O gap da partipação: Acesso desigual às oportunidades, experiências, habilidades e
conhecimento que preparará o jovem para uma participação completa no mundo
de amanhã.
Paradoxo: como combater o gap da participação com exatamente aquilo que produz a
desigualdade atualmente?
Trivinho: o novo capitalismo virtual demanda senhas infotécnicas que obrigam a uma eterna reciclagem para
saber operar novos softwares e esse tipo de conhecimento pressupõe dinheiro para bancar essas atualizações
(2008).
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17. O problema da transparência: Jovens são incapazes de avaliar o verdadeiro valor de
determinada informação.
Increasingly, content comes to us already branded, already shaped through an economics of sponsorship, if
not overt advertising. We do not know how much these commercial interests influence what we see and
what we don’t see. Commercial interests even shape the order of listings on search engines in ways that
are often invisible to those who use them. (2006, pg. 16)
Jenkins apenas questiona o valor da informação em si e não as plataformas
que proporcionam o acesso as informações.
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18. Ugarte: o participacionismo é o que move a Web 2.0, formando tipos de regulação
que produzem artificialmente escassez gerando assim oligarquias participativas
compostas pelos que mais participam, pelos que são mais votados ou preferidos de
alguma forma, os quais acabam adquirindo mais privilégios ou autorizações
regulatórias do que os outros. (2007)
Franco : critica a conceito participação em si, dizendo que designa uma noção
construída por fora da interação. Para ele, participar é se tornar “parte ou partícipe
de algo que não foi reinventado no instante mesmo em que uma configuração
coletiva de interações se estabeleceu, mas algo que foi (já estava) dado ex ante”.
(2010)
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19. A IDEOLOGIA DA PARTICIPAÇÃO
- Para uma vivência plena da cultura digital é necessário acompanhar as
atualizações, e muitas escolas não conseguem e provavelmente nunca conseguirão
acompanhar as constantes mudanças de dotação tecnológica e de formação dos
professores ao nível da tecnologia educativa.
- A internet é ainda apenas uma esfera privada que tolera o discurso público,
dominada por empresas e seus interesses econômicos e ideológicos.
- Como falar de cultura participativa em um ambiente onde a fiscalização, controle ou
perseguição é prioridade do poder político e que, por sua vez, exerce pressão sobre as
empresas que nos proporcionam a vivência plena da cultura digital?
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20. Não basta somente o acesso restrito a uma vivência plena da
cultura digital sob a ideologia da participação.
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21. -Experiências online são moldadas por
diversos fatores sociais, incluindo classe social,
idade, gênero, raça, nacionalidade e ponto de
acesso.
-Jovens de classe média estão mais propensos
a terem recursos e assistência de colegas e
familiares em suas casas, e assim se tornarem
mais autônomos na escola
-Jovens de classes mais baixas que, por sua
vez, dependem mais dos professores e colegas
por não possuírem esse tipo de experiência
em casa.
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22. Buscando diminuir essa desigualdade, foi realizado um projeto ao sul da Índia onde crianças
com acesso a um computador instalado em muros aprenderam sozinhas conhecimentos
básicos de biotecnologia na língua inglesa em apenas dois meses, alcançando uma pontuação
de 30% em um teste.
O educador Sugata Mitra pediu a uma jovem contadora para ensinar essas crianças e
melhorar suas notas. Ela perguntou como poderia ensiná-los, e Mitra sugeriu "o método avó"
- esteja sempre presente, admire, fique fascinada e elogie. Dois meses depois, a pontuação da
classe subiu para 50%.
23. TECNOLOGIAS E SISTEMAS PSICOSSOCIAIS
Uma melhor relação com a tecnologia virá através das condições
determinadas pelo psiquismo e as condições “externas”sociais (Vieira, 2007,
p.108) a qual vive o aluno e não apenas por uma vivência plena da cultura
digital.
Vieira: O fato de um aprendiz viver dentro de um sistema acolhedor possibilita um
melhor aprendizado quando comparado a estudantes “que vivem em sistemas
agônicos, sendo dominado e desvalorizado por um líder egoísta e agressivo, vaidoso e
orgulhoso, com dificuldades de elaboração da afetividade e limitada sensibilidade”
(2007, p.111).
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24. ALGUMAS HIPÓTESES
Quais são as condições que devem ser seguidas para um vínculo efetivo
entre educação e novas tecnologias de comunicação nas escolas?
- Não basta somente o acesso restrito a uma vivência plena da cultura digital sob a
ideologia da participação.
-A relação aluno e mídias digitais acontecem dentro de um sistema psicossocial que
não pode ser ignorado.
- É necessária uma dimensão axiológica que envolva valores e afetividade, levando em
consideração uma série de fatores ambientais e internos ao sistema psicossocial.
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25. OBRIGADO
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