Este documento discute a metatriangulação como uma abordagem teórica construída a partir de múltiplos paradigmas. A metatriangulação envolve três fases: 1) fundamentos, 2) análise de dados e 3) construção de teorias. A metatriangulação visa superar limitações de teorias únicas ao fornecer explicações mais multidimensionais e contextualizadas dos fenômenos organizacionais complexos.
4. Modelo Técnica Fenômeno de interesse Resultado
Alvesson (1987 ) Agrupação Trabalho Quadros interpretativos
Astley e Van de Vem
(1983)
Agrupação Teoria organizacional Debates
Morgan (1983) Agrupação Métodos de pesquisa Formas de envolvimento
Morgan (1997) Agrupação Organização Metáforas/imagens
Reed (1996) Agrupação Estudos organizacionais Narrativas analíticas
Smircich (1983) Agrupação Cultura Programas de pesquisa
Gioia e Pitre (1990) Agrupação e
interligação
Construção teórica;
estrutura
Paradigmas, estruturalismo de zonas de
transição
Grint (1991) Agrupação e
interligação
Tecnologia Debates, teoria de rede de ator de
zona e transição
Kaghan e Phillips
(1998)
Interligação Conhecimento Perspectiva construtivista
Weaver e Gioia (1994) Interligação Estrutura Estruturalismo
Willmott (1993) Interligação Processo de trabalho Teoria radical do processo de trabalho
Revisões multiparadigmáticas
5. Modelo Técnica Fenômeno de interesse Resultado
Bradshaw-Camball e
Murray (1991)
Paralela Política organizacional Visão trifocal
Graham-hilll (1996) Paralela Estratégia de pequena
empresa
Quatro estudos de caso
Hassard (1991) Paralela Organização do trabalho Quatro estudos empíricos
Martin (1992) Paralela Cultura Três modelos conceituais de
perspectivas
Gioia, Donnellon e Sims
(1989)
Sequencial Scripts cognitivos Estudo objetivo-subjetivo
Gioia e Thomas (1996) Sequencial Mudança estratégica Estudo subjetivo-objetivo
Lee (1991) Sequencial Organização Estratégia sequencial
Sutton e
Rafaeli (1988)
Sequencial Demonstração emocional Estudo triangulado
Pesquisa multiparadigmática
6. Modelo Técnica Fenômeno de interesse Resultado
Goia e Pitre (1990) Metateorização Estrutura organizacional Inversão de conjectura
Grimes e Rood (1995) Metateorização Epistemologia local Epistemologias de interligação
Morgan (1983) Metateorização Métodos de pesquisa Conversação reflexiva
Poole e Van de Vem
(1989)
Metateorização Estrutura Estratégias paradoxais
Bouchikhi (1998) Interação Paradoxos organizacionais Tensões dialéticas
Chegg (1990) Interação Poder Teoria metaparadigmática
Gaventa (1980) Interação Poder Teoria metaparadigmática
Reed (1997) Interação Estrutura-ação Ontologia estratificada
Schultz e Hatch
(1996)
Interação Cultura Interação paradigmática
Spender (1998) Interação Conhecimento Epistemologia pluralista
Ybema (1996) Interação Cultura Teoria metaparadigmática
Construção teórica metaparadigmática
7. Multiparadigma Fase I - fundamentos
Paradigma único:
atividade indutiva
tradicional
Variação da
atividade indutiva
Propósito com
metatriangulação
Implicações para o
estudo da TPA
Especificar
pergunta de
pesquisa
Definir fenômeno
de interesse
prover foco,
permitindo
flexibilidade
interpretativa
Incorporação de
diversos tipos e
teorias de TPA
Rever bibliografia
relevante
Focar lentes
paradigmáticas
Entendimento
paradigmático;
Reconhecer
paradigma familiar
Divisões e conexões
percebidas entre
perspectivas
existentes
Escolher fonte de
dados
Coletar amostra
metateórica
Mirar lentes em
referências
empíricas, comuns
Estudos de caso
selecionados de
contextos diversos
de TPA
8. Multiparadigma Fase II – análise de dados
Paradigma único:
atividade indutiva
tradicional
Variação da
atividade indutiva
Propósito com
metatriangulação
Implicações para o
estudo da TPA
Desenhar o
processo de análise
Planejar o itinerário
dos paradigmas
Reconhecer
influências
paradigmáticas
Afastamento do
paradigma familiar
dominante
Codificar dados de
modo sistemático
Conduzir a
codificação
paradigmática
Cultivar
interpretações de
dados
Detalhamento de
visões contrastantes
da TPA e sua
implementação
Tabular ou
apresentar análise
Redigir relatos
paradigmáticos
Vivenciar
linguagem em uso
de paradigma
Reconhecimento de
conflitos e
sobreposições nas
imagens de tensões
da TPA
9. Multiparadigma Fase III – construção de teorias
Paradigma único:
atividade indutiva
tradicional
Variação da
atividade indutiva
Propósito com
metatriangulação
Implicações para o
estudo da TPA
Desenvolver e testar
proposições
Explorar
metaconjecturas
Conduzir
experiências mentais
Análise dos padrões
e discrepâncias
entre as explicações
Construir teoria Obter perspectiva
metaparadigmática
Abarcar
disparidades e
complementaridade
s
‘espaço’ e ‘tempo’
utilizados para
acomodar
explicações distintas
Avaliar teoria
resultante
Articular auto-
reflexão crítica
Determinar
qualidade teórica e
processo de
construção teórica
Rastreamento de
tensões e paradoxos
experimentados no
trabalho
10. Implicações da construção teórica
• Metatriangulação como alternativa para explorar
fenômenos complexos a partir de perspectivas
teóricas diferentes
11. • Orientação epistemológica e substantiva aos
teóricos
• Facilita mudança de teorias provincianas para
teorias mais contextualizadas e multidimensionais
• “a teoria metaparadigmática resultante pode
oferecer um modelo que amplie a teoria e a
pesquisa”
Vantagens
12. • Agrupação pode reproduzir o dualismo que
pretende superar
– Ver agrupações como guias fictícios
• A metatriangulação explora e critica o processo de
criação de conhecimento, ao prometer um maior
potencial de explicação
• Potencialidade de viés etnocêntrico: contaminação dos
relatos paradigmáticos
Limitações
13. • Metatriangulação indicada para
• investigar a teoria organizacional
• Comunicação e socialização (GIOIA e PITRE, 1990)
• Identidade organizacional, aprendizagem e
cognição (SCHULTZ e HATCH, 1996)
• Fenômenos organizacionais complexos e paradoxais
Aplicações futuras