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O QUE É “SOCIEDADE DE MASSA”?
marcosarrais.com.br
A expressão sociedade de massa foi criada
no século XX para designar um tipo de
sociedade marcada pela produção em
grande escala de bens de consumo, pela
concentração industrial, pela expansão dos
meios de comunicação de massa (televisão,
rádio, publicações impressas e, hoje, pela
rede de computadores), pelo consumismo
desenfreado, pelo conformismo social e pela
ação da publicidade, que induz as pessoas
a se comportarem como meros consumidores e não como cidadãos dotados de espírito
crítico. 0 texto a seguir analisa esse fenômeno.
A sociedade de massa surge num estágio avançado do processo de modernização. Tanto
no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, com a concentração da indústria na
produção de bens de massa e o crescimento cada vez maior do setor terciário, setor de
serviços, como o de lazer, quanto no que se refere à urbanização, com a concentração da
maior parte da população nas grandes cidades. Esse processo é acompanhado da
burocratização e da progressiva redução das margens da iniciativa individual.
Na sociedade de massa, tendem a perder peso sucessivamente os vínculos naturais, como
os da família e da comunidade local, prejudicados pelas organizações formais e pelas
relações intermediadas pelos meios de comunicação de massa: daí o notável crescimento
das relações mútuas entre sujeitos às vezes sumamente distantes entre si e, ao mesmo
tempo, o empobrecimento e a despersonalização dessas inter-relações, que envolvem
apenas aspectos parciais e limitados da personalidade dos indivíduos – as “comunidades”
criadas via internet são um exemplo disso.
Já no conceito de “homem-massa” do pensador espanhol Ortega y Gasset estava presente
a ideia de conformismo, que depois havia de ser considerado como próprio da sociedade
de massa. 0 homem-massa se sente à vontade – afirma Ortega y Gasset – quando é igual a
“todo o mundo”, isto é, à massa indiferenciada. Essa ideia levou ao conceito de
“conformismo de autômatos” criado por Erich Fromm em 0 medo da liberdade.
Segundo Fromm, com o conformismo típico da sociedade de massa, o indivíduo deixa de
ser ele próprio, tomando-se totalmente igual aos demais e como os outros querem que ele
seja. O preço disso é a perda do “eu genuíno”, da subjetividade original da pessoa, que é
constrangida a “fugir da liberdade”, ou seja, a buscar uma identidade substitutiva (um
“pseudo-eu”) na contínua aprovação e no contínuo reconhecimento por parte dos outros.
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Alguns críticos radicais que aplicam o modelo da sociedade de massa aos Estados Unidos,
em especial, ou, de um modo geral, às sociedades industriais avançadas do Ocidente,
reconhecem em tais sociedades, além de um conformismo difuso, uma acentuada
concentração do poder. 0 sociólogo norte-americano Charles Wright Mills constata nos
Estados Unidos, em concomitância com o surgimento da sociedade de massa, uma
verdadeira e autêntica elite dominante, compacta e coesa, composta pelas mais altas
figuras do poder econômico, dos círculos militares e da política, que detém todo o poder
nas decisões importantes para a nação.
O pensador alemão Herbert Marcuse, por sua vez, descreve a sociedade de massa
estadunidense como uma sociedade “de uma só dimensão”, caracterizada pelo pleno
domínio econômico-tecnológico sobre as pessoas, por um controle absoluto dos meios de
comunicação de massa, por uma grosseira manipulação da cultura e pela obstrução de
qualquer espaço de discordância: um estado de coisas que não hesita em chamar de
“totalitarismo” (um totalitarismo não “terrorífico”, mas “tecnológico”).
Adaptado de: ORTEGATI, Cássio. Sociedade de massa. In: BOBBIO, N.; Matteucci, N. e
PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1986.
p. 1211-3.
Vamos pensar?
Alguns autores afirmam que as pessoas sofrem uma verdadeira “lavagem cerebral” na
sociedade de massa e que todos se conformam com o que essa sociedade lhes impõe.
Segundo Herbert Marcuse, a sociedade de massa tende a fazer do consumo um ideal de
vida, levando as pessoas a limitar seus horizontes e suas aspirações à posse de bens como
um automóvel, uma casa equipada com geladeira e outros eletrodomésticos, etc. Hoje,
poderíamos acrescentar a esses bens o celular e o computador. Você concorda com a visão
desses pensadores? Explique sua resposta, analisando o fenômeno moderno da sociedade
de massa.
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O que é sociedade de massa

  • 1. 1/2 O QUE É “SOCIEDADE DE MASSA”? marcosarrais.com.br A expressão sociedade de massa foi criada no século XX para designar um tipo de sociedade marcada pela produção em grande escala de bens de consumo, pela concentração industrial, pela expansão dos meios de comunicação de massa (televisão, rádio, publicações impressas e, hoje, pela rede de computadores), pelo consumismo desenfreado, pelo conformismo social e pela ação da publicidade, que induz as pessoas a se comportarem como meros consumidores e não como cidadãos dotados de espírito crítico. 0 texto a seguir analisa esse fenômeno. A sociedade de massa surge num estágio avançado do processo de modernização. Tanto no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, com a concentração da indústria na produção de bens de massa e o crescimento cada vez maior do setor terciário, setor de serviços, como o de lazer, quanto no que se refere à urbanização, com a concentração da maior parte da população nas grandes cidades. Esse processo é acompanhado da burocratização e da progressiva redução das margens da iniciativa individual. Na sociedade de massa, tendem a perder peso sucessivamente os vínculos naturais, como os da família e da comunidade local, prejudicados pelas organizações formais e pelas relações intermediadas pelos meios de comunicação de massa: daí o notável crescimento das relações mútuas entre sujeitos às vezes sumamente distantes entre si e, ao mesmo tempo, o empobrecimento e a despersonalização dessas inter-relações, que envolvem apenas aspectos parciais e limitados da personalidade dos indivíduos – as “comunidades” criadas via internet são um exemplo disso. Já no conceito de “homem-massa” do pensador espanhol Ortega y Gasset estava presente a ideia de conformismo, que depois havia de ser considerado como próprio da sociedade de massa. 0 homem-massa se sente à vontade – afirma Ortega y Gasset – quando é igual a “todo o mundo”, isto é, à massa indiferenciada. Essa ideia levou ao conceito de “conformismo de autômatos” criado por Erich Fromm em 0 medo da liberdade. Segundo Fromm, com o conformismo típico da sociedade de massa, o indivíduo deixa de ser ele próprio, tomando-se totalmente igual aos demais e como os outros querem que ele seja. O preço disso é a perda do “eu genuíno”, da subjetividade original da pessoa, que é constrangida a “fugir da liberdade”, ou seja, a buscar uma identidade substitutiva (um “pseudo-eu”) na contínua aprovação e no contínuo reconhecimento por parte dos outros.
  • 2. 2/2 Alguns críticos radicais que aplicam o modelo da sociedade de massa aos Estados Unidos, em especial, ou, de um modo geral, às sociedades industriais avançadas do Ocidente, reconhecem em tais sociedades, além de um conformismo difuso, uma acentuada concentração do poder. 0 sociólogo norte-americano Charles Wright Mills constata nos Estados Unidos, em concomitância com o surgimento da sociedade de massa, uma verdadeira e autêntica elite dominante, compacta e coesa, composta pelas mais altas figuras do poder econômico, dos círculos militares e da política, que detém todo o poder nas decisões importantes para a nação. O pensador alemão Herbert Marcuse, por sua vez, descreve a sociedade de massa estadunidense como uma sociedade “de uma só dimensão”, caracterizada pelo pleno domínio econômico-tecnológico sobre as pessoas, por um controle absoluto dos meios de comunicação de massa, por uma grosseira manipulação da cultura e pela obstrução de qualquer espaço de discordância: um estado de coisas que não hesita em chamar de “totalitarismo” (um totalitarismo não “terrorífico”, mas “tecnológico”). Adaptado de: ORTEGATI, Cássio. Sociedade de massa. In: BOBBIO, N.; Matteucci, N. e PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1986. p. 1211-3. Vamos pensar? Alguns autores afirmam que as pessoas sofrem uma verdadeira “lavagem cerebral” na sociedade de massa e que todos se conformam com o que essa sociedade lhes impõe. Segundo Herbert Marcuse, a sociedade de massa tende a fazer do consumo um ideal de vida, levando as pessoas a limitar seus horizontes e suas aspirações à posse de bens como um automóvel, uma casa equipada com geladeira e outros eletrodomésticos, etc. Hoje, poderíamos acrescentar a esses bens o celular e o computador. Você concorda com a visão desses pensadores? Explique sua resposta, analisando o fenômeno moderno da sociedade de massa. 4