O documento descreve o desenvolvimento histórico dos meios de comunicação de massa. Começa com a invenção da imprensa por Gutenberg, que permitiu a disseminação de ideias em larga escala. Posteriormente, durante a Revolução Industrial, os meios de comunicação se estabeleceram como grandes empresas capitalistas, impulsionadas pela necessidade de comunicar em larga escala. Finalmente, o documento descreve o surgimento e evolução de vários meios como rádio, cinema, televisão e novas tecnologias digitais.
1. O DESENVOLVIMENTO DOS
MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE
MASSA
DISCIPLINA: SISTEMA DE COMUNICAÇÃO BRASILEIRA
P R O F. : L A É R C I O T O R R E S D E G Ó E S
2. Meios de comunicação de massa
O que seria comunicação de massa? Mídia de massa?
Comunicação: interação social através da mensagem (Gerbner, 1967)
Massa: grande número de pessoas ou produção.
Comunicação de massa: compreende as instituições e técnicas pelas
quais grupos especializados empregam meios tecnológicos (jornais,
rádio, cinema, etc.) para disseminar conteúdos simbólicos junto de
grandes audiências, dispersas e heterogêneas (Janowitz, 1968).
Mídia de massa: a expressão mídia de massa, segundo Denis
McQuail (2003), refere-se aos meios para comunicar abertamente e à
distância com muitos receptores num curto espaço de tempo.
3. Desenvolvimento do processo de comunicação de massa
Desenvolvimento contínuo das tecnologias, das primeiras formas midiáticas
(pinturas rupestres) até as formas digitais mais modernas que expandiram a
capacidade, a velocidade e a eficiência da transmissão.
A ideia de comunicar publicamente através do tempo e do espaço é antiga:
instituições religiosas, política e educacionais.
Disseminação de ideias em larga escala: religião (Igreja) e política.
Invenção da imprensa (Gutenberg)
Reforma/Contra-reforma
Revolução Industrial: os meios de comunicação de massa, como
conhecemos hoje, se estabeleceram como grandes empresas capitalistas
impulsionados pela Revolução Industrial, a partir do século XIX, com a
imprensa.
4. Desenvolvimento do processo de comunicação de massa
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, pode ser compreendida como a
passagem para a produção capitalista propriamente dita, ocasionada por uma
junção de fatores, como:
a) a exploração colonial e comércio mundial, que produziram um
aumento das trocas de produtos básicos e dos produtos têxteis e
manufaturados, com a necessidade de produzir mais para vender mais, o que
impulsionou a industrialização;
b) rápida urbanização, com a expulsão dos camponeses da zona rural;
c) aplicação da ciência e das invenções técnicas nas indústrias, causando
um grande aumento da produção.
São essas condições econômicas, técnicas e socioculturais, que surgiram com a
Revolução Industrial, que vão moldar a imprensa periódica no Século XIX e
toda a mídia de massa nos períodos posteriores.
5. Desenvolvimento do processo de comunicação de massa
Sociedade massificada: com a Revolução Industrial, ocorre em vários países
da Europa, um deslocamento da população rural para as cidades. A
concentração populacional nos espaços, caracterizados pela urbanização e
industrialização, leva inevitavelmente a pensar na massificação.
Organizações de massa: partidos, associações e sindicatos, com suas
reivindicações coletivas.
Sociedade industrializada: em torno da indústria e da técnica, que produz
em grande escala e que demanda um mercado mais amplo (nacional e
internacional).
Invenções técnicas: No século XIX, em um contexto em que se concretiza a
noção de liberdade de opinião, um conjunto de invenções técnicas vai permitir
o desenvolvimento de novas redes de comunicação.
6. Desenvolvimento do processo de comunicação de massa
No período da I e II Revolução Industrial, algumas
descobertas e invenções colaboraram de forma decisiva
com o desenvolvimento dos meios de comunicação de
massa:
Máquina a vapor
Eletricidade (Alessandro Volta – 1853);
Lâmpada elétrica e fonógrafo (Thomas Alva Edison – 1878);
Telégrafo;
Radiodifusão telegráfica (Marconi – 1896);
Telefone sem fio (Alexander Graham Bell – 1876);
Trem a vapor.
7. Mídia impressa
A invenção da imprensa por Gutenberg, no século XV, foi um
dos marcos de passagem da Época Medieval para a Época
Moderna.
Conseqüências importantes:
a) a possibilidade de imprimir numerosas cópias idênticas
de um mesmo livro;
b) aumento da variedade e quantidade de títulos disponíveis;
c) tornou-se comum a tradução de obras para o vernáculo;
d) redução do preço do livro; e) expansão do público leitor.
8. Mídia impressa
Evolução técnica: Até o século XVIII a impressão, realizada com prensa
manual, exigia força física. Após a 1a Revolução Industrial, novas invenções
técnicas influenciaram o desenvolvimento, principalmente, da imprensa, com a
invenção da máquina a vapor o que possibilitou a produção em série.
Novos públicos: A inclusão de novos públicos como as mulheres, e depois os
jovens estudantes, além das conquistas técnicas, permitem um crescente
barateamento nas publicações.
Romance popular: Surge o romance popular, que depois é adaptado para os
jornais, chamado de romance-folhetim.
Livro impresso: a história das mídias modernas começa com o livro
impresso. Deixa de ser um objeto único e se torna padronizado e produzido
industrialmente. Diminui bastante o número de horas e de trabalhadores
necessários para produzir um livro.
9. Mídia impressa
A impressão leva a uma mudança de conteúdos:
trabalhos mais seculares, práticos e populares nas
línguas vernáculas, bem como panfletos religiosos e
políticos.
A aplicação bem sucedida de tecnologias de
impressão à reprodução dos textos em vez da cópia
manual, em meados do século XV, constituiu o
primeiro degrau na emergência de uma instituição
midiática. Triunfo do formato livro sobre os rolos de
papel e ou de papiro.
Na Idade Média, era visto como repositório de
sabedoria. Feitos para durar e disseminados em
círculos limitados.
Biblioteca: armazém de livros – ideia do livro como
registro de um trabalho permanente e de referência.
10. Mídia impressa
Nova profissão: a impressão tornou-se uma nova profissão e um ramo
significativo do comércio. Os impressores passaram de tipógrafos a editores.
Papel do autor: apareceram a ideia e o papel do autor, já que manuscritos
anteriores eram normalmente de autores mortos; e o desenvolvimento do papel
do autor profissional, desde o final do Século XVI, apoiado por mecenas.
Mercado: estes fatos revelam o surgimento de um mercado e a transformação
do livro em mercadoria, um produto para as massas.
Não dá sinal de perder a sua posição como importante meio de massa, apesar
das alternativas tecnológicas contemporâneas.
11. Mídia impressa
Jornal impresso: é impossível precisar a data do primeiro jornal.
Informativos com temas variados circularam nos séculos XVI e XVII, mas
tinham pouco impacto social. Isto muda no século XVIII, primeiramente na
Inglaterra, com o surgimento da imprensa periódica não-oficial, quando o
jornal passa a ter um uso político e se integra de forma permanente ao
cotidiano.
Atividade comercial: a transformação da imprensa periódica em atividade
comercial de larga escala dependeu, em grande parte da adoção de uma seria
de inovações técnicas: máquina a vapor, prensa rotativa, máquina compositora
de tipos, telégrafo eletromagnético, a construção de estradas de ferro, a
utilização de navios a vapor.
Fatores de desenvolvimento: as inovações técnicas foram cruciais para o
aumento dramático da capacidade reprodutiva da indústria jornalística. Além
disso, há o barateamento dos custos, fruto também da abolição dos impostos
sobre a impressão, o aumento populacional e a diminuição do analfabetismo
(Marcondes Filho, 1989).
12. Publicidade
Sustentação econômica: o desenvolvimento tecnológico exigiu formas de
sustentação econômica diferentes das anteriores, papel que coube à
publicidade. A imprensa tornou-se um lugar de acumulação capitalista e o
jornal tratado como mercadoria. O jornal passou a fazer a mediação entre os
produtores e consumidores, anunciantes e leitores.
As fábricas produzem mercadorias em grande quantidade e era preciso passar a
organizar sua circulação (venda). Assim, faz-se inevitável o recurso à
publicidade, que por sua vez, encontraria espaço dos jornais que necessitavam
de seu sustento financeiro.
Agências de publicidade: a primeira agência moderna e independente teria
sido a inglesa R. F. White & Son, fundada em 1836, encarregada de intermediar
a venda de espaços para anúncios nos impressos. Nos Estados Unidos, a
primeira foi Volney Palmer, aberta em 1841. Em 1861, já existiam nos Estados
Unidos mais de 30 agências de publicidade em periódicos.
Para atrair os anunciantes era preciso ter uma grande circulação e para
aumentar a circulação seria necessário aprimorar a aparência do produto
(Marcondes Filho, 1989).
13. Cinema
Queda do consumo: Após a Primeira Guerra
Mundial, o consumo do veículo sofreu uma queda, em
grande parte pela emergência de outras formas de
comunicação de massa: o rádio e próprio cinema
passam a atender às necessidades informacionais da
população.
Novidade tecnológica: o cinema começou no final
do século XIX (1895) como novidade tecnológica, mas
o que oferecia era pouco inovador em conteúdo ou
função. Tornou-se quase instantaneamente um meio
de massa, no sentido em que rapidamente chegou a
grande parte da população, mesmo em áreas rurais.
Tempo livre: oferecia estórias, espetáculos, música,
drama, humor e truques tecnológicos para consumo
popular. Como meio de massas, o cinema foi uma
resposta parcial à invenção do tempo livre – tempo
fora do trabalho – e à procura de maneiras respeitáveis
de gozar o tempo livre em família, ou seja,
necessidades individuais.
14. Cinema
Internacionalização da cultura de massa: o
processo de produção de massa do cinema inicia-se de
forma sistemática com a americanização da indústria do
filme e da cultura cinematográfica nos anos que se
seguiram à Primeira Guerra Mundial. A indústria
cinematográfica é a responsável pelo primeiro processo
importante de internacionalização da cultura de massa.
Indústria cinematográfica: os estúdios de Hollywood
são criados por particulares, entre 1909 e 1913. Em 1910, é
lançada a primeira estrela, Mary Pickford, inaugurando o
star system, o sistema dos filmes com estrelas. Nesse
momento, o comércio internacional dos filmes não sofre
nenhum entrave alfandegário ou de política comercial.
15. Rádio
Até a Primeira Guerra Mundial, o rádio era utilizado como
continuidade do telégrafo e para fins militares. Seu uso
comercial foi explorado inicialmente pela Westinghouse, que
criaram a KDKA, de Pittsburgh, em 1920.
A programação era constituída por música, publicidade e
informação. Nesse formato foram criadas várias emissoras,
não só nos Estados Unidos, como também em toda a Europa.
Mídia massiva: por alcançar todo tipo de público, a
população da zona rural e os iletrados, o rádio tornou-se uma
mídia massiva rapidamente, com uma programação de
entretenimento para agradar boa parte dos ouvintes:
radiojornal, radionovela, radioteatro, programas de auditório,
etc..
No Brasil, durante a década de 30, com o impulso da
industrialização e a permissão do uso de publicidade, o meio
torna-se massivo, com uma programação associada ao
entretenimento.
16. Televisão
Principal fonte de notícias e informações: a
televisão é considerada o meio mais massivo em
termos de alcance, tempo gasto e popularidade.
Apesar de ser considerada sobretudo como meio
de entretenimento, é para muitas pessoas a
principal fonte de notícias e de informações.
Maior canal de publicidade, o que ajuda a
confirmar seu papel de entretenimento de massa.
Concessão pública: a televisão nasceu dentro de
um modelo reconhecido como público. Havia a
idéia de que as produções culturais deste meio, por
pertencerem a um povo, não poderiam ser
influenciadas por interferências comerciais ou
políticas. A BBC, na Inglaterra surgiu dentro desta
lógica.
17. Televisão
Televisão comercial: os Estados Unidos foram os
primeiros a romper com este modelo. Embora a NBC
tenha estreado em 30 de abril de 1939 dentro deste
modelo, já em 1o de julho de 1941, se tornaria a
primeira televisão comercial do mundo, com
patrocinadores e anunciantes sustentando a
programação.
Audiência/publicidade: como um meio popular de
massa, desde o início só se sustenta na programação a
atração que consiga audiência suficiente para garantir
o retorno da publicidade de produtos ou das vendas
diretas ou indiretas de mercadorias para o
telespectador.
No Brasil, desde a criação da TV Tupi, em 1950, seguiu
a lógica de um meio massivo, com uma programação
voltada para as massas e sustentada pela publicidade.
18. Novas tecnologias digitais
Era de grande desenvolvimento tecnológico: advento das
tecnologias de informação e comunicação (TICs);
Processo de digitalização:
Novos meios de armazenagem e reprodução (CD-ROM,
DVD, Blue-ray, pendrives, etc.);
Novas possibilidades de produções midiáticas
(computadores pessoais, celulares, smartphones,
computadores de mão, câmeras digitais, netbooks,
notebooks, etc.);
Novos meios de transmissão por cabos, satélites e rádio;
Principal meio: Internet/Web.
Convergência midiática – midiamorfose (Roger Fidler)
19. Poder da mídia de massa
A crença no poder das mídias de massas baseou-se inicialmente
na observação da sua grande disseminação e impacto,
especialmente em relação aos novos jornais populares nos
Estados Unidos, como a campanha promovida pelos jornais de
W. R. Hearst para que o país declarasse guerra à Espanha.
Mobilização dos jornais e do cinema na maior parte da Europa e
Estados Unidos para fins bélicos nacionalistas dos Estados em
disputa na Primeira Guerra mundial;
O uso da propaganda nos meios de comunicação pela Alemanha
nazista e União Soviética. Assim, criou-se a convicção no meado
do século XX que a publicidade de massas era eficaz na
formação de opiniões e na influência sobre os comportamentos.
Horkheimer e Adorno, na década de 40, elabora o conceito de
indústria cultural, analisando que os meios de comunicação
naquela época serviam à manutenção do sistema capitalista
através do consumo de produtos estéticos massificados.
20. Desenvolvimento dos meios de comunicação no Brasil
Governo brasileiro – principal força econômica de crescimento dos
meios de comunicação de massa.
Apoio técnico e financeiro
As políticas governamentais de modernização técnica do país e
integração das populações contribuem para o crescimento dos meios de
comunicação, principalmente, jornais e televisão.
Antes e depois de 1964, a influência governamental na mídia impressa:
empréstimos aos jornais pró-governo e publicidade oficial em jornais
amigos.
Depois de 1964, participação e influência governamental no
crescimento dos veículos de massa foram determinados pelos objetivos
de Estado: promoção do desenvolvimento e modernização do país.
21. Desenvolvimento dos meios de comunicação no Brasil
Ações governamentais:
Políticas de desenvolvimento econômico, baseadas num
processo de industrialização rápido e centrado nas grandes cidades.
Contribuem para maior penetração, distribuição e circulação da mídia
impressa e eletrônica.
Construção de novas rodovias, aeroportos, modernização dos
serviços de correios e telégrafos e do sistema de
telecomunicações. Abertura de novos canais de distribuição para a
mídia impressa e eletrônica.
Medidas para controle e modernização da mídia impressa.
Promove a expansão da capacidade gráfica do país.
22. Mídia impressa (jornais e revistas)
Inúmeros jornais, revistas e gráficas receberam ajuda por meio do Geipag
(Grupo Executivo das Indústrias de Papel e Artes Gráficas), vinculado ao
Ministério da Indústria e Comércio.
Os investimentos levaram à substituição do tradicional sistema de
impressão e de composição a quente pelo novo e importado sistema de
impressão offset.
Modernização e aceleração dos meios de produção.
Entre 1967 e 1973, os jornais publicavam grande número de páginas
inteiras de anúncios, coloridos ou não.
No período de 1968 a 1978, apesar da existência da censura e dos atos
institucionais, surgiram vários pequenos jornais com o objetivo de atender
segmentos profissionais que não conseguiam espaço na grande imprensa –
imprensa alternativa.
23. Mídia impressa (jornais e revistas)
Aumenta dependência dos jornais em relação ao governo.
Uso da permissão para importação de papel e outros produtos
fotográficos necessários à impressão offset como mais uma forma de
controle e pressão sobre a imprensa.
Últimos anos da década de 1960 e no início da década de 1970,
desaparecem importantes e poderosos jornais e revistas por
dificuldades econômicas e pressões políticas:
Correio da Manhã, O Jornal, O Cruzeiro, Última Hora, Diário de S.
Paulo, Diário Carioca, Diário de Notícias e a A Gazeta.
24. Mídia impressa (jornais e revistas)
O meio revista é o segundo mais antigo veículo de comunicação do país.
Até meados dos anos 1960, antes do estabelecimento das redes nacionais de
televisão e de rádio, as revistas foram por muitos anos os únicos veículos de
circulação nacional.
A propriedade dos títulos está concentrada nas mãos de alguns poucos
editores e a produção de quase todos os títulos brasileiros são impressos no
Rio de janeiro e em São Paulo.
Atualmente, controlado por duas grandes empresas: Editora Abril e Editora
Globo.
Em 1928, surgiu a revista O Cruzeiro, que em 1952 atingiu uma circulação de
550.000 exemplares.
25. Mídia impressa (jornais e revistas)
Em 1950, surge a Editora Abril, com a revista em quadrinhos O Pato Donald,
que se estabeleceu e cresceu, tornando-se a maior empresa do setor da América
Latina, publicando mais de 100 título, entre eles a revista semanal Veja.
Em 1952, surgiu a revista Manchete, da Editora Bloch, que chegou
disputando o mercado com O Cruzeiro.
Em 1980, a Bloch publicava 14 título com 3,1 milhões de exemplares/ano,
dividindo o mercado com a Abril, que publicava 49 títulos, com 7,5 milhões de
exemplares/ano.
A Editora Globo, responsável, em 2005, pela publicação de 35 títulos. Entre
eles, a revista semanal Época, lançada para competir com a Veja e já ocupa a
segunda posição em venda.
A partir da década de 1960, a segmentação torna-se referencial na mídia
impressa.
26. Mídia impressa (jornais e revistas)
Década de 1990, com o Plano Real, as empresas de comunicação
desenvolveram megaprojetos e se modernizaram, contraindo dívidas em
dólar.
Concentração midiática/grupos familiares: grupo dos Marinho (Globo), os
Civita (Abril), os Sirotsky (RBS), os Frias (Folha), os Mesquitas (Estado) e
outros grupos regionais.
Em 2000, o Brasil tinha 2245 jornais, sendo 465 diários.
Fatores de expansão da mídia: a televisão paga, os avanços tecnológicos, a
internet, a abertura do mercado de telecomunicações, o surgimento de
novos serviços e o fim do monopólio estatal da telefonia.
A crise financeira que atingiu o país entre os anos de 2000 e 2002 acabou
resvalando nas empresas de comunicação de um modo geral que acumulou
prejuízo em torno de R$ 7 bilhões em 2002.
27. Mídia impressa (jornais e revistas)
Apesar do crescimento dos últimos dez anos, a penetração dos jornais
diários brasileiros é muito baixa, atingindo cerca de 52 exemplares por
mil habitantes (55ª posição mundial em índice de exemplares por mil
habitantes).
As alternativas de sobrevivência e de crescimento da mídia impressa
brasileira apontam para parcerias e fusões (Valor Econômico –
Globo/Folha)
Outra tendência é a participação acionária do capital estrangeiro em até
30% na mídia impressa e de radiodifusão, permitida pela Lei 10.610, de
20 de dezembro de 2002.
28. Mídia impressa (jornais e revistas)
Outras tendências da mídia impressa:
Maior convergência em relação à distribuição do conteúdo jornalístico;
Novas parcerias entre grupos de mídia em níveis nacional e regional;
Tentativa de manter a fidelização de leitores e anunciantes;
Desmonte das equipes de jornais como forma de redução de custos;
Como consequências das possíveis fusões da empresas, haverá redução
do número de fontes de informação.
29. Mídia eletrônica (rádio e televisão)
Atividade eminentemente privada e tem desempenhado relevante papel
na integração nacional.
A radiodifusão é considerada um serviço público sobre o qual o governo
exerce controle desde 1922.
Por meio de agências regulamentadoras e da legislação existente, o
Estado tem exercido não apenas um controle direto sobre a mídia
eletrônica como também a tem utilizado para sua legitimação e difusão
de sua ideologia.
A concessão de canais de transmissão pelo país durante o regime
militar (1964-1985) seguiu os objetivos definidos na Doutrina de
Segurança Nacional, que se referem à integração nacional e à
integridade territorial.
30. Mídia eletrônica (rádio e televisão)
Concessão: a concessão de licenças para exploração de
frequências de emissoras de rádio ou televisão reforçou o
controle exercido pelo Estado, pois as permissões só eram
concedidas a grupos que apoiaram o governo.
A partir da Constituição de 1988, as concessões ou renovações
que forem feitas pelo Poder Executivo devem ser apreciadas pelo
Congresso Nacional e o cancelamento da concessão ou permissão
dependerá de decisão judicial.
O Brasil ocupa atualmente o segundo lugar em número de
emissoras de rádio em operação entre todos os países do mundo.
O rádio é o meio que detém a maior audiência no Brasil.
31. Mídia eletrônica (rádio e televisão)
O Brasil é o maior mercado de componentes eletrônicos da América do
Sul e um dos maiores produtores mundiais de televisores.
Com o sucesso do Plano Real, as camadas mais pobres da população
passaram a ter maior poder aquisitivo, podendo comprar novos
televisores, o que faz crescer a audiência das classes C, D e E.
Acirramento da concorrência entre as redes de televisão aberta, com a
produção de programas popularescos e sensacionalistas,
principalmente, porque perderam grande parte da audiência das
classes A e B para os canais por assinatura.
32. Mídia eletrônica (rádio e televisão)
Tendências da mídia televisiva:
Convergência entre a televisão e a internet;
Totalmente digital;
Segmentação: programas dirigidos a grupos específicos.
33. Bibliografia
MATTELART, Armand. Comunicação Mundo.
Petrópolis: Vozes, 1994.
MATTOS, Sérgio. Mídia controlada. São Paulo:
Paulus, 2005.
MCQUAIL, Denis. Teoria da comunicação de
Massas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
2003.