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O DESCARTE DO SER HUMANO NA ERA PÓS-MODERNA
Fernando Alcoforado*
O mundo passa por um período conturbado na era contemporânea em que tudo é varrido
pela velocidade das mudanças. Existe também um grande pessimismo diante da perda
dos valores e referenciais do passado e da falta de sentido da vida. O fracasso do
Iluminismo e da Modernidade na realização do progresso da humanidade e na conquista
da felicidade para os seres humanos abriu caminho para o advento da Pós-Modernidade
que representa uma reação cultural à perda de confiança no potencial universal do
projeto iluminista e da Modernidade. A Pós-modernidade significa, portanto, uma
reação àquilo que é moderno. Em La condition postmoderne, rapport sur le savoir
(Paris: Minuit, 1979), Jean-François Lyotard, filósofo francês, caracteriza a Pós-
modernidade como uma decorrência da morte das "grandes narrativas" totalizantes da
Modernidade, fundadas na crença no progresso e nos ideais iluministas de igualdade,
liberdade e fraternidade.
Enquanto a Modernidade pode ser caracterizada como a época da valorização e crença
nas noções de verdade, razão, objetividade e determinismo, fé inabalável no progresso
científico e na emancipação universal, a Pós- modernidade seria o questionamento de
tudo isso. A Pós-modernidade é definida também por muitos autores como a época das
incertezas, das fragmentações, das desconstruções, da troca de valores. Em relação à
Pós-Modernidade, Lyotard afirma que o que está em curso é um desmantelamento e
uma sucessiva reconstrução das instituições, o que muitas vezes torna os laços humanos
muito fluidos. No plano das relações humanas, a Pós-modernidade se caracteriza pela
quebra dos paradigmas que prevaleciam anteriormente como, por exemplo, de que o
casamento diz respeito à relação homem-mulher. Um dos aspectos mais visíveis da
época em que vivemos é a capacidade que cada indivíduo tem de inventar novos
arranjos conjugais como o casamento homossexual. Na Pós-modernidade, percebe-se a
capacidade de aceitar e até valorizar grupos que eram estigmatizados socialmente, como
os homossexuais, os divorciados, os solteiros e os sem filhos.
Na Pós- Modernidade, o mundo construído de objetos duráveis foi substituído pelo de
produtos disponíveis e projetados para imediata obsolescência e descarte. A rapidez do
descarte se aplica não apenas aos valores sociais e aos produtos consumidos no
mercado, mas também aos próprios seres humanos no mundo do trabalho que estão
sendo descartados e substituídos por máquinas inteligentes. No Fórum Econômico
Mundial (WEF), em Davos, que teve como tema “A Quarta Revolução Industrial”, foi
projetada uma perda líquida de 5 milhões de empregos em 2020, em quinze economias
que correspondem a 67% da força de trabalho global em consequência da expansão das
tecnologias emergentes no setor produtivo e que os setores administrativos e de
escritório serão os mais afetados (MACEDO, Bruno. O fim do emprego e a ascensão do
trabalho com propósito na era das “máquinas inteligentes”. Disponível no website
<http://ofuturodascoisas.com/o-fim-do-emprego-e-a-ascencao-do-trabalho-com-
proposito-na-era-das-maquinas-inteligentes/, 2016>). O Fórum Econômico Mundial
(WEF), em Davos, informa, também, que quase metade (47%) de todos os trabalhos nos
Estados Unidos e 35% na Grã-Bretanha estará susceptível à automatização pela
tecnologia nas próximas duas décadas de acordo com a The Economist e pesquisadores
da Universidade de Oxford.
A Consultoria McKinsey relatou que 140 milhões de trabalhadores poderão ser
substituídos por automatizados pela tecnologia até 2025. É possível imaginar que as
2
fábricas do futuro contarão cada vez menos com a presença de seres humanos na linha
de produção. Em três décadas foram eliminados 6 milhões de postos de trabalho
industriais nos Estados Unidos fazendo com que o emprego nas fábricas atingisse o
patamar da década de 1940. Nos países ricos, estima-se que 25% de todas as funções na
indústria deverão ser substituídas por tecnologias de automação até 2025. No mundo, a
estimativa é que 60 milhões de postos de trabalho em fábricas sejam eliminados
(EXAME.COM. A era das fábricas inteligentes está começando. Disponível no website
<http://exame2.com.br/mobile/revista-exame/noticias/a-fabrica-do-futuro>, 2014).
Em sua obra O mal estar da pós-modernidade (Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1998),
Zygmunt Bauman afirma que os homens da Modernidade viveram num tempo-espaço
sólido, durável, duro recipiente em que os atos humanos podiam cunhar-se seguros.
Entretanto para os homens e as mulheres da Pós-Modernidade esse mundo desapareceu.
Conforme aponta Bauman o mundo em que o homem está vivendo é formado de regras
que são feitas e refeitas no curso dos próprios acontecimentos. Muitas das relações que
perpassam o mundo contemporâneo não são duradouras. Vivemos na atualidade desde o
século XX, uma única catástrofe, como afirmava Walter Benjamin, ensaísta, crítico
literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão, associado à Escola de Frankfurt,
de que o inferno não é aquilo que chegará, mas sim é essa vida aqui e agora (THIELEN,
Helmut. Além da modernidade para a globalização de uma esperança conscientizada.
Petrópolis: Vozes, 1998). Estamos vivendo uma era cuja principal característica é o
aprofundamento da barbárie.
A barbárie que se registra hoje é o produto da crise da modernidade e do eclipse da
Razão, no bojo da crise quase terminal do capitalismo, quando morre o mito do
Progresso. Ressalte-se que modernidade é o conjunto de transformações que se inicia a
partir do século XV e que estende até o século XVIII, envolvendo aspectos culturais (o
Renascimento), políticos (o surgimento dos Estados Nacionais Absolutistas) e
econômicos (o Capitalismo Comercial). O projeto da modernidade baseado na Razão
fracassou porque a história da modernidade mostrou a incompatibilidade entre as duas
partes do projeto: a autonomia da Razão e a conquista da felicidade. Hoje, a Razão se
torna desnecessária. A tentativa de destruição da Razão é bastante recente. Foi assim
que surgiu o projeto da pós-modernidade em antítese ao projeto da modernidade, como
característica da sociedade pós- industrial marcada pela crise da razão, a perda de confiança no progresso
técnico- científico, a descrença nas metanarrativas e de todo discurso totalizante. Tais transformações se
observamapartirdosanos1950epredominantementeapartirdadécadade1990comaditaduraneoliberal.
Marshall Berman escritor e filósofo já falecido, professor de Ciência Política do City
College de New York e do Graduate Center da City University of New York, é autor do
livro Tudo que é solido desmancha no ar, cujo título alude a uma frase de Karl Marx no
Manifesto do Partido Comunista que afirmou que no capitalismo “tudo o que é sólido
se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente
forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas”.
Berman apresentou sua definição de modernismo contrapondo-a às filosofias pós-
modernas (BERMAN, Marshall. Tudo que é solido desmancha no ar. São Paulo:
Companhia das Letras, 1986). O sociólogo Zygmunt Bauman, falecido recentemente,
analisa o caminho da sociedade pós-moderna consumista. Questiona a qualidade da
ascensão da sociedade atingida pela capacidade de consumir e aborda as relações
humanas que têm se tornado cada vez mais frágeis, comparando-as a mercadorias, que
são descartadas quando já não “servem” mais. Bauman afirma que o advento da
3
sociedade líquido-moderna significou a morte das principais utopias sociais e, de modo
mais geral, da ideia de uma “boa sociedade”.
Bauman afirma que “um mercado de consumo propaga a circulação rápida, a menor
distância do uso ao detrito e ao depósito de lixo, e a substituição imediata dos bens que
não sejam mais lucrativos”. “O lixo é o principal e comprovadamente o mais abundante
produto da sociedade moderna de consumo. Entre as indústrias da sociedade de
consumo, a de produção de lixo é a mais sólida e imune a crises”. “A vida talvez seja
sempre um ‘viver-para-a-morte’. Mas, para os que vivem na líquida sociedade moderna,
a perspectiva de viver-para-o-depósito-de-lixo pode ser a preocupação mais imediata e
consumidora de energia e trabalho” (BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio:
Editora: Zahar, 2005).
Hoje vivemos, portanto, em um mundo onde se impõe quase sem contestação,
ideologicamente, o projeto pós-moderno e, economicamente, a religião do mercado.
Economicamente, todas as relações humanas foram reduzidas a relações mercantis. O
único deus que ele adora é o dinheiro. O grande valor que se impõe é o dinheiro. A
máxima do indivíduo privatizado é: "cada um por si e Deus por ninguém". Se
perdermos nossa capacidade crítica de resistência e deixarmos de lutar pela
emancipação (intelectual, espiritual e afetiva) do ser humano, ficaremos entregues a
esse projeto de dominação do novo capitalismo assumindo a fisionomia de um
verdadeiro totalitarismo. Vivemos a emergência do totalitarismo moderno, a crise das
ideologias de esquerda e o declínio da mitologia do Progresso. Este é o quadro
lamentável em que vive o mundo, inclusive o Brasil. Precisamos resgatar o projeto da
modernidade nos seus fundamentos essenciais.
*Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the
Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do
Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social
(Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática
Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas,
Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet
(http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br.

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O descarte humano na era pós-moderna

  • 1. 1 O DESCARTE DO SER HUMANO NA ERA PÓS-MODERNA Fernando Alcoforado* O mundo passa por um período conturbado na era contemporânea em que tudo é varrido pela velocidade das mudanças. Existe também um grande pessimismo diante da perda dos valores e referenciais do passado e da falta de sentido da vida. O fracasso do Iluminismo e da Modernidade na realização do progresso da humanidade e na conquista da felicidade para os seres humanos abriu caminho para o advento da Pós-Modernidade que representa uma reação cultural à perda de confiança no potencial universal do projeto iluminista e da Modernidade. A Pós-modernidade significa, portanto, uma reação àquilo que é moderno. Em La condition postmoderne, rapport sur le savoir (Paris: Minuit, 1979), Jean-François Lyotard, filósofo francês, caracteriza a Pós- modernidade como uma decorrência da morte das "grandes narrativas" totalizantes da Modernidade, fundadas na crença no progresso e nos ideais iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade. Enquanto a Modernidade pode ser caracterizada como a época da valorização e crença nas noções de verdade, razão, objetividade e determinismo, fé inabalável no progresso científico e na emancipação universal, a Pós- modernidade seria o questionamento de tudo isso. A Pós-modernidade é definida também por muitos autores como a época das incertezas, das fragmentações, das desconstruções, da troca de valores. Em relação à Pós-Modernidade, Lyotard afirma que o que está em curso é um desmantelamento e uma sucessiva reconstrução das instituições, o que muitas vezes torna os laços humanos muito fluidos. No plano das relações humanas, a Pós-modernidade se caracteriza pela quebra dos paradigmas que prevaleciam anteriormente como, por exemplo, de que o casamento diz respeito à relação homem-mulher. Um dos aspectos mais visíveis da época em que vivemos é a capacidade que cada indivíduo tem de inventar novos arranjos conjugais como o casamento homossexual. Na Pós-modernidade, percebe-se a capacidade de aceitar e até valorizar grupos que eram estigmatizados socialmente, como os homossexuais, os divorciados, os solteiros e os sem filhos. Na Pós- Modernidade, o mundo construído de objetos duráveis foi substituído pelo de produtos disponíveis e projetados para imediata obsolescência e descarte. A rapidez do descarte se aplica não apenas aos valores sociais e aos produtos consumidos no mercado, mas também aos próprios seres humanos no mundo do trabalho que estão sendo descartados e substituídos por máquinas inteligentes. No Fórum Econômico Mundial (WEF), em Davos, que teve como tema “A Quarta Revolução Industrial”, foi projetada uma perda líquida de 5 milhões de empregos em 2020, em quinze economias que correspondem a 67% da força de trabalho global em consequência da expansão das tecnologias emergentes no setor produtivo e que os setores administrativos e de escritório serão os mais afetados (MACEDO, Bruno. O fim do emprego e a ascensão do trabalho com propósito na era das “máquinas inteligentes”. Disponível no website <http://ofuturodascoisas.com/o-fim-do-emprego-e-a-ascencao-do-trabalho-com- proposito-na-era-das-maquinas-inteligentes/, 2016>). O Fórum Econômico Mundial (WEF), em Davos, informa, também, que quase metade (47%) de todos os trabalhos nos Estados Unidos e 35% na Grã-Bretanha estará susceptível à automatização pela tecnologia nas próximas duas décadas de acordo com a The Economist e pesquisadores da Universidade de Oxford. A Consultoria McKinsey relatou que 140 milhões de trabalhadores poderão ser substituídos por automatizados pela tecnologia até 2025. É possível imaginar que as
  • 2. 2 fábricas do futuro contarão cada vez menos com a presença de seres humanos na linha de produção. Em três décadas foram eliminados 6 milhões de postos de trabalho industriais nos Estados Unidos fazendo com que o emprego nas fábricas atingisse o patamar da década de 1940. Nos países ricos, estima-se que 25% de todas as funções na indústria deverão ser substituídas por tecnologias de automação até 2025. No mundo, a estimativa é que 60 milhões de postos de trabalho em fábricas sejam eliminados (EXAME.COM. A era das fábricas inteligentes está começando. Disponível no website <http://exame2.com.br/mobile/revista-exame/noticias/a-fabrica-do-futuro>, 2014). Em sua obra O mal estar da pós-modernidade (Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1998), Zygmunt Bauman afirma que os homens da Modernidade viveram num tempo-espaço sólido, durável, duro recipiente em que os atos humanos podiam cunhar-se seguros. Entretanto para os homens e as mulheres da Pós-Modernidade esse mundo desapareceu. Conforme aponta Bauman o mundo em que o homem está vivendo é formado de regras que são feitas e refeitas no curso dos próprios acontecimentos. Muitas das relações que perpassam o mundo contemporâneo não são duradouras. Vivemos na atualidade desde o século XX, uma única catástrofe, como afirmava Walter Benjamin, ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão, associado à Escola de Frankfurt, de que o inferno não é aquilo que chegará, mas sim é essa vida aqui e agora (THIELEN, Helmut. Além da modernidade para a globalização de uma esperança conscientizada. Petrópolis: Vozes, 1998). Estamos vivendo uma era cuja principal característica é o aprofundamento da barbárie. A barbárie que se registra hoje é o produto da crise da modernidade e do eclipse da Razão, no bojo da crise quase terminal do capitalismo, quando morre o mito do Progresso. Ressalte-se que modernidade é o conjunto de transformações que se inicia a partir do século XV e que estende até o século XVIII, envolvendo aspectos culturais (o Renascimento), políticos (o surgimento dos Estados Nacionais Absolutistas) e econômicos (o Capitalismo Comercial). O projeto da modernidade baseado na Razão fracassou porque a história da modernidade mostrou a incompatibilidade entre as duas partes do projeto: a autonomia da Razão e a conquista da felicidade. Hoje, a Razão se torna desnecessária. A tentativa de destruição da Razão é bastante recente. Foi assim que surgiu o projeto da pós-modernidade em antítese ao projeto da modernidade, como característica da sociedade pós- industrial marcada pela crise da razão, a perda de confiança no progresso técnico- científico, a descrença nas metanarrativas e de todo discurso totalizante. Tais transformações se observamapartirdosanos1950epredominantementeapartirdadécadade1990comaditaduraneoliberal. Marshall Berman escritor e filósofo já falecido, professor de Ciência Política do City College de New York e do Graduate Center da City University of New York, é autor do livro Tudo que é solido desmancha no ar, cujo título alude a uma frase de Karl Marx no Manifesto do Partido Comunista que afirmou que no capitalismo “tudo o que é sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas”. Berman apresentou sua definição de modernismo contrapondo-a às filosofias pós- modernas (BERMAN, Marshall. Tudo que é solido desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras, 1986). O sociólogo Zygmunt Bauman, falecido recentemente, analisa o caminho da sociedade pós-moderna consumista. Questiona a qualidade da ascensão da sociedade atingida pela capacidade de consumir e aborda as relações humanas que têm se tornado cada vez mais frágeis, comparando-as a mercadorias, que são descartadas quando já não “servem” mais. Bauman afirma que o advento da
  • 3. 3 sociedade líquido-moderna significou a morte das principais utopias sociais e, de modo mais geral, da ideia de uma “boa sociedade”. Bauman afirma que “um mercado de consumo propaga a circulação rápida, a menor distância do uso ao detrito e ao depósito de lixo, e a substituição imediata dos bens que não sejam mais lucrativos”. “O lixo é o principal e comprovadamente o mais abundante produto da sociedade moderna de consumo. Entre as indústrias da sociedade de consumo, a de produção de lixo é a mais sólida e imune a crises”. “A vida talvez seja sempre um ‘viver-para-a-morte’. Mas, para os que vivem na líquida sociedade moderna, a perspectiva de viver-para-o-depósito-de-lixo pode ser a preocupação mais imediata e consumidora de energia e trabalho” (BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio: Editora: Zahar, 2005). Hoje vivemos, portanto, em um mundo onde se impõe quase sem contestação, ideologicamente, o projeto pós-moderno e, economicamente, a religião do mercado. Economicamente, todas as relações humanas foram reduzidas a relações mercantis. O único deus que ele adora é o dinheiro. O grande valor que se impõe é o dinheiro. A máxima do indivíduo privatizado é: "cada um por si e Deus por ninguém". Se perdermos nossa capacidade crítica de resistência e deixarmos de lutar pela emancipação (intelectual, espiritual e afetiva) do ser humano, ficaremos entregues a esse projeto de dominação do novo capitalismo assumindo a fisionomia de um verdadeiro totalitarismo. Vivemos a emergência do totalitarismo moderno, a crise das ideologias de esquerda e o declínio da mitologia do Progresso. Este é o quadro lamentável em que vive o mundo, inclusive o Brasil. Precisamos resgatar o projeto da modernidade nos seus fundamentos essenciais. *Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br.