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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO
               Seção de pós-graduação




              NEIMAR VITOR PAVARINI
     PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU




DO    JORNALISMO   TRADICIONAL    AO    JORNALISMO
COLABORATIVO – UM ESTUDO CONTEXTUALIZANDO OS
DIFERENTES ASPECTOS




                       Bauru
                        2008
UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO




              NEIMAR VITOR PAVARINI
     PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU




DO    JORNALISMO   TRADICIONAL        AO      JORNALISMO
COLABORATIVO – UM ESTUDO CONTEXTUALIZANDO OS
DIFERENTES ASPECTOS



                        Monografia apresentada à Pró-reitoria de
                        Pós-graduação como parte dos requisitos
                        para obtenção do título de Especialista em
                        Comunicação nas Organizações, sob a
                        orientação da Prof° Dra. Sonia Aparecida
                        Cabestré.




                      Bauru
                      2008
Milreu, Paulo Eduardo Galindo de Almeida
P337j
             Do jornalismo tradicional ao jornalismo
        colaborativo: um estudo contextualizando os diferentes
        aspectos / Neimar Vitor Pavarini, Paulo Eduardo
        Galindo de Almeida Milreu – 2008.
             142f.

        Orientadora: Profa. Dra. Sonia Aparecida Cabestré
            Monografia (Especialização em Comunicação
        nas Organizações) - Universidade do Sagrado
        Coração – Bauru - São Paulo.

           1. Jornalismo colaborativo 2. Meios de
        comunicação 3. Produção da noticia 4. Disseminação
        da notícia 5. Tecnologias inovadores 6. Internet I.
        Pavarini, Neimar Vitor II.
        Cabestré, Sonia Aparecida III.Título
NEIMAR VITOR PAVARINI
     PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU



DO       JORNALISMO             TRADICIONAL            AO       JORNALISMO
COLABORATIVO           –   UM     ESTUDO        CONTEXTUALIZANDO             OS
DIFERENTES ASPECTOS




Monografia apresentada à Pró-reitoria de Pós-graduação como parte dos requisitos
para obtenção do título de Especialista em Comunicação nas Organizações, sob a
orientação da Prof° Dra. Sonia Aparecida Cabestré




Banca examinadora:


                     _________________________________

                     _________________________________

                     ________________________________
RESUMO

O objetivo deste estudo foi observar as mudanças provocadas por uma nova
modalidade de jornalismo que ocorre com o avanço das tecnologias, denominado
jornalismo colaborativo, ou “jornalismo cidadão”. A participação de pessoas sem
formação profissional na produção e disseminação das notícias, através da
massificação da internet é motivo de discussão em vários segmentos da sociedade.
A modernização dos meios de comunicação estimula um número cada vez maior de
indivíduos que utilizam-se de novas ferramentas de informação. O aumento de
usuários da telefonia celular e da chamada “mídia on-line” deu origem a uma nova
dinâmica de propagação da notícia, em função do seu imediatismo e também pela
sua interatividade. Diante dessas transformações estão as entidades que, ao longo
de décadas estudaram e debateram a ética, as leis e o ensino sobre o processo de
produção da notícia. Uma nova dimensão no debate deste tema é necessária em
função das novas circunstâncias. Isto posto, com este estudo esperamos contribuir
para um aprofundamento sobre essa temática. Realizou-se, nesse sentido,
pesquisas bibliográfica e qualitativa, por intermédio da internet: selecionou-se, para
a busca de informações, jornalistas e pesquisadores que se dedicam à questão, e
também, efetuou-se observação de portais que se propõe a essa finalidade.

Palavras-chave: Jornalismo colaborativo; Meios de comunicação; Produção da
notícia; Disseminação da notícia; Tecnologias inovadoras; Internet.
ABSTRACT


The aim of this study was to observe the changes evoked by a new modality of
journalism, which occurs with the advance in technologies, named cooperative
journalism or “citizen journalism”. The participation of people without professional
instruction on the production and dissemination of news, through the widespread
distribution of internet, is the motive for discussion in many segments of society.
The modernization of the communication channels stimulates an increasing number
of subjects who use new information tools. The growth in the number of cellular
phone users and the so-called “virtual media” has originated a new dynamics in the
distribution of news due to the promptness and also interactivity.
Facing these changes are the entities that over decades have studied and discussed
the ethics, laws and teaching of the news production process. A new dimension in
the debate of this matter is necessary due to the new circumstances.
Based on this study we hope to contribute to an improvement on the matter by
means of the theoretical study and works performed with journalists and researchers
devoted to the subject, and also the observation of sites dedicated to this goal.

Key words: Cooperative journalism; Communication channels; News production;
New technologies; Internet.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Home do OhmyNews..............................................................................53
FIGURA 2- Home do Slashdot...................................................................................54
FIGURA 3- Home do CMI..........................................................................................55
FIGURA 4- Home do WIKINEWS..............................................................................56
FIGURA 5- Página inicial do BrasilWiki!....................................................................90
FIGURA 6- Formulário de preenchimento de cadastro do BrasilWiki!.......................91
FIGURA 7- Categorias disponíveis para a publicação do BrasilWiki!........................92
FIGURA 8- Página de inserção de conteúdo textual de notícias...............................92
FIGURA 9- Justificativa dos editores para a não publicação do conteúdo................93
FIGURA 10- Matéria veiculada no Jornal do Brasil....................................................95
FIGURA 11- Página com o conteúdo do CMI Brasil..................................................97
FIGURA 12- Página “Participe” do CMI Brasil...........................................................97
FIGURA 13- Página central do Independent Media Center.......................................98
FIGURA 14- Formulário a ser preenchido para enviar
artigos/notícias ao CMI Brasil.....................................................................................99
FIGURA 15- Política editorial do CMI Brasil.............................................................101
FIGURA 16- Listagem de Vídeos da CMI................................................................102
FIGURA 17- Listagem de Boletins criados pelos membros da CMI........................102
FIGURA 18- Área de áudios do CMI........................................................................106
FIGURA 19- Vídeos produzidos pelos membros do CMI.........................................106
FIGURA 20- Página Principal do G1........................................................................107
FIGURA 21- Cadastro no VC no G1........................................................................108
FIGURA 22- Confirmação de Cadastro....................................................................109
FIGURA 23- Acesso pelo e-mail após cadastro.......................................................109
FIGURA 24- Opt-in no e-mail (validação de e-mail).................................................110
FIGURA 25- Área de login.......................................................................................111
FIGURA 26- Envio de notícia...................................................................................111
FIGURA 27- Escolha de tipo de conteúdo da notícia...............................................112
FIGURA 28- Todas as Notícias – Plantão do VC no G1..........................................114
LISTA DE QUADROS


QUADRO 1- Tempo de atuação na profissão............................................................60
QUADRO 2- Especificação do veículo em que atuam...............................................61
QUADRO 3- Considerações e acompanhamento sobre o tema
“Jornalismo Cidadão”.................................................................................................61
QUADRO 4- Opiniões dos entrevistados a respeito da disseminação
de notícias por pessoas sem formação profissional...................................................63
QUADRO 5- Opiniões dos entrevistados sobre o comprometimento
da credibilidade da mídia atual através dessa nova prática.......................................64
QUADRO 6- Como o profissional de comunicação deverá se
comportar diante do “cidadão repórter”......................................................................66
QUADRO 7- Como as entidades que representam estes
profissionais devem se comportar..............................................................................67
QUADRO 8- Como essa nova modalidade mundial pode
afetar o jornalismo brasileiro......................................................................................68
QUADRO 9- Sobre o monitoramento das notícias pelos profissionais......................69
QUADRO 10- Diante das novas tecnologias de informação,
como deverá ser a formação do futuro profissional...................................................70
QUADRO 11- Formação dos pesquisadores.............................................................73
QUADRO 12- Tempo que se dedicam ao estudo desse tema..................................74
QUADRO 13- Organização / meio em que atuam.....................................................74
QUADRO 14- O que propiciou o surgimento do jornalismo cidadão?.......................74
QUADRO 15- Em que momento o jornalismo cidadão ganhou espaço....................75
QUADRO 16- Sobre o papel do jornalista neste novo contexto................................76
QUADRO 17- Relacionamento dos Meios de Comunicação e
Jornalismo Cidadão....................................................................................................77
QUADRO 18- Relação entre a ética e o novo modelo de jornalismo........................79
QUADRO 19- Relacionamento de profissionais e cidadãos repórteres.....................80
QUADRO 20- Entidades representativas diante do jornalismo cidadão....................81
QUADRO 21- Legislação atual sobre a imprensa e o jornalismo cidadão.................82
QUADRO 22- A participação do cidadão repórter e a
possibilidade de afetar a credibilidade da mídia como um todo.................................83
QUADRO 23- Expectativas sobre a internet como
disseminadora de informação dominante no Brasil....................................................84
QUADRO 24- A influência da internet na abrangência e
conteúdo da notícia....................................................................................................84
QUADRO 25- Preocupação dos pesquisadores em relação
ao futuro da informação.............................................................................................85
QUADRO 26- Sobre o futuro do jornalismo colaborativo...........................................85
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
2 CONTEXTUALIZANDO O JORNALISMO: TRAJETÓRIA, EVOLUÇÃO E
JORNALISMO CIDADÃO..........................................................................................19

          2.1 Jornalismo no contexto atual....................................................................30
          2.2 Jornalismo On-line....................................................................................35
          2.2.1 Modernas Tecnologias..........................................................................42
          2.3 Jornalismo Cidadão..................................................................................48
3 APRESENTAÇÃO DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS....................................58
          3.1 Pesquisa desenvolvida com jornalistas....................................................58
          3.1.1 Justificativa............................................................................................58
          3.1.2 Objetivos................................................................................................59
          3.1.3 Metodologia...........................................................................................59
          3.1.4 Limitações.............................................................................................60
          3.1.5 Apresentação dos resultados................................................................60
          3.1.6 Considerações sobre a pesquisa..........................................................71
          3.2 Pesquisa desenvolvida com estudiosos..................................................72
          3.2.1 Justificativa...........................................................................................72
          3.2.2 Objetivos...............................................................................................72
          3.2.3 Metodologia..........................................................................................72
          3.2.4 Limitações............................................................................................73
          3.2.5 Apresentação dos resultados...............................................................73
          3.2.6 Considerações sobre a pesquisa.........................................................86
4 ANÁLISE DE SITES DE JORNALISMO COLABORATIVO.................................88
          4.1 Justificativa da escolha dos sites.............................................................88
          4.2 Objetivos..................................................................................................89
          4.3 Metodologia.............................................................................................89
          4.4 Apresentação e análise sites...................................................................90
          4.4.1 Brasil Wiki.............................................................................................90
          4.4.1.1 A estrutura do Brasil Wiki..................................................................90
          4.4.1.2 Como os repórteres cidadãos participam do processo.....................91
          4.4.1.3 Relação do portal com veículos de comunicação.............................95
          4.4.2 CMI Brasil.............................................................................................96
4.4.2.1 A estrutura do CMI.............................................................................96
          4.4.2.2 Organização do CMI Brasil.................................................................98
          4.4.2.3 Como os repórteres cidadãos participam do processo......................99
          4.4.2.4 Política editorial do CMI Brasil..........................................................103
          4.4.2.5 Sobre a seção “Artigos escondidos”.................................................104
          4.4.2.6 Relação do portal com os veículos de comunicação.......................105
          4.4.3 VC no G1.............................................................................................107
          4.4.3.1 A estrutura da seção VC no G1........................................................107
          4.4.3.2 Como os repórteres cidadãos participam do processo....................108
          4.4.3.3 Política editorial do VC no G1..........................................................112
          4.4.3.4 Relação do portal com os veículos de comunicação.......................114
          4.5 Considerações finais sobre a análise....................................................115


CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................117


REFERÊNCIAS........................................................................................................119


GLOSSÁRIO............................................................................................................123


ANEXOS
         ANEXO A - Jornais mais antigos...................................................................127

         ANEXO B - Venda mundial de computadores cresceu 14,3%
         em 2007, diz IDC...........................................................................................129

         ANEXO C - Venda de computadores deve crescer 17%
         em 2008, diz Abinee. Volume de notebooks comercializados
         pode dobrar em relação ao ano passado......................................................131

         ANEXO D - O que são blogs, afinal? Ou, manifesto
         pelo respeito à complexidade da blogosfera.................................................133

         ANEXO E - We the Media, de Dan Gilmor....................................................135

         ANEXO F - Celular e blogs viram ‘armas’ em Mianmar................................139

         ANEXO G - Empresas usam conceito quot;wikiquot; de criação coletiva
         para inovar....................................................................................................141
12



1 INTRODUÇÃO


    A informação é um dos bens mais valorizados pela nossa sociedade no atual
contexto. A velocidade e a facilidade na obtenção do saber passam a ser os
principais fatores que determinam as formas como as pessoas buscam as notícias.
As novas ferramentas introduzidas no dia-a-dia do cidadão, através do
desenvolvimento tecnológico, como telefonia e a internet, vêm provocando uma
revolução no comportamento das estruturas sociais e direcionando as atenções
sobre um novo comportamento entre os veículos de comunicação e sociedade.
    Essas novas tecnologias oferecem ao cidadão sem formação profissional a
possibilidade de participação na produção e na propagação da notícia com uma
rapidez maior que o sistema convencional consegue desempenhar. Isso é o fator
que está propiciando uma das maiores mudanças ocorridas nas últimas décadas na
relação entre os atuais meios de comunicação e o futuro entre a mídia e sociedade.
O surgimento de um novo segmento de formadores de opinião chama a atenção de
sociólogos, comunicadores e, principalmente, da imprensa como um todo.
    Que impactos do surgimento deste fenômeno denominado de ”jornalismo
cidadão” pode causar junto à sociedade (profissionais, veículos de comunicação e a
sociedade), dado o caráter de liberdade que proporciona aos leitores e editores com
a tendência de crescimento da mídia virtual?
    Pesquisas recentes sobre usuários de internet no Brasil mostram que há uma
tendência de crescimento constante no número de pessoas que estão acessando a
rede mundial. Em pesquisa encomendada pela F/Nazca1 em abril de 2007, o
Datafolha afirma que o país possui atualmente mais de 49 milhões de usuários
conectados à rede mundial. Já para a pesquisa Ibope//NetRating2, são 32,9 milhões
de internautas.
    É interessante destacar que as duas pesquisas foram realizadas recentemente;
entretanto, os resultados merecem análise mais criteriosa: afinal, a quantidade de
brasileiros que acessa a internet cresceu. Porém, os números apresentados estão
bem distantes, representando uma diferença de aproximadamente 16 milhões de
internautas.

1
 Fonte: http://www.fnazca.com.br/news/news.php?id_news=302, acesso em: 11 ago 2007.
2
 Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=1946DA4AACE3A77B832572AB007278D
0, acesso em: 11 ago 2007.
13



   Com esse crescimento de usuários da internet no mundo e em nosso País,
podemos supor que a participação de pessoas sem formação profissional na
produção e propagação da informação só tende ao crescimento. Baseado na idéia
de que cada pessoa pode ser testemunha de um fato e divulgá-la, o cidadão está
deixando de ser um mero espectador de notícias para transformar-se, ele próprio,
em um narrador dos fatos, o que dá uma nova perspectiva e motivação a esses
indivíduos.
   Os grandes veículos de comunicação de todo o mundo rendem-se ao jornalismo
participativo. Espaços estão se abrindo a comentários e opiniões para que o público
possa participar e interagir com as notícias e os fatos.
   Trata-se da ação de pessoas sem formação jornalística que decidem apurar
acontecimentos de suas comunidades e dividí-los com outras pessoas. Segundo
Foschini e Taddei ”você tem o poder de transformar a comunicação em um caminho
de duas mãos” (TADDEI, FOSCHINI, 2006). Já o jornalista norte-americano Dan
Gilmor (CLIC RBS, 2007), autor de We The Media, livro referência sobre o tema,
ratifica que a participação de internautas pode aprimorar o trabalho de jornalistas,
corrigindo-o e tornando-o mais completo.
   Além da internet, vive-se um momento de grande produção de informações: o
público hoje tem acesso a celulares e equipamentos digitais que cumprem a função
de câmeras fotográficas e de captação áudio-visual. Equipamentos pequenos, leves
e de fácil utilização, que não só capturam imagens, mas as enviam para e-mails ou
blogs quase que instantaneamente.
   Segundo a jornalista e especialista Ana Maria Brambilla, que fez sua dissertação
de mestrado sobre o site sul-coreano OhMyNews, pioneiro nesta iniciativa,
                      [...] a Interação e a comunicação sempre foram inerentes ao
                      ser social, mas a dimensão midiática que essa troca adquire no
                      jornalismo colaborativo na internet é inédita e atende a uma
                      demanda jamais satisfeita por outro veículo” (CLIC RBS,
                      2007).
   Trata-se de um momento histórico para o jornalismo, pois nem todos os
profissionais da área concordam com a entrada de cidadãos não habilitados na
cobertura de notícias. As conseqüências para a profissão são claras: “a participação
do público leigo no jornalismo faz com que o jornalista profissional enfrente uma das
maiores crises de identidade de sua história”, afirma Brambilla.
14



   Na mesma linha, Gilmor diz:
                     [...] a venerável profissão de jornalista se encontra em um raro
                     momento onde sua hegemonia como filtro de informações é
                     ameaçado não apenas pela tecnologia e pela competição do
                     mercado, mas potencialmente, pela audiência a que serve”
                     (CLIC RBS, 2007).
   Tais “perigos” não são despercebidos pela classe, que reage atacando o
jornalismo colaborativo.
      Entre os argumentos dos contrários a tamanha entrada do público em
espaços na grande mídia está a credibilidade dos relatos, apurados por pessoas
sem o preparo que os jornalistas recebem. De acordo com Carlos Castilho
(OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2008), colaborador do site “Observatório
Imprensa”, as questões sobre a legalidade dessa modalidade começam a ser
discutidas pelo mundo.
      O sindicato nacional de jornalistas da Grã Bretanha (National Union of
Journalists) tornou-se a primeira entidade do gênero no mundo a tentar regulamentar
a participação de pessoas comuns na produção e distribuição de notícias. O debate
entre jornalistas britânicos mostrou que a regulamentação do chamado jornalismo
cidadão não é tão simples assim e colocou mais uma vez em evidência como a
internet está mudando as rotinas na busca, processamento e publicação de notícias.
      Aqui no Brasil, algumas entidades começam a se posicionar sobre o assunto.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio de
Andrade (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2008), “Um internauta, por exemplo,
não tem compromisso de checar bem a notícia antes de publicar”. A discussão sobre
a regulamentação do chamado jornalismo cidadão, talvez seja um processo longo,
porque corre o risco de transferir a questão para o âmbito corporativo, quando na
realidade o que está em jogo é toda uma nova concepção de notícia e a inclusão de
novos personagens na produção da informação.
      A atual relação entre editor dos meios de comunicação convencionais e o
leitor está sofrendo desgaste: os leitores começam a perceber que os jornais têm
seus próprios interesses e seus prazos. O cidadão está se dando conta de que a
informação ganha uma nova tendência, ou seja é o reflexo das opiniões dos leitores
e não mais a expressão da vontade dos atuais donos dos meios de comunicação.
15



      Considerando tais pressupostos, destaca-se que o propósito deste estudo é
investigar prioritariamente como tem sido abordada pelos estudiosos da área essa
nova tendência e, ao mesmo tempo, o que pensam os profissionais da área de
comunicação a respeito da participação de pessoas sem formação na elaboração e
disseminação da notícia, assim como verificar o a dinâmica de alguns dos principais
portais de comunicação colaborativa que se encontram hoje em atividade.


Justificativa


      Pretende-se com este trabalho, buscar informações sobre uma nova
modalidade de comunicação, o jornalismo participativo, proporcionado pelo aumento
da utilização da internet como veículo de informação. Dessa maneira, torna-se
necessário o aprofundamento a respeito da temática, pois atualmente poucos
estudos estão disponíveis sobre o assunto.
      Nesse sentido, o trabalho será direcionado para a verificação de como está se
dando a disseminação dessa ferramenta e o envolvimento do público com essa nova
forma de manifestação, assim como os rumos que essa tendência pode dar às
atuais legislações vigentes sobre a comunicação, assim como fazer uma reflexão
sobre o futuro que essa mudança de comportamento trará para a nossa sociedade
na visão de estudiosos sobre a temática.


Hipóteses do estudo


      Considerando que essa nova modalidade de jornalismo tem uma tendência
de crescimento, as hipóteses deste estudo referem-se a:
      Quais os fatores que propiciaram o surgimento do jornalismo participativo ou
      “jornalismo cidadão”?.
      Como as grandes corporações da área de comunicação irão se comportar
      diante dessa nova forma de prática do jornalismo?
      De que maneiras essa nova tendência pode influenciar a sociedade?
      Que tipos de mudanças isso trará aos atuais padrões da notícia (formatação,
      veiculação, credibilidade)?
      Qual a posição dos jornalistas diante desse novo campo de atuação?
      Essa é uma tendência que veio para ficar, ou um modismo?
16



      Como a legislação atual se posiciona quanto ao fato de pessoas “sem
      preparo” estarem atuando como comunicadores. Em relação à ética, cabe a
      quem o controle sobre o que é publicado?


Objetivos


Objetivos gerais


         Desenvolver um estudo teórico-prático sobre a temática do jornalismo
         cidadão.
         Investigar os motivos que têm impulsionado o crescimento dessa
         alternativa de comunicação, a sua origem e os motivos que levam o
         público na aceitação desse novo modelo de jornalismo.


Objetivos específicos


         Abordar as questões éticas, destacando opiniões de diversos segmentos
         ligados ao meio profissional.
         Avaliar o futuro dessa nova tendência através da opinião de estudiosos
         sobre o tema. com a finalidade de avaliar os entraves e os benefícios que
         esse novo conceito de jornalismo pode provocar na sociedade.
         Avaliar os motivos do surgimento dessa nova tendência de jornalismo
         proporcionado pela internet, sua evolução e as possíveis transformações
         nos padrões do jornalismo atual.
         Realizar busca de informações junto a portais que ofereçam informações
         sobre atualidades e que estejam caracterizados como “jornalismo
         cidadão”.


Metodologia


            Por   intermédio   de   estudo   bibliográfico   considerou-se   os   fatores
            sociológicos que levaram ao surgimento da participação do cidadão na
            produção e disseminação da notícia.
17



   Pesquisas foram realizadas junto a profissionais de comunicação e
   estudiosos sobre a temática. Abordou-se também temas relacionados à
   ética profissional e a liberdade de expressão do cidadão diante dessa
   nova ferramenta de comunicação que é a internet.
   Através de um processo de seleção e monitoramento de portais que
   utilizam esse novo conceito de jornalismo, pode-se observar aspectos
   referentes a conteúdo, acesso, formato, e repercussão das notícias.


Isto posto, destaca-se que este trabalho está assim fundamentado:
   O capítulo 2 apresenta um levantamento cronológico sobre a trajetória do
 jornalismo tradicional no mundo e no Brasil, com a finalidade de embasar as
 análises sociológicas sobre a temática abordada.
   Em seguida apresenta-se os aspectos sociais, políticos e econômicos que
 ocasionaram as mudanças nos parâmetros de produção e consumo da
 informação pela sociedade.
   Outro tema abordado neste capítulo foi a discussão sobre o jornalismo on-
 line, destacando os fatores que levaram ao surgimento dessa nova
 ferramenta de comunicação. Na seqüência discorremos sobre o avanço
 tecnológico, que provoca uma nova dinâmica econômica e social, devido à
 rapidez e a abrangência que a propagação de uma informação passa a ter
 em função da disponibilização desses novos meios à sociedade.
   Complementando, ressalta-se o surgimento desse novo conceito de
 “jornalismo cidadão”, os fatores que originaram esse movimento e as
 conseqüências que isso poderá provocar na sociedade e nos meios de
 comunicação, já que esse processo envolve mudanças significativas em
 vários níveis organizacionais, como ética profissional, leis vigentes e
 formação acadêmica de profissionais para atuarem na área.
   Já no capítulo 3 dá-se destaque para a realização de duas pesquisas:
   uma feita com profissionais da área de comunicação e outra com
   pesquisadores que estudam esse tema. As opiniões serviram de base
   para que refletíssemos sobre os principais aspectos que nortearão o
   futuro da relação entre a sociedade e essa nova perspectiva de opinião
   pública.
18



No capítulo quatro apresenta-se o resultado de um processo de análise
realizado em três dos principais portais que já disponibilizam essa
ferramenta para a participação de cidadãos sem formação profissional na
elaboração e veiculação de notícias. Procurou-se analisar os critérios
éticos estipulados e as normas estabelecidas por cada um deles na
participação da sociedade na produção e disseminação da informação.


  Ao final apresentamos as considerações finais do estudo.
19



2 CONTEXTUALIZANDO O JORNALISMO: TRAJETÓRIA, EVOLUÇÃO E
JORNALISMO CIDADÃO


      Com a finalidade de fundamentar o presente estudo, apresentamos uma
cronologia dos fatos mais relevantes referentes à trajetória do jornalismo tradicional
no mundo e no Brasil. Pretende-se destacar o processo de evolução da
comunicação social que provocou a nova forma de jornalismo exercida pelo cidadão
sem formação profissional, onde o simples espectador da notícia se torna produtor
da mesma colaborando com os profissionais das empresas jornalísticas ou
produzindo seus próprios canais de distribuição.


    Século VIII


713 - Mixed News, em Kaiyuan, é o primeiro jornal publicado na China. “Kaiyuan” é o
nome dado ao ano em que foi publicado o jornal (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE
JORNAIS, 2007).


   Século XI


1040 - Na China, Pi Sheng inventa a imprensa usando blocos móveis de madeira
(ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).


   Século XV


1447 - Johann Gutenberg inventa a prensa de impressão num processo que viria
possibilitar a produção em massa da palavra impressa (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL
DE JORNAIS, 2007).


      Século XVI


1501 - O Papa Alexandre VI decreta que impressos terão que ser submetidos à
autoridade eclesiástica antes de sua publicação a fim de impedir heresias. O não
20



cumprimento desse decreto levaria a multas ou excomunhão (ASSOCIAÇÃO
MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).
1556 - O governo veneziano publica Notizie scritte, jornal mensal pelo qual os
leitores pagavam uma “gazetta”, ou pequena moeda (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE
JORNAIS, 2007).


1588 - Na Alemanha, Michael Entzinger publica um noticioso de 24 páginas
relatando a derrota da Armada espanhola. A primeira página do noticioso mostra
uma gravura representando a Armada espanhola navegando ao longo da costa da
Inglaterra. Embora o relato tenha chegado meses após o acontecimento, trata-se de
um dos mais antigos “furos de reportagem” sobre um acontecimento histórico
importante (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).


      Século XVII


1631 Fundação de Gazette, o primeiro jornal francês (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE
JORNAIS, 2007).


1645 - O Post-och Inrikes Tidningar, é publicado na Suécia. É considerado o jornal
mais antigo do mundo, pois foi publicado ininterruptamente até 1 de janeiro de 2007,
quando passou a ser exclusivamente online. No ANEXO A veja a tabela com os
jornais mais antigos do mundo segundo pesquisa da Wan - World Association of
Newspaper realizada em 2003 (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).


1690 - Publick Occurrences é o primeiro jornal publicado na América, tendo surgido
em Boston. Seu editor, Benjamin Harris, declarou que publicaria o jornal “uma vez
por mês ou, se houver muitas ocorrências, mais amiúde”. As autoridades reais,
receosas de publicações impressas sem sua expressa autorização, proíbem o jornal
após apenas um número (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).
21



         Século XVIII


1704 - Daniel Defoe, autor de Robison Crusoe e em geral reconhecido como o
primeiro jornalista do mundo, inicia a publicação de Review, periódico que cobria
assuntos europeus (MARTINS, 2004).
1746 – Antônio Isidoro da Fonseca inaugura uma tipografia no Rio de Janeiro,
fechada no ano seguinte pela Carta Régia de 10 de maio, que proibia a impressão
de livros ou de papéis avulsos na Colônia (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS,
2007).


1798 - Alois Sedenfelder inventa a Litografia. Embora inventada mais de dois
séculos antes, a litografia em offset tornou-se popular nos anos 1960, constituindo o
padrão da indústria hoje em dia (MARTINS, 2004).


         Século XIX


1808 - A chegada da Coroa portuguesa no país inaugura o surgimento da imprensa
brasileira com a fundação da Imprensa Régia, em maio. Mais tarde passa a chamar-
se Imprensa Nacional, responsável pela impressão de todos os documentos oficiais
do governo brasileiro (MARTINS, 2004).


1808 - O Correio Braziliense, fundado por Hipólito da Costa e produzido em Londres,
foi o primeiro jornal em língua portuguesa a circular no Brasil, em junho de 1808.
Caracteriza-se por ser moderno e dinâmico, com forte análise e crítica da situação
portuguesa e brasileira. O Correio circula até dezembro de 1822, quando, sabendo
da Independência, Costa fecha o jornal com o propósito de voltar ao Brasil. O
Correio teve 175 números (MARTINS, 2004).


1808- A Gazeta do Rio de Janeiro, primeira publicação oficial impressa no país,
passa a ser editada a partir de 10 de setembro. É criada para informar sobre a vida
administrativa e a movimentação social do Reino de forma documental. É submetida
à censura do palácio e dirigida por um funcionário do Ministério das Relações
Exteriores, frei Tibúrcio da Rocha. Sua última edição circula em 31 de dezembro de
1821, quando surge o Diário do Governo. Ao todo são publicadas 32 edições
22



normais e 19 extraordinárias. A Gazeta promovia vendas avulsas, em livrarias, e
assinaturas com entrega domiciliar. Inicialmente, a inserção de anúncios era gratuita,
mas, com o tempo, o jornal adota uma tabela de preços para publicidade (MARTINS,
2004).


1811 - O jornal A Idade d'Ouro do Brasil é o primeiro jornal editado na Bahia.
Juntamente com a Gazeta do Rio de Janeiro, é o único jornal que obtém licença de
impressão até 1821, quando D. Pedro I decreta o fim da censura prévia a matérias
escritas (MARTINS, 2004).


1812 - Friedrich Koenig inventa a prensa de cilindros a vapor. Em 1814, John Walter,
editor do The Times de Londres, começa a montar a nova prensa em segredo, com
medo que seus gráficos se rebelassem se descobrissem seus planos. Na noite de
28 de novembro de 1814, Walter retira os gráficos das prensas manuais com a
desculpa de que esperava importantes notícias do continente. A seguir, usando as
prensas de Koenig, produz toda a edição do The Times – a uma velocidade de 1.100
folhas por hora (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).
         Década de 1820 - Imprensa panfletária - Do seu surgimento até 1880, a
imprensa brasileira é caracterizada pelo engajamento nas lutas políticas e questões
sociais da época como a abolição da escravatura, a Independência, o desgaste da
Monarquia e a Proclamação da República. Os jornalistas polemizam, sendo eles
exaltados, moderados ou conservadores. É uma época de atentados, prisões,
deportações e perseguições. Neste contexto, surgem na década de 1820
publicações como Correio do Rio de Janeiro, de João Soares Lisboa; Sentinela da
Liberdade, de Cipriano Barata; Typhis Pernambucano, de Frei Caneca; e A
Malagueta, pasquim do carioca Luís Augusto May. Evaristo da Veiga lança a Aurora
Fluminense, e é acusado de ser quot;jacobino e anárquicoquot;. O paulista Libero Badaró é
assassinado em função do Observador Constitucional. O paraibano Borges da
Fonseca fez Repúblico. O mineiro Teófilo Otoni, a Sentinela do Serro. Quintino
Bocaiúva, A República e Alcindo Guanabara, Novidades (MARTINS L.C., 2004).


1821 - Em 28 de agosto, D.Pedro, príncipe-regente, decreta o fim da censura prévia
a toda matéria escrita, tornando a palavra impressa livre no país. Este ato decorre de
23



deliberação das Cortes Constitucionais de Lisboa em defesa das liberdades públicas
(MARTINS, 2004).


1821 - No início do ano surge o Diário do Rio de Janeiro, primeiro jornal informativo
com relatos criminais, movimentação portuária, publicidade, leilões, venda e fuga de
escravos. Circula até 1878. No dia 15 de setembro é publicado o primeiro jornal
político brasileiro, o Reverbo Constitucional Fluminense, de Gonçalves Ledo. O
jornal é de oposição e clama por um governo liberal contra os quot;interesses dinásticos
lusitanosquot; (MARTINS, 2004).


1822 - O português naturalizado João Soares Lisboa, lança o Correio do Rio de
Janeiro no dia 10 de abril, pregando a quot;convocação de uma assembléia constituintequot;.
Preso em outubro e exilado por oito anos em Portugal, João Lisboa volta ao Rio,
relança o jornal, é preso novamente e acaba em Pernambuco, lutando na
Confederação do Equador (MARTINS, 2004).


1822 - Em abril, no Recife, Cipriano Barata lança Sentinela da Liberdade, o primeiro
jornal republicano. É preso e, da cadeia, continua editando a publicação, agora
intitulada Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco Atacada e Presa na
Fortaleza do Brum por Ordem da Força Armada Reunida. Transferido para Bahia e o
Rio, passa mais de sete anos preso, sempre editando o Sentinela, ora quot;na Guarita
da Bahiaquot;, ora quot;na Guarita do Rioquot; etc.: onde chegava, republicava o jornal e era
novamente preso (MARTINS, 2004).


1823 - Minas Gerais ganha seu primeiro jornal, O Compilador. Cinco anos mais tarde
circula em Ouro Preto o Precursor das Eleições. Em Olinda e Recife é publicado um
órgão estudantil, O Olindense (MARTINS, 2004).


1823 - É criada a primeira Lei de Imprensa no Brasil, punindo a veiculação de
material contra a Igreja Católica. Baseada na lei portuguesa, a lei brasileira entra em
vigor por meio de um decreto de D. Pedro I. A atual Lei de Imprensa é elaborada em
1967 pelo Congresso Nacional do regime militar e atribui responsabilidades civis e
punições aos jornalistas (MARTINS, 2004).
24



1827 - O Farol Paulistano é o primeiro jornal de São Paulo (MARTINS, 2004).


1829 – Líbero Badaró promove o lançamento do jornal O Observador Constitucional,
que faz críticas ao autoritarismo do imperador, adotando uma oposição firme aos
governantes e utilizando linguagem irreverente (MARTINS, 2004).


1831 - Surge no jornal de humor Carcudão, de Recife, a primeira caricatura impressa
no Brasil (MARTINS, 2004).


1844 - O telégrafo foi o primeiro aparelho que permitiu a comunicação à distância
através de fios e da eletricidade. Esse aparelho foi inventado, em 1837, pelo norte
americano Samuel Morse. Em 1844, Morse transmitiu a primeira mensagem
telegráfica pública e demonstrou como o telégrafo era capaz de enviar sinais
rapidamente e a grandes distâncias (BIBLIOTECA VIRTUAL, 2007).


1851 - Fundação da Reuters. A companhia foi fundada pelo alemão Paul Julius
Reuter, um pioneiro dos serviços telegráficos. A agência Reuters criou uma boa
reputação na Europa por ser a primeira a reportar quot;furos jornalísticosquot; no estrangeiro,
como a notícia do assassinato de Abraham Lincoln. Nos dias de hoje, quase todos
serviços noticiosos são subscritores da Reuters. A Reuters tem mais de 18000
funcionários que operam em 204 cidades e fornece textos em 19 línguas
(WIKIPEDIA, 2007a).


1852-1853 - Em meados do século XIX, o jornalismo político entra em declínio.
Aparecem as primeiras revistas culturais, e jornais publicam obras de grandes
escritores da época em folhetins. Entre elas Memórias de um Sargento de Milícias
(1852-1853), escrita por Manuel Antônio de Almeida no Correio Mercantil; o romance
O Guarani (1857), de José de Alencar, no Diário do Rio de Janeiro; e A Mão e a
Luva (1874), em O Globo, e Iaiá Garcia (1878) em O Cruzeiro, ambas de Machado
de Assis (ENCICLOPÉDIA DIGITAL, 2007).


1862 - É impresso o primeiro Diário Oficial do Brasil. Continha editorial, atos oficiais,
artigos sobre comércio e política internacional e noticiário sobre os acontecimentos
de interesse geral (MARTINS, 2004).
25



1875 - No dia 4 de janeiro, um grupo de republicanos e abolicionistas funda o jornal
Província de São Paulo com uma tiragem de 2 mil exemplares e dirigido por
Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos (MARTINS, 2004).


1878 - A revista ilustrada e humorística O Besouro, fundada em março pelo chargista
português Rafael Bordalo Pinheiro no Rio de Janeiro, publica no dia 20 de julho as
primeiras fotos da imprensa brasileira, que retratavam crianças abatidas pela seca
do Nordeste e haviam sido tiradas em viagem pelo jornalista José do Patrocínio,
então redator do jornal Gazeta de Notícias (MARTINS, 2004).


1889 - Com a proclamação da República, A Província passa a se chamar O Estado
de S. Paulo (MARTINS, 2004).


1891 - Julio Mesquita destaca-se como um dos principais cronistas políticos da
época e assume o jornal O Estado de S. Paulo (MARTINS, 2004).


1891 - Rodolfo Dantas funda, no Rio de Janeiro, o Jornal do Brasil. O jornal assume
a condição de publicação livre e independente, sem vínculos partidários. Após a
morte de D. Pedro II e de sérios conflitos com republicanos, o jornal transforma-se
em uma sociedade anônima (MARTINS, 2004).


      Século XX


1900 - Vladimir Lênin funda o Iskra, em Leipzig, Alemanha. Esse jornal
revolucionário veio a ser um importante veículo de propaganda comunista
(ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).


1908 - Gustavo de Lacerda funda a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio
de Janeiro (MARTINS, 2004).

1910 - Os grandes jornais do Rio e de São Paulo instalam ou ampliam escritórios
para os seus correspondentes em Londres, Paris, Roma, Lisboa, Nova York, Buenos
Aires, Montevidéu e Santiago do Chile. O livro ainda influi poderosamente no estilo
26



do jornal e da revista. Eça de Queiroz, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco assinam
correspondências do exterior ou textos locais (MARTINS, 2004).

1921 - A empresa Folha da Manhã, que atualmente edita a Folha de S.Paulo, é
fundada por Otávio Frias de Oliveira com o jornal Folha da Noite (MARTINS , 2004).

1924 - É criada a cadeia jornalística Diários Associados, com a aquisição de O
Jornal pelo empresário Assis Chateaubriand (MARTINS, 2004).

1925 - As Organizações Globo surgem com a aquisição do jornal O Globo dos
Diários Associados, pelo jornalista Irineu Marinho (MARTINS, 2004).

1928 - Os Diários Associados lançam O Cruzeiro, primeira revista de circulação
nacional publicada semanalmente (MARTINS, 2004).

1934 - Surge o primeiro sindicato dos jornalistas no Brasil, em Juiz de Fora (MG). No
ano seguinte surge outro no Rio de Janeiro (MARTINS, 2004).

1937-1945 - O governo Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, institui o
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que veta o registro de 420 jornais e
346 revistas: apenas publicações ligadas politicamente ao presidente eram
autorizadas a circular. Apesar da censura, Vargas emprega altos recursos
governamentais na publicidade dos atos oficiais de seu governo, o que acaba
garantindo a expansão industrial da imprensa no período (MARTINS, 2004).


1938 - O Decreto nº 910, de 30 de novembro, regulamenta a profissão de jornalista
no Brasil (MARTINS, 2004).


1949 - Carlos Lacerda lança o jornal Tribuna da Imprensa no Rio de Janeiro
(MARTINS, 2004).


1950 - Victor Civita funda a Editora Abril em São Paulo (MARTINS L.C., 2004).
1951 - O jornalista e colaborador dos Diários Associados, Samuel Wainer, funda o
Jornal Última Hora em Porto Alegre (RS), que desempenha papel importante na
renovação da imprensa brasileira (MARTINS L.C., 2004).
27



1952 - Adolpho Bloch lança no Rio de Janeiro a revista ilustrada “Manchete”
(MARTINS, 2004).

1964 - Em maio é fundado o jornal Zero Hora no Rio Grande Sul, com a finalidade
de substituir o Última Hora, jornal que havia sido fechado com o golpe militar
ocorrido no mesmo ano. É o maior veículo da mídia impressa da Rede Brasil Sul e o
jornal de maior venda avulsa do Sul do país (MARTINS, 2004).


1965 - O general Castelo Branco decreta o AI-2, permitindo ao presidente da
República violar a liberdade de imprensa. As restrições aumentam com o AI-5 de
1968, que fecha o Congresso Nacional e censura qualquer manifestação do
pensamento, impondo total controle dos meios de comunicação de massa e
sujeitando todos à censura prévia. Muitos jornais são invadidos, depredados ou
fechados pela Polícia (MARTINS, 2004).


1966 - A Editora Abril lança a revista mensal “Realidade”, marco do jornalismo
brasileiro por suas reportagens investigativas e sua qualidade gráfica (MARTINS,
2004).


1966 - É fundada no Rio de Janeiro a primeira agência de notícias do país, a
Agência JB, do grupo Jornal do Brasil (MARTINS, 2004).


1968 - Lançamento da revista semanal “Veja”, da Editora Abril, a revista de maior
circulação no país (MARTINS, 2004).


Anos 1970 - O sistema midiático como hoje o conhecemos foi configurado e
consolidou-se na década de 70. Este período, que se inicia com o AI-5 e o
lançamento do “Pasquim” irá se encerrar com a anistia e a greve dos jornalistas. As
experiências jornalísticas do período são exemplares. É a época que O Estado de S.
Paulo publica Os Lusíadas, Veja lança uma edição sobre torturas, surgem o Opinião,
Movimento e outros jornais da imprensa alternativa (MARTINS, 2004).


1977 - A Editora Três lança a revista semanal de informações gerais “Isto É”
(MARTINS,                                                                   2004).
28



1979 - O Decreto nº 83.284, aprovado pelo Congresso Nacional, regulamenta a
exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil (MARTINS,
2004).
Anos 1980 - As primeiras experiências de jornalismo digital se deram nos Estados
Unidos, nos anos 80, a partir de sistemas de videotexto produzidos por empresas
como a Time, Times-Mirror e a Knight-Ridder (MARTINS, 2004).


1984 - A Folha de S. Paulo encabeça a campanha Diretas Já pela eleição direta
para a Presidência da República. Dois anos depois alcança o posto de o primeiro
jornal do país em volume de venda, em substituição a O Globo, que mantinha a
liderança desde a década de 30 (MARTINS, 2004).


1987 - É elaborado o Código de Ética dos Jornalistas no Brasil. O documento é
redigido e aprovado em um congresso especial da categoria no Rio de Janeiro
(MARTINS, 2004).


Anos 90 – O surgimento dos primeiros jornais na rede mundial de computadores,
utilizam-se da simples transposição do conteúdo impresso para a internet. Neste
momento, nota-se o aparecimento de websites noticiosos, que exploram cada vez
melhor   as   potencialidades   da   rede   -   hipertextualidade,   multimidialidade,
interatividade, entre outras, indo em busca de uma gramática própria adequada à
Internet. Essa nova realidade apresentada no século XX interfere diretamente na
produção de notícias e em seu consumo devido às relações instantâneas e globais
que permeiam os indivíduos (MARTINS, 2004).


1995 - No dia 12 de maio, a Folha de S. Paulo tem a maior circulação da história da
imprensa brasileira: 1.613.872 exemplares. O principal motivo do recorde foi o
lançamento de um atlas histórico que acompanhava a publicação. Desde o final dos
anos 80 a imprensa brasileira começara a oferecer produtos não-jornalísticos
agregados ao jornal, como fascículos de enciclopédias, CDs e fitas de vídeo,
gerando aumento nas vendas (MARTINS, 2004).


1995 - Em maio de 1995, o Jornal do Brasil inaugura o primeiro jornal eletrônico do
país, o JB Online. Em dezembro do mesmo ano, O Estado de S.Paulo coloca na
29



rede o NetEstado. Em 1996, a Folha de S.Paulo lança o Universo Online (fundido
em novembro com o Brasil Online da Abril), seguido de O Globo On e de O Dia On-
line (MARTINS, 2004).


         Século XXI


2000 - É lançado em Campinas - SP, o primeiro jornal em braille do país. Com o
apoio dos jornais Diário do Povo e Correio Popular, do McDonald's, da TV a Cabo
Net Campinas e da Gráfica Itapapel, o novo jornal mensal é produzido pelo Centro
Cultural Louis Braille, de Campinas. A distribuição é gratuita para entidades,
bibliotecas, faculdades e prefeituras da região (MARTINS, 2004).


2001 – O Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo mantém a suspensão em
todo o país da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para a obtenção do registro
profissional no Ministério do Trabalho (MARTINS, 2004).


2002 – O governo instala, com mais de 10 anos de atraso, o Conselho de
Comunicação Social, primeiro espaço institucional especializado no debate público
das questões da área das comunicações. Ele estava previsto na Constituição e
regulamentado por lei desde 30 de dezembro de 1991 (MARTINS, 2004).


2006 – O então ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu em caráter liminar a
obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão (MARTINS,
2004).


         Analisando os aspectos históricos ligados ao jornalismo, podemos observar
que do século VIII ao século XI são poucos os registros de acontecimentos que
contribuíram para o início do processo jornalístico mundial.
         Somente a partir do século XV, devido à invenção da prensa, por Gutemberg,
os relatos se tornam mais acessíveis. Essa invenção ganha força no século XVI,
quando foi muito utilizada pela Igreja para noticiar os acontecimentos das guerras.
Nos séculos XVII e XVIII destaca-se a criação de jornais que marcaram a história e o
investimento na melhoria das técnicas de divulgação das notícias, pois o jornalismo
30



se mostrava uma atividade eficiente já em diversas partes do globo para levar
informações à sociedade.
      No século XIX há um aumento significativo no número de registros referentes
às atividades jornalísticas, já disseminadas pelo mundo. Podemos constatar
inúmeros relatos referentes ao tema no Brasil a partir desse período, sob diversos
formatos (revistas, panfletos, jornais). No século seguinte os meios de comunicação
iniciam os primeiros movimentos para a utilização das novas tecnologias na
propagação das notícias. Os profissionais se organizam através de sindicatos e as
leis sobre imprensa no nosso País são criadas.
      A partir da segunda metade do século XX, a mídia encontra nas novas
tecnologias, a forma de se consolidarem como massificadoras de opiniões. Surgem
os grandes impérios jornalísticos, que vêem na informação uma mercadoria de
grande valor.
      Isto posto, na seqüência destacam-se os pressupostos inerentes ao contexto
atual do jornalismo.


2.1 Jornalismo no contexto atual


      Para entendermos como se comporta hoje o jornalismo, após apresentada a
trajetória e a discussão em torno da temática, apresentamos, à luz do referencial
teórico estudado para este estudo, a relação de aspectos sócio-históricos, políticos e
econômicos com as mudanças dos parâmetros de produção e consumo de
informações presentes na atualidade, advindas da constante evolução dos meios
técnicos.
      O mundo se depara hoje com uma realidade marcada pela predominância do
sistema político-econômico capitalista. Exceto por Cuba, China e Coréia do Sul, que
ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo.
      O capitalismo consolidou-se como sistema mundial no início da década de 90.
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já
vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do
século XX, resultando na chamada nova ordem mundial. (PELLEGRINI, 2007).
      As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à
Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a
supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no
31



segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na
capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na
ampliação   dos     investimentos   das     empresas      transnacionais    nos   países
subdesenvolvidos.
      No decorrer deste período histórico (Segunda Guerra Mundial), os EUA
atravessaram uma fase de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o
conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de
maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que
em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar
substituiria o ouro como padrão monetário internacional.
                      As principais disposições do sistema Bretton Woods foram,
                      primeiramente, a obrigação de cada país adotar uma política
                      monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro
                      de um determinado valor mais ou menos um por cento em termos de
                      ouro, e em segundo lugar, a provisão pelo FMI de financiamento
                      para suportar dificuldades temporárias de pagamento. (WIKIPEDIA,
                      2007b).

      Em 1971, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro,
Richard Nixon, então presidente norte-americano, suspendeu unilateralmente o
sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro.
Assim, para a economia internacional, todos os elementos planificadores de Bretton
Woods    favoreceram    um    sistema     relativamente   liberal,   que   se   baseasse
primeiramente no mercado, com um mínimo de barreiras ao fluxo de comércio e
capital privados. Apesar de não estarem inteiramente de acordo sobre a maneira de
pôr em prática essa ideologia, todos concordavam com o sistema aberto.
      Esse dinamismo pós-guerra da economia norte-americana influenciou
diretamente tanto os países subdesenvolvidos da Ásia, assim como os demais
continentes. Por estar diretamente envolvido com a liberação do mercado mundial
após a Segunda Guerra e por ter se consolidado como grande potência mundial e
tirando proveito dela com suas exportações e acesso às matérias-primas, os EUA
buscaram mercados aliados para aumentar seu poder de compra e venda.
      Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando
criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, impedir o avanço do
socialismo no continente. A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de
uma expansão econômico-financeira do país em direção aos seus vizinhos da Ásia,
originando uma região de forte dinamismo.
32



      A produção tecnológica em larga escala na Segunda Guerra Mundial
estabeleceu   um    novo    padrão   de   desenvolvimento   técnico,   que   levou    à
modernização e a posterior automatização da indústria. Com a automatização
industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande
aumento e diversificação dos meios de produção.
      Na atualidade, o acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço
cada vez mais artificializado, principalmente naqueles países onde o atrelamento da
ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio
técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida
em que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em diversos
países, diferentemente do que segundo Pires e Reis (1999) seria o objetivo do
avanço tecnológico, que os autores apontam como não sendo alcançado, pois:
                     [...] o domínio da natureza permitiria aos homens a produção dos
                     bens necessários para a vida em menos tempo de trabalho, pelo
                     desenvolvimento tecnológico, liberando parte da vida para o
                     desenvolvimento humano. (PIRES; REIS, 1999, p.33)

      Favorecidas    pelo     desenvolvimento     tecnológico,   particularmente      a
automatização da indústria, a informatização dos escritórios, a rapidez nos
transportes e comunicações e as relações econômicas também se aceleraram, de
modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A
competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o
avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, principalmente nos
Estados Unidos, no Japão, nos países da União Européia e nos novos países
industrializados originários do “mundo subdesenvolvido” da Ásia, como afirmam
Pires e Reis (1999) ao descreverem o capitalismo como “um processo
simultaneamente social, econômico e cultural. e seu desenvolvimento é desigual e
contraditórioquot;. (IANNI, 1997 apud PIRES; REIS; 1999, p. 33)
      Desde que a internacionalização do capital surgiu, e devido à sua essência -
produzir para o mercado, objetivando o lucro e, conseqüentemente, a acumulação
da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à
incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu
domínio, conforme Santos (1996).
                     O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão
                     como metáfora. Todos os lugares são mundiais, mas não há um
                     espaço mundial. Quem se globaliza mesmo são as pessoas
                     (SANTOS, 1996, p.31).
33



      A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa financeira
internacional, em meados da década de 1980. A partir de então, esse termo
começou a ser associado à difusão de novas tecnologias na área de comunicação,
como satélites artificiais, redes de fibra ótica que interligam pessoas por meio de
computadores, entre outras, que permitiram acelerar a circulação de informações e
de fluxos financeiros.
      Globalização passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de
investimentos pelo mundo afora. Ela passa a ser discutida, segundo as categorias
tempo/espaço, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação, mercado
mundial e lugar.
      Segundo Santos (1996, p.31), quot;cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma
razão global e de uma razão local convivendo dialeticamentequot;. A importância de
estudar os lugares reside na possibilidade de capturar seus elementos centrais e
suas virtudes locais, de modo a compreender suas possibilidades de interação com
as ações e fatos globais.
      A globalização da cultura ocorre a partir do lugar geográfico em que reside. É
dele então, que a globalização ganha sua dimensão simbólica e material,
combinando matrizes globais, nacionais, regionais e locais. Para tanto, Santos
esclarece que:
                         O espaço geográfico é um conjunto indissociável de sistemas de
                         objetos naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberadas
                         ou não (SANTOS, 1996, p.40).

      A reflexão sobre a globalização econômica é um pouco mais vasta que a
cultural. Conforme afirma Santos (1996, p.40):

                         [...] ela está diretamente associada ao fluxo do sistema de objetos,
                         na forma de espaço geográfico. O espaço geográfico é uma
                         funcionalização da globalização. Ele vai ser produzido de acordo com
                         as demandas de quem o idealiza, para permitir fluir suas
                         necessidades.
                         O espaço geográfico viabiliza a globalização, dado que ele
                         materializa três de seus pressupostos: a unicidade técnica, a
                         convergência dos momentos e a unicidade do motor.

      A unicidade é entendida como a capacidade de instalar qualquer instrumento
técnico produtivo em qualquer parte do mundo. A convergência dos momentos é
possibilitada pela unificação técnica, pela capacidade de comunicação em tempo
real. Por fim, a unicidade do motor é a direção centralizada, ou seja, para onde
34



convergem            os   interesses   nacionais   e internacionais     referentes aos fatos
comunicados globalmente, muitas vezes direcionados por interesses políticos.
          Ao longo da história, o jornalismo também teve uma importante função nesse
contexto, onde o editor sempre exerceu um papel político (ele tem contato com a
cúpula administrativa e faz o meio de campo, decidindo se o tom do texto vai
agradar ou desagradar aos donos de jornais ou aos grupos de poder ligados a eles).
Hoje o editor continua preservado em sua função política, mas não mais na função
estética do texto especificamente.
          Até o final da década de 80, havia uma divisão do jornalismo. Existia o
repórter (externo) e aquele profissional de dentro da redação (copy desk3), que
cuidava de produzir o texto, fruto de um trabalho investigativo realizado pelo
repórter. Com os avanços da profissão, a nova dinâmica de informações se altera, o
jornalista passa a ser agora a pessoa que não somente dá conta de buscar a
informação (encontrar o dado e levá-lo para a redação) como terá também que
redigi-lo e editá-lo, entregando o texto prontinho para a impressão. Desapareceu a
profissão de copy desk, o repórter de ontem se funde hoje no repórter, redator,
editor, devido à nova dinâmica em que as informações se apresentam e o modelo
técnico-informacional que os avanços tecnológicos trouxeram para a profissão.
          Conforme destacado por Carlos Drummond, Coordenador do Curso de
Jornalismo Multimídia da FACAMP (Faculdades de Campinas), em entrevista
concedida ao portal da faculdade, diz que:
                             Na redação tradicional de um jornal, por exemplo, o jornalista
                             chegava no final da manhã, lia todos os jornais, esperava receber
                             sua pauta e saía à rua para apurar a matéria. No início da noite,
                             voltava à redação para redigir a reportagem, que, depois de lida pelo
                             copidesque, pelo redator-chefe e pelo revisor, era diagramada
                             manualmente. No jornal de hoje, o repórter chega cedo à redação, lê
                             pela internet os principais jornais do dia e navega pelos sites de
                             notícias e blogs. Apura a matéria, redige-a no seu computador e a
                             encaminha para a paginação eletrônica, de onde ela segue - pela
                             rede - para impressão. Em vez de uma matéria, o jornalista escreve
                             quatro ou cinco por dia (DRUMOND, 2007).

          Este aparato tecnológico traz ainda novas implicações não somente às
atividades jornalísticas referentes ao processo de escrever as matérias, mas
também nos procedimentos que envolvem a escolha do que publicar e a análise da



3
    Vide Glossário
35



linha editorial mediante a saturação de informações que o ambiente web oferece na
atualidade. Para lidar com este aspecto o jornalista tem a seu favor a credibilidade.
          Sua função de investigar e averiguar a veracidade dos fatos informados é de
fundamental importância para que a comunicação seja a mais transparente e eficaz
possível. A união da credibilidade das informações e de sua repercussão, checadas
pelo jornalista em diversas fontes na web e fora dela abre a possibilidade de uma
programação mais formativa do que informativa, mais qualitativa do que quantitativa,
em que, por exemplo, vemos constantemente temas específicos debatidos com a
participação de especialistas de um lado e dos expectadores/leitores/ouvintes do
outro, prática comum hoje, que foge dos parâmetros ditados anteriormente em que a
comunicação fluía de cima para baixo numa via de mão única.
          Com a mudança dos paradigmas quot;eu falo e você escutaquot;, “eu escrevo você lê”
a cumplicidade e busca do interesse comum se torna essencial e a interatividade
passa a predominar no objetivo dos grandes meios de comunicação e o que mais se
destaca na atualidade é a internet. Por isso é crescente o número de jornais que
lançam suas versões web, ou pelo menos disponibilizam o conteúdo do impresso na
rede, o que os estudiosos classificam hoje como jornalismo on-line.


2.2 Jornalismo On-line


          Mesmo com o avanço coletivo das técnicas de produção, durante a evolução
humana, cada etapa histórica é representado pelo progresso de um determinado
sistema, como nos aponta Castells (2001). Durante o período em que ocorreu a
Primeira Revolução Industrial, o sistema que predominou e que mais se desenvolveu
foi o referente às indústrias, que teve como sucessor o que se referiu ao
desenvolvimento dos meios de comunicação.
          O sistema predominante na atualidade é, na verdade, conseqüência das
técnicas comunicacionais. É constituído pelas “técnicas da informação”, que hoje
conhecemos como Tecnologia da Informação4 e da Comunicação, ou TIC, termo
comumente utilizado para designar o conjunto de recursos não humanos dedicados
ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, bem como o




4
    Vide Glossário.
36



modo de como esses recursos estão organizados num sistema capaz de executar
um conjunto de tarefas5.
          A tecnologia de processamento de informação baseada na comunicação de
símbolos, segundo Castells (2001, p.53). Representa “um novo modo informacional
de desenvolvimento”, faz com que a mercadoria mais importante nos dias atuais seja
a informação. Com isso, em qualquer estância da vida humana, informação é
sinônimo de poder.
          A técnica da informação na pós-modernidade constitui-se em construir a
relativização dos lugares, ou seja, fazer com que o acontecer de um lugar possa ser
conhecido por outro lugar, se possível, instantaneamente. Assim, ela permite a
interação dos momentos assegurada pela simultaneidade das ações.
          Ocorre então, o que se pode chamar de globalização do lugar, que se
apresenta pela formação do espaço-mundo (o espaço e o tempo se unem de forma
global em um determinado lugar): lugares são então permeados por características
globais referentes à economia, política, cultura e sociedade, acabando por absorvê-
las (o lugar se torna expressão do mundo ao mesmo tempo em que é expresso por
ele), como mencionado por Santos (2001, p.112):

                       Os lugares são, pois, o mundo, que eles reproduzem de modos
                       específicos, individuais, diversos. Eles são singulares, mas são
                       também globais, manifestações da totalidade-mundo, da qual são
                       formas particulares.

          As particularidades de um acontecimento estiveram por muito tempo (no
jornal impresso) enclausuradas no hic et nunc6 a que se referia Walter Benjamin
(1983).
          Para Benjamin o original de uma obra de arte é dotado de um hic et nunc, um
quot;aqui e agoraquot; que garante sua autenticidade. O fato de que tenha sido produzido
apenas um exemplar, num momento específico, em um lugar e uma circunstância
única e por um autor específico, acaba por fazer com que o público atribua ao objeto
uma aura “... a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que
esteja. Inatingível, a obra de arte torna-se objeto de contemplação e sacralização, à
maneira dos ícones religiosos” (WIKIPEDIA, 2008).



5
    Vide Glossário
6
    Vide Glossário
37



          Ou seja, no caso do jornalismo, a renovação do aqui e agora do
acontecimento, só podia ser atualizado na edição seguinte e ter complementos
oferecidos pelo telejornal ou por notícias veiculadas no rádio no decorrer do dia. No
impresso, o fato era registrado e ficava relativamente preso à “presença no próprio
local onde se encontra” (WIKIPEDIA, 2008a), e hoje instantaneamente devido aos
avanços técnicos o hic et nunc da notícia sofre atualizações constantes, virtuais, e
tem como espectador o indivíduo global, participando de um processo a que
podemos chamar de democratização da informação.
          A história dos meios de comunicação passa atualmente por uma revolução
tecnológica, que se reflete em todos as estâncias da vida humana. As relações
sociais,      econômicas,   políticas,   vêm   ganhando   novas   dimensões    com    o
desenvolvimento dos meios de comunicação, mais precisamente a Internet. O
movimento de globalização incentivado (e exigido) pelo capitalismo encontra na
nova rede de comunicação mais um instrumento para seu sucesso. A Indústria
Cultural reúne na Internet seus meios de ação e ganha um poder de influência ainda
maior: uma rede de comunicação capaz de atingir “todo o globo”, mesmo com as
diferenças sócio-econômicas de acesso aos meios eletrônicos e à comunicação.
          Segundo Santos (2001), com a capacidade de transmitir informações
instantaneamente, espaço e tempo são aparentemente “quebrados”, e com a
disseminação da cultura do just-in-time7, cria-se uma idéia metafórica de otimização
desses fatores, como se fossem uma unidade, desconsiderando os aspectos
culturais que envolvem emissor e receptor e o fato de que:

                       Os lugares são, pois, o mundo, que eles reproduzem de modos
                       específicos, individuais, diversos. Eles são singulares, mas são
                       também globais, manifestações da totalidade-mundo, da qual são
                       formas particulares (SANTOS, 2001, p.112).

          Na rede, a transmissão técnica de dados independe das posições geográficas
do emissor e receptor, isso não seria novidade nos meios de comunicação, mas a
Internet possui hoje uma capacidade quase infinita de transmissão de informação e
foi incorporada rapidamente (considerando a evolução, aceitação e acesso dos
meios tradicionais de comunicação – Internet no espaço de 4 anos (no início dos
anos 90) atingiu, nos EUA, 50 milhões de pessoas, quando a TV levou 13 anos, o
computador pessoal, 16, e o rádio, 38, para atingir esse mesmo número) - segundo

7
    Vide Glossário
38



Carlos Vogt na página http://www.comciencia.br/carta/socinfo.htm da Revista
Comciencia - tanto por empresas quanto para uso doméstico, ou seja, uma enorme
potência para o mercado, seja pela publicidade ou pela própria capacidade adquirida
por parte da população mundial de executar compras e vendas através do
computador (ligado diretamente com a evolução inteligente do modo de produção
capitalista).
       Nesse ambiente competitivo, o jornalismo encarrega-se de veicular a
informação da maneira mais rápida e mais verídica possível, acompanhando o ritmo
das novas tecnologias.
       O desafio é uma constante nesta atividade, pois cada novo veículo de
comunicação que surge provoca mudanças no modo de produção, estruturação e
apresentação das notícias; é preciso que se crie uma nova linguagem, para uma
publicação ou forma de veiculação diferente, direcionada a um público-alvo com
outras exigências.
       Formam-se nichos de informação e com isso, “as técnicas, a velocidade e a
potência, criam desigualdades e, paralelamente, necessidades, frustração e
escassez porque não há satisfação para todos” (SANTOS, 2001, p.129). O desafio
dos jornalistas está exatamente em evitar que este cenário atual permaneça e uma
das ferramentas para vencer este desafio pode ser a participação do público na
investigação, seleção, estruturação e veiculação das notícias, princípio fundamental
do jornalismo colaborativo que discutiremos adiante neste trabalho.
       Castells (1999, p.17) argumenta que várias temporalidades subsistem,
embora uma esteja emergindo como determinante: a que ele chama de tempo
intemporal, próprio da estrutura de rede, onde passado e futuro se fundem num
eterno presente.
       A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo
introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede. Essa sociedade é
caracterizada pela globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de
vista estratégico; por sua forma de organização em redes; pela flexibilidade e
instabilidade do emprego e a individualização da mão-de-obra. Por uma cultura de
virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, interligado e
altamente diversificado e pela transformação das bases materiais da vida – o tempo
e o espaço – mediante a criação de um espaço de fluxos e de um tempo intemporal
como expressões das atividades e elites dominantes.
39



      Essa noção de atemporalidade que situa os fatos na Internet está ligada
também à noção de um espaço virtual onde as coisas acontecem e são atualizadas,
informações são divulgadas, pessoas se comunicam, e tudo acontece sob um
conceito de simultaneidade. Segundo Pierre Lévy (LEVY, 1996, p.44):

                     A noção de tempo real, inventada pelos informatas, resume bem a
                     característica principal, o espírito da informática: a condensação no
                     presente, na operação em andamento. O conhecimento de tipo
                     operacional oferecido pela informática está em tempo real.

      Além da possibilidade de disponibilizar informações a todo segundo, os sites
de notícia procuram aproveitar os recursos multimídia de áudio e vídeo para
enriquecer o conteúdo e reiterar o conceito de tempo real - o que a televisão e o
rádio já desempenhavam, diferentemente dos impressos.
      O jornalismo acompanha este processo de subversão da temporalidade,
seguindo o caminho que já havia sido percorrido pela televisão quando introduziu o
culto quot;ao vivoquot; e sempre buscado pelo jornal impresso na corrida pelo “furo” do dia.
      Para Harvey (1992, p. 209-210):

                     Há um incentivo onipresente para a aceleração, por parte de
                     capitalistas individuais, do seu tempo de giro com relação à média
                     social, e para fazê-lo de modo a promover uma tendência social na
                     direção de tempos médios de giros mais rápidos. [...] O efeito geral é,
                     portanto, colocar no centro da modernidade capitalista a aceleração
                     do ritmo dos processos econômicos e, em conseqüência, da vida
                     social.

      A aceleração na vida social propõe mudanças na produção de notícias, que
deve traduzir os acontecimentos do cotidiano de forma fidedigna. Foi assim com os
jornais impressos, com o rádio, com a televisão e atualmente com a Internet. O
desenvolvimento de novas tecnologias implica na transformação do formato da
notícia, interferindo na sua periodicidade, publicação e validação.
      O impulso desta nova mídia (o jornal on-line) é a velocidade. As informações
digitalizadas ocupam quot;pouco espaçoquot; e assim podem ser difundidas mais
rapidamente. Essa “difusão mais rápida” exige maior dinâmica dos profissionais de
comunicação na interação com o fato, com os participantes ou observadores dos
fatos (fontes), com os leitores (consumidores do que é noticiado sobre os fatos) e o
canal pelo qual será oferecido o conteúdo.
40



       A atenção ao canal sempre foi um fator muito importante, mas na atualidade
se evidencia, pois a ânsia de oferecer as informações mais atualizadas algumas
vezes acarreta no acúmulo de informações desnecessárias ou até mesmo num
processo de estagnação, onde o profissional se prende ao formato impresso
enquanto à sua volta os meios se fundem hibridamente, pois segundo Fidler (1994,
p. 25 apud QUADROS, 2002. p.3):

                     A tecnologia somente facilita a mudança e cria oportunidades. Sem o
                     correspondente esforço dos jornalistas e dos empresários dos meios
                     de comunicação em melhorar a qualidade da informação e oferecer o
                     que o público necessita e deseja, a metamorfose não será mais que
                     uma crisálida oca.

       Diversos estudos sobre o movimento de transição e a relação entre o
jornalismo tradicional e o jornalismo on-line levantaram possíveis cenários a serem
incorporados pelos veículos e profissionais, entre eles os estudos de John Pavlick,
dividindo a performance dos jornais digitais em 3 estágios:
       1º - transposição da versão impressa para a internet;
       2º - esta transposição e mais alguns produtos diferenciados do jornal
tradicional;
       3º - um produto totalmente exclusivo para a internet;
       Estes estágios mostram uma nova forma de se relacionar com a informação,
onde os jornalistas interagem com o meio numa dinâmica de construção de
conteúdo e compartilhamento. O meio digital se torna expressão e fonte de notícias,
onde os próprios profissionais podem buscar o que está disponibilizado na rede e
fornecer dados para os outros usuários.
       Destaca-se nesse contexto a conceituação de Brambilla (2006) para
jornalismo on-line: este não se refere especificamente ao noticiário produzido e
veiculado na web, este, é o webjornalismo. A autora discute essa nova realidade no
contexto informacional adotando o conceito de que o jornalismo on-line é:

                     [...].todo aquele desenvolvido utilizando tecnologias de transmissão
                     de dados em rede e em tempo real, ocorrida na web ou não, mas
                     que comporta apuração, produção e veiculação da notícia através de
                     conexões digitais com acesso instantâneo e simultâneo entre autores
                     e leitores (BRAMBILLA, 2006, p.36).

       O desafio do jornalista on-line é despertar o interesse de um público muito
mais diferenciado que o público do impresso, com cultura e costumes próprios,
41



fugindo dos padrões da realidade regional/nacional dos impressos, pois a linguagem
não linear da internet, mesmo que jornalística, é baseada em hipertextos8.
          Conforme consta no portal da Faculdade de Comunicação da UFBA
(Universidade Federal da Bahia):

                        [...] o conceito de hipertexto foi utilizado pela primeira vez por
                        Vannevar Bush, em 1945, quando coordenava para o governo
                        americano cerca de quinhentos cientistas das mais variadas áreas, e
                        precisava agrupar todas as informações provenientes destes
                        profissionais de maneira organizada, porém não-linear e conexada,
                        onde daí erntram em ação os links, que tem esta função de
                        interligação. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, 2008).


          Há também uma definição de hipertexto da Wikipedia, que os classifica como:

                        [...] textos que servem como um suporte que acopla outros textos em
                        sua superfície cujo acesso se dá através dos links que têm a função
                        de conectar a construção de sentido, estendendo ou
                        complementando o texto principal (WIKIPEDIA, 2008b).

          Com isso, podemos afirmar que são as interações e a praticidade do
simultâneo as ferramentas que devem ser exploradas pelo profissional de
comunicação para alcançar o público na atualidade.
          Essas interações no jornalismo on-line podem ser entendidas como a
utilização de enquetes (pesquisas), comentários, meios de contato com o autor da
informação disponibilizada e fóruns, em que acontecem discussões e abordagens de
pontos de vistas diferentes, paralelamente à veiculação tradicional de notícias.
          Na década de 90, os grupos de mídia começaram a se organizar, ainda de
forma tímida para adentrar a realidade do jornalismo on-line.

                        1995 - Em maio de 1995, o Jornal do Brasil inaugura o primeiro jornal
                        eletrônico do país, o JB On-line. Em dezembro do mesmo ano, O
                        Estado de S.Paulo coloca na rede o NetEstado. Em 1996, a Folha de
                        S.Paulo lança o Universo On-line (fundido em novembro com o Brasil
                        On-Line da Abril), seguido de O Globo On e de O Dia On-line.
                        1997 - O jornal O Estado de S. Paulo começa a publicar a edição em
                        português do The Wall Street Journal, considerado uma referência
                        para investidores em todo o mundo (MARTINS, 2004, p.1).

          Assim como a velocidade do fluxo de informações na rede, já no final da
década de 90, quando a internet já havia passado por seu processo de
popularização, os sites de agências de notícias e jornais brasileiros começam a se

8
    Vide Glossário.
42



especializar na disseminação de informações digitais, incluindo em seus materiais,
áudios, vídeos, animações e links para outros sites, cumprindo com a finalidade da
linguagem digital (o hipertexto) ao veicular suas notícias.
          Ao trilhar o caminho dos pedaços de papel às ondas da rede mundial de
computadores, o ato de informar a sociedade passou por diversas fases e formatos
apresentados ao longo deste primeiro capítulo, mas a característica mais marcante
da atualidade é que, a interação de usuários com os fatos e sua disseminação
permitem que novos serviços passem a ser agregados ao ato de noticiar, são eles
sistemas de buscas e portais atualizados a todo instante, são os furos de
reportagem garantidos por jornalistas ligados à rede ou cidadãos com acesso às
novas tecnologias devido às facilidades conquistadas com novos meios digitais,
sendo fonte de informação para outros leitores e passando a ser fonte de pesquisa e
investigação também para agências de notícias e jornalistas.
          A utilização da tecnologia para divulgação de notícias on-line permitiu o
aumento do nível de democratização da informação no mundo, pois a
instantaneidade, característica marcante da internet, permite que os fatos ocorridos
a grandes distâncias sejam acompanhados “ao vivo” por milhares de espectadores.
O homem hoje se alia ao aperfeiçoamento das técnicas que criou para se comunicar
com as novas tecnologias que cria, mantendo-se informado do que acontece ao seu
redor e em lugares que não atingiria sem o auxílio da tecnologia.

2.2.1 Modernas Tecnologias

          Se compararmos as revoluções sociais provocadas pelos demais meios de
comunicação de massa, pode-se considerar que a Internet ainda “é muito nova”.
          Castells (1999), realizou um estudo sobre a nova relação entre o virtual e a
sociedade que resultou em sua trilogia “A Era da Informação: Economia, Sociedade
e Cultura”, que busca esclarecer a dinâmica econômica e social da nova era da
informação. Segundo Castells (1999), a Internet inicia nas três ultimas décadas do
século XX, conseqüência de uma fusão de estratégia militar e inovação científica. O
Departamento de Defesa dos EUA, mais especificamente a Agência de Projetos e
Pesquisa Avançada (ARPA) deu origem ao desenvolvimento de um sistema de
comunicação que viria a culminar na Internet.9


9
    Vide Glssário
43



      A internet evoluiu muito rápido com o crescimento das atividades comerciais
na rede, juntamente com o desenvolvimento da informática e de novas tecnologias
de comunicação, como os aparelhos celulares.
      Um dos pesquisadores pioneiros e mais respeitados na área é o filósofo
francês Pierre Lévy, autor de “As Tecnologias da Inteligência” (1990), “O que é o
Virtual” (1995) e “Cibercultura” (1999), entre outros. A Cibercultura proposta por
Lévy(1999, p.23) é:
                       [...] a transformação radical das culturas humanas na virada do
                       século - uma cultura globalizada e cibernética. Se tratada do ponto
                       de vista comercial, o crescimento do ciberespaço seria conservador e
                       reacionário, uma vez que serve para aumentar o abismo entre
                       pobres e ricos.

      Lévy considera essa possibilidade como real, mas acredita que não será esse
o futuro da “Cibercultura”, pois as novas tecnologias podem ser vistas por uma
perspectiva humanista.

                      Estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e
                      cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste
                      espaço no plano econômico, político, cultural e humano. Que tentemos
                      compreendê-lo, pois a verdadeira questão não é der contra ou a favor,
                      mas sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos,
                      o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de
                      comunicação para a vida social e cultural. Apenas desta forma
                      seremos capazes de desenvolver estas novas tecnologias dentro de
                      uma perspectiva humanista (LÉVY, 1999, p.25).

      Concordamos com o autor, já que as condições de acesso vêm crescendo e
se popularizando devido às medidas de incentivo do governo, de empresas privadas
e movimentos populares, mesmo que em diferentes aspectos e com diferentes
objetivos.
      O autor propõe uma nova interpretação: o ciberespaço como agente de
libertação ao permitir a livre circulação de documentos de texto, imagens e sons,
enfim, qualquer forma, híbrida ou não, de se comunicar.
      O que não deixa dúvidas é o impacto causado pela capacidade da rede de
atingir positiva ou negativamente um enorme público nas diferentes classes sociais
(considerando-se as devidas proporções e condições de acesso). Deste modo
também surgiram vários outros setores ou alterações em praticamente todas as
44



relações de troca, já que essa nova realidade passa a permear a vida do indivíduo
por caminhos diferentes (escola, lazer, trabalho etc).
          No Brasil, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo) foi responsável pela primeira ligação na rede, em 1988, para uso exclusivo de
troca de informações em pesquisas cientificas. Em 1992, o Ministério de Ciência e
Tecnologia criou a Rede Nacional de Pesquisa, programa que visava a ampliação
das ligações internas no país.10
          O Brasil lançou o Livro Verde em 2000, que contém as metas de
implementação do Programa Sociedade da Informação e constitui uma súmula
consolidada de possíveis aplicações de Tecnologias da Informação. O documento
que lhe deu origem foi elaborado pelo Grupo de Implantação do Programa,
composto por representantes do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), da
iniciativa privada e do setor acadêmico, sob a coordenação de Tadao Takahashi.

                       Esse livro contempla um conjunto de ações para impulsionarmos a
                       Sociedade da Informação no Brasil em todos os seus aspectos:
                       ampliação do acesso, meios de conectividade, formação de recursos
                       humanos, incentivo à pesquisa e desenvolvimento, comércio
                       eletrônico, desenvolvimento de novas aplicações (SARDENBERG,
                       2000, pág. 5)

          Na mesma velocidade do avanço tecnológico, de certa forma, temos a
expansão e popularização do acesso à rede no território brasileiro na atualidade.
Segundo pesquisa do IBGE - publicada pelo jornal O Estado de São Paulo em 18 de
setembro de 2007, no período entre 1999 e 2006 o número de municípios com
provedores de internet cresceu 178%, sendo que em 1999, 16,4% dos municípios
apresentavam o serviço e em 2006 esse número chegou a 45,6%.

                       Espera-se que as metas e as condições levantadas e estabelecidas
                       pelo Livro Verde amadureçam e que conseqüentemente seus dados,
                       análises e intenções consubstanciem os avanços preconizados e ali
                       considerados indispensáveis para o país ombrear-se com outros
                       eletronicamente mais desenvolvidos e, assim, não ficar de fora,
                       excluído, a ouvir e a assistir ao concerto das nações só pela sala de
                       videoconferências (VOGT, 2001, p.1).

          A movimentação dos estudiosos e do Estado Brasileiro para acompanhar o
ritmo do avanço tecnológico na atualidade mostra o amadurecimento do país nessas



10
     Vide Glossário
45



questões, mesmo com o acesso a estas tecnologias ainda dividido entre as classes
de forma não equilibrada.
       Para entender este enquadramento de veículos e profissionais no novo
formato de produção de informações, agora publicadas na Internet, é preciso
conhecer as diferentes plataformas de trabalho, o formato de dados disponíveis no
meio digital e as maneiras de se relacionar com todos esses fatores. Vamos nos ater
a dois formatos específicos de veiculação: Blogs e Wikis.
       De ferramenta utilizada por adolescentes e adultos para relatar seu dia-a-dia
e “postar” fotos, os blogs se tornaram ferramentas estratégicas de comunicação
corporativa e de disseminação de informação.
       Como meio interativo e colaborativo, os blogs partem do conceito do “faça
você mesmo”, como afirmam os autores da coleção Conquiste a Rede, Ana Carmem
Foschini e Roberto Romano Taddei.
       O universo dos Blogs, chamado de blogosfera, apresenta uma variedade
enorme de conteúdos diferenciados que vão de fotos, áudios, textos, poemas,
humor a reclamações, protestos e lutas por direitos dos animais, plantas etc. Mas
um fator interessante desta ferramenta é que ela transformou o internauta em um
produtor de informações. Na blogosfera os internautas produzem, procuram, indicam
e compartilham conteúdos gerados por eles mesmos, por conhecidos ou por
blogueiros / organizações que adquiriram sua confiança.
       Segundo Taddei e Foschini (2006, p.11):

                     Apareceu pela primeira vez em 1994, quando o estudante norte-
                     americano Justin Hall criou um dos primeiros sites com o formato de
                     blog de que se tem notícia e popularizou-se a partir de 1999, com o
                     surgimento de ferramentas de publicação que não envolvem gastos
                     ou conhecimento técnico. Mas foi em 2001 que despontou como
                     fenômeno.

       Em 2001 os blogs se destacaram como fontes de notícia devido aos
atentados contra o World Trade Center, e a partir daí se multiplicaram velozmente.
       Durante este tempo os blogs têm servido como fonte de notícia para a própria
mídia que apura os fatos noticiados e noticia por meio da ferramenta também e para
organizações com diversos fins (propaganda institucional, relacionamento com o
cliente etc).
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Monografia: Jornalismo Cidadão, Jornalismo Colaborativo (Pós-graduação em Comunicação

  • 1. UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO Seção de pós-graduação NEIMAR VITOR PAVARINI PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU DO JORNALISMO TRADICIONAL AO JORNALISMO COLABORATIVO – UM ESTUDO CONTEXTUALIZANDO OS DIFERENTES ASPECTOS Bauru 2008
  • 2. UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO NEIMAR VITOR PAVARINI PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU DO JORNALISMO TRADICIONAL AO JORNALISMO COLABORATIVO – UM ESTUDO CONTEXTUALIZANDO OS DIFERENTES ASPECTOS Monografia apresentada à Pró-reitoria de Pós-graduação como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Comunicação nas Organizações, sob a orientação da Prof° Dra. Sonia Aparecida Cabestré. Bauru 2008
  • 3. Milreu, Paulo Eduardo Galindo de Almeida P337j Do jornalismo tradicional ao jornalismo colaborativo: um estudo contextualizando os diferentes aspectos / Neimar Vitor Pavarini, Paulo Eduardo Galindo de Almeida Milreu – 2008. 142f. Orientadora: Profa. Dra. Sonia Aparecida Cabestré Monografia (Especialização em Comunicação nas Organizações) - Universidade do Sagrado Coração – Bauru - São Paulo. 1. Jornalismo colaborativo 2. Meios de comunicação 3. Produção da noticia 4. Disseminação da notícia 5. Tecnologias inovadores 6. Internet I. Pavarini, Neimar Vitor II. Cabestré, Sonia Aparecida III.Título
  • 4. NEIMAR VITOR PAVARINI PAULO EDUARDO GALINDO DE ALMEIDA MILREU DO JORNALISMO TRADICIONAL AO JORNALISMO COLABORATIVO – UM ESTUDO CONTEXTUALIZANDO OS DIFERENTES ASPECTOS Monografia apresentada à Pró-reitoria de Pós-graduação como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Comunicação nas Organizações, sob a orientação da Prof° Dra. Sonia Aparecida Cabestré Banca examinadora: _________________________________ _________________________________ ________________________________
  • 5. RESUMO O objetivo deste estudo foi observar as mudanças provocadas por uma nova modalidade de jornalismo que ocorre com o avanço das tecnologias, denominado jornalismo colaborativo, ou “jornalismo cidadão”. A participação de pessoas sem formação profissional na produção e disseminação das notícias, através da massificação da internet é motivo de discussão em vários segmentos da sociedade. A modernização dos meios de comunicação estimula um número cada vez maior de indivíduos que utilizam-se de novas ferramentas de informação. O aumento de usuários da telefonia celular e da chamada “mídia on-line” deu origem a uma nova dinâmica de propagação da notícia, em função do seu imediatismo e também pela sua interatividade. Diante dessas transformações estão as entidades que, ao longo de décadas estudaram e debateram a ética, as leis e o ensino sobre o processo de produção da notícia. Uma nova dimensão no debate deste tema é necessária em função das novas circunstâncias. Isto posto, com este estudo esperamos contribuir para um aprofundamento sobre essa temática. Realizou-se, nesse sentido, pesquisas bibliográfica e qualitativa, por intermédio da internet: selecionou-se, para a busca de informações, jornalistas e pesquisadores que se dedicam à questão, e também, efetuou-se observação de portais que se propõe a essa finalidade. Palavras-chave: Jornalismo colaborativo; Meios de comunicação; Produção da notícia; Disseminação da notícia; Tecnologias inovadoras; Internet.
  • 6. ABSTRACT The aim of this study was to observe the changes evoked by a new modality of journalism, which occurs with the advance in technologies, named cooperative journalism or “citizen journalism”. The participation of people without professional instruction on the production and dissemination of news, through the widespread distribution of internet, is the motive for discussion in many segments of society. The modernization of the communication channels stimulates an increasing number of subjects who use new information tools. The growth in the number of cellular phone users and the so-called “virtual media” has originated a new dynamics in the distribution of news due to the promptness and also interactivity. Facing these changes are the entities that over decades have studied and discussed the ethics, laws and teaching of the news production process. A new dimension in the debate of this matter is necessary due to the new circumstances. Based on this study we hope to contribute to an improvement on the matter by means of the theoretical study and works performed with journalists and researchers devoted to the subject, and also the observation of sites dedicated to this goal. Key words: Cooperative journalism; Communication channels; News production; New technologies; Internet.
  • 7. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Home do OhmyNews..............................................................................53 FIGURA 2- Home do Slashdot...................................................................................54 FIGURA 3- Home do CMI..........................................................................................55 FIGURA 4- Home do WIKINEWS..............................................................................56 FIGURA 5- Página inicial do BrasilWiki!....................................................................90 FIGURA 6- Formulário de preenchimento de cadastro do BrasilWiki!.......................91 FIGURA 7- Categorias disponíveis para a publicação do BrasilWiki!........................92 FIGURA 8- Página de inserção de conteúdo textual de notícias...............................92 FIGURA 9- Justificativa dos editores para a não publicação do conteúdo................93 FIGURA 10- Matéria veiculada no Jornal do Brasil....................................................95 FIGURA 11- Página com o conteúdo do CMI Brasil..................................................97 FIGURA 12- Página “Participe” do CMI Brasil...........................................................97 FIGURA 13- Página central do Independent Media Center.......................................98 FIGURA 14- Formulário a ser preenchido para enviar artigos/notícias ao CMI Brasil.....................................................................................99 FIGURA 15- Política editorial do CMI Brasil.............................................................101 FIGURA 16- Listagem de Vídeos da CMI................................................................102 FIGURA 17- Listagem de Boletins criados pelos membros da CMI........................102 FIGURA 18- Área de áudios do CMI........................................................................106 FIGURA 19- Vídeos produzidos pelos membros do CMI.........................................106 FIGURA 20- Página Principal do G1........................................................................107 FIGURA 21- Cadastro no VC no G1........................................................................108 FIGURA 22- Confirmação de Cadastro....................................................................109 FIGURA 23- Acesso pelo e-mail após cadastro.......................................................109 FIGURA 24- Opt-in no e-mail (validação de e-mail).................................................110 FIGURA 25- Área de login.......................................................................................111 FIGURA 26- Envio de notícia...................................................................................111 FIGURA 27- Escolha de tipo de conteúdo da notícia...............................................112 FIGURA 28- Todas as Notícias – Plantão do VC no G1..........................................114
  • 8. LISTA DE QUADROS QUADRO 1- Tempo de atuação na profissão............................................................60 QUADRO 2- Especificação do veículo em que atuam...............................................61 QUADRO 3- Considerações e acompanhamento sobre o tema “Jornalismo Cidadão”.................................................................................................61 QUADRO 4- Opiniões dos entrevistados a respeito da disseminação de notícias por pessoas sem formação profissional...................................................63 QUADRO 5- Opiniões dos entrevistados sobre o comprometimento da credibilidade da mídia atual através dessa nova prática.......................................64 QUADRO 6- Como o profissional de comunicação deverá se comportar diante do “cidadão repórter”......................................................................66 QUADRO 7- Como as entidades que representam estes profissionais devem se comportar..............................................................................67 QUADRO 8- Como essa nova modalidade mundial pode afetar o jornalismo brasileiro......................................................................................68 QUADRO 9- Sobre o monitoramento das notícias pelos profissionais......................69 QUADRO 10- Diante das novas tecnologias de informação, como deverá ser a formação do futuro profissional...................................................70 QUADRO 11- Formação dos pesquisadores.............................................................73 QUADRO 12- Tempo que se dedicam ao estudo desse tema..................................74 QUADRO 13- Organização / meio em que atuam.....................................................74 QUADRO 14- O que propiciou o surgimento do jornalismo cidadão?.......................74 QUADRO 15- Em que momento o jornalismo cidadão ganhou espaço....................75 QUADRO 16- Sobre o papel do jornalista neste novo contexto................................76 QUADRO 17- Relacionamento dos Meios de Comunicação e Jornalismo Cidadão....................................................................................................77 QUADRO 18- Relação entre a ética e o novo modelo de jornalismo........................79 QUADRO 19- Relacionamento de profissionais e cidadãos repórteres.....................80 QUADRO 20- Entidades representativas diante do jornalismo cidadão....................81 QUADRO 21- Legislação atual sobre a imprensa e o jornalismo cidadão.................82 QUADRO 22- A participação do cidadão repórter e a possibilidade de afetar a credibilidade da mídia como um todo.................................83
  • 9. QUADRO 23- Expectativas sobre a internet como disseminadora de informação dominante no Brasil....................................................84 QUADRO 24- A influência da internet na abrangência e conteúdo da notícia....................................................................................................84 QUADRO 25- Preocupação dos pesquisadores em relação ao futuro da informação.............................................................................................85 QUADRO 26- Sobre o futuro do jornalismo colaborativo...........................................85
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12 2 CONTEXTUALIZANDO O JORNALISMO: TRAJETÓRIA, EVOLUÇÃO E JORNALISMO CIDADÃO..........................................................................................19 2.1 Jornalismo no contexto atual....................................................................30 2.2 Jornalismo On-line....................................................................................35 2.2.1 Modernas Tecnologias..........................................................................42 2.3 Jornalismo Cidadão..................................................................................48 3 APRESENTAÇÃO DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS....................................58 3.1 Pesquisa desenvolvida com jornalistas....................................................58 3.1.1 Justificativa............................................................................................58 3.1.2 Objetivos................................................................................................59 3.1.3 Metodologia...........................................................................................59 3.1.4 Limitações.............................................................................................60 3.1.5 Apresentação dos resultados................................................................60 3.1.6 Considerações sobre a pesquisa..........................................................71 3.2 Pesquisa desenvolvida com estudiosos..................................................72 3.2.1 Justificativa...........................................................................................72 3.2.2 Objetivos...............................................................................................72 3.2.3 Metodologia..........................................................................................72 3.2.4 Limitações............................................................................................73 3.2.5 Apresentação dos resultados...............................................................73 3.2.6 Considerações sobre a pesquisa.........................................................86 4 ANÁLISE DE SITES DE JORNALISMO COLABORATIVO.................................88 4.1 Justificativa da escolha dos sites.............................................................88 4.2 Objetivos..................................................................................................89 4.3 Metodologia.............................................................................................89 4.4 Apresentação e análise sites...................................................................90 4.4.1 Brasil Wiki.............................................................................................90 4.4.1.1 A estrutura do Brasil Wiki..................................................................90 4.4.1.2 Como os repórteres cidadãos participam do processo.....................91 4.4.1.3 Relação do portal com veículos de comunicação.............................95 4.4.2 CMI Brasil.............................................................................................96
  • 11. 4.4.2.1 A estrutura do CMI.............................................................................96 4.4.2.2 Organização do CMI Brasil.................................................................98 4.4.2.3 Como os repórteres cidadãos participam do processo......................99 4.4.2.4 Política editorial do CMI Brasil..........................................................103 4.4.2.5 Sobre a seção “Artigos escondidos”.................................................104 4.4.2.6 Relação do portal com os veículos de comunicação.......................105 4.4.3 VC no G1.............................................................................................107 4.4.3.1 A estrutura da seção VC no G1........................................................107 4.4.3.2 Como os repórteres cidadãos participam do processo....................108 4.4.3.3 Política editorial do VC no G1..........................................................112 4.4.3.4 Relação do portal com os veículos de comunicação.......................114 4.5 Considerações finais sobre a análise....................................................115 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................117 REFERÊNCIAS........................................................................................................119 GLOSSÁRIO............................................................................................................123 ANEXOS ANEXO A - Jornais mais antigos...................................................................127 ANEXO B - Venda mundial de computadores cresceu 14,3% em 2007, diz IDC...........................................................................................129 ANEXO C - Venda de computadores deve crescer 17% em 2008, diz Abinee. Volume de notebooks comercializados pode dobrar em relação ao ano passado......................................................131 ANEXO D - O que são blogs, afinal? Ou, manifesto pelo respeito à complexidade da blogosfera.................................................133 ANEXO E - We the Media, de Dan Gilmor....................................................135 ANEXO F - Celular e blogs viram ‘armas’ em Mianmar................................139 ANEXO G - Empresas usam conceito quot;wikiquot; de criação coletiva para inovar....................................................................................................141
  • 12. 12 1 INTRODUÇÃO A informação é um dos bens mais valorizados pela nossa sociedade no atual contexto. A velocidade e a facilidade na obtenção do saber passam a ser os principais fatores que determinam as formas como as pessoas buscam as notícias. As novas ferramentas introduzidas no dia-a-dia do cidadão, através do desenvolvimento tecnológico, como telefonia e a internet, vêm provocando uma revolução no comportamento das estruturas sociais e direcionando as atenções sobre um novo comportamento entre os veículos de comunicação e sociedade. Essas novas tecnologias oferecem ao cidadão sem formação profissional a possibilidade de participação na produção e na propagação da notícia com uma rapidez maior que o sistema convencional consegue desempenhar. Isso é o fator que está propiciando uma das maiores mudanças ocorridas nas últimas décadas na relação entre os atuais meios de comunicação e o futuro entre a mídia e sociedade. O surgimento de um novo segmento de formadores de opinião chama a atenção de sociólogos, comunicadores e, principalmente, da imprensa como um todo. Que impactos do surgimento deste fenômeno denominado de ”jornalismo cidadão” pode causar junto à sociedade (profissionais, veículos de comunicação e a sociedade), dado o caráter de liberdade que proporciona aos leitores e editores com a tendência de crescimento da mídia virtual? Pesquisas recentes sobre usuários de internet no Brasil mostram que há uma tendência de crescimento constante no número de pessoas que estão acessando a rede mundial. Em pesquisa encomendada pela F/Nazca1 em abril de 2007, o Datafolha afirma que o país possui atualmente mais de 49 milhões de usuários conectados à rede mundial. Já para a pesquisa Ibope//NetRating2, são 32,9 milhões de internautas. É interessante destacar que as duas pesquisas foram realizadas recentemente; entretanto, os resultados merecem análise mais criteriosa: afinal, a quantidade de brasileiros que acessa a internet cresceu. Porém, os números apresentados estão bem distantes, representando uma diferença de aproximadamente 16 milhões de internautas. 1 Fonte: http://www.fnazca.com.br/news/news.php?id_news=302, acesso em: 11 ago 2007. 2 Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&p ub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=1946DA4AACE3A77B832572AB007278D 0, acesso em: 11 ago 2007.
  • 13. 13 Com esse crescimento de usuários da internet no mundo e em nosso País, podemos supor que a participação de pessoas sem formação profissional na produção e propagação da informação só tende ao crescimento. Baseado na idéia de que cada pessoa pode ser testemunha de um fato e divulgá-la, o cidadão está deixando de ser um mero espectador de notícias para transformar-se, ele próprio, em um narrador dos fatos, o que dá uma nova perspectiva e motivação a esses indivíduos. Os grandes veículos de comunicação de todo o mundo rendem-se ao jornalismo participativo. Espaços estão se abrindo a comentários e opiniões para que o público possa participar e interagir com as notícias e os fatos. Trata-se da ação de pessoas sem formação jornalística que decidem apurar acontecimentos de suas comunidades e dividí-los com outras pessoas. Segundo Foschini e Taddei ”você tem o poder de transformar a comunicação em um caminho de duas mãos” (TADDEI, FOSCHINI, 2006). Já o jornalista norte-americano Dan Gilmor (CLIC RBS, 2007), autor de We The Media, livro referência sobre o tema, ratifica que a participação de internautas pode aprimorar o trabalho de jornalistas, corrigindo-o e tornando-o mais completo. Além da internet, vive-se um momento de grande produção de informações: o público hoje tem acesso a celulares e equipamentos digitais que cumprem a função de câmeras fotográficas e de captação áudio-visual. Equipamentos pequenos, leves e de fácil utilização, que não só capturam imagens, mas as enviam para e-mails ou blogs quase que instantaneamente. Segundo a jornalista e especialista Ana Maria Brambilla, que fez sua dissertação de mestrado sobre o site sul-coreano OhMyNews, pioneiro nesta iniciativa, [...] a Interação e a comunicação sempre foram inerentes ao ser social, mas a dimensão midiática que essa troca adquire no jornalismo colaborativo na internet é inédita e atende a uma demanda jamais satisfeita por outro veículo” (CLIC RBS, 2007). Trata-se de um momento histórico para o jornalismo, pois nem todos os profissionais da área concordam com a entrada de cidadãos não habilitados na cobertura de notícias. As conseqüências para a profissão são claras: “a participação do público leigo no jornalismo faz com que o jornalista profissional enfrente uma das maiores crises de identidade de sua história”, afirma Brambilla.
  • 14. 14 Na mesma linha, Gilmor diz: [...] a venerável profissão de jornalista se encontra em um raro momento onde sua hegemonia como filtro de informações é ameaçado não apenas pela tecnologia e pela competição do mercado, mas potencialmente, pela audiência a que serve” (CLIC RBS, 2007). Tais “perigos” não são despercebidos pela classe, que reage atacando o jornalismo colaborativo. Entre os argumentos dos contrários a tamanha entrada do público em espaços na grande mídia está a credibilidade dos relatos, apurados por pessoas sem o preparo que os jornalistas recebem. De acordo com Carlos Castilho (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2008), colaborador do site “Observatório Imprensa”, as questões sobre a legalidade dessa modalidade começam a ser discutidas pelo mundo. O sindicato nacional de jornalistas da Grã Bretanha (National Union of Journalists) tornou-se a primeira entidade do gênero no mundo a tentar regulamentar a participação de pessoas comuns na produção e distribuição de notícias. O debate entre jornalistas britânicos mostrou que a regulamentação do chamado jornalismo cidadão não é tão simples assim e colocou mais uma vez em evidência como a internet está mudando as rotinas na busca, processamento e publicação de notícias. Aqui no Brasil, algumas entidades começam a se posicionar sobre o assunto. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio de Andrade (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2008), “Um internauta, por exemplo, não tem compromisso de checar bem a notícia antes de publicar”. A discussão sobre a regulamentação do chamado jornalismo cidadão, talvez seja um processo longo, porque corre o risco de transferir a questão para o âmbito corporativo, quando na realidade o que está em jogo é toda uma nova concepção de notícia e a inclusão de novos personagens na produção da informação. A atual relação entre editor dos meios de comunicação convencionais e o leitor está sofrendo desgaste: os leitores começam a perceber que os jornais têm seus próprios interesses e seus prazos. O cidadão está se dando conta de que a informação ganha uma nova tendência, ou seja é o reflexo das opiniões dos leitores e não mais a expressão da vontade dos atuais donos dos meios de comunicação.
  • 15. 15 Considerando tais pressupostos, destaca-se que o propósito deste estudo é investigar prioritariamente como tem sido abordada pelos estudiosos da área essa nova tendência e, ao mesmo tempo, o que pensam os profissionais da área de comunicação a respeito da participação de pessoas sem formação na elaboração e disseminação da notícia, assim como verificar o a dinâmica de alguns dos principais portais de comunicação colaborativa que se encontram hoje em atividade. Justificativa Pretende-se com este trabalho, buscar informações sobre uma nova modalidade de comunicação, o jornalismo participativo, proporcionado pelo aumento da utilização da internet como veículo de informação. Dessa maneira, torna-se necessário o aprofundamento a respeito da temática, pois atualmente poucos estudos estão disponíveis sobre o assunto. Nesse sentido, o trabalho será direcionado para a verificação de como está se dando a disseminação dessa ferramenta e o envolvimento do público com essa nova forma de manifestação, assim como os rumos que essa tendência pode dar às atuais legislações vigentes sobre a comunicação, assim como fazer uma reflexão sobre o futuro que essa mudança de comportamento trará para a nossa sociedade na visão de estudiosos sobre a temática. Hipóteses do estudo Considerando que essa nova modalidade de jornalismo tem uma tendência de crescimento, as hipóteses deste estudo referem-se a: Quais os fatores que propiciaram o surgimento do jornalismo participativo ou “jornalismo cidadão”?. Como as grandes corporações da área de comunicação irão se comportar diante dessa nova forma de prática do jornalismo? De que maneiras essa nova tendência pode influenciar a sociedade? Que tipos de mudanças isso trará aos atuais padrões da notícia (formatação, veiculação, credibilidade)? Qual a posição dos jornalistas diante desse novo campo de atuação? Essa é uma tendência que veio para ficar, ou um modismo?
  • 16. 16 Como a legislação atual se posiciona quanto ao fato de pessoas “sem preparo” estarem atuando como comunicadores. Em relação à ética, cabe a quem o controle sobre o que é publicado? Objetivos Objetivos gerais Desenvolver um estudo teórico-prático sobre a temática do jornalismo cidadão. Investigar os motivos que têm impulsionado o crescimento dessa alternativa de comunicação, a sua origem e os motivos que levam o público na aceitação desse novo modelo de jornalismo. Objetivos específicos Abordar as questões éticas, destacando opiniões de diversos segmentos ligados ao meio profissional. Avaliar o futuro dessa nova tendência através da opinião de estudiosos sobre o tema. com a finalidade de avaliar os entraves e os benefícios que esse novo conceito de jornalismo pode provocar na sociedade. Avaliar os motivos do surgimento dessa nova tendência de jornalismo proporcionado pela internet, sua evolução e as possíveis transformações nos padrões do jornalismo atual. Realizar busca de informações junto a portais que ofereçam informações sobre atualidades e que estejam caracterizados como “jornalismo cidadão”. Metodologia Por intermédio de estudo bibliográfico considerou-se os fatores sociológicos que levaram ao surgimento da participação do cidadão na produção e disseminação da notícia.
  • 17. 17 Pesquisas foram realizadas junto a profissionais de comunicação e estudiosos sobre a temática. Abordou-se também temas relacionados à ética profissional e a liberdade de expressão do cidadão diante dessa nova ferramenta de comunicação que é a internet. Através de um processo de seleção e monitoramento de portais que utilizam esse novo conceito de jornalismo, pode-se observar aspectos referentes a conteúdo, acesso, formato, e repercussão das notícias. Isto posto, destaca-se que este trabalho está assim fundamentado: O capítulo 2 apresenta um levantamento cronológico sobre a trajetória do jornalismo tradicional no mundo e no Brasil, com a finalidade de embasar as análises sociológicas sobre a temática abordada. Em seguida apresenta-se os aspectos sociais, políticos e econômicos que ocasionaram as mudanças nos parâmetros de produção e consumo da informação pela sociedade. Outro tema abordado neste capítulo foi a discussão sobre o jornalismo on- line, destacando os fatores que levaram ao surgimento dessa nova ferramenta de comunicação. Na seqüência discorremos sobre o avanço tecnológico, que provoca uma nova dinâmica econômica e social, devido à rapidez e a abrangência que a propagação de uma informação passa a ter em função da disponibilização desses novos meios à sociedade. Complementando, ressalta-se o surgimento desse novo conceito de “jornalismo cidadão”, os fatores que originaram esse movimento e as conseqüências que isso poderá provocar na sociedade e nos meios de comunicação, já que esse processo envolve mudanças significativas em vários níveis organizacionais, como ética profissional, leis vigentes e formação acadêmica de profissionais para atuarem na área. Já no capítulo 3 dá-se destaque para a realização de duas pesquisas: uma feita com profissionais da área de comunicação e outra com pesquisadores que estudam esse tema. As opiniões serviram de base para que refletíssemos sobre os principais aspectos que nortearão o futuro da relação entre a sociedade e essa nova perspectiva de opinião pública.
  • 18. 18 No capítulo quatro apresenta-se o resultado de um processo de análise realizado em três dos principais portais que já disponibilizam essa ferramenta para a participação de cidadãos sem formação profissional na elaboração e veiculação de notícias. Procurou-se analisar os critérios éticos estipulados e as normas estabelecidas por cada um deles na participação da sociedade na produção e disseminação da informação. Ao final apresentamos as considerações finais do estudo.
  • 19. 19 2 CONTEXTUALIZANDO O JORNALISMO: TRAJETÓRIA, EVOLUÇÃO E JORNALISMO CIDADÃO Com a finalidade de fundamentar o presente estudo, apresentamos uma cronologia dos fatos mais relevantes referentes à trajetória do jornalismo tradicional no mundo e no Brasil. Pretende-se destacar o processo de evolução da comunicação social que provocou a nova forma de jornalismo exercida pelo cidadão sem formação profissional, onde o simples espectador da notícia se torna produtor da mesma colaborando com os profissionais das empresas jornalísticas ou produzindo seus próprios canais de distribuição. Século VIII 713 - Mixed News, em Kaiyuan, é o primeiro jornal publicado na China. “Kaiyuan” é o nome dado ao ano em que foi publicado o jornal (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). Século XI 1040 - Na China, Pi Sheng inventa a imprensa usando blocos móveis de madeira (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). Século XV 1447 - Johann Gutenberg inventa a prensa de impressão num processo que viria possibilitar a produção em massa da palavra impressa (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). Século XVI 1501 - O Papa Alexandre VI decreta que impressos terão que ser submetidos à autoridade eclesiástica antes de sua publicação a fim de impedir heresias. O não
  • 20. 20 cumprimento desse decreto levaria a multas ou excomunhão (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1556 - O governo veneziano publica Notizie scritte, jornal mensal pelo qual os leitores pagavam uma “gazetta”, ou pequena moeda (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1588 - Na Alemanha, Michael Entzinger publica um noticioso de 24 páginas relatando a derrota da Armada espanhola. A primeira página do noticioso mostra uma gravura representando a Armada espanhola navegando ao longo da costa da Inglaterra. Embora o relato tenha chegado meses após o acontecimento, trata-se de um dos mais antigos “furos de reportagem” sobre um acontecimento histórico importante (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). Século XVII 1631 Fundação de Gazette, o primeiro jornal francês (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1645 - O Post-och Inrikes Tidningar, é publicado na Suécia. É considerado o jornal mais antigo do mundo, pois foi publicado ininterruptamente até 1 de janeiro de 2007, quando passou a ser exclusivamente online. No ANEXO A veja a tabela com os jornais mais antigos do mundo segundo pesquisa da Wan - World Association of Newspaper realizada em 2003 (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1690 - Publick Occurrences é o primeiro jornal publicado na América, tendo surgido em Boston. Seu editor, Benjamin Harris, declarou que publicaria o jornal “uma vez por mês ou, se houver muitas ocorrências, mais amiúde”. As autoridades reais, receosas de publicações impressas sem sua expressa autorização, proíbem o jornal após apenas um número (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007).
  • 21. 21 Século XVIII 1704 - Daniel Defoe, autor de Robison Crusoe e em geral reconhecido como o primeiro jornalista do mundo, inicia a publicação de Review, periódico que cobria assuntos europeus (MARTINS, 2004). 1746 – Antônio Isidoro da Fonseca inaugura uma tipografia no Rio de Janeiro, fechada no ano seguinte pela Carta Régia de 10 de maio, que proibia a impressão de livros ou de papéis avulsos na Colônia (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1798 - Alois Sedenfelder inventa a Litografia. Embora inventada mais de dois séculos antes, a litografia em offset tornou-se popular nos anos 1960, constituindo o padrão da indústria hoje em dia (MARTINS, 2004). Século XIX 1808 - A chegada da Coroa portuguesa no país inaugura o surgimento da imprensa brasileira com a fundação da Imprensa Régia, em maio. Mais tarde passa a chamar- se Imprensa Nacional, responsável pela impressão de todos os documentos oficiais do governo brasileiro (MARTINS, 2004). 1808 - O Correio Braziliense, fundado por Hipólito da Costa e produzido em Londres, foi o primeiro jornal em língua portuguesa a circular no Brasil, em junho de 1808. Caracteriza-se por ser moderno e dinâmico, com forte análise e crítica da situação portuguesa e brasileira. O Correio circula até dezembro de 1822, quando, sabendo da Independência, Costa fecha o jornal com o propósito de voltar ao Brasil. O Correio teve 175 números (MARTINS, 2004). 1808- A Gazeta do Rio de Janeiro, primeira publicação oficial impressa no país, passa a ser editada a partir de 10 de setembro. É criada para informar sobre a vida administrativa e a movimentação social do Reino de forma documental. É submetida à censura do palácio e dirigida por um funcionário do Ministério das Relações Exteriores, frei Tibúrcio da Rocha. Sua última edição circula em 31 de dezembro de 1821, quando surge o Diário do Governo. Ao todo são publicadas 32 edições
  • 22. 22 normais e 19 extraordinárias. A Gazeta promovia vendas avulsas, em livrarias, e assinaturas com entrega domiciliar. Inicialmente, a inserção de anúncios era gratuita, mas, com o tempo, o jornal adota uma tabela de preços para publicidade (MARTINS, 2004). 1811 - O jornal A Idade d'Ouro do Brasil é o primeiro jornal editado na Bahia. Juntamente com a Gazeta do Rio de Janeiro, é o único jornal que obtém licença de impressão até 1821, quando D. Pedro I decreta o fim da censura prévia a matérias escritas (MARTINS, 2004). 1812 - Friedrich Koenig inventa a prensa de cilindros a vapor. Em 1814, John Walter, editor do The Times de Londres, começa a montar a nova prensa em segredo, com medo que seus gráficos se rebelassem se descobrissem seus planos. Na noite de 28 de novembro de 1814, Walter retira os gráficos das prensas manuais com a desculpa de que esperava importantes notícias do continente. A seguir, usando as prensas de Koenig, produz toda a edição do The Times – a uma velocidade de 1.100 folhas por hora (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). Década de 1820 - Imprensa panfletária - Do seu surgimento até 1880, a imprensa brasileira é caracterizada pelo engajamento nas lutas políticas e questões sociais da época como a abolição da escravatura, a Independência, o desgaste da Monarquia e a Proclamação da República. Os jornalistas polemizam, sendo eles exaltados, moderados ou conservadores. É uma época de atentados, prisões, deportações e perseguições. Neste contexto, surgem na década de 1820 publicações como Correio do Rio de Janeiro, de João Soares Lisboa; Sentinela da Liberdade, de Cipriano Barata; Typhis Pernambucano, de Frei Caneca; e A Malagueta, pasquim do carioca Luís Augusto May. Evaristo da Veiga lança a Aurora Fluminense, e é acusado de ser quot;jacobino e anárquicoquot;. O paulista Libero Badaró é assassinado em função do Observador Constitucional. O paraibano Borges da Fonseca fez Repúblico. O mineiro Teófilo Otoni, a Sentinela do Serro. Quintino Bocaiúva, A República e Alcindo Guanabara, Novidades (MARTINS L.C., 2004). 1821 - Em 28 de agosto, D.Pedro, príncipe-regente, decreta o fim da censura prévia a toda matéria escrita, tornando a palavra impressa livre no país. Este ato decorre de
  • 23. 23 deliberação das Cortes Constitucionais de Lisboa em defesa das liberdades públicas (MARTINS, 2004). 1821 - No início do ano surge o Diário do Rio de Janeiro, primeiro jornal informativo com relatos criminais, movimentação portuária, publicidade, leilões, venda e fuga de escravos. Circula até 1878. No dia 15 de setembro é publicado o primeiro jornal político brasileiro, o Reverbo Constitucional Fluminense, de Gonçalves Ledo. O jornal é de oposição e clama por um governo liberal contra os quot;interesses dinásticos lusitanosquot; (MARTINS, 2004). 1822 - O português naturalizado João Soares Lisboa, lança o Correio do Rio de Janeiro no dia 10 de abril, pregando a quot;convocação de uma assembléia constituintequot;. Preso em outubro e exilado por oito anos em Portugal, João Lisboa volta ao Rio, relança o jornal, é preso novamente e acaba em Pernambuco, lutando na Confederação do Equador (MARTINS, 2004). 1822 - Em abril, no Recife, Cipriano Barata lança Sentinela da Liberdade, o primeiro jornal republicano. É preso e, da cadeia, continua editando a publicação, agora intitulada Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco Atacada e Presa na Fortaleza do Brum por Ordem da Força Armada Reunida. Transferido para Bahia e o Rio, passa mais de sete anos preso, sempre editando o Sentinela, ora quot;na Guarita da Bahiaquot;, ora quot;na Guarita do Rioquot; etc.: onde chegava, republicava o jornal e era novamente preso (MARTINS, 2004). 1823 - Minas Gerais ganha seu primeiro jornal, O Compilador. Cinco anos mais tarde circula em Ouro Preto o Precursor das Eleições. Em Olinda e Recife é publicado um órgão estudantil, O Olindense (MARTINS, 2004). 1823 - É criada a primeira Lei de Imprensa no Brasil, punindo a veiculação de material contra a Igreja Católica. Baseada na lei portuguesa, a lei brasileira entra em vigor por meio de um decreto de D. Pedro I. A atual Lei de Imprensa é elaborada em 1967 pelo Congresso Nacional do regime militar e atribui responsabilidades civis e punições aos jornalistas (MARTINS, 2004).
  • 24. 24 1827 - O Farol Paulistano é o primeiro jornal de São Paulo (MARTINS, 2004). 1829 – Líbero Badaró promove o lançamento do jornal O Observador Constitucional, que faz críticas ao autoritarismo do imperador, adotando uma oposição firme aos governantes e utilizando linguagem irreverente (MARTINS, 2004). 1831 - Surge no jornal de humor Carcudão, de Recife, a primeira caricatura impressa no Brasil (MARTINS, 2004). 1844 - O telégrafo foi o primeiro aparelho que permitiu a comunicação à distância através de fios e da eletricidade. Esse aparelho foi inventado, em 1837, pelo norte americano Samuel Morse. Em 1844, Morse transmitiu a primeira mensagem telegráfica pública e demonstrou como o telégrafo era capaz de enviar sinais rapidamente e a grandes distâncias (BIBLIOTECA VIRTUAL, 2007). 1851 - Fundação da Reuters. A companhia foi fundada pelo alemão Paul Julius Reuter, um pioneiro dos serviços telegráficos. A agência Reuters criou uma boa reputação na Europa por ser a primeira a reportar quot;furos jornalísticosquot; no estrangeiro, como a notícia do assassinato de Abraham Lincoln. Nos dias de hoje, quase todos serviços noticiosos são subscritores da Reuters. A Reuters tem mais de 18000 funcionários que operam em 204 cidades e fornece textos em 19 línguas (WIKIPEDIA, 2007a). 1852-1853 - Em meados do século XIX, o jornalismo político entra em declínio. Aparecem as primeiras revistas culturais, e jornais publicam obras de grandes escritores da época em folhetins. Entre elas Memórias de um Sargento de Milícias (1852-1853), escrita por Manuel Antônio de Almeida no Correio Mercantil; o romance O Guarani (1857), de José de Alencar, no Diário do Rio de Janeiro; e A Mão e a Luva (1874), em O Globo, e Iaiá Garcia (1878) em O Cruzeiro, ambas de Machado de Assis (ENCICLOPÉDIA DIGITAL, 2007). 1862 - É impresso o primeiro Diário Oficial do Brasil. Continha editorial, atos oficiais, artigos sobre comércio e política internacional e noticiário sobre os acontecimentos de interesse geral (MARTINS, 2004).
  • 25. 25 1875 - No dia 4 de janeiro, um grupo de republicanos e abolicionistas funda o jornal Província de São Paulo com uma tiragem de 2 mil exemplares e dirigido por Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos (MARTINS, 2004). 1878 - A revista ilustrada e humorística O Besouro, fundada em março pelo chargista português Rafael Bordalo Pinheiro no Rio de Janeiro, publica no dia 20 de julho as primeiras fotos da imprensa brasileira, que retratavam crianças abatidas pela seca do Nordeste e haviam sido tiradas em viagem pelo jornalista José do Patrocínio, então redator do jornal Gazeta de Notícias (MARTINS, 2004). 1889 - Com a proclamação da República, A Província passa a se chamar O Estado de S. Paulo (MARTINS, 2004). 1891 - Julio Mesquita destaca-se como um dos principais cronistas políticos da época e assume o jornal O Estado de S. Paulo (MARTINS, 2004). 1891 - Rodolfo Dantas funda, no Rio de Janeiro, o Jornal do Brasil. O jornal assume a condição de publicação livre e independente, sem vínculos partidários. Após a morte de D. Pedro II e de sérios conflitos com republicanos, o jornal transforma-se em uma sociedade anônima (MARTINS, 2004). Século XX 1900 - Vladimir Lênin funda o Iskra, em Leipzig, Alemanha. Esse jornal revolucionário veio a ser um importante veículo de propaganda comunista (ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE JORNAIS, 2007). 1908 - Gustavo de Lacerda funda a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro (MARTINS, 2004). 1910 - Os grandes jornais do Rio e de São Paulo instalam ou ampliam escritórios para os seus correspondentes em Londres, Paris, Roma, Lisboa, Nova York, Buenos Aires, Montevidéu e Santiago do Chile. O livro ainda influi poderosamente no estilo
  • 26. 26 do jornal e da revista. Eça de Queiroz, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco assinam correspondências do exterior ou textos locais (MARTINS, 2004). 1921 - A empresa Folha da Manhã, que atualmente edita a Folha de S.Paulo, é fundada por Otávio Frias de Oliveira com o jornal Folha da Noite (MARTINS , 2004). 1924 - É criada a cadeia jornalística Diários Associados, com a aquisição de O Jornal pelo empresário Assis Chateaubriand (MARTINS, 2004). 1925 - As Organizações Globo surgem com a aquisição do jornal O Globo dos Diários Associados, pelo jornalista Irineu Marinho (MARTINS, 2004). 1928 - Os Diários Associados lançam O Cruzeiro, primeira revista de circulação nacional publicada semanalmente (MARTINS, 2004). 1934 - Surge o primeiro sindicato dos jornalistas no Brasil, em Juiz de Fora (MG). No ano seguinte surge outro no Rio de Janeiro (MARTINS, 2004). 1937-1945 - O governo Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, institui o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que veta o registro de 420 jornais e 346 revistas: apenas publicações ligadas politicamente ao presidente eram autorizadas a circular. Apesar da censura, Vargas emprega altos recursos governamentais na publicidade dos atos oficiais de seu governo, o que acaba garantindo a expansão industrial da imprensa no período (MARTINS, 2004). 1938 - O Decreto nº 910, de 30 de novembro, regulamenta a profissão de jornalista no Brasil (MARTINS, 2004). 1949 - Carlos Lacerda lança o jornal Tribuna da Imprensa no Rio de Janeiro (MARTINS, 2004). 1950 - Victor Civita funda a Editora Abril em São Paulo (MARTINS L.C., 2004). 1951 - O jornalista e colaborador dos Diários Associados, Samuel Wainer, funda o Jornal Última Hora em Porto Alegre (RS), que desempenha papel importante na renovação da imprensa brasileira (MARTINS L.C., 2004).
  • 27. 27 1952 - Adolpho Bloch lança no Rio de Janeiro a revista ilustrada “Manchete” (MARTINS, 2004). 1964 - Em maio é fundado o jornal Zero Hora no Rio Grande Sul, com a finalidade de substituir o Última Hora, jornal que havia sido fechado com o golpe militar ocorrido no mesmo ano. É o maior veículo da mídia impressa da Rede Brasil Sul e o jornal de maior venda avulsa do Sul do país (MARTINS, 2004). 1965 - O general Castelo Branco decreta o AI-2, permitindo ao presidente da República violar a liberdade de imprensa. As restrições aumentam com o AI-5 de 1968, que fecha o Congresso Nacional e censura qualquer manifestação do pensamento, impondo total controle dos meios de comunicação de massa e sujeitando todos à censura prévia. Muitos jornais são invadidos, depredados ou fechados pela Polícia (MARTINS, 2004). 1966 - A Editora Abril lança a revista mensal “Realidade”, marco do jornalismo brasileiro por suas reportagens investigativas e sua qualidade gráfica (MARTINS, 2004). 1966 - É fundada no Rio de Janeiro a primeira agência de notícias do país, a Agência JB, do grupo Jornal do Brasil (MARTINS, 2004). 1968 - Lançamento da revista semanal “Veja”, da Editora Abril, a revista de maior circulação no país (MARTINS, 2004). Anos 1970 - O sistema midiático como hoje o conhecemos foi configurado e consolidou-se na década de 70. Este período, que se inicia com o AI-5 e o lançamento do “Pasquim” irá se encerrar com a anistia e a greve dos jornalistas. As experiências jornalísticas do período são exemplares. É a época que O Estado de S. Paulo publica Os Lusíadas, Veja lança uma edição sobre torturas, surgem o Opinião, Movimento e outros jornais da imprensa alternativa (MARTINS, 2004). 1977 - A Editora Três lança a revista semanal de informações gerais “Isto É” (MARTINS, 2004).
  • 28. 28 1979 - O Decreto nº 83.284, aprovado pelo Congresso Nacional, regulamenta a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil (MARTINS, 2004). Anos 1980 - As primeiras experiências de jornalismo digital se deram nos Estados Unidos, nos anos 80, a partir de sistemas de videotexto produzidos por empresas como a Time, Times-Mirror e a Knight-Ridder (MARTINS, 2004). 1984 - A Folha de S. Paulo encabeça a campanha Diretas Já pela eleição direta para a Presidência da República. Dois anos depois alcança o posto de o primeiro jornal do país em volume de venda, em substituição a O Globo, que mantinha a liderança desde a década de 30 (MARTINS, 2004). 1987 - É elaborado o Código de Ética dos Jornalistas no Brasil. O documento é redigido e aprovado em um congresso especial da categoria no Rio de Janeiro (MARTINS, 2004). Anos 90 – O surgimento dos primeiros jornais na rede mundial de computadores, utilizam-se da simples transposição do conteúdo impresso para a internet. Neste momento, nota-se o aparecimento de websites noticiosos, que exploram cada vez melhor as potencialidades da rede - hipertextualidade, multimidialidade, interatividade, entre outras, indo em busca de uma gramática própria adequada à Internet. Essa nova realidade apresentada no século XX interfere diretamente na produção de notícias e em seu consumo devido às relações instantâneas e globais que permeiam os indivíduos (MARTINS, 2004). 1995 - No dia 12 de maio, a Folha de S. Paulo tem a maior circulação da história da imprensa brasileira: 1.613.872 exemplares. O principal motivo do recorde foi o lançamento de um atlas histórico que acompanhava a publicação. Desde o final dos anos 80 a imprensa brasileira começara a oferecer produtos não-jornalísticos agregados ao jornal, como fascículos de enciclopédias, CDs e fitas de vídeo, gerando aumento nas vendas (MARTINS, 2004). 1995 - Em maio de 1995, o Jornal do Brasil inaugura o primeiro jornal eletrônico do país, o JB Online. Em dezembro do mesmo ano, O Estado de S.Paulo coloca na
  • 29. 29 rede o NetEstado. Em 1996, a Folha de S.Paulo lança o Universo Online (fundido em novembro com o Brasil Online da Abril), seguido de O Globo On e de O Dia On- line (MARTINS, 2004). Século XXI 2000 - É lançado em Campinas - SP, o primeiro jornal em braille do país. Com o apoio dos jornais Diário do Povo e Correio Popular, do McDonald's, da TV a Cabo Net Campinas e da Gráfica Itapapel, o novo jornal mensal é produzido pelo Centro Cultural Louis Braille, de Campinas. A distribuição é gratuita para entidades, bibliotecas, faculdades e prefeituras da região (MARTINS, 2004). 2001 – O Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo mantém a suspensão em todo o país da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para a obtenção do registro profissional no Ministério do Trabalho (MARTINS, 2004). 2002 – O governo instala, com mais de 10 anos de atraso, o Conselho de Comunicação Social, primeiro espaço institucional especializado no debate público das questões da área das comunicações. Ele estava previsto na Constituição e regulamentado por lei desde 30 de dezembro de 1991 (MARTINS, 2004). 2006 – O então ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu em caráter liminar a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão (MARTINS, 2004). Analisando os aspectos históricos ligados ao jornalismo, podemos observar que do século VIII ao século XI são poucos os registros de acontecimentos que contribuíram para o início do processo jornalístico mundial. Somente a partir do século XV, devido à invenção da prensa, por Gutemberg, os relatos se tornam mais acessíveis. Essa invenção ganha força no século XVI, quando foi muito utilizada pela Igreja para noticiar os acontecimentos das guerras. Nos séculos XVII e XVIII destaca-se a criação de jornais que marcaram a história e o investimento na melhoria das técnicas de divulgação das notícias, pois o jornalismo
  • 30. 30 se mostrava uma atividade eficiente já em diversas partes do globo para levar informações à sociedade. No século XIX há um aumento significativo no número de registros referentes às atividades jornalísticas, já disseminadas pelo mundo. Podemos constatar inúmeros relatos referentes ao tema no Brasil a partir desse período, sob diversos formatos (revistas, panfletos, jornais). No século seguinte os meios de comunicação iniciam os primeiros movimentos para a utilização das novas tecnologias na propagação das notícias. Os profissionais se organizam através de sindicatos e as leis sobre imprensa no nosso País são criadas. A partir da segunda metade do século XX, a mídia encontra nas novas tecnologias, a forma de se consolidarem como massificadoras de opiniões. Surgem os grandes impérios jornalísticos, que vêem na informação uma mercadoria de grande valor. Isto posto, na seqüência destacam-se os pressupostos inerentes ao contexto atual do jornalismo. 2.1 Jornalismo no contexto atual Para entendermos como se comporta hoje o jornalismo, após apresentada a trajetória e a discussão em torno da temática, apresentamos, à luz do referencial teórico estudado para este estudo, a relação de aspectos sócio-históricos, políticos e econômicos com as mudanças dos parâmetros de produção e consumo de informações presentes na atualidade, advindas da constante evolução dos meios técnicos. O mundo se depara hoje com uma realidade marcada pela predominância do sistema político-econômico capitalista. Exceto por Cuba, China e Coréia do Sul, que ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo. O capitalismo consolidou-se como sistema mundial no início da década de 90. À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do século XX, resultando na chamada nova ordem mundial. (PELLEGRINI, 2007). As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no
  • 31. 31 segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos. No decorrer deste período histórico (Segunda Guerra Mundial), os EUA atravessaram uma fase de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário internacional. As principais disposições do sistema Bretton Woods foram, primeiramente, a obrigação de cada país adotar uma política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado valor mais ou menos um por cento em termos de ouro, e em segundo lugar, a provisão pelo FMI de financiamento para suportar dificuldades temporárias de pagamento. (WIKIPEDIA, 2007b). Em 1971, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro, Richard Nixon, então presidente norte-americano, suspendeu unilateralmente o sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro. Assim, para a economia internacional, todos os elementos planificadores de Bretton Woods favoreceram um sistema relativamente liberal, que se baseasse primeiramente no mercado, com um mínimo de barreiras ao fluxo de comércio e capital privados. Apesar de não estarem inteiramente de acordo sobre a maneira de pôr em prática essa ideologia, todos concordavam com o sistema aberto. Esse dinamismo pós-guerra da economia norte-americana influenciou diretamente tanto os países subdesenvolvidos da Ásia, assim como os demais continentes. Por estar diretamente envolvido com a liberação do mercado mundial após a Segunda Guerra e por ter se consolidado como grande potência mundial e tirando proveito dela com suas exportações e acesso às matérias-primas, os EUA buscaram mercados aliados para aumentar seu poder de compra e venda. Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, impedir o avanço do socialismo no continente. A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econômico-financeira do país em direção aos seus vizinhos da Ásia, originando uma região de forte dinamismo.
  • 32. 32 A produção tecnológica em larga escala na Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão de desenvolvimento técnico, que levou à modernização e a posterior automatização da indústria. Com a automatização industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e diversificação dos meios de produção. Na atualidade, o acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais artificializado, principalmente naqueles países onde o atrelamento da ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida em que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em diversos países, diferentemente do que segundo Pires e Reis (1999) seria o objetivo do avanço tecnológico, que os autores apontam como não sendo alcançado, pois: [...] o domínio da natureza permitiria aos homens a produção dos bens necessários para a vida em menos tempo de trabalho, pelo desenvolvimento tecnológico, liberando parte da vida para o desenvolvimento humano. (PIRES; REIS, 1999, p.33) Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a informatização dos escritórios, a rapidez nos transportes e comunicações e as relações econômicas também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União Européia e nos novos países industrializados originários do “mundo subdesenvolvido” da Ásia, como afirmam Pires e Reis (1999) ao descreverem o capitalismo como “um processo simultaneamente social, econômico e cultural. e seu desenvolvimento é desigual e contraditórioquot;. (IANNI, 1997 apud PIRES; REIS; 1999, p. 33) Desde que a internacionalização do capital surgiu, e devido à sua essência - produzir para o mercado, objetivando o lucro e, conseqüentemente, a acumulação da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu domínio, conforme Santos (1996). O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como metáfora. Todos os lugares são mundiais, mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza mesmo são as pessoas (SANTOS, 1996, p.31).
  • 33. 33 A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa financeira internacional, em meados da década de 1980. A partir de então, esse termo começou a ser associado à difusão de novas tecnologias na área de comunicação, como satélites artificiais, redes de fibra ótica que interligam pessoas por meio de computadores, entre outras, que permitiram acelerar a circulação de informações e de fluxos financeiros. Globalização passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de investimentos pelo mundo afora. Ela passa a ser discutida, segundo as categorias tempo/espaço, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação, mercado mundial e lugar. Segundo Santos (1996, p.31), quot;cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local convivendo dialeticamentequot;. A importância de estudar os lugares reside na possibilidade de capturar seus elementos centrais e suas virtudes locais, de modo a compreender suas possibilidades de interação com as ações e fatos globais. A globalização da cultura ocorre a partir do lugar geográfico em que reside. É dele então, que a globalização ganha sua dimensão simbólica e material, combinando matrizes globais, nacionais, regionais e locais. Para tanto, Santos esclarece que: O espaço geográfico é um conjunto indissociável de sistemas de objetos naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberadas ou não (SANTOS, 1996, p.40). A reflexão sobre a globalização econômica é um pouco mais vasta que a cultural. Conforme afirma Santos (1996, p.40): [...] ela está diretamente associada ao fluxo do sistema de objetos, na forma de espaço geográfico. O espaço geográfico é uma funcionalização da globalização. Ele vai ser produzido de acordo com as demandas de quem o idealiza, para permitir fluir suas necessidades. O espaço geográfico viabiliza a globalização, dado que ele materializa três de seus pressupostos: a unicidade técnica, a convergência dos momentos e a unicidade do motor. A unicidade é entendida como a capacidade de instalar qualquer instrumento técnico produtivo em qualquer parte do mundo. A convergência dos momentos é possibilitada pela unificação técnica, pela capacidade de comunicação em tempo real. Por fim, a unicidade do motor é a direção centralizada, ou seja, para onde
  • 34. 34 convergem os interesses nacionais e internacionais referentes aos fatos comunicados globalmente, muitas vezes direcionados por interesses políticos. Ao longo da história, o jornalismo também teve uma importante função nesse contexto, onde o editor sempre exerceu um papel político (ele tem contato com a cúpula administrativa e faz o meio de campo, decidindo se o tom do texto vai agradar ou desagradar aos donos de jornais ou aos grupos de poder ligados a eles). Hoje o editor continua preservado em sua função política, mas não mais na função estética do texto especificamente. Até o final da década de 80, havia uma divisão do jornalismo. Existia o repórter (externo) e aquele profissional de dentro da redação (copy desk3), que cuidava de produzir o texto, fruto de um trabalho investigativo realizado pelo repórter. Com os avanços da profissão, a nova dinâmica de informações se altera, o jornalista passa a ser agora a pessoa que não somente dá conta de buscar a informação (encontrar o dado e levá-lo para a redação) como terá também que redigi-lo e editá-lo, entregando o texto prontinho para a impressão. Desapareceu a profissão de copy desk, o repórter de ontem se funde hoje no repórter, redator, editor, devido à nova dinâmica em que as informações se apresentam e o modelo técnico-informacional que os avanços tecnológicos trouxeram para a profissão. Conforme destacado por Carlos Drummond, Coordenador do Curso de Jornalismo Multimídia da FACAMP (Faculdades de Campinas), em entrevista concedida ao portal da faculdade, diz que: Na redação tradicional de um jornal, por exemplo, o jornalista chegava no final da manhã, lia todos os jornais, esperava receber sua pauta e saía à rua para apurar a matéria. No início da noite, voltava à redação para redigir a reportagem, que, depois de lida pelo copidesque, pelo redator-chefe e pelo revisor, era diagramada manualmente. No jornal de hoje, o repórter chega cedo à redação, lê pela internet os principais jornais do dia e navega pelos sites de notícias e blogs. Apura a matéria, redige-a no seu computador e a encaminha para a paginação eletrônica, de onde ela segue - pela rede - para impressão. Em vez de uma matéria, o jornalista escreve quatro ou cinco por dia (DRUMOND, 2007). Este aparato tecnológico traz ainda novas implicações não somente às atividades jornalísticas referentes ao processo de escrever as matérias, mas também nos procedimentos que envolvem a escolha do que publicar e a análise da 3 Vide Glossário
  • 35. 35 linha editorial mediante a saturação de informações que o ambiente web oferece na atualidade. Para lidar com este aspecto o jornalista tem a seu favor a credibilidade. Sua função de investigar e averiguar a veracidade dos fatos informados é de fundamental importância para que a comunicação seja a mais transparente e eficaz possível. A união da credibilidade das informações e de sua repercussão, checadas pelo jornalista em diversas fontes na web e fora dela abre a possibilidade de uma programação mais formativa do que informativa, mais qualitativa do que quantitativa, em que, por exemplo, vemos constantemente temas específicos debatidos com a participação de especialistas de um lado e dos expectadores/leitores/ouvintes do outro, prática comum hoje, que foge dos parâmetros ditados anteriormente em que a comunicação fluía de cima para baixo numa via de mão única. Com a mudança dos paradigmas quot;eu falo e você escutaquot;, “eu escrevo você lê” a cumplicidade e busca do interesse comum se torna essencial e a interatividade passa a predominar no objetivo dos grandes meios de comunicação e o que mais se destaca na atualidade é a internet. Por isso é crescente o número de jornais que lançam suas versões web, ou pelo menos disponibilizam o conteúdo do impresso na rede, o que os estudiosos classificam hoje como jornalismo on-line. 2.2 Jornalismo On-line Mesmo com o avanço coletivo das técnicas de produção, durante a evolução humana, cada etapa histórica é representado pelo progresso de um determinado sistema, como nos aponta Castells (2001). Durante o período em que ocorreu a Primeira Revolução Industrial, o sistema que predominou e que mais se desenvolveu foi o referente às indústrias, que teve como sucessor o que se referiu ao desenvolvimento dos meios de comunicação. O sistema predominante na atualidade é, na verdade, conseqüência das técnicas comunicacionais. É constituído pelas “técnicas da informação”, que hoje conhecemos como Tecnologia da Informação4 e da Comunicação, ou TIC, termo comumente utilizado para designar o conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, bem como o 4 Vide Glossário.
  • 36. 36 modo de como esses recursos estão organizados num sistema capaz de executar um conjunto de tarefas5. A tecnologia de processamento de informação baseada na comunicação de símbolos, segundo Castells (2001, p.53). Representa “um novo modo informacional de desenvolvimento”, faz com que a mercadoria mais importante nos dias atuais seja a informação. Com isso, em qualquer estância da vida humana, informação é sinônimo de poder. A técnica da informação na pós-modernidade constitui-se em construir a relativização dos lugares, ou seja, fazer com que o acontecer de um lugar possa ser conhecido por outro lugar, se possível, instantaneamente. Assim, ela permite a interação dos momentos assegurada pela simultaneidade das ações. Ocorre então, o que se pode chamar de globalização do lugar, que se apresenta pela formação do espaço-mundo (o espaço e o tempo se unem de forma global em um determinado lugar): lugares são então permeados por características globais referentes à economia, política, cultura e sociedade, acabando por absorvê- las (o lugar se torna expressão do mundo ao mesmo tempo em que é expresso por ele), como mencionado por Santos (2001, p.112): Os lugares são, pois, o mundo, que eles reproduzem de modos específicos, individuais, diversos. Eles são singulares, mas são também globais, manifestações da totalidade-mundo, da qual são formas particulares. As particularidades de um acontecimento estiveram por muito tempo (no jornal impresso) enclausuradas no hic et nunc6 a que se referia Walter Benjamin (1983). Para Benjamin o original de uma obra de arte é dotado de um hic et nunc, um quot;aqui e agoraquot; que garante sua autenticidade. O fato de que tenha sido produzido apenas um exemplar, num momento específico, em um lugar e uma circunstância única e por um autor específico, acaba por fazer com que o público atribua ao objeto uma aura “... a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja. Inatingível, a obra de arte torna-se objeto de contemplação e sacralização, à maneira dos ícones religiosos” (WIKIPEDIA, 2008). 5 Vide Glossário 6 Vide Glossário
  • 37. 37 Ou seja, no caso do jornalismo, a renovação do aqui e agora do acontecimento, só podia ser atualizado na edição seguinte e ter complementos oferecidos pelo telejornal ou por notícias veiculadas no rádio no decorrer do dia. No impresso, o fato era registrado e ficava relativamente preso à “presença no próprio local onde se encontra” (WIKIPEDIA, 2008a), e hoje instantaneamente devido aos avanços técnicos o hic et nunc da notícia sofre atualizações constantes, virtuais, e tem como espectador o indivíduo global, participando de um processo a que podemos chamar de democratização da informação. A história dos meios de comunicação passa atualmente por uma revolução tecnológica, que se reflete em todos as estâncias da vida humana. As relações sociais, econômicas, políticas, vêm ganhando novas dimensões com o desenvolvimento dos meios de comunicação, mais precisamente a Internet. O movimento de globalização incentivado (e exigido) pelo capitalismo encontra na nova rede de comunicação mais um instrumento para seu sucesso. A Indústria Cultural reúne na Internet seus meios de ação e ganha um poder de influência ainda maior: uma rede de comunicação capaz de atingir “todo o globo”, mesmo com as diferenças sócio-econômicas de acesso aos meios eletrônicos e à comunicação. Segundo Santos (2001), com a capacidade de transmitir informações instantaneamente, espaço e tempo são aparentemente “quebrados”, e com a disseminação da cultura do just-in-time7, cria-se uma idéia metafórica de otimização desses fatores, como se fossem uma unidade, desconsiderando os aspectos culturais que envolvem emissor e receptor e o fato de que: Os lugares são, pois, o mundo, que eles reproduzem de modos específicos, individuais, diversos. Eles são singulares, mas são também globais, manifestações da totalidade-mundo, da qual são formas particulares (SANTOS, 2001, p.112). Na rede, a transmissão técnica de dados independe das posições geográficas do emissor e receptor, isso não seria novidade nos meios de comunicação, mas a Internet possui hoje uma capacidade quase infinita de transmissão de informação e foi incorporada rapidamente (considerando a evolução, aceitação e acesso dos meios tradicionais de comunicação – Internet no espaço de 4 anos (no início dos anos 90) atingiu, nos EUA, 50 milhões de pessoas, quando a TV levou 13 anos, o computador pessoal, 16, e o rádio, 38, para atingir esse mesmo número) - segundo 7 Vide Glossário
  • 38. 38 Carlos Vogt na página http://www.comciencia.br/carta/socinfo.htm da Revista Comciencia - tanto por empresas quanto para uso doméstico, ou seja, uma enorme potência para o mercado, seja pela publicidade ou pela própria capacidade adquirida por parte da população mundial de executar compras e vendas através do computador (ligado diretamente com a evolução inteligente do modo de produção capitalista). Nesse ambiente competitivo, o jornalismo encarrega-se de veicular a informação da maneira mais rápida e mais verídica possível, acompanhando o ritmo das novas tecnologias. O desafio é uma constante nesta atividade, pois cada novo veículo de comunicação que surge provoca mudanças no modo de produção, estruturação e apresentação das notícias; é preciso que se crie uma nova linguagem, para uma publicação ou forma de veiculação diferente, direcionada a um público-alvo com outras exigências. Formam-se nichos de informação e com isso, “as técnicas, a velocidade e a potência, criam desigualdades e, paralelamente, necessidades, frustração e escassez porque não há satisfação para todos” (SANTOS, 2001, p.129). O desafio dos jornalistas está exatamente em evitar que este cenário atual permaneça e uma das ferramentas para vencer este desafio pode ser a participação do público na investigação, seleção, estruturação e veiculação das notícias, princípio fundamental do jornalismo colaborativo que discutiremos adiante neste trabalho. Castells (1999, p.17) argumenta que várias temporalidades subsistem, embora uma esteja emergindo como determinante: a que ele chama de tempo intemporal, próprio da estrutura de rede, onde passado e futuro se fundem num eterno presente. A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede. Essa sociedade é caracterizada pela globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de vista estratégico; por sua forma de organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do emprego e a individualização da mão-de-obra. Por uma cultura de virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, interligado e altamente diversificado e pela transformação das bases materiais da vida – o tempo e o espaço – mediante a criação de um espaço de fluxos e de um tempo intemporal como expressões das atividades e elites dominantes.
  • 39. 39 Essa noção de atemporalidade que situa os fatos na Internet está ligada também à noção de um espaço virtual onde as coisas acontecem e são atualizadas, informações são divulgadas, pessoas se comunicam, e tudo acontece sob um conceito de simultaneidade. Segundo Pierre Lévy (LEVY, 1996, p.44): A noção de tempo real, inventada pelos informatas, resume bem a característica principal, o espírito da informática: a condensação no presente, na operação em andamento. O conhecimento de tipo operacional oferecido pela informática está em tempo real. Além da possibilidade de disponibilizar informações a todo segundo, os sites de notícia procuram aproveitar os recursos multimídia de áudio e vídeo para enriquecer o conteúdo e reiterar o conceito de tempo real - o que a televisão e o rádio já desempenhavam, diferentemente dos impressos. O jornalismo acompanha este processo de subversão da temporalidade, seguindo o caminho que já havia sido percorrido pela televisão quando introduziu o culto quot;ao vivoquot; e sempre buscado pelo jornal impresso na corrida pelo “furo” do dia. Para Harvey (1992, p. 209-210): Há um incentivo onipresente para a aceleração, por parte de capitalistas individuais, do seu tempo de giro com relação à média social, e para fazê-lo de modo a promover uma tendência social na direção de tempos médios de giros mais rápidos. [...] O efeito geral é, portanto, colocar no centro da modernidade capitalista a aceleração do ritmo dos processos econômicos e, em conseqüência, da vida social. A aceleração na vida social propõe mudanças na produção de notícias, que deve traduzir os acontecimentos do cotidiano de forma fidedigna. Foi assim com os jornais impressos, com o rádio, com a televisão e atualmente com a Internet. O desenvolvimento de novas tecnologias implica na transformação do formato da notícia, interferindo na sua periodicidade, publicação e validação. O impulso desta nova mídia (o jornal on-line) é a velocidade. As informações digitalizadas ocupam quot;pouco espaçoquot; e assim podem ser difundidas mais rapidamente. Essa “difusão mais rápida” exige maior dinâmica dos profissionais de comunicação na interação com o fato, com os participantes ou observadores dos fatos (fontes), com os leitores (consumidores do que é noticiado sobre os fatos) e o canal pelo qual será oferecido o conteúdo.
  • 40. 40 A atenção ao canal sempre foi um fator muito importante, mas na atualidade se evidencia, pois a ânsia de oferecer as informações mais atualizadas algumas vezes acarreta no acúmulo de informações desnecessárias ou até mesmo num processo de estagnação, onde o profissional se prende ao formato impresso enquanto à sua volta os meios se fundem hibridamente, pois segundo Fidler (1994, p. 25 apud QUADROS, 2002. p.3): A tecnologia somente facilita a mudança e cria oportunidades. Sem o correspondente esforço dos jornalistas e dos empresários dos meios de comunicação em melhorar a qualidade da informação e oferecer o que o público necessita e deseja, a metamorfose não será mais que uma crisálida oca. Diversos estudos sobre o movimento de transição e a relação entre o jornalismo tradicional e o jornalismo on-line levantaram possíveis cenários a serem incorporados pelos veículos e profissionais, entre eles os estudos de John Pavlick, dividindo a performance dos jornais digitais em 3 estágios: 1º - transposição da versão impressa para a internet; 2º - esta transposição e mais alguns produtos diferenciados do jornal tradicional; 3º - um produto totalmente exclusivo para a internet; Estes estágios mostram uma nova forma de se relacionar com a informação, onde os jornalistas interagem com o meio numa dinâmica de construção de conteúdo e compartilhamento. O meio digital se torna expressão e fonte de notícias, onde os próprios profissionais podem buscar o que está disponibilizado na rede e fornecer dados para os outros usuários. Destaca-se nesse contexto a conceituação de Brambilla (2006) para jornalismo on-line: este não se refere especificamente ao noticiário produzido e veiculado na web, este, é o webjornalismo. A autora discute essa nova realidade no contexto informacional adotando o conceito de que o jornalismo on-line é: [...].todo aquele desenvolvido utilizando tecnologias de transmissão de dados em rede e em tempo real, ocorrida na web ou não, mas que comporta apuração, produção e veiculação da notícia através de conexões digitais com acesso instantâneo e simultâneo entre autores e leitores (BRAMBILLA, 2006, p.36). O desafio do jornalista on-line é despertar o interesse de um público muito mais diferenciado que o público do impresso, com cultura e costumes próprios,
  • 41. 41 fugindo dos padrões da realidade regional/nacional dos impressos, pois a linguagem não linear da internet, mesmo que jornalística, é baseada em hipertextos8. Conforme consta no portal da Faculdade de Comunicação da UFBA (Universidade Federal da Bahia): [...] o conceito de hipertexto foi utilizado pela primeira vez por Vannevar Bush, em 1945, quando coordenava para o governo americano cerca de quinhentos cientistas das mais variadas áreas, e precisava agrupar todas as informações provenientes destes profissionais de maneira organizada, porém não-linear e conexada, onde daí erntram em ação os links, que tem esta função de interligação. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, 2008). Há também uma definição de hipertexto da Wikipedia, que os classifica como: [...] textos que servem como um suporte que acopla outros textos em sua superfície cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal (WIKIPEDIA, 2008b). Com isso, podemos afirmar que são as interações e a praticidade do simultâneo as ferramentas que devem ser exploradas pelo profissional de comunicação para alcançar o público na atualidade. Essas interações no jornalismo on-line podem ser entendidas como a utilização de enquetes (pesquisas), comentários, meios de contato com o autor da informação disponibilizada e fóruns, em que acontecem discussões e abordagens de pontos de vistas diferentes, paralelamente à veiculação tradicional de notícias. Na década de 90, os grupos de mídia começaram a se organizar, ainda de forma tímida para adentrar a realidade do jornalismo on-line. 1995 - Em maio de 1995, o Jornal do Brasil inaugura o primeiro jornal eletrônico do país, o JB On-line. Em dezembro do mesmo ano, O Estado de S.Paulo coloca na rede o NetEstado. Em 1996, a Folha de S.Paulo lança o Universo On-line (fundido em novembro com o Brasil On-Line da Abril), seguido de O Globo On e de O Dia On-line. 1997 - O jornal O Estado de S. Paulo começa a publicar a edição em português do The Wall Street Journal, considerado uma referência para investidores em todo o mundo (MARTINS, 2004, p.1). Assim como a velocidade do fluxo de informações na rede, já no final da década de 90, quando a internet já havia passado por seu processo de popularização, os sites de agências de notícias e jornais brasileiros começam a se 8 Vide Glossário.
  • 42. 42 especializar na disseminação de informações digitais, incluindo em seus materiais, áudios, vídeos, animações e links para outros sites, cumprindo com a finalidade da linguagem digital (o hipertexto) ao veicular suas notícias. Ao trilhar o caminho dos pedaços de papel às ondas da rede mundial de computadores, o ato de informar a sociedade passou por diversas fases e formatos apresentados ao longo deste primeiro capítulo, mas a característica mais marcante da atualidade é que, a interação de usuários com os fatos e sua disseminação permitem que novos serviços passem a ser agregados ao ato de noticiar, são eles sistemas de buscas e portais atualizados a todo instante, são os furos de reportagem garantidos por jornalistas ligados à rede ou cidadãos com acesso às novas tecnologias devido às facilidades conquistadas com novos meios digitais, sendo fonte de informação para outros leitores e passando a ser fonte de pesquisa e investigação também para agências de notícias e jornalistas. A utilização da tecnologia para divulgação de notícias on-line permitiu o aumento do nível de democratização da informação no mundo, pois a instantaneidade, característica marcante da internet, permite que os fatos ocorridos a grandes distâncias sejam acompanhados “ao vivo” por milhares de espectadores. O homem hoje se alia ao aperfeiçoamento das técnicas que criou para se comunicar com as novas tecnologias que cria, mantendo-se informado do que acontece ao seu redor e em lugares que não atingiria sem o auxílio da tecnologia. 2.2.1 Modernas Tecnologias Se compararmos as revoluções sociais provocadas pelos demais meios de comunicação de massa, pode-se considerar que a Internet ainda “é muito nova”. Castells (1999), realizou um estudo sobre a nova relação entre o virtual e a sociedade que resultou em sua trilogia “A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura”, que busca esclarecer a dinâmica econômica e social da nova era da informação. Segundo Castells (1999), a Internet inicia nas três ultimas décadas do século XX, conseqüência de uma fusão de estratégia militar e inovação científica. O Departamento de Defesa dos EUA, mais especificamente a Agência de Projetos e Pesquisa Avançada (ARPA) deu origem ao desenvolvimento de um sistema de comunicação que viria a culminar na Internet.9 9 Vide Glssário
  • 43. 43 A internet evoluiu muito rápido com o crescimento das atividades comerciais na rede, juntamente com o desenvolvimento da informática e de novas tecnologias de comunicação, como os aparelhos celulares. Um dos pesquisadores pioneiros e mais respeitados na área é o filósofo francês Pierre Lévy, autor de “As Tecnologias da Inteligência” (1990), “O que é o Virtual” (1995) e “Cibercultura” (1999), entre outros. A Cibercultura proposta por Lévy(1999, p.23) é: [...] a transformação radical das culturas humanas na virada do século - uma cultura globalizada e cibernética. Se tratada do ponto de vista comercial, o crescimento do ciberespaço seria conservador e reacionário, uma vez que serve para aumentar o abismo entre pobres e ricos. Lévy considera essa possibilidade como real, mas acredita que não será esse o futuro da “Cibercultura”, pois as novas tecnologias podem ser vistas por uma perspectiva humanista. Estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço no plano econômico, político, cultural e humano. Que tentemos compreendê-lo, pois a verdadeira questão não é der contra ou a favor, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos, o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural. Apenas desta forma seremos capazes de desenvolver estas novas tecnologias dentro de uma perspectiva humanista (LÉVY, 1999, p.25). Concordamos com o autor, já que as condições de acesso vêm crescendo e se popularizando devido às medidas de incentivo do governo, de empresas privadas e movimentos populares, mesmo que em diferentes aspectos e com diferentes objetivos. O autor propõe uma nova interpretação: o ciberespaço como agente de libertação ao permitir a livre circulação de documentos de texto, imagens e sons, enfim, qualquer forma, híbrida ou não, de se comunicar. O que não deixa dúvidas é o impacto causado pela capacidade da rede de atingir positiva ou negativamente um enorme público nas diferentes classes sociais (considerando-se as devidas proporções e condições de acesso). Deste modo também surgiram vários outros setores ou alterações em praticamente todas as
  • 44. 44 relações de troca, já que essa nova realidade passa a permear a vida do indivíduo por caminhos diferentes (escola, lazer, trabalho etc). No Brasil, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) foi responsável pela primeira ligação na rede, em 1988, para uso exclusivo de troca de informações em pesquisas cientificas. Em 1992, o Ministério de Ciência e Tecnologia criou a Rede Nacional de Pesquisa, programa que visava a ampliação das ligações internas no país.10 O Brasil lançou o Livro Verde em 2000, que contém as metas de implementação do Programa Sociedade da Informação e constitui uma súmula consolidada de possíveis aplicações de Tecnologias da Informação. O documento que lhe deu origem foi elaborado pelo Grupo de Implantação do Programa, composto por representantes do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), da iniciativa privada e do setor acadêmico, sob a coordenação de Tadao Takahashi. Esse livro contempla um conjunto de ações para impulsionarmos a Sociedade da Informação no Brasil em todos os seus aspectos: ampliação do acesso, meios de conectividade, formação de recursos humanos, incentivo à pesquisa e desenvolvimento, comércio eletrônico, desenvolvimento de novas aplicações (SARDENBERG, 2000, pág. 5) Na mesma velocidade do avanço tecnológico, de certa forma, temos a expansão e popularização do acesso à rede no território brasileiro na atualidade. Segundo pesquisa do IBGE - publicada pelo jornal O Estado de São Paulo em 18 de setembro de 2007, no período entre 1999 e 2006 o número de municípios com provedores de internet cresceu 178%, sendo que em 1999, 16,4% dos municípios apresentavam o serviço e em 2006 esse número chegou a 45,6%. Espera-se que as metas e as condições levantadas e estabelecidas pelo Livro Verde amadureçam e que conseqüentemente seus dados, análises e intenções consubstanciem os avanços preconizados e ali considerados indispensáveis para o país ombrear-se com outros eletronicamente mais desenvolvidos e, assim, não ficar de fora, excluído, a ouvir e a assistir ao concerto das nações só pela sala de videoconferências (VOGT, 2001, p.1). A movimentação dos estudiosos e do Estado Brasileiro para acompanhar o ritmo do avanço tecnológico na atualidade mostra o amadurecimento do país nessas 10 Vide Glossário
  • 45. 45 questões, mesmo com o acesso a estas tecnologias ainda dividido entre as classes de forma não equilibrada. Para entender este enquadramento de veículos e profissionais no novo formato de produção de informações, agora publicadas na Internet, é preciso conhecer as diferentes plataformas de trabalho, o formato de dados disponíveis no meio digital e as maneiras de se relacionar com todos esses fatores. Vamos nos ater a dois formatos específicos de veiculação: Blogs e Wikis. De ferramenta utilizada por adolescentes e adultos para relatar seu dia-a-dia e “postar” fotos, os blogs se tornaram ferramentas estratégicas de comunicação corporativa e de disseminação de informação. Como meio interativo e colaborativo, os blogs partem do conceito do “faça você mesmo”, como afirmam os autores da coleção Conquiste a Rede, Ana Carmem Foschini e Roberto Romano Taddei. O universo dos Blogs, chamado de blogosfera, apresenta uma variedade enorme de conteúdos diferenciados que vão de fotos, áudios, textos, poemas, humor a reclamações, protestos e lutas por direitos dos animais, plantas etc. Mas um fator interessante desta ferramenta é que ela transformou o internauta em um produtor de informações. Na blogosfera os internautas produzem, procuram, indicam e compartilham conteúdos gerados por eles mesmos, por conhecidos ou por blogueiros / organizações que adquiriram sua confiança. Segundo Taddei e Foschini (2006, p.11): Apareceu pela primeira vez em 1994, quando o estudante norte- americano Justin Hall criou um dos primeiros sites com o formato de blog de que se tem notícia e popularizou-se a partir de 1999, com o surgimento de ferramentas de publicação que não envolvem gastos ou conhecimento técnico. Mas foi em 2001 que despontou como fenômeno. Em 2001 os blogs se destacaram como fontes de notícia devido aos atentados contra o World Trade Center, e a partir daí se multiplicaram velozmente. Durante este tempo os blogs têm servido como fonte de notícia para a própria mídia que apura os fatos noticiados e noticia por meio da ferramenta também e para organizações com diversos fins (propaganda institucional, relacionamento com o cliente etc).