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A consulta de eventos através do Social Media 
É o social media o principal meio de consulta e divulgação de eventos? 
Estudo Exploratório 
José Pedro dos Santos Cabral Ribeiro 
pcabralribeiro@gmail.com 
Orientador – Professor João Paulo Peixoto 
Mestrado em Gestão e Negócios 
IESF – Business School 
Porto, Novembro de 2014
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Abstract 
The evolution of the Internet has been a big driver of the revolution that assists in the communication world, a new society of communication mediated by the latest information technology with tools that allow a direct connection between the elements of social communities. The online media, especially social media, are of particular importance both for the wider audience they reach, but also on ease of use and the limited financial resources they need. 
Social media and social networks are no longer seen as the future, but as present and should be considered by stakeholders in a strategic and useful way for their goals are achieved form. 
In this study we sought to understand whether currently the main way to search events is through social media and event consumers have difficulties in query and suggest solutions to improve the search experience of the event. 
Framed on the assumption of the use of technology, we studied the Technology Acceptance Model, and one of its adaptations proposed by Gefen (2013) incorporating the habit variable, which served as the inspiration and guide for the development of this work. 
The fieldwork was carried out by conducting a survey answered by 250 people with results confirming that the social media is the primary means of dissemination. 
It was also concluded that people recommend improvements in how events are currently seeking, preferring to have a centralized way to aggregate and event information disclosed by the major social networks. 
This study is intended to contribute to a better understanding of the consultation and disclosure of events through social media and also leaving clues for future investigations. 
Keywords: Social Networks, Social Media, Digital Media, Disclosure of events
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Resumo 
A evolução da Internet foi a grande impulsionadora da revolução que se assiste no mundo da comunicação, uma nova sociedade de comunicação mediada pelas recentes tecnologias de informação com ferramentas que permitem uma ligação direta entre os elementos das comunidades sociais. Os meios online, especialmente as redes sociais, assumem particular importância quer pelo abrangente público que atingem, mas também na facilidade de utilização e pelos poucos recursos financeiros que necessitam. 
O social media e as redes sociais já não são encaradas como o futuro, mas sim como o presente e devem ser considerados pelos vários stakeholders de forma estratégica e útil para que os seus objetivos sejam atingidos. 
Neste trabalho procurou-se perceber se atualmente a principal forma de consulta de eventos é através do social media e se os consumidores de eventos tem dificuldades na consulta e se apontam soluções para melhorar a experiencia da pesquisa de eventos. 
Enquadrado no pressuposto da utilização de tecnologia, estudou-se o Modelo de Aceitação Tecnológica, e uma das suas adaptações, a proposta por Gefen (2013) que incorpora a variável Hábito, que serviu de inspiração e guia para o desenvolvimento deste trabalho. O trabalho de campo foi realizado através da realização de um inquérito respondido por 250 pessoas com resultados que confirmam que o social media é o principal meio de divulgação. 
Concluiu-se também que as pessoas preconizam melhorias na forma como atualmente procuram eventos, preferindo ter de forma agregada e centralizada a informação dos eventos divulgados pelas principais redes sociais. 
Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para investigações futuras. 
Palavras-Chave: Redes Sociais, Social Media, Meios Digitais, Divulgação de eventos
4 
Índice de Figuras 
Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM ................................................................... 19 
Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM)...................................................... 23 
Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003) .................. 24 
Figura 4 Distribuição dos respondentes por género .......................................................... 26 
Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos ..................... 28 
Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais .. 29 
Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos ......... 29 
Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos ................................................ 30 
Índice de Tabelas 
Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes ............................................................ 27 
Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes .................................. 27 
Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional .............................................................. 28 
Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos. ............................. 30 
Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos. ................... 31 
Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia................. 31
5 
Índice 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 
2 REVISÃO TEÓRICA .................................................................................................................. 7 
2.1 CONCEITOS ................................................................................................................................. 7 
2.2 ESTUDOS ANTERIORES .......................................................................................................... 10 
2.2.1 ESTUDO I .................................................................................................................................... 10 
2.2.2 ESTUDO II ................................................................................................................................... 12 
2.2.3 ESTUDO III ................................................................................................................................. 13 
2.2.4 ESTUDO IV ................................................................................................................................. 15 
2.2.5 ESTUDO V .................................................................................................................................. 18 
3 ANÁLISE EMPÍRICA .............................................................................................................. 20 
3.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................................ 20 
3.2 DADOS .......................................................................................................................................... 20 
4 VARIÁVEIS A UTILIZAR NO MODELO E HIPÓTESES .................................................. 21 
4.1 VARIÁVEIS .................................................................................................................................... 21 
4.2 HIPÓTESES .................................................................................................................................... 22 
4.3 MODELOS...................................................................................................................................... 23 
5 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 24 
6 RESULTADOS ........................................................................................................................... 26 
7 CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 32 
8 LIMITAÇÕES E INVESTIGAÇÃO FUTURA....................................................................... 33 
9 IMPLICAÇÕES NA GESTÃO EMPRESARIAL................................................................... 34 
9.1 PROMOTORES E ORGANIZADORES DE EVENTOS ............................................................................ 34 
9.1.1 TRANSFERÊNCIA DOS MEIOS TRADICIONAIS PARA OS MEIOS DIGITAIS/SOCIAL MEDIA .... 35 
9.1.2 UTILIZAÇÃO ATUAL DO SOCIAL MEDIA ................................................................................................ 35 
9.2 EMPRESAS DE TECNOLOGIA .......................................................................................................... 35 
10 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 36 
11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 37 
11.1 ESTUDOS ANTERIORES .................................................................................................................. 37 
11.2 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 37 
12 ANEXOS ..................................................................................................................................... 39 
12.1 QUESTIONÁRIO ............................................................................................................................. 39 
12.2 MENSAGEM ENVIADA POR LINKEDIN ............................................................................................ 42 
12.3 MENSAGEM ENVIADA POR EMAIL.................................................................................................. 42 
12.4 POST NO FACEBOOK ...................................................................................................................... 43
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1 Introdução 
Os tempos modernos têm sido marcados por uma constante evolução tecnológica e o desenvolvimento da Web 2.0 teve um impacto profundo com múltiplas repercussões nas dinâmicas sociais e culturais, em particular, nos meios e formas de transmissão de informação e comunicação. 
Assistimos nos últimos tempos ao surgimento das aplicações de social media, e em particular das redes sociais que revolucionaram a forma como as pessoas se informam ou tomam conhecimento sobre o que está a acontecer, nomeadamente no que concerne a eventos culturais e espetáculos. 
Atualmente não é possível pensar em divulgação de informação sem associar de imediato internet, Web 2.0, meios digitais e social media. A Web 2.0 refere-se a uma nova geração de aplicativos ou ferramentas da Web que melhoram a capacidade dos indivíduos em publicar a sua opinião, partilhar informações e colaborar com outros através da internet. 
O Youtube, Flickr, Facebook, Twitter e Google + são apenas alguns exemplos que ilustram uma nova economia de produção colaborativa e partilha de informação online, sendo o Facebook a rede social mais utilizada e mais popular. Estas novas ferramentas aumentaram, facilitaram e modificaram a forma de comunicar entre os indivíduos, que se reúnem online, formando grandes redes sociais. Esta comunicação em rede tem aumentado exponencialmente. 
Segundo o estudo A Internet em Portugal, Sociedade em Rede 2014, da Obercom Observatório da Comunicação, 57,2% dos lares em Portugal têm acesso à internet e 72,9% da amostra afirma utilizar a Internet diariamente, sendo que 13,2% diz fazê-lo 3 ou 4 vezes por semana, 
É esta crescente e continuada utilização das redes socias que motivou a realização deste estudo. 
Na Literatura disponível já se encontram vários estudos publicados, mas ainda assim são relativamente escassos para a relevância que o tema merece e muito focados quase exclusivamente sobre a rede social Facebook. 
Na fase da análise empírica, investigar-se-á através dos resultados do inquérito realizado, procurando compreender melhor o fenómeno da divulgação de eventos através do social media, com o propósito de se ter uma visão mais abrangente relativamente aos vários meios de divulgação que são utilizados, procurando perceber;
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onde se consulta ou procura os eventos e atividades, quais as dificuldades sentidas e soluções que melhorem a experiência na procura de eventos. 
Depois de grande reflexão e várias tentativas, encontrou-se o modelo que servirá de guia e orientação para a análise e investigação das variáveis que melhor contribuem para a realização da investigação proposta e formular as hipóteses que se pretendem testar. 
A Análise Quantitativa foi realizada com recurso a inquérito por questionário aplicado num meio digital, por forma a perceber as questões pesquisa. 
Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para investigações futuras. 
2 Revisão Teórica 
Tendo o presento estudo o objetivo de analisar junto dos consumidores de eventos qual o impacto do social media na promoção e divulgação de eventos, neste capítulo apresenta-se o enquadramento teórico deste tema. Nesse sentido, começa-se por abordar de forma pormenorizada os conceitos envolvidos na realização deste trabalho e alguns dos estudos mais relevantes e que contribuem de forma mais efetiuva para a realização deste trabalho. 
2.1 Conceitos 
Social Media 
Nos últimos anos verificou-se uma revolução na comunicação e a Internet revelou-se um forte catalisador de mudanças na sociedade, tendo alterado drasticamente a forma como o consumidor comunica, com quem comunica, e onde e quando comunica. 
O aparecimento da Internet ofereceu aos consumidores novas formas para criarem os seus conteúdos, partilharem as suas opiniões, preferências e experiências com outros consumidores (Trusov et al., 2009). 
Para as empresas, ofereceu a possibilidade de construir e manter relações entre as suas marcas e os seus seguidores (Mangold e Faulds, 2009). 
Com um número crescente de utilizadores nas plataformas digitais, observa-se um abandono cada vez mais significativo por parte dos consumidores dos meios
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tradicionais de comunicação e publicidade como a rádio, as revistas, os jornais e a televisão, em detrimento de um novo universo tecnológico onde os social media assumem uma importância crescente (Mangold e Faulds, 2009). 
Em Portugal, de acordo com o estudo A Internet em Portugal – Sociedade em Rede 2014 Obercom, praticamente a totalidade dos internautas portugueses utilizadores de redes sociais têm perfil criado nas redes socias, com destaque para o Facebook que mais à frente neste documento abordaremos com mais detalhe. 
O social media ou redes sociais são, plataformas ou instrumentos como o Hi5, o Orkut, Facebook,V Kontakte, QQ, Zing, Mixi e muitas outras (Cardoso, 2011) 
Tendo por base a importância que as redes sociais têm assumido, num estudo realizado pela Pew Research Center em 2013 nas Organizações de Arte financiadas pela NEA (National Endowment for the Arts) nos EUA constatou-se que 97% têm presença em pelo menos uma de 30 redes sociais que foram dadas nas respostas e 56% tem presença em 4 a 9 redes sociais. 
Classificação dos social media 
Na literatura há várias abordagens quanto à classificação dos social media, a que não é alheio o fato de nos últimos anos terem aparecido novos tipos de social media. As diferentes aplicações de social media têm sido então agrupadas em várias categorias de acordo com as suas especificidades. Kaplan e Haenlein (2010) classificam os social media em seis diferentes categorias: projetos colaborativos, blogues, comunidades de conteúdo (por exemplo, Youtube); websites de redes sociais (por exemplo o Facebook), virtual games worlds e virtual social worlds. 
Mangold e Faulds (2009) destacam os websites de redes sociais, as comunidades de conteúdo como o Youtube e Flickr, blogues de utilizadores e blogues/websites de empresas, websites colaborativos como a Wikipedia, virtual worlds; comunidades de comércio; websites de redes sociais profissionais; entre outros. 
Facebook 
Dada a importância que o Facebook assume atualmente na sociedade e a importância que tem na divulgação de eventos, vamos debruçar mais a fundo na análise desta rede social.
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O Facebook é atualmente a maior rede social e um fenómeno de popularidade a nível mundial. A prová-lo estão as estatísticas que apontam para mais de 1,35 mil milhões de utilizadores ativos em Setembro de 2014 e uma média de 864 milhões de utilizadores diários. (Facebook, 2014) 
Portugal não foge à tendência onde o Facebook é a rede social com mais utilizadores, onde 98,0% dos internautas portugueses utilizadores de redes sociais têm perfil criado na rede Facebook (A Internet em Portugal – Sociedade em Rede 2014 Obercom). 
Eventos 
Um evento é definido como uma celebração que envolve um acontecimento especial, na medida, em que se refere a um marco propositado, planeado e organizado (Duarte, 2009). 
Os eventos culturais possuem uma característica distinta: a relação com alguma das artes. Neste caso compreende-se por “artes” a música, pintura, escultura, cinema, a representação, onde ainda se podem englobar as peças de teatro, os festivais, concertos e espetáculos de música, feiras artísticas, entre outros (Duarte, 2009). 
As funcionalidades mais populares entre os utilizadores de redes sociais em Portugal dizem respeito a comunicação direta, como é o caso da Divulgação de Eventos que no estudo da Obercom de 2014 surge com quase 36%. 
Divulgação de Eventos 
O social media, especificamente o Facebook, tem uma relação positiva sobre o comportamento e atitudes Valenzuela, Park, & Kee’s (2008) e entre a leitura dos convites recebidos para eventos culturais e a aceitação e participação neles, e que a taxa de participação em eventos é maior naqueles que leem os convites. (Rebelo, Márcia e Alturas, Bráulio, 2011) 
Por outro lado para Vicente, Cristiana de Brito (2012) não há uma forte relação entre a aceitação de convites e participação em eventos divulgados através do Facebook ou seja, mesmo que a tendência de que quem lê os convites seja a de participar mais nos eventos culturais, isto não acontece com a maioria dos utilizadores. 
De acordo com o estudo do Pew Research Center realizado nos EUA em Agosto de 2011, a percentagem de pessoas que assistiu a eventos nos 12 meses anteriores aumentou significativamente no caso de pessoas que seguem nas redes sociais artistas, grupos, galerias ou locais.
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“No que diz respeito aos fatores que determinam a participação num evento promovido pelo Facebook, mais de metade dos utilizadores identificou o interesse pelo evento e o interesse pelo artista como os factores que mais influencia a decisão de participar num evento.” Cristiana de Brito Vicente (2012). 
Os meios digitais de divulgação de eventos têm uma eficácia muito mais elevada comparativamente com os meios tradicionais como cartazes e jornais (Ferreira, Bruno (2013). 
No estudo da Pew Research Center (2) efetuado a organizações de Artes e publicado em Janeiro 2013, quando questionados a dar exemplos específicos de resultados positivos do uso de social media, as organizações forneceram muitos exemplos positivos, relacionados com o aumento da participação em eventos e mais venda de entradas. 
Uma das principais razões pela utilização do social media é manter-se atualizado quanto à realização de eventos (Zammit, 2012). 
2.2 Estudos Anteriores 
Apesar de ser um tema ainda recente, já há alguns estudos sobre o envolvimento do social media na promoção e divulgação de eventos, embora da análise efetuada, a maioria dos trabalhos existentes incidirem principalmente sobre o Facebook e também alguns sobre a criação e desenvolvimento de plataformas para a promoção e divulgação de eventos. 
O Facebook é atualmente a rede social com maior número de utilizadores em todo o mundo, razão pela qual a maioria dos estudos incide sobre esta rede social. 
Dos vários estudos consultados, apresentam-se de seguida aqueles que se consideram mais relevantes para o tema em discussão neste documento. 
2.2.1 Estudo I 
O estudo realizado em 2012 por Cristiana de Brito Vicente1 do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, sobre Redes Sociais Online e Consumos Culturais: Facebook, um estudo de caso, trata esta rede social como agenda cultural do ponto de vista do consumidor, analisando o tipo de eventos culturais que circulam nesta rede social online 
1 Mestre em Comunicação Cultura e Tecnologias de Informação
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para perceber se as pessoas chegam mesmo a ir ao evento e procurando saber se consomem in loco essa cultura e quais os perfis sociais destes. 
Do ponto de vista metodológico foi aplicado um conjunto de questionários online a utilizadores de Facebook que receberam convites para eventos culturais, tendo sido recebidas 442 respostas, das quais foram validades 341. 
Relativamente à amostra esta caracterizou-se por ser bastante jovem, com idade média de 25 anos, sendo que 66% com idade entre os 18 e os 25 anos. Relativamente ao género 65,71% dos respondentes são feminino e 34,29% masculino. 
No que diz respeito às habilitações literárias, de acordo com a autora “se tivermos em conta o facto de esta amostra compreender um total de 303 respostas, é possível afirmar que estamos perante uma amostra com um bom nível de escolaridade”, pois mais de 60% tem formação superior, com 40% de licenciados e 21,8% com pós- graduação/mestrado. 
No que se refere à situação profissional dos inquiridos 52, 4% são estudantes, 27,9% estão empregados, 10,3% trabalham e estudam ao mesmo tempo, 4,7% encontram-se desempregados. Os reformados/aposentados são 0,9% e os inquiridos que responderam sem atividade profissional são 0,6%. 
O estudo avalia ainda a utilização do Facebook à frequência de utilização, verificando- se que mais de metade dos inquiridos (263) revelou aceder à sua página do Facebook todos os dias, correspondendo a 77,1% da amostra composta por 341 utilizadores desta rede social e que 63,5% tem a sessão ligada todo o dia ou acede pelo menos 2 vezes por dia ao Facebook. 
Das outras questões colocadas, as que interessam para o estudo que vamos realizar são as referentes à participação em eventos culturais para os quais tenham recebido convite pelo Facebook. O estudo analisa a participação nos eventos através da resposta dada ao convite, verificando-se que de facto quem opta por “aderir” aos convites participa, em média, mais do que a maioria das vezes (3,36), escala de medida – (1) nunca ou quase nunca a (5) sempre ou quase sempre. 
Outra questão interessante é a relacionada com os fatores que influenciam a participação em eventos, e que de acordo com as respostas, as que têm um valor médio mais próximo de 8 (Influenciam totalmente) são o interesse pelo evento (7,25) e o interesse no artista/grupo artístico (7,19), que exercem assim um papel mais determinante nas práticas culturais dos utilizadores da plataforma.
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Das conclusões do estudo de Cristina de Brito Vicente, no que diz respeito aos fatores que determinam a participação num evento promovido pelo Facebook, ao contrário do que se julgava, “as críticas dos amigos sobre os eventos” e “ a companhia dos amigos” não influenciam (segundo o discurso dos inquiridos) a decisão dos utilizados quando o que está em causa é a participação num evento. 
Através do questionário realizado reuniu-se um conjunto de variáveis para compreender melhor as potencialidades da plataforma na divulgação de eventos e verificou-se que a maioria dos inquiridos concorda e concorda completamente que passou a receber mais informação cultural através do Facebook do que qualquer outro meio de informação (55%) e cerca de 80% dos utilizadores concorda que o Facebook é um bom meio de promoção de eventos. É esta última afirmação que se vai procurar enquadrar na investigação a realizar. 
Este estudo revela também uma crescente tendência para a partilha de informação por via das TIC, evidência empírica que conforme refere a investigadora, “servirá de chamada de atenção” aos agentes implicados no campo cultural e sua promoção, no sentido de repensarem as vias tradicionais de promoção de conteúdos”. Esta conclusão vai contribuir para o enquadramento geral do estudo que se pretende realizar. 
2.2.2 Estudo II 
A dissertação de Mestrado de João Arantes2, A Importância da Comunicação Online na Gestão de Eventos: o Caso do Barcelona Festival of Song, centra-se na importância da comunicação online relativamente à gestão de eventos, principalmente no processo de comunicação do Barcelona Festival of Song. Trata-se de um estudo de caso sobre o referido festival, ao qual se procedeu a uma auditoria ao processo de comunicação. 
Para tal, o autor procurou responder a questão “Qual a importância da comunicação online para a promoção/divulgação dos eventos?”, testando 3 Hipóteses: 
H1 – Os meios online potenciam de forma eficaz a comunicação dos eventos; H2 – A comunicação online é um benefício para a comunicação de eventos; H3 – A comunicação online dá mais visibilidade aos eventos. 
2 Mestre em Ciências da Comunicação
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Das conclusões retiramos que o autor provou as hipóteses enunciadas, utilizando como base os resultados na auditoria ao BFOS. Relativamente à H1, os meios online potenciam eficazmente a comunicação dos eventos visto que uma média de 25 pessoas responderam “vou” ou “talvez” aos convites para os eventos do festival realizados através do facebook. Há também a pessoas que compareceram aos eventos, e que apesar de não terem respondido ao convite feito no facebook disseram que tomaram conhecimento dos mesmos através de meios online. A Hipótese 2, o investigador acredita que ficou comprovada com o enquadramento teórico e as fontes usadas, que reflete a crescente importância dos meios online e o crescente investimento nos mesmos por parte das empresas e instituições, que no caso do BFOS é provada pelo uso quase exclusivo destes meios. Por fim a H3, ficou provada com a assistência aos eventos dos BFOS, uma média de 120 pessoas em cada evento, e pelo número de participantes, 6, no curso de verão. 
Conclui este estudo que se conseguiu demonstrar que os meios online de comunicação são realmente importantes e cada vez mais indispensáveis nos processos de comunicação de todo o tipo de eventos e principalmente dos eventos musicais. É esta conclusão, num contexto mais geral de eventos, que se vai procurar confirmar no âmbito do estudo a desenvolver. 
2.2.3 Estudo III 
Em 2011 Márcia Rebelo3 e Bráulio Alturas4 apresentaram na Conferencia Anual da Academia de Marketing, na Escola de Gestão da Universidade de Liverpool o Artigo Redes Sociais como ferramenta de Marketing - Estudo da participação em eventos culturais promovidos pelo Facebook. 
Este estudo aborda o tema das redes sociais incidindo na participação em eventos culturais divulgados através de redes sociais, especialmente pelo Facebook. A questão principal deste estudo e que despertou o interesse é: Quais são os principais fatores que levam à aceitação de convites e participação em eventos culturais promovidos através do Facebook? Para responder a esta questão levantaram-se 4 hipóteses nas quais os autores se basearam para desenvolver um modelo conceptual que identifica os fatores 
3 Master pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa 
4 Professor Assistente no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
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que influenciam os utilizadores do Facebook para aceitar convites enviados através desta rede social e participar nos eventos. 
A abordagem metodológica foi definida em 2 fases. A primeira para saber os fatores determinantes para aceitar convites enviados pelo Facebook e para que tipo de eventos os utilizadores gostariam de receber convites pelo Facebook. Para tal procedeu-se à realização de um estudo preliminar que consistia no envio de 2 questões para uma amostra de 50 utilizadores de Facebook, que foi respondido por 34 indivíduos. Desta forma, as variáveis consideradas em algumas questões do questionário, tiveram a sua origem nas respostas ao estudo preliminar. 
A segunda fase, quantitativa, consistiu na realização de um questionário construído primeiramente com questões fechadas ou indicadores, contribuindo assim para quantificar as variáveis mais significativas. O questionário apresentava algumas das razões que poderiam ser ou não, as principais razões para utilizarem o Facebook. Este questionário online foi realizado a 396 utilizadores do Facebook. 
Com base na análise das respostas os autores identificaram as 5 principais razões indicadas foram “estar perto dos amigos” (40.4%)," partilhar ideias" (26.5%), "por divertimento" (25,5%), "pertencer a uma rede social" (20.5%) e “aprender coisas novas" (19.9%). Apesar de não terem sido indicadas pelos respondentes como uma das 5 principais razões, é relevante o facto de 42,9% terem indicado que “receber convites para eventos culturais” é uma das razões para usarem o Facebook, apesar de só 2% indicarem que é a principal. 
Há outros indicadores retirados do inquérito referentes ao envio de convites que não têm interesse para o estudo que vamos realizar, pelo que não se vai fazer referência. 
Relativamente ao grau de concordância dos utilizadores do Facebook sobre a divulgação de eventos culturais através desta rede social, 68,9% dos entrevistados revelaram que concordam que "o Facebook é uma boa maneira de promover eventos culturais". Em relação ao fato de mais entidades culturais promoverem os seus eventos em redes sociais, 55,6% dos entrevistados concordam com esta afirmação. Cerca de 66,2% dos entrevistados também concordam que as entidades devem promover seus eventos culturais através do Facebook, afirmando que os comerciantes também devem promover os eventos através desta rede social (69,7%). 
Outra questão importante prende-se com a percentagem de 53,8 dos respondentes acreditarem que se receberem mais convites, participam em mais eventos.
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Do universo de 396 utilizadores do Facebook que responderam ao inquérito, 24% disseram que recebem mais convites para eventos culturais através de outros meios do que do Facebook, enquanto 19,4% consideram que recebem mais convites para eventos culturais através do Facebook do que outros meios de divulgação. 
Márcia Rebelo e Bráulio Alturas (2011) concluem que a rede social Facebook é uma boa forma de promover eventos culturais. Enquadrado no social media e por se tratar da principal rede social, esta conclusão o que se vai procurar reafirmar no trabalho que se vai desenvolver. 
2.2.4 Estudo IV 
Em 2013 Marco Silva5 apresentou a Tese de Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para organizações, Plataforma para Divulgação de Eventos, que se concentrou na criação de uma plataforma Web que pretende colmatar uma necessidade, que inicialmente era uma carência pessoal, mas que após abordar outras pessoas, verificou-se que essa mesma necessidade é partilhada por um grande número de indivíduos e entidades. 
A plataforma que se propôs desenvolver tinha como principal objetivo tornar-se um ponto de referência para a divulgação e consulta de eventos das mais variadas áreas, disponibilizando às entidades que assim o pretendam a possibilidade de divulgar os seus eventos, e noutra perspetiva disponibilizar informação sobre os eventos que irão ocorrer num determinado dia e local a quem pretenda estar informado. 
No desenrolar doe projeto, efetuaram-se análises sobre os vários serviços que já existem nesta área, de forma a conseguir perceber os seus pontos fortes e fracos, que contribuíram para a melhoria da plataforma em desenvolvimento. Para o autor esta é a primeira plataforma deste tipo, pois as existentes na área da propagação de eventos não podem ser consideradas como pontos de referência, mas no entanto foram analisadas aquelas que desempenham funções semelhantes ou que se aproximem do pretendido para este projeto. 
A avaliação da plataforma será efetuada posteriormente ao seu desenvolvimento, ficando em aberto neste projeto a implementação de novas funcionalidades e a inclusão de novas pessoas no futuro, com vista a receber novas ideias e futuros melhoramentos. Prioritário 
5 Mestre em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações
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será a sua restruturação ao nível visual, de forma a tornar a sua interação mais apelativa e agradável, e também o desenvolvimento de uma aplicação para acesso por dispositivos móveis. 
Para alcançar o principal objetivo de desenvolvimento de uma plataforma para divulgação de eventos, elaborou-se uma pesquisa sobre o que as pessoas e instituições pretendem num serviço deste género, focando-se na satisfação dos futuros clientes da plataforma, contribuindo com ideias, correções e melhorias para o desenvolvimento do projeto, de forma a torná-lo mais próximo dos seus utilizadores. 
Esta plataforma pretende ser um intermediário entre quem divulga os eventos e quem pretende estar informado sobre os acontecimentos nacionais, tendo como meta, tornar-se um ponto de referência em Portugal, que para o autor é um objetivo difícil de alcançar mas não impossível. 
Tendo por base a premissa anterior, foi elaborada uma pesquisa para compreender se as pessoas e instituições utilizam ou têm conhecimento de alguma plataforma que lhes permita a consulta ou divulgação de eventos; e caso utilizem, perceber se estão satisfeitos com a sua experiência de utilização, e respetiva plataforma. 
Os inquéritos realizados tiveram dois grupos alvos distintos, por um lado as instituições com potencial interesse em divulgar os seus eventos, e também as pessoas em geral que terão ou poderão vir a ter, interesse numa solução que lhes possibilite ermita ficar informadas sobre os acontecimentos a decorrer no país. 
Relativamente às instituições, verificou-se que a esmagadora maioria (96%) faz divulgação dos eventos e que cerca de 41% gasta mais de €300,00 mensais, dos quais 32% gastam mais de €300,00. 
Quando questionados sobre se conhecem alguma plataforma de divulgação de eventos, tendo em conta que as afirmativas referiam-se essencialmente às suas páginas institucionais, e ainda um pequeno grupo de instituições que referiu o uso de redes sociais como páginas de divulgação, concluiu-se que o valor de cinquenta e dois porcento de respostas afirmativas, será na realidade muito inferior se pensarmos numa plataforma especifica para divulgação de eventos. À questão sobre o uso de plataformas web para divulgação dos eventos, mais de metade dos inquiridos (58%), afirma a sua utilização, embora a grande maioria utilize as suas páginas institucionais, não um portal específico para esse fim. 
As instituições foram também questionadas sobre a importância de uma plataforma de divulgação de eventos, as respostas dos inquiridos mostram que uma plataforma deste tipo será muito bem aceite e terá utilidade para as instituições, conforme atestam 76% dos inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala de escala de valores em que o valor
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mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. 
Concluindo, de acordo com as respostas, para as instituições inquiridas pode-se afirmar, que a maioria tem necessidade e pretendem fazer divulgação dos seus eventos, pese embora algumas já o fazerem utilizando a internet, mas sem terem um local especifico para o efeito. 
Relativamente aos questionários realizados a pessoas individuais, verificou-se que 51% são do sexo feminino e 49% masculino, e que a grande maioria (86%) estão ativos profissionalmente. 
Quando questionados se têm conhecimento de alguma plataforma internet para divulgação de eventos, 83% dos inquiridos responderam negativamente, se bem que dos que responderam conhecer 55% indicaram o Facebook. 
Por fim, os inquiridos manifestaram bastante interesse numa plataforma de divulgação de eventos, como se atesta pelos 70% dos inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala de valores em que o valor mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. 
Conclui-se que embora exista um grande interesse por parte de pessoas em utilizar a internet para consulta de eventos, os inquiridos não conhecem ou não há ainda não existe uma plataforma em Portugal que sirva de ponto de referência para o efeito. 
Foi colocada outra questão relevante quer para as pessoas individuais quer às instituições, relativamente à importância de uma aplicação móvel para divulgação de eventos, que revela que 77% dos indivíduos e 75% das instituições, escolheram 4 e 5, numa escala de valores em que o valor mais elevado, 5, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. 
Por último, os inquiridos foram também questionados sobre a importância da integração com as diferentes redes sociais existentes e responderam que tanto as pessoas individuais como instituições acham esta funcionalidade uma mais-valia para a plataforma. 
Neste trabalho avaliam-se outras questões, assim como são apresentados os detalhes técnicos para o desenvolvimento da plataforma, mas que pelo facto de não serem relevantes no âmbito do estudo que vamos desenvolver, não se vai fazer referência. 
Este estudo revela pistas quanto a soluções para melhorar a experiencia das pessoas no processo de consulta de eventos através do social media, que se vai procurar comprovar no âmbito deste trabalho.
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2.2.5 Estudo V 
O trabalho levado a cabo por Woojin Lee6 and Cody Morris Paris7 (2013) propõe um Modelo de Aceitação de Tecnologia Social (STAM), como uma extensão do Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), para examinar a influência da confiança, da força das relações e satisfação percebida, na formação de atitudes por parte dos consumidores em relação a Facebook e à intenção na participação em eventos. O objetivo deste estudo é investigar como a confiança e a força das relações sociais entre os usuários do Facebook impacta as intenções subsequentes e comportamentos futuros em relação aos eventos. 
Este objetivo leva a duas questões importantes: 
1. Como é que a confiança e a força das relações entre os utilizadores do Facebook melhora a sua atitude para com a aceitação de páginas de eventos no Facebook? 
2. Como é que esta aceitação de páginas de eventos do Facebook impacta nos utilizadores em assistir ao evento. 
Para endereçar estas questões, este estudo propõe um modelo de aceitação de Tecnologia Social (STAM), que é uma extensão do Modelo de Aceitação de Tecnologia (Technology Acceptance Model - TAM) incorporando os fatores de partilha de conhecimentos. Esta fundamentação teórica fornece a base para explorar o papel que as relações desempenham na utilização de páginas do Facebook como ferramenta de marketing. 
6 Ph.D., Professor Assistente, School of Community Resources & Development, Arizona State 
University 7 PhD. Conferencista Sênior e Coordenador do Programa de Ciências Sociais em Middlesex University Dubai.
19 
. 
Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM 
A modelo STAM proposto, é uma extensão da TAM e incorpora os fatores de partilha de conhecimentos, incluindo confiança, força dos relacionamentos, e prazer percebido. 
Além disso, este estudo testa a extensão do modelo TAM dentro do contexto das intenções de utilizadores do Facebook para participar em eventos especiais para os quais foram convidados através de "páginas de eventos do Facebook. 
Os dados deste estudo foram recolhidos através de inquérito web disponibilizado na Primavera de 2009 ao longo de 8 semanas selecionadas em que aconteceram eventos especiais em Phoenix, Arizona, EUA. O inquérito online foi enviado para 800 indivíduos que se tornaram fãs de 3 diferentes páginas de eventos do Facebook, ao qual responderam cerca de 20% obtendo assim uma amostra de 155 respostas válidas. 
As características demográficas dos 155 entrevistados indicam que 43% eram do sexo masculino e 57% eram do sexo feminino. Relativamente à idade 52,3% tinham entre 18 e 24 anos, 25,8% entre 25 e 34 anos, 14,8% entre 35 e 44 anos e com mais de44 anos 7,1% dos respondentes. 
Curiosamente, a maioria dos entrevistados (93,5%) indicaram que tinham sido previamente convidados para um evento através de Facebook diferente do evento em estudo, e quase metade dos participantes (54%) responderam que tinham anteriormente procurado informações sobre eventos locais através do Facebook. Setenta e um por cento dos entrevistados relataram que já tinham estado no festival / evento antes desta visita. Este estudo conclui que, após testado empiricamente o modelo STAM, os fatores prévios que influenciam a adoção do Facebook, sugerem que os fatores de partilha de conhecimento (confiança, força das relações e motivações hedónicas) têm um efeito significativo sobre os utilizadores. Outras conclusões estão alinhadas com estudos
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anteriores, nomeadamente, no que diz respeito ao facto da confiança poder aumentar as interações sociais dos usuários e que pode afetar o prazer percebido e mais interessante, a força dos laços sociais no Facebook teve um efeito mais significativo sobre prazer percebido que a confiança das informações fornecidas pelo Facebook. O prazer percebido e a facilidade de uso percebida são preditores mais fortes do que a utilidade de uso percebida, no contexto dos sistemas de hedônicos, como sites de redes sociais. 
Este estudo contribuiu significativamente para a identificação do modelo que vai servir de suporte à investigação que se pretende realizar, bem como o facto de este comprovar o forte impacto que a atitude para usar o Facebook tem sobre a intenção em assistir a um evento. 
3 Análise Empírica 
3.1 Definição do problema 
Atualmente assiste-se a uma disseminação de informação pela Web, onde se inclui a divulgação e promoção de eventos. A mudança dos meios tradicionais para os meios digitais tem sido uma realidade nos últimos tempos e para tal muito contribuiu o exponencial aumento de utilização das redes sociais. Paralelamente, apesar de em menor escala, os meios tradicionais de divulgação ainda continuam a ser utilizados pelo que em muitos casos há uma duplicação de recursos e esforço por parte de quem pretende promover eventos. 
No contexto empresarial este tema tem impacto na estratégia de marketing e de comunicação pelo que é oportuno efetuar-se um análise ao estado atual e perceber como esta mudança está a ser encarada pelos consumidores e utilizadores das redes sociais. 
O problema que se coloca neste estudo é perceber se o social media é atualmente o principal meio de consulta de eventos e se é essa a tendência de futuro. 
Para tentar responder ao problema avaliar-se-á junto dos consumidores de eventos qual o impacto que o social media tem na pesquisa de eventos e quais as dificuldades sentidas bem como se apontam soluções que possam melhorar a sua própria experiencia de utilização das redes sociais na pesquisa de eventos. 
3.2 Dados 
Pela dificuldade em constituir uma amostra probabilística, a investigação recaiu sobre uma amostra não probabilística por conveniência e pelo método snowball. Face aos
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objetivos propostos para esta pesquisa, entendeu-se que a amostra permitiria analisar as questões de investigação, pelo que não se justificava a procura de uma amostra representativa da população. 
Este trabalho utiliza uma amostra de 250 indivíduos, que voluntariamente responderam a um inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google Docs durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014. 
Para realizar este questionário, foi disponibilizado um inquérito online divulgado através do perfil do Facebook para os 255 amigos e para as 530 conexões do Linkedin do autor, bem como através do envio por correio eletrónico para mais 20 contactos. 
Foi pedido também a divulgação pelos contatos de cada um, pelo que apesar de não se conseguir quantificar, o universo será seguramente superior aos 805 indivíduos. São indivíduos tanto do género masculino como feminino, de várias nacionalidades, mas maioritariamente portuguesa, com idade superior aos 13 anos e com acesso à internet. 
4 Variáveis a utilizar no modelo e Hipóteses 
4.1 Variáveis 
Esta fase revelou-se um desafio constante, na medida em que a ideia inicial relativamente ao modelo a utilizar foi sendo questionada quando se avançava na definição do problema e consequentemente das hipóteses que se pretendiam levantar. 
O Modelo TAM pressupõe a existência de variáveis externas que influenciam a intenção comportamental. Como o modelo TAM foi adaptado com incorporação da variável Hábito proposta por Gefen (2003), consideramos esta variável para o estudo. 
A variável externa Hábito refere-se aos indivíduos que no 6 meses anteriores à realização do inquérito para este estudo, assistiram a eventos e que responderam utilizar o social media para consultar eventos. 
As variáveis dependentes consideradas nesta investigação são a Facilidade de Uso Percebida e Intenção de Utilizar Tecnologia, que foram avaliadas com base nas opções que foram colocadas aos inquiridos para cada uma:
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Facilidade de Uso Percebida 
normalmente não encontro com facilidade na minha área geográfica coisas que pretendo ver ou fazer a informação está dispersa por diversos sítios a informação e agendas estão desactualizadas e tenho de pesquisar em vários sítios nos sites onde vou é dificil encontrar de forma rápida a agenda do dia não tenho dificuldades em encontrar o que procuro ver, escutar ou fazer 
Intenção de Utilizar Tecnologia 
Estou bem servido com os meios que utilizo Um mapa com tudo o que se passa, na hora ou para o futuro Uma aplicação ou plataforma que me dê recomendações baseada nos meus gostos e actividade dos amigos/família. Um directório / guia com os espaços, locais ou promotores mais activos. uma app mobile (aplicação móvel) com mapa Uma agenda que me indique em 2 passos o que há para ver e fazer conforme o meu gosto ou local 
4.2 Hipóteses 
O Objetivo Geral deste estudo é o perceber no contexto da pesquisa e consulta de eventos e junto dos consumidores de ventos, qual o contributo do social media, pelo que para tal vamos investigar o seguinte: 
Esta é a grande questão, a hipótese que vamos testar e procurar responder com a realização deste estudo. 
Hipótese 
O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos
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4.3 Modelos 
Como este estudo tem por base a utilização da tecnologia, ao longo da pesquisa efetuada foi possível identificar diversas teorias que tentam prever o impacto da tecnologia no comportamento humano. Dessa pesquisa, o modelo que se entendeu melhor enquadrar-se no âmbito do estudo em questão é o modelo proposto por Davis e Venkatesh em 1996, designado por Teoria de Aceitação da Tecnologia (TAM – Tecnhology Acceptance Model). Este modelo afirma que para existir uma resposta comportamental é necessário existir uma intenção, sendo que esta intenção resulta de respostas cognitivas ou crenças, e estas por sua vez dependem de estímulos externos. Neste caso concreto, Davis e Venkatesh (1996) definem que os estímulos externos são as variáveis externas, as respostas cognitivas são a utilidade percebida e a facilidade de uso percebido, a intenção comportamental é o consumo de eventos, enquanto a resposta comportamental é definida como sendo o uso dos recursos atuais. 
O modelo de aceitação tecnológica pressupõe que o uso atual e real de um sistema é sempre precedido por uma intenção comportamental. Os efeitos das variáveis externas na intenção comportamental são neste contexto mediados pela utilidade percebida e pela facilidade de uso percebida. Assim, a utilidade percebida e a facilidade de uso afetam a intenção comportamental de um individuo na utilização de determinado sistema e consequentemente o uso real do sistema. ((Davis e Venkatesh, 1996 e 2000). 
Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM) 
No entanto Gefen (2003) sugere que os estudos do modelo TAM não avaliam os aspetos relativos ao hábito para os utilizadores experientes com o uso da tecnologia, focando-se essencialmente nos novos utilizadores. Por este facto é que Gefen propõe, que o fato hábito seja considerado, na medida em é importante constructo para a explicação da atitude e intenção de uso da tecnologia, principalmente quando os envolvidos ganham experiência. No seu entendimento, os hábitos complementam o modelo TAM, e vice- versa, especialmente na aplicação sobre os constructos Utilidade Percebida e Facilidade
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de Uso percebida. A justificação do impacto dos hábitos nos comportamentos é o fato de que, uma vez automáticos ou sem uma decisão consciente, são praticamente incorporados, com uma maior facilidade, nas ações do dia-a-dia. (Alves da Costa Filho, et. Al, 2014). Desta forma o hábito é incorporado no modelo TAM, como uma variável independente que influencia a principal variável dependente, intenção de uso, bem como as outras duas variáveis independentes, utilidade percebida e facilidade de uso. 
Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003) 
Para a realização deste trabalho, o modelo TAM com incorporação da variável proposta por Gefen vai ser utilizado como modelo de orientação e inspiração para análise e investigação da hipótese colocada. 
O Objetivo Geral deste estudo é o de investigar se atualmente o principal meio de consulta e pesquisa de eventos é o social media. 
Partindo para a procura de resposta, na sequência da revisão da literatura e tendo como enquadramento o Modelo TAM, vamos também analisar tendências e outras linhas de evolução no contexto da pesquisa de eventos através do social media. 
5 Metodologia 
No presente capítulo é apresentada a metodologia adotada na componente empírica, bem como todo o processo de construção do questionário, definição da amostra, recolha e tratamento dos dados. 
Hábito 
Facilidade de Uso Percebida - PEOU 
Utilidade Percebida - PU 
Intenção de Uso da Tecnologia
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Como ainda há poucos estudos que conjuguem o consumo de eventos através da sua pesquisa utilizando o social media, este trabalho é um estudo exploratório que assentou a sua estrutura inicialmente na revisão da literatura, que nos conduziu à identificação do Modelo de Aceitação de Tecnologia TAM. Tratando-se de tecnologia e da sua utilização, entendeu-se como útil ao desenvolvimento do trabalho utilizar como referencia e guia de investigação o Modelo de TAM, que destaca o impacto das variáveis externas nos constructos Utilidade Percebida, Facilidade de Uso Percebida e Intenção de Uso de Tecnologia, no entanto para este estudo vamos nos focar apenas nos dois últimos. A avariável externa considerada foi o Hábito, conforme proposto por Gefen, na medida em que é um importante constructo para a explicação da atitude e intenção de uso da tecnologia, e que no seu entendimento, os hábitos complementam o modelo TAM, 
O enquadramento através do Modelo, considerou os constructos referidos, pelo que se procedeu à realização de um questionário de 11 perguntas, onde para além da caracterização sociodemográfica da amostra, se procurou perceber as questões de pesquisa, 1- onde consulta ou procura os eventos e atividades, 2- quais as dificuldades sentidas e 3 – soluções que melhorem a experiencia na procura de eventos. 
Para a variável Hábito, considerou-se o conjunto de meios de divulgação maioritariamente aceites por forma a conseguir-se dar um leque alargado mas ao mesmo tempo não muito extenso, mas que ainda assim abrangesse os meios mais comuns. Quanto ao constructo Facilidade de Uso Percebida, não os avaliando em concreto procurou-se no entanto enquadra-los, assim como quanto à Intenção de Uso, pelo que ao nível do questionário foram disponibilizada opções de resposta que apontam alternativas relativamente às dificuldades sentidas e que soluções podem ser apontadas para melhorar a experiencia de utilização. 
Para procurar resposta e testar a hipótese colocada, utilizou-se o subconjunto dos indivíduos que assistiram a eventos nos 6 meses anteriores à realização do inquérito. 
Após a recolha dos resultados dos dados referentes aos inquéritos realizados sobre as variáveis em estudo, seguiu-se o necessário tratamento feito através do programa SPSS que permitiu a caracterização da amostra, preparando assim os dados para o estudo empírico. Obtiveram-se 250 respostas, que foram todas consideradas validas, a um inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google Docs durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014 e divulgado através de social media – Facebook, Linkedin, Google + e Email.
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Com os dados obtidos do tratamento realizado no SPSS, procedeu-se à análise e interpretação dos resultados para avaliar a Hipótese colocada e no enquadramento do objetivo geral do estudo, apontar tendências e linhas de evolução futura. 
6 Resultados 
Dos dados sociodemográficos da amostra verifica-se que 72% dos indivíduos que responderam ao inquérito são do género masculino e 28% feminino, conforme figura 4. 
Figura 4 Distribuição dos respondentes por género 
Quanto à faixa etária verifica-se que a maioria dos inquiridos tem entre 30 e 40 anos representando 62,4% da amostra, seguido da faixa etária dos 45 a 54 anos com 25,2%. As faixas com menores percentagens de respostas encontram-se nas franjas, quer nos maiores de 65 anos, quer nos menores de 18, que representam 1,2% das respostas cada. 
Os restantes 10% estão distribuídos pela faixa dos 18 a 24 anos com 6% e a faixa etária dos 55 a 64 anos com 4%. 
28% 
72%
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Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes Frequência Percentagem (%) 13-17 3 1,2 18-29 15 6,0 30-44 156 62,4 45-54 63 25,2 55-64 10 4,0 +65 3 1,2 Total 250 100,0 
No que concerne ao grau de ensino, conforme tabela 2, verifica-se que a maioria dos respondentes possui habilitações académicas ao nível da Licenciatura/Bacharelato com 45,6% e Mestrado com 41,2%. Há 2,4% dos inquiridos que possuem Doutoramento e 10,4% habilitações ao nível do Ensino Secundário. Há apenas 1 inquirido com Ensino Básico. 
Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes Frequência Percentagem (%) Ensino Básico 1 0,4 Ensino Secundário 26 10,4 Licenciatura/Bacharelato 114 45,6 Mestrado/Pós Graduação 103 41,2 Doutoramento 6 2,4 Total 250 100,0 
Na Tabela 3 pode-se verificar que relativamente às respostas sobre a situação face ao emprego, 66,8% são trabalhadores por conta de outrem, seguido de Empresários/Empregador com 13,2%. Os Trabalhadores Independentes são 9,6% dos inquiridos, enquanto há 5,2% de desempregados. Verifica-se que 3,2% são estudantes e 1 Trabalhador Estudante. No total de inquiridos há 1,6% de Aposentados.
28 
Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional Frequência Percentagem (%) Desempregado 13 5,2 Aposentado/a 4 1,6 Estudante 8 3,2 Trabalhador Estudante 1 ,4 Trabalhador por conta de outrem 167 66,8 Trabalhador Independente 24 9,6 Empresário/Empregador 33 13,2 Total 250 100,0 
Relativamente ao número de ventos assistidos nos últimos 6 meses, verifica-se que 50% dos respondentes assistiram entre 1 a 3 eventos, 22,4% assistiram a mais de 6 eventos e que 19,6% dos respondentes assistiram entre 4 e 6 eventos. Apenas 8% dos indivíduos que responderam ao inquérito não assistiram a nenhum evento nos últimos 6 meses, conforme se pode verificar na Figura 5. 
Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos 
50% 
19,6% 
22,4% 
8%
29 
Quanto à questão colocada se nas redes sociais segue ou é fã de algum artista, local ou instituição, 66,8% responderam que sim, enquanto 33,2% dos inquiridos responderam que não. 
Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais 
Quando questionados sobre onde procuram eventos e atividades, a maioria indica utilizar os meios tradicionais e meios digitais/social media com 70,8%, enquanto aqueles que consulta exclusivamente os meios tradicionais são apenas 4,4%. Os que utilizam apenas os meios digitais/social media são 24,8%. 
Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos 
66,8% 
33,2% 
70,8% 
24,8% 
4,4%
30 
Relativamente à questão sobre as dificuldades na consulta ou procura de eventos, 66,8% indica que encontra dificuldades, enquanto os restantes 33,2% não tem dificuldades na consulta ou procura de eventos. 
Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos 
Para os respondentes da consulta efetuada, 15,2% está bem servida com os meios disponíveis, enquanto os restantes 84,8 indica algumas sugestões. 43,2% aponta para uma aplicação ou plataforma web, 11,6% para uma aplicação móvel e 30,0% uma aplicação móvel e uma aplicação ou plataforma web. 
Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos. Frequency Percent Estou bem servido com os meios que utilizo 38 15,2 Uma aplicação ou plataforma Web 108 43,2 uma app mobile (aplicação móvel) 29 11,6 uma app mobile + plataforma ou aplicação 75 30,0 Total 250 100,0 
Como se pode verificar na Tabela 5, 66,5% do total de 230 pessoas que consomem eventos encontram dificuldades na sua pesquisa, sendo que destas apenas 2,2% utilizam apenas os meios tradicionais para a pesquisa de eventos. 
66,8% 
33,2%
31 
Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos. Onde consulta ou procura os eventos e actividades Dificuldades que encontra ao procurar por eventos culturais ou atividades públicas? Sem dificuldades Com dificuldades Total Meios Tradicionais Count 4 5 9 % 44,4% 55,6% 100,0% % of Total 1,7% 2,2% 3,9% Social Media Count 17 37 54 % 31,5% 68,5% 100,0% % of Total 7,4% 16,1% 23,5% Meios Tradicionais e Social Media Count 56 111 167 % 33,5% 66,5% 100,0% % of Total 24,3% 48,3% 72,6% Total Count 77 153 230 % 33,5% 66,5% 100,0% % of Total 33,5% 66,5% 100,0% 
È notório que a grande maioria dos consumidores de eventos não está bem servido com os meios que tem à disposição para a pesquisa de eventos independentemente do meio que utiliza para consultar eventos. Das soluções apresentadas a que é escolhida pela maioria dos respondentes, é uma aplicação ou plataforma para consulta de eventos. 
Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia Onde consulta ou procura os eventos e actividades Qual ou quais as soluções que achava que melhorariam a sua experiência na procura de actividades culturais, formação ou lazer? Estou bem servido com os meios que utilizo Uma aplicação ou plataforma uma app mobile (aplicação móvel) uma app mobile + plataforma ou aplicação Total Meios Tradicionais Count 2 5 2 0 9 % 22,2% 55,6% 22,2% 0,0% 100,0% % of Total 0,9% 2,2% 0,9% 0,0% 3,9% Social Media Count 14 19 6 15 54 % 25,9% 35,2% 11,1% 27,8% 100,0% % of Total 6,1% 8,3% 2,6% 6,5% 23,5% Meios Tradicionais e Social Media Count 18 80 16 53 167 % 10,8% 47,9% 9,6% 31,7% 100,0% % of Total 7,8% 34,8% 7,0% 23,0% 72,6% Total Count 34 104 24 68 230 % 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0% % of Total 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0%
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7 Conclusões 
O Objetivo Geral deste estudo é o de perceber no contexto da pesquisa e consulta de eventos e junto dos consumidores de eventos, qual o contributo do social media, pelo que nos propusemos a testar e procurar responder ao seguinte: 
Hipótese: O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos. 
Pela análise dos dados verifica-se que a esmagadora maioria das pessoas utiliza o social media para consultar eventos, sendo utilizado em exclusivo por 24,8% dos respondentes e utilizado em conjunto com os meios tradicionais por 70,8%. Apenas 4,4% dos respondentes utiliza exclusivamente os meios tradicionais para consultar eventos. 
Podemos assim concluir que esta hipótese foi comprovada. 
Estes resultados confirmam a tendência que se verifica de abandono dos meios tradicionais de comunicação em detrimento de um novo universo tecnológico onde o social media assume uma importância crescente. 
O social media é atualmente o principal meio de consulta e pesquisa de eventos e consequentemente de divulgação, corroborando assim as conclusões dos estudos promovidos por João Arantes e Cristiana Vicente. 
No entanto, conclui-se que os meios tradicionais continuam a ser um espaço importante e que deve merecer a atenção dos agentes económicos, reforçando assim a conclusão do estudo de Cristiana Vicente de que os agentes implicados no campo cultural devem repensar as vias tradicionais de promoção de eventos. 
Apesar de se ter comprovado que o social media é o principal e maior meio de pesquisa e consulta de eventos, verifica-se que há ainda um enorme potencial de crescimento porque: 
1. O inquérito mostra de forma inequívoca que as pessoas, 66,5% dos inquiridos que consomem eventos, sentem muitas dificuldades na pesquisa de eventos. Esta percentagem ainda é maior, 68,5% no caso de quem utiliza exclusivamente o social media/meios digitais para consultar eventos. Mitigando as causas, haverá melhorias no processo de consulta e consequentemente contribuirá para o aumento da utilização do social media.
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2. Os resultados do inquérito mostram que apenas 25,9% das pessoas que utilizam exclusivamente o social media para consultar eventos considera estar bem servida com os meios que utiliza. Este valor diminui para 14,8% quando avaliado o total das respostas, pelo que este é um indicador importante e que apresentam também um significativo potencial de melhoria relativamente aos meios que são disponibilizados e utilizados para consulta de eventos. 
3. São apontados caminhos a seguir para melhorar a experiencia de utilização, conforme se pode extrair das respostas ao inquérito, onde as pessoas que utilizam o social media para consulta de eventos, quer em exclusivo quer conjuntamente com os meios tradicionais, apontam como solução a utilização de uma Aplicação ou Plataforma (43,1%), enquanto 9,6% sugerem a utilização de uma APP Mobile (Aplicação Móvel) e 29,5% uma Aplicação ou Plataforma em conjunto com uma APP Mobile. 
8 Limitações e Investigação Futura 
O estudo apresentado não está isento de limitações, no entanto entende-se que o seu contributo está em consonância com os objetivos propostos para a sua realização. Estudos e investigações futuras podem contribuir para colmatar as limitações verificadas, e que se indicam: 
a) Poucos estudos no contexto português, o que condiciona o levantamento do estado da arte sobre o tema. 
b) A amostra utilizada não ser probabilística, o que impede que os resultados sejam generalizados à restante população, pelo que a principal sugestão para investigações futuras é a da realização do questionário a uma amostra representativa da população. 
c) Outra das limitações está relacionada com a conceção do questionário, pelo que se recomenda a aplicação de escalas sobre respostas dos consumidores e desempenho empresarial já desenvolvidas e aplicáveis para aferir comportamentos. 
d) O reduzido tempo em que o inquérito esteve disponível para resposta, limitou claramente o número de respostas, pelo que se recomenda a disponibilização para resposta por um período superior permitindo assim um maior número de respostas, o que dá maior consistência à amostra.
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Por último, ponderando o elevado investimento que atualmente as organizações, principalmente os organizadores e promotores de eventos fazem na sua divulgação, justifica que se continue a investigar e monitorizar o seu real contributo para esse fim, pelo que para investigações futuras sugere-se: 
a) Ao nível do modelo, aplicar o TAM ou uma das suas adaptações, referido neste estudo, para investigar a aceitação individual das tecnologias da informação no contexto da utilização do social media para consulta e pesquisa de eventos e para avaliar de forma efetiva os constructos inerentes ao modelo, nomeadamente a Facilidade de Uso Percebida, Utilidade percebida e Intenção de Uso de Tecnologia. 
b) Efetuar um estudo para avaliação na perspetiva dos promotores e organizadores de eventos. 
c) Outra das linhas de investigação que se sugere é a de se efetuar uma avaliação mais detalhada por tipo de eventos consumidos. 
9 Implicações na Gestão Empresarial 
Conforme se comprovou, verifica-se uma tendência efetiva de crescimento de utilização dos meios digitais, especialmente do social media, pelo que na estratégia de marketing e de comunicação as organizações têm que considerar este como o meio privilegiado. No entanto e apesar do abandono que se verifica dos meios tradicionais de comunicação estes continuam a ser um espaço importante e que deve merecer a atenção dos agentes económicos. 
Nas conclusões do estudo, constatou-se que quem utiliza o social media para consultar e pesquisar eventos depara-se com dificuldades, pelo que por si só este é um indicador a ser considerado pelas organizações. 
Na sequência do anteriormente exposto, há também um conjunto de recomendações sugeridas que constituem oportunidades de melhoria e inclusivamente de negócio e que devem ser consideradas m várias áreas que de seguida se identificam 
9.1 Promotores e Organizadores de Eventos 
È claro o impacto que o social media tem atualmente e conforme podemos comprovar no estudo realizado, as pessoas utilizam cada vez mais este meio para consultar os
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eventos. Do ponto de vista empresarial, este comportamento tem um forte impacto junto dos promotores e organizadores de eventos e que impacta nos seguintes pontos: 
9.1.1 Transferência dos meios tradicionais para os meios digitais/social media 
Apesar de se verificar uma transferência da divulgação de eventos dos meios tradicionais para os meios digitais, os primeiros não devem ser descurados e totalmente descartados, pois ainda há um conjunto significativo de pessoas que consultam estes meios e que em alguns casos é o único meio de consulta de eventos. Como tal o desfaio que se coloca é o de conseguir conjugar ambos os meios de divulgação por forma a aumentar a eficácia. 
9.1.2 Utilização atual do social media 
O social media como meio de divulgação de eventos é utilizado por um número crescente de organizações e entidades, pelo que é importante que a experiencia de pesquisa de eventos por parte dos consumidores de eventos seja a melhor possível, o que de acordo com o estudo realizado não é o que se verifica. Como tal, deverá ser uma preocupação destas entidades contribuir para que sejam procuradas e implementadas soluções que contribuam para melhorar, no âmbito do social media, a consulta e pesquisa de eventos e que eliminem ou minimizem as dificuldades apontadas no estudo realizado: Dificuldade em encontrar na área geográfica coisas que se pretende ver ou fazer Informação e agendas desatualizadas obrigam a pesquisar em vários sítios Informação está dispersa por diversos sítios 
9.2 Empresas de Tecnologia 
De acordo com as dificuldades apontadas e com base nas sugestões indicadas, constata- se que há desafios colocados não só às empresas de promoção e organização de eventos, mas também às empresas de tecnologia, por forma a desenvolver e implementar as soluções apontadas, nomeadamente: Portais ou Plataformas Web de agregação de eventos Agenda ou Mapa com referência geográfica APP Mobile (Aplicação Móvel)
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Obviamente que com o evoluir da tecnologia algumas das dificuldades vão sendo ultrapassadas, no entanto e dada a premência do tema, há claramente uma oportunidade de negócio efetiva que poderá ser aproveitada pelas empresas de tecnologia, para responder ao desafio que a divulgação e consulta de eventos através do social media representa. 
10 Agradecimentos 
Aos meus pais, por tudo. 
À Marcia por seres a mulher da minha vida. 
Aos meus filhos, que consiga ser um exemplo para eles. 
Ao meu amigo Pedro Rodrigues, pelas conversas, paciência e fundamentais contributos para a realização deste trabalho.
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11 Referências 
11.1 Estudos Anteriores 
1. Arantes, J. (2014). A Importância da Comunicação Online na Gestão de Eventos: o Caso do Barcelona Festival of Song, Universidade do Minho, 2014. 
2. Lee, W. & Paris, C. M. (2013). Knowledge Sharing and Social Technology Acceptance Model: Promoting Local Events and Festivals Through Facebook. Disponível em http://dx.doi.org/10.3727/108354213X13736372326118 
3. Rebelo, M. & Alturas, B. (2011). Social Networking as a Marketing Tool: Study of Participation in Cultural Events Promoted by Facebook. Academy of Marketing Annual Conference 5th-7th July 2011. 
4. Silva, M. P. P, (2013). Plataforma para divulgação de eventos/ Marco Paulo Pereira da Silva; - Viseu: Instituto Superior Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu. Departamento de Informática, 2013. Disponível em http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/2008/1/Tese_CD.pdf 
5. Vicente, C. B. (2012). Redes sociais online e consumos culturais : facebook, um estudo de caso. Lisboa: ISCTE-IUL, 2012. Dissertação de mestrado. Acedido Setembro 8, 2014. Disponível em :http://hdl.handle.net/10071/5158. 
11.2 Bibliografia 1. Bento, A.C.F. & Pires, P. J. & Hernandez, J. M. C. (2007), Modelo Technology Acceptance Model - TAM Aplicado aos Automated Teller Machines - ATM'SRAI - Revista de Administração e Inovação 2007, 4. Acedido Outubro 27, 2014. Disponível em :<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=97317205004> ISSN 1809- 2039. 
2. Cardoso, D. (2011). As Redes Sociais Como Ferramentas de Divulgação de Eventos. Fasci-Tech – Periódico Eletrônico da FATEC, São Caetano do Sul, v.1, n.5, Out/Dez 2011, p. 30 a 40. Acedido Julho 8, 2014. Disponível http://www.fatecsaocaetano.edu.br/fascitech/index.php/fascitech/article/view/45. 
3. Duarte, J. (2009).“Organização e Gestão de Eventos – Métodos e Técnicas e a sua Aplicação na Actividade das Empresas de Eventos – Estudo de Caso: Dice Eventos”. Monografia de Licenciatura em Ciências da Comunicação, Porto, Universidade Fernando Pessoa.
38 
4. Facebook (2014). Newsroom, Company Info. Acedido Novembro 17, 2014. Disponível em http://newsroom.fb.com/company-info ) 
5. Ferreira, B. (2013). A Influência das mídias sociais na divulgação de um evento, Um estudo de Caso sobre o evento Experiencie. Universidade Federal Rio Grande Do Sul. 
6. Gefen, D. (2003). Tam or just plain habit: a look at experienced online shoppers. Journal of End User Computing, Hershey, v. 15, n. 3, p. 1-13, Jul/Sept. 2003. 
7. Kaplan, A. & Haenlein, M. (2010). “Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media”. Business Horizons Vol. 53, Nº 1, pp. 59–68. 
8. Mangold, W. & Faulds, D. (2009). “Social Media: The new hybrid element of the promotion mix”, Business Horizons.” Vol. 52, Nº 4, pp. 357- 365. 
9. Obercom (2014). A Internet em Portugal Sociedade em Rede 2014. Acedido Setembro 2, 2014. Disponível em http://www.obercom.pt/client/?newsId=548&file Name=internet_portugal_2014.pdf 
10. Thomson, K. & Purcell, K. & Rainie, L. (2013). Arts Organizations and Digital Technologies. Acedido Junho 4, 2014 em http://www.pewinternet.org/2013/01/04/ section-4-social-media-use/ 
11. Trusov, M. & Bucklin, R. & Pauwels, K. (2009). “Effects of word-of-mouth versus traditional marketing: Finding from an Internet social networking website”, Journal of Marketing, Vol. 73, Nº 5, pp. 90-102. 
12. Valenzuela, S., Park, N., & Kee, K. F. (2008). Lessons from Facebook: The Effect of Social Network Sites on College Students’ Social Capital. 9th International Symposium on Online Journalism, 2008 
13. Venkatesh, V. & Davis, F. D. (1996). A model of the antecedents of perceived ease of use: Development and test. Decision Sciences, Vol. 27, pp. 451–481. 
14. Venkatesh, V., e Davis, F. D. (2000). A theoretical extension of the Technology Acceptance Model: Four longitudinal field studies. Management Science, Vol. 46, pp. 186. 
15. Zammit, K. B. (2012). Examining the use of social media among for-h Alumni in Louisiana. Submitted to the Graduate Faculty of the Louisiana State University and Agricultural and Mechanical College in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science. Disponível em http://etd.lsu.edu/docs/available/etd- 04242012-142932/unrestricted/ZammitThesis.pdf
39 
12 Anexos 
12.1 Questionário
40
41
42 
12.2 Mensagem enviada por Linkedin 
12.3 Mensagem enviada por email 
From: Jose Pedro dos Santos Cabral Ribeiro 
Sent: sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 17:41 
Subject: Inquerito Mestrado 
Caros, 
No âmbito do Mestrado que estou a realizar, solicito a vossa ajuda para o preenchimento deste 
inquérito que demora 2 minutos. 
Se quiserem podem partilhar. 
https://docs.google.com/forms/d/1E1mEjQ-sa0uXhP9i- 
r5iBI5UuVi1EzsPYJBwfDd9BAs/viewform?usp=send_form 
Obrigado pela vossa ajuda. 
Pedro Cabral Ribeiro
43 
12.4 Post no Facebook

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Consulta Eventos Social Media

  • 1. A consulta de eventos através do Social Media É o social media o principal meio de consulta e divulgação de eventos? Estudo Exploratório José Pedro dos Santos Cabral Ribeiro pcabralribeiro@gmail.com Orientador – Professor João Paulo Peixoto Mestrado em Gestão e Negócios IESF – Business School Porto, Novembro de 2014
  • 2. 2 Abstract The evolution of the Internet has been a big driver of the revolution that assists in the communication world, a new society of communication mediated by the latest information technology with tools that allow a direct connection between the elements of social communities. The online media, especially social media, are of particular importance both for the wider audience they reach, but also on ease of use and the limited financial resources they need. Social media and social networks are no longer seen as the future, but as present and should be considered by stakeholders in a strategic and useful way for their goals are achieved form. In this study we sought to understand whether currently the main way to search events is through social media and event consumers have difficulties in query and suggest solutions to improve the search experience of the event. Framed on the assumption of the use of technology, we studied the Technology Acceptance Model, and one of its adaptations proposed by Gefen (2013) incorporating the habit variable, which served as the inspiration and guide for the development of this work. The fieldwork was carried out by conducting a survey answered by 250 people with results confirming that the social media is the primary means of dissemination. It was also concluded that people recommend improvements in how events are currently seeking, preferring to have a centralized way to aggregate and event information disclosed by the major social networks. This study is intended to contribute to a better understanding of the consultation and disclosure of events through social media and also leaving clues for future investigations. Keywords: Social Networks, Social Media, Digital Media, Disclosure of events
  • 3. 3 Resumo A evolução da Internet foi a grande impulsionadora da revolução que se assiste no mundo da comunicação, uma nova sociedade de comunicação mediada pelas recentes tecnologias de informação com ferramentas que permitem uma ligação direta entre os elementos das comunidades sociais. Os meios online, especialmente as redes sociais, assumem particular importância quer pelo abrangente público que atingem, mas também na facilidade de utilização e pelos poucos recursos financeiros que necessitam. O social media e as redes sociais já não são encaradas como o futuro, mas sim como o presente e devem ser considerados pelos vários stakeholders de forma estratégica e útil para que os seus objetivos sejam atingidos. Neste trabalho procurou-se perceber se atualmente a principal forma de consulta de eventos é através do social media e se os consumidores de eventos tem dificuldades na consulta e se apontam soluções para melhorar a experiencia da pesquisa de eventos. Enquadrado no pressuposto da utilização de tecnologia, estudou-se o Modelo de Aceitação Tecnológica, e uma das suas adaptações, a proposta por Gefen (2013) que incorpora a variável Hábito, que serviu de inspiração e guia para o desenvolvimento deste trabalho. O trabalho de campo foi realizado através da realização de um inquérito respondido por 250 pessoas com resultados que confirmam que o social media é o principal meio de divulgação. Concluiu-se também que as pessoas preconizam melhorias na forma como atualmente procuram eventos, preferindo ter de forma agregada e centralizada a informação dos eventos divulgados pelas principais redes sociais. Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para investigações futuras. Palavras-Chave: Redes Sociais, Social Media, Meios Digitais, Divulgação de eventos
  • 4. 4 Índice de Figuras Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM ................................................................... 19 Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM)...................................................... 23 Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003) .................. 24 Figura 4 Distribuição dos respondentes por género .......................................................... 26 Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos ..................... 28 Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais .. 29 Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos ......... 29 Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos ................................................ 30 Índice de Tabelas Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes ............................................................ 27 Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes .................................. 27 Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional .............................................................. 28 Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos. ............................. 30 Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos. ................... 31 Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia................. 31
  • 5. 5 Índice 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 2 REVISÃO TEÓRICA .................................................................................................................. 7 2.1 CONCEITOS ................................................................................................................................. 7 2.2 ESTUDOS ANTERIORES .......................................................................................................... 10 2.2.1 ESTUDO I .................................................................................................................................... 10 2.2.2 ESTUDO II ................................................................................................................................... 12 2.2.3 ESTUDO III ................................................................................................................................. 13 2.2.4 ESTUDO IV ................................................................................................................................. 15 2.2.5 ESTUDO V .................................................................................................................................. 18 3 ANÁLISE EMPÍRICA .............................................................................................................. 20 3.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................................ 20 3.2 DADOS .......................................................................................................................................... 20 4 VARIÁVEIS A UTILIZAR NO MODELO E HIPÓTESES .................................................. 21 4.1 VARIÁVEIS .................................................................................................................................... 21 4.2 HIPÓTESES .................................................................................................................................... 22 4.3 MODELOS...................................................................................................................................... 23 5 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 24 6 RESULTADOS ........................................................................................................................... 26 7 CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 32 8 LIMITAÇÕES E INVESTIGAÇÃO FUTURA....................................................................... 33 9 IMPLICAÇÕES NA GESTÃO EMPRESARIAL................................................................... 34 9.1 PROMOTORES E ORGANIZADORES DE EVENTOS ............................................................................ 34 9.1.1 TRANSFERÊNCIA DOS MEIOS TRADICIONAIS PARA OS MEIOS DIGITAIS/SOCIAL MEDIA .... 35 9.1.2 UTILIZAÇÃO ATUAL DO SOCIAL MEDIA ................................................................................................ 35 9.2 EMPRESAS DE TECNOLOGIA .......................................................................................................... 35 10 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 36 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 37 11.1 ESTUDOS ANTERIORES .................................................................................................................. 37 11.2 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 37 12 ANEXOS ..................................................................................................................................... 39 12.1 QUESTIONÁRIO ............................................................................................................................. 39 12.2 MENSAGEM ENVIADA POR LINKEDIN ............................................................................................ 42 12.3 MENSAGEM ENVIADA POR EMAIL.................................................................................................. 42 12.4 POST NO FACEBOOK ...................................................................................................................... 43
  • 6. 6 1 Introdução Os tempos modernos têm sido marcados por uma constante evolução tecnológica e o desenvolvimento da Web 2.0 teve um impacto profundo com múltiplas repercussões nas dinâmicas sociais e culturais, em particular, nos meios e formas de transmissão de informação e comunicação. Assistimos nos últimos tempos ao surgimento das aplicações de social media, e em particular das redes sociais que revolucionaram a forma como as pessoas se informam ou tomam conhecimento sobre o que está a acontecer, nomeadamente no que concerne a eventos culturais e espetáculos. Atualmente não é possível pensar em divulgação de informação sem associar de imediato internet, Web 2.0, meios digitais e social media. A Web 2.0 refere-se a uma nova geração de aplicativos ou ferramentas da Web que melhoram a capacidade dos indivíduos em publicar a sua opinião, partilhar informações e colaborar com outros através da internet. O Youtube, Flickr, Facebook, Twitter e Google + são apenas alguns exemplos que ilustram uma nova economia de produção colaborativa e partilha de informação online, sendo o Facebook a rede social mais utilizada e mais popular. Estas novas ferramentas aumentaram, facilitaram e modificaram a forma de comunicar entre os indivíduos, que se reúnem online, formando grandes redes sociais. Esta comunicação em rede tem aumentado exponencialmente. Segundo o estudo A Internet em Portugal, Sociedade em Rede 2014, da Obercom Observatório da Comunicação, 57,2% dos lares em Portugal têm acesso à internet e 72,9% da amostra afirma utilizar a Internet diariamente, sendo que 13,2% diz fazê-lo 3 ou 4 vezes por semana, É esta crescente e continuada utilização das redes socias que motivou a realização deste estudo. Na Literatura disponível já se encontram vários estudos publicados, mas ainda assim são relativamente escassos para a relevância que o tema merece e muito focados quase exclusivamente sobre a rede social Facebook. Na fase da análise empírica, investigar-se-á através dos resultados do inquérito realizado, procurando compreender melhor o fenómeno da divulgação de eventos através do social media, com o propósito de se ter uma visão mais abrangente relativamente aos vários meios de divulgação que são utilizados, procurando perceber;
  • 7. 7 onde se consulta ou procura os eventos e atividades, quais as dificuldades sentidas e soluções que melhorem a experiência na procura de eventos. Depois de grande reflexão e várias tentativas, encontrou-se o modelo que servirá de guia e orientação para a análise e investigação das variáveis que melhor contribuem para a realização da investigação proposta e formular as hipóteses que se pretendem testar. A Análise Quantitativa foi realizada com recurso a inquérito por questionário aplicado num meio digital, por forma a perceber as questões pesquisa. Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para investigações futuras. 2 Revisão Teórica Tendo o presento estudo o objetivo de analisar junto dos consumidores de eventos qual o impacto do social media na promoção e divulgação de eventos, neste capítulo apresenta-se o enquadramento teórico deste tema. Nesse sentido, começa-se por abordar de forma pormenorizada os conceitos envolvidos na realização deste trabalho e alguns dos estudos mais relevantes e que contribuem de forma mais efetiuva para a realização deste trabalho. 2.1 Conceitos Social Media Nos últimos anos verificou-se uma revolução na comunicação e a Internet revelou-se um forte catalisador de mudanças na sociedade, tendo alterado drasticamente a forma como o consumidor comunica, com quem comunica, e onde e quando comunica. O aparecimento da Internet ofereceu aos consumidores novas formas para criarem os seus conteúdos, partilharem as suas opiniões, preferências e experiências com outros consumidores (Trusov et al., 2009). Para as empresas, ofereceu a possibilidade de construir e manter relações entre as suas marcas e os seus seguidores (Mangold e Faulds, 2009). Com um número crescente de utilizadores nas plataformas digitais, observa-se um abandono cada vez mais significativo por parte dos consumidores dos meios
  • 8. 8 tradicionais de comunicação e publicidade como a rádio, as revistas, os jornais e a televisão, em detrimento de um novo universo tecnológico onde os social media assumem uma importância crescente (Mangold e Faulds, 2009). Em Portugal, de acordo com o estudo A Internet em Portugal – Sociedade em Rede 2014 Obercom, praticamente a totalidade dos internautas portugueses utilizadores de redes sociais têm perfil criado nas redes socias, com destaque para o Facebook que mais à frente neste documento abordaremos com mais detalhe. O social media ou redes sociais são, plataformas ou instrumentos como o Hi5, o Orkut, Facebook,V Kontakte, QQ, Zing, Mixi e muitas outras (Cardoso, 2011) Tendo por base a importância que as redes sociais têm assumido, num estudo realizado pela Pew Research Center em 2013 nas Organizações de Arte financiadas pela NEA (National Endowment for the Arts) nos EUA constatou-se que 97% têm presença em pelo menos uma de 30 redes sociais que foram dadas nas respostas e 56% tem presença em 4 a 9 redes sociais. Classificação dos social media Na literatura há várias abordagens quanto à classificação dos social media, a que não é alheio o fato de nos últimos anos terem aparecido novos tipos de social media. As diferentes aplicações de social media têm sido então agrupadas em várias categorias de acordo com as suas especificidades. Kaplan e Haenlein (2010) classificam os social media em seis diferentes categorias: projetos colaborativos, blogues, comunidades de conteúdo (por exemplo, Youtube); websites de redes sociais (por exemplo o Facebook), virtual games worlds e virtual social worlds. Mangold e Faulds (2009) destacam os websites de redes sociais, as comunidades de conteúdo como o Youtube e Flickr, blogues de utilizadores e blogues/websites de empresas, websites colaborativos como a Wikipedia, virtual worlds; comunidades de comércio; websites de redes sociais profissionais; entre outros. Facebook Dada a importância que o Facebook assume atualmente na sociedade e a importância que tem na divulgação de eventos, vamos debruçar mais a fundo na análise desta rede social.
  • 9. 9 O Facebook é atualmente a maior rede social e um fenómeno de popularidade a nível mundial. A prová-lo estão as estatísticas que apontam para mais de 1,35 mil milhões de utilizadores ativos em Setembro de 2014 e uma média de 864 milhões de utilizadores diários. (Facebook, 2014) Portugal não foge à tendência onde o Facebook é a rede social com mais utilizadores, onde 98,0% dos internautas portugueses utilizadores de redes sociais têm perfil criado na rede Facebook (A Internet em Portugal – Sociedade em Rede 2014 Obercom). Eventos Um evento é definido como uma celebração que envolve um acontecimento especial, na medida, em que se refere a um marco propositado, planeado e organizado (Duarte, 2009). Os eventos culturais possuem uma característica distinta: a relação com alguma das artes. Neste caso compreende-se por “artes” a música, pintura, escultura, cinema, a representação, onde ainda se podem englobar as peças de teatro, os festivais, concertos e espetáculos de música, feiras artísticas, entre outros (Duarte, 2009). As funcionalidades mais populares entre os utilizadores de redes sociais em Portugal dizem respeito a comunicação direta, como é o caso da Divulgação de Eventos que no estudo da Obercom de 2014 surge com quase 36%. Divulgação de Eventos O social media, especificamente o Facebook, tem uma relação positiva sobre o comportamento e atitudes Valenzuela, Park, & Kee’s (2008) e entre a leitura dos convites recebidos para eventos culturais e a aceitação e participação neles, e que a taxa de participação em eventos é maior naqueles que leem os convites. (Rebelo, Márcia e Alturas, Bráulio, 2011) Por outro lado para Vicente, Cristiana de Brito (2012) não há uma forte relação entre a aceitação de convites e participação em eventos divulgados através do Facebook ou seja, mesmo que a tendência de que quem lê os convites seja a de participar mais nos eventos culturais, isto não acontece com a maioria dos utilizadores. De acordo com o estudo do Pew Research Center realizado nos EUA em Agosto de 2011, a percentagem de pessoas que assistiu a eventos nos 12 meses anteriores aumentou significativamente no caso de pessoas que seguem nas redes sociais artistas, grupos, galerias ou locais.
  • 10. 10 “No que diz respeito aos fatores que determinam a participação num evento promovido pelo Facebook, mais de metade dos utilizadores identificou o interesse pelo evento e o interesse pelo artista como os factores que mais influencia a decisão de participar num evento.” Cristiana de Brito Vicente (2012). Os meios digitais de divulgação de eventos têm uma eficácia muito mais elevada comparativamente com os meios tradicionais como cartazes e jornais (Ferreira, Bruno (2013). No estudo da Pew Research Center (2) efetuado a organizações de Artes e publicado em Janeiro 2013, quando questionados a dar exemplos específicos de resultados positivos do uso de social media, as organizações forneceram muitos exemplos positivos, relacionados com o aumento da participação em eventos e mais venda de entradas. Uma das principais razões pela utilização do social media é manter-se atualizado quanto à realização de eventos (Zammit, 2012). 2.2 Estudos Anteriores Apesar de ser um tema ainda recente, já há alguns estudos sobre o envolvimento do social media na promoção e divulgação de eventos, embora da análise efetuada, a maioria dos trabalhos existentes incidirem principalmente sobre o Facebook e também alguns sobre a criação e desenvolvimento de plataformas para a promoção e divulgação de eventos. O Facebook é atualmente a rede social com maior número de utilizadores em todo o mundo, razão pela qual a maioria dos estudos incide sobre esta rede social. Dos vários estudos consultados, apresentam-se de seguida aqueles que se consideram mais relevantes para o tema em discussão neste documento. 2.2.1 Estudo I O estudo realizado em 2012 por Cristiana de Brito Vicente1 do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, sobre Redes Sociais Online e Consumos Culturais: Facebook, um estudo de caso, trata esta rede social como agenda cultural do ponto de vista do consumidor, analisando o tipo de eventos culturais que circulam nesta rede social online 1 Mestre em Comunicação Cultura e Tecnologias de Informação
  • 11. 11 para perceber se as pessoas chegam mesmo a ir ao evento e procurando saber se consomem in loco essa cultura e quais os perfis sociais destes. Do ponto de vista metodológico foi aplicado um conjunto de questionários online a utilizadores de Facebook que receberam convites para eventos culturais, tendo sido recebidas 442 respostas, das quais foram validades 341. Relativamente à amostra esta caracterizou-se por ser bastante jovem, com idade média de 25 anos, sendo que 66% com idade entre os 18 e os 25 anos. Relativamente ao género 65,71% dos respondentes são feminino e 34,29% masculino. No que diz respeito às habilitações literárias, de acordo com a autora “se tivermos em conta o facto de esta amostra compreender um total de 303 respostas, é possível afirmar que estamos perante uma amostra com um bom nível de escolaridade”, pois mais de 60% tem formação superior, com 40% de licenciados e 21,8% com pós- graduação/mestrado. No que se refere à situação profissional dos inquiridos 52, 4% são estudantes, 27,9% estão empregados, 10,3% trabalham e estudam ao mesmo tempo, 4,7% encontram-se desempregados. Os reformados/aposentados são 0,9% e os inquiridos que responderam sem atividade profissional são 0,6%. O estudo avalia ainda a utilização do Facebook à frequência de utilização, verificando- se que mais de metade dos inquiridos (263) revelou aceder à sua página do Facebook todos os dias, correspondendo a 77,1% da amostra composta por 341 utilizadores desta rede social e que 63,5% tem a sessão ligada todo o dia ou acede pelo menos 2 vezes por dia ao Facebook. Das outras questões colocadas, as que interessam para o estudo que vamos realizar são as referentes à participação em eventos culturais para os quais tenham recebido convite pelo Facebook. O estudo analisa a participação nos eventos através da resposta dada ao convite, verificando-se que de facto quem opta por “aderir” aos convites participa, em média, mais do que a maioria das vezes (3,36), escala de medida – (1) nunca ou quase nunca a (5) sempre ou quase sempre. Outra questão interessante é a relacionada com os fatores que influenciam a participação em eventos, e que de acordo com as respostas, as que têm um valor médio mais próximo de 8 (Influenciam totalmente) são o interesse pelo evento (7,25) e o interesse no artista/grupo artístico (7,19), que exercem assim um papel mais determinante nas práticas culturais dos utilizadores da plataforma.
  • 12. 12 Das conclusões do estudo de Cristina de Brito Vicente, no que diz respeito aos fatores que determinam a participação num evento promovido pelo Facebook, ao contrário do que se julgava, “as críticas dos amigos sobre os eventos” e “ a companhia dos amigos” não influenciam (segundo o discurso dos inquiridos) a decisão dos utilizados quando o que está em causa é a participação num evento. Através do questionário realizado reuniu-se um conjunto de variáveis para compreender melhor as potencialidades da plataforma na divulgação de eventos e verificou-se que a maioria dos inquiridos concorda e concorda completamente que passou a receber mais informação cultural através do Facebook do que qualquer outro meio de informação (55%) e cerca de 80% dos utilizadores concorda que o Facebook é um bom meio de promoção de eventos. É esta última afirmação que se vai procurar enquadrar na investigação a realizar. Este estudo revela também uma crescente tendência para a partilha de informação por via das TIC, evidência empírica que conforme refere a investigadora, “servirá de chamada de atenção” aos agentes implicados no campo cultural e sua promoção, no sentido de repensarem as vias tradicionais de promoção de conteúdos”. Esta conclusão vai contribuir para o enquadramento geral do estudo que se pretende realizar. 2.2.2 Estudo II A dissertação de Mestrado de João Arantes2, A Importância da Comunicação Online na Gestão de Eventos: o Caso do Barcelona Festival of Song, centra-se na importância da comunicação online relativamente à gestão de eventos, principalmente no processo de comunicação do Barcelona Festival of Song. Trata-se de um estudo de caso sobre o referido festival, ao qual se procedeu a uma auditoria ao processo de comunicação. Para tal, o autor procurou responder a questão “Qual a importância da comunicação online para a promoção/divulgação dos eventos?”, testando 3 Hipóteses: H1 – Os meios online potenciam de forma eficaz a comunicação dos eventos; H2 – A comunicação online é um benefício para a comunicação de eventos; H3 – A comunicação online dá mais visibilidade aos eventos. 2 Mestre em Ciências da Comunicação
  • 13. 13 Das conclusões retiramos que o autor provou as hipóteses enunciadas, utilizando como base os resultados na auditoria ao BFOS. Relativamente à H1, os meios online potenciam eficazmente a comunicação dos eventos visto que uma média de 25 pessoas responderam “vou” ou “talvez” aos convites para os eventos do festival realizados através do facebook. Há também a pessoas que compareceram aos eventos, e que apesar de não terem respondido ao convite feito no facebook disseram que tomaram conhecimento dos mesmos através de meios online. A Hipótese 2, o investigador acredita que ficou comprovada com o enquadramento teórico e as fontes usadas, que reflete a crescente importância dos meios online e o crescente investimento nos mesmos por parte das empresas e instituições, que no caso do BFOS é provada pelo uso quase exclusivo destes meios. Por fim a H3, ficou provada com a assistência aos eventos dos BFOS, uma média de 120 pessoas em cada evento, e pelo número de participantes, 6, no curso de verão. Conclui este estudo que se conseguiu demonstrar que os meios online de comunicação são realmente importantes e cada vez mais indispensáveis nos processos de comunicação de todo o tipo de eventos e principalmente dos eventos musicais. É esta conclusão, num contexto mais geral de eventos, que se vai procurar confirmar no âmbito do estudo a desenvolver. 2.2.3 Estudo III Em 2011 Márcia Rebelo3 e Bráulio Alturas4 apresentaram na Conferencia Anual da Academia de Marketing, na Escola de Gestão da Universidade de Liverpool o Artigo Redes Sociais como ferramenta de Marketing - Estudo da participação em eventos culturais promovidos pelo Facebook. Este estudo aborda o tema das redes sociais incidindo na participação em eventos culturais divulgados através de redes sociais, especialmente pelo Facebook. A questão principal deste estudo e que despertou o interesse é: Quais são os principais fatores que levam à aceitação de convites e participação em eventos culturais promovidos através do Facebook? Para responder a esta questão levantaram-se 4 hipóteses nas quais os autores se basearam para desenvolver um modelo conceptual que identifica os fatores 3 Master pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa 4 Professor Assistente no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
  • 14. 14 que influenciam os utilizadores do Facebook para aceitar convites enviados através desta rede social e participar nos eventos. A abordagem metodológica foi definida em 2 fases. A primeira para saber os fatores determinantes para aceitar convites enviados pelo Facebook e para que tipo de eventos os utilizadores gostariam de receber convites pelo Facebook. Para tal procedeu-se à realização de um estudo preliminar que consistia no envio de 2 questões para uma amostra de 50 utilizadores de Facebook, que foi respondido por 34 indivíduos. Desta forma, as variáveis consideradas em algumas questões do questionário, tiveram a sua origem nas respostas ao estudo preliminar. A segunda fase, quantitativa, consistiu na realização de um questionário construído primeiramente com questões fechadas ou indicadores, contribuindo assim para quantificar as variáveis mais significativas. O questionário apresentava algumas das razões que poderiam ser ou não, as principais razões para utilizarem o Facebook. Este questionário online foi realizado a 396 utilizadores do Facebook. Com base na análise das respostas os autores identificaram as 5 principais razões indicadas foram “estar perto dos amigos” (40.4%)," partilhar ideias" (26.5%), "por divertimento" (25,5%), "pertencer a uma rede social" (20.5%) e “aprender coisas novas" (19.9%). Apesar de não terem sido indicadas pelos respondentes como uma das 5 principais razões, é relevante o facto de 42,9% terem indicado que “receber convites para eventos culturais” é uma das razões para usarem o Facebook, apesar de só 2% indicarem que é a principal. Há outros indicadores retirados do inquérito referentes ao envio de convites que não têm interesse para o estudo que vamos realizar, pelo que não se vai fazer referência. Relativamente ao grau de concordância dos utilizadores do Facebook sobre a divulgação de eventos culturais através desta rede social, 68,9% dos entrevistados revelaram que concordam que "o Facebook é uma boa maneira de promover eventos culturais". Em relação ao fato de mais entidades culturais promoverem os seus eventos em redes sociais, 55,6% dos entrevistados concordam com esta afirmação. Cerca de 66,2% dos entrevistados também concordam que as entidades devem promover seus eventos culturais através do Facebook, afirmando que os comerciantes também devem promover os eventos através desta rede social (69,7%). Outra questão importante prende-se com a percentagem de 53,8 dos respondentes acreditarem que se receberem mais convites, participam em mais eventos.
  • 15. 15 Do universo de 396 utilizadores do Facebook que responderam ao inquérito, 24% disseram que recebem mais convites para eventos culturais através de outros meios do que do Facebook, enquanto 19,4% consideram que recebem mais convites para eventos culturais através do Facebook do que outros meios de divulgação. Márcia Rebelo e Bráulio Alturas (2011) concluem que a rede social Facebook é uma boa forma de promover eventos culturais. Enquadrado no social media e por se tratar da principal rede social, esta conclusão o que se vai procurar reafirmar no trabalho que se vai desenvolver. 2.2.4 Estudo IV Em 2013 Marco Silva5 apresentou a Tese de Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para organizações, Plataforma para Divulgação de Eventos, que se concentrou na criação de uma plataforma Web que pretende colmatar uma necessidade, que inicialmente era uma carência pessoal, mas que após abordar outras pessoas, verificou-se que essa mesma necessidade é partilhada por um grande número de indivíduos e entidades. A plataforma que se propôs desenvolver tinha como principal objetivo tornar-se um ponto de referência para a divulgação e consulta de eventos das mais variadas áreas, disponibilizando às entidades que assim o pretendam a possibilidade de divulgar os seus eventos, e noutra perspetiva disponibilizar informação sobre os eventos que irão ocorrer num determinado dia e local a quem pretenda estar informado. No desenrolar doe projeto, efetuaram-se análises sobre os vários serviços que já existem nesta área, de forma a conseguir perceber os seus pontos fortes e fracos, que contribuíram para a melhoria da plataforma em desenvolvimento. Para o autor esta é a primeira plataforma deste tipo, pois as existentes na área da propagação de eventos não podem ser consideradas como pontos de referência, mas no entanto foram analisadas aquelas que desempenham funções semelhantes ou que se aproximem do pretendido para este projeto. A avaliação da plataforma será efetuada posteriormente ao seu desenvolvimento, ficando em aberto neste projeto a implementação de novas funcionalidades e a inclusão de novas pessoas no futuro, com vista a receber novas ideias e futuros melhoramentos. Prioritário 5 Mestre em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações
  • 16. 16 será a sua restruturação ao nível visual, de forma a tornar a sua interação mais apelativa e agradável, e também o desenvolvimento de uma aplicação para acesso por dispositivos móveis. Para alcançar o principal objetivo de desenvolvimento de uma plataforma para divulgação de eventos, elaborou-se uma pesquisa sobre o que as pessoas e instituições pretendem num serviço deste género, focando-se na satisfação dos futuros clientes da plataforma, contribuindo com ideias, correções e melhorias para o desenvolvimento do projeto, de forma a torná-lo mais próximo dos seus utilizadores. Esta plataforma pretende ser um intermediário entre quem divulga os eventos e quem pretende estar informado sobre os acontecimentos nacionais, tendo como meta, tornar-se um ponto de referência em Portugal, que para o autor é um objetivo difícil de alcançar mas não impossível. Tendo por base a premissa anterior, foi elaborada uma pesquisa para compreender se as pessoas e instituições utilizam ou têm conhecimento de alguma plataforma que lhes permita a consulta ou divulgação de eventos; e caso utilizem, perceber se estão satisfeitos com a sua experiência de utilização, e respetiva plataforma. Os inquéritos realizados tiveram dois grupos alvos distintos, por um lado as instituições com potencial interesse em divulgar os seus eventos, e também as pessoas em geral que terão ou poderão vir a ter, interesse numa solução que lhes possibilite ermita ficar informadas sobre os acontecimentos a decorrer no país. Relativamente às instituições, verificou-se que a esmagadora maioria (96%) faz divulgação dos eventos e que cerca de 41% gasta mais de €300,00 mensais, dos quais 32% gastam mais de €300,00. Quando questionados sobre se conhecem alguma plataforma de divulgação de eventos, tendo em conta que as afirmativas referiam-se essencialmente às suas páginas institucionais, e ainda um pequeno grupo de instituições que referiu o uso de redes sociais como páginas de divulgação, concluiu-se que o valor de cinquenta e dois porcento de respostas afirmativas, será na realidade muito inferior se pensarmos numa plataforma especifica para divulgação de eventos. À questão sobre o uso de plataformas web para divulgação dos eventos, mais de metade dos inquiridos (58%), afirma a sua utilização, embora a grande maioria utilize as suas páginas institucionais, não um portal específico para esse fim. As instituições foram também questionadas sobre a importância de uma plataforma de divulgação de eventos, as respostas dos inquiridos mostram que uma plataforma deste tipo será muito bem aceite e terá utilidade para as instituições, conforme atestam 76% dos inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala de escala de valores em que o valor
  • 17. 17 mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. Concluindo, de acordo com as respostas, para as instituições inquiridas pode-se afirmar, que a maioria tem necessidade e pretendem fazer divulgação dos seus eventos, pese embora algumas já o fazerem utilizando a internet, mas sem terem um local especifico para o efeito. Relativamente aos questionários realizados a pessoas individuais, verificou-se que 51% são do sexo feminino e 49% masculino, e que a grande maioria (86%) estão ativos profissionalmente. Quando questionados se têm conhecimento de alguma plataforma internet para divulgação de eventos, 83% dos inquiridos responderam negativamente, se bem que dos que responderam conhecer 55% indicaram o Facebook. Por fim, os inquiridos manifestaram bastante interesse numa plataforma de divulgação de eventos, como se atesta pelos 70% dos inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala de valores em que o valor mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. Conclui-se que embora exista um grande interesse por parte de pessoas em utilizar a internet para consulta de eventos, os inquiridos não conhecem ou não há ainda não existe uma plataforma em Portugal que sirva de ponto de referência para o efeito. Foi colocada outra questão relevante quer para as pessoas individuais quer às instituições, relativamente à importância de uma aplicação móvel para divulgação de eventos, que revela que 77% dos indivíduos e 75% das instituições, escolheram 4 e 5, numa escala de valores em que o valor mais elevado, 5, representa muito importante e o valor um, representa pouco importante. Por último, os inquiridos foram também questionados sobre a importância da integração com as diferentes redes sociais existentes e responderam que tanto as pessoas individuais como instituições acham esta funcionalidade uma mais-valia para a plataforma. Neste trabalho avaliam-se outras questões, assim como são apresentados os detalhes técnicos para o desenvolvimento da plataforma, mas que pelo facto de não serem relevantes no âmbito do estudo que vamos desenvolver, não se vai fazer referência. Este estudo revela pistas quanto a soluções para melhorar a experiencia das pessoas no processo de consulta de eventos através do social media, que se vai procurar comprovar no âmbito deste trabalho.
  • 18. 18 2.2.5 Estudo V O trabalho levado a cabo por Woojin Lee6 and Cody Morris Paris7 (2013) propõe um Modelo de Aceitação de Tecnologia Social (STAM), como uma extensão do Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), para examinar a influência da confiança, da força das relações e satisfação percebida, na formação de atitudes por parte dos consumidores em relação a Facebook e à intenção na participação em eventos. O objetivo deste estudo é investigar como a confiança e a força das relações sociais entre os usuários do Facebook impacta as intenções subsequentes e comportamentos futuros em relação aos eventos. Este objetivo leva a duas questões importantes: 1. Como é que a confiança e a força das relações entre os utilizadores do Facebook melhora a sua atitude para com a aceitação de páginas de eventos no Facebook? 2. Como é que esta aceitação de páginas de eventos do Facebook impacta nos utilizadores em assistir ao evento. Para endereçar estas questões, este estudo propõe um modelo de aceitação de Tecnologia Social (STAM), que é uma extensão do Modelo de Aceitação de Tecnologia (Technology Acceptance Model - TAM) incorporando os fatores de partilha de conhecimentos. Esta fundamentação teórica fornece a base para explorar o papel que as relações desempenham na utilização de páginas do Facebook como ferramenta de marketing. 6 Ph.D., Professor Assistente, School of Community Resources & Development, Arizona State University 7 PhD. Conferencista Sênior e Coordenador do Programa de Ciências Sociais em Middlesex University Dubai.
  • 19. 19 . Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM A modelo STAM proposto, é uma extensão da TAM e incorpora os fatores de partilha de conhecimentos, incluindo confiança, força dos relacionamentos, e prazer percebido. Além disso, este estudo testa a extensão do modelo TAM dentro do contexto das intenções de utilizadores do Facebook para participar em eventos especiais para os quais foram convidados através de "páginas de eventos do Facebook. Os dados deste estudo foram recolhidos através de inquérito web disponibilizado na Primavera de 2009 ao longo de 8 semanas selecionadas em que aconteceram eventos especiais em Phoenix, Arizona, EUA. O inquérito online foi enviado para 800 indivíduos que se tornaram fãs de 3 diferentes páginas de eventos do Facebook, ao qual responderam cerca de 20% obtendo assim uma amostra de 155 respostas válidas. As características demográficas dos 155 entrevistados indicam que 43% eram do sexo masculino e 57% eram do sexo feminino. Relativamente à idade 52,3% tinham entre 18 e 24 anos, 25,8% entre 25 e 34 anos, 14,8% entre 35 e 44 anos e com mais de44 anos 7,1% dos respondentes. Curiosamente, a maioria dos entrevistados (93,5%) indicaram que tinham sido previamente convidados para um evento através de Facebook diferente do evento em estudo, e quase metade dos participantes (54%) responderam que tinham anteriormente procurado informações sobre eventos locais através do Facebook. Setenta e um por cento dos entrevistados relataram que já tinham estado no festival / evento antes desta visita. Este estudo conclui que, após testado empiricamente o modelo STAM, os fatores prévios que influenciam a adoção do Facebook, sugerem que os fatores de partilha de conhecimento (confiança, força das relações e motivações hedónicas) têm um efeito significativo sobre os utilizadores. Outras conclusões estão alinhadas com estudos
  • 20. 20 anteriores, nomeadamente, no que diz respeito ao facto da confiança poder aumentar as interações sociais dos usuários e que pode afetar o prazer percebido e mais interessante, a força dos laços sociais no Facebook teve um efeito mais significativo sobre prazer percebido que a confiança das informações fornecidas pelo Facebook. O prazer percebido e a facilidade de uso percebida são preditores mais fortes do que a utilidade de uso percebida, no contexto dos sistemas de hedônicos, como sites de redes sociais. Este estudo contribuiu significativamente para a identificação do modelo que vai servir de suporte à investigação que se pretende realizar, bem como o facto de este comprovar o forte impacto que a atitude para usar o Facebook tem sobre a intenção em assistir a um evento. 3 Análise Empírica 3.1 Definição do problema Atualmente assiste-se a uma disseminação de informação pela Web, onde se inclui a divulgação e promoção de eventos. A mudança dos meios tradicionais para os meios digitais tem sido uma realidade nos últimos tempos e para tal muito contribuiu o exponencial aumento de utilização das redes sociais. Paralelamente, apesar de em menor escala, os meios tradicionais de divulgação ainda continuam a ser utilizados pelo que em muitos casos há uma duplicação de recursos e esforço por parte de quem pretende promover eventos. No contexto empresarial este tema tem impacto na estratégia de marketing e de comunicação pelo que é oportuno efetuar-se um análise ao estado atual e perceber como esta mudança está a ser encarada pelos consumidores e utilizadores das redes sociais. O problema que se coloca neste estudo é perceber se o social media é atualmente o principal meio de consulta de eventos e se é essa a tendência de futuro. Para tentar responder ao problema avaliar-se-á junto dos consumidores de eventos qual o impacto que o social media tem na pesquisa de eventos e quais as dificuldades sentidas bem como se apontam soluções que possam melhorar a sua própria experiencia de utilização das redes sociais na pesquisa de eventos. 3.2 Dados Pela dificuldade em constituir uma amostra probabilística, a investigação recaiu sobre uma amostra não probabilística por conveniência e pelo método snowball. Face aos
  • 21. 21 objetivos propostos para esta pesquisa, entendeu-se que a amostra permitiria analisar as questões de investigação, pelo que não se justificava a procura de uma amostra representativa da população. Este trabalho utiliza uma amostra de 250 indivíduos, que voluntariamente responderam a um inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google Docs durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014. Para realizar este questionário, foi disponibilizado um inquérito online divulgado através do perfil do Facebook para os 255 amigos e para as 530 conexões do Linkedin do autor, bem como através do envio por correio eletrónico para mais 20 contactos. Foi pedido também a divulgação pelos contatos de cada um, pelo que apesar de não se conseguir quantificar, o universo será seguramente superior aos 805 indivíduos. São indivíduos tanto do género masculino como feminino, de várias nacionalidades, mas maioritariamente portuguesa, com idade superior aos 13 anos e com acesso à internet. 4 Variáveis a utilizar no modelo e Hipóteses 4.1 Variáveis Esta fase revelou-se um desafio constante, na medida em que a ideia inicial relativamente ao modelo a utilizar foi sendo questionada quando se avançava na definição do problema e consequentemente das hipóteses que se pretendiam levantar. O Modelo TAM pressupõe a existência de variáveis externas que influenciam a intenção comportamental. Como o modelo TAM foi adaptado com incorporação da variável Hábito proposta por Gefen (2003), consideramos esta variável para o estudo. A variável externa Hábito refere-se aos indivíduos que no 6 meses anteriores à realização do inquérito para este estudo, assistiram a eventos e que responderam utilizar o social media para consultar eventos. As variáveis dependentes consideradas nesta investigação são a Facilidade de Uso Percebida e Intenção de Utilizar Tecnologia, que foram avaliadas com base nas opções que foram colocadas aos inquiridos para cada uma:
  • 22. 22 Facilidade de Uso Percebida normalmente não encontro com facilidade na minha área geográfica coisas que pretendo ver ou fazer a informação está dispersa por diversos sítios a informação e agendas estão desactualizadas e tenho de pesquisar em vários sítios nos sites onde vou é dificil encontrar de forma rápida a agenda do dia não tenho dificuldades em encontrar o que procuro ver, escutar ou fazer Intenção de Utilizar Tecnologia Estou bem servido com os meios que utilizo Um mapa com tudo o que se passa, na hora ou para o futuro Uma aplicação ou plataforma que me dê recomendações baseada nos meus gostos e actividade dos amigos/família. Um directório / guia com os espaços, locais ou promotores mais activos. uma app mobile (aplicação móvel) com mapa Uma agenda que me indique em 2 passos o que há para ver e fazer conforme o meu gosto ou local 4.2 Hipóteses O Objetivo Geral deste estudo é o perceber no contexto da pesquisa e consulta de eventos e junto dos consumidores de ventos, qual o contributo do social media, pelo que para tal vamos investigar o seguinte: Esta é a grande questão, a hipótese que vamos testar e procurar responder com a realização deste estudo. Hipótese O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos
  • 23. 23 4.3 Modelos Como este estudo tem por base a utilização da tecnologia, ao longo da pesquisa efetuada foi possível identificar diversas teorias que tentam prever o impacto da tecnologia no comportamento humano. Dessa pesquisa, o modelo que se entendeu melhor enquadrar-se no âmbito do estudo em questão é o modelo proposto por Davis e Venkatesh em 1996, designado por Teoria de Aceitação da Tecnologia (TAM – Tecnhology Acceptance Model). Este modelo afirma que para existir uma resposta comportamental é necessário existir uma intenção, sendo que esta intenção resulta de respostas cognitivas ou crenças, e estas por sua vez dependem de estímulos externos. Neste caso concreto, Davis e Venkatesh (1996) definem que os estímulos externos são as variáveis externas, as respostas cognitivas são a utilidade percebida e a facilidade de uso percebido, a intenção comportamental é o consumo de eventos, enquanto a resposta comportamental é definida como sendo o uso dos recursos atuais. O modelo de aceitação tecnológica pressupõe que o uso atual e real de um sistema é sempre precedido por uma intenção comportamental. Os efeitos das variáveis externas na intenção comportamental são neste contexto mediados pela utilidade percebida e pela facilidade de uso percebida. Assim, a utilidade percebida e a facilidade de uso afetam a intenção comportamental de um individuo na utilização de determinado sistema e consequentemente o uso real do sistema. ((Davis e Venkatesh, 1996 e 2000). Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM) No entanto Gefen (2003) sugere que os estudos do modelo TAM não avaliam os aspetos relativos ao hábito para os utilizadores experientes com o uso da tecnologia, focando-se essencialmente nos novos utilizadores. Por este facto é que Gefen propõe, que o fato hábito seja considerado, na medida em é importante constructo para a explicação da atitude e intenção de uso da tecnologia, principalmente quando os envolvidos ganham experiência. No seu entendimento, os hábitos complementam o modelo TAM, e vice- versa, especialmente na aplicação sobre os constructos Utilidade Percebida e Facilidade
  • 24. 24 de Uso percebida. A justificação do impacto dos hábitos nos comportamentos é o fato de que, uma vez automáticos ou sem uma decisão consciente, são praticamente incorporados, com uma maior facilidade, nas ações do dia-a-dia. (Alves da Costa Filho, et. Al, 2014). Desta forma o hábito é incorporado no modelo TAM, como uma variável independente que influencia a principal variável dependente, intenção de uso, bem como as outras duas variáveis independentes, utilidade percebida e facilidade de uso. Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003) Para a realização deste trabalho, o modelo TAM com incorporação da variável proposta por Gefen vai ser utilizado como modelo de orientação e inspiração para análise e investigação da hipótese colocada. O Objetivo Geral deste estudo é o de investigar se atualmente o principal meio de consulta e pesquisa de eventos é o social media. Partindo para a procura de resposta, na sequência da revisão da literatura e tendo como enquadramento o Modelo TAM, vamos também analisar tendências e outras linhas de evolução no contexto da pesquisa de eventos através do social media. 5 Metodologia No presente capítulo é apresentada a metodologia adotada na componente empírica, bem como todo o processo de construção do questionário, definição da amostra, recolha e tratamento dos dados. Hábito Facilidade de Uso Percebida - PEOU Utilidade Percebida - PU Intenção de Uso da Tecnologia
  • 25. 25 Como ainda há poucos estudos que conjuguem o consumo de eventos através da sua pesquisa utilizando o social media, este trabalho é um estudo exploratório que assentou a sua estrutura inicialmente na revisão da literatura, que nos conduziu à identificação do Modelo de Aceitação de Tecnologia TAM. Tratando-se de tecnologia e da sua utilização, entendeu-se como útil ao desenvolvimento do trabalho utilizar como referencia e guia de investigação o Modelo de TAM, que destaca o impacto das variáveis externas nos constructos Utilidade Percebida, Facilidade de Uso Percebida e Intenção de Uso de Tecnologia, no entanto para este estudo vamos nos focar apenas nos dois últimos. A avariável externa considerada foi o Hábito, conforme proposto por Gefen, na medida em que é um importante constructo para a explicação da atitude e intenção de uso da tecnologia, e que no seu entendimento, os hábitos complementam o modelo TAM, O enquadramento através do Modelo, considerou os constructos referidos, pelo que se procedeu à realização de um questionário de 11 perguntas, onde para além da caracterização sociodemográfica da amostra, se procurou perceber as questões de pesquisa, 1- onde consulta ou procura os eventos e atividades, 2- quais as dificuldades sentidas e 3 – soluções que melhorem a experiencia na procura de eventos. Para a variável Hábito, considerou-se o conjunto de meios de divulgação maioritariamente aceites por forma a conseguir-se dar um leque alargado mas ao mesmo tempo não muito extenso, mas que ainda assim abrangesse os meios mais comuns. Quanto ao constructo Facilidade de Uso Percebida, não os avaliando em concreto procurou-se no entanto enquadra-los, assim como quanto à Intenção de Uso, pelo que ao nível do questionário foram disponibilizada opções de resposta que apontam alternativas relativamente às dificuldades sentidas e que soluções podem ser apontadas para melhorar a experiencia de utilização. Para procurar resposta e testar a hipótese colocada, utilizou-se o subconjunto dos indivíduos que assistiram a eventos nos 6 meses anteriores à realização do inquérito. Após a recolha dos resultados dos dados referentes aos inquéritos realizados sobre as variáveis em estudo, seguiu-se o necessário tratamento feito através do programa SPSS que permitiu a caracterização da amostra, preparando assim os dados para o estudo empírico. Obtiveram-se 250 respostas, que foram todas consideradas validas, a um inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google Docs durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014 e divulgado através de social media – Facebook, Linkedin, Google + e Email.
  • 26. 26 Com os dados obtidos do tratamento realizado no SPSS, procedeu-se à análise e interpretação dos resultados para avaliar a Hipótese colocada e no enquadramento do objetivo geral do estudo, apontar tendências e linhas de evolução futura. 6 Resultados Dos dados sociodemográficos da amostra verifica-se que 72% dos indivíduos que responderam ao inquérito são do género masculino e 28% feminino, conforme figura 4. Figura 4 Distribuição dos respondentes por género Quanto à faixa etária verifica-se que a maioria dos inquiridos tem entre 30 e 40 anos representando 62,4% da amostra, seguido da faixa etária dos 45 a 54 anos com 25,2%. As faixas com menores percentagens de respostas encontram-se nas franjas, quer nos maiores de 65 anos, quer nos menores de 18, que representam 1,2% das respostas cada. Os restantes 10% estão distribuídos pela faixa dos 18 a 24 anos com 6% e a faixa etária dos 55 a 64 anos com 4%. 28% 72%
  • 27. 27 Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes Frequência Percentagem (%) 13-17 3 1,2 18-29 15 6,0 30-44 156 62,4 45-54 63 25,2 55-64 10 4,0 +65 3 1,2 Total 250 100,0 No que concerne ao grau de ensino, conforme tabela 2, verifica-se que a maioria dos respondentes possui habilitações académicas ao nível da Licenciatura/Bacharelato com 45,6% e Mestrado com 41,2%. Há 2,4% dos inquiridos que possuem Doutoramento e 10,4% habilitações ao nível do Ensino Secundário. Há apenas 1 inquirido com Ensino Básico. Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes Frequência Percentagem (%) Ensino Básico 1 0,4 Ensino Secundário 26 10,4 Licenciatura/Bacharelato 114 45,6 Mestrado/Pós Graduação 103 41,2 Doutoramento 6 2,4 Total 250 100,0 Na Tabela 3 pode-se verificar que relativamente às respostas sobre a situação face ao emprego, 66,8% são trabalhadores por conta de outrem, seguido de Empresários/Empregador com 13,2%. Os Trabalhadores Independentes são 9,6% dos inquiridos, enquanto há 5,2% de desempregados. Verifica-se que 3,2% são estudantes e 1 Trabalhador Estudante. No total de inquiridos há 1,6% de Aposentados.
  • 28. 28 Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional Frequência Percentagem (%) Desempregado 13 5,2 Aposentado/a 4 1,6 Estudante 8 3,2 Trabalhador Estudante 1 ,4 Trabalhador por conta de outrem 167 66,8 Trabalhador Independente 24 9,6 Empresário/Empregador 33 13,2 Total 250 100,0 Relativamente ao número de ventos assistidos nos últimos 6 meses, verifica-se que 50% dos respondentes assistiram entre 1 a 3 eventos, 22,4% assistiram a mais de 6 eventos e que 19,6% dos respondentes assistiram entre 4 e 6 eventos. Apenas 8% dos indivíduos que responderam ao inquérito não assistiram a nenhum evento nos últimos 6 meses, conforme se pode verificar na Figura 5. Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos 50% 19,6% 22,4% 8%
  • 29. 29 Quanto à questão colocada se nas redes sociais segue ou é fã de algum artista, local ou instituição, 66,8% responderam que sim, enquanto 33,2% dos inquiridos responderam que não. Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais Quando questionados sobre onde procuram eventos e atividades, a maioria indica utilizar os meios tradicionais e meios digitais/social media com 70,8%, enquanto aqueles que consulta exclusivamente os meios tradicionais são apenas 4,4%. Os que utilizam apenas os meios digitais/social media são 24,8%. Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos 66,8% 33,2% 70,8% 24,8% 4,4%
  • 30. 30 Relativamente à questão sobre as dificuldades na consulta ou procura de eventos, 66,8% indica que encontra dificuldades, enquanto os restantes 33,2% não tem dificuldades na consulta ou procura de eventos. Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos Para os respondentes da consulta efetuada, 15,2% está bem servida com os meios disponíveis, enquanto os restantes 84,8 indica algumas sugestões. 43,2% aponta para uma aplicação ou plataforma web, 11,6% para uma aplicação móvel e 30,0% uma aplicação móvel e uma aplicação ou plataforma web. Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos. Frequency Percent Estou bem servido com os meios que utilizo 38 15,2 Uma aplicação ou plataforma Web 108 43,2 uma app mobile (aplicação móvel) 29 11,6 uma app mobile + plataforma ou aplicação 75 30,0 Total 250 100,0 Como se pode verificar na Tabela 5, 66,5% do total de 230 pessoas que consomem eventos encontram dificuldades na sua pesquisa, sendo que destas apenas 2,2% utilizam apenas os meios tradicionais para a pesquisa de eventos. 66,8% 33,2%
  • 31. 31 Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos. Onde consulta ou procura os eventos e actividades Dificuldades que encontra ao procurar por eventos culturais ou atividades públicas? Sem dificuldades Com dificuldades Total Meios Tradicionais Count 4 5 9 % 44,4% 55,6% 100,0% % of Total 1,7% 2,2% 3,9% Social Media Count 17 37 54 % 31,5% 68,5% 100,0% % of Total 7,4% 16,1% 23,5% Meios Tradicionais e Social Media Count 56 111 167 % 33,5% 66,5% 100,0% % of Total 24,3% 48,3% 72,6% Total Count 77 153 230 % 33,5% 66,5% 100,0% % of Total 33,5% 66,5% 100,0% È notório que a grande maioria dos consumidores de eventos não está bem servido com os meios que tem à disposição para a pesquisa de eventos independentemente do meio que utiliza para consultar eventos. Das soluções apresentadas a que é escolhida pela maioria dos respondentes, é uma aplicação ou plataforma para consulta de eventos. Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia Onde consulta ou procura os eventos e actividades Qual ou quais as soluções que achava que melhorariam a sua experiência na procura de actividades culturais, formação ou lazer? Estou bem servido com os meios que utilizo Uma aplicação ou plataforma uma app mobile (aplicação móvel) uma app mobile + plataforma ou aplicação Total Meios Tradicionais Count 2 5 2 0 9 % 22,2% 55,6% 22,2% 0,0% 100,0% % of Total 0,9% 2,2% 0,9% 0,0% 3,9% Social Media Count 14 19 6 15 54 % 25,9% 35,2% 11,1% 27,8% 100,0% % of Total 6,1% 8,3% 2,6% 6,5% 23,5% Meios Tradicionais e Social Media Count 18 80 16 53 167 % 10,8% 47,9% 9,6% 31,7% 100,0% % of Total 7,8% 34,8% 7,0% 23,0% 72,6% Total Count 34 104 24 68 230 % 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0% % of Total 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0%
  • 32. 32 7 Conclusões O Objetivo Geral deste estudo é o de perceber no contexto da pesquisa e consulta de eventos e junto dos consumidores de eventos, qual o contributo do social media, pelo que nos propusemos a testar e procurar responder ao seguinte: Hipótese: O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos. Pela análise dos dados verifica-se que a esmagadora maioria das pessoas utiliza o social media para consultar eventos, sendo utilizado em exclusivo por 24,8% dos respondentes e utilizado em conjunto com os meios tradicionais por 70,8%. Apenas 4,4% dos respondentes utiliza exclusivamente os meios tradicionais para consultar eventos. Podemos assim concluir que esta hipótese foi comprovada. Estes resultados confirmam a tendência que se verifica de abandono dos meios tradicionais de comunicação em detrimento de um novo universo tecnológico onde o social media assume uma importância crescente. O social media é atualmente o principal meio de consulta e pesquisa de eventos e consequentemente de divulgação, corroborando assim as conclusões dos estudos promovidos por João Arantes e Cristiana Vicente. No entanto, conclui-se que os meios tradicionais continuam a ser um espaço importante e que deve merecer a atenção dos agentes económicos, reforçando assim a conclusão do estudo de Cristiana Vicente de que os agentes implicados no campo cultural devem repensar as vias tradicionais de promoção de eventos. Apesar de se ter comprovado que o social media é o principal e maior meio de pesquisa e consulta de eventos, verifica-se que há ainda um enorme potencial de crescimento porque: 1. O inquérito mostra de forma inequívoca que as pessoas, 66,5% dos inquiridos que consomem eventos, sentem muitas dificuldades na pesquisa de eventos. Esta percentagem ainda é maior, 68,5% no caso de quem utiliza exclusivamente o social media/meios digitais para consultar eventos. Mitigando as causas, haverá melhorias no processo de consulta e consequentemente contribuirá para o aumento da utilização do social media.
  • 33. 33 2. Os resultados do inquérito mostram que apenas 25,9% das pessoas que utilizam exclusivamente o social media para consultar eventos considera estar bem servida com os meios que utiliza. Este valor diminui para 14,8% quando avaliado o total das respostas, pelo que este é um indicador importante e que apresentam também um significativo potencial de melhoria relativamente aos meios que são disponibilizados e utilizados para consulta de eventos. 3. São apontados caminhos a seguir para melhorar a experiencia de utilização, conforme se pode extrair das respostas ao inquérito, onde as pessoas que utilizam o social media para consulta de eventos, quer em exclusivo quer conjuntamente com os meios tradicionais, apontam como solução a utilização de uma Aplicação ou Plataforma (43,1%), enquanto 9,6% sugerem a utilização de uma APP Mobile (Aplicação Móvel) e 29,5% uma Aplicação ou Plataforma em conjunto com uma APP Mobile. 8 Limitações e Investigação Futura O estudo apresentado não está isento de limitações, no entanto entende-se que o seu contributo está em consonância com os objetivos propostos para a sua realização. Estudos e investigações futuras podem contribuir para colmatar as limitações verificadas, e que se indicam: a) Poucos estudos no contexto português, o que condiciona o levantamento do estado da arte sobre o tema. b) A amostra utilizada não ser probabilística, o que impede que os resultados sejam generalizados à restante população, pelo que a principal sugestão para investigações futuras é a da realização do questionário a uma amostra representativa da população. c) Outra das limitações está relacionada com a conceção do questionário, pelo que se recomenda a aplicação de escalas sobre respostas dos consumidores e desempenho empresarial já desenvolvidas e aplicáveis para aferir comportamentos. d) O reduzido tempo em que o inquérito esteve disponível para resposta, limitou claramente o número de respostas, pelo que se recomenda a disponibilização para resposta por um período superior permitindo assim um maior número de respostas, o que dá maior consistência à amostra.
  • 34. 34 Por último, ponderando o elevado investimento que atualmente as organizações, principalmente os organizadores e promotores de eventos fazem na sua divulgação, justifica que se continue a investigar e monitorizar o seu real contributo para esse fim, pelo que para investigações futuras sugere-se: a) Ao nível do modelo, aplicar o TAM ou uma das suas adaptações, referido neste estudo, para investigar a aceitação individual das tecnologias da informação no contexto da utilização do social media para consulta e pesquisa de eventos e para avaliar de forma efetiva os constructos inerentes ao modelo, nomeadamente a Facilidade de Uso Percebida, Utilidade percebida e Intenção de Uso de Tecnologia. b) Efetuar um estudo para avaliação na perspetiva dos promotores e organizadores de eventos. c) Outra das linhas de investigação que se sugere é a de se efetuar uma avaliação mais detalhada por tipo de eventos consumidos. 9 Implicações na Gestão Empresarial Conforme se comprovou, verifica-se uma tendência efetiva de crescimento de utilização dos meios digitais, especialmente do social media, pelo que na estratégia de marketing e de comunicação as organizações têm que considerar este como o meio privilegiado. No entanto e apesar do abandono que se verifica dos meios tradicionais de comunicação estes continuam a ser um espaço importante e que deve merecer a atenção dos agentes económicos. Nas conclusões do estudo, constatou-se que quem utiliza o social media para consultar e pesquisar eventos depara-se com dificuldades, pelo que por si só este é um indicador a ser considerado pelas organizações. Na sequência do anteriormente exposto, há também um conjunto de recomendações sugeridas que constituem oportunidades de melhoria e inclusivamente de negócio e que devem ser consideradas m várias áreas que de seguida se identificam 9.1 Promotores e Organizadores de Eventos È claro o impacto que o social media tem atualmente e conforme podemos comprovar no estudo realizado, as pessoas utilizam cada vez mais este meio para consultar os
  • 35. 35 eventos. Do ponto de vista empresarial, este comportamento tem um forte impacto junto dos promotores e organizadores de eventos e que impacta nos seguintes pontos: 9.1.1 Transferência dos meios tradicionais para os meios digitais/social media Apesar de se verificar uma transferência da divulgação de eventos dos meios tradicionais para os meios digitais, os primeiros não devem ser descurados e totalmente descartados, pois ainda há um conjunto significativo de pessoas que consultam estes meios e que em alguns casos é o único meio de consulta de eventos. Como tal o desfaio que se coloca é o de conseguir conjugar ambos os meios de divulgação por forma a aumentar a eficácia. 9.1.2 Utilização atual do social media O social media como meio de divulgação de eventos é utilizado por um número crescente de organizações e entidades, pelo que é importante que a experiencia de pesquisa de eventos por parte dos consumidores de eventos seja a melhor possível, o que de acordo com o estudo realizado não é o que se verifica. Como tal, deverá ser uma preocupação destas entidades contribuir para que sejam procuradas e implementadas soluções que contribuam para melhorar, no âmbito do social media, a consulta e pesquisa de eventos e que eliminem ou minimizem as dificuldades apontadas no estudo realizado: Dificuldade em encontrar na área geográfica coisas que se pretende ver ou fazer Informação e agendas desatualizadas obrigam a pesquisar em vários sítios Informação está dispersa por diversos sítios 9.2 Empresas de Tecnologia De acordo com as dificuldades apontadas e com base nas sugestões indicadas, constata- se que há desafios colocados não só às empresas de promoção e organização de eventos, mas também às empresas de tecnologia, por forma a desenvolver e implementar as soluções apontadas, nomeadamente: Portais ou Plataformas Web de agregação de eventos Agenda ou Mapa com referência geográfica APP Mobile (Aplicação Móvel)
  • 36. 36 Obviamente que com o evoluir da tecnologia algumas das dificuldades vão sendo ultrapassadas, no entanto e dada a premência do tema, há claramente uma oportunidade de negócio efetiva que poderá ser aproveitada pelas empresas de tecnologia, para responder ao desafio que a divulgação e consulta de eventos através do social media representa. 10 Agradecimentos Aos meus pais, por tudo. À Marcia por seres a mulher da minha vida. Aos meus filhos, que consiga ser um exemplo para eles. Ao meu amigo Pedro Rodrigues, pelas conversas, paciência e fundamentais contributos para a realização deste trabalho.
  • 37. 37 11 Referências 11.1 Estudos Anteriores 1. Arantes, J. (2014). A Importância da Comunicação Online na Gestão de Eventos: o Caso do Barcelona Festival of Song, Universidade do Minho, 2014. 2. Lee, W. & Paris, C. M. (2013). Knowledge Sharing and Social Technology Acceptance Model: Promoting Local Events and Festivals Through Facebook. Disponível em http://dx.doi.org/10.3727/108354213X13736372326118 3. Rebelo, M. & Alturas, B. (2011). Social Networking as a Marketing Tool: Study of Participation in Cultural Events Promoted by Facebook. Academy of Marketing Annual Conference 5th-7th July 2011. 4. Silva, M. P. P, (2013). Plataforma para divulgação de eventos/ Marco Paulo Pereira da Silva; - Viseu: Instituto Superior Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu. Departamento de Informática, 2013. Disponível em http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/2008/1/Tese_CD.pdf 5. Vicente, C. B. (2012). Redes sociais online e consumos culturais : facebook, um estudo de caso. Lisboa: ISCTE-IUL, 2012. Dissertação de mestrado. Acedido Setembro 8, 2014. Disponível em :http://hdl.handle.net/10071/5158. 11.2 Bibliografia 1. Bento, A.C.F. & Pires, P. J. & Hernandez, J. M. C. (2007), Modelo Technology Acceptance Model - TAM Aplicado aos Automated Teller Machines - ATM'SRAI - Revista de Administração e Inovação 2007, 4. Acedido Outubro 27, 2014. Disponível em :<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=97317205004> ISSN 1809- 2039. 2. Cardoso, D. (2011). As Redes Sociais Como Ferramentas de Divulgação de Eventos. Fasci-Tech – Periódico Eletrônico da FATEC, São Caetano do Sul, v.1, n.5, Out/Dez 2011, p. 30 a 40. Acedido Julho 8, 2014. Disponível http://www.fatecsaocaetano.edu.br/fascitech/index.php/fascitech/article/view/45. 3. Duarte, J. (2009).“Organização e Gestão de Eventos – Métodos e Técnicas e a sua Aplicação na Actividade das Empresas de Eventos – Estudo de Caso: Dice Eventos”. Monografia de Licenciatura em Ciências da Comunicação, Porto, Universidade Fernando Pessoa.
  • 38. 38 4. Facebook (2014). Newsroom, Company Info. Acedido Novembro 17, 2014. Disponível em http://newsroom.fb.com/company-info ) 5. Ferreira, B. (2013). A Influência das mídias sociais na divulgação de um evento, Um estudo de Caso sobre o evento Experiencie. Universidade Federal Rio Grande Do Sul. 6. Gefen, D. (2003). Tam or just plain habit: a look at experienced online shoppers. Journal of End User Computing, Hershey, v. 15, n. 3, p. 1-13, Jul/Sept. 2003. 7. Kaplan, A. & Haenlein, M. (2010). “Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media”. Business Horizons Vol. 53, Nº 1, pp. 59–68. 8. Mangold, W. & Faulds, D. (2009). “Social Media: The new hybrid element of the promotion mix”, Business Horizons.” Vol. 52, Nº 4, pp. 357- 365. 9. Obercom (2014). A Internet em Portugal Sociedade em Rede 2014. Acedido Setembro 2, 2014. Disponível em http://www.obercom.pt/client/?newsId=548&file Name=internet_portugal_2014.pdf 10. Thomson, K. & Purcell, K. & Rainie, L. (2013). Arts Organizations and Digital Technologies. Acedido Junho 4, 2014 em http://www.pewinternet.org/2013/01/04/ section-4-social-media-use/ 11. Trusov, M. & Bucklin, R. & Pauwels, K. (2009). “Effects of word-of-mouth versus traditional marketing: Finding from an Internet social networking website”, Journal of Marketing, Vol. 73, Nº 5, pp. 90-102. 12. Valenzuela, S., Park, N., & Kee, K. F. (2008). Lessons from Facebook: The Effect of Social Network Sites on College Students’ Social Capital. 9th International Symposium on Online Journalism, 2008 13. Venkatesh, V. & Davis, F. D. (1996). A model of the antecedents of perceived ease of use: Development and test. Decision Sciences, Vol. 27, pp. 451–481. 14. Venkatesh, V., e Davis, F. D. (2000). A theoretical extension of the Technology Acceptance Model: Four longitudinal field studies. Management Science, Vol. 46, pp. 186. 15. Zammit, K. B. (2012). Examining the use of social media among for-h Alumni in Louisiana. Submitted to the Graduate Faculty of the Louisiana State University and Agricultural and Mechanical College in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science. Disponível em http://etd.lsu.edu/docs/available/etd- 04242012-142932/unrestricted/ZammitThesis.pdf
  • 39. 39 12 Anexos 12.1 Questionário
  • 40. 40
  • 41. 41
  • 42. 42 12.2 Mensagem enviada por Linkedin 12.3 Mensagem enviada por email From: Jose Pedro dos Santos Cabral Ribeiro Sent: sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 17:41 Subject: Inquerito Mestrado Caros, No âmbito do Mestrado que estou a realizar, solicito a vossa ajuda para o preenchimento deste inquérito que demora 2 minutos. Se quiserem podem partilhar. https://docs.google.com/forms/d/1E1mEjQ-sa0uXhP9i- r5iBI5UuVi1EzsPYJBwfDd9BAs/viewform?usp=send_form Obrigado pela vossa ajuda. Pedro Cabral Ribeiro
  • 43. 43 12.4 Post no Facebook