SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Modelo Conceitual
Michel Alves dos Santos ∗
Outubro de 2011
1 Modelo Conceitual
Modelo Conceitual é um tipo de modelo que
foca suas atenções na representação dos concei-
tos e características observados no ambiente, ig-
norando particularidades de implementação ou
construção de um artefato. No início do projeto
de um artefato interativo é difícil explicar e dis-
cutir com outros projetistas como vai se dar a
interação, pois a interação acontece no espaço-
tempo. As relações entre as formas do arte-
fato (espaço) e as sequências de transformações
(tempo) podem estar claras na mente, mas no
momento de apresentar ou assimilar uma idéia,
a tradução da idéia pode torna-se extremamente
complexa, o que podemos traduzir como o efeito
das ações sobre o artefato.
Um bom modelo conceitual permite prever o
efeito de ações tomadas presentemente e futu-
ramente relacionando suas consequências. Sem
um bom modelo conceitual opera-se sob co-
mando cego. Efetuam-se operações receitadas,
sem saber que efeitos esperar ou, o que fazer
se as ações tomadas não produzirem resultado.
Conforme as coisas vão dando certo, aprende-se
a operar. Agora, quando as ações são improdu-
tivas ou quando nos deparamos com situações
novas necessita-se de um maior entendimento,
de um bom modelo.
Consideremos o exemplo de uma tesoura.
Mesmo que nunca tenhamos visto uma anterior-
mente, é claro o seu limitado número de funções
possíveis. Os buracos deixam evidente que algo
deve ser colocado neles, e a única coisa lógica
de se colocar e que pode encaixar são os dedos.
Os buracos têm affordances1
, que possibilitam
∗Bacharelando em Ciência da Computação, Univer-
sidade Federal do Estado de Alagoas (UFAL). E-mail:
michel.mas@gmail.com. Disciplina: Interação Homem-
Computador. Docente Responsável: Fábio Paraguaçu.
1Affordance é a qualidade de um objeto, ou de um
ambiente, que permite que um indivíduo realize uma
ação. O termo é utilizado em vários campos, como
em psicologia de percepção, psicologia cognitiva, psico-
logia de ambiente, design industrial, interação homem-
que os dedos sejam inseridos. O tamanho dos
buracos fornece restrições que limitam quais de-
dos podem ser usados: o buraco maior sugere
diversos dedos e o menor apenas um. O mapea-
mento entre os buracos e os dedos é então suge-
rido e restringido pelos buracos. Entretanto, a
operação não é limitada à colocação dos dedos
corretos. A tesoura irá funcionar com qualquer
dedo. Consegue-se entender a tesoura e seu fun-
cionamento porque suas partes são visíveis e as
implicações claras. O modelo conceitual é por-
tanto claro, e até óbvio, existindo um efetivo uso
de affordances.
Um contra exemplo, é o de um relógio di-
gital simples, com dois ou até quatro botões
no mostrador. Para que servem esses botões?
Como descobrir se são de puxar e empurrar e
não girar? Como acertar a hora, a data? Não
existe um relacionamento evidente entre os con-
troles e suas funcionalidades, nenhum mapea-
mento claro e aparente.
O modelo conceitual do artefato não precisa
necessariamente ser igual ao modelo mental do
usuário. Na verdade, isso é impossível de acon-
tecer, pois cada pessoa interpreta o mundo de
forma diferente e o artefato é sempre o mesmo.
Para objetos do dia a dia, modelos conceituais
podem ser bastante simples, mas quando consi-
deramos a complexidade de sistemas computa-
cionais, a relevância de um bom modelo é mais
que óbvia e necessária.
Figura 1: Exemplo de Modelo Conceitual: Arqui-
tetura von Neumann.
computador, design de interação e inteligência artificial.
De forma mais intuitiva, affordance pode ser entendida
como: quanto potencial a forma de um objeto possui
para que ele seja manipulado da maneira que fora pen-
sado para funcionar. Por exemplo, uma maçaneta re-
donda de porta convida o usuário a girá-la.
1

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Modelo Conceitual: Entendendo Funcionamento de Artefatos

Sketchbook digital
Sketchbook digitalSketchbook digital
Sketchbook digitalLayanna Lobo
 
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdf
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdfdesigner grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdf
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdfJulioCesar371362
 
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluir
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluirTecnologias educacionais, para quem precisa se incluir
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluirElis Zampieri
 
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...Luciano Lobato
 
Design para o Comportamento
Design para o ComportamentoDesign para o Comportamento
Design para o ComportamentoCogIgnition
 
Organização da vida cotidiana
Organização  da vida cotidianaOrganização  da vida cotidiana
Organização da vida cotidianaBruno Canato
 
Aprendizagem Supervisionada e não Supervisionada
Aprendizagem Supervisionada e não SupervisionadaAprendizagem Supervisionada e não Supervisionada
Aprendizagem Supervisionada e não SupervisionadaNunes Fernando
 
4 - O designer para a inovação.ppt
4 - O designer para a inovação.ppt4 - O designer para a inovação.ppt
4 - O designer para a inovação.pptDanieleMudrey1
 
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptx
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptxAPRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptx
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptxKaikeFonseca
 
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02Rafael Burity
 
A Gerência do Pensamento
A Gerência do PensamentoA Gerência do Pensamento
A Gerência do PensamentoAbraao Dahis
 
A Gerencia do Pensamento
A Gerencia do PensamentoA Gerencia do Pensamento
A Gerencia do Pensamentoguest576a1e
 
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...ednilson73
 
Design para um mundo complexo
Design para um mundo complexoDesign para um mundo complexo
Design para um mundo complexoDiogo Ferreira
 
ErgoDesign e Arquitetura da Informação - Parte A
ErgoDesign e Arquitetura da  Informação - Parte AErgoDesign e Arquitetura da  Informação - Parte A
ErgoDesign e Arquitetura da Informação - Parte AFabiano Damiati
 
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINA
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINAIHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINA
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINADiego BBahia
 
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitivaJosimar Lima
 

Semelhante a Modelo Conceitual: Entendendo Funcionamento de Artefatos (20)

Sketchbook digital
Sketchbook digitalSketchbook digital
Sketchbook digital
 
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdf
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdfdesigner grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdf
designer grafico Aula 05 - Heurísticas de Nielsen.pdf
 
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluir
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluirTecnologias educacionais, para quem precisa se incluir
Tecnologias educacionais, para quem precisa se incluir
 
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...
Design para o Comportamento - uma alternativa ao Design da Experiência do Usu...
 
Design para o Comportamento
Design para o ComportamentoDesign para o Comportamento
Design para o Comportamento
 
Organização da vida cotidiana
Organização  da vida cotidianaOrganização  da vida cotidiana
Organização da vida cotidiana
 
Aprendizagem Supervisionada e não Supervisionada
Aprendizagem Supervisionada e não SupervisionadaAprendizagem Supervisionada e não Supervisionada
Aprendizagem Supervisionada e não Supervisionada
 
4 - O designer para a inovação.ppt
4 - O designer para a inovação.ppt4 - O designer para a inovação.ppt
4 - O designer para a inovação.ppt
 
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptx
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptxAPRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptx
APRESENTAÇÃO - TEMA 4 - IHC .pptx
 
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02
Heurísticas e vieses: Como utilizar em seus projetos? - UX Café 02
 
A Gerência do Pensamento
A Gerência do PensamentoA Gerência do Pensamento
A Gerência do Pensamento
 
A Gerencia do Pensamento
A Gerencia do PensamentoA Gerencia do Pensamento
A Gerencia do Pensamento
 
IHM - Modelos Mentais
IHM - Modelos MentaisIHM - Modelos Mentais
IHM - Modelos Mentais
 
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...
Modelagem no ensino de ciências, reduzir na complexidade ou ser complexo na r...
 
Aula5 ihm
Aula5 ihmAula5 ihm
Aula5 ihm
 
Design para um mundo complexo
Design para um mundo complexoDesign para um mundo complexo
Design para um mundo complexo
 
ErgoDesign e Arquitetura da Informação - Parte A
ErgoDesign e Arquitetura da  Informação - Parte AErgoDesign e Arquitetura da  Informação - Parte A
ErgoDesign e Arquitetura da Informação - Parte A
 
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINA
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINAIHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINA
IHM x IHM – INTERFACE x INTERAçÃO HOMEM-MÁQUINA
 
PENSANDO POR DIAGRAMAS
PENSANDO POR DIAGRAMASPENSANDO POR DIAGRAMAS
PENSANDO POR DIAGRAMAS
 
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva
88194121 puc-ihc-aula11-teorias-de-ihc-eng-cognitiva
 

Mais de Michel Alves

Texture Synthesis: An Approach Based on GPU Use
Texture Synthesis: An Approach Based on GPU UseTexture Synthesis: An Approach Based on GPU Use
Texture Synthesis: An Approach Based on GPU UseMichel Alves
 
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color Palettes
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color PalettesIntelligent Transfer of Thematic Harmonic Color Palettes
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color PalettesMichel Alves
 
A Framework for Harmonic Color Measures
A Framework for Harmonic Color MeasuresA Framework for Harmonic Color Measures
A Framework for Harmonic Color MeasuresMichel Alves
 
Effectiveness of Image Quality Assessment Indexes
Effectiveness of Image Quality Assessment IndexesEffectiveness of Image Quality Assessment Indexes
Effectiveness of Image Quality Assessment IndexesMichel Alves
 
Introduction to Kernel Functions
Introduction to Kernel FunctionsIntroduction to Kernel Functions
Introduction to Kernel FunctionsMichel Alves
 
About Perception and Hue Histograms in HSV Space
About Perception and Hue Histograms in HSV SpaceAbout Perception and Hue Histograms in HSV Space
About Perception and Hue Histograms in HSV SpaceMichel Alves
 
Color Harmonization - Results
Color Harmonization - ResultsColor Harmonization - Results
Color Harmonization - ResultsMichel Alves
 
Wave Simulation Using Perlin Noise
Wave Simulation Using Perlin NoiseWave Simulation Using Perlin Noise
Wave Simulation Using Perlin NoiseMichel Alves
 
Similarity Maps Using SSIM Index
Similarity Maps Using SSIM IndexSimilarity Maps Using SSIM Index
Similarity Maps Using SSIM IndexMichel Alves
 
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color Harmonization
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color HarmonizationQualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color Harmonization
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color HarmonizationMichel Alves
 
TMS - Schedule of Presentations and Reports
TMS - Schedule of Presentations and ReportsTMS - Schedule of Presentations and Reports
TMS - Schedule of Presentations and ReportsMichel Alves
 
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJ
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJMonth Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJ
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJMichel Alves
 
Color Palettes in R
Color Palettes in RColor Palettes in R
Color Palettes in RMichel Alves
 
Hue Wheel Prototype
Hue Wheel PrototypeHue Wheel Prototype
Hue Wheel PrototypeMichel Alves
 
Triangle Mesh Plot
Triangle Mesh PlotTriangle Mesh Plot
Triangle Mesh PlotMichel Alves
 
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video Slides
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video SlidesCapacity-Constrained Point Distributions :: Video Slides
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video SlidesMichel Alves
 
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function Catalog
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function CatalogCapacity-Constrained Point Distributions :: Density Function Catalog
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function CatalogMichel Alves
 

Mais de Michel Alves (20)

Texture Synthesis: An Approach Based on GPU Use
Texture Synthesis: An Approach Based on GPU UseTexture Synthesis: An Approach Based on GPU Use
Texture Synthesis: An Approach Based on GPU Use
 
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color Palettes
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color PalettesIntelligent Transfer of Thematic Harmonic Color Palettes
Intelligent Transfer of Thematic Harmonic Color Palettes
 
A Framework for Harmonic Color Measures
A Framework for Harmonic Color MeasuresA Framework for Harmonic Color Measures
A Framework for Harmonic Color Measures
 
Effectiveness of Image Quality Assessment Indexes
Effectiveness of Image Quality Assessment IndexesEffectiveness of Image Quality Assessment Indexes
Effectiveness of Image Quality Assessment Indexes
 
Introduction to Kernel Functions
Introduction to Kernel FunctionsIntroduction to Kernel Functions
Introduction to Kernel Functions
 
About Perception and Hue Histograms in HSV Space
About Perception and Hue Histograms in HSV SpaceAbout Perception and Hue Histograms in HSV Space
About Perception and Hue Histograms in HSV Space
 
Color Harmonization - Results
Color Harmonization - ResultsColor Harmonization - Results
Color Harmonization - Results
 
Wave Simulation Using Perlin Noise
Wave Simulation Using Perlin NoiseWave Simulation Using Perlin Noise
Wave Simulation Using Perlin Noise
 
Similarity Maps Using SSIM Index
Similarity Maps Using SSIM IndexSimilarity Maps Using SSIM Index
Similarity Maps Using SSIM Index
 
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color Harmonization
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color HarmonizationQualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color Harmonization
Qualifying Exam - Image-Based Reconstruction With Color Harmonization
 
TMS - Schedule of Presentations and Reports
TMS - Schedule of Presentations and ReportsTMS - Schedule of Presentations and Reports
TMS - Schedule of Presentations and Reports
 
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJ
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJMonth Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJ
Month Presentations Schedule - March/2015 - LCG/UFRJ
 
Color Palettes in R
Color Palettes in RColor Palettes in R
Color Palettes in R
 
Sigmoid Curve Erf
Sigmoid Curve ErfSigmoid Curve Erf
Sigmoid Curve Erf
 
Hue Wheel Prototype
Hue Wheel PrototypeHue Wheel Prototype
Hue Wheel Prototype
 
Cosine Curve
Cosine CurveCosine Curve
Cosine Curve
 
Triangle Mesh Plot
Triangle Mesh PlotTriangle Mesh Plot
Triangle Mesh Plot
 
Triangle Plot
Triangle PlotTriangle Plot
Triangle Plot
 
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video Slides
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video SlidesCapacity-Constrained Point Distributions :: Video Slides
Capacity-Constrained Point Distributions :: Video Slides
 
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function Catalog
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function CatalogCapacity-Constrained Point Distributions :: Density Function Catalog
Capacity-Constrained Point Distributions :: Density Function Catalog
 

Último

RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 

Último (20)

RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 

Modelo Conceitual: Entendendo Funcionamento de Artefatos

  • 1. Modelo Conceitual Michel Alves dos Santos ∗ Outubro de 2011 1 Modelo Conceitual Modelo Conceitual é um tipo de modelo que foca suas atenções na representação dos concei- tos e características observados no ambiente, ig- norando particularidades de implementação ou construção de um artefato. No início do projeto de um artefato interativo é difícil explicar e dis- cutir com outros projetistas como vai se dar a interação, pois a interação acontece no espaço- tempo. As relações entre as formas do arte- fato (espaço) e as sequências de transformações (tempo) podem estar claras na mente, mas no momento de apresentar ou assimilar uma idéia, a tradução da idéia pode torna-se extremamente complexa, o que podemos traduzir como o efeito das ações sobre o artefato. Um bom modelo conceitual permite prever o efeito de ações tomadas presentemente e futu- ramente relacionando suas consequências. Sem um bom modelo conceitual opera-se sob co- mando cego. Efetuam-se operações receitadas, sem saber que efeitos esperar ou, o que fazer se as ações tomadas não produzirem resultado. Conforme as coisas vão dando certo, aprende-se a operar. Agora, quando as ações são improdu- tivas ou quando nos deparamos com situações novas necessita-se de um maior entendimento, de um bom modelo. Consideremos o exemplo de uma tesoura. Mesmo que nunca tenhamos visto uma anterior- mente, é claro o seu limitado número de funções possíveis. Os buracos deixam evidente que algo deve ser colocado neles, e a única coisa lógica de se colocar e que pode encaixar são os dedos. Os buracos têm affordances1 , que possibilitam ∗Bacharelando em Ciência da Computação, Univer- sidade Federal do Estado de Alagoas (UFAL). E-mail: michel.mas@gmail.com. Disciplina: Interação Homem- Computador. Docente Responsável: Fábio Paraguaçu. 1Affordance é a qualidade de um objeto, ou de um ambiente, que permite que um indivíduo realize uma ação. O termo é utilizado em vários campos, como em psicologia de percepção, psicologia cognitiva, psico- logia de ambiente, design industrial, interação homem- que os dedos sejam inseridos. O tamanho dos buracos fornece restrições que limitam quais de- dos podem ser usados: o buraco maior sugere diversos dedos e o menor apenas um. O mapea- mento entre os buracos e os dedos é então suge- rido e restringido pelos buracos. Entretanto, a operação não é limitada à colocação dos dedos corretos. A tesoura irá funcionar com qualquer dedo. Consegue-se entender a tesoura e seu fun- cionamento porque suas partes são visíveis e as implicações claras. O modelo conceitual é por- tanto claro, e até óbvio, existindo um efetivo uso de affordances. Um contra exemplo, é o de um relógio di- gital simples, com dois ou até quatro botões no mostrador. Para que servem esses botões? Como descobrir se são de puxar e empurrar e não girar? Como acertar a hora, a data? Não existe um relacionamento evidente entre os con- troles e suas funcionalidades, nenhum mapea- mento claro e aparente. O modelo conceitual do artefato não precisa necessariamente ser igual ao modelo mental do usuário. Na verdade, isso é impossível de acon- tecer, pois cada pessoa interpreta o mundo de forma diferente e o artefato é sempre o mesmo. Para objetos do dia a dia, modelos conceituais podem ser bastante simples, mas quando consi- deramos a complexidade de sistemas computa- cionais, a relevância de um bom modelo é mais que óbvia e necessária. Figura 1: Exemplo de Modelo Conceitual: Arqui- tetura von Neumann. computador, design de interação e inteligência artificial. De forma mais intuitiva, affordance pode ser entendida como: quanto potencial a forma de um objeto possui para que ele seja manipulado da maneira que fora pen- sado para funcionar. Por exemplo, uma maçaneta re- donda de porta convida o usuário a girá-la. 1