1) O texto descreve uma questão sobre uma peleja poética entre dois personagens que trocam versos sobre errar na fala.
2) A tirinha mostra personagens usando gírias e o texto afirma que isso revela o afastamento da norma padrão da língua.
3) O trecho literário descreve um período no passado em que havia confusão sobre nomes e conceitos, e o texto analisa aspectos linguísticos do trecho.
1. ENSINO MÉDIO – NAP III
ESTUDANTE: ____________________________________________________________________
ANO: __TURMA: ______ TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012 TRIMESTRE: SEGUNDO
COMPONENTE CURRICULAR: GRAMÁTICA EDUCADOR: ANA CECÍLIA VALOR (pontos):2,0
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QUESTÃO 1
Leia a peleja de Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú sobre “Esse negócio de errar”
Lourival Batista, falando sobre plantas, usou o termo “carola” em vez de “corola”. Pinto bateu forte.
1
Um rapaz que teve escola
2
E ainda canta errado
3
Fala em flor e diz “carola”
4
Muito tem se confessado
5
Parte de flor é “corola”
6
Precisa tomar “coidado”
O cochilo de linguagem de Pinto, falando “coidado”, em vez de “cuidado”, deu a Lourival a oportunidade de poder “vingar-se” do colega. E
fulminou.
7
Pra não ter um só errado
8
Errei eu, erraste tu,
9
Errou Pinto do Monteiro
10
E Louro do Pajeú
11
Nesta palavra “coidado”
12
Tire o “o” e bote o “u”
(UEPB/2011)
Do texto, pode-se considerar:
I. Ambiguidade, tendo em vista o uso de duplo sentido das palavras “carola” e “corola”.
II. Que no verso cinco as palavras “corola” e “flor” são consideradas cognatas.
III. Paralelismo sintático, no verso oito, em razão da reiteração das estruturas lexicais em ritmo cadenciado.
IV. Que nos versos onze e doze, não se leva em conta o fenômeno da variação linguística e suas implicações no uso da língua.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
a) II, III e IV apenas
b) I, II e III
c) III e IV apenas
d) III apenas
e) IV apenas
QUESTÃO 2
Analise a tirinha.
(FGV /2011)
Tendo-se em 1Um rapaz que teve escola
e o apelo a expressões como sarado (primeiro quadrinho), ficar na nossa, pro nosso lado rola
(segundo quadrinho) e vai mina (quarto quadrinho), afirma-se:
I. O texto segue as regras gramaticais com esmero, observando com rigor a norma-
padrão da língua.
II. O texto aproveita elementos típicos da gíria, afastando-se do uso estrito da norma-
padrão da língua.
III. A adoção de elementos típicos da gíria, no texto, revela um grande preconceito
linguístico do autor.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) II e III.
e) III.
2. QUESTÃO 3
Leia o texto a seguir.
1
Ainda era confuso o estado das coisas do mundo, no tempo remoto em que esta história se passa. Não era raro defrontar-se com nomes,
pensamentos, formas e instituições a que não correspondia nada de existente. 5E, por outro lado, o mundo pululava de objetos e faculdades e
pessoas que não possuíam nome nem distinção do restante. Era uma época em que a vontade e a obstinação de existir, de deixar marcas, de
provocar atrito com tudo aquilo que existe não era inteiramente 10usada, dado que muitos não faziam nada com isso — por miséria ou ignorância
ou porque tudo dava certo para eles do mesmo jeito — e assim uma certa quantidade andava perdida no vazio.
CALVINO, Ítalo. O cavaleiro inexistente. Disponível em: <http://paulofer
nandomonteiroferraz.blogspot.com/2009/11/ainda-era-confuso-oestado-
das-coisas.html>. Acesso em: 3 dez. 2010.
(UEFS BA/2011)
Quanto aos aspectos linguísticos que compõem o texto e seus efeitos de sentido, é correto o que se afirma em
a) Em “Ainda era confuso o estado das coisas do mundo” (ref. 1) sugere um processo que se iniciou no passado e perdura historicamente no
presente.
b) “no tempo remoto em que esta história se passa.” (ref. 1) apresenta uma restrição de tempo e lugar para o narrado.
c) “Não era raro defrontar-se com nomes, pensamentos, formas e instituições” (ref. 1) evidencia uma ação esporádica.
d) “E, por outro lado, o mundo pululava de objetos e faculdades e pessoas” (ref. 5) traz uma contradição quanto à informação anterior.
e) “dado que muitos não faziam nada com isso” (ref. 10) evidencia uma consequência de uma ação descrita anteriormente.
QUESTÃO 4
1
O mulato Praxedes se encheu daquela safadeza toda e resolveu se levantar e, de mão na cintura, soltou seu verbo:
– Sabe o que mais seu dotô? Eu vou mais é m’imbora. Deixa esse diabo morrê de uma vez. Então eu, um trabalhadô às direita, pai de
família, cambriuzano de nascimento e 5de coração, fico dês das 6 damanhã im jejum pra sarvá uma merda dessas e ela ainda me chama de
sifilítico? Sifilítico [...]. Me descurpe da má palavra, eu que não entendo nada de alemão, sou capaz de jurar que foi isso aí que o senhor disse
dejahoje pra ela. Eu lhe peço, seu dotô, deixa esse diabo morrê de uma veiz. Ela não tá xingando só a mim não. Ela tá xingando é a minha raça
inteira. É o brasileiro. E xingou a minha raça, xinga a minha mãe! 10Quinta coluna dos infernos! Ela que vá pros quinto.
O Dr. Büchmann, vermelho como um pimentão, os dentes cerrados, a boca aberta, agarrou o mulato, deu um safanão, jogou-o na cama e
disse com todas as suas forças e todos os seus erres: “Fai a merrrdaaa!” E isso com os dentes serrilhando. O Praxedes, de mulato que era, passou a
meio desbotado e eu cheguei a pensar que o camarada fosse 15desmaiar.
LAUS, Lausimar. O guarda-roupa alemão. Rio de Janeiro, Pallas S.A., 1975, p. 153.
(UDESC SC/2011)
Considerando o texto, a obra O guarda-roupa alemão e as variações linguísticas, assinale a alternativa incorreta.
a) O padrão coloquial de linguagem, no excerto, é utilizado para registrar a fala do personagem, pois a fala é um elemento de caracterização
e verossimilhança na narrativa.
b) Os elementos que marcam a linguagem coloquial, no excerto, constituem um recurso utilizado pelo autor para caracterizar o personagem
e confirmar o processo comunicativo. Os níveis de linguagem decorrentes das diferenças sociais ocorrem apenas na ficção.
c) Pela fala do personagem Praxedes, pode-se inferir que, embora seja ele uma pessoa simples, sabe defender sua opinião.
d) Embora a obra tenha como temática central a colonização alemã em SC, ela ainda faz uma abordagem à miscigenação entre os
personagens.
e) A língua falada em “seu dotô” (ref. 1), “dês das” (ref. 5) e “Me descurpe da má palavra” (ref. 5) pode ser considerada “errada” se
comparada à norma culta; no entanto a linguística a considera “correta”, uma vez que representa a fala espontânea de alguns grupos sociais.
QUESTÃO 5
Leia o trecho da letra da música de Sandra Peres e Luiz Tatit.
Gramática E se temos verbo
Com objeto
O substantivo É bem mais direto
É o substituto
Do conteúdo No entanto falta
Ter um sujeito
O adjetivo Pra ter afeto
É a nossa impressão
Sobre quase tudo Mas se é um sujeito
Que se sujeita
(...) Ainda é objeto
(www.vagalume.com.br)
(UFTM MG/2011)
No processo da produção textual, os autores recorreram
a) à objetividade presente na gramática da língua, priorizando o sentido próprio das palavras.
b) aos aspectos normativos da língua, mostrando-a como uma forma de se comunicar sem interferência da subjetividade.
c) ao aspecto polissêmico das palavras, em um jogo de significação em que a linguagem explora a própria linguagem.
d) à ideia do senso comum de que gramática é difícil de ser entendida, portanto só resta brincar com a sua descrição.
e) aos termos menos usuais da gramática da língua, reforçando a ideia de que é possível e necessário aprender o português.