3. COMPETÊNCIA LEITORA
O BOM LEITOR
É capaz de relacionar as intenções
comunicativas a partir das
experiências de leitura que possui.
Tem pensamento
crítico construído
através da leitura.
Ler vários tipos de textos e
consegue identificar as
palavras-chave que dão
sentido ao texto.
5. OUSADIA
O que é ousadia?
Sobre o que o texto vai falar?
O que é uma pessoa ousada para
você?
6. A moça ia no ônibus muito contente desta
vida, mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:
- A sua passagem já está paga, disse o
motorista.
- Paga por quem?
- Esse cavalheiro aí.
Quem ia no ônibus?
O que aconteceu quando ela foi descer?
Quem pagou a passagem para a moça?
Quem era o cavalheiro?
7. E apontou um mulato bem vestido que acabara
de deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto
à calçada.
- É algum engano, não conheço esse homem.
Faça o favor de receber.
- Mas já está paga...
- Faça o favor de receber! – insistiu ela,
estendendo o dinheiro e falando bem alto para que o
homem ouvisse: - Já disse que não conheço! Sujeito
atrevido, ainda fica ali me esperando, o senhor não
está vendo? Por favor, faço questão que o senhor
receba minha passagem.
8. Quem pagou a passagem?
A moça gostou ou não? Por quê?
Por que a moça acha que o mulato é
um sujeito “atrevido”?
Por que ele pagou a passagem para ela?
O motorista irá aceitar o dinheiro da moça?
9. O motorista ergueu os ombros e
acabou recebendo: melhor para ele,
ganhava duas vezes.
A moça saltou do ônibus e passou
fuzilando de indignação pelo homem.
Foi seguindo pela rua sem olhar para
ele.
Se olhasse, veria que ele a seguia,
meio ressabiado, a alguns passos.
10. O motorista aceitou o dinheiro da moça? Por quê?
Como foi que a moça saltou do ônibus?
O moço a seguia? De que forma?
O que é “fuzilando de indignação”?
Por que ela foi seguindo sem olhar para ele?
Para que o moço a seguia?
O motorista fez bem em aceitar o dinheiro da moça?
Por quê?
11. Somente quando dobrou à direita para
entrar no edifício onde morava, arriscou uma
espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento,
que era no térreo, pôs-se a bater aflita:
- Abre! Abre aí!
Para onde foi a moça?
O mulato continuava seguindo-a?
Ela vai entrar em seu apartamento? Onde fica o
apartamento?
Quem abrirá a porta?
12. A empregada veio abrir e ela irrompeu pela
sala, contando aos pais atônitos, em termos
confusos, a sua aventura.
- Descarado, como é que tem coragem?
Me seguiu até aqui!
De súbito, ao voltar-se, viu pela porta
aberta que o homem ainda estava lá fora, no
saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou
enfrentá-lo
- Olha ele ali! É ele, venha ver! Ainda está
ali, o sem-vergonha. Mas que ousadia!
13. Quem abriu a porta?
Como a moça entrou em casa?
A quem ela contou o acontecimento?
Por que o moço a seguiu?
Por que ela o chamou de “sem-vergonha”?
O que os pais vão fazer?
O que o rapaz fez para ser chamado de sem- vergonha? O
que é uma pessoa sem-vergonha?
14. Todos se precipitaram para a porta. A empregada
levou as mãos à cabeça.
__Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo.
__Marcelo? Que Marcelo? __ a moça se voltou
surpreendida.
__ Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi
quem pintou o apartamento.
A moça só faltou morrer de vergonha:
É mesmo, é o Marcelo! Como é que não reconheci!
Você me desculpe, Marcelo, por favor.
No saguão, Marcelo torcia as mãos encabulado:
- A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia...
(Fernando Sabino)
15. Marcelo a desculpou?
Qual o sentido da palavra “ousadia” nesse contexto?
Por que a moça não reconheceu Marcelo?
Que outro título ficaria bem nesse texto?
Marcelo deveria ou não ter pago a passagem dela?
Por quê?
17. Ousado é um adjetivo da língua portuguesa e usado para
caracterizar alguém que tem ousadia, que possui
inovação ou que é corajoso, valente.
A ousadia - o ato de ousar - pode ter uma conotação
pejorativa, quando usada para indicar alguém insolente,
que não tem respeito ou educação com outras pessoas.
A falta de pudor também pode estar relacionada com a
ousadia. Ser ousado é fazer ou dizer algo que a maioria
das pessoas não teriam coragem.
18. A PARTIR DO TEXTO
• "assimilar", "captar", "perceber",
"entender ou interiorizar através da
inteligência, do raciocínio"
APREENDER
• analisar o que realmente está
escrito. É o mesmo que coletar
dados do texto.
compreender
• É o que se infere (se conclui) do
que está escrito.
INTERPRETAR
19. Enunciados que pedem compreensão
de texto
Segundo o texto, está correta...
De acordo com o texto, está incorreta...
Tendo em vista o texto, é incorreto...
O autor sugere ainda...
De acordo com o texto, é certo...
O autor afirma que...
Na opinião do autor do texto...
20. Enunciados que pedem interpretação
de texto
O texto possibilita o entendimento de que...
Com apoio no texto, infere-se que...
O texto encaminha o leitor para...
Pretende o texto mostrar que o leitor...
O texto possibilita deduzir-se que...
21. Pressupostos e Subentendidos
Informações
implícitas
Pressupostos: Não estão escritos na
frase, mas podem ser entendidos por
causa de uma palavra ou expressão
contida na sentença.
Subentendidos: Sempre envolve um
julgamento, um juízo de valor, e por vezes leva à
distorção da verdade.
22. Pressupostos são conteúdos implícitos que
decorrem de uma palavra ou expressão presente
no ato de fala produzido. O pressuposto é
indiscutível tanto para o falante quanto para o
ouvinte, pois decorre, necessariamente, de um
marcador linguístico, diferentemente de outros
implícitos (os subentendidos), que dependem do
contexto, da situação de comunicação.
(Adaptado de FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In:
Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37.)
Atenção!
23. OBSERVE:
Eu passei o dia inteiro na escola, mas foi bom.
Informações explícitas: 1- Eu passei o dia na escola.
2- Esse tempo na escola foi bom.
Informação pressuposta: A palavra MAS mostra que geralmente
o tempo na escola não é tão bom assim.
Sávio parou de beber.
--------------------------------------------------------------------------
Embora tenha chovido, esse fim de semana foi muito agradável.
-----------------------------------------------------------------------------------------
Os funcionários ainda não receberam o salário deste mês.
-------------------------------------------------------------------------------------------
Encontre os pressupostos:
24. OBSERVE:
Eu passei o dia inteiro na escola, mas foi bom.
Informações explícitas: 1- Eu passei o dia na escola.
2- Esse tempo na escola foi bom.
Informação pressuposta: A palavra MAS mostra que geralmente
o tempo na escola não é tão bom assim.
Sávio parou de beber.
Sávio bebia antes.
Embora tenha chovido, esse fim de semana foi muito agradável.
Quando chove, o dia não é agradável.
Os funcionários ainda não receberam o salário deste mês.
Os funcionários já deveriam ter recebido
Encontre os pressupostos:
25. “Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer”
(Lulu Santos)
Os subentendidos são ideias INSINUADAS no texto. Elas
não estão escritas, precisamos entender o contexto, ou
seja, o tão famoso “ler nas entrelinhas”.
VEJA!
26. - Mário, o que você achou do meu novo
filme?
- O cenário é bom!
-Você está dizendo que o resto está ruim?
* O subentendido pode ser
negado, pois não está
escrito; é o contexto que o
torna aparente. Ao dizer
que o “cenário é bom”,
afirma que o resto não é.
27. _Você tem relógio?
_Filho, leve o guarda-chuva.
_ Nossa! Está muito calor lá fora!
Analisando subentendidos
29. (ITA-2002) Leia o seguinte trecho com atenção:
Iniciamos a jornada, uma jornada sentimental, seguindo as regras
estabelecidas. Os cavalos pisavam tão macio, tão
macio que parecia estarem calçados de sapatilhas. A rigor não
pisavam. Faziam cafuné com as patas delicadas ao
longo do caminho.
(OLIVEIRA, Raymundo Farias de. Na madrugada do silêncio. Linguagem Viva,
n° 142. São Paulo, jun. 2001, p. 2.)
O confronto das frases "Os cavalos pisavam" e "A rigor não pisavam"
concretiza:
a) um desmentido.
b) uma indecisão.
c) uma ironia.
d) uma contradição.
e) um reforço.
30. (ITA-2002) Leia o seguinte trecho com atenção:
Iniciamos a jornada, uma jornada sentimental, seguindo as regras
estabelecidas. Os cavalos pisavam tão macio, tão
macio que parecia estarem calçados de sapatilhas. A rigor não
pisavam. Faziam cafuné com as patas delicadas ao
longo do caminho.
(OLIVEIRA, Raymundo Farias de. Na madrugada do silêncio. Linguagem Viva,
n° 142. São Paulo, jun. 2001, p. 2.)
O confronto das frases "Os cavalos pisavam" e "A rigor não pisavam"
concretiza:
a) um desmentido.
b) uma indecisão.
c) uma ironia.
d) uma contradição.
e) um reforço.
31. 4ª) Levando-se em conta os aspectos textuais e visuais da tirinha, assinale a
alternativa correta.
a) A pergunta de Helga, no primeiro quadrinho, revela que ela quer pedir o divórcio.
b) O humor da tira se constrói a partir da possibilidade de Helga ter se casado por
duas vezes.
c) A pergunta de Eddie Sortudo, no segundo quadrinho, evidencia a ideia de que
Hagar é um bom marido.
d) A graça da tira está no fato de Eddie Sortudo partir da pressuposição de que Helga
não estivesse se referindo a Hagar, seu único marido.
e) A fisionomia de Hagar, nos dois quadrinhos, denota sua irritação com o fato de
Helga ter se lembrado de seu ex-marido.
32. 4ª) Levando-se em conta os aspectos textuais e visuais da tirinha, assinale a
alternativa correta.
a) A pergunta de Helga, no primeiro quadrinho, revela que ela quer pedir o divórcio.
b) O humor da tira se constrói a partir da possibilidade de Helga ter se casado por
duas vezes.
c) A pergunta de Eddie Sortudo, no segundo quadrinho, evidencia a ideia de que
Hagar é um bom marido.
d) A graça da tira está no fato de Eddie Sortudo partir da pressuposição de que Helga
não estivesse se referindo a Hagar, seu único marido.
e) A fisionomia de Hagar, nos dois quadrinhos, denota sua irritação com o fato de
Helga ter se lembrado de seu ex-marido.
33. – Relação entre recursos expressivos e efeitos de
sentido
O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura
para além dos elementos superficiais do texto e auxilia o
leitor na construção de novos significados. Nesse sentido,
o conhecimento de diferentes gêneros textuais
proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias
de antecipação de informações que levam o leitor à
construção de significados.
34. Oh tristeza, me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe, lá do fim do mar.
Vamos visitar a estrela da manhã raiada
Que pensei perdida pela madrugada
Mas vai escondida
Querendo brincar.
Senta nesta nuvem clara
Minha poesia, anda, se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando música no ar
Olha quantas aves brancas
Minha poesia, dançam nossa valsa
Pelo céu que um dia
Fez todo bordado de raios de sol.
Oh poesia, me ajude
Vou colher avencas, lírios, rosas dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza de jardins-do-céu
Mas pode ficar tranquila, minha poesia
Pois nós voltaremos numa estrela-guia
Num clarão de lua quando serenar.
Ou talvez até, quem sabe
Nós só voltaremos no cavalo baio
O alazão da noite
Cujo nome é raio, é raio de luar.
Viagem (Composição de: Paulo César Francisco Pinheiro) com Nelson Gonçalves
36. INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, um “diálogo” que se dá entre
eles.
A intertextualidade está ligada ao “conhecimento de mundo”,
que deve ser comum ao produtor e ao receptor dos textos.
É preciso notar que há tipos de intertextualidade. Vejamos, a
seguir, algumas dessas variações:
38. INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PARÁFRASE
É a reprodução de um texto com as palavras de quem o está
produzindo. Não se confunde com o plágio, pois este é a cópia
deliberada de uma obra.
41. Leia a “Canção de exílio” de Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mas prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar _ sozinho, à noite _
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Gonçalves Dias; poesias. Por
Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, Agir, 1975. p.11-2
(Nossos Clássicos,18)
INTERTEXTUALIDADE:
42. ATIVIDADE – PRODUÇÃO DE TEXTO
INTERTEXTUALIDADE
Com base no que foi visto sobre intertextualidade, produza:
a) Um texto baseado no poema “Canção do Exílio”, de
Gonçalves Dias:
b) Uma paródia baseada em uma canção que seja bem
popular.
A produção poderá ser feita em grupo de 05 pessoas. Cada
grupo deverá apresentar a sua criação.
43. Tipos de homônimas
Sentidos diferentes
Perfeitas
Som e grafia
iguais
Homófonas
Mesmo som e
grafia diferente
Homógrafas
Mesma grafia e
som diferente
ATENÇÃO! Paronímia: as palavras parônimas não têm
nada igual – grafia, som e significado diferentes
44. Polissemia: palavra polissêmica é aquela
que reúne vários significados.
• Ela me deu uma mão para eu terminar esse trabalho. -
refere-se à ajuda.
• Gustavo vai pedir a mão de Bia a seu pai esta noite. -
refere-se a propor casamento.
• Ela entregou o emprego de mão beijada para o amigo. -
refere-se a coisas fáceis, sem exigência.
• Todos estão com a mão na massa. - refere-se a estar
trabalhando em alguma coisa de que se trata no
momento.
45. Campo lexical: é formado pelas palavras que derivam de um
mesmo radical. Assim, o campo lexical ou a família da palavra
“pedra”, é pedregulho, pedraria, pedreira, pedrinha, dentre
outros.
Campo lexical compreende ainda as palavras que pertencem à
mesma área de conhecimento:
I- Escola: professor, caderno, aula, livro, apostila, material escolar,
diretor, etc.
II- Linguagem bíblica: mandamentos, Jesus, Novo Testamento,
Apocalipse, Céus, Inferno, discípulos, etc.
Campo semântico: é um conjunto de palavras unidas
pelo sentido. Por exemplo, o campo semântico de mãe
inclui: mãe-de-família, mãe-de-santo, mãe solteira, terra-
mãe, mãe-de-água,…
NÃO CONFUNDA
46. Nos naufrágios que o destino
Vem tentando me pregar
Vou nadando meus caminhos devagar
Desde os tempos de menino
Aprendi a navegar
Com as bússolas que eu mesmo inventar
Hoje eu sei as armadilhas
E os segredos desse mar
Que viver não é preciso nem será
Tenho os olhos no cruzeiro
As sereias como guia
E Netuno me protege noite e dia
E nem piratas, nem borrascas nem dragões
Vão me impedir de ser feliz
De levantar a minha âncora e partir
Navega coração
As águas desse mar
Voa coração
Prá lá do arco-íris
Navega coração ( Kleiton Ramil)
47. Hiperonímia:
•É a palavra que dá ideia de um todo,
do qual se originam várias partes ou
ramificações.
Hiponímia
•É exatamente o contrário, o oposto
da hiperonímia: É a palavra que indica
cada parte ou cada item de um todo.