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Informativo Nr. 314
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras – 20h00 – Templo “Obreiros da Paz”
Praia de Canasvieiras – Florianópolis SC
Aracajú (SE), 08 de julho de 2011
Índice desta quinta-feira (continuando a ser editada em Aracaju-SE)
1. Almanaque
2. Giordano Bruno, o Visionário (Ir. E. Figueiredo)
3. O Dever do Mestre (Ir. José Castellani)
4. Destaques JB
5.
6.
Aruanã Praia Hotel, em Aracaju!
Hotel encantador preocupado com o futuro do ecossistema reunindo o que melhor
a natureza oferece. E com a qualidade oferecida pelo Ir Fábio.
Acesse: www.aruanahotel.com.br
 1099 - Primeira Cruzada: 15.000 soldados cristãos marcham em procissão ao redor de
Jerusalém para obter ajuda divina na conquista da cidade.
 1497 - Vasco da Gama inicia a primeira viagem marítima da Europa à Índia.
 1820 - O rei de Portugal, D. João VI assina Carta Régia dando a capitania de Sergipe a
emancipação política da capitania da Bahia
 1889 - Primeira edição do jornal americano Wall Street Journal
 1918 - O escritor Ernest Hemingway foi ferido no front austro-húngaro durante a
Primeira Guerra Mundial. Suas memórias de guerra resultaram no livro Adeus às Armas.
 1920 - O revolucionário mexicano Pancho Villa se rende ao governo do país. Passa a
receber uma aposentadoria vitalícia e vai viver em um rancho no interior.
 1929 - Artur Ivens Ferraz substitui José Vicente de Freitas no cargo de primeiro-ministro
de Portugal.
 1940 - Aristides de Sousa Mendes regressa a Portugal.
 1947 - Tem início rumores sobre a queda de um OVNI em Roswell, nos EUA.
 1975 - Um terremoto atingiu Pagan, em Burma, e danificou cerca de dois mil templos
budistas.
 1990 - Na Itália, a seleção da Alemanha conquistou o tricampeonato mundial de futebol
ao vencer a Argentina por 1 a 0.
 1991 - David Beckham entra no Manchester United, onde ficaria até 2003.
 1994 - O ônibus espacial Columbia foi lançado do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos,
iniciando uma missão que duraria duas semanas.
 1994 - Kim Il Sung, presidente da Coréia do Norte desde 1948, morreu aos 82 anos de
ataque cardíaco.
 2006 - José Ramos Horta torna-se Primeiro-Ministro do Timor-Leste pondo fim a
semanas de tensões civis.
Brasil
 Dia do Pacificador.
 Dia do Padeiro.
 Dia da Ciência (Lei nº 10.221, de 18 de abril de 2001).
 Dia do Fotógrafo.
 Dia do aniversário de Ouro Preto - Minas Gerais.
 Dia da Bandeira da cidade do Rio de Janeiro.
 Dia da Emancipação do Estado de Sergipe.
Portugal
 Feriado Municipal de Amarante - Distrito do Porto.
 Feriado Municipal de Chaves - Distrito de Vila Real.
(fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1789:
Fundação da Grande Loja de Connecticut, dos Maçons Antigos e Aceitos USA.
1822:
Ata da 4ª Sessão do GO Brasileiro, presidida por Ledo. Estabelecidos os
critérios para admissão de candidatos: estado civil, condições de sustento,
posição quanto à causa do Brasil e conduta moral, pessoal e familiar.
1875 :
Iniciado Ir.'.Maximillien Littré, educador e lexicógrafo francês.


GIORDANO BRUNO, o Visionário
E. Figueiredo (*)
Que ingenuidade pedir a quem
tem poder para mudar o poder !
Giordano Bruno
Renascimento (ou Renascença) foi caracterizado por profundas
transformações no continente europeu. Trata-se de um período de
grandes mudanças e conquistas culturais que ocorreram na Europa entre
o século XIV e o século XVI, que marca a passagem entre a Idade
O
Média e a Idade Moderna. Os horizontes político-geográficos
alargaram-se com os descobrimentos do caminho das Índias e das
Américas. O comércio, indústria, classe social e o universo cultural
cresceram, e a economia européia deixou de gravitar dentro das
limitações dos feudos medievais. Todas as áreas sofreram
transformações as quais não se fizeram sem conflitos profundos.
Significavam, de maneiras diversas, a derrocada de uma ordem
espiritual, social e econômica, que há séculos constituía o cerne da vida
no Velho Mundo. Esse período histórico, mais que qualquer outra
época, foi verdadeiramente uma transição. Os tradicionais setores
ameaçados reagiram e enfrentaram as inovações, por vezes com
violência levando à morte alguns representantes da nova mentalidade. E
foi o que aconteceu com uma das figuras mais representativas da
Renascença italiana, que foi GIORDANO BRUNO. Quando
recordamos os heróis da liberdade de consciência e de pensamento é
esse o nome que brilha como uma estrela de primeira grandeza entre
muitos outros: GIORDANO BRUNO !
Como filósofo, astrônomo e matemático, Giordano Bruno foi importante
pelas suas teorias sobre o Universo infinito e a multiplicidade dos
sistemas siderais. Foi dono de uma personalidade peculiar: revelador e
escarnecedor de superstições e hipocrisias, tanto mundanas como
religiosas sem temor de enfrentar os dogmas da época, frade impaciente
e rebelde perante os limites internos da sua vocação de regular, filósofo
inspirado e polêmico, mas sensível ao conflito das heranças e das
vigências culturais. Esteve sempre fascinado em prover, com
embasamento filosófico, as grandes descobertas de seu tempo.
Há quem não compreenda o posicionamento de Giordano Bruno e tenta
compará-lo a um vadio, um filósofo andarilho ou a um poeta errante, e é
incapaz de vinculá-lo, diretamente, à linha do progresso moderno. Mas
quem o compreende, sabe que ele foi um pioneiro que acordou a Europa
de seu sono intelectual e foi martirizado em virtude de seu entusiasmo.
Foi chamado, por Pierre Bayle (1647-1706), de “o cavaleiro errante da
filosofia”, tendo sido comparado com Dom Quixote de La Mancha !
Bernardo Spaventa (1817-1883), entretanto, se pronunciou com
expressão diferente dizendo que Giordano Bruno era o “arauto e mártir
da nova e livre filosofia”.
Muitos tentam associar Giordano Bruno à Maçonaria porque ele
acreditava na liberdade, tolerância e no direito de dizer o que se pensa
não importando o reino ou o ducado em que o acolhiam. O seu fascínio
por formas e maneiras diversas de perceber-se no mundo derivou dele
ver o Universo composto por um número limitado de letras elementares
em formas geométricas, triângulos, quadrados, círculos e pirâmides,
como u´a maneira de encontrar escapes
para a crescente opressão teológica
exercida pelo catolicismo contra-
reformista. No seu entendimento, a
antiga e verdadeira filosofia não era
feita de dogmas, mas da liberdade de
duvidar e indagar, e da liberdade de
construir hipóteses. Afirmava que a
liberdade de indagar é a oposição mais
poderosa aos totalitarismos teológicos e
políticos, e acreditava que é a partir dela
que nasce a razão grega. Tornou-se
símbolo da luta pela liberdade de
pensamento e de expressão. Obviamente, apesar de involuntária, não
deixa de ser uma identificação e uma contribuição Maçônica, que prega
levantar-se contra os dogmas (que cria a miséria, espalha a opressão,
apaga a identidade cultural dos povos, mutila a razão). É o dever de
todos os homens que amam a liberdade, porque eles são o seu oposto
absoluto.
A época de Giordano Bruno foi de grande movimentação intelectual na
Europa. Quando jovem dominicano, empolgado pelas idéias
aristotélicas e tomistas – em baixa sob os papas daquele tempo – viajara
por todo o continente, e nele pressentia o próximo nascimento daquele
sol, o da antiqua e vera filosofia. Considerado um pioneiro da filosofia
moderna, foi um homem que viveu a frente do seu tempo.
É no século XVI que a filosofia se liberta da religião e propicia que a
ciência moderna nasça a partir dela, eliminando o julgamento de que a
ciência não está para a busca da verdade
na propriedade lógica de conceitos, mas,
sim, através de lentes de microscópios e
telescópios. Apesar de não ser um
cientista, nessa transição, Giordano
Bruno torna-se a figura principal. A
grandeza e os limites de Giordano Bruno
vincularam-se à sua condição de
filósofo. Sua audácia cosmológica
derrubou a construção aristotélica tirando as últimas conseqüências. E,
mesmo não sendo um sábio, desprezou as matemáticas, permanecendo,
ainda, impregnado das instituições animistas: a vida, a magia, o mito da
unidade e outros tantos obstáculos. Ensinava a imanência da divindade
em tudo que existe, Deus e o Universo constituindo um único ser
animado do mesmo poder e experimentando igual perfeição. Por suas
idéias revolucionárias e contrárias aos dogmas da Igreja (tanto Católica
quanto da Protestante), foi aprisionado em masmorras escuras e fétidas,
entre 1593 e 1600. Muitas vezes foi forçado a renegar seus escritos e
suas idéias, porém sempre permaneceu firme e intransigente na defesa
do que pregava.
O grande filósofo italiano Giordano Bruno, cujo nome verdadeiro era
Filippo Bruno, nasceu (1548) em Nola, no então Reino de Nápoles, na
Campônia, sul da Itália. Estudou filosofia e literatura em Nápoles e,
mais tarde, teologia no Monastério de San Domenico Maggione. Era
possuidor de tenaz memória e de uma extraordinária inteligência. Em
1572 se ordenou sacerdote, abandonando em 1576, quando pôs em
dúvida muitos dos ensinamentos sobre o cristianismo, o que o tornou
suspeito de heresia. Abandonou o hábito e evadiu-se para o norte da
Itália, território que não estava sujeito às ordens monásticas, escapando,
assim, tanto da Inquisição napolitana como do Santo Ofício de Roma.
Todavia, acabou sendo queimado em público graças a uma
reinterpretação radical do preceito de Cristo de dar a outra face quando
se é ofendido.
O monge dominicano, concluem alguns pensadores daquela época, ao
negar o dogma da Santíssima Trindade, e ao somar-se ao entendimento
cósmico de Copérnico, negava o cristianismo, tal como a Igreja o
apresentava, entretanto sem negar Deus, do qual tinha particular
concepção. Embora essa concepção não fosse estruturalmente pagã, era
pré-cristã, na busca de explicação para o universo, mas cristã, na
ascensão do mundo, porque se rebelava, como Jesus Cristo se havia
rebelado, contra o poder dos dogmas. O intuito maior de Giovanni
Bruno era, com sua dúvida criadora, retornar à razão lógica antiga,
aquela iluminada pelo sol das ilhas mediterrâneas.
Na ótica de Giordano Bruno, no Homem encontra-se o reflexo da
plenitude e Deus não seria o criador do Universo, mas sim, o próprio
Universo. É inegável a influência que exerceu sobre os filósofos de seu
tempo e nos muitos que viveram anos depois, como o holandês Baruch
de Espinosa (1682-1677) e no pensador alemão Gottfried Wilhem von
Leibniz (1646-1716). Essas teses iam contra o pensamento dominante
da época: o da Igreja Católica. Ele foi forçado a abandonar a ordem dos
dominicanos em 1575 e passou a lecionar em várias universidades da
Europa: em Genebra (Suíça), Paris (França), Londres e Oxford
(Inglaterra), Frankfurt, Wittenberg e Helmsstadt (Alemanha), e Praga
(República Tcheca). Giordano Bruno se aproximou do calvinismo e do
luteranismo, porém foi excomungado, tanto da Igreja Católica como da
Protestante.
Nos intervalos das aulas, que ministrava, Giordano Bruno escreveu
alguns dos seus principais livros: “Despacho da Besta Triunfante”, “A
Ceia das Cinzas”, “As Sombras das Idéias”, “Cabala do Cavalo Pégaso)
e a sua obra-prima “Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos”.
Escreveu e publicou, também, em Paris, uma comédia: Il Candelaio.
Em seus períodos nesses centros de estudo, Giordano Bruno conquistou
muitos admiradores, mas, em contra partida, grandes inimigos. Muitas
vezes se queixava: “Se eu manejasse um arado, pastorasse um rebanho,
cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção,
poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia,
facilmente, agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da
natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado
pela cultura do espírito e dedicado à atividade do intelecto, eis que os
visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me
mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são
poucos, são muitos, são quase todos !”
No ano de 1581, o nobre veneziano Giovanni Mocenigo (1508-1585),
católico fanático, convidou Giordano Bruno para retornar à Itália e dar-
lhe aulas de técnica de memorização, tema sobre o qual o filósofo Bruno
tinha efetuado várias pesquisas. Acreditando nas garantias de proteção,
dadas por Giovanni Mocenigo, ele foi para Veneza. Entretanto,
insatisfeito com os resultados obtidos nas aulas, seu aluno prendeu o
filósofo e o entregou às autoridades eclesiásticas, e foi transferido para
Roma em 1593, onde durante sete anos foi julgado por heresia e
blasfêmia.
Depois de diversas tentativas para convencê-lo a se retratar sobre suas
teses revolucionárias, Giordano Bruno acaba sendo condenado à
fogueira, sob a acusação de heresia e por pensamento e idéias contra a
Igreja Católica. No dia 8 de Fevereiro de 1600 a sentença de
condenação de Giordano Bruno foi lida na Igreja de Santa Inês, firmada
por Roberto Bellarmino e outros cardeais inquisidores expondo as
circunstâncias do processo que foi disposta da seguinte maneira:
“Decidimos, pronunciamos, sentenciamos e te
declaramos, frade Giordano Bruno, ser herege,
impenitente, pertinaz e
obstinado, e por isso
deves incorrer em todas
as censuras eclesiásticas e penas dos santos cânones,
leis e constituições tanto gerais como particulares que se
impõem a tais hereges manifestos, impenitentes,
pertinazes e obstinados; e como tal te degradamos
verbalmente e declaramos que deverás ser degradado de
fato, como ordenamos e mandamos, de todas as ordens
eclesiásticas maiores e menores em que hajas sido
constituído conforme as disposições dos santos cânones,
e deverás ser separado, como te separamos de nosso foro
eclesiástico e de nossa santa e imaculada Igreja, de cuja
misericórdia tens demonstrado ser indigno; e deverás ser
entregue, e te entregamos ao tribunal secular, a Corte de
Monsenhor Governador de Roma, aqui presente para
castigar-te com a pena devida, contudo rogando-te ao
mesmo tempo eficazmente que digne mitigar o rigor das
leis concernentes à pena de tua pessoa, que esteja isenta
do perigo da morte ou da mutilação de membros.
Ademais, condenamos, reprovamos e proibimos todos os
livros e escritos teus acima mencionado e outros, como
heréticos, errôneos e abundantes de muitas heresias e
erros, ordenando que daqui em diante todos os que se
encontrem agora ou se encontrarem no futuro em mãos
do Santo Ofício sejam desfeitos e queimados
publicamente na praça de São Pedro, diante da escada, e
como tais sejam postos no índice de livros proibidos, e
faça-se como ordenamos. Assim dizemos, pronunciamos,
sentenciamos, declaramos, mandamos e ordenamos,
excomungamos, entregamos e rezamos, procedendo nisso
e no resto de um modo incomparavelmente menos duro
que de rigor podemos e devemos.”
Durante os sete anos do processo, Giordano Bruno tentou separar a
filosofia da teologia católica, que dizia respeitar. Quando lhe exigiram
rejeitar suas idéias, decidiu enfrentar a fogueira, que é a forma mais
penosa de morrer. Ao ouvir a sentença e mediante à relutância dos seus
algozes, com ironia serena disse: “Vocês pronunciam essa sentença
contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la !”
(Marjori forsan cum timore setentiam in me fertis quam ego accipiam !)
Após a sentença, foi lhe concedido mais oitos dias para se “arrepender”,
o que obviamente não o fez.
A solicitação de mitigação da pena, e de isenção da pena de morte, era
apenas pró-forma, pois visava apenas eximir a Inquisição da
responsabilidade da pena capital. O tribunal secular ficava encarregado
de mandar o sentenciado à fogueira, sob pena de responder pela
desobediência. Condenado, em 17 de Fevereiro de 1600 Giordano
Bruno foi levado para o campo de execução pelos verdugos, montado
numa mula, o meio de transporte tradicional dos enviados à morte.
Estava amordaçado com uma ponta fina de aço cravada em sua língua e
foi amarrado, com uma corrente de ferro, a um poste colocado no centro
da praça e atearam fogo. Enquanto estava morrendo queimado, recebeu
um crucifixo para se “purificar”, porém jogou-o longe, com um desprezo
feroz. As últimas palavras de Giordano Bruno foram: “Morro como
mártir e por minha própria vontade !”
A maneira resoluta e contundente como defendeu, a vida toda, as suas
convicções filosóficas, que eram consideradas heréticas pelo Santo
Ofício, e o desenlace trágico que pôs fim à sua vida, fizeram do filósofo
Giordano Bruno um ícone manchado de um mundo e de uma época em
que línguas de fogo açoitavam de trevas a luz dos espíritos discordantes
à quem detinham algum poder. Seus trabalhos foram incluídos no
famigerado “Santo Index” (Lista de livros considerados sacrílegos pela
Igreja Católica, e proibidos de serem lidos.). Não obstante, quatro
séculos após a execução de Bruno, suas idéias continuam a provocar
debates em universidades e instituições religiosas, todavia, ele nunca foi
perdoado pela Igreja, que atualmente alega que a Inquisição estava
errada em executá-lo, porém, certa por rejeitar suas heresias. Uma
estátua foi erguida no lugar da fogueira que o cremou, tão logo ali
cessou o poder opressor para perpetuar a sua imagem. Giordano Bruno
se constituiu numa figura simbólica sempre lembrada, citada e
rememorada, independentemente de qual seja a consistência de suas
argumentações, com destaque na área ciência-filosófica.
Houve uma verdadeira “Brunomania” na Itália, no século XIX, com os
escolares estudando e perseguindo, com grande ansiedade, os
ensinamentos e os trabalhos de Giordano Bruno, classificando-o como
um livre pensador futurista, visionário, filósofo e mártir da ciência. A
Maçonaria italiana, sempre muito forte, destacava seu trabalho e sua
filosofia de vida, enquadrando-os nos conceitos da Sublime Ordem,
divulgando-os junto às Lojas jurisdicionadas.
Giordano Bruno pode não ter sido Maçom, todavia, não lhe faltaram
atributos, qualidades e características de um idealista capaz de morrer
por suas mais profundas crenças para defender as suas idéias, o que o
consagraria, de maneira incomparável, para que fosse um grande
Obreiro da Sublime Ordem !....
ES.IR.EIIT
Bibliografia:
Abril Cultural - Os Pensadores – Vários autores
Alquié, Ferdinad - Bernhardt, Jean, e outros – A Filosofia do Mundo Novo
Bombassaro, Luiz Carlos – Giordano Bruno e a Filosofia na Renascença
Bossy, John – Giordano Bruno e o Mistério da Embaixada
Drewermann, Eufen – Giordano Bruno o el Espejo de Infinito
Fichte, Johann Gottlieb – Filosofia da Maçonaria
Franca, Leonel Padre – Noções de História da Filosofia
Ordine, Nuccio – O Umbral da Sombra
Yates, Frances – Giordano Bruno e a Tradição Hermética
(*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao
CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo /
Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos
Athenas /
Membro da Confraternidade Mesa 22, e é
Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP)
“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitares frates in unum !”

O conhecimento maçônico só tem valor
Quando compartilhado entre os irmãos !
Ir José Castellani (Maçom e Escritor)
Os três graus da Maçonaria Simbólica simbolizam a senda iniciática,
quando o candidato, vindo das trevas do Ocidente, caminha, como
iniciado, em direção à Luz do Oriente.
A luz, nesse caso, não é aquela originária de corpos materiais, mas, sim,
a Luz da Ciência, do Progresso, do conhecimento, simbolizada pelo Sol,
o Apolo dos gregos, Mitra dos persas, Rá dos egípcios, a fonte da vida e
a causa dos principais mitos religiosos da antiguidade.
Como Aprendiz, o iniciado dedica-se ao desbastamento da pedra
informe, da pedra bruta, que é um trabalho material.
Como Companheiro, já lhe cabe um trabalho intelectual, para a
concretização da pedra cúbica, como elemento fundamental das
construções.
E, finalmente, como Mestre Maçom, cabe-lhe o trabalho espiritual,
determinado, claramente, na sua missão de espalhar a Luz, de reunir o
que está disperso, de partir do simples para o composto, da causa para o
efeito, do princípio para as conseqüências.
Consagrado à firmeza de caráter e à moral intransigente, o grau de
Mestre Maçom deve libertar o iniciado das paixões, dos preconceitos e
das convenções sociais, para que possa, com plena consciência do seu
dever, pesquisar e ir à procura da Verdade.
Morrendo, simbolicamente, para os vícios, para os erros e para as
fraquezas humanas, o Mestre renasce com o espírito limpo e puro, no
Amor, que lhe dá energia, na Virtude, que engrandece, e na Verdade,
que dignifica, para que possa, cumprindo o seu dever de iniciado, que
conheceu a Verdadeira Luz, dar o seu quinhão de trabalho pela evolução
da Humanidade.
Todas as lições embutidas na ritualística da exaltação ao grau de Mestre,
convergem para um ponto comum, através de uma lenda, que mostra o
milagre da ressurreição, como o Sol, que renasce, todos os dias, no
Oriente, e como os vegetais, que, em seu ciclo eterno e imutável,
renascem anualmente, das cinzas de sua morte anual.
Os três graus simbólicos, comuns a todos os ritos, representam, na
realidade, a essência total de toda a doutrina maçônica.
Síntese do universo maçônico, eles mostram a evolução racional da
espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e
síntese (Mestre).
O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado por seus Mestres, realiza
seu trabalho de forma empírica, através apenas da intuição,
representando o alvorecer das civilizações, marcadas pelo empirismo.
O Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado,
simboliza uma fase mais avançada da evolução da mente humana.
E o Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a
conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da mente, na
busca da perfeição.
O maçom, ao atingir o grau de Mestre, deverá possuir, já, a plenitude do
conhecimento iniciático moral, social e metafísico, necessário e
pertinente aos objetivos da Ordem maçônica, restando-lhe, então, o
trabalho, sempre constante, na busca da perfeição, nunca atingida, mas
sempre buscada, pois ela é o estímulo onipresente, na vida do ser
humano.
Terá, então, o Mestre, a humildade de prostrar-se perante os grandes
mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da Natureza, despojando-
se de todas as vaidades, incluindo-se, entre elas, a busca da ascensão, a
qualquer custo, numa escala, que, quase nunca reflete um conhecimento
apreciável e um desejável mérito pessoal.
Deverá, o Mestre, lembrar-se, sempre, que a verdadeira beleza é a
interior, mesmo que o exterior não seja coruscante e não brilhe em
faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o verdadeiro maçom, o maçom
integral, é um Mestre pelas suas qualidades mentais e espirituais e não
por sua posição na escala, ou por seus brilhantes paramentos e
condecorações.
O hábito não faz o monge, diz a velha sabedoria popular.
E se pode, até, acrescentar que um muar ajaezado de ouro e prata nunca
poderá ser confundido com um cavalo de alta linhagem.
Nas Lojas simbólicas, verdadeira e única essência da Maçonaria
universal, o iniciado percorre um longo caminho desde as trevas do
Ocidente até à Luz do Oriente, tendo o seu lugar de acordo com as suas
aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus méritos, concretizando
as sábias lições da lenda do terceiro grau.
Ele terá o seu aumento de salário depois de um certo tempo de
aprendizado e mediante a apresentação de trabalhos, que permitam
aquilatar a sua evolução mental e cultural.
A sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores pessoais, a
apadrinhamentos, a rapapés bajulatórios, ou ao poder corruptor dos
metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade profana, mas
excluídos, pelo menos em suas leis, da verdadeira Maçonaria, desde os
seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e
Companheiros, usando um simples avental de couro, símbolo humilde
do trabalho, sem as riquezas flamejantes de uma nababesca
farrambamba.
“Pedra Japonesa” nas barrancas do Rio São Francisco.
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Jb news informativo nr. 0314

  • 1. JB NEWS Informativo Nr. 314 Editoria: Ir Jerônimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91 Quintas-feiras – 20h00 – Templo “Obreiros da Paz” Praia de Canasvieiras – Florianópolis SC Aracajú (SE), 08 de julho de 2011 Índice desta quinta-feira (continuando a ser editada em Aracaju-SE) 1. Almanaque 2. Giordano Bruno, o Visionário (Ir. E. Figueiredo) 3. O Dever do Mestre (Ir. José Castellani) 4. Destaques JB
  • 2. 5. 6. Aruanã Praia Hotel, em Aracaju! Hotel encantador preocupado com o futuro do ecossistema reunindo o que melhor a natureza oferece. E com a qualidade oferecida pelo Ir Fábio. Acesse: www.aruanahotel.com.br
  • 3.
  • 4.  1099 - Primeira Cruzada: 15.000 soldados cristãos marcham em procissão ao redor de Jerusalém para obter ajuda divina na conquista da cidade.  1497 - Vasco da Gama inicia a primeira viagem marítima da Europa à Índia.  1820 - O rei de Portugal, D. João VI assina Carta Régia dando a capitania de Sergipe a emancipação política da capitania da Bahia  1889 - Primeira edição do jornal americano Wall Street Journal  1918 - O escritor Ernest Hemingway foi ferido no front austro-húngaro durante a Primeira Guerra Mundial. Suas memórias de guerra resultaram no livro Adeus às Armas.  1920 - O revolucionário mexicano Pancho Villa se rende ao governo do país. Passa a receber uma aposentadoria vitalícia e vai viver em um rancho no interior.  1929 - Artur Ivens Ferraz substitui José Vicente de Freitas no cargo de primeiro-ministro de Portugal.  1940 - Aristides de Sousa Mendes regressa a Portugal.  1947 - Tem início rumores sobre a queda de um OVNI em Roswell, nos EUA.  1975 - Um terremoto atingiu Pagan, em Burma, e danificou cerca de dois mil templos budistas.  1990 - Na Itália, a seleção da Alemanha conquistou o tricampeonato mundial de futebol ao vencer a Argentina por 1 a 0.  1991 - David Beckham entra no Manchester United, onde ficaria até 2003.  1994 - O ônibus espacial Columbia foi lançado do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, iniciando uma missão que duraria duas semanas.  1994 - Kim Il Sung, presidente da Coréia do Norte desde 1948, morreu aos 82 anos de ataque cardíaco.  2006 - José Ramos Horta torna-se Primeiro-Ministro do Timor-Leste pondo fim a semanas de tensões civis.
  • 5. Brasil  Dia do Pacificador.  Dia do Padeiro.  Dia da Ciência (Lei nº 10.221, de 18 de abril de 2001).  Dia do Fotógrafo.  Dia do aniversário de Ouro Preto - Minas Gerais.  Dia da Bandeira da cidade do Rio de Janeiro.  Dia da Emancipação do Estado de Sergipe. Portugal  Feriado Municipal de Amarante - Distrito do Porto.  Feriado Municipal de Chaves - Distrito de Vila Real. (fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal) 1789: Fundação da Grande Loja de Connecticut, dos Maçons Antigos e Aceitos USA. 1822: Ata da 4ª Sessão do GO Brasileiro, presidida por Ledo. Estabelecidos os critérios para admissão de candidatos: estado civil, condições de sustento, posição quanto à causa do Brasil e conduta moral, pessoal e familiar. 1875 : Iniciado Ir.'.Maximillien Littré, educador e lexicógrafo francês.
  • 7. GIORDANO BRUNO, o Visionário E. Figueiredo (*) Que ingenuidade pedir a quem tem poder para mudar o poder ! Giordano Bruno Renascimento (ou Renascença) foi caracterizado por profundas transformações no continente europeu. Trata-se de um período de grandes mudanças e conquistas culturais que ocorreram na Europa entre o século XIV e o século XVI, que marca a passagem entre a Idade O
  • 8. Média e a Idade Moderna. Os horizontes político-geográficos alargaram-se com os descobrimentos do caminho das Índias e das Américas. O comércio, indústria, classe social e o universo cultural cresceram, e a economia européia deixou de gravitar dentro das limitações dos feudos medievais. Todas as áreas sofreram transformações as quais não se fizeram sem conflitos profundos. Significavam, de maneiras diversas, a derrocada de uma ordem espiritual, social e econômica, que há séculos constituía o cerne da vida no Velho Mundo. Esse período histórico, mais que qualquer outra época, foi verdadeiramente uma transição. Os tradicionais setores ameaçados reagiram e enfrentaram as inovações, por vezes com violência levando à morte alguns representantes da nova mentalidade. E foi o que aconteceu com uma das figuras mais representativas da Renascença italiana, que foi GIORDANO BRUNO. Quando recordamos os heróis da liberdade de consciência e de pensamento é esse o nome que brilha como uma estrela de primeira grandeza entre muitos outros: GIORDANO BRUNO ! Como filósofo, astrônomo e matemático, Giordano Bruno foi importante pelas suas teorias sobre o Universo infinito e a multiplicidade dos sistemas siderais. Foi dono de uma personalidade peculiar: revelador e escarnecedor de superstições e hipocrisias, tanto mundanas como religiosas sem temor de enfrentar os dogmas da época, frade impaciente e rebelde perante os limites internos da sua vocação de regular, filósofo inspirado e polêmico, mas sensível ao conflito das heranças e das vigências culturais. Esteve sempre fascinado em prover, com embasamento filosófico, as grandes descobertas de seu tempo. Há quem não compreenda o posicionamento de Giordano Bruno e tenta compará-lo a um vadio, um filósofo andarilho ou a um poeta errante, e é incapaz de vinculá-lo, diretamente, à linha do progresso moderno. Mas quem o compreende, sabe que ele foi um pioneiro que acordou a Europa de seu sono intelectual e foi martirizado em virtude de seu entusiasmo. Foi chamado, por Pierre Bayle (1647-1706), de “o cavaleiro errante da filosofia”, tendo sido comparado com Dom Quixote de La Mancha !
  • 9. Bernardo Spaventa (1817-1883), entretanto, se pronunciou com expressão diferente dizendo que Giordano Bruno era o “arauto e mártir da nova e livre filosofia”. Muitos tentam associar Giordano Bruno à Maçonaria porque ele acreditava na liberdade, tolerância e no direito de dizer o que se pensa não importando o reino ou o ducado em que o acolhiam. O seu fascínio por formas e maneiras diversas de perceber-se no mundo derivou dele ver o Universo composto por um número limitado de letras elementares em formas geométricas, triângulos, quadrados, círculos e pirâmides, como u´a maneira de encontrar escapes para a crescente opressão teológica exercida pelo catolicismo contra- reformista. No seu entendimento, a antiga e verdadeira filosofia não era feita de dogmas, mas da liberdade de duvidar e indagar, e da liberdade de construir hipóteses. Afirmava que a liberdade de indagar é a oposição mais poderosa aos totalitarismos teológicos e políticos, e acreditava que é a partir dela que nasce a razão grega. Tornou-se símbolo da luta pela liberdade de pensamento e de expressão. Obviamente, apesar de involuntária, não deixa de ser uma identificação e uma contribuição Maçônica, que prega levantar-se contra os dogmas (que cria a miséria, espalha a opressão, apaga a identidade cultural dos povos, mutila a razão). É o dever de todos os homens que amam a liberdade, porque eles são o seu oposto absoluto. A época de Giordano Bruno foi de grande movimentação intelectual na Europa. Quando jovem dominicano, empolgado pelas idéias aristotélicas e tomistas – em baixa sob os papas daquele tempo – viajara por todo o continente, e nele pressentia o próximo nascimento daquele
  • 10. sol, o da antiqua e vera filosofia. Considerado um pioneiro da filosofia moderna, foi um homem que viveu a frente do seu tempo. É no século XVI que a filosofia se liberta da religião e propicia que a ciência moderna nasça a partir dela, eliminando o julgamento de que a ciência não está para a busca da verdade na propriedade lógica de conceitos, mas, sim, através de lentes de microscópios e telescópios. Apesar de não ser um cientista, nessa transição, Giordano Bruno torna-se a figura principal. A grandeza e os limites de Giordano Bruno vincularam-se à sua condição de filósofo. Sua audácia cosmológica derrubou a construção aristotélica tirando as últimas conseqüências. E, mesmo não sendo um sábio, desprezou as matemáticas, permanecendo, ainda, impregnado das instituições animistas: a vida, a magia, o mito da unidade e outros tantos obstáculos. Ensinava a imanência da divindade em tudo que existe, Deus e o Universo constituindo um único ser animado do mesmo poder e experimentando igual perfeição. Por suas idéias revolucionárias e contrárias aos dogmas da Igreja (tanto Católica quanto da Protestante), foi aprisionado em masmorras escuras e fétidas, entre 1593 e 1600. Muitas vezes foi forçado a renegar seus escritos e suas idéias, porém sempre permaneceu firme e intransigente na defesa do que pregava. O grande filósofo italiano Giordano Bruno, cujo nome verdadeiro era Filippo Bruno, nasceu (1548) em Nola, no então Reino de Nápoles, na Campônia, sul da Itália. Estudou filosofia e literatura em Nápoles e, mais tarde, teologia no Monastério de San Domenico Maggione. Era possuidor de tenaz memória e de uma extraordinária inteligência. Em 1572 se ordenou sacerdote, abandonando em 1576, quando pôs em dúvida muitos dos ensinamentos sobre o cristianismo, o que o tornou suspeito de heresia. Abandonou o hábito e evadiu-se para o norte da Itália, território que não estava sujeito às ordens monásticas, escapando,
  • 11. assim, tanto da Inquisição napolitana como do Santo Ofício de Roma. Todavia, acabou sendo queimado em público graças a uma reinterpretação radical do preceito de Cristo de dar a outra face quando se é ofendido. O monge dominicano, concluem alguns pensadores daquela época, ao negar o dogma da Santíssima Trindade, e ao somar-se ao entendimento cósmico de Copérnico, negava o cristianismo, tal como a Igreja o apresentava, entretanto sem negar Deus, do qual tinha particular concepção. Embora essa concepção não fosse estruturalmente pagã, era pré-cristã, na busca de explicação para o universo, mas cristã, na ascensão do mundo, porque se rebelava, como Jesus Cristo se havia rebelado, contra o poder dos dogmas. O intuito maior de Giovanni Bruno era, com sua dúvida criadora, retornar à razão lógica antiga, aquela iluminada pelo sol das ilhas mediterrâneas. Na ótica de Giordano Bruno, no Homem encontra-se o reflexo da plenitude e Deus não seria o criador do Universo, mas sim, o próprio Universo. É inegável a influência que exerceu sobre os filósofos de seu tempo e nos muitos que viveram anos depois, como o holandês Baruch de Espinosa (1682-1677) e no pensador alemão Gottfried Wilhem von Leibniz (1646-1716). Essas teses iam contra o pensamento dominante da época: o da Igreja Católica. Ele foi forçado a abandonar a ordem dos dominicanos em 1575 e passou a lecionar em várias universidades da Europa: em Genebra (Suíça), Paris (França), Londres e Oxford (Inglaterra), Frankfurt, Wittenberg e Helmsstadt (Alemanha), e Praga (República Tcheca). Giordano Bruno se aproximou do calvinismo e do luteranismo, porém foi excomungado, tanto da Igreja Católica como da Protestante. Nos intervalos das aulas, que ministrava, Giordano Bruno escreveu alguns dos seus principais livros: “Despacho da Besta Triunfante”, “A Ceia das Cinzas”, “As Sombras das Idéias”, “Cabala do Cavalo Pégaso) e a sua obra-prima “Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos”. Escreveu e publicou, também, em Paris, uma comédia: Il Candelaio.
  • 12. Em seus períodos nesses centros de estudo, Giordano Bruno conquistou muitos admiradores, mas, em contra partida, grandes inimigos. Muitas vezes se queixava: “Se eu manejasse um arado, pastorasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia, facilmente, agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírito e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos !” No ano de 1581, o nobre veneziano Giovanni Mocenigo (1508-1585), católico fanático, convidou Giordano Bruno para retornar à Itália e dar- lhe aulas de técnica de memorização, tema sobre o qual o filósofo Bruno tinha efetuado várias pesquisas. Acreditando nas garantias de proteção, dadas por Giovanni Mocenigo, ele foi para Veneza. Entretanto, insatisfeito com os resultados obtidos nas aulas, seu aluno prendeu o filósofo e o entregou às autoridades eclesiásticas, e foi transferido para Roma em 1593, onde durante sete anos foi julgado por heresia e blasfêmia. Depois de diversas tentativas para convencê-lo a se retratar sobre suas teses revolucionárias, Giordano Bruno acaba sendo condenado à fogueira, sob a acusação de heresia e por pensamento e idéias contra a Igreja Católica. No dia 8 de Fevereiro de 1600 a sentença de condenação de Giordano Bruno foi lida na Igreja de Santa Inês, firmada por Roberto Bellarmino e outros cardeais inquisidores expondo as circunstâncias do processo que foi disposta da seguinte maneira: “Decidimos, pronunciamos, sentenciamos e te declaramos, frade Giordano Bruno, ser herege, impenitente, pertinaz e obstinado, e por isso deves incorrer em todas
  • 13. as censuras eclesiásticas e penas dos santos cânones, leis e constituições tanto gerais como particulares que se impõem a tais hereges manifestos, impenitentes, pertinazes e obstinados; e como tal te degradamos verbalmente e declaramos que deverás ser degradado de fato, como ordenamos e mandamos, de todas as ordens eclesiásticas maiores e menores em que hajas sido constituído conforme as disposições dos santos cânones, e deverás ser separado, como te separamos de nosso foro eclesiástico e de nossa santa e imaculada Igreja, de cuja misericórdia tens demonstrado ser indigno; e deverás ser entregue, e te entregamos ao tribunal secular, a Corte de Monsenhor Governador de Roma, aqui presente para castigar-te com a pena devida, contudo rogando-te ao mesmo tempo eficazmente que digne mitigar o rigor das leis concernentes à pena de tua pessoa, que esteja isenta do perigo da morte ou da mutilação de membros. Ademais, condenamos, reprovamos e proibimos todos os livros e escritos teus acima mencionado e outros, como heréticos, errôneos e abundantes de muitas heresias e erros, ordenando que daqui em diante todos os que se encontrem agora ou se encontrarem no futuro em mãos do Santo Ofício sejam desfeitos e queimados publicamente na praça de São Pedro, diante da escada, e como tais sejam postos no índice de livros proibidos, e faça-se como ordenamos. Assim dizemos, pronunciamos, sentenciamos, declaramos, mandamos e ordenamos, excomungamos, entregamos e rezamos, procedendo nisso e no resto de um modo incomparavelmente menos duro que de rigor podemos e devemos.” Durante os sete anos do processo, Giordano Bruno tentou separar a filosofia da teologia católica, que dizia respeitar. Quando lhe exigiram
  • 14. rejeitar suas idéias, decidiu enfrentar a fogueira, que é a forma mais penosa de morrer. Ao ouvir a sentença e mediante à relutância dos seus algozes, com ironia serena disse: “Vocês pronunciam essa sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la !” (Marjori forsan cum timore setentiam in me fertis quam ego accipiam !) Após a sentença, foi lhe concedido mais oitos dias para se “arrepender”, o que obviamente não o fez. A solicitação de mitigação da pena, e de isenção da pena de morte, era apenas pró-forma, pois visava apenas eximir a Inquisição da responsabilidade da pena capital. O tribunal secular ficava encarregado de mandar o sentenciado à fogueira, sob pena de responder pela desobediência. Condenado, em 17 de Fevereiro de 1600 Giordano Bruno foi levado para o campo de execução pelos verdugos, montado numa mula, o meio de transporte tradicional dos enviados à morte. Estava amordaçado com uma ponta fina de aço cravada em sua língua e foi amarrado, com uma corrente de ferro, a um poste colocado no centro da praça e atearam fogo. Enquanto estava morrendo queimado, recebeu um crucifixo para se “purificar”, porém jogou-o longe, com um desprezo feroz. As últimas palavras de Giordano Bruno foram: “Morro como mártir e por minha própria vontade !” A maneira resoluta e contundente como defendeu, a vida toda, as suas convicções filosóficas, que eram consideradas heréticas pelo Santo Ofício, e o desenlace trágico que pôs fim à sua vida, fizeram do filósofo Giordano Bruno um ícone manchado de um mundo e de uma época em que línguas de fogo açoitavam de trevas a luz dos espíritos discordantes à quem detinham algum poder. Seus trabalhos foram incluídos no famigerado “Santo Index” (Lista de livros considerados sacrílegos pela Igreja Católica, e proibidos de serem lidos.). Não obstante, quatro séculos após a execução de Bruno, suas idéias continuam a provocar debates em universidades e instituições religiosas, todavia, ele nunca foi perdoado pela Igreja, que atualmente alega que a Inquisição estava errada em executá-lo, porém, certa por rejeitar suas heresias. Uma estátua foi erguida no lugar da fogueira que o cremou, tão logo ali
  • 15. cessou o poder opressor para perpetuar a sua imagem. Giordano Bruno se constituiu numa figura simbólica sempre lembrada, citada e rememorada, independentemente de qual seja a consistência de suas argumentações, com destaque na área ciência-filosófica. Houve uma verdadeira “Brunomania” na Itália, no século XIX, com os escolares estudando e perseguindo, com grande ansiedade, os ensinamentos e os trabalhos de Giordano Bruno, classificando-o como um livre pensador futurista, visionário, filósofo e mártir da ciência. A Maçonaria italiana, sempre muito forte, destacava seu trabalho e sua filosofia de vida, enquadrando-os nos conceitos da Sublime Ordem, divulgando-os junto às Lojas jurisdicionadas. Giordano Bruno pode não ter sido Maçom, todavia, não lhe faltaram atributos, qualidades e características de um idealista capaz de morrer por suas mais profundas crenças para defender as suas idéias, o que o consagraria, de maneira incomparável, para que fosse um grande Obreiro da Sublime Ordem !.... ES.IR.EIIT Bibliografia: Abril Cultural - Os Pensadores – Vários autores Alquié, Ferdinad - Bernhardt, Jean, e outros – A Filosofia do Mundo Novo Bombassaro, Luiz Carlos – Giordano Bruno e a Filosofia na Renascença Bossy, John – Giordano Bruno e o Mistério da Embaixada Drewermann, Eufen – Giordano Bruno o el Espejo de Infinito Fichte, Johann Gottlieb – Filosofia da Maçonaria Franca, Leonel Padre – Noções de História da Filosofia Ordine, Nuccio – O Umbral da Sombra Yates, Frances – Giordano Bruno e a Tradição Hermética
  • 16. (*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo / Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas / Membro da Confraternidade Mesa 22, e é Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP) “Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitares frates in unum !”  O conhecimento maçônico só tem valor Quando compartilhado entre os irmãos !
  • 17. Ir José Castellani (Maçom e Escritor) Os três graus da Maçonaria Simbólica simbolizam a senda iniciática, quando o candidato, vindo das trevas do Ocidente, caminha, como iniciado, em direção à Luz do Oriente. A luz, nesse caso, não é aquela originária de corpos materiais, mas, sim, a Luz da Ciência, do Progresso, do conhecimento, simbolizada pelo Sol, o Apolo dos gregos, Mitra dos persas, Rá dos egípcios, a fonte da vida e a causa dos principais mitos religiosos da antiguidade. Como Aprendiz, o iniciado dedica-se ao desbastamento da pedra informe, da pedra bruta, que é um trabalho material.
  • 18. Como Companheiro, já lhe cabe um trabalho intelectual, para a concretização da pedra cúbica, como elemento fundamental das construções. E, finalmente, como Mestre Maçom, cabe-lhe o trabalho espiritual, determinado, claramente, na sua missão de espalhar a Luz, de reunir o que está disperso, de partir do simples para o composto, da causa para o efeito, do princípio para as conseqüências. Consagrado à firmeza de caráter e à moral intransigente, o grau de Mestre Maçom deve libertar o iniciado das paixões, dos preconceitos e das convenções sociais, para que possa, com plena consciência do seu dever, pesquisar e ir à procura da Verdade. Morrendo, simbolicamente, para os vícios, para os erros e para as fraquezas humanas, o Mestre renasce com o espírito limpo e puro, no Amor, que lhe dá energia, na Virtude, que engrandece, e na Verdade, que dignifica, para que possa, cumprindo o seu dever de iniciado, que conheceu a Verdadeira Luz, dar o seu quinhão de trabalho pela evolução da Humanidade. Todas as lições embutidas na ritualística da exaltação ao grau de Mestre, convergem para um ponto comum, através de uma lenda, que mostra o milagre da ressurreição, como o Sol, que renasce, todos os dias, no Oriente, e como os vegetais, que, em seu ciclo eterno e imutável, renascem anualmente, das cinzas de sua morte anual. Os três graus simbólicos, comuns a todos os ritos, representam, na realidade, a essência total de toda a doutrina maçônica. Síntese do universo maçônico, eles mostram a evolução racional da espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado por seus Mestres, realiza seu trabalho de forma empírica, através apenas da intuição,
  • 19. representando o alvorecer das civilizações, marcadas pelo empirismo. O Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma fase mais avançada da evolução da mente humana. E o Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da mente, na busca da perfeição. O maçom, ao atingir o grau de Mestre, deverá possuir, já, a plenitude do conhecimento iniciático moral, social e metafísico, necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica, restando-lhe, então, o trabalho, sempre constante, na busca da perfeição, nunca atingida, mas sempre buscada, pois ela é o estímulo onipresente, na vida do ser humano. Terá, então, o Mestre, a humildade de prostrar-se perante os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da Natureza, despojando- se de todas as vaidades, incluindo-se, entre elas, a busca da ascensão, a qualquer custo, numa escala, que, quase nunca reflete um conhecimento apreciável e um desejável mérito pessoal. Deverá, o Mestre, lembrar-se, sempre, que a verdadeira beleza é a interior, mesmo que o exterior não seja coruscante e não brilhe em faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o verdadeiro maçom, o maçom
  • 20. integral, é um Mestre pelas suas qualidades mentais e espirituais e não por sua posição na escala, ou por seus brilhantes paramentos e condecorações. O hábito não faz o monge, diz a velha sabedoria popular. E se pode, até, acrescentar que um muar ajaezado de ouro e prata nunca poderá ser confundido com um cavalo de alta linhagem. Nas Lojas simbólicas, verdadeira e única essência da Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho desde as trevas do Ocidente até à Luz do Oriente, tendo o seu lugar de acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus méritos, concretizando as sábias lições da lenda do terceiro grau. Ele terá o seu aumento de salário depois de um certo tempo de aprendizado e mediante a apresentação de trabalhos, que permitam aquilatar a sua evolução mental e cultural. A sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés bajulatórios, ou ao poder corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade profana, mas excluídos, pelo menos em suas leis, da verdadeira Maçonaria, desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e Companheiros, usando um simples avental de couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes de uma nababesca farrambamba.
  • 21.
  • 22. “Pedra Japonesa” nas barrancas do Rio São Francisco. Beleza da mão de Deus ou do homem?