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Apostila 18
Estudando sobre a Igreja
CONSAGRADO PARA CUIDAR
Parte I
O capítulo 8 de Levítico é o cumprimento da ordem dada em Êxodo 29 em relação
à consagração dos sacerdotes (cohanim), Arão e seus filhos, dada por Moisés, o
libertador e líder do povo de Israel. É um ato de extrema seriedade que descreve,
de modo gráfico a responsabilidade dos consagrandos, que eram os guardiães
espirituais do povo de Deus.
Deste ato distante de nós cerca de 3.300 anos, desejamos extrair lições para o
ministro do século 21, tarefa esta do intérprete da Bíblia Sagrada.
O Ato de Consagração
O ritual é um sacrifício de comunhão com a função especial de consagrar. A
cerimônia pode ser dividida em quatro partes:
vv. 1-13
Purificação, Vestidura, Unção dos Consagrandos
vv. 14-17
Oferta pelo pecado dos Sacerdotes
vv. 18-21
Oferta queimada
vv. 22-36
Oferta de paz
Uma análise da liturgia nos mostra em primeiro lugar o oferecimento de uma
oferta pelo pecado, que seria totalmente consumida de acordo com as
1
instruções do capítulo 4 do mesmo livro; e o oferecimento de dois carneiros.
O primeiro seria oferecido em holocausto, de acordo com o capítulo 1. O
segundo, porém tem uma parte especialíssima na cerimônia, razão porque é
chamado de "o carneiro da consagração", conforme o verso 22 deste
capítulo 8.
Lê-se no verso 23 que houve aplicação do seu sangue a algumas partes do
corpo dos consagrandos. Este sangue foi usado para trazer Arão e seus
filhos a um estado sem igual de santidade.
O restante do sangue será jogado ao redor do altar, estabelecendo com este
ato um relacionamento especial entre o altar, símbolo do ministério, e os
ordenandos, agentes desse ministério.
As partes do corpo tocadas pelo sangue são orelha, mão e pé. Esse toque
pelo sangue lava-os e dedica-os simbolicamente ao Senhor. Quer também
dizer que o ministro de Deus ouvirá e obedecerá, e suas mãos e pés servirão
ao Senhor.
As lições são extraordinárias:
O OUVIR (v. 23)
O ministro de Deus há de ouvir corretamente. Referimo-nos à conversação
pastoral, chamada por alguns de Clínica Pastoral no gabinete, na visitação
ou informalmente. Não a confunda, porém, com aquilo que jocosamente
chamam de "papoterapia".
Como ministro de Deus e da Igreja de Jesus Cristo, você deve conhecer
exatamente o papel que lhe corresponde. Não será um profissional da
psicologia, da psicanálise ou das variadas terapias oferecidas à clientela. E,
no entanto, seu ministério de ouvir é comparável ao do psicoterapeuta, do
conselheiro matrimonial, ou do psicólogo. Muito de seu trabalho tem a ver
com ouvir-e-aconselhar. Entretanto, você não receberá honorários pelo
aconselhamento, nem fará contrato de trabalho para isso. Você é um
ministro de Deus e será procurado não por um paciente ou cliente, mas por
uma ovelha sua, ou um semelhante seu que precisa de ajuda.
Há quem apenas deseja falar, conversar; dê ouvidos, pois para isso sua
orelha foi ungida. Há quem queira injeções de otimismo cristão, de
esperança. Há quem tenha sérios sentimentos de culpa, de rejeição. Há
quem precise ser confrontado. Uma coisa, porém, é certa: você tem
autoridade dada por Deus e pela igreja que o chamou para dar esse
conselho, essa exortação ou esse confronto.
O ministro de Deus deve ouvir corretamente. Assim, você precisa ouvir o
que está por trás das palavras. Palavras ditas, palavras não ditas, e palavras
2
em suspenso. Talvez os lábios digam algo, mas a expressão facial, as mãos,
a expressão corporal digam outra. Você precisa "ouvir" corretamente os
sentimentos de quem está à sua frente.
Na Clínica Pastoral, ouça bastante antes de opinar. Leve a ovelha a falar;
viva a situação do outro. Você é chamado a um ministério de simpatia, de
carinho, de afeição e de amor. Sobretudo quando você é enérgico!
Desde que você começa a ouvir, está fazendo Psicoterapia Pastoral. Isso é
afirmado pelo Dr. Wayne Oates, autor ou co-autor de mais de quarenta livros
e por muitos anos professor de Aconselhamento Pastoral (Pastoral Care), no
The Southern Baptist Theological Seminary em Louisville. Você é visto
dentro de um esquema todo especial: há um significado simbólico em você
como ministro de Deus. O pastor, por exemplo, é um ponto de referência na
igreja para o povo de Deus. Ele simboliza e representa a comunidade cristã,
e é agente dessa comunidade de Cristo, de Deus.
Há muita esperança quando alguém procura o pastor. Por essa razão, é
terrível, medonho mesmo, quando as palavras do pastor são divinas, mas
seus hábitos de vida contradizem essa dimensão... Você representa e
simboliza muito mais do que você mesmo: você representa o Pai, você leva
a palavra de Cristo e o faz sob a direção do Espírito Santo. Quem vai ao seu
gabinete espera e deve sair abençoado. Você vai ouvir confissões, vai ouvir
palavras de arrependimento. Mas não pressione: ajude no processo de
crescimento.
O TOCAR (v. 23)
O ministro de Deus é ungido na mão para tocar vidas. Estamos nos
referindo, então, à influência. Você vai tocar muitas vidas e deve fazê-lo com
cuidado e leveza.
Use suas mãos para abençoar a criança, o jovem, o adulto, o idoso. E faça-o
com carinho. Leve-os à consciência do santo, lembrando ao crente em Jesus
Cristo que a rigor, para o povo de Deus, não existem espaços separados,
compartimentos estanques entre o secular e o religioso, o sagrado e o
profano, pois a vida pública, social, civil do crente em Jesus Cristo há de ser
normatizada pelo senso do santo.
Leve-os ao senso da providência, à fé, à gratidão, ao arrependimento, à
comunhão, à vocação. Você há de tocar vidas; há de xer com as emoções
das pessoas: raiva, medo, alegria. Você vai lidar com almas enfermas. São
doenças do comportamento, mazelas do espírito, enfermidades
psicossomáticas.
Você terá um ministério a desempenhar nas crises. Crise é qualquer
acontecimento que ameace o bem-estar de uma pessoa, e interfira na sua
3
rotina de vida. O nascimento de uma criança, a morte de um parente, o fim
de um casamento, o desemprego, a aposentadoria são crises . Você há de
entrar em contato e reduzir a ansiedade, encorajando a pessoa a agir.
Lembre-se de que cada situação de crise é única, sem igual. Ou como o
povo diz, "Cada caso é um caso".
Você há de tocar vidas em diferentes níveis de cuidado pastoral: o Nível da
Amizade; o Nível do Conforto; o Nível da Confissão, o Nível do Ensino e o
Nível do Aconselhamento e Psicoterapia. Devo estas classificações ao Dr.
Oates. Há pessoas aflitas que necessitam de apoio; há aqueles enfrentando
a morte que precisam do poder espiritual que o pastor representa; há
pessoas com enfermidades crônicas; há deficientes físicos; há famílias com
filhos com déficit mental; há os deprimidos e os desapontados com o amor
ou outra causa. Todos estes estão no Nível de Conforto. Há o jovem solteiro,
os jovens casados, o adulto de meia-idade, a viúva, a mãe solteira, o
separado/desquitado/divorciado, o hospitalizado, todos em diferentes níveis
do seu cuidado pastoral.
O ANDAR (v. 23)
O ministro de Deus é ungido no pé para andar santamente. Estamos falando
de ética. Para isso, necessária é a ajuda do Espírito Santo. Se você não tem
a ajuda do Espírito de Deus para crescer na graça e na maturidade, vai ser
difícil entender a Bíblia, impossível aplicá-la às vidas, será um problema
conviver com as ovelhas, e terrível dominar atitudes internas.
Mais do que nunca, é preciso ser imitador de Cristo. Para sê-lo, porém, é
preciso andar no Espírito, andar santamente. E andar santamente exige
análise freqüente de nós mesmos, submissão do eu a Deus, e plenitude do
Espírito Santo, que é o Seu controle em nossas vidas.
Você há de visitar. Irá a muitos lugares e lares. Há dois tipos de visitas: as
regulares e as de emergência. Não visite só nas crises: você precisa visitar o
seu rebanho em tempos de paz. Seja ético, então, quanto ao que ouve, vê e
aconselha.
CONCLUSÃO
O final da narração de Levítico 8 registra a obediência dos consagrandos,
Arão e filhos. Isso nos ensina que consagração é entrega absoluta marcada
pela obediência irrestrita às ordens de Deus.
Nossa oração é que nosso ministério seja pontuado agora, hoje, sempre pela
disciplina, obediência, entrega e consagração total àquele que é o Mestre de
nossas vidas, Senhor do nosso futuro, Salvador de nosso ser.
A Catedral
4
Uma catedral para a honra e a glória
de nosso Senhor Jesus Cristo
se constrói momento a momento
à medida que uma mão se estende
e toca outra mão
com amor humano,
e à medida que um coração responde
em amor a outro coração
capacitado pelo Espírito Santo
para anelar, escutar, elevar
e amar-nos uns aos outros.
Para que todos, em todo lugar
possamos oferecer outros dons
que Deus nos tem dado:
Integridade nas relações,
Alegria e paz na fidelidade,
Fortaleza para fazer por meio da igreja,
Mais do que pedimos ou imaginamos.
Margaret Shannon
Parte II
LEVANDO A SÉRIO A CEIA DO SENHOR
"Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus,
na noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse:
Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em
memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do
cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si
mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come
e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co
11.23-29).
A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente
e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa
linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e o vinho, elementos
simples, porém altamente destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela
se torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o
povo de Deus. Quando levamos a sério a celebração da Ceia do Senhor, usamos
de determinadas linguagens:
A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25)
5
Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem
novamente em mim."
A presença de Jesus Cristo é algo extraordinário na vida cristã. Pela
inspiração do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem
o seu lugar na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na
língua hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença
divina" é shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada
vez que a glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse
no deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a
manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19).
Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu
nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça
e de verdade"; a palavra grega utilizada não é do hebraico: é grega, tem
outra origem. O impressionante, no entanto, é que o vocábulo utilizado por
João para dizer, "o Verbo habitou, marcou presença, manifestou-se entre
nós", é a palavra grega que diz skinê. Percebam o som do hebraico sh ki nah
e do grego s ki nê. As duas palavras têm praticamente o mesmo radical.
Coincidência, ou vontade de Deus que as palavras assemelhadas fossem
usadas pelo escritor sagrado?
Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a
Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas
ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças
sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo
salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa, para acrescentar algum valor
maior à salvação, do Batismo. O malfeitor da cruz não precisou se batizar,
mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após a crueldade daquele
momento.
A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do
Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo
Senhor, porque estamos pregando o Seu sacrifício para a salvação de todo
aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos,
que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o
cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por nós.
Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção para todo o que
crê!
Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que
nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e
aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais
brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo
6
desfraldada. E não existe sentimento maior, e quem já passou por isso o
sabe, que estar num outro país, e se emocionar com o verde-amarelo
tremulando nos mastros com outras bandeiras. Isso se chama filia, o amor
cívico, patriótico. Não é doença, não: é patriotismo mesmo!
Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria,
logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de
amor conjugal, lembramos a aliança. Com certeza: precisamos de
memoriais. Temos que lembrar da nossa indignidade e da beleza do perdão.
Por essa razão, temos o memorial da Ceia do Senhor. É isso o exatamente o
que faz a Ceia do Senhor: ela nos relembra o dom da vida através da morte
de Jesus Cristo. Assim, quando nos reunimos seriamente para celebrar este
ato memorial, utilizamos a linguagem da comemoração.
A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20)
Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos
ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Aconteceu, infelizmente,
com a igreja de Corinto, que se reuniu não para o melhor, mas para o pior;
reunia-se para a indignidade. Não confundamos as coisas: quando falamos
de comunhão, não estamos falando de encontro sobrenatural, místico; não
estamos dizendo que nos unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como
querem pregar as religiões orientais; não estamos tendo uma visão, não;
não é comunicação com um morto como querem ensinar por aí, não! A
Palavra nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há comunhão
física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador e o Deus
perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela lembrança de
Cristo na cruz, se a levamos a sério.
Ao longo destes 39 anos de ministério da palavra e das ordenanças, ainda
me emociono quando participo da Ceia do Senhor! E cada vez que seguro o
pão, e o parto na frente dos irmãos, eu me emociono, porque me vem à
mente que sou indigno pecador, e que pela graça de Deus fui feito Seu filho!
Lembro-me, quando tomo a jarra de vinho, e derramo um pouco no cálice, de
que fico com as mãos trêmulas; são 39 anos celebrando a Ceia do Senhor
praticamente mês a mês (e houve época quando o fiz duas vezes no mês),
mas ainda hoje tremo quando tenho na minha memória e coração a cena de
Jesus Cristo no Calvário, e o Seu sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua
testa, pela face, e pelo tronco da cruz...
Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz, e pela
nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a minha
cruz!
Há uma comunhão entre os crentes na Ceia Memorial, mas não é comunhão-
de-cafezinho! Por isso, Paulo está preocupado, e diz "Mas, se alguém quiser
ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de
7
Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos
ajuntais, não para melhor, mas para pior".
Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja
estava seccionada por causa de trajes (capítulo 11)?! Havia divisões por
causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); E depois todos queriam se
reunir para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, porque a
tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos com a
mesma amargura e rancor com que entramos. A conduta dos irmãos de
Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia! O que Paulo
está enfatizando é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida espiritual, a
unidade da igreja, e quando celebramos com seriedade a Ceia, é isso o que
estamos proclamando!
A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29)
Quando celebramos a Ceia usamos esse tipo de linguagem. "De modo que
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente,
será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a
si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice".
Interessante que a Ceia do Senhor não torna ninguém melhor: ninguém vai
sair melhor porque tomou a Ceia do Senhor. E, no entanto, há um paradoxo:
o irmão pode sair pior se tomou a Ceia do Senhor indignamente! É o que
Paulo diz, por essa razão é dever de cada um solene e seriamente examinar-
se sobre quais são os seus interesses e propósitos quando se aproxima da
Mesa do Senhor. Veja bem a seriedade de seus objetivos.
Estive lendo sobre os levitas e sacerdotes (Números 3 e 4). Fiquei arrepiado!
Que coisa impressionante a legislação, como eram as normas no
acampamento de Israel no deserto: somente podiam se aproximar dos
móveis os sacerdotes, nem os levitas que eram os seus auxiliares.
Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para se transferirem
para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias
camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade
do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do
objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de
boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o
estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.).
Os levitas funcionavam, entre outros deveres, como guardas de segurança
do tabernáculo. A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho"
não era o pagão, não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença
muito grande: na Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o
"povão"! Na Igreja de Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso
podemos nos aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma
8
coisa: se o irmão vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado
do corpo e do sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas
pode sair pior do santuário. Quanto seriedade é exigida dos participantes?!
Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo
poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer!
É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu
um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com
os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não
conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle?
Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia deve fazer três
perguntas:
· Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado
pelo Seu sangue?
· Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas. Meu
coração está limpo, ou borrado, sujo?
· Que é que eu desejo? Quais os meus sonhos e visões, que almejo na
Causa de Jesus Cristo?
Não é sério? Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um
diálogo com a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor
em espírito de comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora,
em comunhão espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e
consagração pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa
vida sempre. E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um
funeral (para que cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de
alegria, de esperança porque nós olhamos para o dia da volta de nosso
Senhor Jesus Cristo!
Parte III
O DIÁLOGO DA CEIA DO SENHOR
Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na
noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse:
Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em
memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do
cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si
mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come
e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co
11.23-29).
A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente
e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa
9
linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e temos o vinho,
elementos simples e destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela se
torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o povo
de Deus.
A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25)
Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem
novamente em mim".
É extraordinária a presença de Jesus Cristo na vida cristã. Pela inspiração
do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem o seu lugar
na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na língua
hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença divina" é
shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada vez que a
glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse no
deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a
manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19).
Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu
nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça
e de verdade"; a palavra grega utilizada nada tem a ver com o hebraico: é
outra língua, outra origem, não tem a mesma categoria, inclusive lingüística.
Pois bem, a palavra que João utilizou para dizer "o Verbo habitou, marcou
presença, manifestou-se entre nós", é a palavra grega que diz skinê.
Percebam o som do hebraico sh ki nah e do grego s ki nê. As duas palavras
têm praticamente o mesmo radical. Coincidência, ou vontade de Deus que as
palavras assemelhadas fossem usadas pelo escritor sagrado?
Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a
Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas
ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças
sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo
salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa do Batismo para acrescentar
algum valor maior à salvação. O malfeitor da cruz não precisou se batizar,
mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após aquele momento cruel. Não
é preciso, mas o batismo é um ato de obediência: Jesus até foi batizado por
João, e mandou que a Igreja praticasse o batismo, o que fazemos como
testemunho público do que Jesus Cristo fez na nossa vida.
A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do
Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo
Senhor, porque estamos pregando a Sua morte para a salvação de todo
aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos,
que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o
10
cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por mim e por
você, por nós. Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção
para todo o que crê!
Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que
nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e
aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais
brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo
desfraldada. E não existe sentimento maior que estar em outro país, e se
emocionar com o verde-amarelo tremulando nos mastros com outras
bandeiras. Isso se chama filia, o amor cívico, patriótico.
Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria,
logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de
amor conjugal, lembramos a aliança.
Sem dúvida, precisamos de memoriais. Temos que lembrar da nossa
indignidade e da beleza do perdão. Por essa razão, temos o memorial da
Ceia do Senhor. É isso o exatamente o que faz a Ceia do Senhor: ela nos
relembra o dom da vida através da morte de Jesus Cristo. Assim, quando
nos reunimos para a Ceia, ela utiliza a linguagem da comemoração.
A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20)
Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos
ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Isso aconteceu,
infelizmente, com a igreja de Corinto, que se reunia para a indignidade. Que
coisa triste, reunirem-se os nossos irmãos para atos indignos!
Não confundamos as coisas: quando falamos de comunhão, não estamos
falando de encontro sobrenatural, místico; não estamos dizendo que nos
unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como querem pregar orientais;
não estamos tendo uma visão, não; não é comunicação com um morto como
querem ensinar por aí, não!
É por esses erros todos que doutrinas estranhas surgiram ao longo da
história da Igreja Cristã. Como a transubstanciação, ensinando que no
momento em que são pronunciadas as palavras de instituição ("isso é o meu
corpo" e "isso é o meu sangue") que tanto o pão quanto o vinho mudam a
sua substância, e as suas substâncias tornam-se, respectivamente, a da
carne e do sangue de Jesus Cristo! O Senhor tenha piedade! Isso não se
encontra na Escritura?! A comunhão com Cristo não necessita que a
substância desses elementos materiais seja mudada.
O Novo Testamento nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há
comunhão física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador
e o Deus perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela
lembrança de Cristo na cruz.
11
Ao longo destes quase quarenta anos de ministério da palavra e das
ordenanças, tenho me emocionado sempre que participo da Ceia Memorial!
E cada vez que seguro a côdea de pão, e o parto na frente dos participantes,
eu me emociono, porque me vem à mente que sou indigno pecador, e que
pela graça de Deus fui feito Seu filho! Lembro-me, quando tomo esta jarra de
vinho, e derramo um pouco no cálice, fico com as mãos trêmulas ainda; são
39 anos celebrando a Ceia do Senhor praticamente mês a mês (e houve
época quando o fiz duas vezes no mês), mas ainda hoje tremo quando tenho
na minha mente e coração a cena de Jesus Cristo no Calvário, e o Seu
sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua testa, pela face, e pelo tronco da
cruz... Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz, e
pela nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a
minha cruz!
Há uma comunhão entre os crentes, mas não é comunhão-de-cafezinho,
porque a Ceia do Senhor não é isso! Por isso, Paulo está preocupado, e diz
"Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem
tampouco as igrejas de Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos
louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior". Terrível!
Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja
estava dividida por causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); havia
divisões por causa de trajes (capítulo 11)?! E depois todos queriam se reunir
para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, não! Porque
tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos de novo
com a mesma raiva e amargura do nosso irmão em Jesus Cristo! A conduta
dos irmãos de Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia!
O que Paulo está enfatizando aqui é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida
espiritual, é a unidade da igreja, e quando celebramos a Ceia, é isso o que
estamos dizendo!
A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29)
Quando celebramos a Ceia usamos essa linguagem. "De modo que qualquer
que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e
assim coma do pão e beba do cálice". Interessante que a Ceia do Senhor não
torna ninguém melhor. Na verdade, ninguém vai sair melhor porque tomou a
Ceia do Senhor. E agora o paradoxo: o irmão pode sair pior se tomou a Ceia
do Senhor indignamente! É o que Paulo diz, por essa razão é dever de cada
um solene e seriamente examinar-se sobre quais são os seus interesses em
Jesus Cristo. Você participou da Ceia só porque os outros iam ver, e você ia
ficar com vergonha se ficasse sentado e não participasse? Quais são seus
propósitos quando se aproxima da Mesa do Senhor?
Estive lendo sobre a congregação dos levitas e sacerdotes (Números 3 e 4).
12
Fiquei arrepiado! Que coisa impressionante a legislação, como eram as
normas no acampamento de Israel no deserto: somente podiam se
aproximar dos móveis os sacerdotes, nem os levitas quer eram os seus
auxiliares. Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para ir
para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias
camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade
do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do
objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de
boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o
estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.). Os levitas funcionavam,
entre outros deveres, como guardas de segurança do tabernáculo.
A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho" não era o pagão,
não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença muito grande: na
Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o "povão"! Na Igreja de
Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso podemos nos
aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma coisa: se o irmão
vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado do corpo e do
sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas pode sair pior
do santuário.
Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo
poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer!
É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu
um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com
os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não
conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle?
Por isso que Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia
deve fazer três perguntas:
· Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado
pelo Seu sangue?
· Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas. Meu
coração está limpo, ou borrado, sujo? · Que é que eu desejo? Quais os meus
sonhos e visões, que almejo na Causa de Jesus Cristo?
Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um diálogo com
a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor em espírito de
comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora, em comunhão
espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e consagração
pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa vida sempre.
E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um funeral (para que
cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de alegria, de
esperança porque nós olhamos para aquele dia! Que o Senhor nos ajude e
abençoe!
Patte IV
13
VESTIMENTA NA IGREJA
Introdução:
"Nesta casa não tem moda, tem recato". Faço minhas as palavras da personagem
de Tarcísio Meira na série Um só Coração, da Rede Globo, para asseverar a
minha convicção espiritual em relação a vestimenta do cristão verdadeiro, pois
creio que na igreja de Jesus Cristo não deve existir a preocupação exagerada com
a moda, mas sim com o recato e o decoro que devem ser peculiares aos santos.
Há algum tempo temos alertado a igreja sobre esta questão, mas parece que não
temos sido bem-sucedido nestes alertas, razão pela qual decidimos tratar
francamente deste assunto com toda a igreja.
Não pretendemos desenvolver um tratado teológico sobre o tema e nem
desejamos agir com rigorismo em termos de usos e costumes. Apenas desejamos
apresentar aos irmãos textos bíblicos que devem nortear a nossa experiência de
fé e de vida cristã, causando transformações radicais em nossas mentes,
transformações essas que nos atribuam redobrada autoridade espiritual e
testemunhal diante desta geração corrompida e perversa em que vivemos.
Há uma monumental investida contra a moralidade do ser humano, que se reflete
na vestimenta. Seja em nome da moda, da liberação feminina, do tropicalismo, da
quebra dos paradigmas, dos regionalismos ou da libertinagem e do hedonismo
peculiar a pós-modernidade. Não importa a razão, as pessoas estão cada vez
mais nuas. Aquelas que insistem em se vestir bem e com decoro, parece que
estão ilhadas, ou seja, cercadas de pessoas nuas por todos os lados.
O trágico é reconhecer que esta nudez desenfreada chegou à igreja. Chegou para
ficar e se estabelecer como referencial de comportamento cristão, o que é
absurdo. Porém, em nome de Jesus, mesmo sob a pecha de radical, de
retrógrado, de antiquado ou de autoritário, pretendemos persistir no combate
desta maldição, bem como no combate de toda a sorte de malignidade que tenta
corromper os parâmetros de Deus para a santidade do cristão, permanecendo fiel
a Cristo e a convicção ministerial que temos de que a igreja brasileira necessita
urgentemente experimentar um avivamento de santidade.
Vejamos no Texto Sagrado alguns ensinamentos bem objetivos sobre a
vestimenta do povo de Deus.
Inicialmente, vejamos algo sobre...
1. A primeira roupa - Gênesis 3.21:
Vemos que o primeiro a apresentar a preocupação com a vestimenta do ser
humano foi o próprio Deus.
Tais vestimentas são precursoras de muitas outras medidas adotadas por Deus,
relacionadas a moral e aos bons costumes, visando o bem-estar físico, social e
espiritual da humanidade. Medidas que se tornaram necessárias por causa da
14
corrupção imposta pelo pecado à natureza humana.
Nos versos 10 e 11 de Gênesis 3 o homem alega medo de Deus devido a sua
nudez. A nudez neste contexto representa a consciência da corrupção, da quebra
de um padrão estabelecido por Deus. O homem foi criado em santidade e a nudez
não lhe causava constrangimento diante do Criador. Mas depois do pecado, uma
vez quebrada a imagem e semelhança moral de Deus no homem, a nudez passou
a ser motivo de medo.
Desta referência concluímos que estar na presença de Deus consciente da nudez
imoral é afronta contra o Senhor. É pecado.
Pior ainda é a seminudez, que instiga e explora a sensualidade, provocando
pensamentos impuros e constrangimentos ao desnudo.
Devemos observar que mesmo sob maldição, em pecado, Deus não expulsou o
homem do Éden nu, para a desonra. Deus fez túnicas de peles, verso 21. Ou seja,
roupa que cobre tudo o que deve ser preservado e que indica parâmetros de
moralidade e de respeito entre serem humanos.
Em segundo lugar, vejamos algo sobre...
2. As roupas para a adoração - Êxodo 28.1-4:
Neste texto Deus exige roupas especiais, roupas de gala, para o sacerdote na
ministração do culto e da adoração.
Se a sua mente tenta justificar a não aplicação deste texto em sua vida, devo
ressaltar que a Palavra de Deus assevera que, a partir do sacrifício de Jesus, com
o rasgar do véu no templo, todos fomos feitos sacerdotes para Deus, Apocalipse
1.6 e 1 Pedro 2.9.
Adoração é ato de culto. É reconhecimento do caráter divino e da santidade do
Deus objeto da adoração. Por esta razão, Deus exige roupas especiais para o ato
de culto verdadeiro.
O princípio que se encerra neste contexto bíblico é o de que as vestimentas que
usamos no ato de culto devem ser limpas, puras e santificadas, visto que nos
aproximaremos de Deus, que é santíssimo.
O conceito básico que estabelece os parâmetros da vestimenta sacerdotal é o de
que as roupas são como referencial de apresentação diante da glória de Deus e
para a glória do Deus que é adorado. A glória de Deus manifesta é símbolo real e
indiscutível da presença de Deus no culto ministrado diante dele e para ele.
Podemos verificar também os versos 31-35 e 39-43 de Êxodo 28, que fazem
referência aos paramentos e assessórios sacerdotais, destacando a preocupação
15
de Deus até com os calções, ou seja, com a roupa íntima do sacerdote, verso 42,
indicando que o cuidado de Deus vai além da roupa aparente.
Pensando ainda em roupas para a adoração, devemos observar ainda os ensinos
de Salmos 29.2 e 96.9. As afirmações destes versos, embora traduzidas como
"esplendor do seu santuário" ou "esplendor da sua santidade", ou ainda, como
"beleza da sua santidade", indicam, em sua idéia mais remota, a luz do contexto
geral da Bíblia, que devemos estar bem vestidos, ou seja, trajados com decência,
quando nos apresentamos diante do Senhor para prestar-lhe culto. Não podemos
estar na Casa de Deus com vestimentas que não sejam expressão da nossa
busca de santidade, que é o que nos habilita a estarmos diante do Senhor em
adoração, Hebreus 12.14.
Vale ressaltar que o Texto Sagrado alerta até mesmo aqueles que não são servos
de Deus e que não têm, por isso, uma experiência íntima com ele, a tomarem
cuidado com os seus trajes quando estiverem em uma situação que saibam que
estarão diante de Deus.
A realidade, amados, é que Deus requer decência de cada um de nós. Somos os
sacerdotes consagrados por ele e para ele. Deus requer moralidade na adoração
e na ministração dos cultos, bem como durante os cultos.
Vejamos em seguida algo sobre...
3. Roupas como sinal de reverência - 2 Reis 5.1-6:
Reverência tem a ver com a postura resultante da conscientização a que
chegamos em relação ao valor do outro.
Este texto mostra que Naamã ao se dirigir ao servo de Deus, desejando causar
boa impressão e agrada-lo, levou roupas finas e luxuosas, roupas de festa. Este
gesto de Naamã aponta para o reconhecimento da superioridade do profeta em
relação a ele e para o reconhecimento da soberania de Deus em relação a sua
vida e circunstância.
Naamã, o grande general, não entendia bem tudo o que estava acontecendo.
Ficou frustrado e aborrecido ao se sentir desprezado pelo profeta, bem como pelo
fato de o profeta não aceitar os seus presentes. Afinal, eram roupas especiais,
com aplicações em ouro, prata e cravejadas de pedras preciosas. Porém, o seu
coração ainda era obstinado e Deus conduziu o profeta para que, com aquela
atitude, Naamã fosse quebrantado, humilhado, curado e salvo.
Desta maravilhosa narrativa bíblica fica para nós a seguinte lição: não é molambo,
nem trapo velho encardido, nem modismo, nem roupas indecorosas ou falta de
roupa que se deve levar para a presença do Senhor ou do servo de Deus, que o
representa na ministração para as nossas vidas.
16
Devemos ter a consciência de que estamos diante do próprio Deus e que, por
isso, devemos estar bem trajados, levando o melhor possível, mesmo que com
roupas humildes e simples, mas com decência e decoro, mostrando que
reconhecemos a superioridade e a soberania de Deus, o Deus que está pronto a
nos quebrantar, a nos curar e ministrar salvação.
Vejamos ainda algo sobre...
4. Roupas como sinal de restauração - Lucas 15.21-22:
Neste texto identificamos duas questões importantes: O filho reconhecendo o seu
estado e admitindo a perda da condição de filho e o pai amoroso dando ao filho
pródigo, em seu retorno, roupas novas, sapatos e um anel. Vamos nos ater as
roupas.
A entrega de roupas novas para o filho, "a melhor roupa", indica a transformação
de vida que o jovem experimentara. Os farrapos de uma vida dissoluta e
distanciada de Deus e dos parâmetros da moralidade devem ser jogados fora e
trocados por vestimentas novas, limpas e decentes.
Quando nos convertemos Deus nos honra e nos dá novas vestes, vestes
espirituais, que simbolizam a nossa restauração e a retomada da nossa condição
de filhos. Estas roupas novas simbolizam o perdão que nos foi outorgado,
servindo também como prova da nossa aceitação na casa do Pai, bem como da
restituição do nosso direito espiritual como herdeiros de Deus em Cristo.
Em Jesus não somos mais pessoas separadas de Deus, como que deserdadas
por causa do pecado. Em Cristo nos tornamos pessoas especiais, tendo regatado
a nossa posição espiritual como filhos de Deus, não podemos mais permanecer
maltrapilhos, desnudados ou vestidos de maneira indecorosa. A condição de
coitado, miserável e nu é para aqueles que serão vomitados pelo Senhor devido a
mornidão espiritual, Apocalipse 3.14-22, em especial osversos 16-18, e não para
os filhos que vivem em perfeita comunhão com o Pai.
Por fim, vejamos algo sobre...
5. O parâmetro de Deus para a vestimenta do cristão - 1 Timóteo 2.9-10:
Estes versos falam em trajes decorosos e sem luxúria como a vestimenta ideal
para o servo de Deus.
Mais uma vez a sua mente, principalmente a dos homens, pode estar tentando se
justificar dizendo que o ensinamento paulino não se aplica a você. Isso não é
verdade. A exigência de decoro e de moralidade na vestimenta é para mulheres e
homens ao mesmo tempo. O que comprova isso é o contexto geral do capítulo,
em especial o verso 8, que exige dos homens um alto padrão de santidade para a
oração.
17
Decoro é recato no comportamento e decência no vestir. Está relacionado com a
postura que adotamos para a vida. Luxúria é comportamento desregrado em
relação a sexualidade. É licenciosidade moral que denota a lascívia, que é
pecado, e a concupiscência, que é o desejo de pecar, do indivíduo. A luxúria se
contrapõe acirradamente ao decoro.
Em contrapartida, Deus exige dos seus filhos uma vestimenta decorosa e isenta
de qualquer sintoma de luxúria. Ou seja, Deus exige de nós um comportamento
recatado através do qual as pessoas percebam que estamos libertos do desejo de
pecar e que fomos restaurados em nossa moralidade, em nosso caráter, que é
agora santificado pela ação do Espírito Santo que em nós habita.
O termo traduzido por "traje decoroso", utilizado por Paulo, no original, ultrapassa
a idéia de vestuário simplesmente. Paulo usa o termo para fazer referência
também a moralidade sexual que nos é exigida por Deus e que deve se refletir em
nossas roupas.
Nossas roupas indicam se temos maus ou bons costumes morais. A maneira
como nos vestimos ressaltam o valor moral que atribuímos ao nosso corpo diante
de Deus. O jeito como nos vestimos reflete a nossa consciência moral em termos
de sexualidade, bem como o nosso senso de preservação da nossa integridade
moral. A nossa roupa pode refletir o nosso caráter.
O que vestimos mostra o que esperamos que as pessoas pensem de nós em
relação a maneira como tratamos a nossa sexualidade. Se nos vestimos com
luxúria as pessoas poderão imaginar que somos licenciosos, ou seja, imorais. Se
nos vestimos com decoro, por certo as pessoas perceberão que nós nos
honramos e que lutamos para nos preservar em santidade diante de Deus. Isso é
verdade desde que não haja falsidade em nossos corações
A escolha não é muito difícil. Roupas sobrecarregadas de luxúria e de
sensualidade, que refletem lascívia e libertinagem imoral, ou roupa decorosa, que
reflete a sua compostura moral e espiritual. Lembre-se; suas roupas, por certo,
falarão mais alto do que as suas palavras em meio ao burburinho esganiçado da
promiscuidade na qual chafurda a nossa sociedade.
Conclusão:
Outros textos poderíamos estudar sobre o tema, tais como João 19.23-24, que
falam das roupas de boa qualidade, de valor e de discreta beleza usadas por
Jesus; Apocalipse 7.9-17, que fala da roupa dos mártires na glória, que eram as
mesmas vestes que usavam aqui na terra, pois não haverá tempo para trocar de
roupa antes de entramos no céu; e Apocalipse 16.15, que descreve o fato de
termos as roupas sempre à mão como sinal de preparo espiritual para o encontro
com Jesus, mas creio que já vimos o bastante para estabelecermos parâmetros
éticos para a nossa igreja, no que diz respeito a nossa vestimenta.
18
Talvez você esteja se perguntando: Onde se pretende chegar com este estudo?
Ou quem sabe você esta ruminando com os seus botões... "Já até sei qual vai ser
o resultado disso". Não importa. Não nos preocupa nem mesmo o fato de você
pensar que este assunto não deveria ser tratado na igreja.
Mas devemos tratar destas questões na igreja sim, visto que imoralidade,
promiscuidade, lascívia, exploração da sensualidade na vestimenta e o
cinicamente chamado nu artístico são ações maléficas do diabo contra a natureza
humana e a sociedade. O resultado dessas estratégias diabólicas tem sido a
violência sexual contra as crianças, a gravidez na adolescência, a prostituição
desenfreada, a banalização do adultério, a aceitação parcimoniosa do divórcio e,
como decorrência, famílias destroçadas. O resultado da imoralidade no vestir é
uma sociedade corrompida, desigual e agonizante como percebemos a nossa.
Será mesmo que não temos razões que justificam estudar este tema?
Vale ressaltar ainda que este estudo, embora de cunho ético, é também
evangelístico. Pois apresenta o evangelho verdadeiro, sem ajustes humanos, sem
relativizações éticas e sem a tentativa de se fazer a vontade humana. Este estudo
apresenta o evangelho que é a luta por se fazer a vontade de Deus, que nos quer
santos para ele e santificadores pelo testemunho cristão autêntico. Se você
procura outro evangelho que não o de Jesus Cristo, bateu no estudo errado. A
igreja de Cristo não é o seu lugar.
Por fim, vamos ao objetivo deste estudo que não é nada que a igreja já não saiba,
pois em diversas ocasiões manifestamos nossa posição bíblica sobre a questão
da vestimenta do cristão, como já dissemos neste estudo.
Uma vez realizado o estudo, nossa oração é para Deus, pelo Espírito Santo, toque
em nossas mentes e corações a fim de que mudemos radicalmente a maneira de
nos vestirmos. Não só na igreja, mas em casa, no trabalho, na escola, na igreja,
em fim, em todo o lugar onde estivermos e no nosso cotidiano.
Não é o pastor que manda. É Bíblia. É Palavra de Deus. Lógico que cabe ao
pastor a ministração da Palavra e a supervisão quanto a obediência aos
ensinamentos do Senhor. Por isso, de hoje em diante, devem ser estabelecidas
algumas regras bíblicas em relação a vestimenta que se usará para a participação
e para ministração nos cultos. Seria uma bênção se estas normas fossem
aplicadas pelos irmãos e irmãs de modo geral, pois o pastor não deve se dar ao
trabalho de vigiar ninguém. Deus há de restaurar e transformar a consciência de
cada um, visto que, como pastores, não podemos fazer o papel do Espírito Santo
no convencimento das pessoas.
Porém, no que diz respeito a utilização do púlpito, ao estar na frente para ministrar
o culto, para cantar, para declamar, para qualquer coisa, bem como para se subir
na plataforma para ministrar o louvor, o culto ou qualquer outra participação, não
se deve permitido blusas de alças (aquelas blusas que só tem as alcinhas e mais
nada), tomara que caia (que para os mais afoitos devia chamar "pena que não
19
caiu"), decote umbilical, no cóxi ou no "rego", e nem decotes meia-taça que
projetam os seios para os olhos incautos dos homens ávidos por aconchego ou
mesmo dos desavisados... Haja unção para olhar e não pecar.
Não mais se deve permitir o uso de mini-saia, micro-saia, vestidos curtos
(daqueles que vão só até a cabeça do fêmur) ou transparentes e translúcidos. Não
se deve ir para a igreja com calça de cós baixo (daqueles que ficam no púbis) sem
uma blusa ou camiseta que cubra os quadris, e nem com uma calça comprida
atarracada no corpo, na genitália ou no traseiro, por que estas não são roupas
adequadas para se estar na frente da congregação. Com roupas deste tipo não se
deve participar da ministração.
Seja para dirigir programa, para ministrar o culto ou o louvor. Seja para apresentar
visitantes, fazer anúncios, cantar, tocar, cantar em conjunto ou pregar. Não
importa. Diante da igreja, para ministrar na presença de Deus, não se deve
permitir mais uma vestimenta indecorosa, modismos exagerados e imorais, ou
mesmo roupas esculachadas, que não condizem com o padrão de Deus para a
vestimenta do salvo e nem com o testemunho cristão.
Diante de Deus e da congregação devemos estar bem trajados, demonstrando
que não temos mais os temores do pecado quanto a nossa nudez, e que estamos
devidamente vestidos para a adoração e em profunda e sincera reverência a
Deus.
Isto por quê? Porque fomos restaurados por Deus da nossa natureza pecaminosa
e porque estamos dispostos a obedecer ao Senhor, fazendo a sua vontade,
expressa na Bíblia Sagrada, mesmo que para isso tenhamos que fazer uma
"fogueira santa" com as roupas que usávamos até sermos exortados na Palavra
de Deus. Seria maravilhoso se num domingo fizéssemos esta fogueira para
queimar as roupas das quais o Senhor nos libertou depois de termos estudado a
Palavra.
Esperamos no Senhor que este estudo seja suficiente para uma tomada de
posição nossa como igreja de Cristo no Brasil. Não precisaríamos ouvir críticas ou
cobranças por causa de vestimenta.
Somos nós e os nossos filhos que nos vestimos indevidamente. Somos nós que
compramos as roupas dos nossos filhos. Se não compramos, admitimos que eles
comprem ou que usem. Vamos assumir a nossa responsabilidade e corrigir a
nossa conduta moral, diante de Deus, no que diz respeito a vestimenta.
Quanto às críticas ao autor e ao estudo, muito obrigado, em nome de Jesus, aos
críticos. Porém, entre a frouxidão moral e Palavra de Deus, ficamos com a Bíblia.
Entre a relativização ética e o Texto Sagrado; ficamos com a Bíblia. Entre a
perversão do modismo e as Escrituras, ficamos com a Palavra de Deus. Mesmo
que isso nos imponha a impopularidade, o estigma de radical ou a renúncia do
pastorado.
20
Amém.
Parte V
“ALEFREI-ME QUANDO ME DISSERAM..."
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1)
A tocante, inspiradora, edificante experiência de ver o povo de Deus chegando
cada manhã ao templo é uma alegria dominicalmente renovada. Podemos,
mesmo, imaginar as multidões indo à Beth haMikdash (Templo) em Jerusalém, e
cantando à medida que iam se aproximando dos portões da Cidade Santa. É o
que diz a nota de explicação do Salmo 122 com a expressão “cântico de degraus”
(“gradual” ou “de romagem”, “de romaria” ou “de procissão” em outras traduções).
O povo ia ao Templo de Jerusalém, e vem hoje ao templo. Porém, com que
objetivo?
A Casa de Deus
É lugar de adoração. Está na Palavra Santa: “...aonde sobem as tribos, as tribos
do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do
Senhor” (Sl 122.4) Jesus Cristo ensina que o Senhor busca adoradores (Jô 4.23),
ou como bem o expressou A. W. Tozer: “Deus salva os homens para fazê-los
adoradores, fato esquecido hoje em dia por liberais, seitas e (até) cristãos
bíblicos”.
Se não somos adoradores, crentes com espírito de louvor, não poderemos
trabalhar aceitável e adequadamente pelo reino de Deus, pois o Espírito Santo
age através do coração, das mãos, dos pés, dos lábios que se renderam ao
Criador. Assim, o louvor é a nossa resposta ao amor de Deus. Cantar, orar,
meditar, tudo leva à adoração. Adorar, no entanto, é mais que qualquer um desses
atos.
Na verdade, é se deixar inflamar pelo Deus Pai, pelo Deus Filho e por Deus
Espírito Santo; cultuar é confessar que se mantém um relacionamento com o
Criador. O crente troca a independência, a auto-suficiência, a rebeldia pela
rendição a Deus, pela entrega, submissão e pedido de socorro. No culto,
louvamos a Deus em conjunto, confessamos nossos pecados em conjunto,
recebemos a Palavra em conjunto, e saímos para servir com um só propósito
embora em situações e contextos distintos.
Há, porém, que ser assim, visto que, após a salvação, o passo mais importante
que o novo crente, o crente deve dar é unir-se ao povo de Deus na instituição que
Ele estabeleceu para o propósito de lhe trazer crescimento: a igreja local. No dizer
de Paulo, apóstolo: “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em
breve, para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de
Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.14,15). É
nesse pensamento que o poeta exclama com tanto entusiasmo, “Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!” (cf. v. 4).
No culto comunitário, há pessoas de diferentes origens, níveis sociais, raças e
21
culturas. Todas essas distinções, no entanto, se evaporam no canto
congregacional, no canto coral, na oração, na leitura bíblica, na entrega dos bens
e vidas, na mesma expectativa quanto à pregação. O crente há de compreender
que, ao vir ao culto, algo vai acontecer: sua vida será agraciada pela presença de
Deus, pela compreensão do grande, eterno amor, e enriquecida pela comunhão
dos irmãos, aquilo que é tão bem expresso na Bênção Apostólica: “A graça do
Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam
com todos vós” (2Co 13.13). É o senso de conjunto, de adoração conjunta em
perfeito acordo com o que Paulo acentuou em Filipenses 3.5: “Pelo que todos
quanto somos perfeitos tenhamos este sentimento, e, se sentis alguma coisa de
modo diverso, Deus também vo-lo revelará”. Há um popular hineto que diz:
“Quando estou com o povo de Deus,
eu sinto a maior alegria;
quando estou com o povo de Deus,
eu sinto real harmonia...”
É a fé estimulada, são as energias espirituais renovadas, a coragem, a robustez, a
esperança fortalecidas, por que no culto, Deus está presente: “O Senhor está no
seu santo templo...” (Hc 2.20); Jesus Cristo está presente: “onde se acham dois ou
três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); o Espírito
Santo está presente: “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a
palavra de Deus” (At 4.31). E, quando o culto termina, diz o adorador-em-espírito-
e-em-verdade, “Alegrei-me de verdade, alegrei-me com tudo o que eu sou,
alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!”
A casa de Deus é um lugar de oração. “Orai pela paz de Jerusalém” pede o
salmista no Salmo 122.6. Assim, é ambiente de conseqüente avivamento. Por
vezes, vidas são áridas num mundo árido, surgindo a necessidade de reavivar-se
a chama dentro de nós. É o reaquecimento, o despertamento que buscamos,
prezamos, queremos e pelo qual clamamos.
Habacuque expressou este clamor ao dizer, “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio
dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da
misericórdia” (3.2). E o Senhor nos responde: “e se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus
maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra” (2Cr 7.14).
A dinâmica do culto consiste em deixar-se o crente individualmente, e a igreja
como um todo tocar pelo Espírito de Deus. Isso nos recorda o ensino bíblico de
que é pecado trazer no culto divino e ao serviço do Senhor qualquer coisa que não
proceda de uma vida renascida. É o fogo estranho de que fala Levítico 10.1 e
Números 3.3,4. Irreverência na casa do Senhor é pecado grave, muito grave, e
traz sério prejuízo espiritual para toda a igreja. Não expressa a Escritura, “Guarda
o teu pé quando fores à casa de Deus” (Ec 5.1a)?
É até possível ampliar a explicação exortando a guardar os ouvidos, os olhos, a
mãos, a mente e o coração. Dominados haveremos de ser por um anseio de uma
maior consagração. O cristão evangélico não “assiste ao culto”: dele participa. O
22
culto não é um drama encenado para uma platéia de espectadores, ou realizado
tão somente pelo oficiante sem a presença de um auditório. É ato corporativo.
Aliás, a alegria do culto divino é um sentimento antecipado, e acentuada essa
alegria quando compartilhamos a adoração com outros crentes. Portanto, não
basta a um cristão dizer que pode orar, cantar, ler e meditar em casa, ou ligar a
TV e ter a igreja eletrônica com um pregador de estúdio “olhando” para você (?!)
da tela fria do televisor, porque nada vai compensar o culto que você perdeu, e
nada vai comprar as bênçãos divinas, os temores afastados, as falsas idéias e
doutrinas corrigidas, e a fé revigorada na adoração coletiva.
Algo Prático
O cantar. É errado chamar a primeira parte do culto de Louvor, visto que, na
realidade, todo culto, e o culto todo é uma tremenda apoteose de louvor. Não pode
haver culto se não há adoração com seriedade, se o louvor é sem reverência, sem
humildade, sem espírito de dependência, sem espírito de cooperação, sem
confiança, sem quebrantamento e sem consagração.
A música são as flores do jardim da adoração. O objetivo é unicamente a glória de
Deus, nunca o destaque pessoal. A música deve afunilar juntamente com as
leituras bíblicas, a oração e as ofertas para o tema a ser explanado e desenvolvido
no sermão. Cuidado com a música de qualquer jeito, sem ensaio, improvisada,
porque nosso Deus não merece nem tolera isso!
Por que substituir os teológica e musicalmente bem escritos hinos, hinetos e
doxologias por corinhos de paladar duvidoso, escritos em mau português,
popularescos, com uma teologia que não é bíblica, como, por exemplo, “Jesus é a
aliança entre você e eu...”, onde em poucas palavras há um erro crasso de
linguagem? O hino deve ser reverente, bíblico, trazer o amor de Deus e enfatizar a
adoração.
O bom hino comunica o amor do Pai. Há quem se interesse pelo som, pela
harmonia ou pelo ritmo, mas não pelo Senhor que é exaltado nos seus versos. Há
quem esteja mais interessado no que alguém imaginosamente chamou de LIT-
ORGIA, em vez da liturgia (palavrinha boa que significa “o trabalho do leigo”); há
quem se interesse pelo barulho em vez do serviço a Deus, o “trio elétrico”
evangélico”, a “axé music” evangélica em vez da calma onde se manifestou o
Espírito de Deus a Elias (1Rs 19.12b). O irmão Lawrence afirmou, “Não consigo
imaginar como pessoas religiosas podem viver satisfeitas sem a prática da
presença de Deus”. Sim, a alegria da presença de Deus, porque a alegria não é
encontrada em cantar certo tipo de música ou viver com certo grupo. Consiste na
obediência.
As ausências. A palavra de Deus é claríssima sobre esse tema: “consideremo-nos
uns aos outros, ... não abandonando a nossa congregação, como é costume de
alguns...” (Hb 10.24,25). A tradução do Pe. Negromonte esclarece ainda mais,
“Não deixando as nossas reuniões...”
É ausentar-se podendo estar presente, o velho e persistente comodismo. É não
deixar que a chuva, o calor, o frio, a TV, a corrida de automóveis, o futebol, o
dever de casa, a praia, os passeios, ou o turismo eclesiástico nos impeça de vir à
própria congregação, pois é preciso crescer com a igreja, crescer na igreja,
23
crescer para a Igreja de Cristo em sua expressão local, a comunidade de fé de
você faz parte.
Quando deixamos a congregação, quando nos ausentamos da igreja, não
recebemos as bênçãos do culto, perdemos o fervor, o espírito de unidade, não
levamos os filhos a crescer e a igreja perde a cooperação.
Se a adoração, o louvor, o culto não nos transformar, não pode ser chamado culto,
louvor, adoração (cf. Mt 5.23,24), visto que adorar, louvar, cultuar é transformar-
se. Se a adoração não nos levar a maior obediência, é só agitação, mas não um
ato de culto. Quando entramos no templo é a expectativa, quando saímos é
obediência; quando entramos é fé e esperança, quando saímos é amor.
Neemias nos inspira: “porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto
não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (8.10b), por isso,
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!”
Parte VI
A IGREJA PRECISA DE TEOLOGIA?
Introdução e Conceitos
É comum ouvirmos que "a teologia mata a religião" ou que "a Igreja não precisa de
teologia e, sim, de vida". Serão verdadeiras essas afirmações? Admitimos que há
muita coisa por aí levando o nome de "teologia" que não passa de especulação
humana, por não se basear em pressupostos de uma hermenêutica bíblica. E até
a "boa teologia", quando se torna um fim em si mesma, pode não ter qualquer uso
prático e reduzir-se a mero academicismo. Não é disto que falamos aqui.
Perguntamos se a verdadeira Teologia é necessária à Igreja.
E o que é verdadeira Teologia? Como o próprio nome indica, Teologia é o estudo
de Deus, ou, definindo mais formalmente, "é a ciência que trata de Deus em Si
mesmo e em relação com a Sua obra" (B.B. Warfield). Perguntamos, por
conseguinte, se a Igreja pode prescindir do conhecimento de Deus e da Sua obra
e ainda ser Igreja de Deus. É quase certo que aqueles que negam a necessidade
da Teologia na vida da Igreja não diriam, conscientemente, que alguém pode ser
cristão sem conhecer a Deus. O que lhes falta é um bom conhecimento do que é
Teologia e de suas implicações.
Como podemos conhecer a Deus sem estudar a revelação que Ele faz de Si
mesmo? Como saber quem Ele é e o que Ele tem feito e faz, quem somos nós em
relação a Ele, o que Ele requer de nós,etc., se não investigarmos o que Ele deixou
revelado para nosso conhecimento? Pois esse é o trabalho da Teologia. Esse
trabalho parte de três pressupostos: O primeiro é o de que Deus existe; o
segundo, de que Ele pode ser conhecido, embora não de modo exaustivo e
completo; e o terceiro, de que Ele tem Se revelado tanto por meio de Suas obras
(criação e providência - Revelação Geral - Sl19:1,2; At 14:17), como,
principalmente, nas Santas Escrituras (Revelação Especial - Hb1:1,2; 1 Pd
1:20,21). É porque Deus Se revelou que podemos conhece-Lo. Nosso
24
conhecimento de Deus não é intuitivo, nem natural, mas comunicado por Ele
mesmo através dos meios que soberanamente escolheu. "Fazer teologia",
portanto, não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo
"descobrir" a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu
de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como
base, meio e princípio regulador não é "teologia", devidamente entendida.
A palavra "teologia" não ocorre na Bíblia e o termo que lhe é equivalente, no N.T.,
é "doutrina" ( "didache" ou "didaskalia", no grego), que vem de uma raiz que
significa "ensinar" e pode se referir tanto ao ato de ensinar, propriamente, como ao
conteúdo do que é ensinado (Rm 6:17;1Tm 6:3-4; 2Tim 4:3-4; Tito 1:2,9, etc.).
Podemos dizer, de modo mais completo agora, que Teologia é o conjunto de
verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito de Deus e de Sua obra, e que
são apresentadas de modo sistemático, na forma de um corpo de doutrinas. A
essa forma ordenada de doutrinas, dá-se inclusive, o nome de "Teologia
Sistemática". O adjetivo aqui, não altera o conceito de "teologia".
Assim entendidas, fica evidente que não há diferença entre Teologia e Doutrina.
Mas voltemos ao nosso tema. Duas são as razões geralmente apresentadas para
se dizer que a Igreja não precisa de Teologia. Elas se baseiam em duas falsas
antíteses:
1. A primeira é a suposição de que o Cristianismo se baseia em fatos e não
em doutrinas
Concordamos que nossa salvação não repousa sobre um conjunto de teorias ou
idéias, mesmo que extraídas corretamente da Bíblia, a que damos o nome de
"doutrina", mas sobre os atos poderosos e eficazes do nosso soberano Deus. Não
somos salvos através de uma correta teoria a respeito da pessoa de Cristo, mas
pela própria pessoa de Cristo; nem através de um exato entendimento da doutrina
da Expiação, mas pelo próprio ato expiatório. É possível alguém ser "bom
teólogo", nesse sentido, e ainda não experimentar as graças ensinadas nas
doutrinas que expõe. A doutrina realmente não salva. A obra de Cristo,
devidamente aplicada pelo Espírito no coração do crente, é que assegura essa
graça. Seu nascimento sobrenatural, Sua vida de perfeita obediência à Lei, Sua
morte substitutiva, Sua ressurreição, Sua ascensão e assentamento à direita do
Pai, Sua segunda vinda, são os grandes fatos que tornam garantida a salvação
dos eleitos.
Mas como sabemos que esses são os fatos? Que sentido teriam esses
acontecimentos se não tivessem sido interpretados? É a doutrina que lhes dá
sentido. Como viemos a saber que aquele menino que nasceu em Belém é o Filho
de Deus? Por que descansamos na eficácia da Sua morte para a expiação dos
nossos pecados? Por que sabemos que a Sua ressurreição, há dois mil anos
atrás, garante a nossa justificação? É porque esses fatos são todos explicados e
interpretados pela doutrina.
25
Esta não só informa o fato como também dá o seu significado. A doutrina não
salva, mas pode tornar o homem sábio para a salvação (2Tm 3:15). Doutrina sem
fato é mito, mas fato sem doutrina é mera história.
O Cristianismo, portanto, consiste em "fatos que são doutrinas e doutrinas que são
fatos", na expressão de B.B. Warfield. Ele diz: "A Encarnação é uma doutrina:
nenhum olho viu o Filho de Deus descer dos céus e entrar no ventre da virgem;
mas se isso não for um fato histórico também, nossa fé é vã e permanecemos
ainda em nossos pecados"( Selected Shorter Writings, vol 2, p. 234). Fato e
doutrina se complementam no Cristianismo. Quando João diz: "E o Verbo se fez
carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14), não está
apenas apresentando um fato; está explicando-o também. Quando Paulo afirma
que Jesus "foi entregue por causa das nossas transgressões,e ressuscitou por
causa da nossa justificação" (Rm 4:25), de igual modo está dando uma
interpretação aos fatos da morte e ressurreição de Cristo. Isto é o que se vê em
toda a Escritura, especialmente nas epístolas.
Até mesmo os fatos manifestos na natureza (Revelação Geral) não seriam
devidamente compreendidos se não fossem explicados pela Bíblia (Revelação
Especial). Podemos hoje entender que "os céus manifestam a glória de Deus" (Sl
19:1) porque o Criador nos tem revelado isso na Sua Palavra.
Sem essa explicação, sua mensagem (a dos céus) passaria despercebida e eles
poderiam até ocupar o lugar do Criador, gerando a idolatria (devido ao pecado),
como lemos em Rm 1:18-32. Não é o acontece quando as pessoas dizem que "a
natureza é sábia", ou quando a chamam de "mãe natureza"?. Sem a revelação do
Criador, a criatura toma o seu lugar. Daí dizer-se que para se conhecer a Deus é
preciso que Ele fale, e não somente que Ele aja.
Concluímos, portanto, que os fatos só têm sentido quando acompanhados da
doutrina. Nem é pertinente perguntar qual dos dois é mais importante. Seria o
mesmo que indagar qual das duas pernas é mais importante para o nosso
caminhar. O ensino da doutrina é uma das ênfases da Bíblia (1Tm 3:2; 2Tm 2:2;
Tito 1:9; Ef 4:11), pois sem ela não existe verdadeiro Cristianismo.
2. A segunda é a suposição de que o Cristianismo consiste em vida, não em
doutrina Por trás dessa afirmação podem estar raízes do conceito filosófico que
exalta o misticismo, as emoções, o sentimento religioso do homem, e que procura
eliminar da religião todo apelo ao intelecto, à razão. "Religião é vida e a vida é
dinâmica, fluente; a doutrina é estática, fria, e, portanto, não pode ser compatível
com o caráter do Cristianismo", dizem. Aqueles que assim pensam até admitem
um certo tipo de doutrina, desde que mutável, adaptada sempre à dinâmica da
vida e conformada às "necessidades" da época e do lugar onde a vida do
Cristianismo se manifesta. Até chamam a isso de "teologia contemporanizada" ou
"contextualizada". Segundo esse ponto de vista, não é a doutrina que deve dirigir
a vida, mas esta àquela. "A letra mata, mas o espírito vivifica", argumentam. A
prática (práxis) é colocada acima da doutrina não só em importância, mas também
26
no tempo: a doutrina passa a ser um produto da vida cristã, não a sua norma. Há
até quem interprete assim a célebre divisa: "Igreja reformada sempre se
reformando".
Mas será essa a visão bíblica do Cristianismo? Podemos dizer, com base na
palavra de Deus, que o Cristianismo é vida e não doutrina, ou, primeiramente vida,
depois doutrina? Existe tal antítese? Se essa posição for verdadeira, então não
haverá verdade absoluta, nem princípio fixo, nem revelação objetiva. Tudo cairá
no campo dos valores relativos e passará a depender do subjetivismo, da
"piedade", das emoções. Não admira que haja tanta "fluidez" e instabilidade entre
os que assim pensam, e que sejam facilmente levados "por todo vento de
doutrina". Para estes, a doutrina é o que menos interessa.
Concordamos também que Cristianismo é vida, e graças a Deus por isso! Onde a
vida não se manifesta, nos moldes escriturísticos, falta a alma da verdadeira
religião. Mas devemos ou podemos prescindir da doutrina para que essa vida se
manifeste? Antes de tudo, é a verdade de Deus relativa? Depende o seu valor do
lugar e da época em que se encontram os homens? Sabemos que esta é a
posição atual dos que se denominam pluralistas e esse é o pressuposto básico
desta posição. Será que aquilo que foi deixado por Paulo e pelos outros apóstolos
como doutrina para os seus dias deveria ser mudado nos dias de Agostinho,
depois nos dias de Lutero e Calvino, depois nos dias de Warfield e dos Hodge e,
assim, sucessivamente, até os nossos dias, para dar lugar às manifestações de
vida? Não creio que a Bíblia justifique essa posição nem que esses teólogos a
tenham entendido assim. O princípio de que "a Igreja reformada deve estar
sempre se reformando" visa manter sempre a mesma posição em relação à
verdade, não alterá-la, para que seja aplicável em todas as épocas. É para que
continue sempre sacudindo de si toda tradição e acréscimo humano que não
estejam de acordo com os valores fixos e absolutos da palavra de Deus.
Reformar é voltar às origens, ao que foi intencionado no princípio por Deus. E não
há outra forma de se fazer isto a não ser pela doutrina.
Foi a doutrina bíblica, tão bem exposta pelos reformadores e tão negligenciada
pela Igreja, que a trouxe de volta às origens e lhe recuperou a vida, no século XVI.
Foi a falta da verdadeira doutrina que enfraqueceu a Igreja e a lançou num
tradicionalismo vazio e pagão. É a correta aplicação da doutrina que produz a
verdadeira vida cristã. Não basta apenas um sentimento religioso para fazer de
um homem um cristão. É preciso que sua vida seja moldada na doutrina de
Cristo.É a doutrina que dá característica à vida.
Sem dúvida, não estamos afirmando que apenas a doutrina, independente da obra
santificadora do Espírito, produz vida. A doutrina é, isto sim, o meio que o Espírito
soberanamente usa para nos fazer conhecer a vontade de Deus e nos levar a
praticá-la. É através dela que ficamos sabendo que a vontade de Deus é a nossa
santificação e que, sem esta, ninguém verá o Senhor ( 1 Ts 4:3; Hb 12:14). É ela
que nos aponta os meios de graça deixados pelo próprio Senhor, que é quem nos
27
santifica (Lv 20:7-8; Ef 5:26). Nas epístolas paulinas, a íntima relação entre
doutrina e prática é evidenciada pelo seu método de apresentar primeiro a
argumentação teológica (doutrinária) para depois tirar as implicações práticas dela
decorrentes (Ex. Rm 1-11: doutrina; 12-16: prática). Isso se torna ainda mais claro
na oração sacerdotal de Cristo, em que Ele associa a prática da santificação com
a doutrina da Palavra: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 15 :
17) e em João 7:17, onde o fazer a vontade de Deus está ligado ao conhecer a
doutrina: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da
doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo".
O conhecimento de Deus começa pela porta do intelecto, da razão, para depois
pervadir todas as áreas do ser e se transformar em manifestações de vida que O
agradem e glorifiquem. Por isso, o ensino da doutrina é indispensável na Igreja,
tanto através do púlpito como pelos estudos semanais, pela Escola Dominical e
por qualquer outro meio disponível. Nossa demonstração de vida pode
impressionar as pessoas e despertar nelas certa admiração, mas é pela pregação
da Palavra que vem a fé que transforma (Rm 10:7) A espada do Espírito é a
Palavra (Ef 6:17). Conclusão
Concluímos, portanto, que a Igreja precisa da Teologia, porque precisa da doutrina
nela contida para dar sentido e expressão aos fatos do Cristianismo e para prover
os meios de manifestação da verdadeira vida cristã.
Parte VII
A IGREJA, CORPO DE CRISTO
TEXTO: EFÉSIOS 1:22-23
PROPOSTA: A nossa proposta é a de conhecer o que a Bíblia fala sobre a igreja.
Qual o verdadeiro significado deste termo!
Quais as responsabilidades daqueles que dela participam.
01. A ORIGEM DA IGREJA
1.1 - A primeira referência bíblia sobre a igreja aparece em Mateus 16:18
1.2 - O nascimento da Igreja ocorreu n dia de Pentecoste. Atos 2:1-4
02. A NATUREZA E AS FUNÇÕES DA IGREJA COMO CORPO
2.1 - No Novo Testamento - "povo de Deus"
"Ekklesia" - "chamados para fora"
- Outros títulos:
- Corpo de Cristo - Ef. 1:22-23
- Templo do Espírito Santo - Ef. 2:21-22
- Plenitude de Cristo - Ef. 1:23
- Noiva do Cordeiro - 2 Cor. 11:2; Ap. 19:7
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- A Igreja como corpo deve:
- ministrar
- manter a unidade da fé
- reconhecer ministérios
- participar do louvor, da comunhão, dos desafios
- instruir seus filhos na Palavra
03. A FORMAÇÃO A IGREJA
- Ela é formada pela união de seus membros - 1 Cor. 12:17
- Ela tem responsabilidades - Ef. 1:4; Rom. 8:29; 1 Ped. 2:9;
Observe as expressões: "escolheu"; "conheceu"; "eleita", "para sermos";
"para serem"; "a fim de".
04. AS FUNÇÕES DOS MEMBROS
- criar unidade no corpo - Ef. 4:16
- nutrir os demais membros - 1 Cor. 12:25
- sustentar os membros - Col. 2:19
- transmitir ordens - Fil. 4:9
05. CARACTERÍSTICAS DO CORPO
- Colaboração - 1 Cor. 12:12
- Exclusividade - 1 Cor. 12:14
- Individualidade - 1 Cor. 12:21
- Harmonia - 1 Cor. 12:25
- Diversificação de ministérios - 1 Cor. 12:28-29
06. SÍMBOLOS BÍBLICOS QUE DESCREVEM A IGREJA
- Rebanho - João 10:16
- Lavoura de Deus - 1 Cor. 3:9
- Edifício de Deus - 1 Cor. 3:9
- Santuário de Deus - 1 Cor. 3:16
- Coluna e Baluarte da verdade - 1 Tim. 3:15
-
Parte VIII
A IGREJA, CORPO DE CRISTO II
TEXTO: MATEUS 28:18
PROPOSTA: Este estudo visa mostrar que a mesma autoridade que Jesus
recebeu do Pai, foi também delegada a igreja.
Ela se tornou a agência mediante a qual o Senhor manifesta o seu poder, a sua
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graça e autoridade.
01. AUTORIDADE E PODER
A autoridade representa a própria essência de Deus, enquanto o poder expressa
os seus atos! Isaías 40:25-26
Deus pode perdoar aqueles que duvidam de seus feitos, mas retêm o perdão
àqueles que menosprezam a sua autoridade.
A queda de Satanás ocorreu, porque ele desejou ser igual a Deus, e não
simplesmente realizar os mesmos feitos de Deus. Isaías 14:13-14
Obs. Satanás não tem medo de uma pessoa que prega a Palavra.
Ele tem medo das pessoas que se submetem a autoridade de Cristo.
02. AUTORIDADE E PODER DELEGADOS À IGREJA
- A igreja como corpo, recebeu do Senhor Jesus, toda a autoridade e poder para
se tornar uma igreja viva e vitoriosa.
2.1 - Autoridade sobre a natureza - Mat. 17:20; Mat. 20-21-22
- esse poder é manifestado através da oração. Ela se torna em realidade devido a
autoridade que Cristo concedeu à igreja.
2.2 - Autoridade sobre os espíritos - Luc. 10:19; Mat. 10:8
- A luta profetizada pôr Jesus:
- Igreja x Portas do inferno
- "Portas do Hades" - Hades representa o deus que tinha autoridade sobre os
mortos!
- Porta - representava a corte, o poder do reino do mundo inferior!
- Resumo: a igreja não pode morrer. Ela é eterna.
2.3 - A autoridade da igreja é maior do que o poder do Diabo
- Mar. 5:9; Luc. 8:30
- Jesus comandou o espírito que atormentava o jovem e o expulsou. A autoridade
a nós foi delegada, força o diabo a nos obedecer.
2.4 - Autoridade sobre os pecados - Mat. 6:14; Jó 20:23; Tg. 5:14-15
Diferença entre: "pecado" e "pecados"
- A igreja pode perdoar os pecados (ofensas) cometidos contra ela. Mas, o
pecado, provocado pela queda do homem, só através do sangue de Cristo.
2.5 - Autoridade para ligar e desligar - Mat. 18:18; Mat. 16:19; 1Cor. 5:3-5
- Para exercer esta autoridade a igreja precisa estar em perfeita sintonia com o
Espírito Santo. Esta autoridade não é um exercício individual, e, sim, coletivo.
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3.0 - CONTESTANDO A AUTORIDADE DELEGADA
- A nossa obediência deve ser praticada não em função da pessoa mas da
autoridade nela investida. Não se obedece a homens, e, sim, à autoridade de
Deus que está nesse homem.
- Obs. Watchamann Nee: "A maior das exigências que Deus faz ao homem não é
a de carregar a cruz, servir, dar ofertas, ou negar-se a si mesmo. A maior das
exigências é que ele obedeça" - 1 Sam. 15:22-23
- Obs. Os maiores castigos mencionados na Bíblia ocorreram em razão da
desobediência à autoridade delegada pôr Deus.
3.1 - Queda do querubim da guarda - Ezequiel 28:13-17
3.2 - Queda de Adão e Eva - Gênesis 2 e 3
3.3 - Rebelião de Cão - Gênesis 9:20-27
3.4 - Rebelião de Nadabe e Abiú - Levítico 10:1-2
3.5 - Castigo de Arão e Miriã - Números 12
3.6 - Rebelião de Coré - Números 16
3.7 - A desobediência de Saul - 1 Samuel 15
3.8 - A insubmissão de Absalão - 2 Samuel 15
3.9 - A idolatria de Salomão - 1 Reis 11
3.10 - A transgressão de Uzias - 2 Crônicas 26:16
4.0 - AUTORIDADE E A LIDERENÇA DA IGREJA
- A igreja só crescerá quando todos os membros estiverem debaixo do autoridade
de Deus delegada aos seus ministros.
1 Tes. 5:12-13; 1 Cor. 16:15-16; Heb. 13:17; Zac. 13:7
Parte IX
A IGREJA, CORPO DE CRISTO III
TEXTO: ROMANOS 12:1-2
PROPÓSITO: A maior necessidade do mundo, das pessoas, como também da
igreja, é a necessidade de adaptação ao curso da História. Esta adaptação só se
viabiliza mediante a disposição do mundo, das pessoas, e da igreja em se
transformarem. Transformação é o segredo de um organismo vivo.
Ilust. Leon Tolstói: "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em
mudar-se a si mesmo".
1.1 - A comunicação se processa através de três elementos básicos:
a . Kerygma - mensagem
b. Koinonia - comunhão
c. Diakonia - serviço
1.2 - Encurtando as distâncias - João 13:12-17
A mensagem - Kerygna - não funciona isoladamente. Para que ela produza
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resultados positivos, é necessário que o membro exercite a Koinonia e a Diakonia.
0.2 - TRANSFORMANDO A NOSSA RELAÇÃO COM OS OUTROS MEMBROS
Este processo de transformação ocorre através da prática de quatro princípios
bíblicos.
2.1 - Princípio da integração - 1 Cor. 12:15-16
- cada membro tem sua função. Um membro não deve aspirar o lugar do outro,
quando isso ocorre todo o corpo é prejudicado.
- A quebra desse princípio provoca:
- desvalorização do membro
- contestação da vontade de Deus
- Afastamento dos outros membros
- desperdício de forças
2.2 - Princípio da oportunidade - 1 Cor. 12:17-18
- este princípio visa das a todos os membros a mesma chance de trabalho. Um
membro não pode inibir a ação do outro.
- A falta de oportunidade produz:
- desequilíbrio em todo o sistema
- um espírito de concorrência
- um anemiamento espiritual
2.3 - Princípio de Dependência - 1Cor. 12:21-22
- quando este princípio é quebrado, ocorre:
- um enfraquecimento de todos os membros
- o egoísmo passa a predominar nas relações
- a arrogância quebra a linha de comunicação
2.4 - Princípio da Unidade - 1Cor. 12:25-26; Ez. 34:17
- a unidade é a fonte geradora de toda a energia, de troca a mobilidade e
harmonia do corpo. Sem unidade, a igreja perde a sua função. João 17:23
3.0 - TODA TRANSFORMAÇÃO EXIGE UMA FONTE DE DISCIPLINA PESSOAL
- 1Cor. 9: 24
- A igreja precisa ser a autora e não a espectadora no processo de mudanças. Ela
foi criada para ser o instrumento de Deus na transformação da sociedade.
- Disciplina na prática de ouvir/falar - João 8:47
- Disciplina na prática do perdão - Marcos 11:25
- Disciplina na prática da fé - 2 Cor. 13:5
- Disciplina na prática da liberdade - Gal. 5:13
- Disciplina na prática dos hábitos - Col. 3:17
- Disciplina na prática do tempo - Ef. 5:15-16
- Disciplina na prática da santidade - 1 Tim. 5:22
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Parte X
A IGREJA, CORPO DE CRISTO IV
TEXTO: EZEQUIEL 37:1-14
Autor(a): PR. VANDERLEI FRARI
PROPÓSITO: Cerca de 2960 anos nos separam da experiência de Ezequiel junto
ao vale de ossos secos. Mas a realidade daquele vale ainda é a mesma em
nossos dias. O alvo deste estudo é recriar uma nova esperança no coração
daqueles que como membros, fazem parte da Igreja do Senhor Jesus.
01. UMA CONVIVÊNCIA DESAGRADÁVEL - V. 1
Ezequiel não só foi levado ao vale de ossos secos. Ele andou pôr entre aqueles
ossos. Conviveu com a morte. Sentiu os odores daquele ambiente fétido.
- A experiência de Neemias - Ne. 2:11-15
- Esta convivência foi necessária:
1.1 - para identificar a situação do povo
1.2 - para comprometer o profeta com o desafio de restauração
1.3 - para mostrar qual o propósito de Deus
02. HARMONIZANDO O CORPO
O texto de Ezequiel 37:6 nos ensina quatro verdades básicas sobre a harmonia do
corpo de Cristo.
2.1 - "Porei tendões (nervos) sobre vós..."
- "tendões" - cria a união; dá sustentação; mantém a flexibilidade e resistência do
corpo.
- "nervos" - estimulam; mantém a sensibilidade.
- hipersensibilidade - enferma o corpo!
- Rom. 12:15,17; Rom. 15:2; Gál. 5:26; Ef. 4:22
2.2 - "Farei crescer carne sobre vós..."
- Há três aspectos importantes sobre este elemento:
a . a carne representa unidade, participação, integração - Gên. 2:23
b. a carne é o elemento do corpo. A distrofia - perturbação da nutrição -prejudica o
metabolismo do corpo. Fil. 2:3; 2 Cor. 8:13-15
c. a carne fala do conhecimento da Palavra. É o alimento sólido. 1 Cor. 3:1-2;
Heb. 5:11-14
2.3 - "E sobre vós estenderei pele..."
- a pele é o elemento de proteção. Ela funciona também como um filtro. Uma pele
ressecada prejudica a respiração do corpo. Col. 3:12
2.4 - "E porei em vós o fôlego da vida e vivereis..."
O resultado final de um corpo equilibrado e harmônico é a presença do Espírito
Santo agindo em todos os membros.
33
3.0 - COMO SE PROCESSA ESTA RESTAURAÇÃO?
Ezequiel foi o instrumento usado pôr Deus para restaurar os ossos secos. Cabe a
cada membro do corpo a mesma responsabilidade. O processo de restauração
ocorre através da ação profética.
3.1 - O que profetizar?
a . que Deus pode vivificar o que está morto em nossas vidas - v.5
b. que Deus harmonizará o corpo beneficiando assim cada membro em particular -
v.7
c. que Deus fará de membros soltos e sem vida, um grande exército - v.10
d. que Deus abrirá as sepulturas e libertará todos os que vivem presos - v.12-13
e. que Deus derramará o seu Espírito Santo - v.14
Parte XI
A IGREJA, CORPO DE CRISTO V
TEXTO: PROVÉRBIOS 4:7
Pôr falta de sabedoria, a igreja tem lutado mais contra si mesma do que contra os
verdadeiros adversários; tem usado ignorantemente a armadura de Saul; tem
fomentado divisões; tem perdido enfim o poder de atuação.
"Realmente estará em perigo a sorte do mundo, se não surgirem homens mais
sábios. O homem sábio é aquele que é capaz de reconhecer um necessitado, um
pobre, um que precisa de oração".(Concílio Vaticano II)
01. DEFININDO A SABEDORIA
- Sabedoria é saber fazer a coisa certa, no momento certo, e à pessoa certa.
Moisés nos dá um bom exemplo de falta de sabedoria. Êxodo 18:13-18
a . sabedoria como doutrina - Prov. 19:18; 22:6
b. sabedoria como virtude de homem - Gên. 41:38; Dan. 1:17
c. sabedoria como atributo e qualidade de Deus - Is. 28:29; Jer. 10:12
02. A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA
Pôr vivermos em grupos sociais, a sabedoria torna-se em elemento indispensável
em nossos relacionamentos inter - pessoais.
2.1 - sabedoria no diálogo - Prov. 26:4; Ecl. 7:16
2.2 - sabedoria nas decisões - Prov. 8:12; 1 Reis 3:25-28
2.3 - sabedoria nas amizades - Jer. 9:4-5
2.4 - sabedoria no comportamento - Ef. 5:15; 1 Pd. 3:1-2
2.5 - sabedoria nos negócios - Gên. 41:39
2.6 - sabedoria em tudo...
03. SABEDORIA, AGENTE ESPIRITUALIZANTE
34
A sabedoria não é uma virtude isolada, e muito menos eletrizante. Não é contrária
a verdadeira espiritualidade. Ela é antes de tudo o fiel da balança espiritual.
3.1 - Exigência dos apóstolos - Atos 6:3
3.2 - A força de Estevão - Atos 6:8-10
3.3 - A oferta do Espírito Santo - 1 Cor. 12:8
3.4 - A verdadeira busca - Tiago 3:13-18
Resumo: Igreja sábia produz santos verdadeiros!
Parte XII
A IGREJA QUE FAZ A DIFERENÇA
Mateus 26.17-30
Introdução
A igreja será apenas uma instituição humana se não tiver a visão de Jesus Cristo
para o contexto e a realidade histórica na qual está inserida.
Falar dos objetivos da igreja em contraposição as megatendências da pós-
modernidade e o modismo quanto a quebra de paradigmas que resultam na perda
da identidade doutrinária, do mundanismo que gera a mundanalidade incrustada
na igreja pela relativização da ética cristã, arrefecendo a autoridade da igreja em
sua ação reformadora no mundo, Efésios 3.10.
A igreja deve interagir na história, não andar a reboque da historieta escrita nos
alfarrábios desta geração corrompida e perversa. Somos o povo do Deus que é
Senhor da história e que se manifesta através da história. A igreja é manifestação
de Deus na história. Não podemos nos contentar em causar impacto na história
com os nossos escândalos ou com a nossa inércia contemplativa enquanto o céu
não vem. É imperativo fazermos diferença no mundo, escrevendo a história da
salvação na vida das pessoas e para isto, é imperioso resgatarmos a relevância
da igreja no contexto sociocultural em que trilhamos a jornada da santificação.
Mas amados, a igreja só será relevante para o mundo e para o Reino, fazendo
verdadeira diferença neste mundo com Agência reformadora de Deus, quando...
1. Estivermos preocupados com a vontade do Mestre e não com a nossa
própria vontade – (Vs. 17).
Devemos evitar a visão antropocêntrica e buscarmos uma visão horizonal,
cristocêntrica, cristológica e cristossímel.
"Onde queres" – Théleis, vontade ativa, soberana. A vontade decisiva e decisória
de Deus onde não cabe relativizações ou negociatas, apenas a submissão.
Os anseios e vontades humanas desembocam sempre no hedonismo ou nas
guerras cruentas e desumanas. Só a vontade de Deus para a igreja é "boa,
agradável e perfeita", Romanos 12.1.
35
Como Jesus, devemos admitir nossa humanidade em sua plenitude mas sempre
orando: "não se faça a minha vontade, mas a tua", Lucas 22.42.
2. Estivermos conscientes da brevidade do tempo da salvação – (Vs. 18).
O tempo da Deus é kairós, eterno, infinito, e não kronos, limitado, mensurado e
controlado pelo homem, como se fossemos senhores do tempo.
Na dispensação da igreja, da graça salvadora, o tempo é sempre presente, é hoje,
e a pregação deve ser levada a efeito "a tempo e fora de tempo", 2 Timóteo 4.2.
Vale ressaltar a expressão "o Mestre diz". Mestre, didáskalos, alguém que ensina
revestido de capacidade, honra e dignidade. Jesus, sendo Deus, é Senhor do
tempo e fala com autoridade quanto a brevidade do tempo para a pregação do
evangelho. "Meu tempo está próximo", diz o Mestre.
A Igreja não pode postergar a pregação. Não sabemos quando o Mestre voltará,
Mateus 25.13. Estar preparados para adentrarmos com ele em sua glória implica
em testemunho e pregação incessantes.
3. Nossos cultos se tornarem verdadeira celebração ao Cristo vivo, não à
liturgia, à Denominação ou à Eclesiologia – (Vs. 18b e 19).
É imperioso buscarmos a consciência de libertação, Páscoa, e de celebração, de
festa, de alegria e satisfação prezeirosa em nossos cultos, devido a presença do
próprio Deus entre nós.
O texto não prevê sectarismo ou uniformidade. Não induz ao radicalismo ou ao
êxtase emocional espiritualista esotericamente espiritualizado. Se quer, o texto
aponta para um denominacionalismo desvairado e promotor de uma nefasta
negligência ao que é bíblico em defesa de um hediondo tradicionalismo histórico-
denominacional.
A festa, a Páscoa, era um memorial da libertação do Egito, da morte às mão do
opressor, no sangue da remissão, Êxodo 12.14-17. Da mesma forma, nossos
cultos devem ser verdadeira celebração pela e para salvação em Cristo. Uma
festa alegre e vívida em gratidão pela libertação do pecado que nos é outorgada
por Cristo.
Devemos buscar a consciência de que o Senhor está em seu trono de glória para
receber de nós um culto "vivo, santo e agradável", Romanos 12.1, resultado de
mentes renovadas em Cristo no entendimento dos mistérios da salvação, 1
Coríntios 2.14-16.
Se perseguimos palco, apresentações e números especiais, ou se queremos
vislumbrar os nossos olhos com feitos pitorescos ou com manifestações
pneumotécnicas, aqui não é nosso lugar.
36
4. Somos contristados pela possibilidade de sermos o traidor – (Vs. 21 e 22).
Qual a nossa reação diante da expressão "um de vós me trairá". Somos
assolapados pela consciência de pecado que desemboca no arrependimento ou
permanecemos insensíveis e nada nos impulsiona à santidade?
A expressão do verso 21, "me entregará", no original, denota que Jesus bem sabia
das intenções daqueles que o perseguiam. É assombroso que muitos crentes não
sintam o sabor amargo de pecado como sentiram Moisés, Jacó, Isaías, Jeremias,
Pedro, Paulo e muitos outros indicados no Texto Sagrado, insistindo nos passos
de Caim e na decisão diabólica tomada por Judas Iscariotes, persistindo na
traição.
Muitos, mesmo estando diante de Jesus e sendo desafiados ao arrependimento,
não conseguem olhar para Jesus e identificá-lo com Senhor absoluto de todas as
coisa, Kírios, admitindo-o apenas como rabi, mestre da lei, o que não é uma
característica da personalidade de Jesus.
No culto verdadeiro Deus sempre manifesta sua glória, Isaías 6.1-8, e se nos
dispomos à perfeita adoração, sempre somos levados à contrição e ao
arrependimento, a fim de que dediquemos nossas vidas em perfeito louvor,
evidenciado na proclamação do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Retirar-se do culto sem experimentar restauração santificadora, permanecendo na
inércia petrificada do comodismo, é constituir-se em traidor.
Em quinto e último lugar, afirmo que a igreja fará diferença no mundo e resgatará
sua relevância e autoridade na pregação quando...
5. O sangue do pacto promover aliança de compromisso em nós – (Vs. 28).
Como igreja, se buscamos relevância para a sociedade, se pretendemos fazer a
diferença já em nosso tempo, profetizando um futuro melhor, não podemos
permanecer aguilhoados ao pelourinho do pecado e dissociados pelo preconceito
que ressalta as idiossincrasias. Se somos igreja, devemos vivenciar íntima
comunhão, irmanados em Jesus Cristo, Efésios 2.14-18 e 1 João 4.20.
O sangue do pacto foi derramado "para a remissão de pecados", para cobrir e
apagar o escrito de culpa que recaia sobre nós, Colossenses 2.14, para nos
reconciliar com Deus, 2 Coríntios 5.18 e 19, fazendo-nos um só povo, Efésios 4.4
e conjugando-nos em só coração, Atos 4.32. Não divisionismo ou sectarismo
autofágico e se quer, para um preconceito satanicamente beatificado pelo
denominacionalismo coercitivo.
O sangue que "nos purifica de todo o pecado", a partir do arrependimento e da
37
confissão sincera diante de nosso Advogado e único mediador, Jesus Cristo, l
João 1.8, 2.2 e 1 Timóteo 2.5, nos impõe a comunhão que afaga o coração e
acarinha o aflito e o existencialmente desesperançado. Pelo que, a igreja deve
retirar-se do templo, após o culto prestado, restaurada, perdoada, transbordando
em amor e alegria e amalgamada no sangue de Jesus Cristo.
Todo o nosso pecado e preconceito devem ser abandonados aos pés da cruz de
Cristo, o Cristo que "é tudo em todos", Colossenses 3.11.
Conclusão
Amados, é urgente e premente uma reflexão quanto relevância e a atuação da
igreja no mundo da globalização e, em especial, aqui em São Paulo.
Se não identificamos estas cinco assertivas em nossa expressão cúltica e
identidade doutrinária e denominacional, corremos o risco de sermos vitimados
por descomunal aridez teológica, eclesiológica e doutrinária. Nos tornaremos
insipientes, insignificantes e dispensáveis ao homem que carece de salvação e
não de liturgias, eventos sociais ou verdadeiros shows pseudo-espirituais
aromatizados com essência de enxofre, não com o hálito do Espírito Santo.
Sejamos igreja. Corpo vivo de Cristo. Submissos a ordem do Mestre e conscientes
da brevidade do tempo para a salvação. Sejamos igreja que festeja a vitória de
Cristo na Cruz e que é contristada pela consciência de pecado. Sejamos igreja
santa e poderosa na evangelização para que desfrutemos as benesses do perdão,
do amor e da comunhão íntima, expressão inconteste da nossa reconciliação com
Deus em Cristo Jesus.
Parte XIII
A LIDERANÇA CRISTÃ E O DISCIPULADO
Creio na liderança cristã e creio no discipulado. Compreendo que a liderança
cristã tem o trabalho de despertar e conduzir o ser humano para Deus e para tudo
o que de Deus recebeu. Creio numa liderança comprometida com o reino de Deus
(cf. Mt 6.33), o que, aliás, é uma qualidade-chave do líder cristão. Uma liderança
comprometida é fiel (1Co 4.2), disponível (Lc 9.57-62), receptiva à capacitação, ou
seja, ao treinamento (um teste é convidar 12 a 20 pessoas para reuniões de
treinamento, e observar quem retorna a partir da segunda reunião. O treinamento,
por sinal, já é uma seleção). Descobrir pessoas que possuam potencial é tarefa do
líder, e isso com o objetivo de treiná-las de modo a que em dado momento a
organização possa funcionar sem ele, líder. É um facilitador no ensino dos novos
discípulos e na participação deles no global do processo; é exemplo e ajuda em
vez de apenas verbalizar, valoriza a participação dos outros, é paciente e confia
no Espírito Santo como conselheiro e auxílio nas dificuldades.
Creio na liderança capacitada pelo Espírito de Deus, "carismatizada" para o
benefício da Igreja de Cristo, para que todo o edifício bem ajustado cresça para
templo santo cuja glória seja unicamente a de Deus, ou como colocou a Bíblia em
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Teologia

  • 1. Convenio FENIPE e FATEFINA Promoção dos 300.000 Cursos Grátis Pelo Sistema de Ensino a Distancia – SED CNPJ º 21.221.528/0001-60 Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 333 do Livro A-l das Fls. 173/173 vº, Fundada em 01 de Janeiro de 1980, Registrada em 27 de Outubro de 1984 Presidente Nacional Reverendo Pr. Gilson Aristeu de Oliveira Coordenador Geral Pr. Antony Steff Gilson de Oliveira APOSTILA Nº. 18/300.000 MIL CURSOS GRATIS EM 270 PAGINAS. Apostila 18 Estudando sobre a Igreja CONSAGRADO PARA CUIDAR Parte I O capítulo 8 de Levítico é o cumprimento da ordem dada em Êxodo 29 em relação à consagração dos sacerdotes (cohanim), Arão e seus filhos, dada por Moisés, o libertador e líder do povo de Israel. É um ato de extrema seriedade que descreve, de modo gráfico a responsabilidade dos consagrandos, que eram os guardiães espirituais do povo de Deus. Deste ato distante de nós cerca de 3.300 anos, desejamos extrair lições para o ministro do século 21, tarefa esta do intérprete da Bíblia Sagrada. O Ato de Consagração O ritual é um sacrifício de comunhão com a função especial de consagrar. A cerimônia pode ser dividida em quatro partes: vv. 1-13 Purificação, Vestidura, Unção dos Consagrandos vv. 14-17 Oferta pelo pecado dos Sacerdotes vv. 18-21 Oferta queimada vv. 22-36 Oferta de paz Uma análise da liturgia nos mostra em primeiro lugar o oferecimento de uma oferta pelo pecado, que seria totalmente consumida de acordo com as 1
  • 2. instruções do capítulo 4 do mesmo livro; e o oferecimento de dois carneiros. O primeiro seria oferecido em holocausto, de acordo com o capítulo 1. O segundo, porém tem uma parte especialíssima na cerimônia, razão porque é chamado de "o carneiro da consagração", conforme o verso 22 deste capítulo 8. Lê-se no verso 23 que houve aplicação do seu sangue a algumas partes do corpo dos consagrandos. Este sangue foi usado para trazer Arão e seus filhos a um estado sem igual de santidade. O restante do sangue será jogado ao redor do altar, estabelecendo com este ato um relacionamento especial entre o altar, símbolo do ministério, e os ordenandos, agentes desse ministério. As partes do corpo tocadas pelo sangue são orelha, mão e pé. Esse toque pelo sangue lava-os e dedica-os simbolicamente ao Senhor. Quer também dizer que o ministro de Deus ouvirá e obedecerá, e suas mãos e pés servirão ao Senhor. As lições são extraordinárias: O OUVIR (v. 23) O ministro de Deus há de ouvir corretamente. Referimo-nos à conversação pastoral, chamada por alguns de Clínica Pastoral no gabinete, na visitação ou informalmente. Não a confunda, porém, com aquilo que jocosamente chamam de "papoterapia". Como ministro de Deus e da Igreja de Jesus Cristo, você deve conhecer exatamente o papel que lhe corresponde. Não será um profissional da psicologia, da psicanálise ou das variadas terapias oferecidas à clientela. E, no entanto, seu ministério de ouvir é comparável ao do psicoterapeuta, do conselheiro matrimonial, ou do psicólogo. Muito de seu trabalho tem a ver com ouvir-e-aconselhar. Entretanto, você não receberá honorários pelo aconselhamento, nem fará contrato de trabalho para isso. Você é um ministro de Deus e será procurado não por um paciente ou cliente, mas por uma ovelha sua, ou um semelhante seu que precisa de ajuda. Há quem apenas deseja falar, conversar; dê ouvidos, pois para isso sua orelha foi ungida. Há quem queira injeções de otimismo cristão, de esperança. Há quem tenha sérios sentimentos de culpa, de rejeição. Há quem precise ser confrontado. Uma coisa, porém, é certa: você tem autoridade dada por Deus e pela igreja que o chamou para dar esse conselho, essa exortação ou esse confronto. O ministro de Deus deve ouvir corretamente. Assim, você precisa ouvir o que está por trás das palavras. Palavras ditas, palavras não ditas, e palavras 2
  • 3. em suspenso. Talvez os lábios digam algo, mas a expressão facial, as mãos, a expressão corporal digam outra. Você precisa "ouvir" corretamente os sentimentos de quem está à sua frente. Na Clínica Pastoral, ouça bastante antes de opinar. Leve a ovelha a falar; viva a situação do outro. Você é chamado a um ministério de simpatia, de carinho, de afeição e de amor. Sobretudo quando você é enérgico! Desde que você começa a ouvir, está fazendo Psicoterapia Pastoral. Isso é afirmado pelo Dr. Wayne Oates, autor ou co-autor de mais de quarenta livros e por muitos anos professor de Aconselhamento Pastoral (Pastoral Care), no The Southern Baptist Theological Seminary em Louisville. Você é visto dentro de um esquema todo especial: há um significado simbólico em você como ministro de Deus. O pastor, por exemplo, é um ponto de referência na igreja para o povo de Deus. Ele simboliza e representa a comunidade cristã, e é agente dessa comunidade de Cristo, de Deus. Há muita esperança quando alguém procura o pastor. Por essa razão, é terrível, medonho mesmo, quando as palavras do pastor são divinas, mas seus hábitos de vida contradizem essa dimensão... Você representa e simboliza muito mais do que você mesmo: você representa o Pai, você leva a palavra de Cristo e o faz sob a direção do Espírito Santo. Quem vai ao seu gabinete espera e deve sair abençoado. Você vai ouvir confissões, vai ouvir palavras de arrependimento. Mas não pressione: ajude no processo de crescimento. O TOCAR (v. 23) O ministro de Deus é ungido na mão para tocar vidas. Estamos nos referindo, então, à influência. Você vai tocar muitas vidas e deve fazê-lo com cuidado e leveza. Use suas mãos para abençoar a criança, o jovem, o adulto, o idoso. E faça-o com carinho. Leve-os à consciência do santo, lembrando ao crente em Jesus Cristo que a rigor, para o povo de Deus, não existem espaços separados, compartimentos estanques entre o secular e o religioso, o sagrado e o profano, pois a vida pública, social, civil do crente em Jesus Cristo há de ser normatizada pelo senso do santo. Leve-os ao senso da providência, à fé, à gratidão, ao arrependimento, à comunhão, à vocação. Você há de tocar vidas; há de xer com as emoções das pessoas: raiva, medo, alegria. Você vai lidar com almas enfermas. São doenças do comportamento, mazelas do espírito, enfermidades psicossomáticas. Você terá um ministério a desempenhar nas crises. Crise é qualquer acontecimento que ameace o bem-estar de uma pessoa, e interfira na sua 3
  • 4. rotina de vida. O nascimento de uma criança, a morte de um parente, o fim de um casamento, o desemprego, a aposentadoria são crises . Você há de entrar em contato e reduzir a ansiedade, encorajando a pessoa a agir. Lembre-se de que cada situação de crise é única, sem igual. Ou como o povo diz, "Cada caso é um caso". Você há de tocar vidas em diferentes níveis de cuidado pastoral: o Nível da Amizade; o Nível do Conforto; o Nível da Confissão, o Nível do Ensino e o Nível do Aconselhamento e Psicoterapia. Devo estas classificações ao Dr. Oates. Há pessoas aflitas que necessitam de apoio; há aqueles enfrentando a morte que precisam do poder espiritual que o pastor representa; há pessoas com enfermidades crônicas; há deficientes físicos; há famílias com filhos com déficit mental; há os deprimidos e os desapontados com o amor ou outra causa. Todos estes estão no Nível de Conforto. Há o jovem solteiro, os jovens casados, o adulto de meia-idade, a viúva, a mãe solteira, o separado/desquitado/divorciado, o hospitalizado, todos em diferentes níveis do seu cuidado pastoral. O ANDAR (v. 23) O ministro de Deus é ungido no pé para andar santamente. Estamos falando de ética. Para isso, necessária é a ajuda do Espírito Santo. Se você não tem a ajuda do Espírito de Deus para crescer na graça e na maturidade, vai ser difícil entender a Bíblia, impossível aplicá-la às vidas, será um problema conviver com as ovelhas, e terrível dominar atitudes internas. Mais do que nunca, é preciso ser imitador de Cristo. Para sê-lo, porém, é preciso andar no Espírito, andar santamente. E andar santamente exige análise freqüente de nós mesmos, submissão do eu a Deus, e plenitude do Espírito Santo, que é o Seu controle em nossas vidas. Você há de visitar. Irá a muitos lugares e lares. Há dois tipos de visitas: as regulares e as de emergência. Não visite só nas crises: você precisa visitar o seu rebanho em tempos de paz. Seja ético, então, quanto ao que ouve, vê e aconselha. CONCLUSÃO O final da narração de Levítico 8 registra a obediência dos consagrandos, Arão e filhos. Isso nos ensina que consagração é entrega absoluta marcada pela obediência irrestrita às ordens de Deus. Nossa oração é que nosso ministério seja pontuado agora, hoje, sempre pela disciplina, obediência, entrega e consagração total àquele que é o Mestre de nossas vidas, Senhor do nosso futuro, Salvador de nosso ser. A Catedral 4
  • 5. Uma catedral para a honra e a glória de nosso Senhor Jesus Cristo se constrói momento a momento à medida que uma mão se estende e toca outra mão com amor humano, e à medida que um coração responde em amor a outro coração capacitado pelo Espírito Santo para anelar, escutar, elevar e amar-nos uns aos outros. Para que todos, em todo lugar possamos oferecer outros dons que Deus nos tem dado: Integridade nas relações, Alegria e paz na fidelidade, Fortaleza para fazer por meio da igreja, Mais do que pedimos ou imaginamos. Margaret Shannon Parte II LEVANDO A SÉRIO A CEIA DO SENHOR "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co 11.23-29). A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e o vinho, elementos simples, porém altamente destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela se torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o povo de Deus. Quando levamos a sério a celebração da Ceia do Senhor, usamos de determinadas linguagens: A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25) 5
  • 6. Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem novamente em mim." A presença de Jesus Cristo é algo extraordinário na vida cristã. Pela inspiração do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem o seu lugar na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na língua hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença divina" é shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada vez que a glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse no deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19). Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade"; a palavra grega utilizada não é do hebraico: é grega, tem outra origem. O impressionante, no entanto, é que o vocábulo utilizado por João para dizer, "o Verbo habitou, marcou presença, manifestou-se entre nós", é a palavra grega que diz skinê. Percebam o som do hebraico sh ki nah e do grego s ki nê. As duas palavras têm praticamente o mesmo radical. Coincidência, ou vontade de Deus que as palavras assemelhadas fossem usadas pelo escritor sagrado? Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa, para acrescentar algum valor maior à salvação, do Batismo. O malfeitor da cruz não precisou se batizar, mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após a crueldade daquele momento. A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo Senhor, porque estamos pregando o Seu sacrifício para a salvação de todo aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos, que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por nós. Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção para todo o que crê! Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo 6
  • 7. desfraldada. E não existe sentimento maior, e quem já passou por isso o sabe, que estar num outro país, e se emocionar com o verde-amarelo tremulando nos mastros com outras bandeiras. Isso se chama filia, o amor cívico, patriótico. Não é doença, não: é patriotismo mesmo! Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria, logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de amor conjugal, lembramos a aliança. Com certeza: precisamos de memoriais. Temos que lembrar da nossa indignidade e da beleza do perdão. Por essa razão, temos o memorial da Ceia do Senhor. É isso o exatamente o que faz a Ceia do Senhor: ela nos relembra o dom da vida através da morte de Jesus Cristo. Assim, quando nos reunimos seriamente para celebrar este ato memorial, utilizamos a linguagem da comemoração. A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20) Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Aconteceu, infelizmente, com a igreja de Corinto, que se reuniu não para o melhor, mas para o pior; reunia-se para a indignidade. Não confundamos as coisas: quando falamos de comunhão, não estamos falando de encontro sobrenatural, místico; não estamos dizendo que nos unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como querem pregar as religiões orientais; não estamos tendo uma visão, não; não é comunicação com um morto como querem ensinar por aí, não! A Palavra nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há comunhão física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador e o Deus perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela lembrança de Cristo na cruz, se a levamos a sério. Ao longo destes 39 anos de ministério da palavra e das ordenanças, ainda me emociono quando participo da Ceia do Senhor! E cada vez que seguro o pão, e o parto na frente dos irmãos, eu me emociono, porque me vem à mente que sou indigno pecador, e que pela graça de Deus fui feito Seu filho! Lembro-me, quando tomo a jarra de vinho, e derramo um pouco no cálice, de que fico com as mãos trêmulas; são 39 anos celebrando a Ceia do Senhor praticamente mês a mês (e houve época quando o fiz duas vezes no mês), mas ainda hoje tremo quando tenho na minha memória e coração a cena de Jesus Cristo no Calvário, e o Seu sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua testa, pela face, e pelo tronco da cruz... Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz, e pela nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a minha cruz! Há uma comunhão entre os crentes na Ceia Memorial, mas não é comunhão- de-cafezinho! Por isso, Paulo está preocupado, e diz "Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de 7
  • 8. Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior". Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja estava seccionada por causa de trajes (capítulo 11)?! Havia divisões por causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); E depois todos queriam se reunir para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, porque a tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos com a mesma amargura e rancor com que entramos. A conduta dos irmãos de Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia! O que Paulo está enfatizando é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida espiritual, a unidade da igreja, e quando celebramos com seriedade a Ceia, é isso o que estamos proclamando! A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29) Quando celebramos a Ceia usamos esse tipo de linguagem. "De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". Interessante que a Ceia do Senhor não torna ninguém melhor: ninguém vai sair melhor porque tomou a Ceia do Senhor. E, no entanto, há um paradoxo: o irmão pode sair pior se tomou a Ceia do Senhor indignamente! É o que Paulo diz, por essa razão é dever de cada um solene e seriamente examinar- se sobre quais são os seus interesses e propósitos quando se aproxima da Mesa do Senhor. Veja bem a seriedade de seus objetivos. Estive lendo sobre os levitas e sacerdotes (Números 3 e 4). Fiquei arrepiado! Que coisa impressionante a legislação, como eram as normas no acampamento de Israel no deserto: somente podiam se aproximar dos móveis os sacerdotes, nem os levitas que eram os seus auxiliares. Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para se transferirem para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.). Os levitas funcionavam, entre outros deveres, como guardas de segurança do tabernáculo. A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho" não era o pagão, não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença muito grande: na Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o "povão"! Na Igreja de Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso podemos nos aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma 8
  • 9. coisa: se o irmão vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado do corpo e do sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas pode sair pior do santuário. Quanto seriedade é exigida dos participantes?! Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer! É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle? Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia deve fazer três perguntas: · Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado pelo Seu sangue? · Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas. Meu coração está limpo, ou borrado, sujo? · Que é que eu desejo? Quais os meus sonhos e visões, que almejo na Causa de Jesus Cristo? Não é sério? Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um diálogo com a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor em espírito de comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora, em comunhão espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e consagração pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa vida sempre. E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um funeral (para que cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de alegria, de esperança porque nós olhamos para o dia da volta de nosso Senhor Jesus Cristo! Parte III O DIÁLOGO DA CEIA DO SENHOR Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co 11.23-29). A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa 9
  • 10. linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e temos o vinho, elementos simples e destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela se torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o povo de Deus. A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25) Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem novamente em mim". É extraordinária a presença de Jesus Cristo na vida cristã. Pela inspiração do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem o seu lugar na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na língua hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença divina" é shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada vez que a glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse no deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19). Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade"; a palavra grega utilizada nada tem a ver com o hebraico: é outra língua, outra origem, não tem a mesma categoria, inclusive lingüística. Pois bem, a palavra que João utilizou para dizer "o Verbo habitou, marcou presença, manifestou-se entre nós", é a palavra grega que diz skinê. Percebam o som do hebraico sh ki nah e do grego s ki nê. As duas palavras têm praticamente o mesmo radical. Coincidência, ou vontade de Deus que as palavras assemelhadas fossem usadas pelo escritor sagrado? Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa do Batismo para acrescentar algum valor maior à salvação. O malfeitor da cruz não precisou se batizar, mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após aquele momento cruel. Não é preciso, mas o batismo é um ato de obediência: Jesus até foi batizado por João, e mandou que a Igreja praticasse o batismo, o que fazemos como testemunho público do que Jesus Cristo fez na nossa vida. A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo Senhor, porque estamos pregando a Sua morte para a salvação de todo aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos, que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o 10
  • 11. cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por mim e por você, por nós. Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção para todo o que crê! Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo desfraldada. E não existe sentimento maior que estar em outro país, e se emocionar com o verde-amarelo tremulando nos mastros com outras bandeiras. Isso se chama filia, o amor cívico, patriótico. Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria, logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de amor conjugal, lembramos a aliança. Sem dúvida, precisamos de memoriais. Temos que lembrar da nossa indignidade e da beleza do perdão. Por essa razão, temos o memorial da Ceia do Senhor. É isso o exatamente o que faz a Ceia do Senhor: ela nos relembra o dom da vida através da morte de Jesus Cristo. Assim, quando nos reunimos para a Ceia, ela utiliza a linguagem da comemoração. A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20) Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Isso aconteceu, infelizmente, com a igreja de Corinto, que se reunia para a indignidade. Que coisa triste, reunirem-se os nossos irmãos para atos indignos! Não confundamos as coisas: quando falamos de comunhão, não estamos falando de encontro sobrenatural, místico; não estamos dizendo que nos unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como querem pregar orientais; não estamos tendo uma visão, não; não é comunicação com um morto como querem ensinar por aí, não! É por esses erros todos que doutrinas estranhas surgiram ao longo da história da Igreja Cristã. Como a transubstanciação, ensinando que no momento em que são pronunciadas as palavras de instituição ("isso é o meu corpo" e "isso é o meu sangue") que tanto o pão quanto o vinho mudam a sua substância, e as suas substâncias tornam-se, respectivamente, a da carne e do sangue de Jesus Cristo! O Senhor tenha piedade! Isso não se encontra na Escritura?! A comunhão com Cristo não necessita que a substância desses elementos materiais seja mudada. O Novo Testamento nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há comunhão física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador e o Deus perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela lembrança de Cristo na cruz. 11
  • 12. Ao longo destes quase quarenta anos de ministério da palavra e das ordenanças, tenho me emocionado sempre que participo da Ceia Memorial! E cada vez que seguro a côdea de pão, e o parto na frente dos participantes, eu me emociono, porque me vem à mente que sou indigno pecador, e que pela graça de Deus fui feito Seu filho! Lembro-me, quando tomo esta jarra de vinho, e derramo um pouco no cálice, fico com as mãos trêmulas ainda; são 39 anos celebrando a Ceia do Senhor praticamente mês a mês (e houve época quando o fiz duas vezes no mês), mas ainda hoje tremo quando tenho na minha mente e coração a cena de Jesus Cristo no Calvário, e o Seu sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua testa, pela face, e pelo tronco da cruz... Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz, e pela nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a minha cruz! Há uma comunhão entre os crentes, mas não é comunhão-de-cafezinho, porque a Ceia do Senhor não é isso! Por isso, Paulo está preocupado, e diz "Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior". Terrível! Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja estava dividida por causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); havia divisões por causa de trajes (capítulo 11)?! E depois todos queriam se reunir para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, não! Porque tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos de novo com a mesma raiva e amargura do nosso irmão em Jesus Cristo! A conduta dos irmãos de Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia! O que Paulo está enfatizando aqui é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida espiritual, é a unidade da igreja, e quando celebramos a Ceia, é isso o que estamos dizendo! A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29) Quando celebramos a Ceia usamos essa linguagem. "De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". Interessante que a Ceia do Senhor não torna ninguém melhor. Na verdade, ninguém vai sair melhor porque tomou a Ceia do Senhor. E agora o paradoxo: o irmão pode sair pior se tomou a Ceia do Senhor indignamente! É o que Paulo diz, por essa razão é dever de cada um solene e seriamente examinar-se sobre quais são os seus interesses em Jesus Cristo. Você participou da Ceia só porque os outros iam ver, e você ia ficar com vergonha se ficasse sentado e não participasse? Quais são seus propósitos quando se aproxima da Mesa do Senhor? Estive lendo sobre a congregação dos levitas e sacerdotes (Números 3 e 4). 12
  • 13. Fiquei arrepiado! Que coisa impressionante a legislação, como eram as normas no acampamento de Israel no deserto: somente podiam se aproximar dos móveis os sacerdotes, nem os levitas quer eram os seus auxiliares. Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para ir para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.). Os levitas funcionavam, entre outros deveres, como guardas de segurança do tabernáculo. A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho" não era o pagão, não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença muito grande: na Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o "povão"! Na Igreja de Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso podemos nos aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma coisa: se o irmão vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado do corpo e do sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas pode sair pior do santuário. Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer! É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle? Por isso que Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia deve fazer três perguntas: · Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado pelo Seu sangue? · Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas. Meu coração está limpo, ou borrado, sujo? · Que é que eu desejo? Quais os meus sonhos e visões, que almejo na Causa de Jesus Cristo? Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um diálogo com a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor em espírito de comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora, em comunhão espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e consagração pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa vida sempre. E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um funeral (para que cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de alegria, de esperança porque nós olhamos para aquele dia! Que o Senhor nos ajude e abençoe! Patte IV 13
  • 14. VESTIMENTA NA IGREJA Introdução: "Nesta casa não tem moda, tem recato". Faço minhas as palavras da personagem de Tarcísio Meira na série Um só Coração, da Rede Globo, para asseverar a minha convicção espiritual em relação a vestimenta do cristão verdadeiro, pois creio que na igreja de Jesus Cristo não deve existir a preocupação exagerada com a moda, mas sim com o recato e o decoro que devem ser peculiares aos santos. Há algum tempo temos alertado a igreja sobre esta questão, mas parece que não temos sido bem-sucedido nestes alertas, razão pela qual decidimos tratar francamente deste assunto com toda a igreja. Não pretendemos desenvolver um tratado teológico sobre o tema e nem desejamos agir com rigorismo em termos de usos e costumes. Apenas desejamos apresentar aos irmãos textos bíblicos que devem nortear a nossa experiência de fé e de vida cristã, causando transformações radicais em nossas mentes, transformações essas que nos atribuam redobrada autoridade espiritual e testemunhal diante desta geração corrompida e perversa em que vivemos. Há uma monumental investida contra a moralidade do ser humano, que se reflete na vestimenta. Seja em nome da moda, da liberação feminina, do tropicalismo, da quebra dos paradigmas, dos regionalismos ou da libertinagem e do hedonismo peculiar a pós-modernidade. Não importa a razão, as pessoas estão cada vez mais nuas. Aquelas que insistem em se vestir bem e com decoro, parece que estão ilhadas, ou seja, cercadas de pessoas nuas por todos os lados. O trágico é reconhecer que esta nudez desenfreada chegou à igreja. Chegou para ficar e se estabelecer como referencial de comportamento cristão, o que é absurdo. Porém, em nome de Jesus, mesmo sob a pecha de radical, de retrógrado, de antiquado ou de autoritário, pretendemos persistir no combate desta maldição, bem como no combate de toda a sorte de malignidade que tenta corromper os parâmetros de Deus para a santidade do cristão, permanecendo fiel a Cristo e a convicção ministerial que temos de que a igreja brasileira necessita urgentemente experimentar um avivamento de santidade. Vejamos no Texto Sagrado alguns ensinamentos bem objetivos sobre a vestimenta do povo de Deus. Inicialmente, vejamos algo sobre... 1. A primeira roupa - Gênesis 3.21: Vemos que o primeiro a apresentar a preocupação com a vestimenta do ser humano foi o próprio Deus. Tais vestimentas são precursoras de muitas outras medidas adotadas por Deus, relacionadas a moral e aos bons costumes, visando o bem-estar físico, social e espiritual da humanidade. Medidas que se tornaram necessárias por causa da 14
  • 15. corrupção imposta pelo pecado à natureza humana. Nos versos 10 e 11 de Gênesis 3 o homem alega medo de Deus devido a sua nudez. A nudez neste contexto representa a consciência da corrupção, da quebra de um padrão estabelecido por Deus. O homem foi criado em santidade e a nudez não lhe causava constrangimento diante do Criador. Mas depois do pecado, uma vez quebrada a imagem e semelhança moral de Deus no homem, a nudez passou a ser motivo de medo. Desta referência concluímos que estar na presença de Deus consciente da nudez imoral é afronta contra o Senhor. É pecado. Pior ainda é a seminudez, que instiga e explora a sensualidade, provocando pensamentos impuros e constrangimentos ao desnudo. Devemos observar que mesmo sob maldição, em pecado, Deus não expulsou o homem do Éden nu, para a desonra. Deus fez túnicas de peles, verso 21. Ou seja, roupa que cobre tudo o que deve ser preservado e que indica parâmetros de moralidade e de respeito entre serem humanos. Em segundo lugar, vejamos algo sobre... 2. As roupas para a adoração - Êxodo 28.1-4: Neste texto Deus exige roupas especiais, roupas de gala, para o sacerdote na ministração do culto e da adoração. Se a sua mente tenta justificar a não aplicação deste texto em sua vida, devo ressaltar que a Palavra de Deus assevera que, a partir do sacrifício de Jesus, com o rasgar do véu no templo, todos fomos feitos sacerdotes para Deus, Apocalipse 1.6 e 1 Pedro 2.9. Adoração é ato de culto. É reconhecimento do caráter divino e da santidade do Deus objeto da adoração. Por esta razão, Deus exige roupas especiais para o ato de culto verdadeiro. O princípio que se encerra neste contexto bíblico é o de que as vestimentas que usamos no ato de culto devem ser limpas, puras e santificadas, visto que nos aproximaremos de Deus, que é santíssimo. O conceito básico que estabelece os parâmetros da vestimenta sacerdotal é o de que as roupas são como referencial de apresentação diante da glória de Deus e para a glória do Deus que é adorado. A glória de Deus manifesta é símbolo real e indiscutível da presença de Deus no culto ministrado diante dele e para ele. Podemos verificar também os versos 31-35 e 39-43 de Êxodo 28, que fazem referência aos paramentos e assessórios sacerdotais, destacando a preocupação 15
  • 16. de Deus até com os calções, ou seja, com a roupa íntima do sacerdote, verso 42, indicando que o cuidado de Deus vai além da roupa aparente. Pensando ainda em roupas para a adoração, devemos observar ainda os ensinos de Salmos 29.2 e 96.9. As afirmações destes versos, embora traduzidas como "esplendor do seu santuário" ou "esplendor da sua santidade", ou ainda, como "beleza da sua santidade", indicam, em sua idéia mais remota, a luz do contexto geral da Bíblia, que devemos estar bem vestidos, ou seja, trajados com decência, quando nos apresentamos diante do Senhor para prestar-lhe culto. Não podemos estar na Casa de Deus com vestimentas que não sejam expressão da nossa busca de santidade, que é o que nos habilita a estarmos diante do Senhor em adoração, Hebreus 12.14. Vale ressaltar que o Texto Sagrado alerta até mesmo aqueles que não são servos de Deus e que não têm, por isso, uma experiência íntima com ele, a tomarem cuidado com os seus trajes quando estiverem em uma situação que saibam que estarão diante de Deus. A realidade, amados, é que Deus requer decência de cada um de nós. Somos os sacerdotes consagrados por ele e para ele. Deus requer moralidade na adoração e na ministração dos cultos, bem como durante os cultos. Vejamos em seguida algo sobre... 3. Roupas como sinal de reverência - 2 Reis 5.1-6: Reverência tem a ver com a postura resultante da conscientização a que chegamos em relação ao valor do outro. Este texto mostra que Naamã ao se dirigir ao servo de Deus, desejando causar boa impressão e agrada-lo, levou roupas finas e luxuosas, roupas de festa. Este gesto de Naamã aponta para o reconhecimento da superioridade do profeta em relação a ele e para o reconhecimento da soberania de Deus em relação a sua vida e circunstância. Naamã, o grande general, não entendia bem tudo o que estava acontecendo. Ficou frustrado e aborrecido ao se sentir desprezado pelo profeta, bem como pelo fato de o profeta não aceitar os seus presentes. Afinal, eram roupas especiais, com aplicações em ouro, prata e cravejadas de pedras preciosas. Porém, o seu coração ainda era obstinado e Deus conduziu o profeta para que, com aquela atitude, Naamã fosse quebrantado, humilhado, curado e salvo. Desta maravilhosa narrativa bíblica fica para nós a seguinte lição: não é molambo, nem trapo velho encardido, nem modismo, nem roupas indecorosas ou falta de roupa que se deve levar para a presença do Senhor ou do servo de Deus, que o representa na ministração para as nossas vidas. 16
  • 17. Devemos ter a consciência de que estamos diante do próprio Deus e que, por isso, devemos estar bem trajados, levando o melhor possível, mesmo que com roupas humildes e simples, mas com decência e decoro, mostrando que reconhecemos a superioridade e a soberania de Deus, o Deus que está pronto a nos quebrantar, a nos curar e ministrar salvação. Vejamos ainda algo sobre... 4. Roupas como sinal de restauração - Lucas 15.21-22: Neste texto identificamos duas questões importantes: O filho reconhecendo o seu estado e admitindo a perda da condição de filho e o pai amoroso dando ao filho pródigo, em seu retorno, roupas novas, sapatos e um anel. Vamos nos ater as roupas. A entrega de roupas novas para o filho, "a melhor roupa", indica a transformação de vida que o jovem experimentara. Os farrapos de uma vida dissoluta e distanciada de Deus e dos parâmetros da moralidade devem ser jogados fora e trocados por vestimentas novas, limpas e decentes. Quando nos convertemos Deus nos honra e nos dá novas vestes, vestes espirituais, que simbolizam a nossa restauração e a retomada da nossa condição de filhos. Estas roupas novas simbolizam o perdão que nos foi outorgado, servindo também como prova da nossa aceitação na casa do Pai, bem como da restituição do nosso direito espiritual como herdeiros de Deus em Cristo. Em Jesus não somos mais pessoas separadas de Deus, como que deserdadas por causa do pecado. Em Cristo nos tornamos pessoas especiais, tendo regatado a nossa posição espiritual como filhos de Deus, não podemos mais permanecer maltrapilhos, desnudados ou vestidos de maneira indecorosa. A condição de coitado, miserável e nu é para aqueles que serão vomitados pelo Senhor devido a mornidão espiritual, Apocalipse 3.14-22, em especial osversos 16-18, e não para os filhos que vivem em perfeita comunhão com o Pai. Por fim, vejamos algo sobre... 5. O parâmetro de Deus para a vestimenta do cristão - 1 Timóteo 2.9-10: Estes versos falam em trajes decorosos e sem luxúria como a vestimenta ideal para o servo de Deus. Mais uma vez a sua mente, principalmente a dos homens, pode estar tentando se justificar dizendo que o ensinamento paulino não se aplica a você. Isso não é verdade. A exigência de decoro e de moralidade na vestimenta é para mulheres e homens ao mesmo tempo. O que comprova isso é o contexto geral do capítulo, em especial o verso 8, que exige dos homens um alto padrão de santidade para a oração. 17
  • 18. Decoro é recato no comportamento e decência no vestir. Está relacionado com a postura que adotamos para a vida. Luxúria é comportamento desregrado em relação a sexualidade. É licenciosidade moral que denota a lascívia, que é pecado, e a concupiscência, que é o desejo de pecar, do indivíduo. A luxúria se contrapõe acirradamente ao decoro. Em contrapartida, Deus exige dos seus filhos uma vestimenta decorosa e isenta de qualquer sintoma de luxúria. Ou seja, Deus exige de nós um comportamento recatado através do qual as pessoas percebam que estamos libertos do desejo de pecar e que fomos restaurados em nossa moralidade, em nosso caráter, que é agora santificado pela ação do Espírito Santo que em nós habita. O termo traduzido por "traje decoroso", utilizado por Paulo, no original, ultrapassa a idéia de vestuário simplesmente. Paulo usa o termo para fazer referência também a moralidade sexual que nos é exigida por Deus e que deve se refletir em nossas roupas. Nossas roupas indicam se temos maus ou bons costumes morais. A maneira como nos vestimos ressaltam o valor moral que atribuímos ao nosso corpo diante de Deus. O jeito como nos vestimos reflete a nossa consciência moral em termos de sexualidade, bem como o nosso senso de preservação da nossa integridade moral. A nossa roupa pode refletir o nosso caráter. O que vestimos mostra o que esperamos que as pessoas pensem de nós em relação a maneira como tratamos a nossa sexualidade. Se nos vestimos com luxúria as pessoas poderão imaginar que somos licenciosos, ou seja, imorais. Se nos vestimos com decoro, por certo as pessoas perceberão que nós nos honramos e que lutamos para nos preservar em santidade diante de Deus. Isso é verdade desde que não haja falsidade em nossos corações A escolha não é muito difícil. Roupas sobrecarregadas de luxúria e de sensualidade, que refletem lascívia e libertinagem imoral, ou roupa decorosa, que reflete a sua compostura moral e espiritual. Lembre-se; suas roupas, por certo, falarão mais alto do que as suas palavras em meio ao burburinho esganiçado da promiscuidade na qual chafurda a nossa sociedade. Conclusão: Outros textos poderíamos estudar sobre o tema, tais como João 19.23-24, que falam das roupas de boa qualidade, de valor e de discreta beleza usadas por Jesus; Apocalipse 7.9-17, que fala da roupa dos mártires na glória, que eram as mesmas vestes que usavam aqui na terra, pois não haverá tempo para trocar de roupa antes de entramos no céu; e Apocalipse 16.15, que descreve o fato de termos as roupas sempre à mão como sinal de preparo espiritual para o encontro com Jesus, mas creio que já vimos o bastante para estabelecermos parâmetros éticos para a nossa igreja, no que diz respeito a nossa vestimenta. 18
  • 19. Talvez você esteja se perguntando: Onde se pretende chegar com este estudo? Ou quem sabe você esta ruminando com os seus botões... "Já até sei qual vai ser o resultado disso". Não importa. Não nos preocupa nem mesmo o fato de você pensar que este assunto não deveria ser tratado na igreja. Mas devemos tratar destas questões na igreja sim, visto que imoralidade, promiscuidade, lascívia, exploração da sensualidade na vestimenta e o cinicamente chamado nu artístico são ações maléficas do diabo contra a natureza humana e a sociedade. O resultado dessas estratégias diabólicas tem sido a violência sexual contra as crianças, a gravidez na adolescência, a prostituição desenfreada, a banalização do adultério, a aceitação parcimoniosa do divórcio e, como decorrência, famílias destroçadas. O resultado da imoralidade no vestir é uma sociedade corrompida, desigual e agonizante como percebemos a nossa. Será mesmo que não temos razões que justificam estudar este tema? Vale ressaltar ainda que este estudo, embora de cunho ético, é também evangelístico. Pois apresenta o evangelho verdadeiro, sem ajustes humanos, sem relativizações éticas e sem a tentativa de se fazer a vontade humana. Este estudo apresenta o evangelho que é a luta por se fazer a vontade de Deus, que nos quer santos para ele e santificadores pelo testemunho cristão autêntico. Se você procura outro evangelho que não o de Jesus Cristo, bateu no estudo errado. A igreja de Cristo não é o seu lugar. Por fim, vamos ao objetivo deste estudo que não é nada que a igreja já não saiba, pois em diversas ocasiões manifestamos nossa posição bíblica sobre a questão da vestimenta do cristão, como já dissemos neste estudo. Uma vez realizado o estudo, nossa oração é para Deus, pelo Espírito Santo, toque em nossas mentes e corações a fim de que mudemos radicalmente a maneira de nos vestirmos. Não só na igreja, mas em casa, no trabalho, na escola, na igreja, em fim, em todo o lugar onde estivermos e no nosso cotidiano. Não é o pastor que manda. É Bíblia. É Palavra de Deus. Lógico que cabe ao pastor a ministração da Palavra e a supervisão quanto a obediência aos ensinamentos do Senhor. Por isso, de hoje em diante, devem ser estabelecidas algumas regras bíblicas em relação a vestimenta que se usará para a participação e para ministração nos cultos. Seria uma bênção se estas normas fossem aplicadas pelos irmãos e irmãs de modo geral, pois o pastor não deve se dar ao trabalho de vigiar ninguém. Deus há de restaurar e transformar a consciência de cada um, visto que, como pastores, não podemos fazer o papel do Espírito Santo no convencimento das pessoas. Porém, no que diz respeito a utilização do púlpito, ao estar na frente para ministrar o culto, para cantar, para declamar, para qualquer coisa, bem como para se subir na plataforma para ministrar o louvor, o culto ou qualquer outra participação, não se deve permitido blusas de alças (aquelas blusas que só tem as alcinhas e mais nada), tomara que caia (que para os mais afoitos devia chamar "pena que não 19
  • 20. caiu"), decote umbilical, no cóxi ou no "rego", e nem decotes meia-taça que projetam os seios para os olhos incautos dos homens ávidos por aconchego ou mesmo dos desavisados... Haja unção para olhar e não pecar. Não mais se deve permitir o uso de mini-saia, micro-saia, vestidos curtos (daqueles que vão só até a cabeça do fêmur) ou transparentes e translúcidos. Não se deve ir para a igreja com calça de cós baixo (daqueles que ficam no púbis) sem uma blusa ou camiseta que cubra os quadris, e nem com uma calça comprida atarracada no corpo, na genitália ou no traseiro, por que estas não são roupas adequadas para se estar na frente da congregação. Com roupas deste tipo não se deve participar da ministração. Seja para dirigir programa, para ministrar o culto ou o louvor. Seja para apresentar visitantes, fazer anúncios, cantar, tocar, cantar em conjunto ou pregar. Não importa. Diante da igreja, para ministrar na presença de Deus, não se deve permitir mais uma vestimenta indecorosa, modismos exagerados e imorais, ou mesmo roupas esculachadas, que não condizem com o padrão de Deus para a vestimenta do salvo e nem com o testemunho cristão. Diante de Deus e da congregação devemos estar bem trajados, demonstrando que não temos mais os temores do pecado quanto a nossa nudez, e que estamos devidamente vestidos para a adoração e em profunda e sincera reverência a Deus. Isto por quê? Porque fomos restaurados por Deus da nossa natureza pecaminosa e porque estamos dispostos a obedecer ao Senhor, fazendo a sua vontade, expressa na Bíblia Sagrada, mesmo que para isso tenhamos que fazer uma "fogueira santa" com as roupas que usávamos até sermos exortados na Palavra de Deus. Seria maravilhoso se num domingo fizéssemos esta fogueira para queimar as roupas das quais o Senhor nos libertou depois de termos estudado a Palavra. Esperamos no Senhor que este estudo seja suficiente para uma tomada de posição nossa como igreja de Cristo no Brasil. Não precisaríamos ouvir críticas ou cobranças por causa de vestimenta. Somos nós e os nossos filhos que nos vestimos indevidamente. Somos nós que compramos as roupas dos nossos filhos. Se não compramos, admitimos que eles comprem ou que usem. Vamos assumir a nossa responsabilidade e corrigir a nossa conduta moral, diante de Deus, no que diz respeito a vestimenta. Quanto às críticas ao autor e ao estudo, muito obrigado, em nome de Jesus, aos críticos. Porém, entre a frouxidão moral e Palavra de Deus, ficamos com a Bíblia. Entre a relativização ética e o Texto Sagrado; ficamos com a Bíblia. Entre a perversão do modismo e as Escrituras, ficamos com a Palavra de Deus. Mesmo que isso nos imponha a impopularidade, o estigma de radical ou a renúncia do pastorado. 20
  • 21. Amém. Parte V “ALEFREI-ME QUANDO ME DISSERAM..." Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1) A tocante, inspiradora, edificante experiência de ver o povo de Deus chegando cada manhã ao templo é uma alegria dominicalmente renovada. Podemos, mesmo, imaginar as multidões indo à Beth haMikdash (Templo) em Jerusalém, e cantando à medida que iam se aproximando dos portões da Cidade Santa. É o que diz a nota de explicação do Salmo 122 com a expressão “cântico de degraus” (“gradual” ou “de romagem”, “de romaria” ou “de procissão” em outras traduções). O povo ia ao Templo de Jerusalém, e vem hoje ao templo. Porém, com que objetivo? A Casa de Deus É lugar de adoração. Está na Palavra Santa: “...aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor” (Sl 122.4) Jesus Cristo ensina que o Senhor busca adoradores (Jô 4.23), ou como bem o expressou A. W. Tozer: “Deus salva os homens para fazê-los adoradores, fato esquecido hoje em dia por liberais, seitas e (até) cristãos bíblicos”. Se não somos adoradores, crentes com espírito de louvor, não poderemos trabalhar aceitável e adequadamente pelo reino de Deus, pois o Espírito Santo age através do coração, das mãos, dos pés, dos lábios que se renderam ao Criador. Assim, o louvor é a nossa resposta ao amor de Deus. Cantar, orar, meditar, tudo leva à adoração. Adorar, no entanto, é mais que qualquer um desses atos. Na verdade, é se deixar inflamar pelo Deus Pai, pelo Deus Filho e por Deus Espírito Santo; cultuar é confessar que se mantém um relacionamento com o Criador. O crente troca a independência, a auto-suficiência, a rebeldia pela rendição a Deus, pela entrega, submissão e pedido de socorro. No culto, louvamos a Deus em conjunto, confessamos nossos pecados em conjunto, recebemos a Palavra em conjunto, e saímos para servir com um só propósito embora em situações e contextos distintos. Há, porém, que ser assim, visto que, após a salvação, o passo mais importante que o novo crente, o crente deve dar é unir-se ao povo de Deus na instituição que Ele estabeleceu para o propósito de lhe trazer crescimento: a igreja local. No dizer de Paulo, apóstolo: “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em breve, para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.14,15). É nesse pensamento que o poeta exclama com tanto entusiasmo, “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!” (cf. v. 4). No culto comunitário, há pessoas de diferentes origens, níveis sociais, raças e 21
  • 22. culturas. Todas essas distinções, no entanto, se evaporam no canto congregacional, no canto coral, na oração, na leitura bíblica, na entrega dos bens e vidas, na mesma expectativa quanto à pregação. O crente há de compreender que, ao vir ao culto, algo vai acontecer: sua vida será agraciada pela presença de Deus, pela compreensão do grande, eterno amor, e enriquecida pela comunhão dos irmãos, aquilo que é tão bem expresso na Bênção Apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co 13.13). É o senso de conjunto, de adoração conjunta em perfeito acordo com o que Paulo acentuou em Filipenses 3.5: “Pelo que todos quanto somos perfeitos tenhamos este sentimento, e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará”. Há um popular hineto que diz: “Quando estou com o povo de Deus, eu sinto a maior alegria; quando estou com o povo de Deus, eu sinto real harmonia...” É a fé estimulada, são as energias espirituais renovadas, a coragem, a robustez, a esperança fortalecidas, por que no culto, Deus está presente: “O Senhor está no seu santo templo...” (Hc 2.20); Jesus Cristo está presente: “onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); o Espírito Santo está presente: “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus” (At 4.31). E, quando o culto termina, diz o adorador-em-espírito- e-em-verdade, “Alegrei-me de verdade, alegrei-me com tudo o que eu sou, alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!” A casa de Deus é um lugar de oração. “Orai pela paz de Jerusalém” pede o salmista no Salmo 122.6. Assim, é ambiente de conseqüente avivamento. Por vezes, vidas são áridas num mundo árido, surgindo a necessidade de reavivar-se a chama dentro de nós. É o reaquecimento, o despertamento que buscamos, prezamos, queremos e pelo qual clamamos. Habacuque expressou este clamor ao dizer, “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia” (3.2). E o Senhor nos responde: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). A dinâmica do culto consiste em deixar-se o crente individualmente, e a igreja como um todo tocar pelo Espírito de Deus. Isso nos recorda o ensino bíblico de que é pecado trazer no culto divino e ao serviço do Senhor qualquer coisa que não proceda de uma vida renascida. É o fogo estranho de que fala Levítico 10.1 e Números 3.3,4. Irreverência na casa do Senhor é pecado grave, muito grave, e traz sério prejuízo espiritual para toda a igreja. Não expressa a Escritura, “Guarda o teu pé quando fores à casa de Deus” (Ec 5.1a)? É até possível ampliar a explicação exortando a guardar os ouvidos, os olhos, a mãos, a mente e o coração. Dominados haveremos de ser por um anseio de uma maior consagração. O cristão evangélico não “assiste ao culto”: dele participa. O 22
  • 23. culto não é um drama encenado para uma platéia de espectadores, ou realizado tão somente pelo oficiante sem a presença de um auditório. É ato corporativo. Aliás, a alegria do culto divino é um sentimento antecipado, e acentuada essa alegria quando compartilhamos a adoração com outros crentes. Portanto, não basta a um cristão dizer que pode orar, cantar, ler e meditar em casa, ou ligar a TV e ter a igreja eletrônica com um pregador de estúdio “olhando” para você (?!) da tela fria do televisor, porque nada vai compensar o culto que você perdeu, e nada vai comprar as bênçãos divinas, os temores afastados, as falsas idéias e doutrinas corrigidas, e a fé revigorada na adoração coletiva. Algo Prático O cantar. É errado chamar a primeira parte do culto de Louvor, visto que, na realidade, todo culto, e o culto todo é uma tremenda apoteose de louvor. Não pode haver culto se não há adoração com seriedade, se o louvor é sem reverência, sem humildade, sem espírito de dependência, sem espírito de cooperação, sem confiança, sem quebrantamento e sem consagração. A música são as flores do jardim da adoração. O objetivo é unicamente a glória de Deus, nunca o destaque pessoal. A música deve afunilar juntamente com as leituras bíblicas, a oração e as ofertas para o tema a ser explanado e desenvolvido no sermão. Cuidado com a música de qualquer jeito, sem ensaio, improvisada, porque nosso Deus não merece nem tolera isso! Por que substituir os teológica e musicalmente bem escritos hinos, hinetos e doxologias por corinhos de paladar duvidoso, escritos em mau português, popularescos, com uma teologia que não é bíblica, como, por exemplo, “Jesus é a aliança entre você e eu...”, onde em poucas palavras há um erro crasso de linguagem? O hino deve ser reverente, bíblico, trazer o amor de Deus e enfatizar a adoração. O bom hino comunica o amor do Pai. Há quem se interesse pelo som, pela harmonia ou pelo ritmo, mas não pelo Senhor que é exaltado nos seus versos. Há quem esteja mais interessado no que alguém imaginosamente chamou de LIT- ORGIA, em vez da liturgia (palavrinha boa que significa “o trabalho do leigo”); há quem se interesse pelo barulho em vez do serviço a Deus, o “trio elétrico” evangélico”, a “axé music” evangélica em vez da calma onde se manifestou o Espírito de Deus a Elias (1Rs 19.12b). O irmão Lawrence afirmou, “Não consigo imaginar como pessoas religiosas podem viver satisfeitas sem a prática da presença de Deus”. Sim, a alegria da presença de Deus, porque a alegria não é encontrada em cantar certo tipo de música ou viver com certo grupo. Consiste na obediência. As ausências. A palavra de Deus é claríssima sobre esse tema: “consideremo-nos uns aos outros, ... não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns...” (Hb 10.24,25). A tradução do Pe. Negromonte esclarece ainda mais, “Não deixando as nossas reuniões...” É ausentar-se podendo estar presente, o velho e persistente comodismo. É não deixar que a chuva, o calor, o frio, a TV, a corrida de automóveis, o futebol, o dever de casa, a praia, os passeios, ou o turismo eclesiástico nos impeça de vir à própria congregação, pois é preciso crescer com a igreja, crescer na igreja, 23
  • 24. crescer para a Igreja de Cristo em sua expressão local, a comunidade de fé de você faz parte. Quando deixamos a congregação, quando nos ausentamos da igreja, não recebemos as bênçãos do culto, perdemos o fervor, o espírito de unidade, não levamos os filhos a crescer e a igreja perde a cooperação. Se a adoração, o louvor, o culto não nos transformar, não pode ser chamado culto, louvor, adoração (cf. Mt 5.23,24), visto que adorar, louvar, cultuar é transformar- se. Se a adoração não nos levar a maior obediência, é só agitação, mas não um ato de culto. Quando entramos no templo é a expectativa, quando saímos é obediência; quando entramos é fé e esperança, quando saímos é amor. Neemias nos inspira: “porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (8.10b), por isso, “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!” Parte VI A IGREJA PRECISA DE TEOLOGIA? Introdução e Conceitos É comum ouvirmos que "a teologia mata a religião" ou que "a Igreja não precisa de teologia e, sim, de vida". Serão verdadeiras essas afirmações? Admitimos que há muita coisa por aí levando o nome de "teologia" que não passa de especulação humana, por não se basear em pressupostos de uma hermenêutica bíblica. E até a "boa teologia", quando se torna um fim em si mesma, pode não ter qualquer uso prático e reduzir-se a mero academicismo. Não é disto que falamos aqui. Perguntamos se a verdadeira Teologia é necessária à Igreja. E o que é verdadeira Teologia? Como o próprio nome indica, Teologia é o estudo de Deus, ou, definindo mais formalmente, "é a ciência que trata de Deus em Si mesmo e em relação com a Sua obra" (B.B. Warfield). Perguntamos, por conseguinte, se a Igreja pode prescindir do conhecimento de Deus e da Sua obra e ainda ser Igreja de Deus. É quase certo que aqueles que negam a necessidade da Teologia na vida da Igreja não diriam, conscientemente, que alguém pode ser cristão sem conhecer a Deus. O que lhes falta é um bom conhecimento do que é Teologia e de suas implicações. Como podemos conhecer a Deus sem estudar a revelação que Ele faz de Si mesmo? Como saber quem Ele é e o que Ele tem feito e faz, quem somos nós em relação a Ele, o que Ele requer de nós,etc., se não investigarmos o que Ele deixou revelado para nosso conhecimento? Pois esse é o trabalho da Teologia. Esse trabalho parte de três pressupostos: O primeiro é o de que Deus existe; o segundo, de que Ele pode ser conhecido, embora não de modo exaustivo e completo; e o terceiro, de que Ele tem Se revelado tanto por meio de Suas obras (criação e providência - Revelação Geral - Sl19:1,2; At 14:17), como, principalmente, nas Santas Escrituras (Revelação Especial - Hb1:1,2; 1 Pd 1:20,21). É porque Deus Se revelou que podemos conhece-Lo. Nosso 24
  • 25. conhecimento de Deus não é intuitivo, nem natural, mas comunicado por Ele mesmo através dos meios que soberanamente escolheu. "Fazer teologia", portanto, não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo "descobrir" a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como base, meio e princípio regulador não é "teologia", devidamente entendida. A palavra "teologia" não ocorre na Bíblia e o termo que lhe é equivalente, no N.T., é "doutrina" ( "didache" ou "didaskalia", no grego), que vem de uma raiz que significa "ensinar" e pode se referir tanto ao ato de ensinar, propriamente, como ao conteúdo do que é ensinado (Rm 6:17;1Tm 6:3-4; 2Tim 4:3-4; Tito 1:2,9, etc.). Podemos dizer, de modo mais completo agora, que Teologia é o conjunto de verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito de Deus e de Sua obra, e que são apresentadas de modo sistemático, na forma de um corpo de doutrinas. A essa forma ordenada de doutrinas, dá-se inclusive, o nome de "Teologia Sistemática". O adjetivo aqui, não altera o conceito de "teologia". Assim entendidas, fica evidente que não há diferença entre Teologia e Doutrina. Mas voltemos ao nosso tema. Duas são as razões geralmente apresentadas para se dizer que a Igreja não precisa de Teologia. Elas se baseiam em duas falsas antíteses: 1. A primeira é a suposição de que o Cristianismo se baseia em fatos e não em doutrinas Concordamos que nossa salvação não repousa sobre um conjunto de teorias ou idéias, mesmo que extraídas corretamente da Bíblia, a que damos o nome de "doutrina", mas sobre os atos poderosos e eficazes do nosso soberano Deus. Não somos salvos através de uma correta teoria a respeito da pessoa de Cristo, mas pela própria pessoa de Cristo; nem através de um exato entendimento da doutrina da Expiação, mas pelo próprio ato expiatório. É possível alguém ser "bom teólogo", nesse sentido, e ainda não experimentar as graças ensinadas nas doutrinas que expõe. A doutrina realmente não salva. A obra de Cristo, devidamente aplicada pelo Espírito no coração do crente, é que assegura essa graça. Seu nascimento sobrenatural, Sua vida de perfeita obediência à Lei, Sua morte substitutiva, Sua ressurreição, Sua ascensão e assentamento à direita do Pai, Sua segunda vinda, são os grandes fatos que tornam garantida a salvação dos eleitos. Mas como sabemos que esses são os fatos? Que sentido teriam esses acontecimentos se não tivessem sido interpretados? É a doutrina que lhes dá sentido. Como viemos a saber que aquele menino que nasceu em Belém é o Filho de Deus? Por que descansamos na eficácia da Sua morte para a expiação dos nossos pecados? Por que sabemos que a Sua ressurreição, há dois mil anos atrás, garante a nossa justificação? É porque esses fatos são todos explicados e interpretados pela doutrina. 25
  • 26. Esta não só informa o fato como também dá o seu significado. A doutrina não salva, mas pode tornar o homem sábio para a salvação (2Tm 3:15). Doutrina sem fato é mito, mas fato sem doutrina é mera história. O Cristianismo, portanto, consiste em "fatos que são doutrinas e doutrinas que são fatos", na expressão de B.B. Warfield. Ele diz: "A Encarnação é uma doutrina: nenhum olho viu o Filho de Deus descer dos céus e entrar no ventre da virgem; mas se isso não for um fato histórico também, nossa fé é vã e permanecemos ainda em nossos pecados"( Selected Shorter Writings, vol 2, p. 234). Fato e doutrina se complementam no Cristianismo. Quando João diz: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14), não está apenas apresentando um fato; está explicando-o também. Quando Paulo afirma que Jesus "foi entregue por causa das nossas transgressões,e ressuscitou por causa da nossa justificação" (Rm 4:25), de igual modo está dando uma interpretação aos fatos da morte e ressurreição de Cristo. Isto é o que se vê em toda a Escritura, especialmente nas epístolas. Até mesmo os fatos manifestos na natureza (Revelação Geral) não seriam devidamente compreendidos se não fossem explicados pela Bíblia (Revelação Especial). Podemos hoje entender que "os céus manifestam a glória de Deus" (Sl 19:1) porque o Criador nos tem revelado isso na Sua Palavra. Sem essa explicação, sua mensagem (a dos céus) passaria despercebida e eles poderiam até ocupar o lugar do Criador, gerando a idolatria (devido ao pecado), como lemos em Rm 1:18-32. Não é o acontece quando as pessoas dizem que "a natureza é sábia", ou quando a chamam de "mãe natureza"?. Sem a revelação do Criador, a criatura toma o seu lugar. Daí dizer-se que para se conhecer a Deus é preciso que Ele fale, e não somente que Ele aja. Concluímos, portanto, que os fatos só têm sentido quando acompanhados da doutrina. Nem é pertinente perguntar qual dos dois é mais importante. Seria o mesmo que indagar qual das duas pernas é mais importante para o nosso caminhar. O ensino da doutrina é uma das ênfases da Bíblia (1Tm 3:2; 2Tm 2:2; Tito 1:9; Ef 4:11), pois sem ela não existe verdadeiro Cristianismo. 2. A segunda é a suposição de que o Cristianismo consiste em vida, não em doutrina Por trás dessa afirmação podem estar raízes do conceito filosófico que exalta o misticismo, as emoções, o sentimento religioso do homem, e que procura eliminar da religião todo apelo ao intelecto, à razão. "Religião é vida e a vida é dinâmica, fluente; a doutrina é estática, fria, e, portanto, não pode ser compatível com o caráter do Cristianismo", dizem. Aqueles que assim pensam até admitem um certo tipo de doutrina, desde que mutável, adaptada sempre à dinâmica da vida e conformada às "necessidades" da época e do lugar onde a vida do Cristianismo se manifesta. Até chamam a isso de "teologia contemporanizada" ou "contextualizada". Segundo esse ponto de vista, não é a doutrina que deve dirigir a vida, mas esta àquela. "A letra mata, mas o espírito vivifica", argumentam. A prática (práxis) é colocada acima da doutrina não só em importância, mas também 26
  • 27. no tempo: a doutrina passa a ser um produto da vida cristã, não a sua norma. Há até quem interprete assim a célebre divisa: "Igreja reformada sempre se reformando". Mas será essa a visão bíblica do Cristianismo? Podemos dizer, com base na palavra de Deus, que o Cristianismo é vida e não doutrina, ou, primeiramente vida, depois doutrina? Existe tal antítese? Se essa posição for verdadeira, então não haverá verdade absoluta, nem princípio fixo, nem revelação objetiva. Tudo cairá no campo dos valores relativos e passará a depender do subjetivismo, da "piedade", das emoções. Não admira que haja tanta "fluidez" e instabilidade entre os que assim pensam, e que sejam facilmente levados "por todo vento de doutrina". Para estes, a doutrina é o que menos interessa. Concordamos também que Cristianismo é vida, e graças a Deus por isso! Onde a vida não se manifesta, nos moldes escriturísticos, falta a alma da verdadeira religião. Mas devemos ou podemos prescindir da doutrina para que essa vida se manifeste? Antes de tudo, é a verdade de Deus relativa? Depende o seu valor do lugar e da época em que se encontram os homens? Sabemos que esta é a posição atual dos que se denominam pluralistas e esse é o pressuposto básico desta posição. Será que aquilo que foi deixado por Paulo e pelos outros apóstolos como doutrina para os seus dias deveria ser mudado nos dias de Agostinho, depois nos dias de Lutero e Calvino, depois nos dias de Warfield e dos Hodge e, assim, sucessivamente, até os nossos dias, para dar lugar às manifestações de vida? Não creio que a Bíblia justifique essa posição nem que esses teólogos a tenham entendido assim. O princípio de que "a Igreja reformada deve estar sempre se reformando" visa manter sempre a mesma posição em relação à verdade, não alterá-la, para que seja aplicável em todas as épocas. É para que continue sempre sacudindo de si toda tradição e acréscimo humano que não estejam de acordo com os valores fixos e absolutos da palavra de Deus. Reformar é voltar às origens, ao que foi intencionado no princípio por Deus. E não há outra forma de se fazer isto a não ser pela doutrina. Foi a doutrina bíblica, tão bem exposta pelos reformadores e tão negligenciada pela Igreja, que a trouxe de volta às origens e lhe recuperou a vida, no século XVI. Foi a falta da verdadeira doutrina que enfraqueceu a Igreja e a lançou num tradicionalismo vazio e pagão. É a correta aplicação da doutrina que produz a verdadeira vida cristã. Não basta apenas um sentimento religioso para fazer de um homem um cristão. É preciso que sua vida seja moldada na doutrina de Cristo.É a doutrina que dá característica à vida. Sem dúvida, não estamos afirmando que apenas a doutrina, independente da obra santificadora do Espírito, produz vida. A doutrina é, isto sim, o meio que o Espírito soberanamente usa para nos fazer conhecer a vontade de Deus e nos levar a praticá-la. É através dela que ficamos sabendo que a vontade de Deus é a nossa santificação e que, sem esta, ninguém verá o Senhor ( 1 Ts 4:3; Hb 12:14). É ela que nos aponta os meios de graça deixados pelo próprio Senhor, que é quem nos 27
  • 28. santifica (Lv 20:7-8; Ef 5:26). Nas epístolas paulinas, a íntima relação entre doutrina e prática é evidenciada pelo seu método de apresentar primeiro a argumentação teológica (doutrinária) para depois tirar as implicações práticas dela decorrentes (Ex. Rm 1-11: doutrina; 12-16: prática). Isso se torna ainda mais claro na oração sacerdotal de Cristo, em que Ele associa a prática da santificação com a doutrina da Palavra: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 15 : 17) e em João 7:17, onde o fazer a vontade de Deus está ligado ao conhecer a doutrina: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo". O conhecimento de Deus começa pela porta do intelecto, da razão, para depois pervadir todas as áreas do ser e se transformar em manifestações de vida que O agradem e glorifiquem. Por isso, o ensino da doutrina é indispensável na Igreja, tanto através do púlpito como pelos estudos semanais, pela Escola Dominical e por qualquer outro meio disponível. Nossa demonstração de vida pode impressionar as pessoas e despertar nelas certa admiração, mas é pela pregação da Palavra que vem a fé que transforma (Rm 10:7) A espada do Espírito é a Palavra (Ef 6:17). Conclusão Concluímos, portanto, que a Igreja precisa da Teologia, porque precisa da doutrina nela contida para dar sentido e expressão aos fatos do Cristianismo e para prover os meios de manifestação da verdadeira vida cristã. Parte VII A IGREJA, CORPO DE CRISTO TEXTO: EFÉSIOS 1:22-23 PROPOSTA: A nossa proposta é a de conhecer o que a Bíblia fala sobre a igreja. Qual o verdadeiro significado deste termo! Quais as responsabilidades daqueles que dela participam. 01. A ORIGEM DA IGREJA 1.1 - A primeira referência bíblia sobre a igreja aparece em Mateus 16:18 1.2 - O nascimento da Igreja ocorreu n dia de Pentecoste. Atos 2:1-4 02. A NATUREZA E AS FUNÇÕES DA IGREJA COMO CORPO 2.1 - No Novo Testamento - "povo de Deus" "Ekklesia" - "chamados para fora" - Outros títulos: - Corpo de Cristo - Ef. 1:22-23 - Templo do Espírito Santo - Ef. 2:21-22 - Plenitude de Cristo - Ef. 1:23 - Noiva do Cordeiro - 2 Cor. 11:2; Ap. 19:7 28
  • 29. - A Igreja como corpo deve: - ministrar - manter a unidade da fé - reconhecer ministérios - participar do louvor, da comunhão, dos desafios - instruir seus filhos na Palavra 03. A FORMAÇÃO A IGREJA - Ela é formada pela união de seus membros - 1 Cor. 12:17 - Ela tem responsabilidades - Ef. 1:4; Rom. 8:29; 1 Ped. 2:9; Observe as expressões: "escolheu"; "conheceu"; "eleita", "para sermos"; "para serem"; "a fim de". 04. AS FUNÇÕES DOS MEMBROS - criar unidade no corpo - Ef. 4:16 - nutrir os demais membros - 1 Cor. 12:25 - sustentar os membros - Col. 2:19 - transmitir ordens - Fil. 4:9 05. CARACTERÍSTICAS DO CORPO - Colaboração - 1 Cor. 12:12 - Exclusividade - 1 Cor. 12:14 - Individualidade - 1 Cor. 12:21 - Harmonia - 1 Cor. 12:25 - Diversificação de ministérios - 1 Cor. 12:28-29 06. SÍMBOLOS BÍBLICOS QUE DESCREVEM A IGREJA - Rebanho - João 10:16 - Lavoura de Deus - 1 Cor. 3:9 - Edifício de Deus - 1 Cor. 3:9 - Santuário de Deus - 1 Cor. 3:16 - Coluna e Baluarte da verdade - 1 Tim. 3:15 - Parte VIII A IGREJA, CORPO DE CRISTO II TEXTO: MATEUS 28:18 PROPOSTA: Este estudo visa mostrar que a mesma autoridade que Jesus recebeu do Pai, foi também delegada a igreja. Ela se tornou a agência mediante a qual o Senhor manifesta o seu poder, a sua 29
  • 30. graça e autoridade. 01. AUTORIDADE E PODER A autoridade representa a própria essência de Deus, enquanto o poder expressa os seus atos! Isaías 40:25-26 Deus pode perdoar aqueles que duvidam de seus feitos, mas retêm o perdão àqueles que menosprezam a sua autoridade. A queda de Satanás ocorreu, porque ele desejou ser igual a Deus, e não simplesmente realizar os mesmos feitos de Deus. Isaías 14:13-14 Obs. Satanás não tem medo de uma pessoa que prega a Palavra. Ele tem medo das pessoas que se submetem a autoridade de Cristo. 02. AUTORIDADE E PODER DELEGADOS À IGREJA - A igreja como corpo, recebeu do Senhor Jesus, toda a autoridade e poder para se tornar uma igreja viva e vitoriosa. 2.1 - Autoridade sobre a natureza - Mat. 17:20; Mat. 20-21-22 - esse poder é manifestado através da oração. Ela se torna em realidade devido a autoridade que Cristo concedeu à igreja. 2.2 - Autoridade sobre os espíritos - Luc. 10:19; Mat. 10:8 - A luta profetizada pôr Jesus: - Igreja x Portas do inferno - "Portas do Hades" - Hades representa o deus que tinha autoridade sobre os mortos! - Porta - representava a corte, o poder do reino do mundo inferior! - Resumo: a igreja não pode morrer. Ela é eterna. 2.3 - A autoridade da igreja é maior do que o poder do Diabo - Mar. 5:9; Luc. 8:30 - Jesus comandou o espírito que atormentava o jovem e o expulsou. A autoridade a nós foi delegada, força o diabo a nos obedecer. 2.4 - Autoridade sobre os pecados - Mat. 6:14; Jó 20:23; Tg. 5:14-15 Diferença entre: "pecado" e "pecados" - A igreja pode perdoar os pecados (ofensas) cometidos contra ela. Mas, o pecado, provocado pela queda do homem, só através do sangue de Cristo. 2.5 - Autoridade para ligar e desligar - Mat. 18:18; Mat. 16:19; 1Cor. 5:3-5 - Para exercer esta autoridade a igreja precisa estar em perfeita sintonia com o Espírito Santo. Esta autoridade não é um exercício individual, e, sim, coletivo. 30
  • 31. 3.0 - CONTESTANDO A AUTORIDADE DELEGADA - A nossa obediência deve ser praticada não em função da pessoa mas da autoridade nela investida. Não se obedece a homens, e, sim, à autoridade de Deus que está nesse homem. - Obs. Watchamann Nee: "A maior das exigências que Deus faz ao homem não é a de carregar a cruz, servir, dar ofertas, ou negar-se a si mesmo. A maior das exigências é que ele obedeça" - 1 Sam. 15:22-23 - Obs. Os maiores castigos mencionados na Bíblia ocorreram em razão da desobediência à autoridade delegada pôr Deus. 3.1 - Queda do querubim da guarda - Ezequiel 28:13-17 3.2 - Queda de Adão e Eva - Gênesis 2 e 3 3.3 - Rebelião de Cão - Gênesis 9:20-27 3.4 - Rebelião de Nadabe e Abiú - Levítico 10:1-2 3.5 - Castigo de Arão e Miriã - Números 12 3.6 - Rebelião de Coré - Números 16 3.7 - A desobediência de Saul - 1 Samuel 15 3.8 - A insubmissão de Absalão - 2 Samuel 15 3.9 - A idolatria de Salomão - 1 Reis 11 3.10 - A transgressão de Uzias - 2 Crônicas 26:16 4.0 - AUTORIDADE E A LIDERENÇA DA IGREJA - A igreja só crescerá quando todos os membros estiverem debaixo do autoridade de Deus delegada aos seus ministros. 1 Tes. 5:12-13; 1 Cor. 16:15-16; Heb. 13:17; Zac. 13:7 Parte IX A IGREJA, CORPO DE CRISTO III TEXTO: ROMANOS 12:1-2 PROPÓSITO: A maior necessidade do mundo, das pessoas, como também da igreja, é a necessidade de adaptação ao curso da História. Esta adaptação só se viabiliza mediante a disposição do mundo, das pessoas, e da igreja em se transformarem. Transformação é o segredo de um organismo vivo. Ilust. Leon Tolstói: "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar-se a si mesmo". 1.1 - A comunicação se processa através de três elementos básicos: a . Kerygma - mensagem b. Koinonia - comunhão c. Diakonia - serviço 1.2 - Encurtando as distâncias - João 13:12-17 A mensagem - Kerygna - não funciona isoladamente. Para que ela produza 31
  • 32. resultados positivos, é necessário que o membro exercite a Koinonia e a Diakonia. 0.2 - TRANSFORMANDO A NOSSA RELAÇÃO COM OS OUTROS MEMBROS Este processo de transformação ocorre através da prática de quatro princípios bíblicos. 2.1 - Princípio da integração - 1 Cor. 12:15-16 - cada membro tem sua função. Um membro não deve aspirar o lugar do outro, quando isso ocorre todo o corpo é prejudicado. - A quebra desse princípio provoca: - desvalorização do membro - contestação da vontade de Deus - Afastamento dos outros membros - desperdício de forças 2.2 - Princípio da oportunidade - 1 Cor. 12:17-18 - este princípio visa das a todos os membros a mesma chance de trabalho. Um membro não pode inibir a ação do outro. - A falta de oportunidade produz: - desequilíbrio em todo o sistema - um espírito de concorrência - um anemiamento espiritual 2.3 - Princípio de Dependência - 1Cor. 12:21-22 - quando este princípio é quebrado, ocorre: - um enfraquecimento de todos os membros - o egoísmo passa a predominar nas relações - a arrogância quebra a linha de comunicação 2.4 - Princípio da Unidade - 1Cor. 12:25-26; Ez. 34:17 - a unidade é a fonte geradora de toda a energia, de troca a mobilidade e harmonia do corpo. Sem unidade, a igreja perde a sua função. João 17:23 3.0 - TODA TRANSFORMAÇÃO EXIGE UMA FONTE DE DISCIPLINA PESSOAL - 1Cor. 9: 24 - A igreja precisa ser a autora e não a espectadora no processo de mudanças. Ela foi criada para ser o instrumento de Deus na transformação da sociedade. - Disciplina na prática de ouvir/falar - João 8:47 - Disciplina na prática do perdão - Marcos 11:25 - Disciplina na prática da fé - 2 Cor. 13:5 - Disciplina na prática da liberdade - Gal. 5:13 - Disciplina na prática dos hábitos - Col. 3:17 - Disciplina na prática do tempo - Ef. 5:15-16 - Disciplina na prática da santidade - 1 Tim. 5:22 32
  • 33. Parte X A IGREJA, CORPO DE CRISTO IV TEXTO: EZEQUIEL 37:1-14 Autor(a): PR. VANDERLEI FRARI PROPÓSITO: Cerca de 2960 anos nos separam da experiência de Ezequiel junto ao vale de ossos secos. Mas a realidade daquele vale ainda é a mesma em nossos dias. O alvo deste estudo é recriar uma nova esperança no coração daqueles que como membros, fazem parte da Igreja do Senhor Jesus. 01. UMA CONVIVÊNCIA DESAGRADÁVEL - V. 1 Ezequiel não só foi levado ao vale de ossos secos. Ele andou pôr entre aqueles ossos. Conviveu com a morte. Sentiu os odores daquele ambiente fétido. - A experiência de Neemias - Ne. 2:11-15 - Esta convivência foi necessária: 1.1 - para identificar a situação do povo 1.2 - para comprometer o profeta com o desafio de restauração 1.3 - para mostrar qual o propósito de Deus 02. HARMONIZANDO O CORPO O texto de Ezequiel 37:6 nos ensina quatro verdades básicas sobre a harmonia do corpo de Cristo. 2.1 - "Porei tendões (nervos) sobre vós..." - "tendões" - cria a união; dá sustentação; mantém a flexibilidade e resistência do corpo. - "nervos" - estimulam; mantém a sensibilidade. - hipersensibilidade - enferma o corpo! - Rom. 12:15,17; Rom. 15:2; Gál. 5:26; Ef. 4:22 2.2 - "Farei crescer carne sobre vós..." - Há três aspectos importantes sobre este elemento: a . a carne representa unidade, participação, integração - Gên. 2:23 b. a carne é o elemento do corpo. A distrofia - perturbação da nutrição -prejudica o metabolismo do corpo. Fil. 2:3; 2 Cor. 8:13-15 c. a carne fala do conhecimento da Palavra. É o alimento sólido. 1 Cor. 3:1-2; Heb. 5:11-14 2.3 - "E sobre vós estenderei pele..." - a pele é o elemento de proteção. Ela funciona também como um filtro. Uma pele ressecada prejudica a respiração do corpo. Col. 3:12 2.4 - "E porei em vós o fôlego da vida e vivereis..." O resultado final de um corpo equilibrado e harmônico é a presença do Espírito Santo agindo em todos os membros. 33
  • 34. 3.0 - COMO SE PROCESSA ESTA RESTAURAÇÃO? Ezequiel foi o instrumento usado pôr Deus para restaurar os ossos secos. Cabe a cada membro do corpo a mesma responsabilidade. O processo de restauração ocorre através da ação profética. 3.1 - O que profetizar? a . que Deus pode vivificar o que está morto em nossas vidas - v.5 b. que Deus harmonizará o corpo beneficiando assim cada membro em particular - v.7 c. que Deus fará de membros soltos e sem vida, um grande exército - v.10 d. que Deus abrirá as sepulturas e libertará todos os que vivem presos - v.12-13 e. que Deus derramará o seu Espírito Santo - v.14 Parte XI A IGREJA, CORPO DE CRISTO V TEXTO: PROVÉRBIOS 4:7 Pôr falta de sabedoria, a igreja tem lutado mais contra si mesma do que contra os verdadeiros adversários; tem usado ignorantemente a armadura de Saul; tem fomentado divisões; tem perdido enfim o poder de atuação. "Realmente estará em perigo a sorte do mundo, se não surgirem homens mais sábios. O homem sábio é aquele que é capaz de reconhecer um necessitado, um pobre, um que precisa de oração".(Concílio Vaticano II) 01. DEFININDO A SABEDORIA - Sabedoria é saber fazer a coisa certa, no momento certo, e à pessoa certa. Moisés nos dá um bom exemplo de falta de sabedoria. Êxodo 18:13-18 a . sabedoria como doutrina - Prov. 19:18; 22:6 b. sabedoria como virtude de homem - Gên. 41:38; Dan. 1:17 c. sabedoria como atributo e qualidade de Deus - Is. 28:29; Jer. 10:12 02. A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA Pôr vivermos em grupos sociais, a sabedoria torna-se em elemento indispensável em nossos relacionamentos inter - pessoais. 2.1 - sabedoria no diálogo - Prov. 26:4; Ecl. 7:16 2.2 - sabedoria nas decisões - Prov. 8:12; 1 Reis 3:25-28 2.3 - sabedoria nas amizades - Jer. 9:4-5 2.4 - sabedoria no comportamento - Ef. 5:15; 1 Pd. 3:1-2 2.5 - sabedoria nos negócios - Gên. 41:39 2.6 - sabedoria em tudo... 03. SABEDORIA, AGENTE ESPIRITUALIZANTE 34
  • 35. A sabedoria não é uma virtude isolada, e muito menos eletrizante. Não é contrária a verdadeira espiritualidade. Ela é antes de tudo o fiel da balança espiritual. 3.1 - Exigência dos apóstolos - Atos 6:3 3.2 - A força de Estevão - Atos 6:8-10 3.3 - A oferta do Espírito Santo - 1 Cor. 12:8 3.4 - A verdadeira busca - Tiago 3:13-18 Resumo: Igreja sábia produz santos verdadeiros! Parte XII A IGREJA QUE FAZ A DIFERENÇA Mateus 26.17-30 Introdução A igreja será apenas uma instituição humana se não tiver a visão de Jesus Cristo para o contexto e a realidade histórica na qual está inserida. Falar dos objetivos da igreja em contraposição as megatendências da pós- modernidade e o modismo quanto a quebra de paradigmas que resultam na perda da identidade doutrinária, do mundanismo que gera a mundanalidade incrustada na igreja pela relativização da ética cristã, arrefecendo a autoridade da igreja em sua ação reformadora no mundo, Efésios 3.10. A igreja deve interagir na história, não andar a reboque da historieta escrita nos alfarrábios desta geração corrompida e perversa. Somos o povo do Deus que é Senhor da história e que se manifesta através da história. A igreja é manifestação de Deus na história. Não podemos nos contentar em causar impacto na história com os nossos escândalos ou com a nossa inércia contemplativa enquanto o céu não vem. É imperativo fazermos diferença no mundo, escrevendo a história da salvação na vida das pessoas e para isto, é imperioso resgatarmos a relevância da igreja no contexto sociocultural em que trilhamos a jornada da santificação. Mas amados, a igreja só será relevante para o mundo e para o Reino, fazendo verdadeira diferença neste mundo com Agência reformadora de Deus, quando... 1. Estivermos preocupados com a vontade do Mestre e não com a nossa própria vontade – (Vs. 17). Devemos evitar a visão antropocêntrica e buscarmos uma visão horizonal, cristocêntrica, cristológica e cristossímel. "Onde queres" – Théleis, vontade ativa, soberana. A vontade decisiva e decisória de Deus onde não cabe relativizações ou negociatas, apenas a submissão. Os anseios e vontades humanas desembocam sempre no hedonismo ou nas guerras cruentas e desumanas. Só a vontade de Deus para a igreja é "boa, agradável e perfeita", Romanos 12.1. 35
  • 36. Como Jesus, devemos admitir nossa humanidade em sua plenitude mas sempre orando: "não se faça a minha vontade, mas a tua", Lucas 22.42. 2. Estivermos conscientes da brevidade do tempo da salvação – (Vs. 18). O tempo da Deus é kairós, eterno, infinito, e não kronos, limitado, mensurado e controlado pelo homem, como se fossemos senhores do tempo. Na dispensação da igreja, da graça salvadora, o tempo é sempre presente, é hoje, e a pregação deve ser levada a efeito "a tempo e fora de tempo", 2 Timóteo 4.2. Vale ressaltar a expressão "o Mestre diz". Mestre, didáskalos, alguém que ensina revestido de capacidade, honra e dignidade. Jesus, sendo Deus, é Senhor do tempo e fala com autoridade quanto a brevidade do tempo para a pregação do evangelho. "Meu tempo está próximo", diz o Mestre. A Igreja não pode postergar a pregação. Não sabemos quando o Mestre voltará, Mateus 25.13. Estar preparados para adentrarmos com ele em sua glória implica em testemunho e pregação incessantes. 3. Nossos cultos se tornarem verdadeira celebração ao Cristo vivo, não à liturgia, à Denominação ou à Eclesiologia – (Vs. 18b e 19). É imperioso buscarmos a consciência de libertação, Páscoa, e de celebração, de festa, de alegria e satisfação prezeirosa em nossos cultos, devido a presença do próprio Deus entre nós. O texto não prevê sectarismo ou uniformidade. Não induz ao radicalismo ou ao êxtase emocional espiritualista esotericamente espiritualizado. Se quer, o texto aponta para um denominacionalismo desvairado e promotor de uma nefasta negligência ao que é bíblico em defesa de um hediondo tradicionalismo histórico- denominacional. A festa, a Páscoa, era um memorial da libertação do Egito, da morte às mão do opressor, no sangue da remissão, Êxodo 12.14-17. Da mesma forma, nossos cultos devem ser verdadeira celebração pela e para salvação em Cristo. Uma festa alegre e vívida em gratidão pela libertação do pecado que nos é outorgada por Cristo. Devemos buscar a consciência de que o Senhor está em seu trono de glória para receber de nós um culto "vivo, santo e agradável", Romanos 12.1, resultado de mentes renovadas em Cristo no entendimento dos mistérios da salvação, 1 Coríntios 2.14-16. Se perseguimos palco, apresentações e números especiais, ou se queremos vislumbrar os nossos olhos com feitos pitorescos ou com manifestações pneumotécnicas, aqui não é nosso lugar. 36
  • 37. 4. Somos contristados pela possibilidade de sermos o traidor – (Vs. 21 e 22). Qual a nossa reação diante da expressão "um de vós me trairá". Somos assolapados pela consciência de pecado que desemboca no arrependimento ou permanecemos insensíveis e nada nos impulsiona à santidade? A expressão do verso 21, "me entregará", no original, denota que Jesus bem sabia das intenções daqueles que o perseguiam. É assombroso que muitos crentes não sintam o sabor amargo de pecado como sentiram Moisés, Jacó, Isaías, Jeremias, Pedro, Paulo e muitos outros indicados no Texto Sagrado, insistindo nos passos de Caim e na decisão diabólica tomada por Judas Iscariotes, persistindo na traição. Muitos, mesmo estando diante de Jesus e sendo desafiados ao arrependimento, não conseguem olhar para Jesus e identificá-lo com Senhor absoluto de todas as coisa, Kírios, admitindo-o apenas como rabi, mestre da lei, o que não é uma característica da personalidade de Jesus. No culto verdadeiro Deus sempre manifesta sua glória, Isaías 6.1-8, e se nos dispomos à perfeita adoração, sempre somos levados à contrição e ao arrependimento, a fim de que dediquemos nossas vidas em perfeito louvor, evidenciado na proclamação do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Retirar-se do culto sem experimentar restauração santificadora, permanecendo na inércia petrificada do comodismo, é constituir-se em traidor. Em quinto e último lugar, afirmo que a igreja fará diferença no mundo e resgatará sua relevância e autoridade na pregação quando... 5. O sangue do pacto promover aliança de compromisso em nós – (Vs. 28). Como igreja, se buscamos relevância para a sociedade, se pretendemos fazer a diferença já em nosso tempo, profetizando um futuro melhor, não podemos permanecer aguilhoados ao pelourinho do pecado e dissociados pelo preconceito que ressalta as idiossincrasias. Se somos igreja, devemos vivenciar íntima comunhão, irmanados em Jesus Cristo, Efésios 2.14-18 e 1 João 4.20. O sangue do pacto foi derramado "para a remissão de pecados", para cobrir e apagar o escrito de culpa que recaia sobre nós, Colossenses 2.14, para nos reconciliar com Deus, 2 Coríntios 5.18 e 19, fazendo-nos um só povo, Efésios 4.4 e conjugando-nos em só coração, Atos 4.32. Não divisionismo ou sectarismo autofágico e se quer, para um preconceito satanicamente beatificado pelo denominacionalismo coercitivo. O sangue que "nos purifica de todo o pecado", a partir do arrependimento e da 37
  • 38. confissão sincera diante de nosso Advogado e único mediador, Jesus Cristo, l João 1.8, 2.2 e 1 Timóteo 2.5, nos impõe a comunhão que afaga o coração e acarinha o aflito e o existencialmente desesperançado. Pelo que, a igreja deve retirar-se do templo, após o culto prestado, restaurada, perdoada, transbordando em amor e alegria e amalgamada no sangue de Jesus Cristo. Todo o nosso pecado e preconceito devem ser abandonados aos pés da cruz de Cristo, o Cristo que "é tudo em todos", Colossenses 3.11. Conclusão Amados, é urgente e premente uma reflexão quanto relevância e a atuação da igreja no mundo da globalização e, em especial, aqui em São Paulo. Se não identificamos estas cinco assertivas em nossa expressão cúltica e identidade doutrinária e denominacional, corremos o risco de sermos vitimados por descomunal aridez teológica, eclesiológica e doutrinária. Nos tornaremos insipientes, insignificantes e dispensáveis ao homem que carece de salvação e não de liturgias, eventos sociais ou verdadeiros shows pseudo-espirituais aromatizados com essência de enxofre, não com o hálito do Espírito Santo. Sejamos igreja. Corpo vivo de Cristo. Submissos a ordem do Mestre e conscientes da brevidade do tempo para a salvação. Sejamos igreja que festeja a vitória de Cristo na Cruz e que é contristada pela consciência de pecado. Sejamos igreja santa e poderosa na evangelização para que desfrutemos as benesses do perdão, do amor e da comunhão íntima, expressão inconteste da nossa reconciliação com Deus em Cristo Jesus. Parte XIII A LIDERANÇA CRISTÃ E O DISCIPULADO Creio na liderança cristã e creio no discipulado. Compreendo que a liderança cristã tem o trabalho de despertar e conduzir o ser humano para Deus e para tudo o que de Deus recebeu. Creio numa liderança comprometida com o reino de Deus (cf. Mt 6.33), o que, aliás, é uma qualidade-chave do líder cristão. Uma liderança comprometida é fiel (1Co 4.2), disponível (Lc 9.57-62), receptiva à capacitação, ou seja, ao treinamento (um teste é convidar 12 a 20 pessoas para reuniões de treinamento, e observar quem retorna a partir da segunda reunião. O treinamento, por sinal, já é uma seleção). Descobrir pessoas que possuam potencial é tarefa do líder, e isso com o objetivo de treiná-las de modo a que em dado momento a organização possa funcionar sem ele, líder. É um facilitador no ensino dos novos discípulos e na participação deles no global do processo; é exemplo e ajuda em vez de apenas verbalizar, valoriza a participação dos outros, é paciente e confia no Espírito Santo como conselheiro e auxílio nas dificuldades. Creio na liderança capacitada pelo Espírito de Deus, "carismatizada" para o benefício da Igreja de Cristo, para que todo o edifício bem ajustado cresça para templo santo cuja glória seja unicamente a de Deus, ou como colocou a Bíblia em 38