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                  ESIC – BUSINESS & MARKETING SCHOOL
                MBA EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL




       AMBIENTES DE INOVAÇÃO: APRENDIZADO CONTÍNUO E LIDERANÇA




                              CURITIBA
                                 2012
 


                          MARCELO GOOSSEN




       AMBIENTES DE INOVAÇÃO: APRENDIZADO CONTÍNUO E LIDERANÇA




                                 Trabalho   de    Conclusão     de    Curso
                                 apresentado à ESIC Business & Marketing
                                 School, curso MBA Executivo em Gestão
                                 Empresarial,    turma   2011/2012,    sob
                                 orientação do Prof. Dr. Antônio Raimundo
                                 dos Santos, como requisito parcial para a
                                 obtenção do grau de especialista.




                              CURITIBA
                                2012
 


                                                               LISTA DE FIGURAS


Figura	
  1	
  –	
  Ciclo	
  CAV	
  (Fonte:	
  SEBRAE)	
  ......................................................................................................	
  8	
  
Figura	
  2	
  –	
  Líder	
  360º	
  (Fonte:	
  MAXWEL,	
  Líder	
  360º)	
  .............................................................................	
  11	
  
Figura	
  3	
  –	
  Círculo	
  da	
  Liderança	
  (Fonte:	
  MAXWELL,	
  Líder	
  360º)	
  ............................................................	
  11	
  
Figura	
  4	
  –	
  Princípios	
  da	
  Liderança	
  360º	
  (Fonte:	
  MAXWEEL,	
  Autor)	
  ......................................................	
  13	
  
Figura	
  5	
  –	
  As	
  50	
  empresas	
  mais	
  inovadores	
  em	
  2012	
  (Fonte:	
  FastCompany)	
  ......................................	
  15	
  
Figura	
  6	
  –	
  Logotipo	
  DELL	
  (Fonte:	
  Site	
  da	
  Empresa)	
  ...............................................................................	
  16	
  
Figura	
  7	
  –	
  Logotipo	
  Cirque	
  du	
  Soleil	
  (Fonte:	
  Site	
  da	
  Empresa)	
  .............................................................	
  18	
  
Figura	
  8	
  –	
  Estilo	
  Organizacional	
  (Fonte:	
  SEBRAE)	
          ..................................................................................	
  20	
  
Figura	
  9	
  –	
  O	
  “X”	
  da	
  Inovação	
  (Fonte:	
  Autor)	
  .........................................................................................	
  22	
  
 


                                                                            SUMÁRIO


          ..........................................................................................................................................	
  3	
  
INTRODUÇÃO	
  
1.	
   Ambientes	
  de	
  Inovação	
  ...................................................................................................................	
  4	
  
2.	
   Aprendizado	
  Contínuo	
  e	
  Vivencial	
  ...................................................................................................	
  7	
  
3.	
   Liderança	
  Colaborativa	
  ..................................................................................................................	
  10	
  
4.	
   Exemplos	
  de	
  Organizações	
  Inovadoras	
  
                                                   ..........................................................................................	
  14	
  
       4.1.	
   Dell	
  ..........................................................................................................................................	
  16	
  
       4.2.	
   Cirque	
  du	
  Soleil	
  .......................................................................................................................	
  18	
  
5.	
   Desenvolvendo	
  Ambientes	
  de	
  Inovação	
  –	
  Proposta	
  .....................................................................	
  20	
  
CONCLUSÃO	
  ..........................................................................................................................................	
  24	
  
REFERÊNCIAS	
  ........................................................................................................................................	
  25	
  




	
  
3
	
  


                                    INTRODUÇÃO


       Um dos grandes temas hoje entre rodas de profissionais, empresas e
qualquer outra organização é o assunto inovação. Como criar e desenvolver
ambientes que estimulem as pessoas à constante reinvenção é a pergunta atual. Se
atentarmos às informações na mídia, mais do que nunca a discussão recai sobre
como criar algo diferente e de impacto significativo.
       Tanto no Brasil, quando no mundo, grandes universidades tem dedicado
esforços no estudo dos segredos da inovação e das diversas maneiras que cada
organização pode fazer uso de seus benefícios. Nos meios industriais, institutos
como a FIEP, SEBRAE e SENAI unem forças para oferecer no Brasil uma
plataforma à indústria nacional. Publicações e mídia específica também começam a
focar na área, com destaque para a Harvard Business Review, a qual tem
impulsionado o segmento.
       A verdade é que o tema Inovação não é inédito. A pesquisa e estudos
demonstram que existem organizações que há muito tempo trabalham de forma
estruturada no assunto, mas nunca chamaram essa sua cultura de trabalho de
inovação. De forma tímida e isolada algumas organizações no mundo estão hoje
alguns passos na frente devido à utilizarem os benefícios, mesmo que
inconscientemente, da cultura da inovação. Ocorre que atualmente estes segredos
estão sendo documentados e mapeados, principalmente pelas universidades. O que
permite que outras organizações entendam os mecanismos e busquem plataformas
de inovação que possam as auxiliar também neste processo.
       O presente trabalho pretende demonstrar que é possível criar ambientes de
inovação através da aprendizado contínuo e liderança colaborativa. No primeiro
capítulo descreve-se brevemente o que são os ambientes de inovação em si. No
segundo capítulo cita-se técnicas de educação corporativa, com foco no CAV (Ciclo
de Aprendizagem Vivencial). No terceiro capítulo a liderança colaborativa é
caracterizada e demonstrada como chave para o sucesso do tema na organização.
No quarto capítulo são apresentados dois exemplos de organizações inovadoras e
os resultados das ações tomadas. Por fim, no quinto capítulo, apresenta-se uma
proposta de modelo para a criação de ambientes de inovação nas organizações.
4
	
  


1. Ambientes de Inovação


       Nada existe de permanente a não ser a mudança. (Heráclito de Éfeso)


       Inovação é novidade ou renovação. Segundo Cledorvino Belini (GUTIERREZ,
2012), presidente da Fiat, a inovação pode ser entendida como a transformação de
conhecimento em valor. Portanto, o ato de inovar pode estar correlacionado a
qualquer coisa, em qualquer lugar e em qualquer tempo. A inovação pode estar em
produtos, processos, estruturas, artes, cultura, idiomas, leis e assim por diante.
Engana-se pensar que quando tratamos do assunto o escopo é absolutamente
tecnológico. A evolução de produtos nas últimas décadas, como por exemplo dos
telefones, nos induzem a pensar que a inovação é somente neste âmbito.
       Todo processo de inovação envolve trabalho árduo e constante, perseverança
e criatividade. No entanto, a criatividade por si só não é inovação, trata apenas da
inspiração inicial, da faísca. “A criatividade é a faísca, a inovação é a mistura
gasosa. A primeira dura um pequeno instante, a segunda perdura e realiza-se no
tempo. É a diferença entre inspiração e transpiração, a descoberta e o trabalho”
(DUAIBILI; SIMONSEN JR, 2008). Geralmente a criatividade é relacionada a um
indivíduo, a uma ideia nascida na cabeça de alguém. Enquanto a inovação é o
trabalho coletivo, muitas vezes sobre uma ideia de alguém, mas que conduz a
mudanças numa esfera maior. Portanto, é comum ouvirmos que determinada
pessoa é criativa e determinada empresa é inovadora.
       Entretanto, não existe inovação sem criatividade. Porém, uma ideia por si só
não é nada se, na prática, não temos algo concreto. Uma ideia pode então virar
inicialmente uma invenção, algo novo e diferente, um protótipo talvez. Mas somente
o processo de inovação pode transformar uma boa ideia, invenção ou protótipo em
um resultado prático de impacto, que agrega valor a algo ou alguém.
       Atualmente se tem conhecimento de inúmeras ferramentas e técnicas para
geração de ideias, metodologias de resolução de problemas e instrumentos que
promovem a criatividade nas organizações. Não que exista algo de errado nisso,
mas a simples aplicação não garante sucesso e inovação nas organizações.
Metaforicamente, tentamos varrer as folhas do pátio contra o vento. Simplesmente
não funciona, não se evolui na velocidade desejada. Precisa-se de algo além,
precisa-se de um estimulante ambiente de inovação.
5
	
  


       Um ambiente de inovação vai permitir que as grandes ideias aflorem, as
invenções ocorram, pessoas diferentes se unam, erros aconteçam e finalmente que
o resultado de impacto seja gerado através da inovação.
       Ambientes de inovação assim não são criados da noite para o dia. Necessita-
se tempo e coragem para fazer as mudanças culturais necessárias. Paradigmas
precisam ser quebrados e uma liderança forte precisa ser (re)erguida. A cultura
precisa ser construída sobre os princípios corretos (MILLER, 2012). Tendo a base
correta, qualquer organização (empresas, ONGs, governo, igrejas, grupos) pode
fazer o uso de técnicas e ferramentas conforme sua necessidade e desejo.
Tratamos de uma questão profunda tecnicamente e culturalmente.
       Enfim, duas características se mostram fundamentais nestes ambientes:
       •   Aprendizado Contínuo e Vivencial;
       •   Liderança Colaborativa.


       Uma organização que não compreende o poder do contínuo aprendizado e
sua aplicação diária está fadada à extinção em pouco tempo. Uma organização que
compreende a importância do aprendizado, mas não consegue trabalhar de forma
colaborativa entre si também não possui maior sobrevida. Estas duas características
se inter-relacionam e cooperam para que a organização possa se renovar e
permanecer atuando eficazmente. Um estudo realizado com 72.000 empresas
demonstra que as empresas inovadoras faturam até 1000 vezes mais, pagam
salários 3 vezes maiores e conseguem preços 30% maiores (ARBIX, 2008). Mesmo
assim, o estudo comprovou que apenas 1,7% das empresas pesquisadas é
realmente inovadora. Portanto, quanto tratamos de criar ambientes de inovação nas
empresas, estamos falando de trabalho árduo e de longo prazo. A "Inovação
depende de um ambiente em que ela seja ingrediente cultural”, segundo William
Malfatti (GUTIERREZ, 2012), diretor de marketing no grupo Fleury.
       A inovação exige das pessoas uma constante observação, análise e crítica do
que já existe, acreditando que aquilo que é considerado bom pode ficar ainda
melhor. No ano de 1783, os irmãos Joseph e Etienne Montgolfier, inventaram o
balão de ar quente. Joseph, ao ver a camisola da sua esposa levitar perto do forno
onde estava para secar, pensou em construir um grande invólucro com uma
abertura na base para ser inflado. Muitos já haviam visto essa cena, mas somente
6
	
  


os irmãos Montgolfier tiraram proveito, pois eles viram além. Da observação e
criatividade chegaram à inovação.


	
  
7
	
  


2. Aprendizado Contínuo e Vivencial


       O que ouço, recordo. O que vejo, memorizo. O que faço, aprendo. (Confúcio)


         Desde que nascemos aprendemos a cada dia. Nossos neurônios são
capazes de realizar milhares de operações matemáticas por segundo, controlando
nosso corpo e encontrando soluções para o que estamos fazendo, seja
conscientemente ou não.
         O ser humano passa até a adolescência por cinco fases de aprendizado:
linguagem, senso-motora, simbólica, intuitiva e analítica. Cada uma dessas fases
permite que nosso cérebro se torne mais robusto e preparado para executar suas
funções e também aprender novas coisas e encontrar soluções.
         Ocorre que o sistema educacional muitas vezes não é capaz de aproveitar
e/ou alimentar toda esta capacidade de intuição e raciocínio desenvolvida e pronta
para ser usada. Acabamos, portanto, atrofiando estas funções no decorrer da vida.
         A dinâmica de ensino ainda está muito baseada no simples fato de ouvir o
conhecimento dos mestres/instrutores/professores (GRAMIGNA, 2007). Impede-se o
aprendiz de envolver-se, deixando o mesmo sempre em atitude passiva. Sendo
assim, o resultado geralmente é o esquecimento de boa parte do conteúdo. A
utilização de formas visuais já apresenta melhores resultados. Ler e analisar
estudos, artigos e outros documentos favorece maior interação para o aprendiz, mas
ainda uma via de sentido único.
         Surge então uma nova proposta, a do “aprender fazendo”. Vivenciar
situações-problema, resolvê-las com os recursos disponíveis, realizar sempre a retro
análise e correção de ações são os passos básicos deste modelo. Quando
aprendemos vivenciando as experiências e partilhando da construção do
conhecimento a aprendizagem é duradoura, ao contrário das formas anteriores.
Chamamos este método de CAV – Ciclo de Aprendizagem Vivencial. Quando
utilizado este modelo, as pessoas tem a oportunidade de trabalhar os dois
hemisférios cerebrais, sem que haja predominância de um deles. Este ciclo de
aprendizagem é composto por cinco fases: Vivência, Relato, Processamento,
Generalizações e Aplicação.
8
	
  




                            Figura	
  1	
  –	
  Ciclo	
  CAV	
  (Fonte:	
  SEBRAE)

       Vivência


       Como o próprio nome diz, esta fase proporciona dinâmicas e atividades
práticas/vivenciais. Podem ser individuais, em duplas ou grupos. O objetivo principal
é a aprendizagem através da descoberta e o desenvolvimento de uma base comum
de dados para discussões posteriores. Porém, só esta fase por si só não garante
qualquer aprendizado sólido se o facilitador não preparar e planejar as fases
seguintes. Durante a vivência é comum as pessoas se divertirem, se exaltarem e até
conflitos nas interações humanas podem ocorrer. O que é sinônimo de
aprendizagem.


       Relato


       Após a vivência é importante permitir que os participantes compartilhem o que
viram e sentiram na fase de vivência. Desta forma, consegue-se tornar disponível
para o grupo sensações e descobertas individuais, agregando valor a base de dados
comum. As experiências individuais devem ser registradas de forma visível,
favorecendo também a intuição visual do grupo.
9
	
  


       Processamento


       Esta fase é caracterizada por uma discussão mais profunda e nela são
reconstruídos padrões de comportamento e interação. O facilitador deve estar atento
para a evolução do processo e fomentar perguntas sobre o sucesso/fracasso do
experimento ou se a repetição do evento traria resultados diferentes.


       Generalizações


       Após o processamento, o grupo deve entender quais os princípios utilizados
na atividade que podem ser aplicados na realidade. Nesta fase, o grupo deve
concordar acerca dos princípios. O facilitador pode trazer dados e resultados da
empresa e outras fontes para fomentar a generalização e enriquecer a conclusão.


       Aplicação


       Este estágio é o propósito de todo o modelo CAV. O objetivo é transferir as
conclusões da etapa anterior para situações reais na qual estão envolvidos ou se
envolverão e criar um plano de ação. Deste modo, procura-se planejar e induzir
comportamentos mais eficazes. As pessoas são mais propensas a implementar
novas aplicações ou aprendizados quando as compartilham uns com os outros
previamente.


       O CAV é uma poderosa ferramenta para fazer a análise crítica de situações,
envolver equipes na solução de problemas, e consequentemente, estimular a
mudança cultural nas organizações. O modelo pode-se ser aplicado livremente em
diversas situações. Pode se passar por todas as fases em poucas horas ou demorar
dias, o importante é que a linha de aprendizado se mantenha constante.
       Os ambientes de inovação são espaços onde a aprendizagem coletiva se dá
pela transferência de conhecimento e replicação da inovação nos casos de sucesso
e fracasso (PEREGRINO, 2010). Desta forma, o modelo CAV pode ser utilizado para
garantir que estes ambientes de aprendizado sejam efetivos e a base cultural seja
crescente.
	
  
10
	
  


3. Liderança Colaborativa


       Com talento ganhamos partidas; com trabalho em equipe e inteligência ganhamos
                                 campeonatos. (Michael Jordan)


           A liderança colaborativa é um novo modo de pensar nas organizações. O
modelo encontra na colaboração entre os líderes a busca pelas oportunidades.
Sobre uma boa base de princípios e valores permite que a equipe cresça e os
resultados sejam fruto da equipe, e não de indivíduos.
           Quando avaliamos as pessoas e suas interações na busca de resultados,
normalmente encontramos duas categorias:
           •      Grupos de trabalho
           •      Equipes de trabalho


           Grupos de trabalho não demonstram muita sincronia e interação entre os
membros. Existem tarefas a executar e geralmente não há muita concordância
quanto a visão. Demanda-se esforço para conseguir os resultados.
           Equipes de trabalho já possuem maior entendimento do trabalho a executar e
da potencialidade de cada membro quanto as atividades. Interagem quanto aos
obstáculos, mas ainda com limitações de tomada de decisão.
           A liderança colaborativa pode ser caracterizada por um nível mais alto do
trabalho de equipe, suprindo as falhas de tomada de decisão e alocação de recursos
humanos. São equipes com características próprias, bem ajustadas e que por si só
acabam influenciando as organizações.
           Líderes são essenciais em qualquer organização. Uma organização sem
lideres perde logo a visão e o rumo, não é sustentável, não inova e o status quo leva
a mesma à decadência. Para ambientes de inovação temos a mesma situação.
Precisamos de líderes trabalhando em um nível mais alto, trabalhando de forma
colaborativa. Será preciso ter líderes que entendem alguns princípios para uma
liderança 360º (MAXWELL, 2007). A liderança colaborativa entende sua influência
sobre os níveis hierárquicos superiores e iguais, além dos níveis abaixo da posição,
           	
  
11
	
  




                                                                                                                 	
  
                         Figura	
  2	
  –	
  Líder	
  360º	
  (Fonte:	
  MAXWEL,	
  Líder	
  360º)



             Para que a inovação aconteça e flua um ambiente de confiança entre
as pessoas envolvidas é preciso que se construa influência e credibilidade. No
entanto, para isso não existem atalhos, é preciso utilizar do círculo de liderança
(MAXWELL, 2007) para sustentavelmente construir os relacionamentos dentro do
ambiente. Este círculo é um ciclo composto por sete estágios.




                                                                                                                 	
  

                  Figura	
  3	
  –	
  Círculo	
  da	
  Liderança	
  (Fonte:	
  MAXWELL,	
  Líder	
  360º)
12
	
  


       Os membros desta equipe disposta a exercer a liderança colaborativa devem
entender a dinâmica do ciclo e procurar avançar em cada etapa entre si.


       1. Cuidado – ter interesse pelas pessoas da equipe, procurar o valor de cada
          um delas e apoiar seu crescimento.


       2. Aprendizagem – conhecer os demais membros, conhecer suas histórias,
          descobrir suas habilidades, apreciar suas diferenças.


       3. Apreciação – apreciar os outros pelo que são, inclusive os diferentes a
          você mesmo, permite gerar uma base respeito e confiança


       4. Contribuição – agregar valor aos outros, preencher suas lacunas e
          oferecer seus conhecimentos.


       5. Verbalização – reconhecer as vitórias da equipe e dos membros, elogiar e
          cumprimentar com sinceridade.


       6. Liderança – os passos anteriores permitiram criar um relacionamento e
          credibilidade das suas ações, só então será possível liderá-los
          efetivamente.


       7. Sucesso – vencer juntos, vencer como equipe, agora o líder deve desejar
          ter sucesso com a equipe.


       Nos ambientes de inovação é preciso que os líderes envolvidos entendam
alguns princípios para que de fato o círculo de liderança possa ocorrer. O líder 360º
que atua nestes ambientes precisa ter uma característica fundamental, chamada de
“espírito ensinável”. Esta característica praticamente resume o comportamento
esperado dentro destes ambientes, espera-se a humildade de escutar, analisar,
aprender e fazer os ajustes necessários para o avanço da equipe.
       Como visto anteriormente, o líder 360º exerce influência para cima
(superiores), para os lados (colegas) e para baixo (subordinados). Dentro de cada
categoria há alguns princípios que se seguidos facilitarão o desenvolvimento dos
13
	
  


ambientes de inovação. Provavelmente, a influência desta equipe se estenda ao
restante da organização também. O quadro abaixo resume os princípios.


                         PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para cima”
       1.   Lidere-se a si mesmo excepcionalmente bem
       2.   Esteja disposto a fazer o que os outros não fazem
       3.   Saiba quando avançar e quando recuar
       4.   Torne-se um membro confiável
       5.   Seja melhor amanhã do que hoje
                      PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para os lados”
       1.   Complementar seus colegas de liderança é mais importante que
            competir com eles
       2.   Evite a política de cargos
       3.   Amplie seu círculo de relações
       4.   Deixe que a melhor ideia prevaleça
       5.   Não finja ser perfeito
                         PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para baixo”
       1.   Veja todos como um 10
       2.   Desenvolva cada membro da equipe como pessoa
       3.   Ponha as pessoas onde elas tenham pontos fortes
       4.   Seja exemplo do comportamento que você deseja
       5.   Recompense os resultados
                  Figura	
  4	
  –	
  Princípios	
  da	
  Liderança	
  360º	
  (Fonte:	
  MAXWEEL,	
  Autor)

	
  
14
	
  


4. Exemplos de Organizações Inovadoras


       Um ótimo passo no desenvolvimento de ambientes de inovação na
organização é explorar o que outras organizações fazem ou fizeram. Analisar e
refletir sobre a história, desenvolvimento das pessoas e técnicas adotadas auxilia o
entendimento para a criação dos ambientes. A inovação precisa encontrar terreno
fértil para se desenvolver, e este terreno pode ser criado.
       A revista Fast Company lança todo ano um ranking das 50 empresas mais
inovadoras no mundo, inclusive as 10 mais inovadoras no Brasil. Pode-se avaliar o
desempenho de empresas conhecidas, como Apple e Google, e também de
empresas desconhecidas, como Gogo ou Redbus. Analisar estas empresas permite
entender como a inovação estruturada pode impactar na estratégia e nos resultados
a longo prazo.
       Outro estudo interessante da revista é a relação anual das 100 pessoas mais
inovadoras em negócios do mundo. Este estudo permite avaliar as características de
grandes líderes dentro de ambientes de inovação. Encontramos inclusive brasileiros,
como Carla Schmitzberger, presidente da Havaianas.
       Importante aprender com os erros cometidos por outras organizações e
pessoas e usar a experiência adquirida como base para o desenvolvimento do estilo
próprio. Como a palavra já diz, inovação não é mera reprodução. Vamos avaliar
superficialmente duas empresas: Dell e Cirque du Soleil. A primeira, pecou em
acreditar que seu modelo de negócios inovador seria eterno; enquanto a segunda,
entendeu que uma grande mudança era necessária nos espetáculos circenses a
cada novo espetáculo.
15
	
  




       Figura	
  5	
  –	
  As	
  50	
  empresas	
  mais	
  inovadores	
  em	
  2012	
  (Fonte:	
  FastCompany)
16
	
  


4.1.   Dell




                      Figura	
  6	
  –	
  Logotipo	
  DELL	
  (Fonte:	
  Site	
  da	
  Empresa)



       Dell Inc é uma grande empresa de distribuição de computadores sediada em
Round Rock nos Estados Unidos e emprega mais de 105 mil pessoas no mundo
inteiro. A empresa desenvolve, produz, dá suporte e vende uma grande variedade
de computadores pessoais, servidores, notebooks, dispositivos de armazenamento,
switches de rede, PDAs, software e periféricos. Seu modelo de negócios se
diferencia de outras companhias devido ao baixo custo de operação e seu sistema
de vendas diretas.
       Michael Dell fundou a companhia em 1984, enquanto ainda estudava na
Universidade do Texas, aos 19 anos de idade. De seu dormitório, Dell começou a
montar computadores construídos a partir de componentes em estoque. Em 1985, a
empresa fabricou seu primeiro computador, o Turbo PC, e colocou anúncios em
revistas de informática americanas para venda direta ao consumidores. Assim, o
modo de compra era mais conveniente e o preço final dos computadores mais
competitivo. Com o sucesso da companhia, Michael Dell largou a faculdade para
administrar seu negócio em tempo integral e já no primeiro ano faturou
impressionantes US$ 6 milhões. Em 1987, começou a operar também no Reino
Unido e, nos quatro anos seguintes, em 11 outros países. Mas foi somente em 1988
que a empresa adotou oficialmente o nome de Dell.
       No ano de 1990, a Dell tentou vender seus produtos indiretamente através de
supermercados e lojas de computadores, porém com o baixo sucesso voltou para
seu bem sucedido modelo de vendas diretas ao consumidor. Em 1992, a revista
Fortune incluiu a Dell Computer Corporations na sua lista das 500 maiores
companhias do mundo. Em fevereiro de 2005, a Dell apareceu em primeiro lugar no
ranking das "Empresas mais admiradas", publicado pela revista Fortune. Em 2006, a
Dell foi a empresa que mais fabricou computadores no planeta.
17
	
  


       Durante o tempo em que se estabeleceu como líder de mercado de
computadores, a Dell inovou em seu modelo de negócio. Para alcançar os preços
altamente competitivos a empresa apostou solidamente no modelo de vendas
diretas ao consumidor, com diversas opções de configuração conforme desejo do
cliente.
       Além do modelo de vendas inovador,            um processo de fabricação que
permitia uma produção feita por ordem de produção permitia agilidade e entrega
rápida. A Dell aperfeiçoou toda a cadeia de fornecimento para suportar este modelo
de negócio. Com pequeno estoque de peças e produtos, podia girar seu capital
rapidamente, pois recebia primeiro dos clientes e depois pagava os fornecedores.
       Durante muito tempo este modelo de negócios e o ambiente de suporte da
empresa permitiram a liderança no ramo. Atualmente a empresa é a segunda, atrás
da HP, esta que aprendeu lições com a concorrente e também inovou seu modelo
para inverter o quadro. Quais então os erros da Dell e quais lições podem ser
aprendidas?
       Rapidamente,     nota-se   que     modelos    de   negócio   não   são   eternos.
Independente do grau de inovação, os concorrentes tentarão imitá-lo mais cedo ou
mais tarde. Um ambiente de inovação pode suportar quantas mudanças forem
necessárias, desde que não seja esquecido após a primeira inovação. A vantagem
competitiva é sempre limitada no tempo.
       Atenção ao envolver na mudança estratégica táticas dos concorrentes e
abandonar sua própria capacidade de criação de soluções. A concorrência só tende
aumentar desta forma e não se cria novo ciclo de vantagem competitiva.
       Por    fim,   deve-se   procurar    diversificar   seus   serviços/produtos   em
competências que os atuais clientes já valorizam.
       Nota-se que a Dell aproveitou muito bem o avanço rápido das décadas
tecnológicas e com um modelo diferenciado se tornou em um gigante. No entanto, a
empresa se acomodou no modelo inovador e, com isso, sofreu o ataque de seus
concorrentes a partir de 2006. Enquanto seus concorrentes buscavam soluções para
aumentar a fatia no mercado, a Dell abandonou seu ambiente de inovação e não
conseguiu perceber as mudanças que estavam ocorrendo.
18
	
  


4.2.    Cirque du Soleil
        	
  




                                                                                                	
  
                    Figura	
  7	
  –	
  Logotipo	
  Cirque	
  du	
  Soleil	
  (Fonte:	
  Site	
  da	
  Empresa)

                                                                 	
  

        O Cirque du Soleil foi criado em 1984 em Montreal, Canadá, com uma
estratégia de diferenciação no ramo do entretenimento. 73 pessoas trabalhavam
para o Cirque du Soleil na época da fundação. Hoje a empresa tem 5000
funcionários em todo o mundo, incluindo mais de 1300 artistas. Os artistas da
companhia representam cerca de 50 nacionalidades e falam 25 idiomas diferentes,
sendo 15 espetáculos apresentados simultaneamente no mundo. Mais de 100
milhões de espectadores assistiram a um espectáculo do Cirque du Soleil desde
1984.
        O circo nasceu na idealização de Guy Laliberté em uma época que todos os
espetáculos costumavam ter animais como parte dos shows. O Cirque du Soleil
procurou a inovação, ao invés de leões sendo domados, macacos malabaristas,
elefantes com jeito de criança; criou espetáculos temáticos, com ênfase na música e
dança. Foi assim que o Cirque du Soleil se transformou em um fenômeno mundial
que até hoje não sofreu qualquer tipo de concorrência direta.
        Por trás de cada show o grupo de criadores passa semanas desenvolvendo o
tema, escolhendo um nome e detalhando como esse tema refletirá em cada
componente do espetáculo. A música ao vivo, parte mais importante do tema, é o
ponto de partida para a deslumbrante iluminação e aspectos visuais. Uma
verdadeira mistura de manifestações artísticas onde há malabaristas, palhaços e
trapezistas, todos relacionados com o tema da apresentação.
        O circo além de inovar em shows, inovou no negócio. Deixou de imitar seus
concorrentes, evitou antigas limitações, incorporou a tecnologia e assim criou uma
nova demanda. Com isso a estratégia de preços também se diferenciou. O lucro
19
	
  


atual da organização passa dos 600 milhões de dólares por ano. O Cirque du Soleil
é a expressão mais concreta de uma revolução no entretenimento, tanto estética
como empresarial. O circo, uma das formas mais arcaicas de espetáculo da história,
renovou-se, e seu modelo é hoje alvo de estudos de grandes organizações.
       Também chamado de Picadeiro da Inovação, o circo baseia suas ações em
oito características chave: Performance Acrobática, Atuação, Formas de Arte pelo
Mundo, Mundos Imaginários, Dança, Ousadia, Destreza, Graça.
       Para o Cirque du Soleil a criatividade é o núcleo de todos os seus esforços
para explorar uma infinidade de possibilidades. Sendo assim, o desafio criativo é de
enorme importância para cada novo projeto. Permitir as pessoas sonharem com os
novos projetos e é parte integrante de sua filosofia. Desta forma se permite
materializar sonhos e demonstrar claramente que a equipe é o fundamento que
move a empresa. O Cirque du Soleil oferece aos seus artistas e criadores a
liberdade necessária para imaginar e realizar os sonhos mais incríveis.
       Sua estrutura física em Montreal representa um laboratório multiétnico de
criatividade, onde as melhores mentes criativas, artesãos, especialistas em diversas
áreas e artistas entre os melhores do mundo podem colaborar nos projetos de
criação. Ao assumir a função de catalisador e unificador, o Cirque du Soleil é capaz
de se reinventar a cada novo capítulo de sua história. Além das salas de treinamento
acrobático, um estúdio de dança, um estúdio-teatro e instalações para treinamento e
musculação que permitem que toda a equipe interaja com os espetáculos.
       Desta forma a organização promove e valoriza a constante mudança nos
seus espetáculos. Entende-se claramente a necessidade de trazer renovo. A
empresa atua de forma tão sólida com a inovação de seus processos que sua maior
concorrente é ela mesma. Sendo assim, enquanto esta filosofia for mantida,
dificilmente deixará de entregar shows tão envolventes.
20
	
  


5. Desenvolvendo Ambientes de Inovação – Proposta


        Onde todos pensam igual, ninguém pensa muito. (Walter Lippmann)


       A inovação só existe na prática quando, no contexto organizacional, o
ambiente, a cultura e as características da organização são favoráveis. Mas além
disso, processo bem estruturados podem fazer grande diferença no estímulo e
garantia de boas ideias que serão então transformadas em projetos inovadores.
       Na pretensão de inovar, a organização precisa identificar seu estilo e como
suas características organizacionais somadas às práticas e métodos podem
influenciar positivamente ou negativamente o ambiente de inovação. Este
diagnóstico pode demonstrar algumas lacunas que precisam ser preenchidas e/ou
ajustes necessários.




                        Figura	
  8	
  –	
  Estilo	
  Organizacional	
  (Fonte:	
  SEBRAE)




       Em relação às Características Organizacionais podemos mencionar:
          •   Liderança – comunica constantemente a visão do negócio; enriquece a
              cultura, memória, valores e crenças da organização; estabelece os
              grandes desafios de inovação; estimula a colaboração; constrói redes
              de relacionamento e incentiva a tomada de decisão e risco.
21
	
  


          •   Perfil das Pessoas – diversidade de conhecimentos e habilidades;
              atitudes curiosas, persistentes e de aprendizado continuo; foco nas
              oportunidades.
          •   Ambiente de Trabalho – espaço estimulante; poucos símbolos de
              status entre níveis hierárquicos; disponibilidade de ferramentas e
              interação interna/externa; cultura de celebração dos resultados.


       Em relação às Práticas e Métodos podemos mencionar:
          •   Estrutura Organizacional – níveis hierárquicos; mecanismos de
              comunicação entre setores, formalidade entre setores/níveis.
          •   Processos – definição de responsabilidades e atividades, permissão de
              alterações e adaptações; experimentação e desenvolvimento.




       Porém, de maneira alguma, qualquer um dos tópicos apresentados é pré-
requisito para que se tenha um ambiente de inovação. Cada organização precisa
definir seu caminho, e este já é o próprio processo de inovação. Não se pode dizer
que existe uma receita que pode ser incorporada por qualquer instituição. Existem
sim, linhas de desenvolvimento e princípios, que se seguidos podem facilitar todo o
processo na criação de um ambiente de inovação.
       Sugere-se apoiar todo este início do desenvolvimento de ambientes de
inovação em um modelo bastante simples, que denominaremos de ‘O ”X” da
Inovação’.    Este modelo permite a aplicação em pequenas, médias ou grandes
iniciativas, pois adapta-se as necessidades de cada organização.
       O princípio do modelo está no lançamento de um desafio. Um desafio é uma
provocação sobre um problema ou oportunidade com o objetivo de encontrar uma
solução muitas vezes incomum. Só um desafio é capaz de realizar a máxima da
inovação: transformar conhecimento em valor.
       Geralmente o desafio é lançado pela liderança da organização que também
precisa estar envolvida nesta batalha de conquista. O desafio por si só irá despertar
nas pessoas o desejo de integrar a equipe que irá investir tempo e recursos na
busca pela solução. No entanto, a liderança deve estar atenta para garantir a
diversidade da equipe, em termos de conhecimento e habilidades. A liderança pode
22
	
  


também se dar o direito de vetar pessoas com histórico negativo quanto a trabalho
em equipe e atitudes que não enriqueçam o processo.




                        Figura	
  9	
  –	
  O	
  “X”	
  da	
  Inovação	
  (Fonte:	
  Autor)



       Em seguida é preciso entender qual a melhor metodologia a utilizar como
base do trabalho. Atualmente existem diversos autores/institutos com suas
respectivas propostas, por exemplo: Inovação Aberta, Inovação Disruptiva, Inovação
Sustentadora, modelos próprios, dentre outros. Porém pode-se fazer uso também de
técnicas mais tradicionais de resolução de problemas, como o ciclo PDCA, Seis
Sigma, MASP. Neste sentido, não há certo ou errado, cabe a cada desafio o uso da
metodologia adequada. Neste ponto entra de forma muito interessante o
estabelecimento de parcerias, que podem ser:
23
	
  


              •   Internas: outros departamentos não envolvidos diretamente, mas que
                  podem fornecer informações ou realizar testes/protótipos. O apoio da
                  organização sobre o desafio pode fazer a grande diferença entre o
                  sucesso e o fracasso.
              •   Externas: consultorias especializadas em inovação, as quais podem
                  auxiliar nas técnicas e metodologias adequadas para cada desafio e
                  oferecer suporte durante o processo; empresas do segmento; clientes
                  e fornecedores, para testar e avaliar os resultados.


           Segundo Jim Collins e Morten Hansen (COLLINS; HANSEN, 2012) , é preciso
preservar a essência das organizações através de novas práticas. A renovação da
própria organização é por si só inovação e o ambiente criado permite que esta seja
mais ou menos duradoura. Neste sentido, é fator chave a cultura organizacional e
alguns princípios são importantes para que uma estrutura sólida quanto exista.
Citamos quatro princípios: Prioridade, Diversidade, Disciplina, Tolerância.
       •   Prioridade – a organização entende como crucial o investimento contínuo de
           recursos financeiros na resolução de seus desafios e desenvolvimento das
           equipes. Prioriza também a alocação do tempo de bons profissionais nas
           equipes de inovação.
       •   Diversidade – para que exista um intenso intercâmbio de conhecimento é
           necessário valorizar a diversidade e opiniões diferentes, a organização
           valoriza os diferentes atributos e habilidades, respeita as opiniões e não
           desmoraliza as pessoas envolvidas.
       •   Disciplina – valoriza-se o desempenho consistente e contínuo, compromisso
           com metas claras e coerentes; entende-se que o mais difícil não é a
           criatividade, mas a disciplina de seguir em frente.
       •   Tolerância – permite-se erros no processo de inovação, porém a quantidade
           de falhas é gerenciada e os custos controlados. Conforme Rita McGrath
           (MCGRATH, 2012): “Falhe rápido, barato e siga em frente”.




	
  
24
	
  


                                   CONCLUSÃO


       Um ambiente de inovação é o solo fértil para a organização inovar, mas por si
só não realiza a inovação. Uma série de fatores cria o resultado do trabalho
executado nos ambientes de inovação, sendo o principal deles a cultura base da
organização. Somente assim, será possível a geração de ideias, a união de pessoas
distintas e a concepção dos resultados.
       Cabe neste processo o conceito de aprendizado continuo e vivencial.
Imprescindível a pré-disposição de todos os envolvidos na busca por novas
informações, conhecimentos e experiências que permitam o crescimento das
equipes de trabalho e da organização. O ser humano é dotado de uma capacidade
cerebral impressionante, a qual ainda não se sabe utilizar completamente, mas que
se não estimulada acaba definhando. Os ambientes de inovação podem se utilizar
da técnica CAV (Ciclo de Aprendizado Vivencial) para reter o aprendizado e analisar
os erros cometidos, projetando um crescimento constante.
       A liderança entra neste ponto para estimular as equipes de trabalho e gerar a
influência necessária em todas as hierarquias. No entanto, a base da liderança deve
ser construída com respeito e entender os princípios que impactam em todas as
direções.
       Como exemplo, não somente grandes organizações são consideradas
inovadoras. Não é o número de funcionários ou faturamento anual que permite dizer
se tal empresa é inovadora ou não. Entende-se porém, que o título de empresa
inovadora não é garantia de sólida hegemonia no setor. A empresa realmente
inovadora se reinventa sempre e analisa de forma crítica se os próximos passos
garantirão um futuro promissor.
       Desta maneira, não existem regras que podem ou devem ser adotadas pelas
organizações para iniciar o desenvolvimento de ambientes inovadores. Existem
modelos e apresenta-se uma alternativa para o início do processo. ‘O “X” da
Inovação’ é um apoio inicial neste processo e auxilia os primeiros passos na busca
por uma nova cultura de trabalho e resolução de desafios.
       Com base no exposto, conclui-se que o aprendizado contínuo e a liderança
são fatores determinantes para a criação de ambientes de inovação. Existem outros
aspectos que precisam ser levados em consideração, mas a própria liderança forte é
capaz de realizar as influências necessárias, sem necessariamente ditar regras.
25
	
  


                                REFERÊNCIAS



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NT00041F7A. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/
24E47489A8705E14832576250079ECEE/$File/NT00041F7A.pdf>. Acessado em:
27/10/12

ARBIX, Glauco. Inovações, Padrões Tecnológicos e Desempenho das Firmas
Industriais Brasileiras, IPEA, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:
<http://www.iea.usp.br/iea/glauco2.pdf>. Acessado em: 27/10/12

CAVAGNOLLI, Ivani; Dell: Fim De Um Modelo De Negócio Inovador?, 2009.
Disponível em: <http://gestaoeinovacao.com/?p=1520>. Acesso em: 02/10/2012	
  
	
  
CIRQUE       DU    SOLEIL.     Descubra    quem     somos.     Disponível  em:
<http://www.cirquedusoleil.com/pt/home.aspx#/pt/home/americas/brazil.aspx>
NIXON, Elizabeth. Como funciona o Cirque du Soleil, traduzido por
HowStuffWorks Brasil. Disponível em: <http://lazer.hsw.uol.com.br/cirque-du-
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CUSTODIO, Estevão Soares. Como criar um ambiente de inovação, 2012.
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DUAIBILI, Roberto; SIMONSEN JR, Harry. Criatividade e Marketing. 9ª edição ,
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FASTCOMPANY. The World´s 50 Most Innovative Companies, TOP 10 Brazil,
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Disponível    em:     <http://www.fastcompany.com/most-creative-people/2012>.
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GRAMIGNA, Maria Rita. Ciclo da aprendizagem Vivencial, 2007. Disponível em:
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LIKER, Jeffrey K.; MEIER, David. O modelo Toyota, Manual de Aplicação.
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MAXWELL, John C.. O líder 360˚. 1ª Ed, 4ª reimp.. Rio de Janeiro: Thomas Nelson,
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your-inno.html>. Acessado em: 02/10/12
	
  
MILLER, Robert D. Why Principles Must be the Foundation of a Culture, 2012.
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phpapp02.pdf>. Acessado em: 02/10/12

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  • 1.     ESIC – BUSINESS & MARKETING SCHOOL MBA EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL AMBIENTES DE INOVAÇÃO: APRENDIZADO CONTÍNUO E LIDERANÇA CURITIBA 2012
  • 2.   MARCELO GOOSSEN AMBIENTES DE INOVAÇÃO: APRENDIZADO CONTÍNUO E LIDERANÇA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à ESIC Business & Marketing School, curso MBA Executivo em Gestão Empresarial, turma 2011/2012, sob orientação do Prof. Dr. Antônio Raimundo dos Santos, como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista. CURITIBA 2012
  • 3.   LISTA DE FIGURAS Figura  1  –  Ciclo  CAV  (Fonte:  SEBRAE)  ......................................................................................................  8   Figura  2  –  Líder  360º  (Fonte:  MAXWEL,  Líder  360º)  .............................................................................  11   Figura  3  –  Círculo  da  Liderança  (Fonte:  MAXWELL,  Líder  360º)  ............................................................  11   Figura  4  –  Princípios  da  Liderança  360º  (Fonte:  MAXWEEL,  Autor)  ......................................................  13   Figura  5  –  As  50  empresas  mais  inovadores  em  2012  (Fonte:  FastCompany)  ......................................  15   Figura  6  –  Logotipo  DELL  (Fonte:  Site  da  Empresa)  ...............................................................................  16   Figura  7  –  Logotipo  Cirque  du  Soleil  (Fonte:  Site  da  Empresa)  .............................................................  18   Figura  8  –  Estilo  Organizacional  (Fonte:  SEBRAE)   ..................................................................................  20   Figura  9  –  O  “X”  da  Inovação  (Fonte:  Autor)  .........................................................................................  22  
  • 4.   SUMÁRIO ..........................................................................................................................................  3   INTRODUÇÃO   1.   Ambientes  de  Inovação  ...................................................................................................................  4   2.   Aprendizado  Contínuo  e  Vivencial  ...................................................................................................  7   3.   Liderança  Colaborativa  ..................................................................................................................  10   4.   Exemplos  de  Organizações  Inovadoras   ..........................................................................................  14   4.1.   Dell  ..........................................................................................................................................  16   4.2.   Cirque  du  Soleil  .......................................................................................................................  18   5.   Desenvolvendo  Ambientes  de  Inovação  –  Proposta  .....................................................................  20   CONCLUSÃO  ..........................................................................................................................................  24   REFERÊNCIAS  ........................................................................................................................................  25    
  • 5. 3   INTRODUÇÃO Um dos grandes temas hoje entre rodas de profissionais, empresas e qualquer outra organização é o assunto inovação. Como criar e desenvolver ambientes que estimulem as pessoas à constante reinvenção é a pergunta atual. Se atentarmos às informações na mídia, mais do que nunca a discussão recai sobre como criar algo diferente e de impacto significativo. Tanto no Brasil, quando no mundo, grandes universidades tem dedicado esforços no estudo dos segredos da inovação e das diversas maneiras que cada organização pode fazer uso de seus benefícios. Nos meios industriais, institutos como a FIEP, SEBRAE e SENAI unem forças para oferecer no Brasil uma plataforma à indústria nacional. Publicações e mídia específica também começam a focar na área, com destaque para a Harvard Business Review, a qual tem impulsionado o segmento. A verdade é que o tema Inovação não é inédito. A pesquisa e estudos demonstram que existem organizações que há muito tempo trabalham de forma estruturada no assunto, mas nunca chamaram essa sua cultura de trabalho de inovação. De forma tímida e isolada algumas organizações no mundo estão hoje alguns passos na frente devido à utilizarem os benefícios, mesmo que inconscientemente, da cultura da inovação. Ocorre que atualmente estes segredos estão sendo documentados e mapeados, principalmente pelas universidades. O que permite que outras organizações entendam os mecanismos e busquem plataformas de inovação que possam as auxiliar também neste processo. O presente trabalho pretende demonstrar que é possível criar ambientes de inovação através da aprendizado contínuo e liderança colaborativa. No primeiro capítulo descreve-se brevemente o que são os ambientes de inovação em si. No segundo capítulo cita-se técnicas de educação corporativa, com foco no CAV (Ciclo de Aprendizagem Vivencial). No terceiro capítulo a liderança colaborativa é caracterizada e demonstrada como chave para o sucesso do tema na organização. No quarto capítulo são apresentados dois exemplos de organizações inovadoras e os resultados das ações tomadas. Por fim, no quinto capítulo, apresenta-se uma proposta de modelo para a criação de ambientes de inovação nas organizações.
  • 6. 4   1. Ambientes de Inovação Nada existe de permanente a não ser a mudança. (Heráclito de Éfeso) Inovação é novidade ou renovação. Segundo Cledorvino Belini (GUTIERREZ, 2012), presidente da Fiat, a inovação pode ser entendida como a transformação de conhecimento em valor. Portanto, o ato de inovar pode estar correlacionado a qualquer coisa, em qualquer lugar e em qualquer tempo. A inovação pode estar em produtos, processos, estruturas, artes, cultura, idiomas, leis e assim por diante. Engana-se pensar que quando tratamos do assunto o escopo é absolutamente tecnológico. A evolução de produtos nas últimas décadas, como por exemplo dos telefones, nos induzem a pensar que a inovação é somente neste âmbito. Todo processo de inovação envolve trabalho árduo e constante, perseverança e criatividade. No entanto, a criatividade por si só não é inovação, trata apenas da inspiração inicial, da faísca. “A criatividade é a faísca, a inovação é a mistura gasosa. A primeira dura um pequeno instante, a segunda perdura e realiza-se no tempo. É a diferença entre inspiração e transpiração, a descoberta e o trabalho” (DUAIBILI; SIMONSEN JR, 2008). Geralmente a criatividade é relacionada a um indivíduo, a uma ideia nascida na cabeça de alguém. Enquanto a inovação é o trabalho coletivo, muitas vezes sobre uma ideia de alguém, mas que conduz a mudanças numa esfera maior. Portanto, é comum ouvirmos que determinada pessoa é criativa e determinada empresa é inovadora. Entretanto, não existe inovação sem criatividade. Porém, uma ideia por si só não é nada se, na prática, não temos algo concreto. Uma ideia pode então virar inicialmente uma invenção, algo novo e diferente, um protótipo talvez. Mas somente o processo de inovação pode transformar uma boa ideia, invenção ou protótipo em um resultado prático de impacto, que agrega valor a algo ou alguém. Atualmente se tem conhecimento de inúmeras ferramentas e técnicas para geração de ideias, metodologias de resolução de problemas e instrumentos que promovem a criatividade nas organizações. Não que exista algo de errado nisso, mas a simples aplicação não garante sucesso e inovação nas organizações. Metaforicamente, tentamos varrer as folhas do pátio contra o vento. Simplesmente não funciona, não se evolui na velocidade desejada. Precisa-se de algo além, precisa-se de um estimulante ambiente de inovação.
  • 7. 5   Um ambiente de inovação vai permitir que as grandes ideias aflorem, as invenções ocorram, pessoas diferentes se unam, erros aconteçam e finalmente que o resultado de impacto seja gerado através da inovação. Ambientes de inovação assim não são criados da noite para o dia. Necessita- se tempo e coragem para fazer as mudanças culturais necessárias. Paradigmas precisam ser quebrados e uma liderança forte precisa ser (re)erguida. A cultura precisa ser construída sobre os princípios corretos (MILLER, 2012). Tendo a base correta, qualquer organização (empresas, ONGs, governo, igrejas, grupos) pode fazer o uso de técnicas e ferramentas conforme sua necessidade e desejo. Tratamos de uma questão profunda tecnicamente e culturalmente. Enfim, duas características se mostram fundamentais nestes ambientes: • Aprendizado Contínuo e Vivencial; • Liderança Colaborativa. Uma organização que não compreende o poder do contínuo aprendizado e sua aplicação diária está fadada à extinção em pouco tempo. Uma organização que compreende a importância do aprendizado, mas não consegue trabalhar de forma colaborativa entre si também não possui maior sobrevida. Estas duas características se inter-relacionam e cooperam para que a organização possa se renovar e permanecer atuando eficazmente. Um estudo realizado com 72.000 empresas demonstra que as empresas inovadoras faturam até 1000 vezes mais, pagam salários 3 vezes maiores e conseguem preços 30% maiores (ARBIX, 2008). Mesmo assim, o estudo comprovou que apenas 1,7% das empresas pesquisadas é realmente inovadora. Portanto, quanto tratamos de criar ambientes de inovação nas empresas, estamos falando de trabalho árduo e de longo prazo. A "Inovação depende de um ambiente em que ela seja ingrediente cultural”, segundo William Malfatti (GUTIERREZ, 2012), diretor de marketing no grupo Fleury. A inovação exige das pessoas uma constante observação, análise e crítica do que já existe, acreditando que aquilo que é considerado bom pode ficar ainda melhor. No ano de 1783, os irmãos Joseph e Etienne Montgolfier, inventaram o balão de ar quente. Joseph, ao ver a camisola da sua esposa levitar perto do forno onde estava para secar, pensou em construir um grande invólucro com uma abertura na base para ser inflado. Muitos já haviam visto essa cena, mas somente
  • 8. 6   os irmãos Montgolfier tiraram proveito, pois eles viram além. Da observação e criatividade chegaram à inovação.  
  • 9. 7   2. Aprendizado Contínuo e Vivencial O que ouço, recordo. O que vejo, memorizo. O que faço, aprendo. (Confúcio) Desde que nascemos aprendemos a cada dia. Nossos neurônios são capazes de realizar milhares de operações matemáticas por segundo, controlando nosso corpo e encontrando soluções para o que estamos fazendo, seja conscientemente ou não. O ser humano passa até a adolescência por cinco fases de aprendizado: linguagem, senso-motora, simbólica, intuitiva e analítica. Cada uma dessas fases permite que nosso cérebro se torne mais robusto e preparado para executar suas funções e também aprender novas coisas e encontrar soluções. Ocorre que o sistema educacional muitas vezes não é capaz de aproveitar e/ou alimentar toda esta capacidade de intuição e raciocínio desenvolvida e pronta para ser usada. Acabamos, portanto, atrofiando estas funções no decorrer da vida. A dinâmica de ensino ainda está muito baseada no simples fato de ouvir o conhecimento dos mestres/instrutores/professores (GRAMIGNA, 2007). Impede-se o aprendiz de envolver-se, deixando o mesmo sempre em atitude passiva. Sendo assim, o resultado geralmente é o esquecimento de boa parte do conteúdo. A utilização de formas visuais já apresenta melhores resultados. Ler e analisar estudos, artigos e outros documentos favorece maior interação para o aprendiz, mas ainda uma via de sentido único. Surge então uma nova proposta, a do “aprender fazendo”. Vivenciar situações-problema, resolvê-las com os recursos disponíveis, realizar sempre a retro análise e correção de ações são os passos básicos deste modelo. Quando aprendemos vivenciando as experiências e partilhando da construção do conhecimento a aprendizagem é duradoura, ao contrário das formas anteriores. Chamamos este método de CAV – Ciclo de Aprendizagem Vivencial. Quando utilizado este modelo, as pessoas tem a oportunidade de trabalhar os dois hemisférios cerebrais, sem que haja predominância de um deles. Este ciclo de aprendizagem é composto por cinco fases: Vivência, Relato, Processamento, Generalizações e Aplicação.
  • 10. 8   Figura  1  –  Ciclo  CAV  (Fonte:  SEBRAE) Vivência Como o próprio nome diz, esta fase proporciona dinâmicas e atividades práticas/vivenciais. Podem ser individuais, em duplas ou grupos. O objetivo principal é a aprendizagem através da descoberta e o desenvolvimento de uma base comum de dados para discussões posteriores. Porém, só esta fase por si só não garante qualquer aprendizado sólido se o facilitador não preparar e planejar as fases seguintes. Durante a vivência é comum as pessoas se divertirem, se exaltarem e até conflitos nas interações humanas podem ocorrer. O que é sinônimo de aprendizagem. Relato Após a vivência é importante permitir que os participantes compartilhem o que viram e sentiram na fase de vivência. Desta forma, consegue-se tornar disponível para o grupo sensações e descobertas individuais, agregando valor a base de dados comum. As experiências individuais devem ser registradas de forma visível, favorecendo também a intuição visual do grupo.
  • 11. 9   Processamento Esta fase é caracterizada por uma discussão mais profunda e nela são reconstruídos padrões de comportamento e interação. O facilitador deve estar atento para a evolução do processo e fomentar perguntas sobre o sucesso/fracasso do experimento ou se a repetição do evento traria resultados diferentes. Generalizações Após o processamento, o grupo deve entender quais os princípios utilizados na atividade que podem ser aplicados na realidade. Nesta fase, o grupo deve concordar acerca dos princípios. O facilitador pode trazer dados e resultados da empresa e outras fontes para fomentar a generalização e enriquecer a conclusão. Aplicação Este estágio é o propósito de todo o modelo CAV. O objetivo é transferir as conclusões da etapa anterior para situações reais na qual estão envolvidos ou se envolverão e criar um plano de ação. Deste modo, procura-se planejar e induzir comportamentos mais eficazes. As pessoas são mais propensas a implementar novas aplicações ou aprendizados quando as compartilham uns com os outros previamente. O CAV é uma poderosa ferramenta para fazer a análise crítica de situações, envolver equipes na solução de problemas, e consequentemente, estimular a mudança cultural nas organizações. O modelo pode-se ser aplicado livremente em diversas situações. Pode se passar por todas as fases em poucas horas ou demorar dias, o importante é que a linha de aprendizado se mantenha constante. Os ambientes de inovação são espaços onde a aprendizagem coletiva se dá pela transferência de conhecimento e replicação da inovação nos casos de sucesso e fracasso (PEREGRINO, 2010). Desta forma, o modelo CAV pode ser utilizado para garantir que estes ambientes de aprendizado sejam efetivos e a base cultural seja crescente.  
  • 12. 10   3. Liderança Colaborativa Com talento ganhamos partidas; com trabalho em equipe e inteligência ganhamos campeonatos. (Michael Jordan) A liderança colaborativa é um novo modo de pensar nas organizações. O modelo encontra na colaboração entre os líderes a busca pelas oportunidades. Sobre uma boa base de princípios e valores permite que a equipe cresça e os resultados sejam fruto da equipe, e não de indivíduos. Quando avaliamos as pessoas e suas interações na busca de resultados, normalmente encontramos duas categorias: • Grupos de trabalho • Equipes de trabalho Grupos de trabalho não demonstram muita sincronia e interação entre os membros. Existem tarefas a executar e geralmente não há muita concordância quanto a visão. Demanda-se esforço para conseguir os resultados. Equipes de trabalho já possuem maior entendimento do trabalho a executar e da potencialidade de cada membro quanto as atividades. Interagem quanto aos obstáculos, mas ainda com limitações de tomada de decisão. A liderança colaborativa pode ser caracterizada por um nível mais alto do trabalho de equipe, suprindo as falhas de tomada de decisão e alocação de recursos humanos. São equipes com características próprias, bem ajustadas e que por si só acabam influenciando as organizações. Líderes são essenciais em qualquer organização. Uma organização sem lideres perde logo a visão e o rumo, não é sustentável, não inova e o status quo leva a mesma à decadência. Para ambientes de inovação temos a mesma situação. Precisamos de líderes trabalhando em um nível mais alto, trabalhando de forma colaborativa. Será preciso ter líderes que entendem alguns princípios para uma liderança 360º (MAXWELL, 2007). A liderança colaborativa entende sua influência sobre os níveis hierárquicos superiores e iguais, além dos níveis abaixo da posição,  
  • 13. 11     Figura  2  –  Líder  360º  (Fonte:  MAXWEL,  Líder  360º) Para que a inovação aconteça e flua um ambiente de confiança entre as pessoas envolvidas é preciso que se construa influência e credibilidade. No entanto, para isso não existem atalhos, é preciso utilizar do círculo de liderança (MAXWELL, 2007) para sustentavelmente construir os relacionamentos dentro do ambiente. Este círculo é um ciclo composto por sete estágios.   Figura  3  –  Círculo  da  Liderança  (Fonte:  MAXWELL,  Líder  360º)
  • 14. 12   Os membros desta equipe disposta a exercer a liderança colaborativa devem entender a dinâmica do ciclo e procurar avançar em cada etapa entre si. 1. Cuidado – ter interesse pelas pessoas da equipe, procurar o valor de cada um delas e apoiar seu crescimento. 2. Aprendizagem – conhecer os demais membros, conhecer suas histórias, descobrir suas habilidades, apreciar suas diferenças. 3. Apreciação – apreciar os outros pelo que são, inclusive os diferentes a você mesmo, permite gerar uma base respeito e confiança 4. Contribuição – agregar valor aos outros, preencher suas lacunas e oferecer seus conhecimentos. 5. Verbalização – reconhecer as vitórias da equipe e dos membros, elogiar e cumprimentar com sinceridade. 6. Liderança – os passos anteriores permitiram criar um relacionamento e credibilidade das suas ações, só então será possível liderá-los efetivamente. 7. Sucesso – vencer juntos, vencer como equipe, agora o líder deve desejar ter sucesso com a equipe. Nos ambientes de inovação é preciso que os líderes envolvidos entendam alguns princípios para que de fato o círculo de liderança possa ocorrer. O líder 360º que atua nestes ambientes precisa ter uma característica fundamental, chamada de “espírito ensinável”. Esta característica praticamente resume o comportamento esperado dentro destes ambientes, espera-se a humildade de escutar, analisar, aprender e fazer os ajustes necessários para o avanço da equipe. Como visto anteriormente, o líder 360º exerce influência para cima (superiores), para os lados (colegas) e para baixo (subordinados). Dentro de cada categoria há alguns princípios que se seguidos facilitarão o desenvolvimento dos
  • 15. 13   ambientes de inovação. Provavelmente, a influência desta equipe se estenda ao restante da organização também. O quadro abaixo resume os princípios. PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para cima” 1. Lidere-se a si mesmo excepcionalmente bem 2. Esteja disposto a fazer o que os outros não fazem 3. Saiba quando avançar e quando recuar 4. Torne-se um membro confiável 5. Seja melhor amanhã do que hoje PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para os lados” 1. Complementar seus colegas de liderança é mais importante que competir com eles 2. Evite a política de cargos 3. Amplie seu círculo de relações 4. Deixe que a melhor ideia prevaleça 5. Não finja ser perfeito PRINCÍPIOS LIDERANÇA – “Para baixo” 1. Veja todos como um 10 2. Desenvolva cada membro da equipe como pessoa 3. Ponha as pessoas onde elas tenham pontos fortes 4. Seja exemplo do comportamento que você deseja 5. Recompense os resultados Figura  4  –  Princípios  da  Liderança  360º  (Fonte:  MAXWEEL,  Autor)  
  • 16. 14   4. Exemplos de Organizações Inovadoras Um ótimo passo no desenvolvimento de ambientes de inovação na organização é explorar o que outras organizações fazem ou fizeram. Analisar e refletir sobre a história, desenvolvimento das pessoas e técnicas adotadas auxilia o entendimento para a criação dos ambientes. A inovação precisa encontrar terreno fértil para se desenvolver, e este terreno pode ser criado. A revista Fast Company lança todo ano um ranking das 50 empresas mais inovadoras no mundo, inclusive as 10 mais inovadoras no Brasil. Pode-se avaliar o desempenho de empresas conhecidas, como Apple e Google, e também de empresas desconhecidas, como Gogo ou Redbus. Analisar estas empresas permite entender como a inovação estruturada pode impactar na estratégia e nos resultados a longo prazo. Outro estudo interessante da revista é a relação anual das 100 pessoas mais inovadoras em negócios do mundo. Este estudo permite avaliar as características de grandes líderes dentro de ambientes de inovação. Encontramos inclusive brasileiros, como Carla Schmitzberger, presidente da Havaianas. Importante aprender com os erros cometidos por outras organizações e pessoas e usar a experiência adquirida como base para o desenvolvimento do estilo próprio. Como a palavra já diz, inovação não é mera reprodução. Vamos avaliar superficialmente duas empresas: Dell e Cirque du Soleil. A primeira, pecou em acreditar que seu modelo de negócios inovador seria eterno; enquanto a segunda, entendeu que uma grande mudança era necessária nos espetáculos circenses a cada novo espetáculo.
  • 17. 15   Figura  5  –  As  50  empresas  mais  inovadores  em  2012  (Fonte:  FastCompany)
  • 18. 16   4.1. Dell Figura  6  –  Logotipo  DELL  (Fonte:  Site  da  Empresa) Dell Inc é uma grande empresa de distribuição de computadores sediada em Round Rock nos Estados Unidos e emprega mais de 105 mil pessoas no mundo inteiro. A empresa desenvolve, produz, dá suporte e vende uma grande variedade de computadores pessoais, servidores, notebooks, dispositivos de armazenamento, switches de rede, PDAs, software e periféricos. Seu modelo de negócios se diferencia de outras companhias devido ao baixo custo de operação e seu sistema de vendas diretas. Michael Dell fundou a companhia em 1984, enquanto ainda estudava na Universidade do Texas, aos 19 anos de idade. De seu dormitório, Dell começou a montar computadores construídos a partir de componentes em estoque. Em 1985, a empresa fabricou seu primeiro computador, o Turbo PC, e colocou anúncios em revistas de informática americanas para venda direta ao consumidores. Assim, o modo de compra era mais conveniente e o preço final dos computadores mais competitivo. Com o sucesso da companhia, Michael Dell largou a faculdade para administrar seu negócio em tempo integral e já no primeiro ano faturou impressionantes US$ 6 milhões. Em 1987, começou a operar também no Reino Unido e, nos quatro anos seguintes, em 11 outros países. Mas foi somente em 1988 que a empresa adotou oficialmente o nome de Dell. No ano de 1990, a Dell tentou vender seus produtos indiretamente através de supermercados e lojas de computadores, porém com o baixo sucesso voltou para seu bem sucedido modelo de vendas diretas ao consumidor. Em 1992, a revista Fortune incluiu a Dell Computer Corporations na sua lista das 500 maiores companhias do mundo. Em fevereiro de 2005, a Dell apareceu em primeiro lugar no ranking das "Empresas mais admiradas", publicado pela revista Fortune. Em 2006, a Dell foi a empresa que mais fabricou computadores no planeta.
  • 19. 17   Durante o tempo em que se estabeleceu como líder de mercado de computadores, a Dell inovou em seu modelo de negócio. Para alcançar os preços altamente competitivos a empresa apostou solidamente no modelo de vendas diretas ao consumidor, com diversas opções de configuração conforme desejo do cliente. Além do modelo de vendas inovador, um processo de fabricação que permitia uma produção feita por ordem de produção permitia agilidade e entrega rápida. A Dell aperfeiçoou toda a cadeia de fornecimento para suportar este modelo de negócio. Com pequeno estoque de peças e produtos, podia girar seu capital rapidamente, pois recebia primeiro dos clientes e depois pagava os fornecedores. Durante muito tempo este modelo de negócios e o ambiente de suporte da empresa permitiram a liderança no ramo. Atualmente a empresa é a segunda, atrás da HP, esta que aprendeu lições com a concorrente e também inovou seu modelo para inverter o quadro. Quais então os erros da Dell e quais lições podem ser aprendidas? Rapidamente, nota-se que modelos de negócio não são eternos. Independente do grau de inovação, os concorrentes tentarão imitá-lo mais cedo ou mais tarde. Um ambiente de inovação pode suportar quantas mudanças forem necessárias, desde que não seja esquecido após a primeira inovação. A vantagem competitiva é sempre limitada no tempo. Atenção ao envolver na mudança estratégica táticas dos concorrentes e abandonar sua própria capacidade de criação de soluções. A concorrência só tende aumentar desta forma e não se cria novo ciclo de vantagem competitiva. Por fim, deve-se procurar diversificar seus serviços/produtos em competências que os atuais clientes já valorizam. Nota-se que a Dell aproveitou muito bem o avanço rápido das décadas tecnológicas e com um modelo diferenciado se tornou em um gigante. No entanto, a empresa se acomodou no modelo inovador e, com isso, sofreu o ataque de seus concorrentes a partir de 2006. Enquanto seus concorrentes buscavam soluções para aumentar a fatia no mercado, a Dell abandonou seu ambiente de inovação e não conseguiu perceber as mudanças que estavam ocorrendo.
  • 20. 18   4.2. Cirque du Soleil     Figura  7  –  Logotipo  Cirque  du  Soleil  (Fonte:  Site  da  Empresa)   O Cirque du Soleil foi criado em 1984 em Montreal, Canadá, com uma estratégia de diferenciação no ramo do entretenimento. 73 pessoas trabalhavam para o Cirque du Soleil na época da fundação. Hoje a empresa tem 5000 funcionários em todo o mundo, incluindo mais de 1300 artistas. Os artistas da companhia representam cerca de 50 nacionalidades e falam 25 idiomas diferentes, sendo 15 espetáculos apresentados simultaneamente no mundo. Mais de 100 milhões de espectadores assistiram a um espectáculo do Cirque du Soleil desde 1984. O circo nasceu na idealização de Guy Laliberté em uma época que todos os espetáculos costumavam ter animais como parte dos shows. O Cirque du Soleil procurou a inovação, ao invés de leões sendo domados, macacos malabaristas, elefantes com jeito de criança; criou espetáculos temáticos, com ênfase na música e dança. Foi assim que o Cirque du Soleil se transformou em um fenômeno mundial que até hoje não sofreu qualquer tipo de concorrência direta. Por trás de cada show o grupo de criadores passa semanas desenvolvendo o tema, escolhendo um nome e detalhando como esse tema refletirá em cada componente do espetáculo. A música ao vivo, parte mais importante do tema, é o ponto de partida para a deslumbrante iluminação e aspectos visuais. Uma verdadeira mistura de manifestações artísticas onde há malabaristas, palhaços e trapezistas, todos relacionados com o tema da apresentação. O circo além de inovar em shows, inovou no negócio. Deixou de imitar seus concorrentes, evitou antigas limitações, incorporou a tecnologia e assim criou uma nova demanda. Com isso a estratégia de preços também se diferenciou. O lucro
  • 21. 19   atual da organização passa dos 600 milhões de dólares por ano. O Cirque du Soleil é a expressão mais concreta de uma revolução no entretenimento, tanto estética como empresarial. O circo, uma das formas mais arcaicas de espetáculo da história, renovou-se, e seu modelo é hoje alvo de estudos de grandes organizações. Também chamado de Picadeiro da Inovação, o circo baseia suas ações em oito características chave: Performance Acrobática, Atuação, Formas de Arte pelo Mundo, Mundos Imaginários, Dança, Ousadia, Destreza, Graça. Para o Cirque du Soleil a criatividade é o núcleo de todos os seus esforços para explorar uma infinidade de possibilidades. Sendo assim, o desafio criativo é de enorme importância para cada novo projeto. Permitir as pessoas sonharem com os novos projetos e é parte integrante de sua filosofia. Desta forma se permite materializar sonhos e demonstrar claramente que a equipe é o fundamento que move a empresa. O Cirque du Soleil oferece aos seus artistas e criadores a liberdade necessária para imaginar e realizar os sonhos mais incríveis. Sua estrutura física em Montreal representa um laboratório multiétnico de criatividade, onde as melhores mentes criativas, artesãos, especialistas em diversas áreas e artistas entre os melhores do mundo podem colaborar nos projetos de criação. Ao assumir a função de catalisador e unificador, o Cirque du Soleil é capaz de se reinventar a cada novo capítulo de sua história. Além das salas de treinamento acrobático, um estúdio de dança, um estúdio-teatro e instalações para treinamento e musculação que permitem que toda a equipe interaja com os espetáculos. Desta forma a organização promove e valoriza a constante mudança nos seus espetáculos. Entende-se claramente a necessidade de trazer renovo. A empresa atua de forma tão sólida com a inovação de seus processos que sua maior concorrente é ela mesma. Sendo assim, enquanto esta filosofia for mantida, dificilmente deixará de entregar shows tão envolventes.
  • 22. 20   5. Desenvolvendo Ambientes de Inovação – Proposta Onde todos pensam igual, ninguém pensa muito. (Walter Lippmann) A inovação só existe na prática quando, no contexto organizacional, o ambiente, a cultura e as características da organização são favoráveis. Mas além disso, processo bem estruturados podem fazer grande diferença no estímulo e garantia de boas ideias que serão então transformadas em projetos inovadores. Na pretensão de inovar, a organização precisa identificar seu estilo e como suas características organizacionais somadas às práticas e métodos podem influenciar positivamente ou negativamente o ambiente de inovação. Este diagnóstico pode demonstrar algumas lacunas que precisam ser preenchidas e/ou ajustes necessários. Figura  8  –  Estilo  Organizacional  (Fonte:  SEBRAE) Em relação às Características Organizacionais podemos mencionar: • Liderança – comunica constantemente a visão do negócio; enriquece a cultura, memória, valores e crenças da organização; estabelece os grandes desafios de inovação; estimula a colaboração; constrói redes de relacionamento e incentiva a tomada de decisão e risco.
  • 23. 21   • Perfil das Pessoas – diversidade de conhecimentos e habilidades; atitudes curiosas, persistentes e de aprendizado continuo; foco nas oportunidades. • Ambiente de Trabalho – espaço estimulante; poucos símbolos de status entre níveis hierárquicos; disponibilidade de ferramentas e interação interna/externa; cultura de celebração dos resultados. Em relação às Práticas e Métodos podemos mencionar: • Estrutura Organizacional – níveis hierárquicos; mecanismos de comunicação entre setores, formalidade entre setores/níveis. • Processos – definição de responsabilidades e atividades, permissão de alterações e adaptações; experimentação e desenvolvimento. Porém, de maneira alguma, qualquer um dos tópicos apresentados é pré- requisito para que se tenha um ambiente de inovação. Cada organização precisa definir seu caminho, e este já é o próprio processo de inovação. Não se pode dizer que existe uma receita que pode ser incorporada por qualquer instituição. Existem sim, linhas de desenvolvimento e princípios, que se seguidos podem facilitar todo o processo na criação de um ambiente de inovação. Sugere-se apoiar todo este início do desenvolvimento de ambientes de inovação em um modelo bastante simples, que denominaremos de ‘O ”X” da Inovação’. Este modelo permite a aplicação em pequenas, médias ou grandes iniciativas, pois adapta-se as necessidades de cada organização. O princípio do modelo está no lançamento de um desafio. Um desafio é uma provocação sobre um problema ou oportunidade com o objetivo de encontrar uma solução muitas vezes incomum. Só um desafio é capaz de realizar a máxima da inovação: transformar conhecimento em valor. Geralmente o desafio é lançado pela liderança da organização que também precisa estar envolvida nesta batalha de conquista. O desafio por si só irá despertar nas pessoas o desejo de integrar a equipe que irá investir tempo e recursos na busca pela solução. No entanto, a liderança deve estar atenta para garantir a diversidade da equipe, em termos de conhecimento e habilidades. A liderança pode
  • 24. 22   também se dar o direito de vetar pessoas com histórico negativo quanto a trabalho em equipe e atitudes que não enriqueçam o processo. Figura  9  –  O  “X”  da  Inovação  (Fonte:  Autor) Em seguida é preciso entender qual a melhor metodologia a utilizar como base do trabalho. Atualmente existem diversos autores/institutos com suas respectivas propostas, por exemplo: Inovação Aberta, Inovação Disruptiva, Inovação Sustentadora, modelos próprios, dentre outros. Porém pode-se fazer uso também de técnicas mais tradicionais de resolução de problemas, como o ciclo PDCA, Seis Sigma, MASP. Neste sentido, não há certo ou errado, cabe a cada desafio o uso da metodologia adequada. Neste ponto entra de forma muito interessante o estabelecimento de parcerias, que podem ser:
  • 25. 23   • Internas: outros departamentos não envolvidos diretamente, mas que podem fornecer informações ou realizar testes/protótipos. O apoio da organização sobre o desafio pode fazer a grande diferença entre o sucesso e o fracasso. • Externas: consultorias especializadas em inovação, as quais podem auxiliar nas técnicas e metodologias adequadas para cada desafio e oferecer suporte durante o processo; empresas do segmento; clientes e fornecedores, para testar e avaliar os resultados. Segundo Jim Collins e Morten Hansen (COLLINS; HANSEN, 2012) , é preciso preservar a essência das organizações através de novas práticas. A renovação da própria organização é por si só inovação e o ambiente criado permite que esta seja mais ou menos duradoura. Neste sentido, é fator chave a cultura organizacional e alguns princípios são importantes para que uma estrutura sólida quanto exista. Citamos quatro princípios: Prioridade, Diversidade, Disciplina, Tolerância. • Prioridade – a organização entende como crucial o investimento contínuo de recursos financeiros na resolução de seus desafios e desenvolvimento das equipes. Prioriza também a alocação do tempo de bons profissionais nas equipes de inovação. • Diversidade – para que exista um intenso intercâmbio de conhecimento é necessário valorizar a diversidade e opiniões diferentes, a organização valoriza os diferentes atributos e habilidades, respeita as opiniões e não desmoraliza as pessoas envolvidas. • Disciplina – valoriza-se o desempenho consistente e contínuo, compromisso com metas claras e coerentes; entende-se que o mais difícil não é a criatividade, mas a disciplina de seguir em frente. • Tolerância – permite-se erros no processo de inovação, porém a quantidade de falhas é gerenciada e os custos controlados. Conforme Rita McGrath (MCGRATH, 2012): “Falhe rápido, barato e siga em frente”.  
  • 26. 24   CONCLUSÃO Um ambiente de inovação é o solo fértil para a organização inovar, mas por si só não realiza a inovação. Uma série de fatores cria o resultado do trabalho executado nos ambientes de inovação, sendo o principal deles a cultura base da organização. Somente assim, será possível a geração de ideias, a união de pessoas distintas e a concepção dos resultados. Cabe neste processo o conceito de aprendizado continuo e vivencial. Imprescindível a pré-disposição de todos os envolvidos na busca por novas informações, conhecimentos e experiências que permitam o crescimento das equipes de trabalho e da organização. O ser humano é dotado de uma capacidade cerebral impressionante, a qual ainda não se sabe utilizar completamente, mas que se não estimulada acaba definhando. Os ambientes de inovação podem se utilizar da técnica CAV (Ciclo de Aprendizado Vivencial) para reter o aprendizado e analisar os erros cometidos, projetando um crescimento constante. A liderança entra neste ponto para estimular as equipes de trabalho e gerar a influência necessária em todas as hierarquias. No entanto, a base da liderança deve ser construída com respeito e entender os princípios que impactam em todas as direções. Como exemplo, não somente grandes organizações são consideradas inovadoras. Não é o número de funcionários ou faturamento anual que permite dizer se tal empresa é inovadora ou não. Entende-se porém, que o título de empresa inovadora não é garantia de sólida hegemonia no setor. A empresa realmente inovadora se reinventa sempre e analisa de forma crítica se os próximos passos garantirão um futuro promissor. Desta maneira, não existem regras que podem ou devem ser adotadas pelas organizações para iniciar o desenvolvimento de ambientes inovadores. Existem modelos e apresenta-se uma alternativa para o início do processo. ‘O “X” da Inovação’ é um apoio inicial neste processo e auxilia os primeiros passos na busca por uma nova cultura de trabalho e resolução de desafios. Com base no exposto, conclui-se que o aprendizado contínuo e a liderança são fatores determinantes para a criação de ambientes de inovação. Existem outros aspectos que precisam ser levados em consideração, mas a própria liderança forte é capaz de realizar as influências necessárias, sem necessariamente ditar regras.
  • 27. 25   REFERÊNCIAS ABRASEL. Ciclo da aprendizagem Vivencial, Biblioteca SEBRAE, código NT00041F7A. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/ 24E47489A8705E14832576250079ECEE/$File/NT00041F7A.pdf>. Acessado em: 27/10/12 ARBIX, Glauco. Inovações, Padrões Tecnológicos e Desempenho das Firmas Industriais Brasileiras, IPEA, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.iea.usp.br/iea/glauco2.pdf>. Acessado em: 27/10/12 CAVAGNOLLI, Ivani; Dell: Fim De Um Modelo De Negócio Inovador?, 2009. Disponível em: <http://gestaoeinovacao.com/?p=1520>. Acesso em: 02/10/2012     CIRQUE DU SOLEIL. Descubra quem somos. Disponível em: <http://www.cirquedusoleil.com/pt/home.aspx#/pt/home/americas/brazil.aspx> NIXON, Elizabeth. Como funciona o Cirque du Soleil, traduzido por HowStuffWorks Brasil. Disponível em: <http://lazer.hsw.uol.com.br/cirque-du- soleil.htm>. Acessado em: 02/10/12 COLLINS, Jim; HANSEN, Morten T.. Vencedoras por Opção. 1ª Ed. HSM Editora, 2012. 352 p.. CUSTODIO, Estevão Soares. Como criar um ambiente de inovação, 2012. Disponível em: <http://www.admit.com.br/administracao/como-criar-um-ambiente-de- inovacao>. Acessado em: 22/09/12 DELL. Inovação na Dell. Disponível em: <http://content.dell.com/br/pt/corp/our- story-innovation-at-dell>. Acessado em: 02/10/12 DUAIBILI, Roberto; SIMONSEN JR, Harry. Criatividade e Marketing. 9ª edição , Makron, 2004. 168 p.. FASTCOMPANY. The World´s 50 Most Innovative Companies, 2012. Disponível em: <http://www.fastcompany.com/most-innovative-companies/2012/full-list>. Acessado em: 02/10/12 FASTCOMPANY. The World´s 50 Most Innovative Companies, TOP 10 Brazil, 2012. Disponível em: <http://www.fastcompany.com/most-innovative- companies/2012/industry/brazil>. Acessado em: 02/10/12 FASTCOMPANY. The 100 most creative people in business 2012, 2012. Disponível em: <http://www.fastcompany.com/most-creative-people/2012>. Acessado em: 02/10/12 GRAMIGNA, Maria Rita. Ciclo da aprendizagem Vivencial, 2007. Disponível em: <http://www.portaldapsique.com.br/Artigos/Ciclo_da_aprendizagem_vivencial.htm>. Acessado em: 27/10/12
  • 28. 26   GUTIERREZ, Felipe. 30 empresários e especialistas respondem o que é inovação na prática, Folha de São Paulo, 2012. Disponível em: <http://classificados.folha.uol.com.br/negocios/1161347-30-empresarios-e- especialistas-respondem-o-que-e-inovacao-na-pratica.shtml>. Acessado em: 15/09/12 LIKER, Jeffrey K.; MEIER, David. O modelo Toyota, Manual de Aplicação. Reimpressão 2008. Porto Alegre: Bookman, 2007. 732p.. MAXWELL, John C.. O líder 360˚. 1ª Ed, 4ª reimp.. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007. 331 p.. MCGRATH, Rita. Five Ways to Ruin Your Innovation Process. HBR Blog Network, 2012. Disponível em: <http://blogs.hbr.org/hbr/mcgrath/2012/06/five-ways-to-ruin- your-inno.html>. Acessado em: 02/10/12   MILLER, Robert D. Why Principles Must be the Foundation of a Culture, 2012. Disponível em: <http://www.shingoprize.org/blog/?p=2570>. Acessado em: 22/09/12 PEREGRINO, Fernanda. Ambientes de inovação, 2010. Disponível em: <http://www.facadiferente.sebrae.com.br/2010/03/25/ambientes-de-inovacao/>. Acessado em: 22/09/12 PHILBIN, Tom. As 100 Maiores Invenções da História. 1ª edição. Difel, 2006. 416p.. SCHWAB, Klaus; WORLD ECONOMIC FORUM. The Global Competitiveness Report 2012–2013, 2012, Full Data Edition. 545 p.. Disponível em: <www.weforum.org/gcr>. Acessado em: 02/10/12 SIMÕES, Janaína. Empresas inovadoras, INOVA UNICAMP, 2011. Disponível em: <http://www.inovacao.unicamp.br/report/noticias/index.php?cod=867>. Acessado em: 27/10/12 TERRA, José Claúdio C.. Inovação: Quebrando Paradigmas Para Vencer. Instituto Educacional Jaguari, 2009. Disponível em: <http://biblioteca.terraforum.com.br/BibliotecaArtigo/inovao-jaguarina-091116095252- phpapp02.pdf>. Acessado em: 02/10/12