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Apresentação
Queridos Irmãos e irmãs, Paz e Bem!
Outubro de 2019 será um mês histórico para a Amazônia. É o mês em
que a Igreja celebra o Sínodo para a Amazônia que brotou da necessidade
evangelizadora desse imenso território, da necessidade da preservação desse
bioma tão importante para o clima do planeta terra, e da sensibilidade do
coração do Papa Francisco para com os povos originários dessa região.
Podemos nos perguntar: quando tivemos um sínodo para a Amazônia,
nesses mais de 400 anos de presença da Igreja nessa região? Nunca. Quando
teremos um novo sínodo para a Amazônia? Provavelmente nunca mais. Nesse
sentido a Amazônia está vivendo agora um tempo de graça, um kairós. O
Sínodo para a Amazônia é um sinal dos tempos no qual o Espírito Santo abre
novos caminhos, discernidos através do diálogo entre todo o povo de Deus. O
sínodo será pois, para a Igreja, um novo Pentecostes em que o Espírito envia
toda a Igreja da Amazônia em missão por novos caminhos de evangelização.
O Papa Francisco quer uma nova forma de presença da Igreja na
Amazônia. De que maneira? A resposta será dada pelo Espírito, nesse processo
sinodal de escuta, diálogo e consensos.
O Papa deseja que a Igreja na Amazônia aprofunde e consolide um rosto
amazônico (Igreja inculturada). “Os povos autóctones (indígenas, ribeirinhos e
quilombolas) poderão ajudar os bispos e missionários na vivência da fé dentro
da cultura amazônica” (D. Cláudio Hummes).
Depois do sínodo virá um tempo para as Igrejas locais continuarem
aprofundando a Implantação das decisões sinodais.
O mês de outubro é também o Mês Missionário Extraordinário, que
deverá ser bem vivenciado pelas nossas paróquias e comunidades.
Esse caderno de Círculos Bíblicos tem, além dos encontros semanais
sobre o evangelho dominical, outras sugestões para bem celebrar em
comunidade o mês do sínodo para a Amazônia e o mês missionário
extraordinário, ambos em outubro desse ano 2019.
Aproveitem bem todas as sugestões e celebremos com alegria,
empenho e fé esse tempo especial da Igreja, que poderá trazer belíssimos
frutos para a ação evangelizadora no Marajó, na Amazônia, em toda a Igreja, e
no nosso planeta terra, nossa casa comum.
+Evaristo Pascoal Spengler
Bispo da Prelazia do Marajó
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Orientações para o mês de Outubro
Este mês de outubro de 2019, é um momento especial. É um momento de
graça para a Igreja presente na Amazônia. Estamos vivendo dois eventos na Igreja,
convocados pelo Papa Francisco: O Sínodo para a Amazônia e o Mês
Missionário Extraordinário. A Prelazia do Marajó não poderia ficar de fora. Os
Círculos Bíblicos, além da partilha do evangelho dominical, vão tratar dos dois
temas. Por isso queremos dar algumas orientações:
 Em todas as atividades da Comunidade (celebrações, formações, reuniões de
equipes), rezar a Oração pelo Sínodo, que está na página 09.
 No domingo, 06 de outubro, dia da abertura da Assembleia Sinodal, em Roma,
que em todas as celebrações e missas dominicais, das comunidades e das
matrizes, seja celebrado pelo Sínodo, conforme as orientações da página 04. Da
mesma forma se deve dar um destaque ao sínodo no dia 27, dia do
encerramento do Sínodo.
 A REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica) juntamente com a Comissão
Episcopal para a Amazônia, da CNBB, prepararam um Tríduo do Sínodo, um
encontro celebrativo para cada semana do sínodo. Alguns livrinhos estão à
disposição nas paróquias. Também está disponível, gratuito, na internet, no
formato de pdf. É só procurar no google com o nome de Tríduo do sínodo.
Oferecemos também dois roteiros para vigília de oração, uma pelo sínodo e
outra pelas missões, que estão nas páginas 05 e 07. Algumas comunidades
realizam uma adoração na quinta feira. Podem utilizar este roteiro para isto.
 Uma cruz missionária e uma bandeira com o símbolo e o tema do mês
missionário extraordinário, juntamente com um banner e uma vela do sínodo,
estão circulando pelas paróquias da Prelazia e pelas Dioceses e Prelazias do
Brasil. É um sinal de comunhão eclesial.
 A coleta do final de semana de 19 e 20 de outubro, por ocasião do DIA
MUNDIAL DAS MISSÕES, destina-se às Pontifícias Obras Missionárias
(POM), por isso, toda a coleta deve ser encaminhada para a paróquia, a
paróquia deve encaminhar para a Prelazia e a Prelazia vai enviar para as POM.
 Outra sugestão é pesquisar e conhecer os mártires da Amazônia, como Irmã
Doroty, Pe. Ezequiel Ramin, Pe. Jozimo, Chico Mendes e outros.
 Que o mês missionário extraordinário não fique só nas motivações, nos
círculos bíblicos e nas orações, mas que haja alguma ação missionária bem
concreta. Que tal convidar e acolher novas famílias nos grupos de círculos
bíblicos?
 Um gesto simbólico da comunidade, um marco do sínodo e compromisso de
cuidar da Amazônia, pode ser o plantio de uma árvore em cada comunidade.
4
Orientações para os domingos, 06 e 27 de outubro
Sugestões para a liturgia dos dias 06 e 27 de outubro, abertura e encerramento da
Assembleia do Sínodo, em Roma e do mês missionário extraordinário.
A liturgia é a do Tempo Comum, do ano C. Os comentários precisam ser vistos com
antecedência e adaptados para a ocasião.
Os cantos: ter cantos que falem da Amazônia, ou que sejam num ritmo amazônico,
como “Igreja marajoara” e outros.
Preparação do ambiente:
 Ornamentar a igreja com flores naturais da Amazônia, próprias da região. Se
não tiver flores podem ser folhagens ou vazos de plantas.
 Cartaz ou um baner com o tema do Sínodo.
 Um mapa da região Amazônica, que mostre os 9 países, ou um desenho com o
nome dos países da Amazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia,
Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.
 Preparar a mesa da Palavra com tecidos ou redes símbolos da região.
 Diante do altar pode ter um barquinho, um remo e instrumentos de trabalho.
Entrada da Bíblia: Na liturgia da Palavra pode-se fazer uma entrada solene da bíblia,
com uma dança ou coreografia, com trajes típicos ou levando a bíblia dentro dum
barquinho ou numa peneira, por exemplo.
Oração dos fieis: Preparar outras orações, além das que estão no folheto, com preces
para o Sínodo, para o Mês Missionário Extraordinário, e com as necessidades da
comunidade. Pode-se aproveitar também a dos círculos bíblicos.
Procissão de ofertas:
 Nas ofertas pode-se levar frutos da terra, alimentos próprios da região e da
tradição cultural.
 Apresentar símbolos, artesanatos ou pessoas caracterizadas, que lembrem
alguns dos diferentes habitantes da Amazônia: indígenas, ribeirinhos,
pescadores, seringueiros, quilombolas, migrantes, as populações urbanas.
 Algo que represente a Igreja e os missionários.
 Outros, a critério da comunidade.
Partilha: Nas comunidades, após a celebração pode-se fazer uma confraternização, um
lanche comunitário ou uma partilha dos frutos, alimentos e bebidas apresentados no
afertório. Antecipadamente pode-se convidar as pessoas para trazerem algo para a
partilha.
Observação: A comunidade não precisa fazer tudo o que está sugerido aqui, prepara de
acordo com a sua realidade, mas não pode ficar indiferente, nem ficar sem fazer nada.
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Vigília pelo Sínodo para a Amazônia
(Esta vigília deve ser feita na semana antes do dia 06 de outubro, dia abertura da
Assembleia Geral do Sínodo em Roma)
Preparação do ambiente: uma cruz, o Círio Pascal ou uma vela grande,
um banner ou um cartaz com o Símbolo e/ou com o tema do sínodo, mapa ou símbolos
que lembrem a Amazônia, como rede, barco, remo, peneira, frutas. Ornamentar a
igreja com flores naturais ou folhagens da região. Criar ambiente de silêncio e de
oração.
Chegada (cantar o seguinte refrão, repetindo várias vezes, para criar ambiente de oração. A
melodia encontra-se disponível na internet).
Tudo está interligado,
Como se fossemos um.
Tudo está interligado,
Nesta casa comum.
Acolhida e motivação
Canto Inicial que lembre a Amazônia e sua gente.
Oração inicial: Oração pelo sínodo (pg 09).
Recordação da vida: Ler um parágrafo do Instrumento de trabalho do
sínodo. Pode ser algum parágrafo citado nos círculos bíblicos, na
página 07 ou 14 ou 24.
Salmo: Sl 121 (122): (Rezar o salmo da bíblia)
Refrão: Que alegria, quando ouvi que me disseram:
Vamos à casa do Senhor!
Canto de aclamação
Leitura Bíblica: Gn 1,1-26
Momento de meditação em silêncio
Reflexão partilhada da Palavra
Louvor das criaturas ao Senhor: É o cântico dos jovens, no livro de
Daniel (cf Dn 3, 24-45). Pode-se rezar em forma de ladainha, e no
final, acrescentar outros louvores das criaturas da Amazônia.
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Leitor: Obras do Senhor,
Leitor: Céus do Senhor,
Leitor: Anjos do Senhor,
Leitor: Águas do alto céu,
Leitor: Potências do Senhor,
Leitor: Sol e lua,
Leitor: Astros e estrelas,
Leitor: Chuvas e orvalhos,
Leitor: Brisas e ventos,
Leitor: Fogo e calor,
Leitor: Noites e dias,
Leitor: Luzes e trevas,
Leitor: Raios e nuvens,
Leitor: Ilhas e terra,
Leitor: Montes e colinas,
Leitor: Plantas da terra,
Leitor: Baleias e peixes,
Leitor: Feras e rebanhos,
Leitor: Filhos dos homens,
Leitor: Filhos de Israel,
Leitor: (continuar de modo espontâneo, cada
um pode acrescentar.)
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Todos: Bendizei o Senhor!
Preces da Comunidade: Pode-se usar as preces dos Círculos Bíblicos, na página
14 ou 27, outras preparadas pela comunidade, além de preces espontâneas.
Preces pessoais em silêncio
Oração do Mês Missionário Extraordinário: página 10.
Pai Nosso:
Cântico de Maria
Bênção Final e despedida
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Vigília Missionária
(Esta vigília deve ser feita na semana antes do dia 20 de outubro, mundial das missões)
Preparação do ambiente: uma cruz, o Círio Pascal ou uma vela grande,
uma bacia com água e velas pequenas para toda a comunidade (uma para cada
pessoa, a ser entregue na chegada). Criar ambiente de silêncio e de oração.
Acolhida e motivação
Canto Inicial
Oração inicial: Oração pelo sínodo (página 09).
Recordação da vida: (Recordar as motivações do mês missionário
extraordinário. Pode ser a motivações da página 08 ou da página 19, da
carta do Cardeal Filoni).
Salmo: Sl 121 (120): (Rezar o salmo da bíblia)
Refrão: Ó Senhor, tu és o nosso protetor,
És o Deus que nos envia em missão.
Canto de aclamação
Leitura Bíblica: Mt 28,18-20
Momento de meditação em silêncio
Reflexão da Palavra
Credo Missionário: pode ser rezado em dois coros, dialogando. Antes de rezar o
credo, em silêncio, em sinal de renovação do compromisso missionário do batismo,
cada um pode se aproximar da vela e da bacia com água, acender a sua vela na vela
grande que já está acesa, tocar com os dedos na água. (Enquanto isso canta-se).Voltar
ao seu lugar. Quando todos estão no lugar, com as velas acesas, rezar o credo
missionário.
Lado A: Cremos que Deus nos escolheu desde o seio materno, nos
chamou por sua graça e resolveu revelar em nós o seu Filho, para que O
anunciássemos até os confins da terra.
Lado B: Cremos ser missionários e missionárias por vocação, servos e
servas de Jesus Cristo, escolhidos e escolhidas para anunciar o
Evangelho de Deus.
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Lado A: Cremos que a Missão não vem de nós, ela é a resposta ao Plano
do Pai que, em seu imenso amor quer a salvação da humanidade e, por
isso lhe “deu seu Filho único, para que todo o que Nele crer não pereça,
mas tenha a vida eterna”.
Lado B: Cremos que Jesus Cristo nos considerou dignos de confiança
tomando-nos para o seu serviço missionário e profético em nossas
comunidades que querem “ver e encontrar Jesus”, “Caminho, Verdade e
Vida”.
Lado A: Cremos que, como batizados e batizadas, devemos “comportar-
nos de maneira digna da vocação a que fomos chamados” levando aos
irmãos e irmãs o anúncio do Ressuscitado: “Vimos o Senhor”.
Lado B: Cremos que é tarefa da Igreja continuar a missão iniciada por
Jesus. Foi Dele que no dia da Ascensão a Igreja recebeu o mandato: “Ide,
pois, e ensinai a todas as nações”.
Lado A: Cremos que o Espírito Santo acompanha a Igreja em sua
atividade missionária, pois o Cristo prometeu “estar conosco todos os
dias, até o fim do mundo”.
Lado B: Cremos na Igreja missionária, geradora de esperança, que
caminha ao lado dos pobres e excluídos e que anda nas estradas do
mundo “sem ser do mundo”.
Todos: Cremos que Maria, Estrela da Evangelização, faz caminho com
todos os missionários e missionárias, ensinando-lhes a aceitar com
alegria o pedido feito nas bodas de Caná: “fazei tudo o que Ele vos
disser”. Amém!
Preces da Comunidade: Pode-se usar as preces dos Círculos Bíblicos, na pg 24,
outras preparadas pela comunidade, além de preces espontâneas.
Preces pessoais em silêncio
Oração do mês Missionário extraordinário: página 10.
Pai Nosso:
Cântico de Maria
Bênção Final e despedida
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Oração Inicial
Animador: O Senhor Jesus nos ensinou a pedir o Espírito Santo (Lc
11,13), por isso, vamos pedir que o Espírito da Verdade nos ilumine e
nos dê sabedoria, em nossa partilha bíblica, e em nossa vida.
Todos: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e
acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito
e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz
do Espírito Santo. Fazei que apreciemos retamente todas as coisas, e
gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Animador: A Igreja na Amazônia vive um momento muito especial
neste mês de outubro 2019, que é a Assembleia Especial do Sínodo dos
Bispos para a Amazônia. Vamos pedir as luzes do Espírito para a Igreja
neste momento de processo do sínodo.
Oração do Sínodo para a Amazônia
Deus Pai, Filho e Espírito Santo, iluminai com a vossa
graça a Igreja que está na Amazônia.
Ajudai-nos a preparar com alegria, fé e esperança o
Sínodo Pan-Amazônico: “Amazônia: novos caminhos para a
Igreja e para uma ecologia integral”.
Abri nossos olhos, nossa mente e coração para
acolhermos o que vosso Espírito diz à Igreja na Amazônia.
Suscitai discípulas e discípulos missionários, que, pela
palavra e o testemunho de vida, anunciem o Evangelho aos
povos da Amazônia, e assumam a defesa da terra, das florestas
e dos rios da região, contra a destruição, poluição e morte.
Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia,
intercedei por nós, para que nunca nos faltem coragem e
paixão, lado a lado com vosso Filho Jesus. Amém!
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Oração Final
Animador: Vamos concluir nosso encontro com a oração do mês
missionário extraordinário.
Oração do Mês Missionário Extraordinário
Pai Nosso,
o Teu filho unigênito Jesus Cristo,
ressuscitado dentre os mortos,
confiou aos seus discípulos o mandato:
“Ide e fazei discípulos todos os povos.”
Recorda-nos que, pelo batismo,
tornamo-nos participantes da missão da Igreja.
Pelos dons do Espírito Santo, / concede-nos a graça
de sermos testemunhas do Evangelho, / corajosos e vigilantes,
para que a missão confiada à Igreja, / ainda longe de estar
realizada,
encontre novas e eficazes expressões / que levem vida e luz ao mundo.
Ajuda-nos, Pai Santo, / a fazer com que os povos
possam encontrar-se com o amor / e a misericórdia de Jesus Cristo,
Ele que é Deus convosco, vive e reina
na unidade do Espírito Santo,
agora e para sempre. Amém
Despedida
Avisos: (Conferir os avisos da página 03 e os avisos da Comunidade).
Animador: Vamos invocar a bênção de Deus.
Todos: O Senhor nos abençoe e nos guarde. Amém!
O Senhor nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém!
O Senhor volva para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém!
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Abraço da paz
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Aumenta a nossa fé
01
Ano 1- N° 6
Semana de 30 de setembro a 06 de outubro
27° Domingo Comum - Ano C
Abertura da Assembleia Geral do Sínodo para a Amazônia
2019
Preparação do ambiente: Num lugar central,
colocar a bíblia, velas, flores e símbolos do Sínodo, do
Mês Missionário Extraordinário e coisas que lembrem
a Amazônia.
Acolhida
Canto inicial:
Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo
animador ou animadora do grupo, ou por
alguém da família que recebe o grupo).
Todos: Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. Amém!
Oração inicial: página 09
1. Palavra da Igreja
Animador: Este mês de outubro é muito especial para nós na Amazônia
e para toda a Igreja, é o Mês Missionário Extraordinário e a
Assembleia Especial do Sínodo para a Amazônia, que se realiza em
Roma, de 06 a 27 de julho. Domingo é a abertura da Assembleia do
Sínodo. Vamos ouvir a Palavra da Igreja sobre estes dois temas.
Leitor 1: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo.
A VOZ DA AMAZÔNA.
“Este Sínodo se desenvolve ao redor da vida: a vida do território
amazônico e de seus povos, a vida da Igreja, a vida do planeta. Como
refletem as consultas às comunidades amazônicas, a vida na Amazônia se
identifica, entre outras coisas, com a água. O rio Amazonas é como uma
artéria do continente e do mundo, flui como veias da flora e fauna do
12
território, como fonte de vida de seus povos, de suas culturas e de suas
expressões espirituais. Como o jardim do Éden, no livro do Gênesis (cf. Gn
2, 6), a água é nascente de vida, mas também ligação entre suas diferentes
manifestações de vida, na qual tudo está interligado (cf. LS, 16, 91, 117, 138
e 240). “O rio não nos separa, mas nos une, ajudando-nos a conviver entre
diferentes culturas e línguas”.
No entanto, a vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e
exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos da
população amazônica. De modo especial a violação dos direitos dos povos
originários, como o direito ao território, à demarcação dos territórios e à
consulta prévia sobre projetos a serem realizados em seus territórios.
As comunidades consideram que a vida na Amazônia está
ameaçada sobretudo: (a) pela criminalização e assassinato de líderes e
defensores do território; (b) pela apropriação e privatização de bens da
natureza, como a água; (c) por concessões madeireiras e pela entrada de
madeireiras ilegais; (d) pela caça e pesca predatórias, principalmente nos
rios; (e) por megaprojetos: concessões florestais, desmatamento para
produzir monoculturas, hidrelétricas, estradas e ferrovias, projetos
mineiros e petroleiros; (f) pela contaminação ocasionada por todas as
indústrias extrativistas que causam problemas e enfermidades,
principalmente para as crianças e os jovens; (g) pelo narcotráfico; (h) pelos
problemas sociais ligados a tais ameaças, como o alcoolismo, a violência
contra a mulher, o trabalho sexual, o tráfico de pessoas, a perda de sua
cultura originária e de sua identidade (idioma, práticas espirituais e
costumes) e todas as condições de pobreza às quais estão condenados os
povos da Amazônia. (IL, 09 e 15)
Animador: Lemos um artigo do documento preparatório do sínodo,
agora vamos ouvir a explicação do mês missionário extraordinário.
Leitor 2: Leitura da carta do Cardeal Fernando Filoni, prefeito da
Congregação para a Evangelização dos Povos, aos bispos de todo o mundo:
“A finalidade espiritual, pastoral e teológica deste mês
extraordinário mês missionário consiste em reconhecer, viver e convencer-
nos de que a missão é, e deve tornar-se, cada vez mais a forma de vida e
obra de toda a Igreja e, portanto, de todo cristão. Ao converter os nossos
corações e as nossas mentes de discípulos missionários, o Espírito nos
impulsiona a sair rumo ao mundo para anunciar Cristo crucificado e
ressuscitado. Fazer retornar a missão a todos os povos, nas suas diversas
13
formas, ao centro da vida da Igreja, reconhecer a missão de Jesus como
coração e identidade da Igreja, faz-nos redescobrir a relação genuína e
desafiadora que Deus tece com o mundo que Ele amou, criou e redimiu (Jo
17; Ef 1)”.
“Rezo e desejo que tudo o que somos chamados a viver, refletir e
rezar pelo Mês Missionário Extraordinário possa contribuir para uma
verdadeira conversão missionária a Cristo. Com Maria, Rainha dos
Apóstolos, reunidos no Cenáculo, invocamos o dom do Espírito Santo para
o dia de Pentecostes. Sinceramente, agradeço-vos e saúdo-vos”.
2. Proclamação da Palavra de Deus
Animador: Continuamos com São Lucas, seguindo Jesus no caminho de
Jerusalém. Ao longo do caminho, as coisas que acontecem são
oportunidades para a formação dos discípulos. Seguir Jesus é muito
exigente e os discípulos se dão conta que tem pouca fé e fazem um
pedido a Jesus. Vamos ouvir.
Canto de Aclamação ao Evangelho
Leitor: Lc 17,5-10
3. Partilha da Palavra de Deus
1. Estamos no momento final do Sínodo para a Amazônia, com a
Assembleia Especial dos Bispos com o Papa, em Roma.
a) Que notícias temos visto sobre o Sínodo? O que esperamos do
Sínodo? Cada um pode partilhar o que sabe sobre o sínodo.
b) O documento de trabalho faz uma síntese das principais ameaças
da vida na Amazônia, conforme lemos. Quais dessas ameaças nós
sentimos também em nossa comunidade?
2. A carta do Cardeal coloca alguns objetivos do Mês Missionário.
a) Quais são os objetivos do Mês Missionário Extraordinário?
b) Nossa comunidade também precisa de uma Missão
Extraordinária? O que podemos fazer durante este mês?
3. O tema do evangelho de hoje é a fé. O que é a fé? O que é a fé em
Jesus Cristo? Como a gente conhece uma pessoa que tem fé?
4. Quais são as obras e atitudes que mostram que uma pessoa tem fé?
14
4. Rezar com a Bíblia
Animador: Iniciando o Mês Missionário Extraordinário e o Sínodo para
a Amazônia, apresentemos nossas preces.
Leitor 1: Pela Igreja, que caminha e navega no chão e nas águas
sagradas da Amazônia, para que seu compromisso seja sempre com o
Reino de Deus e a fidelidade a Jesus Cristo, rezemos ao Senhor.
Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece).
Leitor 2: Pelo Papa Francisco e por toda a Igreja: para que o Sínodo seja
uma oportunidade de conversão ecológica que nos faça mais sensíveis
aos clamores e às necessidades dos tempos atuais, rezemos ao Senhor.
Leitor 3: Por nossas comunidades e lideranças: para que a realização do
Sínodo nos faça crescer na comunhão e unidade com todos os povos da
Amazônia, respeitar seus costumes e culturas, rezemos ao Senhor.
Leitor 4: Para que o mês missionário fortaleça a fé dos missionários que
saem de suas terras e animem nossas comunidades a serem mais
missionárias, rezemos ao Senhor.
(Preces espontâneas)
Pai Nosso
Canto
Oração Final e despedida: página 10.
Observação: Par a liturgia de domingo, ver as orientações na página 04.
................................................................
Para aprofundar a Palavra de Deus
(Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada
um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro).
Lc 17,5-10 – A fé e a gratuidade na vida do cristão:
Continuamos percorrendo o “caminho de Jerusalém”. O caminho de
Jerusalém é um processo de formação dos discípulos. Os fatos e os encontros
que acontecem ao longo do caminho são oportunidade para a formação dos
15
discípulos. Jesus prepara os discípulos para o desafio de compreender e de dar
testemunho do “Reino”.
Jesus tinha avisado aos discípulos sobre dificuldade de percorrer o
“caminho do Reino” (avisou que entrar no “Reino” é “entrar pela porta estreita”
– Lc 13,24; convidou os discípulos à humildade e à gratuidade – cf. Lc 14,7-14;
alertou que é preciso amar mais o “Reino” do que a própria família, os próprios
interesses ou os próprios bens – cf. Lc 14,26-33; exigiu-lhes o perdão como
atitude permanente – cf. Lc 17,5-6); agora, são os discípulos que, preocupados
com as exigências do “Reino”, pedem mais “fé”. Lucas mostra a preocupação
dos discípulos com dificuldade em percorrer esse difícil “caminho do Reino”.
MENSAGEM
A primeira parte do nosso texto é, portanto, constituída por um “dito”
sobre a fé (vv. 5-6). Depois das exigências que Jesus apresentou, quanto ao
caminho que os discípulos devem percorrer para alcançar o “Reino”, a resposta
lógica destes só pode ser: “aumenta-nos a fé”. O que é que a fé tem a ver com a
exigência do “Reino”?
No Novo Testamento em geral e nos sinóticos em particular, a fé não é,
primordialmente, a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades abstratas
sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua proposta, ao seu projeto – ou seja, ao
projeto do “Reino”. No entanto, os discípulos têm consciência de que essa
adesão não é um caminho cómodo e fácil, pois supõe um compromisso radical,
a vitória sobre a própria fragilidade, a coragem de abandonar o comodismo e o
egoísmo para seguir um caminho de exigências… Pedir a Jesus que lhes
aumente a fé significa, portanto, pedir-lhe que lhes aumente a coragem de optar
pelo “Reino” e pela exigência que o “Reino” tem; significa pedir que lhes dê a
decisão para aderirem incondicionalmente à proposta de vida que Jesus lhes
veio apresentar. Jesus aproveita para recordar aos discípulos o resultado da
“fé”. A imagem utilizada por Jesus (a ordem dada à “amoreira” para se arrancar
da terra e ir plantar-se própria no mar) mostra que, com a “fé” tudo é possível:
quando se adere a Jesus e ao “Reino” com coragem e determinação, isso
implica uma transformação completa da pessoa do discípulo e, em
consequência, uma transformação do mundo que o rodeia. Comprometer-se
com o “Reino” com radicalidade é ter na mão a chave para mudar a história,
mesmo que essa transformação pareça impossível. O discípulo que se
compromete com o “Reino” com coragem e determinação é capaz de autênticos
“milagres”. E isto não é conversa fiada: quantas vezes a firmeza e a coragem
dos discípulos de Jesus transformam a morte em vida, o desespero em
esperança, a escravidão em liberdade!
16
Na segunda parte do nosso texto (vv. 7-10), Lucas descreve a atitude
que o homem deve assumir diante de Deus. Os fariseus estavam convencidos de
que bastava cumprir os mandamentos de Moisés para alcançar a salvação: se o
ser humano cumprisse as regras, Deus não teria outro remédio senão salvá-lo. A
salvação dependeria, de acordo com esta perspectiva, dos méritos da pessoa.
Deus seria, assim, apenas um contador, empenhado em fazer contas para ver se
a pessoa teria ou não direito à salvação. Jesus coloca as coisas numa dimensão
diferente. A atitude do discípulo – desse discípulo que se compromete com
Jesus e ao “Reino”, que faz as “obras do Reino” e que constrói o “Reino” –
frente a Deus não deve ser a atitude de quem sente que fez tudo muito bem feito
e que, por isso, Deus lhe deve algo; mas deve ser a atitude de quem cumpre o
seu papel com humildade, sentindo-se um servo que apenas fez o que lhe
competia.
O que Jesus nos pede no Evangelho de hoje é que percorramos, com
coragem e empenho, o “caminho do Reino”. Quando o discípulo aceita
percorrer esse caminho, é capaz de fazer coisas espantosas, milagres que
transformam o mundo… E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se
servo humilde de Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se confiada e
humildemente nas suas mãos.
PARA PENSAR
¨A “fé” é a adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto. Posso
dizer, de fato, que a minha fé é compromisso com o Reino de Deus?
Situações de injustiça, de violência, de egoísmo, de sofrimento, de
morte, que impedem a concretização do “Reino”. Como é que eu me comporto,
nessas circunstâncias? A minha “fé” em Jesus me leva a um compromisso
concreto pelo “Reino” e a lutar contra tudo o que impede a concretização do
“Reino”? Há algo de novo à minha volta pelo fato de eu ser discípulo de Jesus e
no “caminho do Reino”? Quais são os “milagres” que a minha “fé” pode fazer?
Com frequência somos negociantes com Deus, fazendo coisas para ter
direito a bênçãos e proteção. Quando fazemos isso, imaginamos um deus que
fica fazendo cálculos, anotando nossos créditos e nossos débitos, a fim de nos
pagar de acordo com os nossos merecimentos. O Evangelho de hoje diz que não
podemos exigir nada de Deus. Fé é cumprir, humildemente, a tarefa que Ele nos
confia: trabalhar pelo Reino, valorizando os dons que Ele nos deu, e nisso O
louvamos pelo seu amor. É nesta atitude que o discípulo de Jesus deve estar
sempre. (https://www.dehonianos.org/portal/27o-domingo-do-tempo-comum-
ano-c0/).
17
Enquanto caminhavam, ficaram curados
02
Ano 1- N° 6
Semana de 07 a 13 de outubro
28° Domingo do Tempo Comum – Ano C 2019
Preparação do ambiente: Num lugar central,
colocar a bíblia, velas, a cruz, flores, um cartaz com o
tema do Sínodo e símbolos que representem a
Amazônia e a Igreja.
Acolhida
Canto inicial:
Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo
animador ou animadora do grupo, ou por
alguém da família que recebe o grupo).
Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Oração inicial: página 09
1. Palavra da Igreja
Animador: Estamos em pleno Sínodo para a Amazônia. A Assembleia
Geral do Sínodo da Igreja para a Amazônia, está reunida em Roma. Hoje
vamos ouvir algo do Instrumento do Trabalho do sínodo.
Leitor: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo
ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS POBRES
“A Amazônia está sendo disputada por várias frentes. Uma
responde aos grandes interesses econômicos, gananciosos
por petróleo, gás, madeira, ouro, monoculturas
agroindustriais, mineração, etc. Outra é a de um
conservacionismo ecológico que se preocupa com o bioma,
porém ignora os povos amazônicos. (...) Nas últimas
18
décadas, aumentou o investimento na exploração das
riquezas da Amazônia por parte de grandes companhias.
Muitas delas perseguem o lucro, custe o que custar, sem se
importar com o dano ambiental que provocam”. (IL 45; 81)
Para cuidar da Amazônia, as comunidades originárias são
indispensáveis, pois, em geral, são precisamente elas que
melhor cuidam de seus territórios. (...) Para promover uma
ecologia integral na vida de todos os dias da Amazônia, é
preciso compreender também a noção de justiça e
comunicação entre as gerações, que inclui a experiência
ancestral, cosmologias, espiritualidades e teologias dos
povos indígenas, em volta do cuidado da Casa Comum. Na
luta devemos confiar na força de Deus, porque a criação é
de Deus, porque Deus dá continuidade à obra. A luta de
nossos antepassados para combater por estes rios, pelos
nossos territórios, a fim de garantir por um mundo melhor
para nossos filhos”. (IL 49,50)
2. Proclamação da Palavra de Deus
Animador: Jesus está a caminho de Jerusalém e passando pela Samaria,
dez leprosos vem ao seu encontro. O que aconteceu com esses leprosos,
é um pouco a representação de cada um de nós, no seguimento de Jesus e
na vida de fé.
Canto de Aclamação ao Evangelho:
Leitor: Lc 17,11-19
2. Partilha da Palavra de Deus
1. O Instrumento de Trabalho do Sínodo fala de Ecologia Integral. O
que é ecologia integral?
2. “A Amazônia está sendo disputada a partir de várias frentes”. Que
19
disputas são essas? Quais são esses interesses? No Marajó dá para
perceber essas disputas?
3. Quem realmente cuida da Amazônia? O que podemos fazer para
melhor cuidar? O que o Sínodo nos motiva a fazer?
4. No caminho de Jesus, dez leprosos vem ao seu encontro. Qual era a
situação dos leprosos? Por que foram ao encontro de Jesus?
5. Enquanto caminhavam ficaram curados. O que o Evangelho quer
ensinar com isso? Por que é importante pôr-se a caminho?
4. Rezar com a Bíblia
Animador: Em nossa oração, vamos apresentar ao Pai as súplicas de
nossa Igreja e por nossa Igreja que está em Sínodo.
Leitor 1: Pela Igreja, para que assuma sua missão de cuidar da casa
comum, promovendo a integração de todos os seres humanos com a
natureza, construindo assim novos paradigmas para a ecologia integral,
rezemos ao Senhor.
Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece).
Leitor 2: Para que todos os povos da Amazônia tenham seus territórios
garantidos e preservados, e que sejam espaços de reprodução da vida e
de cuidado com a criação, rezemos ao Senhor.
Leitor 3: Para que as cidades da Amazônia sejam territórios onde
floresçam a consciência ambiental e a integração fraterna nos espaços
públicos para o cuidado da vida. rezemos ao Senhor.
Leitor 4: Pela Assembleia Geral do Sínodo da Igreja para a Amazônia,
que está acontecendo em Roma, para que seja iluminada com a luz do
Espírito Santo, para inspirar novos caminhos para a Igreja e para a
Evangelização, rezemos ao Senhor. (Preces espontâneas)
Pai Nosso
Canto
Oração final e despedida: página 05
20
Para aprofundar a Palavra de Deus
(Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada
um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro).
Lc 17,11-19: A fé que salva os marginalizados
O evangelista Lucas continua narrando a longa viagem de Jesus a
Jerusalém (v. 11), caminho teológico-catequético durante o qual as
pessoas vão se posicionando a favor ou contra Jesus.
Passando entre a Samaria e a Galileia, Jesus encontra dez leprosos,
obrigados a morar fora do povoado, longe do convívio social (v. 12; cf.
Lv 13,46). Um dos dez é samaritano (v. 16). Judeus e samaritanos
cultivavam ódio um do outro. Mas aqui estão juntos e solidários, pois a
desgraça às vezes une as pessoas, ainda que inimigas. Quando alguém
toma consciência da própria exclusão e da exclusão de outros, a única
saída é solidarizar-se com os excluídos. Difícil de aceitar é que alguém,
apesar de conhecer a própria exclusão, rejeita os demais excluídos.
Os leprosos, marginalizados da sociedade, segundo a lei deviam
avisar e afastar as pessoas que tentassem se aproximar deles. Eram
obrigados a gritar a todos sua desgraça, maldição e castigo: “Afastem-se
de nós, pois somos impuros” ( Lv 13,45). A lepra era considerada castigo
de Deus. Os leprosos, e sobretudo o samaritano do episódio deste
evangelho, são a síntese da marginalidade e pobreza no tempo de Jesus.
Dizia-se naquele tempo: “Quem possui um parente nesse estado, chore-o
como se chora um morto”, pois Deus o castigou, ele é um excomungado
pelo céu e pela terra.
Os leprosos obedecem à Lei, pois gritam, mas ao mesmo tempo a
transgridem em nome da fé no Deus que salva os marginalizados: “Jesus,
Mestre, tem compaixão de nós!” (v. 13). O clamor dos que estão à
margem da sociedade é um apelo à vida, e uma denúncia de sua miséria.
Jesus responde à fé dos marginalizados: “Vão apresentar-se aos
sacerdotes” (v. 14a). Os sacerdotes eram encarregados de “dar alta” ao
leproso curado, e depois disso ele e o sacerdote deviam fazer um rito
complicado e misterioso e oferecer sacrifícios (cf. Lv 14,1-32). O detalhe
é importante porque somente o samaritano volta para dar glória a Deus.
Isso levanta uma questão: o que é importante: permanecer na instituição
21
incapaz de curar, ou voltar a Jesus, aquele que cria com os pobres e
marginalizados uma nova história e sociedade?
“Enquanto estavam a caminho, ficaram curados” (v. 14b). A cura
acontece “enquanto caminham”. Este detalhe também é importante, pois
se insere na longa viagem de Jesus a Jerusalém, onde será morto e
ressuscitará. De fato, Jesus diz ao samaritano curado: “Levanta-te e vai”
(v. 19). É uma ordem, um imperativo. Este verbo recorda a ressurreição
de Jesus (levantou-se do túmulo).
Somente o samaritano, ao perceber que estava curado, voltou
dando glória a Deus em alta voz; jogou-se no chão, aos pés de Jesus, e
lhe agradeceu (vv. 15-16). No Evangelho de Lucas, a expressão “dar
glória a Deus” é característica dos pobres e oprimidos que Jesus encontra
em seu caminho, libertando-os da marginalidade (cf. 2,20: os pastores;
5,25: o paralítico; 13,13: a mulher encurvada; 18,43: o cego de Jericó;
23,47: o oficial romano). Todos esses deram glória a Deus. Isso nos
ajuda a perceber a quem se dirige a boa notícia da libertação; mostra-nos
que Deus se alia aos que foram postos à margem da sociedade; faz
perceber que os marginalizados são os únicos a reconhecer a presença de
Deus na história, criando com os empobrecidos nova sociedade. Dar
glória a Deus não é oferecer sacrifícios, e sim reconhecer que em Jesus,
Deus está libertando os marginalizados. Dar glória a Deus é colocar-se a
caminho com Jesus. É a melhor forma de compromisso dos cristãos.
Jesus veio para restaurar e salvar os marginalizados. O episódio
fala de dez leprosos curados, mas só um deles foi salvo: “Sua fé o
salvou” (v. 19). Também essa expressão é cara ao evangelista, mostrando
de quem Jesus é aliado. De fato, essas mesmas palavras são dirigidas à
pecadora na casa de Simão (cf. 7,50), à mulher que sofria de hemorragia
(cf. 8,48) e ao cego de Jericó (cf. 18,42).
O episódio dos dez leprosos é um verdadeiro caminho da fé, um
itinerário catequético para os cristãos de hoje. A fé nasce do clamor, na
esperança em Jesus libertador: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”;
ela se concretiza “a caminho”, na obediência à palavra de Jesus; e se
traduz em gratidão: “…voltou dando glória a Deus em alta voz; jogou-se
no chão, aos pés de Jesus, e lhe agradeceu”. (Roteiros Homiléticos,
Paulus).
22
Deus fará justiça bem depressa
03
Ano 1- N° 6
Semana de 13 a 20 de outubro
29° Domingo do Tempo Comum – Ano C
Dia Mundial das Missões
2019
Preparação do ambiente: Num lugar de
destaque colocar a bíblia, cruz, velas. Arrumar
também símbolos que lembrem a missão e o mês
missionário extraordinário, pode-se escrever num
cartaz o tema e também algo que lembre o sínodo
para a Amazônia.
Acolhida
Canto inicial:
Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo
animador ou animadora do grupo, ou por
alguém da família que recebe o grupo).
Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Oração inicial: página 09
1. Palavra da Igreja
Animador: Estamos no mês missionário extraordinário e ao mesmo
tempo acontece em Roma a Assembleia Geral do Sínodo para a
Amazônia. O próximo domingo, o 3° domingo de outubro, é o dia das
missões. Por isso, hoje a nossa reflexão é sobre a missão.
Leitor: Leitura da carta do Cardeal Fernando Filoni aos
bispos sobre a celebração do Mês Missionário
Extraordinário.
No centro desta iniciativa, que envolve a Igreja no
mundo inteiro, estarão a oração, o testemunho e a reflexão
sobre a centralidade da missão a todos os povos como um
23
estado permanente do envio para a primeira evangelização
(Mt 28,19). O compromisso para uma conversão pessoal e
comunitária a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo
na sua Igreja, renovará o ardor e a paixão para dar
testemunho, com o anúncio e com a vida cristã, do
Evangelho da vida e da alegria pascal (Lc 24,46-49). A
missão da Igreja em contextos humanos, religiosos e
culturais ainda não permeada pelo Evangelho, implica que
a transmissão da fé crie estilos de vida pessoais, culturais
e modalidades de convivência social, moldados na alegria
e valores cristãos. A fé cristã exprime-se como missão
autêntica, quando está totalmente comprometida com a
salvação do mundo. O testemunho da caridade, o
compromisso pela paz e pela justiça, o diálogo
intercultural com as tradições religiosas em pleno respeito
da vida humana e da sua dignidade, especialmente dos
mais pobres, estruturam a missão da Igreja ao redor do
anúncio da Páscoa de Jesus Cristo.
2. Proclamação da Palavra de Deus
Animador: No dia das Missões o evangelho fala da oração e da justiça
aos pobres. Dois temas importantes tanto para a comunidade, como
para a missão da Igreja no mundo.
Canto de Aclamação ao Evangelho:
Leitor: Lc 18,1-8
3. Partilha da Palavra de Deus
1. A carta aos bispos, escrita pelo Cardeal responsável pela
Evangelização no mundo inteiro, uma espécie de ministro do Papa
para a Evangelização e Missão, tem várias motivações para a missão.
Cada um pode destacar uma frase do texto que foi lido, que considere
importante também para nós. (Cada um pode escolher uma frase,
mesmo que já tenha sido dita por outra pessoa).
24
2. Que desafios missionários temos na nossa comunidade?
3. O que podemos fazer diante desses desafios? O Círculo Bíblico ajuda
a fazer missão? Como?
4. O evangelho fala da necessidade de rezar e da justiça aos pobres. Que
ligação existe entre os dois temas?
5. Muitas vezes ouvimos dizer que a justiça humana favorece aos ricos.
O evangelho diz que Deus fará justiça aos seus escolhidos. Como é a
justiça no Brasil? Como é a justiça de Deus?
3. Rezar com a Bíblia
Animador: É necessário rezar sempre, nos diz Jesus. Como batizados e
enviados apresentamos ao Senhor nossa oração.
Leitor 1: Para que a Igreja, no mundo inteiro, seja fiel na vivência de sua
vocação batismal missionária, e seja sempre testemunha do Reino de
Deus, rezemos ao Senhor.
Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece).
Leitor 2: Por todos os batizados, para que se sintam enviados para
testemunhar o evangelho em todos os ambientes, principalmente onde
mais precisa de justiça, rezemos ao Senhor.
Leitor 3: Pelos missionários que deixaram a família e a sua terra para
servirem na Amazônia, para que nunca lhes faltem coragem, esperança e
alegria, rezemos ao Senhor.
Leitor 4: Pelo sínodo para a Amazônia, e para que os cristãos assumam a
missão de cuidar da casa comum e da ecologia integral, rezemos ao
Senhor.
(Preces espontâneas)
Pai Nosso
Canto
Oração final e despedida: página 10
Lembrete: A coleta de sábado e domingo destina-se às Pontifícias Obras missionárias.
25
Para aprofundar a Palavra de Deus
(Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada
um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro).
DEUS NÃO É IMPARCIAL
A Parábola de Jesus reflete uma situação bastante comum na
Galileia, a terra de Jesus, daquele tempo. Um juiz corrupto despreza com
arrogância uma viúva que pede justiça. O caso da mulher parece sem
esperança, porque não tem nenhum homem que a defenda. Ela,
entretanto, longe de desistir, continua gritando por seus direitos. Só no
final, incomodado por tanta insistência, o juiz termina escutando. Lucas
apresenta o relato como uma exortação para orar sem “desanimar”,
porém a parábola tem uma mensagem prévia, muito querida por Jesus.
Este juiz é o “oposto” de Deus, cuja justiça consiste exatamente em
escutar os pobres mais vulneráveis. O símbolo da justiça no mundo
antigo era uma mulher que, com os olhos vendados, determina uma
sentença supostamente “imparcial”. De acordo com Jesus, Deus não é
este tipo de juiz imparcial. Não tem olhos vendados. Conhece muito bem
as injustiças que se cometem contra os fracos e sua misericórdia o faz
inclinar-se a favor deles. Esta “parcialidade” da justiça de Deus em favor
do fracos é um escândalo para nossos ouvidos acomodados, porém, é
bom lembrar, que em nossa sociedade moderna funciona outra
“parcialidade”. Por sinal, ao contrário: a justiça favorece mais ao
poderoso do que ao fraco. Como Deus não vai estar do lado dos que não
podem se defender? Pensamos que somos progressistas defendendo
teoricamente que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos”, mas todos sabemos que isso é falso. Para desfrutar
de direitos reais e efetivos é mais importante nascer num país poderoso e
rico do que em um país pobre.
As democracias modernas se preocupam com os pobres, porém o
centro de atenção não é o indefeso, mas o cidadão em geral. Na Igreja se
fazem esforços para aliviar a sorte dos indigentes, porém o centro de
nossas preocupações não é o sofrimento dos últimos, senão a vida moral
e religiosa dos cristãos. É bom que Jesus nos lembre que são os seres
mais fracos e desprotegidos que ocupam o coração de Deus.
26
PARA QUE SERVE REZAR?
Sem dúvida são muitos os fatores que tem provocado a
desvalorização da oração em nossa sociedade. Não é por acaso que
vamos indo perdendo nossa capacidade de invocar Deus e de dialogar
sinceramente com quem é a fonte de nosso ser. Em uma sociedade onde
se aceita como critério quase único a valorização da eficiência, o
rendimento e a produtividade, não é estranho que surja a pergunta pela
utilidade e eficácia da oração. Para que serve rezar? Esta é quase nossa
única pergunta.
Poderia se dizer que entendemos a oração como mais um meio,
um instrumento para alcançar uns objetivos determinados. Importante
para nós é a ação, o esforço, o trabalho, a eficácia, os resultados. E,
naturalmente, rezar quando temos tanto que fazer parece “perder tempo”.
A oração pertence ao mundo do “inútil”. Esta sensação pode nos ajudar
a descobrir o verdadeiro sentido da oração cristã. De alguma maneira é
certo que a oração é “algo inútil” e não serve para conseguir tantas coisas
que nos esforçamos para ter no dia a dia. Como é “inútil” o prazer da
amizade, a ternura dos esposos, o enamoramento dos jovens, o sorriso
das crianças e o desabafo com alguém de confiança, o descanso na
intimidade do lar, o prazer de uma festa, a paz do entardecer. Como
medir a “eficácia” de tudo isto que constitui, sem dúvida, o alento que
sustenta nosso viver? Seria um engano pensar que nossa oração só é
eficaz quando conseguimos o que pedimos a Deus. A oração cristã é
“eficaz” porque nos faz viver com fé e confiança no Pai e em atitude
solidária com os irmãos. A oração é “eficaz” porque nos faz mais crentes
e mais humanos. A oração é eficaz porque abre os ouvidos do coração
para escutar com mais sinceridade a Deus. Vai limpando nossos critérios
e nossa conduta daquilo que nos impede de sermos irmãos. Alenta nosso
viver diário, reanima nossa esperança, fortalece nossa fraqueza, alivia
nosso cansaço. Quem aprende a dialogar com Deus e a invocá-lo “sem
desanimar”, como nos diz Jesus, vai descobrindo onde está a verdadeira
eficácia da oração e para que serve rezar. Simplesmente para viver. (José
Antônio Pagola, O Caminho feito por Jesus – Lucas).
27
Quem se exalta será humilhado
04
Ano 1- N° 6
Semana de 20 a 27 de outubro
30° Domingo do Tempo Comum – Ano C
Encerramento da Assembleia Geral do Sínodo
2019
Preparação do ambiente: Num lugar central,
colocar a bíblia, a cruz, flores, símbolos que lembrem
a Amazônia e o sínodo e o trabalho missionário da
comunidade.
Acolhida
Canto inicial:
Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo
animador ou animadora do grupo, ou por
alguém da família que recebe o grupo).
Todos: Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. Amém!
Oração inicial: Página 09.
1. Palavra da Igreja
Animador: Domingo é o encerramento da Assembleia Especial do
Sínodo para a Amazônia, em Roma. Vamos continuar ouvindo o que
nos diz o Instrumento de Trabalho do sínodo, sobre a Igreja profética.
Leitor: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo. IGREJA
PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E ESPERANÇAS
Há séculos, a Igreja procura partilhar o Evangelho
com os povos amazônicos, muitos dos quais integram a
comunidade eclesial. Os missionários e as missionárias têm
uma história de profunda relação com esta região (116). O
28
rosto amazônico é o de uma Igreja com clara opção pelos (e
com) os pobres e pelo cuidado da criação (110).
As comunidades consultadas esperam que a Igreja se
comprometa no cuidado da Casa Comum e de seus
habitantes, que defenda os territórios e que ajude os povos
indígenas a denunciar o que provoca morte e ameaça os
territórios. Uma Igreja profética não pode deixar de clamar
pelos descartados e por aqueles que sofrem. (118)
2. Proclamação da Palavra de Deus
Animador: Existem diferentes modos de rezar. O evangelho de hoje
apresenta dois modos. Um que agrada a Deus e o outro, não. Como é
nossa oração? Para que serve a oração? Vamos ouvir e partilhar.
Canto de Aclamação ao Evangelho:
Leitor: Lc 18,9-14
3. Partilha da Palavra de Deus
1. O Documento de Trabalho do Sínodo fala de uma Igreja Profética na
Amazônia. O que é uma Igreja profética?
2. Como nós gostaríamos que fosse a nossa Igreja? Como gostaríamos
que fosse a participação dos católicos na Igreja?
3. O que falta pra chegar a isso? O que nós podemos fazer?
4. O Evangelho fala da oração e o jeito que cada um vive a sua fé. Qual
é a verdadeira oração? Por quê?
5. A parábola de Jesus também desmascara a falsa religião, ou
manipulação da religião. Por que Jesus prefere a oração do publicano
e não a do fariseu?
29
4. Rezar com a Bíblia
Animador: Irmãos e irmãs, coloquemos nossa confiança na misericórdia
e no amor de Deus, e apresentemos a Ele humildemente nossas preces.
Leitor 1: Por toda a Igreja na Amazônia, para que seja uma Igreja fiel ao
Evangelho de Jesus Cristo, servidora do Reino de Deus, solidária com os
pobres da Amazônia e cuidadora dos dons da criação, rezemos ao senhor.
Leitor 2: Por todas as Comunidades na Amazônia, para que sejam
comunidades com rosto amazônico, acolhedoras, fraternas, missionárias
e proféticas, rezemos ao Senhor.
Leitor 3: Pelos missionários e missionárias, da Amazônia e do mundo
inteiro, Batizados e Enviados, para que sejam sempre um sinal do amor
misericordioso de Deus, que sempre caminha com seu povo, rezemos ao
Senhor.
Leitor 4: Pela Prelazia do Marajó, com seu bispo, seus presbíteros,
missionários e missionárias, coordenadores, dirigentes, agentes de
pastoral, para que sejam sempre fieis ao Batismo e aos novos caminhos
inspirados pelo Espírito Santo, rezemos ao Senhor.
(Preces espontâneas)
Pai Nosso
Canto
Oração final e despedida: página 10
Observação: Para a liturgia de domingo, ver as orientações na página 04.
30
Para aprofundar a Palavra de Deus
Lc 18,9-14: Deus ama o pecador arrependido e o perdoa
O texto faz parte da viagem a Jerusalém. Contém: uma introdução do
evangelista (v. 9); a parábola (vv. 10-13) e a conclusão de Jesus (v. 14).
a. Jesus desmascara a falsa religião (v. 9)
A parábola tem duas finalidades: por um lado, desmascara a falsa religião
de alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros (v. 9); por
outro lado, visa ensinar aos discípulos o autêntico relacionamento com Deus.
Em Lucas (16,14) os fariseus (fariseu que significa “separados”) são chamados
de “amigos do Dinheiro”. Com interesses (14,12-14), eles mantêm e defendem
a religião do puro e do impuro (11,41) e o sistema de desigualdade das cidades.
Os fariseus opõem-se a Jesus e sua prática favorável à partilha.
b. Ninguém se justifica diante de Deus (vv. 10-13)
A parábola contrapõe dois modos de ser, um fariseu e um publicano, que
vão ao Templo para rezar (v. 10). Os dois buscam entrar em comunhão com
Deus mediante a oração. Entre os dois há um forte contraste, seja quanto ao
comportamento, seja quanto à ideia de religião e oração. Também a ideia que
cada um tem de Deus é diferente. Uma é falsa, e a outra verdadeira. À primeira
vista, tem-se a impressão de que o fariseu esteja certo e o publicano errado.
Mas é Jesus, – que conhece o íntimo das pessoas – quem irá decidir. O fariseu
não pode ser juiz do publicano. Os fariseus se consideravam justos perante
Deus. Acreditavam-se autênticos e puros, melhores do que os outros.
Desprezavam os que não conheciam a Lei e os que não fossem como eles.
O fariseu da parábola tem consciência de não ser como o resto das pessoas,
e por isso se dirige a Deus com arrogância, rezando em voz alta, de pé,
enumerando suas qualidades. Passa a catalogar os pecados dos outros, que ele
evita: os outros são ladrões, injustos e adúlteros.
A seguir, enumera o que faz escrupulosamente: jejua duas vezes por
semana. A Lei prescrevia um só jejum por ano, no dia da reconciliação. Ele é
incrivelmente generoso, indo muito além do prescrito, provavelmente jejuando
em reparação pelos pecados do povo. Além disso, paga o dízimo de todos os
seus rendimentos, inclusive do que era isento de dízimo. Trata-se de um fariseu
exemplar, íntegro em relação ao próximo e a Deus. Contudo, seu erro consiste
em se julgar, por causa disso, merecedor da benevolência divina. Deus estaria
sendo obrigado a reconhecê-lo justo.
31
O publicano é o oposto do fariseu. Sendo cobradores de impostos, os
publicanos eram, e com razão, acusados de extorsão e corrupção. Eram odiados
pelo povo. Eram agentes do governo imperialista e ganancioso dos romanos.
Colaboradores dos opressores, via-se neles a encarnação do pecado. Havia pelo
menos duas classes de cobradores de impostos: os chefes (como Zaqueu, 19,1-
10) e os subordinados. Os chefes praticavam a extorsão sobre seus comandados,
e estes exploravam o povo. Os chefes eram ricos; os subordinados, remediados.
Tanto os chefes, quanto os subordinados eram colaboradores dos romanos.
A atitude do publicano diante de Deus choca-se frontalmente com a do
fariseu. Reconhece-se pecador, não tem coragem de levantar os olhos, bate no
peito e pede piedade (v. 13).
c. O pecador encontra a misericórdia divina (v. 14)
A conclusão de Jesus – que conhece o íntimo das pessoas – mostra que o
pecador voltou para casa perdoado (justificado), e não o fariseu, que se
propunha como modelo de piedade a ser imitado (v. 14). Os fariseus se
julgavam os primeiros a serem recompensados por sua religiosidade e em
cumprir os mínimos detalhes da Lei. E julgavam os publicanos como os
excluídos, para os quais não havia esperança nem salvação. A conclusão de
Jesus revoluciona essa mentalidade: o que se exalta (o fariseu) será humilhado
(por Deus); o que se humilha (o publicano) será exaltado (por Deus). Como não
reconhecer aqui um eco ao Magnificat, a oração de Maria? (cf. 1,52).
A oração do fariseu não é autêntica pelos seguintes motivos:
– Por causa do rigor na aplicação da Lei: ele crê que Deus se sinta obrigado a
recompensá-lo. Mas Deus não se sente obrigado. Sua oração era exaltação das
próprias qualidades, acobertava sua ganância de “amigo do Dinheiro” (16,14).
– Não é autêntica porque cria classes entre as pessoas, duvidando que a oração
do publicano possa cancelar o passado de injustiças. Com sua oração, além de
exaltar a si próprio, cria a ideia de um deus feito à sua imagem e semelhança,
incapaz de transformar totalmente a vida do pecador.
– Não é autêntica porque não deixa margem para a gratuidade. Rezar é acolher
o dom gratuito de Deus. Jesus veio ao mundo não por causa da bondade dos
fariseus, mas porque Deus é bom (cf. Mc 10,18). Rezar não é uma troca de
favores, é pôr-se na atitude de quem está disposto a entrar no mistério de Deus.
- A oração do publicano é autêntica, pois nasce da sua condição de pecador.
Reconhece que, se não houver um Deus misericordioso, seu caso não tem
solução nem salvação. Assim ele mergulha no mistério de Deus, que não quer a
morte do pecador, mas sim que se converta e viva (Ez 18,23; Lc 15,7; Jo 8,11).
(Roteiros Homiláticos, Paulus).
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  • 1. 1
  • 2. 2 Apresentação Queridos Irmãos e irmãs, Paz e Bem! Outubro de 2019 será um mês histórico para a Amazônia. É o mês em que a Igreja celebra o Sínodo para a Amazônia que brotou da necessidade evangelizadora desse imenso território, da necessidade da preservação desse bioma tão importante para o clima do planeta terra, e da sensibilidade do coração do Papa Francisco para com os povos originários dessa região. Podemos nos perguntar: quando tivemos um sínodo para a Amazônia, nesses mais de 400 anos de presença da Igreja nessa região? Nunca. Quando teremos um novo sínodo para a Amazônia? Provavelmente nunca mais. Nesse sentido a Amazônia está vivendo agora um tempo de graça, um kairós. O Sínodo para a Amazônia é um sinal dos tempos no qual o Espírito Santo abre novos caminhos, discernidos através do diálogo entre todo o povo de Deus. O sínodo será pois, para a Igreja, um novo Pentecostes em que o Espírito envia toda a Igreja da Amazônia em missão por novos caminhos de evangelização. O Papa Francisco quer uma nova forma de presença da Igreja na Amazônia. De que maneira? A resposta será dada pelo Espírito, nesse processo sinodal de escuta, diálogo e consensos. O Papa deseja que a Igreja na Amazônia aprofunde e consolide um rosto amazônico (Igreja inculturada). “Os povos autóctones (indígenas, ribeirinhos e quilombolas) poderão ajudar os bispos e missionários na vivência da fé dentro da cultura amazônica” (D. Cláudio Hummes). Depois do sínodo virá um tempo para as Igrejas locais continuarem aprofundando a Implantação das decisões sinodais. O mês de outubro é também o Mês Missionário Extraordinário, que deverá ser bem vivenciado pelas nossas paróquias e comunidades. Esse caderno de Círculos Bíblicos tem, além dos encontros semanais sobre o evangelho dominical, outras sugestões para bem celebrar em comunidade o mês do sínodo para a Amazônia e o mês missionário extraordinário, ambos em outubro desse ano 2019. Aproveitem bem todas as sugestões e celebremos com alegria, empenho e fé esse tempo especial da Igreja, que poderá trazer belíssimos frutos para a ação evangelizadora no Marajó, na Amazônia, em toda a Igreja, e no nosso planeta terra, nossa casa comum. +Evaristo Pascoal Spengler Bispo da Prelazia do Marajó
  • 3. 3 Orientações para o mês de Outubro Este mês de outubro de 2019, é um momento especial. É um momento de graça para a Igreja presente na Amazônia. Estamos vivendo dois eventos na Igreja, convocados pelo Papa Francisco: O Sínodo para a Amazônia e o Mês Missionário Extraordinário. A Prelazia do Marajó não poderia ficar de fora. Os Círculos Bíblicos, além da partilha do evangelho dominical, vão tratar dos dois temas. Por isso queremos dar algumas orientações:  Em todas as atividades da Comunidade (celebrações, formações, reuniões de equipes), rezar a Oração pelo Sínodo, que está na página 09.  No domingo, 06 de outubro, dia da abertura da Assembleia Sinodal, em Roma, que em todas as celebrações e missas dominicais, das comunidades e das matrizes, seja celebrado pelo Sínodo, conforme as orientações da página 04. Da mesma forma se deve dar um destaque ao sínodo no dia 27, dia do encerramento do Sínodo.  A REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica) juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, prepararam um Tríduo do Sínodo, um encontro celebrativo para cada semana do sínodo. Alguns livrinhos estão à disposição nas paróquias. Também está disponível, gratuito, na internet, no formato de pdf. É só procurar no google com o nome de Tríduo do sínodo. Oferecemos também dois roteiros para vigília de oração, uma pelo sínodo e outra pelas missões, que estão nas páginas 05 e 07. Algumas comunidades realizam uma adoração na quinta feira. Podem utilizar este roteiro para isto.  Uma cruz missionária e uma bandeira com o símbolo e o tema do mês missionário extraordinário, juntamente com um banner e uma vela do sínodo, estão circulando pelas paróquias da Prelazia e pelas Dioceses e Prelazias do Brasil. É um sinal de comunhão eclesial.  A coleta do final de semana de 19 e 20 de outubro, por ocasião do DIA MUNDIAL DAS MISSÕES, destina-se às Pontifícias Obras Missionárias (POM), por isso, toda a coleta deve ser encaminhada para a paróquia, a paróquia deve encaminhar para a Prelazia e a Prelazia vai enviar para as POM.  Outra sugestão é pesquisar e conhecer os mártires da Amazônia, como Irmã Doroty, Pe. Ezequiel Ramin, Pe. Jozimo, Chico Mendes e outros.  Que o mês missionário extraordinário não fique só nas motivações, nos círculos bíblicos e nas orações, mas que haja alguma ação missionária bem concreta. Que tal convidar e acolher novas famílias nos grupos de círculos bíblicos?  Um gesto simbólico da comunidade, um marco do sínodo e compromisso de cuidar da Amazônia, pode ser o plantio de uma árvore em cada comunidade.
  • 4. 4 Orientações para os domingos, 06 e 27 de outubro Sugestões para a liturgia dos dias 06 e 27 de outubro, abertura e encerramento da Assembleia do Sínodo, em Roma e do mês missionário extraordinário. A liturgia é a do Tempo Comum, do ano C. Os comentários precisam ser vistos com antecedência e adaptados para a ocasião. Os cantos: ter cantos que falem da Amazônia, ou que sejam num ritmo amazônico, como “Igreja marajoara” e outros. Preparação do ambiente:  Ornamentar a igreja com flores naturais da Amazônia, próprias da região. Se não tiver flores podem ser folhagens ou vazos de plantas.  Cartaz ou um baner com o tema do Sínodo.  Um mapa da região Amazônica, que mostre os 9 países, ou um desenho com o nome dos países da Amazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.  Preparar a mesa da Palavra com tecidos ou redes símbolos da região.  Diante do altar pode ter um barquinho, um remo e instrumentos de trabalho. Entrada da Bíblia: Na liturgia da Palavra pode-se fazer uma entrada solene da bíblia, com uma dança ou coreografia, com trajes típicos ou levando a bíblia dentro dum barquinho ou numa peneira, por exemplo. Oração dos fieis: Preparar outras orações, além das que estão no folheto, com preces para o Sínodo, para o Mês Missionário Extraordinário, e com as necessidades da comunidade. Pode-se aproveitar também a dos círculos bíblicos. Procissão de ofertas:  Nas ofertas pode-se levar frutos da terra, alimentos próprios da região e da tradição cultural.  Apresentar símbolos, artesanatos ou pessoas caracterizadas, que lembrem alguns dos diferentes habitantes da Amazônia: indígenas, ribeirinhos, pescadores, seringueiros, quilombolas, migrantes, as populações urbanas.  Algo que represente a Igreja e os missionários.  Outros, a critério da comunidade. Partilha: Nas comunidades, após a celebração pode-se fazer uma confraternização, um lanche comunitário ou uma partilha dos frutos, alimentos e bebidas apresentados no afertório. Antecipadamente pode-se convidar as pessoas para trazerem algo para a partilha. Observação: A comunidade não precisa fazer tudo o que está sugerido aqui, prepara de acordo com a sua realidade, mas não pode ficar indiferente, nem ficar sem fazer nada.
  • 5. 5 Vigília pelo Sínodo para a Amazônia (Esta vigília deve ser feita na semana antes do dia 06 de outubro, dia abertura da Assembleia Geral do Sínodo em Roma) Preparação do ambiente: uma cruz, o Círio Pascal ou uma vela grande, um banner ou um cartaz com o Símbolo e/ou com o tema do sínodo, mapa ou símbolos que lembrem a Amazônia, como rede, barco, remo, peneira, frutas. Ornamentar a igreja com flores naturais ou folhagens da região. Criar ambiente de silêncio e de oração. Chegada (cantar o seguinte refrão, repetindo várias vezes, para criar ambiente de oração. A melodia encontra-se disponível na internet). Tudo está interligado, Como se fossemos um. Tudo está interligado, Nesta casa comum. Acolhida e motivação Canto Inicial que lembre a Amazônia e sua gente. Oração inicial: Oração pelo sínodo (pg 09). Recordação da vida: Ler um parágrafo do Instrumento de trabalho do sínodo. Pode ser algum parágrafo citado nos círculos bíblicos, na página 07 ou 14 ou 24. Salmo: Sl 121 (122): (Rezar o salmo da bíblia) Refrão: Que alegria, quando ouvi que me disseram: Vamos à casa do Senhor! Canto de aclamação Leitura Bíblica: Gn 1,1-26 Momento de meditação em silêncio Reflexão partilhada da Palavra Louvor das criaturas ao Senhor: É o cântico dos jovens, no livro de Daniel (cf Dn 3, 24-45). Pode-se rezar em forma de ladainha, e no final, acrescentar outros louvores das criaturas da Amazônia.
  • 6. 6 Leitor: Obras do Senhor, Leitor: Céus do Senhor, Leitor: Anjos do Senhor, Leitor: Águas do alto céu, Leitor: Potências do Senhor, Leitor: Sol e lua, Leitor: Astros e estrelas, Leitor: Chuvas e orvalhos, Leitor: Brisas e ventos, Leitor: Fogo e calor, Leitor: Noites e dias, Leitor: Luzes e trevas, Leitor: Raios e nuvens, Leitor: Ilhas e terra, Leitor: Montes e colinas, Leitor: Plantas da terra, Leitor: Baleias e peixes, Leitor: Feras e rebanhos, Leitor: Filhos dos homens, Leitor: Filhos de Israel, Leitor: (continuar de modo espontâneo, cada um pode acrescentar.) Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Todos: Bendizei o Senhor! Preces da Comunidade: Pode-se usar as preces dos Círculos Bíblicos, na página 14 ou 27, outras preparadas pela comunidade, além de preces espontâneas. Preces pessoais em silêncio Oração do Mês Missionário Extraordinário: página 10. Pai Nosso: Cântico de Maria Bênção Final e despedida
  • 7. 7 Vigília Missionária (Esta vigília deve ser feita na semana antes do dia 20 de outubro, mundial das missões) Preparação do ambiente: uma cruz, o Círio Pascal ou uma vela grande, uma bacia com água e velas pequenas para toda a comunidade (uma para cada pessoa, a ser entregue na chegada). Criar ambiente de silêncio e de oração. Acolhida e motivação Canto Inicial Oração inicial: Oração pelo sínodo (página 09). Recordação da vida: (Recordar as motivações do mês missionário extraordinário. Pode ser a motivações da página 08 ou da página 19, da carta do Cardeal Filoni). Salmo: Sl 121 (120): (Rezar o salmo da bíblia) Refrão: Ó Senhor, tu és o nosso protetor, És o Deus que nos envia em missão. Canto de aclamação Leitura Bíblica: Mt 28,18-20 Momento de meditação em silêncio Reflexão da Palavra Credo Missionário: pode ser rezado em dois coros, dialogando. Antes de rezar o credo, em silêncio, em sinal de renovação do compromisso missionário do batismo, cada um pode se aproximar da vela e da bacia com água, acender a sua vela na vela grande que já está acesa, tocar com os dedos na água. (Enquanto isso canta-se).Voltar ao seu lugar. Quando todos estão no lugar, com as velas acesas, rezar o credo missionário. Lado A: Cremos que Deus nos escolheu desde o seio materno, nos chamou por sua graça e resolveu revelar em nós o seu Filho, para que O anunciássemos até os confins da terra. Lado B: Cremos ser missionários e missionárias por vocação, servos e servas de Jesus Cristo, escolhidos e escolhidas para anunciar o Evangelho de Deus.
  • 8. 8 Lado A: Cremos que a Missão não vem de nós, ela é a resposta ao Plano do Pai que, em seu imenso amor quer a salvação da humanidade e, por isso lhe “deu seu Filho único, para que todo o que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Lado B: Cremos que Jesus Cristo nos considerou dignos de confiança tomando-nos para o seu serviço missionário e profético em nossas comunidades que querem “ver e encontrar Jesus”, “Caminho, Verdade e Vida”. Lado A: Cremos que, como batizados e batizadas, devemos “comportar- nos de maneira digna da vocação a que fomos chamados” levando aos irmãos e irmãs o anúncio do Ressuscitado: “Vimos o Senhor”. Lado B: Cremos que é tarefa da Igreja continuar a missão iniciada por Jesus. Foi Dele que no dia da Ascensão a Igreja recebeu o mandato: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações”. Lado A: Cremos que o Espírito Santo acompanha a Igreja em sua atividade missionária, pois o Cristo prometeu “estar conosco todos os dias, até o fim do mundo”. Lado B: Cremos na Igreja missionária, geradora de esperança, que caminha ao lado dos pobres e excluídos e que anda nas estradas do mundo “sem ser do mundo”. Todos: Cremos que Maria, Estrela da Evangelização, faz caminho com todos os missionários e missionárias, ensinando-lhes a aceitar com alegria o pedido feito nas bodas de Caná: “fazei tudo o que Ele vos disser”. Amém! Preces da Comunidade: Pode-se usar as preces dos Círculos Bíblicos, na pg 24, outras preparadas pela comunidade, além de preces espontâneas. Preces pessoais em silêncio Oração do mês Missionário extraordinário: página 10. Pai Nosso: Cântico de Maria Bênção Final e despedida
  • 9. 9 Oração Inicial Animador: O Senhor Jesus nos ensinou a pedir o Espírito Santo (Lc 11,13), por isso, vamos pedir que o Espírito da Verdade nos ilumine e nos dê sabedoria, em nossa partilha bíblica, e em nossa vida. Todos: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo. Fazei que apreciemos retamente todas as coisas, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. Animador: A Igreja na Amazônia vive um momento muito especial neste mês de outubro 2019, que é a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Vamos pedir as luzes do Espírito para a Igreja neste momento de processo do sínodo. Oração do Sínodo para a Amazônia Deus Pai, Filho e Espírito Santo, iluminai com a vossa graça a Igreja que está na Amazônia. Ajudai-nos a preparar com alegria, fé e esperança o Sínodo Pan-Amazônico: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Abri nossos olhos, nossa mente e coração para acolhermos o que vosso Espírito diz à Igreja na Amazônia. Suscitai discípulas e discípulos missionários, que, pela palavra e o testemunho de vida, anunciem o Evangelho aos povos da Amazônia, e assumam a defesa da terra, das florestas e dos rios da região, contra a destruição, poluição e morte. Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia, intercedei por nós, para que nunca nos faltem coragem e paixão, lado a lado com vosso Filho Jesus. Amém!
  • 10. 10 Oração Final Animador: Vamos concluir nosso encontro com a oração do mês missionário extraordinário. Oração do Mês Missionário Extraordinário Pai Nosso, o Teu filho unigênito Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, confiou aos seus discípulos o mandato: “Ide e fazei discípulos todos os povos.” Recorda-nos que, pelo batismo, tornamo-nos participantes da missão da Igreja. Pelos dons do Espírito Santo, / concede-nos a graça de sermos testemunhas do Evangelho, / corajosos e vigilantes, para que a missão confiada à Igreja, / ainda longe de estar realizada, encontre novas e eficazes expressões / que levem vida e luz ao mundo. Ajuda-nos, Pai Santo, / a fazer com que os povos possam encontrar-se com o amor / e a misericórdia de Jesus Cristo, Ele que é Deus convosco, vive e reina na unidade do Espírito Santo, agora e para sempre. Amém Despedida Avisos: (Conferir os avisos da página 03 e os avisos da Comunidade). Animador: Vamos invocar a bênção de Deus. Todos: O Senhor nos abençoe e nos guarde. Amém! O Senhor nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém! O Senhor volva para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém! Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Abraço da paz
  • 11. 11 Aumenta a nossa fé 01 Ano 1- N° 6 Semana de 30 de setembro a 06 de outubro 27° Domingo Comum - Ano C Abertura da Assembleia Geral do Sínodo para a Amazônia 2019 Preparação do ambiente: Num lugar central, colocar a bíblia, velas, flores e símbolos do Sínodo, do Mês Missionário Extraordinário e coisas que lembrem a Amazônia. Acolhida Canto inicial: Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo animador ou animadora do grupo, ou por alguém da família que recebe o grupo). Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! Oração inicial: página 09 1. Palavra da Igreja Animador: Este mês de outubro é muito especial para nós na Amazônia e para toda a Igreja, é o Mês Missionário Extraordinário e a Assembleia Especial do Sínodo para a Amazônia, que se realiza em Roma, de 06 a 27 de julho. Domingo é a abertura da Assembleia do Sínodo. Vamos ouvir a Palavra da Igreja sobre estes dois temas. Leitor 1: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo. A VOZ DA AMAZÔNA. “Este Sínodo se desenvolve ao redor da vida: a vida do território amazônico e de seus povos, a vida da Igreja, a vida do planeta. Como refletem as consultas às comunidades amazônicas, a vida na Amazônia se identifica, entre outras coisas, com a água. O rio Amazonas é como uma artéria do continente e do mundo, flui como veias da flora e fauna do
  • 12. 12 território, como fonte de vida de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais. Como o jardim do Éden, no livro do Gênesis (cf. Gn 2, 6), a água é nascente de vida, mas também ligação entre suas diferentes manifestações de vida, na qual tudo está interligado (cf. LS, 16, 91, 117, 138 e 240). “O rio não nos separa, mas nos une, ajudando-nos a conviver entre diferentes culturas e línguas”. No entanto, a vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos da população amazônica. De modo especial a violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à demarcação dos territórios e à consulta prévia sobre projetos a serem realizados em seus territórios. As comunidades consideram que a vida na Amazônia está ameaçada sobretudo: (a) pela criminalização e assassinato de líderes e defensores do território; (b) pela apropriação e privatização de bens da natureza, como a água; (c) por concessões madeireiras e pela entrada de madeireiras ilegais; (d) pela caça e pesca predatórias, principalmente nos rios; (e) por megaprojetos: concessões florestais, desmatamento para produzir monoculturas, hidrelétricas, estradas e ferrovias, projetos mineiros e petroleiros; (f) pela contaminação ocasionada por todas as indústrias extrativistas que causam problemas e enfermidades, principalmente para as crianças e os jovens; (g) pelo narcotráfico; (h) pelos problemas sociais ligados a tais ameaças, como o alcoolismo, a violência contra a mulher, o trabalho sexual, o tráfico de pessoas, a perda de sua cultura originária e de sua identidade (idioma, práticas espirituais e costumes) e todas as condições de pobreza às quais estão condenados os povos da Amazônia. (IL, 09 e 15) Animador: Lemos um artigo do documento preparatório do sínodo, agora vamos ouvir a explicação do mês missionário extraordinário. Leitor 2: Leitura da carta do Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, aos bispos de todo o mundo: “A finalidade espiritual, pastoral e teológica deste mês extraordinário mês missionário consiste em reconhecer, viver e convencer- nos de que a missão é, e deve tornar-se, cada vez mais a forma de vida e obra de toda a Igreja e, portanto, de todo cristão. Ao converter os nossos corações e as nossas mentes de discípulos missionários, o Espírito nos impulsiona a sair rumo ao mundo para anunciar Cristo crucificado e ressuscitado. Fazer retornar a missão a todos os povos, nas suas diversas
  • 13. 13 formas, ao centro da vida da Igreja, reconhecer a missão de Jesus como coração e identidade da Igreja, faz-nos redescobrir a relação genuína e desafiadora que Deus tece com o mundo que Ele amou, criou e redimiu (Jo 17; Ef 1)”. “Rezo e desejo que tudo o que somos chamados a viver, refletir e rezar pelo Mês Missionário Extraordinário possa contribuir para uma verdadeira conversão missionária a Cristo. Com Maria, Rainha dos Apóstolos, reunidos no Cenáculo, invocamos o dom do Espírito Santo para o dia de Pentecostes. Sinceramente, agradeço-vos e saúdo-vos”. 2. Proclamação da Palavra de Deus Animador: Continuamos com São Lucas, seguindo Jesus no caminho de Jerusalém. Ao longo do caminho, as coisas que acontecem são oportunidades para a formação dos discípulos. Seguir Jesus é muito exigente e os discípulos se dão conta que tem pouca fé e fazem um pedido a Jesus. Vamos ouvir. Canto de Aclamação ao Evangelho Leitor: Lc 17,5-10 3. Partilha da Palavra de Deus 1. Estamos no momento final do Sínodo para a Amazônia, com a Assembleia Especial dos Bispos com o Papa, em Roma. a) Que notícias temos visto sobre o Sínodo? O que esperamos do Sínodo? Cada um pode partilhar o que sabe sobre o sínodo. b) O documento de trabalho faz uma síntese das principais ameaças da vida na Amazônia, conforme lemos. Quais dessas ameaças nós sentimos também em nossa comunidade? 2. A carta do Cardeal coloca alguns objetivos do Mês Missionário. a) Quais são os objetivos do Mês Missionário Extraordinário? b) Nossa comunidade também precisa de uma Missão Extraordinária? O que podemos fazer durante este mês? 3. O tema do evangelho de hoje é a fé. O que é a fé? O que é a fé em Jesus Cristo? Como a gente conhece uma pessoa que tem fé? 4. Quais são as obras e atitudes que mostram que uma pessoa tem fé?
  • 14. 14 4. Rezar com a Bíblia Animador: Iniciando o Mês Missionário Extraordinário e o Sínodo para a Amazônia, apresentemos nossas preces. Leitor 1: Pela Igreja, que caminha e navega no chão e nas águas sagradas da Amazônia, para que seu compromisso seja sempre com o Reino de Deus e a fidelidade a Jesus Cristo, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece). Leitor 2: Pelo Papa Francisco e por toda a Igreja: para que o Sínodo seja uma oportunidade de conversão ecológica que nos faça mais sensíveis aos clamores e às necessidades dos tempos atuais, rezemos ao Senhor. Leitor 3: Por nossas comunidades e lideranças: para que a realização do Sínodo nos faça crescer na comunhão e unidade com todos os povos da Amazônia, respeitar seus costumes e culturas, rezemos ao Senhor. Leitor 4: Para que o mês missionário fortaleça a fé dos missionários que saem de suas terras e animem nossas comunidades a serem mais missionárias, rezemos ao Senhor. (Preces espontâneas) Pai Nosso Canto Oração Final e despedida: página 10. Observação: Par a liturgia de domingo, ver as orientações na página 04. ................................................................ Para aprofundar a Palavra de Deus (Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro). Lc 17,5-10 – A fé e a gratuidade na vida do cristão: Continuamos percorrendo o “caminho de Jerusalém”. O caminho de Jerusalém é um processo de formação dos discípulos. Os fatos e os encontros que acontecem ao longo do caminho são oportunidade para a formação dos
  • 15. 15 discípulos. Jesus prepara os discípulos para o desafio de compreender e de dar testemunho do “Reino”. Jesus tinha avisado aos discípulos sobre dificuldade de percorrer o “caminho do Reino” (avisou que entrar no “Reino” é “entrar pela porta estreita” – Lc 13,24; convidou os discípulos à humildade e à gratuidade – cf. Lc 14,7-14; alertou que é preciso amar mais o “Reino” do que a própria família, os próprios interesses ou os próprios bens – cf. Lc 14,26-33; exigiu-lhes o perdão como atitude permanente – cf. Lc 17,5-6); agora, são os discípulos que, preocupados com as exigências do “Reino”, pedem mais “fé”. Lucas mostra a preocupação dos discípulos com dificuldade em percorrer esse difícil “caminho do Reino”. MENSAGEM A primeira parte do nosso texto é, portanto, constituída por um “dito” sobre a fé (vv. 5-6). Depois das exigências que Jesus apresentou, quanto ao caminho que os discípulos devem percorrer para alcançar o “Reino”, a resposta lógica destes só pode ser: “aumenta-nos a fé”. O que é que a fé tem a ver com a exigência do “Reino”? No Novo Testamento em geral e nos sinóticos em particular, a fé não é, primordialmente, a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades abstratas sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua proposta, ao seu projeto – ou seja, ao projeto do “Reino”. No entanto, os discípulos têm consciência de que essa adesão não é um caminho cómodo e fácil, pois supõe um compromisso radical, a vitória sobre a própria fragilidade, a coragem de abandonar o comodismo e o egoísmo para seguir um caminho de exigências… Pedir a Jesus que lhes aumente a fé significa, portanto, pedir-lhe que lhes aumente a coragem de optar pelo “Reino” e pela exigência que o “Reino” tem; significa pedir que lhes dê a decisão para aderirem incondicionalmente à proposta de vida que Jesus lhes veio apresentar. Jesus aproveita para recordar aos discípulos o resultado da “fé”. A imagem utilizada por Jesus (a ordem dada à “amoreira” para se arrancar da terra e ir plantar-se própria no mar) mostra que, com a “fé” tudo é possível: quando se adere a Jesus e ao “Reino” com coragem e determinação, isso implica uma transformação completa da pessoa do discípulo e, em consequência, uma transformação do mundo que o rodeia. Comprometer-se com o “Reino” com radicalidade é ter na mão a chave para mudar a história, mesmo que essa transformação pareça impossível. O discípulo que se compromete com o “Reino” com coragem e determinação é capaz de autênticos “milagres”. E isto não é conversa fiada: quantas vezes a firmeza e a coragem dos discípulos de Jesus transformam a morte em vida, o desespero em esperança, a escravidão em liberdade!
  • 16. 16 Na segunda parte do nosso texto (vv. 7-10), Lucas descreve a atitude que o homem deve assumir diante de Deus. Os fariseus estavam convencidos de que bastava cumprir os mandamentos de Moisés para alcançar a salvação: se o ser humano cumprisse as regras, Deus não teria outro remédio senão salvá-lo. A salvação dependeria, de acordo com esta perspectiva, dos méritos da pessoa. Deus seria, assim, apenas um contador, empenhado em fazer contas para ver se a pessoa teria ou não direito à salvação. Jesus coloca as coisas numa dimensão diferente. A atitude do discípulo – desse discípulo que se compromete com Jesus e ao “Reino”, que faz as “obras do Reino” e que constrói o “Reino” – frente a Deus não deve ser a atitude de quem sente que fez tudo muito bem feito e que, por isso, Deus lhe deve algo; mas deve ser a atitude de quem cumpre o seu papel com humildade, sentindo-se um servo que apenas fez o que lhe competia. O que Jesus nos pede no Evangelho de hoje é que percorramos, com coragem e empenho, o “caminho do Reino”. Quando o discípulo aceita percorrer esse caminho, é capaz de fazer coisas espantosas, milagres que transformam o mundo… E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se servo humilde de Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se confiada e humildemente nas suas mãos. PARA PENSAR ¨A “fé” é a adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto. Posso dizer, de fato, que a minha fé é compromisso com o Reino de Deus? Situações de injustiça, de violência, de egoísmo, de sofrimento, de morte, que impedem a concretização do “Reino”. Como é que eu me comporto, nessas circunstâncias? A minha “fé” em Jesus me leva a um compromisso concreto pelo “Reino” e a lutar contra tudo o que impede a concretização do “Reino”? Há algo de novo à minha volta pelo fato de eu ser discípulo de Jesus e no “caminho do Reino”? Quais são os “milagres” que a minha “fé” pode fazer? Com frequência somos negociantes com Deus, fazendo coisas para ter direito a bênçãos e proteção. Quando fazemos isso, imaginamos um deus que fica fazendo cálculos, anotando nossos créditos e nossos débitos, a fim de nos pagar de acordo com os nossos merecimentos. O Evangelho de hoje diz que não podemos exigir nada de Deus. Fé é cumprir, humildemente, a tarefa que Ele nos confia: trabalhar pelo Reino, valorizando os dons que Ele nos deu, e nisso O louvamos pelo seu amor. É nesta atitude que o discípulo de Jesus deve estar sempre. (https://www.dehonianos.org/portal/27o-domingo-do-tempo-comum- ano-c0/).
  • 17. 17 Enquanto caminhavam, ficaram curados 02 Ano 1- N° 6 Semana de 07 a 13 de outubro 28° Domingo do Tempo Comum – Ano C 2019 Preparação do ambiente: Num lugar central, colocar a bíblia, velas, a cruz, flores, um cartaz com o tema do Sínodo e símbolos que representem a Amazônia e a Igreja. Acolhida Canto inicial: Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo animador ou animadora do grupo, ou por alguém da família que recebe o grupo). Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! Oração inicial: página 09 1. Palavra da Igreja Animador: Estamos em pleno Sínodo para a Amazônia. A Assembleia Geral do Sínodo da Igreja para a Amazônia, está reunida em Roma. Hoje vamos ouvir algo do Instrumento do Trabalho do sínodo. Leitor: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS POBRES “A Amazônia está sendo disputada por várias frentes. Uma responde aos grandes interesses econômicos, gananciosos por petróleo, gás, madeira, ouro, monoculturas agroindustriais, mineração, etc. Outra é a de um conservacionismo ecológico que se preocupa com o bioma, porém ignora os povos amazônicos. (...) Nas últimas
  • 18. 18 décadas, aumentou o investimento na exploração das riquezas da Amazônia por parte de grandes companhias. Muitas delas perseguem o lucro, custe o que custar, sem se importar com o dano ambiental que provocam”. (IL 45; 81) Para cuidar da Amazônia, as comunidades originárias são indispensáveis, pois, em geral, são precisamente elas que melhor cuidam de seus territórios. (...) Para promover uma ecologia integral na vida de todos os dias da Amazônia, é preciso compreender também a noção de justiça e comunicação entre as gerações, que inclui a experiência ancestral, cosmologias, espiritualidades e teologias dos povos indígenas, em volta do cuidado da Casa Comum. Na luta devemos confiar na força de Deus, porque a criação é de Deus, porque Deus dá continuidade à obra. A luta de nossos antepassados para combater por estes rios, pelos nossos territórios, a fim de garantir por um mundo melhor para nossos filhos”. (IL 49,50) 2. Proclamação da Palavra de Deus Animador: Jesus está a caminho de Jerusalém e passando pela Samaria, dez leprosos vem ao seu encontro. O que aconteceu com esses leprosos, é um pouco a representação de cada um de nós, no seguimento de Jesus e na vida de fé. Canto de Aclamação ao Evangelho: Leitor: Lc 17,11-19 2. Partilha da Palavra de Deus 1. O Instrumento de Trabalho do Sínodo fala de Ecologia Integral. O que é ecologia integral? 2. “A Amazônia está sendo disputada a partir de várias frentes”. Que
  • 19. 19 disputas são essas? Quais são esses interesses? No Marajó dá para perceber essas disputas? 3. Quem realmente cuida da Amazônia? O que podemos fazer para melhor cuidar? O que o Sínodo nos motiva a fazer? 4. No caminho de Jesus, dez leprosos vem ao seu encontro. Qual era a situação dos leprosos? Por que foram ao encontro de Jesus? 5. Enquanto caminhavam ficaram curados. O que o Evangelho quer ensinar com isso? Por que é importante pôr-se a caminho? 4. Rezar com a Bíblia Animador: Em nossa oração, vamos apresentar ao Pai as súplicas de nossa Igreja e por nossa Igreja que está em Sínodo. Leitor 1: Pela Igreja, para que assuma sua missão de cuidar da casa comum, promovendo a integração de todos os seres humanos com a natureza, construindo assim novos paradigmas para a ecologia integral, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece). Leitor 2: Para que todos os povos da Amazônia tenham seus territórios garantidos e preservados, e que sejam espaços de reprodução da vida e de cuidado com a criação, rezemos ao Senhor. Leitor 3: Para que as cidades da Amazônia sejam territórios onde floresçam a consciência ambiental e a integração fraterna nos espaços públicos para o cuidado da vida. rezemos ao Senhor. Leitor 4: Pela Assembleia Geral do Sínodo da Igreja para a Amazônia, que está acontecendo em Roma, para que seja iluminada com a luz do Espírito Santo, para inspirar novos caminhos para a Igreja e para a Evangelização, rezemos ao Senhor. (Preces espontâneas) Pai Nosso Canto Oração final e despedida: página 05
  • 20. 20 Para aprofundar a Palavra de Deus (Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro). Lc 17,11-19: A fé que salva os marginalizados O evangelista Lucas continua narrando a longa viagem de Jesus a Jerusalém (v. 11), caminho teológico-catequético durante o qual as pessoas vão se posicionando a favor ou contra Jesus. Passando entre a Samaria e a Galileia, Jesus encontra dez leprosos, obrigados a morar fora do povoado, longe do convívio social (v. 12; cf. Lv 13,46). Um dos dez é samaritano (v. 16). Judeus e samaritanos cultivavam ódio um do outro. Mas aqui estão juntos e solidários, pois a desgraça às vezes une as pessoas, ainda que inimigas. Quando alguém toma consciência da própria exclusão e da exclusão de outros, a única saída é solidarizar-se com os excluídos. Difícil de aceitar é que alguém, apesar de conhecer a própria exclusão, rejeita os demais excluídos. Os leprosos, marginalizados da sociedade, segundo a lei deviam avisar e afastar as pessoas que tentassem se aproximar deles. Eram obrigados a gritar a todos sua desgraça, maldição e castigo: “Afastem-se de nós, pois somos impuros” ( Lv 13,45). A lepra era considerada castigo de Deus. Os leprosos, e sobretudo o samaritano do episódio deste evangelho, são a síntese da marginalidade e pobreza no tempo de Jesus. Dizia-se naquele tempo: “Quem possui um parente nesse estado, chore-o como se chora um morto”, pois Deus o castigou, ele é um excomungado pelo céu e pela terra. Os leprosos obedecem à Lei, pois gritam, mas ao mesmo tempo a transgridem em nome da fé no Deus que salva os marginalizados: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (v. 13). O clamor dos que estão à margem da sociedade é um apelo à vida, e uma denúncia de sua miséria. Jesus responde à fé dos marginalizados: “Vão apresentar-se aos sacerdotes” (v. 14a). Os sacerdotes eram encarregados de “dar alta” ao leproso curado, e depois disso ele e o sacerdote deviam fazer um rito complicado e misterioso e oferecer sacrifícios (cf. Lv 14,1-32). O detalhe é importante porque somente o samaritano volta para dar glória a Deus. Isso levanta uma questão: o que é importante: permanecer na instituição
  • 21. 21 incapaz de curar, ou voltar a Jesus, aquele que cria com os pobres e marginalizados uma nova história e sociedade? “Enquanto estavam a caminho, ficaram curados” (v. 14b). A cura acontece “enquanto caminham”. Este detalhe também é importante, pois se insere na longa viagem de Jesus a Jerusalém, onde será morto e ressuscitará. De fato, Jesus diz ao samaritano curado: “Levanta-te e vai” (v. 19). É uma ordem, um imperativo. Este verbo recorda a ressurreição de Jesus (levantou-se do túmulo). Somente o samaritano, ao perceber que estava curado, voltou dando glória a Deus em alta voz; jogou-se no chão, aos pés de Jesus, e lhe agradeceu (vv. 15-16). No Evangelho de Lucas, a expressão “dar glória a Deus” é característica dos pobres e oprimidos que Jesus encontra em seu caminho, libertando-os da marginalidade (cf. 2,20: os pastores; 5,25: o paralítico; 13,13: a mulher encurvada; 18,43: o cego de Jericó; 23,47: o oficial romano). Todos esses deram glória a Deus. Isso nos ajuda a perceber a quem se dirige a boa notícia da libertação; mostra-nos que Deus se alia aos que foram postos à margem da sociedade; faz perceber que os marginalizados são os únicos a reconhecer a presença de Deus na história, criando com os empobrecidos nova sociedade. Dar glória a Deus não é oferecer sacrifícios, e sim reconhecer que em Jesus, Deus está libertando os marginalizados. Dar glória a Deus é colocar-se a caminho com Jesus. É a melhor forma de compromisso dos cristãos. Jesus veio para restaurar e salvar os marginalizados. O episódio fala de dez leprosos curados, mas só um deles foi salvo: “Sua fé o salvou” (v. 19). Também essa expressão é cara ao evangelista, mostrando de quem Jesus é aliado. De fato, essas mesmas palavras são dirigidas à pecadora na casa de Simão (cf. 7,50), à mulher que sofria de hemorragia (cf. 8,48) e ao cego de Jericó (cf. 18,42). O episódio dos dez leprosos é um verdadeiro caminho da fé, um itinerário catequético para os cristãos de hoje. A fé nasce do clamor, na esperança em Jesus libertador: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”; ela se concretiza “a caminho”, na obediência à palavra de Jesus; e se traduz em gratidão: “…voltou dando glória a Deus em alta voz; jogou-se no chão, aos pés de Jesus, e lhe agradeceu”. (Roteiros Homiléticos, Paulus).
  • 22. 22 Deus fará justiça bem depressa 03 Ano 1- N° 6 Semana de 13 a 20 de outubro 29° Domingo do Tempo Comum – Ano C Dia Mundial das Missões 2019 Preparação do ambiente: Num lugar de destaque colocar a bíblia, cruz, velas. Arrumar também símbolos que lembrem a missão e o mês missionário extraordinário, pode-se escrever num cartaz o tema e também algo que lembre o sínodo para a Amazônia. Acolhida Canto inicial: Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo animador ou animadora do grupo, ou por alguém da família que recebe o grupo). Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! Oração inicial: página 09 1. Palavra da Igreja Animador: Estamos no mês missionário extraordinário e ao mesmo tempo acontece em Roma a Assembleia Geral do Sínodo para a Amazônia. O próximo domingo, o 3° domingo de outubro, é o dia das missões. Por isso, hoje a nossa reflexão é sobre a missão. Leitor: Leitura da carta do Cardeal Fernando Filoni aos bispos sobre a celebração do Mês Missionário Extraordinário. No centro desta iniciativa, que envolve a Igreja no mundo inteiro, estarão a oração, o testemunho e a reflexão sobre a centralidade da missão a todos os povos como um
  • 23. 23 estado permanente do envio para a primeira evangelização (Mt 28,19). O compromisso para uma conversão pessoal e comunitária a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo na sua Igreja, renovará o ardor e a paixão para dar testemunho, com o anúncio e com a vida cristã, do Evangelho da vida e da alegria pascal (Lc 24,46-49). A missão da Igreja em contextos humanos, religiosos e culturais ainda não permeada pelo Evangelho, implica que a transmissão da fé crie estilos de vida pessoais, culturais e modalidades de convivência social, moldados na alegria e valores cristãos. A fé cristã exprime-se como missão autêntica, quando está totalmente comprometida com a salvação do mundo. O testemunho da caridade, o compromisso pela paz e pela justiça, o diálogo intercultural com as tradições religiosas em pleno respeito da vida humana e da sua dignidade, especialmente dos mais pobres, estruturam a missão da Igreja ao redor do anúncio da Páscoa de Jesus Cristo. 2. Proclamação da Palavra de Deus Animador: No dia das Missões o evangelho fala da oração e da justiça aos pobres. Dois temas importantes tanto para a comunidade, como para a missão da Igreja no mundo. Canto de Aclamação ao Evangelho: Leitor: Lc 18,1-8 3. Partilha da Palavra de Deus 1. A carta aos bispos, escrita pelo Cardeal responsável pela Evangelização no mundo inteiro, uma espécie de ministro do Papa para a Evangelização e Missão, tem várias motivações para a missão. Cada um pode destacar uma frase do texto que foi lido, que considere importante também para nós. (Cada um pode escolher uma frase, mesmo que já tenha sido dita por outra pessoa).
  • 24. 24 2. Que desafios missionários temos na nossa comunidade? 3. O que podemos fazer diante desses desafios? O Círculo Bíblico ajuda a fazer missão? Como? 4. O evangelho fala da necessidade de rezar e da justiça aos pobres. Que ligação existe entre os dois temas? 5. Muitas vezes ouvimos dizer que a justiça humana favorece aos ricos. O evangelho diz que Deus fará justiça aos seus escolhidos. Como é a justiça no Brasil? Como é a justiça de Deus? 3. Rezar com a Bíblia Animador: É necessário rezar sempre, nos diz Jesus. Como batizados e enviados apresentamos ao Senhor nossa oração. Leitor 1: Para que a Igreja, no mundo inteiro, seja fiel na vivência de sua vocação batismal missionária, e seja sempre testemunha do Reino de Deus, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, escutai a nossa prece. (repetir após cada prece). Leitor 2: Por todos os batizados, para que se sintam enviados para testemunhar o evangelho em todos os ambientes, principalmente onde mais precisa de justiça, rezemos ao Senhor. Leitor 3: Pelos missionários que deixaram a família e a sua terra para servirem na Amazônia, para que nunca lhes faltem coragem, esperança e alegria, rezemos ao Senhor. Leitor 4: Pelo sínodo para a Amazônia, e para que os cristãos assumam a missão de cuidar da casa comum e da ecologia integral, rezemos ao Senhor. (Preces espontâneas) Pai Nosso Canto Oração final e despedida: página 10 Lembrete: A coleta de sábado e domingo destina-se às Pontifícias Obras missionárias.
  • 25. 25 Para aprofundar a Palavra de Deus (Este comentário é um apoio para a partilha. Pode ser lido durante a partilha, ou cada um pode ler em sua casa. Sempre é bom que todos leiam antes do encontro). DEUS NÃO É IMPARCIAL A Parábola de Jesus reflete uma situação bastante comum na Galileia, a terra de Jesus, daquele tempo. Um juiz corrupto despreza com arrogância uma viúva que pede justiça. O caso da mulher parece sem esperança, porque não tem nenhum homem que a defenda. Ela, entretanto, longe de desistir, continua gritando por seus direitos. Só no final, incomodado por tanta insistência, o juiz termina escutando. Lucas apresenta o relato como uma exortação para orar sem “desanimar”, porém a parábola tem uma mensagem prévia, muito querida por Jesus. Este juiz é o “oposto” de Deus, cuja justiça consiste exatamente em escutar os pobres mais vulneráveis. O símbolo da justiça no mundo antigo era uma mulher que, com os olhos vendados, determina uma sentença supostamente “imparcial”. De acordo com Jesus, Deus não é este tipo de juiz imparcial. Não tem olhos vendados. Conhece muito bem as injustiças que se cometem contra os fracos e sua misericórdia o faz inclinar-se a favor deles. Esta “parcialidade” da justiça de Deus em favor do fracos é um escândalo para nossos ouvidos acomodados, porém, é bom lembrar, que em nossa sociedade moderna funciona outra “parcialidade”. Por sinal, ao contrário: a justiça favorece mais ao poderoso do que ao fraco. Como Deus não vai estar do lado dos que não podem se defender? Pensamos que somos progressistas defendendo teoricamente que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, mas todos sabemos que isso é falso. Para desfrutar de direitos reais e efetivos é mais importante nascer num país poderoso e rico do que em um país pobre. As democracias modernas se preocupam com os pobres, porém o centro de atenção não é o indefeso, mas o cidadão em geral. Na Igreja se fazem esforços para aliviar a sorte dos indigentes, porém o centro de nossas preocupações não é o sofrimento dos últimos, senão a vida moral e religiosa dos cristãos. É bom que Jesus nos lembre que são os seres mais fracos e desprotegidos que ocupam o coração de Deus.
  • 26. 26 PARA QUE SERVE REZAR? Sem dúvida são muitos os fatores que tem provocado a desvalorização da oração em nossa sociedade. Não é por acaso que vamos indo perdendo nossa capacidade de invocar Deus e de dialogar sinceramente com quem é a fonte de nosso ser. Em uma sociedade onde se aceita como critério quase único a valorização da eficiência, o rendimento e a produtividade, não é estranho que surja a pergunta pela utilidade e eficácia da oração. Para que serve rezar? Esta é quase nossa única pergunta. Poderia se dizer que entendemos a oração como mais um meio, um instrumento para alcançar uns objetivos determinados. Importante para nós é a ação, o esforço, o trabalho, a eficácia, os resultados. E, naturalmente, rezar quando temos tanto que fazer parece “perder tempo”. A oração pertence ao mundo do “inútil”. Esta sensação pode nos ajudar a descobrir o verdadeiro sentido da oração cristã. De alguma maneira é certo que a oração é “algo inútil” e não serve para conseguir tantas coisas que nos esforçamos para ter no dia a dia. Como é “inútil” o prazer da amizade, a ternura dos esposos, o enamoramento dos jovens, o sorriso das crianças e o desabafo com alguém de confiança, o descanso na intimidade do lar, o prazer de uma festa, a paz do entardecer. Como medir a “eficácia” de tudo isto que constitui, sem dúvida, o alento que sustenta nosso viver? Seria um engano pensar que nossa oração só é eficaz quando conseguimos o que pedimos a Deus. A oração cristã é “eficaz” porque nos faz viver com fé e confiança no Pai e em atitude solidária com os irmãos. A oração é “eficaz” porque nos faz mais crentes e mais humanos. A oração é eficaz porque abre os ouvidos do coração para escutar com mais sinceridade a Deus. Vai limpando nossos critérios e nossa conduta daquilo que nos impede de sermos irmãos. Alenta nosso viver diário, reanima nossa esperança, fortalece nossa fraqueza, alivia nosso cansaço. Quem aprende a dialogar com Deus e a invocá-lo “sem desanimar”, como nos diz Jesus, vai descobrindo onde está a verdadeira eficácia da oração e para que serve rezar. Simplesmente para viver. (José Antônio Pagola, O Caminho feito por Jesus – Lucas).
  • 27. 27 Quem se exalta será humilhado 04 Ano 1- N° 6 Semana de 20 a 27 de outubro 30° Domingo do Tempo Comum – Ano C Encerramento da Assembleia Geral do Sínodo 2019 Preparação do ambiente: Num lugar central, colocar a bíblia, a cruz, flores, símbolos que lembrem a Amazônia e o sínodo e o trabalho missionário da comunidade. Acolhida Canto inicial: Acolhida: (Feita de modo espontâneo pelo animador ou animadora do grupo, ou por alguém da família que recebe o grupo). Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! Oração inicial: Página 09. 1. Palavra da Igreja Animador: Domingo é o encerramento da Assembleia Especial do Sínodo para a Amazônia, em Roma. Vamos continuar ouvindo o que nos diz o Instrumento de Trabalho do sínodo, sobre a Igreja profética. Leitor: Leitura do Documento de Trabalho do Sínodo. IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E ESPERANÇAS Há séculos, a Igreja procura partilhar o Evangelho com os povos amazônicos, muitos dos quais integram a comunidade eclesial. Os missionários e as missionárias têm uma história de profunda relação com esta região (116). O
  • 28. 28 rosto amazônico é o de uma Igreja com clara opção pelos (e com) os pobres e pelo cuidado da criação (110). As comunidades consultadas esperam que a Igreja se comprometa no cuidado da Casa Comum e de seus habitantes, que defenda os territórios e que ajude os povos indígenas a denunciar o que provoca morte e ameaça os territórios. Uma Igreja profética não pode deixar de clamar pelos descartados e por aqueles que sofrem. (118) 2. Proclamação da Palavra de Deus Animador: Existem diferentes modos de rezar. O evangelho de hoje apresenta dois modos. Um que agrada a Deus e o outro, não. Como é nossa oração? Para que serve a oração? Vamos ouvir e partilhar. Canto de Aclamação ao Evangelho: Leitor: Lc 18,9-14 3. Partilha da Palavra de Deus 1. O Documento de Trabalho do Sínodo fala de uma Igreja Profética na Amazônia. O que é uma Igreja profética? 2. Como nós gostaríamos que fosse a nossa Igreja? Como gostaríamos que fosse a participação dos católicos na Igreja? 3. O que falta pra chegar a isso? O que nós podemos fazer? 4. O Evangelho fala da oração e o jeito que cada um vive a sua fé. Qual é a verdadeira oração? Por quê? 5. A parábola de Jesus também desmascara a falsa religião, ou manipulação da religião. Por que Jesus prefere a oração do publicano e não a do fariseu?
  • 29. 29 4. Rezar com a Bíblia Animador: Irmãos e irmãs, coloquemos nossa confiança na misericórdia e no amor de Deus, e apresentemos a Ele humildemente nossas preces. Leitor 1: Por toda a Igreja na Amazônia, para que seja uma Igreja fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, servidora do Reino de Deus, solidária com os pobres da Amazônia e cuidadora dos dons da criação, rezemos ao senhor. Leitor 2: Por todas as Comunidades na Amazônia, para que sejam comunidades com rosto amazônico, acolhedoras, fraternas, missionárias e proféticas, rezemos ao Senhor. Leitor 3: Pelos missionários e missionárias, da Amazônia e do mundo inteiro, Batizados e Enviados, para que sejam sempre um sinal do amor misericordioso de Deus, que sempre caminha com seu povo, rezemos ao Senhor. Leitor 4: Pela Prelazia do Marajó, com seu bispo, seus presbíteros, missionários e missionárias, coordenadores, dirigentes, agentes de pastoral, para que sejam sempre fieis ao Batismo e aos novos caminhos inspirados pelo Espírito Santo, rezemos ao Senhor. (Preces espontâneas) Pai Nosso Canto Oração final e despedida: página 10 Observação: Para a liturgia de domingo, ver as orientações na página 04.
  • 30. 30 Para aprofundar a Palavra de Deus Lc 18,9-14: Deus ama o pecador arrependido e o perdoa O texto faz parte da viagem a Jerusalém. Contém: uma introdução do evangelista (v. 9); a parábola (vv. 10-13) e a conclusão de Jesus (v. 14). a. Jesus desmascara a falsa religião (v. 9) A parábola tem duas finalidades: por um lado, desmascara a falsa religião de alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros (v. 9); por outro lado, visa ensinar aos discípulos o autêntico relacionamento com Deus. Em Lucas (16,14) os fariseus (fariseu que significa “separados”) são chamados de “amigos do Dinheiro”. Com interesses (14,12-14), eles mantêm e defendem a religião do puro e do impuro (11,41) e o sistema de desigualdade das cidades. Os fariseus opõem-se a Jesus e sua prática favorável à partilha. b. Ninguém se justifica diante de Deus (vv. 10-13) A parábola contrapõe dois modos de ser, um fariseu e um publicano, que vão ao Templo para rezar (v. 10). Os dois buscam entrar em comunhão com Deus mediante a oração. Entre os dois há um forte contraste, seja quanto ao comportamento, seja quanto à ideia de religião e oração. Também a ideia que cada um tem de Deus é diferente. Uma é falsa, e a outra verdadeira. À primeira vista, tem-se a impressão de que o fariseu esteja certo e o publicano errado. Mas é Jesus, – que conhece o íntimo das pessoas – quem irá decidir. O fariseu não pode ser juiz do publicano. Os fariseus se consideravam justos perante Deus. Acreditavam-se autênticos e puros, melhores do que os outros. Desprezavam os que não conheciam a Lei e os que não fossem como eles. O fariseu da parábola tem consciência de não ser como o resto das pessoas, e por isso se dirige a Deus com arrogância, rezando em voz alta, de pé, enumerando suas qualidades. Passa a catalogar os pecados dos outros, que ele evita: os outros são ladrões, injustos e adúlteros. A seguir, enumera o que faz escrupulosamente: jejua duas vezes por semana. A Lei prescrevia um só jejum por ano, no dia da reconciliação. Ele é incrivelmente generoso, indo muito além do prescrito, provavelmente jejuando em reparação pelos pecados do povo. Além disso, paga o dízimo de todos os seus rendimentos, inclusive do que era isento de dízimo. Trata-se de um fariseu exemplar, íntegro em relação ao próximo e a Deus. Contudo, seu erro consiste em se julgar, por causa disso, merecedor da benevolência divina. Deus estaria sendo obrigado a reconhecê-lo justo.
  • 31. 31 O publicano é o oposto do fariseu. Sendo cobradores de impostos, os publicanos eram, e com razão, acusados de extorsão e corrupção. Eram odiados pelo povo. Eram agentes do governo imperialista e ganancioso dos romanos. Colaboradores dos opressores, via-se neles a encarnação do pecado. Havia pelo menos duas classes de cobradores de impostos: os chefes (como Zaqueu, 19,1- 10) e os subordinados. Os chefes praticavam a extorsão sobre seus comandados, e estes exploravam o povo. Os chefes eram ricos; os subordinados, remediados. Tanto os chefes, quanto os subordinados eram colaboradores dos romanos. A atitude do publicano diante de Deus choca-se frontalmente com a do fariseu. Reconhece-se pecador, não tem coragem de levantar os olhos, bate no peito e pede piedade (v. 13). c. O pecador encontra a misericórdia divina (v. 14) A conclusão de Jesus – que conhece o íntimo das pessoas – mostra que o pecador voltou para casa perdoado (justificado), e não o fariseu, que se propunha como modelo de piedade a ser imitado (v. 14). Os fariseus se julgavam os primeiros a serem recompensados por sua religiosidade e em cumprir os mínimos detalhes da Lei. E julgavam os publicanos como os excluídos, para os quais não havia esperança nem salvação. A conclusão de Jesus revoluciona essa mentalidade: o que se exalta (o fariseu) será humilhado (por Deus); o que se humilha (o publicano) será exaltado (por Deus). Como não reconhecer aqui um eco ao Magnificat, a oração de Maria? (cf. 1,52). A oração do fariseu não é autêntica pelos seguintes motivos: – Por causa do rigor na aplicação da Lei: ele crê que Deus se sinta obrigado a recompensá-lo. Mas Deus não se sente obrigado. Sua oração era exaltação das próprias qualidades, acobertava sua ganância de “amigo do Dinheiro” (16,14). – Não é autêntica porque cria classes entre as pessoas, duvidando que a oração do publicano possa cancelar o passado de injustiças. Com sua oração, além de exaltar a si próprio, cria a ideia de um deus feito à sua imagem e semelhança, incapaz de transformar totalmente a vida do pecador. – Não é autêntica porque não deixa margem para a gratuidade. Rezar é acolher o dom gratuito de Deus. Jesus veio ao mundo não por causa da bondade dos fariseus, mas porque Deus é bom (cf. Mc 10,18). Rezar não é uma troca de favores, é pôr-se na atitude de quem está disposto a entrar no mistério de Deus. - A oração do publicano é autêntica, pois nasce da sua condição de pecador. Reconhece que, se não houver um Deus misericordioso, seu caso não tem solução nem salvação. Assim ele mergulha no mistério de Deus, que não quer a morte do pecador, mas sim que se converta e viva (Ez 18,23; Lc 15,7; Jo 8,11). (Roteiros Homiláticos, Paulus).
  • 32. 32