AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
1. Sócrates, Platão e
Aristóteles
Qual a importância desses filósofos do Período Clássico?
Colégio Anísio Teixeira
Professor: Pedro Trabuco
Turma: 2º ano
Disciplina: Filosofia
2. Contexto Social
• Compreendido entre os séculos V e IV a.C., o período clássico é entendido como uma das fases
mais significativas da história grega para a civilização ocidental. Nesta época temos a existência
de várias cidades-Estado, entre as quais damos especial destaque à Esparta, Atenas e Tessália.
Essas cidades ganhavam esse nome, cidade-estado, pois cada uma delas tinha autonomia política
para criar sua própria forma de governo
• Durante o período clássico, notamos que as cidades gregas tomaram grande importância na
organização do espaço público. Era nesse espaço em que, especificamente, as negociações
aconteciam, os filósofos se encontravam com o interesse de debaterem as suas ideias e as
questões políticas eram debatidas entre os cidadãos. Mesmo tendo um sentido diferente do atual,
foi entre os gregos que a noção de democracia foi inicialmente formulada.
4. Sócrates - Século V ao IV a.C
• Sócrates (470-399 a.C.) é o grande
marco da filosofia ocidental.
Mesmo não sendo o primeiro
filósofo ele é conhecido como o
"pai da filosofia". Muito disso se
deve à sua busca incansável pelo
conhecimento e o desenvolvimento
de um método para essa busca, o
método socrático.
• Nele, a dialética socrática tinha
como objetivo questionar as
crenças habituais de seu
interlocutor para posteriormente,
assumir sua ignorância e buscar um
conhecimento verdadeiro. O
método socrático busca afastar
a doxa (opinião) e alcançar
a episteme (conhecimento)
6. Seu método de investigação é composto por
dois momentos: ironia e maiêutica
• A primeira parte do método
socrático conhecida como ironia,
vem da expressão grega que
significa "perguntar, fingindo não
saber". Esse primeiro momento do
diálogo socrático possui um caráter
negativo, pois nega as
preconcepções, os pré-julgamentos
e os pré-conceitos (preconceitos)
• A ironia era composta de perguntas
feitas ao interlocutor com o
objetivo de deixar claro que o
conhecimento que ele julgava
possuir, não passava de mera
opinião ou uma interpretação
parcial da realidade
7. Ironia
• Para Sócrates, o não conhecimento
ou a ignorância é preferível ao mau
conhecimento (conhecimento
baseado em preconceitos). Com
isso, as perguntas de Sócrates
voltavam-se para que o interlocutor
percebesse que não está seguro de
suas crenças e reconhecesse a
própria ignorância
• Sócrates, com suas perguntas,
muitas vezes incomodava seus
interlocutores e esses abandonavam
a discussão antes de prosseguir e
tentar definir o conceito.
• Os diálogos socráticos que acabam
sem se completar são chamados de
diálogos aporéticos (aporia significa
"impasse" ou "inconclusão"
9. Maiêutica
• A segunda etapa do método socrático é
conhecida como maiêutica, que significa
"parto". Nesse segundo momento, o
filósofo continua fazendo perguntas, agora
com o objetivo de que o interlocutor
chegue a uma conclusão segura sobre o
assunto e consiga definir um conceito.
• Sócrates compreendia que as ideias já estão
dentro das pessoas e são conhecidas por
sua alma eterna. Entretanto, a pergunta
correta pode fazer com que a alma se
recorde de seu conhecimento prévio
• Para o filósofo, ninguém é capaz de
ensinar alguma coisa à outra pessoa.
Somente ela mesma pode tomar
consciência, dar à luz a ideias. A reflexão é
a forma de atingir o conhecimento
10. Maiêutica
• Por isso, é importante concluir a
maiêutica. Nela, a partir da reflexão, o
sujeito parte do conhecimento mais
simples que já possui e segue em
direção a um conhecimento mais
complexo e mais perfeito
• Esse pensamento socrático serviu de
base para a "teoria da reminiscência"
desenvolvida por Platão
11. Platão (428 a.C.-347 a.C.)
• Platão foi filosofo grego,
considerado um dos principais
pensadores de sua época.
• Discípulo de Sócrates, procurava
transmitir uma profunda fé na
razão e na verdade, adotando o
lema de Sócrates "o sábio é o
virtuoso".
• Escreveu diversos diálogos
filosóficos, entre eles "A República",
obra dividida em dez volumes.
•
12. A Sociedade Ideal e a República de
Platão
• Aplicando sua filosofia, Platão
imaginou na "República", uma
sociedade ideal dividida em três classes,
levando em conta a capacidade
intelectual de cada indivíduo.
• A primeira camada, mais presa às
necessidades do corpo, seria
encarregada da produção e distribuição
de gêneros para toda a comunidade:
lavradores, artífices e comerciantes.
• A segunda classe, mais empreendedora
se dedicava à defesa: os soldados. A
classe superior, capacitada para servir-
se da razão, seria a dos intelectuais,
com poder político, assim os reis
teriam de ser escolhidos entre os
filósofos.
13. Platão e o Mito da Caverna
• Platão escreveu em forma de
diálogo, no livro VII da
"República", a história "mito da
caverna", onde relata a vida de
alguns homens que desde a infância
se encontram aprisionados em uma
caverna, com uma pequena
abertura por onde penetra a luz
• Os homens passam o tempo
olhando para uma parede de fundo.
Lá fora, nas costas dos cativos,
brilha um fogo aceso sobre uma
colina e entre ela e os presos,
passam homens carregando
pequenas estátuas. As sombras
desses passantes são projetadas no
fundo da caverna
14. Platão e o Mito da Caverna
• As vozes ouvidas são atribuídas às
próprias sombras, para eles a única
realidade. Quando um dos cativos
consegue evadir-se, percebe que tinha
vivido num mundo irreal.
• Platão usa todas essa imagens para
dizer que o mundo que percebemos
com nossos sentidos, é um mundo
ilusório e confuso, é o mundo das
sombras
• Mas esta realidade sensível não é todo
o universo. Há um reino mais elevado,
espiritual, eterno, onde está o que
existe de verdade, é o mundo das
ideias, que só a razão pode conhecer, e
que apenas os filósofos podem
perceber.
15.
16. Academia de Platão
• A “Academia de Platão” foi fundada
em Atenas pelo filósofo por volta de
385 a.C., primeiramente designada para
cultuar as Musas Gregas e o Deus
Apolo.
• Embora ele tenha fundado com
características de culto aos deuses, o
local foi considerado a primeira
universidade da história do ocidente.
• De tal modo, na Academia Platônica,
os filósofos se reuniam para discutir o
desenvolvimento da filosofia e do
pensamento de Platão, um dos pilares
mais importantes da filosofia ocidental.
• Ocorriam, assim, debates sobre os
mais diversos temas da filosofia. A
Academia de Platão durou cerca de 9
séculos e foi encerrado em 529 d.C.,
pelo imperador bizantino Justiniano I
17.
18. Períodos do Platonismo
• O Platonismo reúne as diversas
abordagens da teoria de Platão:
metafísica, retórica, ética, estética,
lógica, política, dialética e da
dualidade (corpo e alma), sendo
classifica em três períodos, a saber:
• Platonismo Antigo (século IV a.C.
até a primeira metade do século I
a.C.)
• Médio Platonismo (séculos I e II
d.C.)
• Neoplatonismo (séculos III d.C. e
VI d.c)
19. Teoria das Ideias
• Sem dúvida, a Teoria das Ideias ou
Teoria das Formas é a proposição
desenvolvida por Platão que mais
se destaca, posto que dela surgem
vários outros pensamentos
relacionados com sua filosofia.
• Para Platão, existem dois mundos,
ou seja, a realidade estava dividida
em duas partes:
• O mundo sensível (mundo
material), mediados pelas formas
autônomas que encontramos na
natureza, percebido pelos cinco
sentidos.
• O mundo das ideias (realidade
inteligível) denominado de “mundo
ideal”, ou seja, aproxima-se da ideia
de perfeição de algo.
20. Teoria das Ideias
• Assim, segundo ele a verdade suprema
e absoluta além da felicidade, somente
é possível encontrar a partir do mundo
das ideias, donde localiza-se a essência
das coisas.
• De tal maneira, o que percebemos no
mundo sensível ou material é
enganoso, ilusório e instável.
• Enquanto no mundo das ideais, atinge-
se a felicidade pelo encontro do
conhecimento supremo da realidade, o
que correspondente a ideia de bem.
• Em resumo, através do conhecimento
é possível transcender do mundo
material ao mundo das ideais e
contemplar as ideias perfeitas,
alcançando assim, a felicidade.
21.
22. Platão e a Política
• Na política Platão contribuiu com
sua maneira humanista de refletir
sobre o homem e uma sociedade
justa.
• Para ele, a Política era considerada
uma das mais nobres atividades,
posto que estava relacionada com a
pólis, ou seja, as cidades gregas e a
organização da vida dos cidadãos.
• Em sua obra “A República”, reflete
sobre a construção do bem para
todos os cidadãos, a função social
de cada um, tal qual como as
atividades básicas realizadas na
pólis.
23. Platão caracterizou as atividades essenciais da pólis
em três, as quais levavam em conta a aptidão de
cada um:
• Administração da pólis
• Defesa da cidade
• Produção de materiais e alimentos
24. Diálogos de Platão
• A maior parte da obra de Platão foi
desenvolvida através dos Diálogos,
textos em que ele desenvolve suas
ideias, filosofando sobre a natureza
e existência humana, bem como da
sociedade que o envolve.
• Dos diálogos destacam-se:
Apologia a Sócrates, O Banquete,
Górgias, Filebo, Fédon, República,
Protágoras, dentre outros.
25.
26. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.)
• Aristóteles foi um dos mais
importantes filósofos gregos e o
principal representante da terceira
fase da história da filosofia grega “a
fase sistemática”.
• Escreveu uma série de obras
que falavam sobre política, ética,
moral e outro campos de
conhecimento e foi professor de
Alexandre, o Grande (356 a.C-323
a.C.)
27. Platão e Aristóteles
• Aristóteles, muitas vezes, fez objeções
ao idealismo de seu mestre Platão.
• Para Platão existem duas categorias de
seres: o mundo sensível (aparência) x
mundo inteligível (essência). Assim,
nenhum objeto concreto conseguiria
representar a si mesmo na sua
totalidade. Somente a ideia asseguraria
o conhecimento seguro que seria
acessada pelo intelecto, pela razão.
• Por sua vez, Aristóteles afirmava que
só havia um mundo. A grande
diferença era como conhecemos este
mundo, pois captaremos através dos
sentidos e do intelecto.
• Ele cria o conceito de substância ao
afirmar que não existe a ideia de um
objeto e o dito objeto.
28. Platão e Aristóteles
• Por sua vez, Aristóteles afirmava que só
havia um mundo. A grande diferença era
como conhecemos este mundo, pois
captaremos através dos sentidos e do
intelecto.
• Por exemplo: Pense numa cadeira. Se
fizermos esta pergunta para dez pessoas,
certamente cada pessoa imaginará uma
cadeira diferente.
• Platão diria que não seria possível entender
a "cadeira" através de um objeto concreto,
pois há várias diferenças entre elas.
Somente a ideia de "cadeira" é que nos
garantiria a existência desse objeto.
• Por sua parte, Aristóteles afirmaria que era
possível superar a ideia abstrata e conhecer
a cadeira através de características como o
material, a forma, a origem e a finalidade
de um objeto.
29. Platão e Aristóteles
• O Estagirita (Aristóteles)
manifestou a opinião de que todos
os objetos da Natureza estavam em
constante movimento. Classificou,
pela primeira vez, os tipos de
movimento, reduzindo-os a três
fundamentais: nascimento,
destruição e transformação.
30. Principais ideias de Aristóteles
• A filosofia de Aristóteles abrange a
natureza de Deus (Metafísica), do
homem (Ética) e do Estado
(Política).
31. Metafísica Aristotélica
• A metafísica foi um termo utilizado
por um dos discípulos de Aristóteles,
Andrônico de Rodes, para classificar os
textos aristotélicos destinados a
estudar a relação dos seres e suas
essências, para além das relações físicas
(meta significa "para além").
• Aristóteles afirmava que a filosofia
primeira (metafísica) se ocupava da
investigação "do ser enquanto ser".
• Para Aristóteles, Deus não é o Criador,
mas o motor do universo. Deus não
pode ser resultado de alguma ação, não
pode ser escravo de amo algum.
• Ele é a fonte de toda a ação, o amo de
todos os amos, o instigador de todo o
pensamento, primeiro e último Motor
do Mundo.
32. Aristóteles trata dos seguintes princípios:
• Identidade - Uma proposição é sempre
ela mesma;
• Não contradição - Uma proposição
somente pode ser falsa ou verdadeira e não
ambas;
• Terceiro excluído - Não existe terceira
hipótese para uma proposição: apenas falsa
e verdadeira.
• Além disso, sugere as quatro causas para a
existência das coisas:
• Causa material - indica do que é feita a
coisa;
• Causa formal - indica qual a forma da
coisa;
• Causa eficiente - indica o que dá origem
à coisa;
• Causa final - indica qual a função da
coisa.
33. Eudaimonia, a felicidade ética em
Aristóteles
• Segundo Aristóteles tudo tende ao
bem, pois o bem é o fim de todas
as coisas.
• Acrescenta que há duas formas de
alcançar o bem. Uma através de
atividades práticas, onde se incluem
ética e política, outra através de
atividades produtivas, onde se
incluem artes e técnicas.
• Segundo o pensamento aristotélico,
a felicidade (eudaimonia) é o único
objetivo do homem. E se para ser
feliz, é preciso fazer o bem a
outrem, então o homem é um ser
social e, mais precisamente, um ser
político. Com efeito, cabe ao
Estado “garantir o bem-estar e a
felicidade dos seus governados”.
34. Eudaimonia, a felicidade ética
em Aristóteles
• A busca pela felicidade seria uma
finalidade natural dos seres humanos.
A felicidade é um fim em si mesma,
(ser feliz é o objetivo da própria
felicidade) os seres humanos buscam a
boa-vida, justa e feliz.
• Para isso, é necessário buscar o justo-
meio, a prudência e o conhecimento
prático capaz de conduzir o indivíduo
no caminho virtuoso para o bem
35.
36. O ser humano como animal político
• Preocupou-se com as formas de
governo, considerando legítimas
a Monarquia, a Aristocracia e
a Democracia. Escreveu um longo
tratado “A Política” onde analisou os
regimes políticos e as formas do
Estado.
• O Estagirita afirmava que a cidade
(pólis) era anterior ao indivíduo e este
só podia realizar-se através da vida em
sociedade, através da atividade política.
• Etimologicamente, a palavra política é
derivada da palavra pólis que significa
"cidade". A palavra, originalmente,
designaria a "atividade própria da
pólis".
• Para Aristóteles, os seres humanos são
seres políticos, ou melhor, são animais
políticos (zoon politikon), como definiu
37. O ser humano como animal político
• No que diz respeito ao primeiro
aspecto, a tese aristotélica da radical
sociabilidade do ser humano atesta a
insuficiência de uma vida isolada:
aquele que vive sem cidade ou é um ser
degradado (um animal) ou está acima
da humanidade (um deus),
“comparável ao homem
ignominiosamente tratado por
Homero como ‘sem família, sem lei
sem lar”
38. Frases de Aristóteles
• "Nunca existiu uma grande inteligência
sem uma veia de loucura."
• "As pessoas dividem-se entre aquelas que
poupam como se vivessem para sempre e
aquelas que gastam como se fossem morrer
amanhã."
• "O sábio nunca diz tudo o que pensa,
mas pensa sempre tudo o que diz."
• "A alegria que se tem em pensar e
aprender faz-nos pensar e aprender ainda
mais
39. Links de vídeos
• https://www.youtube.com/watch?v=
m5P4mWaQ9gc - Ironia e
• Maiêutica em Sócrates ·
https://www.youtube.com/watch?v=9
a7znBgTVZ0 - Sócrates: o que foi a
sua dialética
• https://www.youtube.com/watch?v=8
2v5ETT8L_8 - Filosofia - Introdução
a Platão
• https://www.youtube.com/watch?v=t
swloAV-BH0 - O Mito da Caverna de
PLATÃO ·
https://www.youtube.com/watch?v=P
CGBJG1pyC8 - Aristóteles ·
https://www.youtube.com/watch?v=h
Idtog2fUg4 - ARISTÓTELES:
ÉTICA ARISTOTÉLICA | QUER
QUE DESENHE?