O documento discute a vida após a morte e o processo de morrer. Aborda temas como medo da morte, luto, estágios da aceitação da morte segundo Kübler-Ross, sensações no momento da morte e após a desencarnação do espírito, incluindo o estado do espírito sem o corpo físico.
3. A confiança na existência da
vida futura não exclui as
apreensões pela transição
desta vida para a outra. Muitas
pessoas não temem
propriamente a morte, o que
temem é o momento da
transição. Sofremos ou não ao
fazer essa passagem?
4. É isso o que as inquieta e com tanto mais
razão quanto ninguém pode escapar a
esse momento. Podemos deixar de fazer
qualquer outra viagem, mas quanto a
esta, tanto os ricos como os pobres terão
de fazê-la e se ela for dolorosa, nem a
posição e nem a fortuna poderiam
suavizar a sua amargura.
Allan Kardec, no livro “O céu e o inferno” 1865 – segunda parte – Capitulo 1 – item 1
6. Morte e Morrer. Essa é
passagem da vida que
ninguém em sã consciência
deseja vivenciar, seja com
relação a si mesmo e com
relação a entes e/ou
conhecidos queridos.
7. Esse é um assunto que
muitos ignoram, receiam e
evitam falar, isso porque
ninguém quer ver a vida ter
um ponto final.
8. A morte é vista como algo
desumano, fazendo com
que muitas vezes as pessoas
se sintam impotentes diante
dela, em função que o
morrer é visto como algo
“solitário, muito mecânico e
impessoal...
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005.
9. Mas então, qual será a
real diferença ente a
morte e o morrer?
10. Talvez possamos dizer que a
morte é o fato em si, que todo
o ser humano inevitavelmente
irá passar. Em contrapartida, o
morrer pode ser visto como o
processo em que uma pessoa
passa até chegar à morte.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
11. 1º Negação e Isolamento:
Ao paciente tomar conhecimento
de seu estado de saúde,
dependendo da tamanha
gravidade, a pessoa ativa um
mecanismo de defesa chamado
negação. Que seria a não
aceitação e a rejeição pela
enfermidade em que se encontra.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
12. 2º Raiva:
Kübler-Ross diz que quando não é
mais possível manter firme o primeiro
estágio de negação, ele é
substituído por sentimentos de raiva,
de revolta, de inveja e de
ressentimentos. Mas porque de tudo
isso? ( interrompeu sua vida, sonhos,
e tudo mais).
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
13. 3º Barganha: O paciente utiliza a
forma de barganha como uma
maneira de prolongar a vida. O
sujeito propõe uma “troca” ou tenta
fazer “negócios” como uma forma
de garantir um tempo a mais aqui;
geralmente essa barganha ocorre
principalmente com Deus, e
também com algumas pessoas ao
redor, incluindo os médicos.
14. KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
4º Depressão: A depressão
ocorre quando o paciente não
pode mais negar sua doença, e
com isso ele se submete a vivenciar
aquilo que a hospitalização exige
(como à cirurgias), onde
consequentemente dá inicio a um
sentimento de enorme perda.
15. KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
5º Aceitação: Esse é o estágio
onde o paciente aceita o seu
destino: a morte. É o momento onde
literalmente o paciente para de lutar
e resistir contra a morte (e/ou a
doença terminal), começando a ter
o desejo de “repousar em paz”.
18. E, quando isto que é corruptível
se revestir da incorruptibilidade,
e isto que é mortal se revestir
da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que
está escrita: Tragada foi a
morte na vitória.
1 Coríntios 15:55
19. Toda morte é um parto, um
renascimento; é a
manifestação de uma vida
até aí latente em nós, vida
invisível da Terra, que vai
reunir-se à vida invisível do
Espaço.”
(DENIS, Léon in “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”
21. O medo de morrer é um medo natural,
espontâneo e necessário. Ele vem do
nosso instinto de conservação que serve
para a preservação da nossa vida.
Quando este medo torna-se exagerado,
passa a ser um medo patológico, fóbico
que merece tratamento especializado.
Portanto, o medo de morrer é
necessário, bom e útil dentro de um
limite equilibrado.
22. Já o medo da morte é inadequado. É
um medo quase sempre aprendido
dentro da cultura onde vivemos.
As pessoas não gostam de falar sobre a
morte. A morte é um tabu. Quantas
vezes ouvimos alguém dizer: “Tanta
coisa para se falar, vamos falar
justamente de morte? Vira esta boca
pra lá?” Dr. Franklin Santana Santos – A arte de morrer – Visões plurais.
25. “Para libertar-se do temor da morte é
mister poder encará-la sob o seu
verdadeiro aspecto. Isto é, ter
penetrado pelo pensamento no mundo
espiritual, fazendo dele uma ideia tão
exata quanto possível.”
(Allan Kardec)
27. A primeira grande dor da humanidade
é a perda de um filho; a perda de uma
pessoa muito querida.
A segunda, é a dor da traição. Depois
vêm as outras: cólica de rim, parto,
infarto, etc.
Observe que as duas primeiras são as
dores da alma.
28. Dói muito quando alguém parte porque
estabelecer um vínculo afetivo; ter um
relacionamento feliz; amar e ser amado
é a melhor coisa da vida. Amor de
esposa, de marido, de filho, de mãe e
de pai, de irmão e de amigo, de vizinho,
de avô e de neto, de tio e de sobrinho...
Até amor de cachorro, de gatinho e de
passarinho... Como é bom!
29.
E, quando esta criatura amada não
pode ser mais tocada, não pode ser
mais olhada, nunca, nunca mais... Isso
dói. E é essa ideia do “nunca mais” é
que faz sofrer.
O “nunca mais” gera a tristeza, o vazio,
o sentimento de perda.
Dr. Franklin Santana Santos – A arte de morrer – Visões plurais.
30. COMO PODEMOS LIDAR COM O
VAZIO, COM O LUTO QUE ALGUÉM
DEIXA QUANDO VAI EMBORA?
31. o luto é necessário como um processo
de elaboração diante da perda de
uma pessoa com quem vínculos foram
estabelecidos. No luto o ser humano
reorganiza-se, reestrutura-se
internamente. O luto não restringe-se
apenas à morte. Em outras situações de
perda também surge, como
separações, doenças. Varia o tempo de
luto para as pessoas. Pode durar dias,
semanas, meses e anos a fio...
32. Atualmente, existe um outro paradigma
do luto. Ao invés da ideia de
encerramento e conclusão, é saudável
manter os vínculos em continuidade.
Surge a possibilidade de manter a
presença na ausência, reinvestindo o
sentimento em atividades e
relacionamentos. Não se fala mais em
esquecimento dos que partem, e, sim em
ressignificação da vida.
Dra.Maria Júlia Kovacs (Phd, psicóloga e prof. da USP-SP)
41. A alma após a morte, conserva a
sua individualidade? LE Q. 150
Sim, jamais a perde. Que seria ela,
se não a conservasse?
42. Como comprova a alma sua
individualidade, uma vez que não tem
mais o corpo material? LE Q. 150-A
Continua a ter um fluido que lhe é próprio,
haurido na atmosfera do seu planeta, e que
guarda a aparência de sua última
encarnação: seu perispírito.
43. O perispírito é o envoltório físico
da alma, da qual não se separa
nem antes nem depois da morte,
e com a qual se pode dizer que
forma um todo. Porque não se
pode conceber um sem a outra.
44. Durante a vida o fluido
perispiritual impregna todo o
corpo, servindo de veículo das
sensações físicas para a alma. É
também por esse intermediário
que a alma age sobre o corpo e
dirige os seus movimentos.
47. O estado moral da alma é a causa
principal que determina a maior ou
menor facilidade de desprendimento.
48. A afinidade entre o corpo e o perispírito
decorre do apego do Espírito à matéria.
Chega ao máximo no homem que
concentra todas as suas preocupações
na vida e nos prazeres materiais que ela
oferece..
49. É quase nula naquele cuja alma
purificada se identifica por antecipação
com a vida espiritual.
50. Como a lentidão e a dificuldade da
separação resultam do grau de
depuração e desmaterialização da
alma, depende de cada um tornar mais
fácil ou mais penoso, agradável ou
doloroso o momento de sua passagem.
53. Haverá lugares determinados
no universo destinados às
penalidades e aos prazeres
dos Espíritos, conforme seus
méritos?
LE Q. 1012
54. Já respondemos a essa questão.
As penalidades e os prazeres são
inerentes ao grau de perfeição dos
Espíritos; cada um tira de si mesmo o
princípio de sua própria felicidade ou
infelicidade; e como estão por toda
parte, nenhum lugar localizado nem
fechado está destinado a um ou a
outro...
56. (...) as sensações que precedem e
se seguem à morte são
infinitamente variadas e
dependentes sobretudo do
caráter, dos méritos, da elevação
moral do Espírito que abandona a
Terra. (...)
Livro: Depois da Morte (Léon Denis) – Capítulo XXX
57. Depois de deixar o corpo, a alma
passa algum tempo em estado de
perturbação, cujo grau de duração
depende da elevação de cada um.
Muito variável é o tempo que dura
essa perturbação. Pode ser de
algumas horas, como também de
muitos meses e até de muitos anos.
58. As pessoas que, desde quando ainda
viviam na Terra, se identificaram com o
estado futuro que as aguardava, são
aquelas para quem menos longa a
perturbação se manifestará, porque
compreendem a posição em que se
encontram.
59. Quanto à inteligência:
De volta ao mundo dos Espíritos, conserva a
alma as percepções que tinha na Terra, além
de outras de que aí não dispunha, porque o
corpo as obscurecia. A inteligência é um
atributo que tanto mais livremente se
manifesta o Espírito, quanto menos entraves
tenha que vencer.
60. Quanto à evolução:
Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto
mais sabem. Se são Espíritos superiores,
sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais
ou menos ignorantes acerca de tudo.
61. Quanto ao tempo:
Os Espíritos vivem fora do tempo como o
compreendemos.
A duração de tempo para eles deixa, por assim
dizer, de existir. Os séculos, para nós tão
longos, não passam, aos olhos deles, de
instantes que se movem na eternidade.
62. Quanto às suas capacidades:
Os Espíritos elevados veem e ouvem
unicamente o que querem, enquanto que os
imperfeitos muitas vezes ouvem e veem,
mesmo contra sua vontade, o que lhes possa
ser útil ao aperfeiçoamento.
63. Quanto ao descanso:
Não podem sentir a fadiga como a entendemos, não
precisando de descanso corporal, pois não possuem
órgãos cujas forças devam ser reparadas. O Espírito,
entretanto, repousa, no sentido de não estar em
constante atividade. Ele não atua materialmente, sua
ação é toda intelectual e, inteiramente moral é o seu
repouso. Quer isto dizer que momentos há em que o
seu pensamento deixa de ser tão ativo quanto de
ordinário e não se fixa em qualquer objeto
determinado.
64. Quanto aos sofrimentos:
Os Espíritos os conhecem, porque sofreram, não os
experimentam, porém, materialmente, por faltar-lhes
o corpo físico. Quando um Espírito diz que sofre, a
natureza de seu sofrimento são as angústias morais
que os torturam mais dolorosamente do que todos os
sofrimentos físicos. As queixas de frio e fome são
reminiscências do que padeceram durante a vida,
reminiscências não raro tão aflitivas quanto a
realidade.
67.
Apesar da diversidade de gêneros e graus
de sofrimento dos Espíritos imperfeitos,
o código penal da vida futura pode se
resumir nestes três princípios:
69. 2º Toda imperfeição, e toda a falta que
dela decorre, trazem o seu próprio
castigo nas suas consequências naturais
e inevitáveis, como a doença decorre
dos excessos, o tédio da ociosidade,
sem que haja necessidade de uma
condenação especial para cada falta e
cada indivíduo.
70. 3º Todo homem podendo
corrigir as suas imperfeições
pela sua própria vontade, pode
poupar-se os males que delas
decorrem e assegurar a sua
felicidade futura.
71. Essa é a lei da justiça divina:
a cada um segundo as
suas obras, tanto no céu
como na Terra.
Código penal da vida futura - (Kardec – O Céu e
o Inferno)
75. Como não sabemos, quando, onde e
como será o dia da nossa partida o
ideal é estarmos sempre preparados,
aproveitando integralmente o tempo
que nos resta, oferecendo o melhor
de cada um de nós em favor da
edificação humana.
Não deixar para amanhã o que se tem
que realizar hoje.
76. Como não sabemos, quando, onde e
como será o dia da nossa partida o
ideal é estarmos sempre preparados,
aproveitando integralmente o tempo
que nos resta, oferecendo o melhor
de cada um de nós em favor da
edificação humana.
Não deixar para amanhã o que se tem
que realizar hoje.
77. Quando perguntam aos pacientes que estão
partindo:
“O que você faria se tivesse mais um tempo
de vida?”
A maioria nunca menciona que adquiriria
mais isso ou mais aquilo. Dizem:
78. “Eu amaria mais a minha esposa. Seria mais
amigo e fiel companheiro.”
“Eu diria mais aos meus filhos que eu os amo
muito; que eles são a maior alegria de minha
vida.”
“Eu aproveitaria mais os meus amigos e
familiares ofertando-lhes muito mais amor e
gratidão do que ofereci.”
79. Eu procuraria somente cultivar afetos em meus
relacionamentos. Caso tivesse apenas um
desafeto, eu o procuraria para pedir-lhe
perdão e transformá-lo em amigo.”
“Eu cuidaria melhor de mim e ajudaria mais as
pessoas.”
“Teria mais contato com a natureza.”
80. “No fim da vida aprendi que a
maior realização é amar,
respeitar, ajudar,
compartilhar o melhor de
mim com as Pessoas.”
E nós temos este tempo ainda!
81. Bibliografia!
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Céu e o Inferno - Allan Kardec
Depois da Morte (Léon Denis) – Capítulo XXX
O problema do ser do destino e da dor (Léon Denis).
A Arte de Morrer – Visões Plurais – Volume 1 (Organizadores: Dora
Incontri e Franklin Santana Santos). Editora Comenius.
A Arte de Morrer – Visões Plurais – Volume 2 (Organizador: Franklin
Santana Santos). Editora Comenius.
Sobre a Morte e o Morrer – Elisabeth Kübler-Ross – Editora Martins
Fontes
Quem Tem Medo da Morte? – Richard Simonetti – Editora Ceac
Muitas mães que perderam seus filhos em tenra idade trabalham hoje como voluntárias em instituições sociais, ONGs, ou até mesmo, em atitudes próprias, fazem uma sopa bem suculenta e distribuem às crianças em necessidade, oferecendo-lhes igualmente o afeto, a atenção, o carinho. Conta uma delas: “É como se eu estivesse junto dele abastecendo-me também de amor. Este é um dos meios que encontrei para matar a saudade. Eu ofereço um pouquinho de mim e recebo um montão deles. Sempre que estou junto deles lembro-me com alegria de meu filho querido, sentindo-me mais aliviada e feliz.”