IMUNIDADE E
CONTROLO DE DOENÇAS
Sistema Imunitário
Biologia 12º ano
2008/2009
Prof. Leonor Martins
Causas de morte
Em 2000, dos 51
milhões de mortes
por doença
registadas pela
Organização Mundial
de Saúde, 17,8
milhões são devidas Conhecem-se, actualmente, cerca de
a infecções, ou seja, 1415 agentes biológicos patogénicos
35%, sem considerar que ameaçam o organismo humano.
1,1 milhões de Entre eles, cerca de 220 são vírus,
mortes devidas a 540 bactérias, 310 fungos, 70
cancros causados protozoários e 290 nematelmintes
por infecções. (vermes).
Vírus - morfologia
- Material genético: ácido nucleico – DNA (ácido
desoxirribonucleico) ou RNA (ácido ribonucleico) – onde
estão inscritas as informações para a produção de novos
vírus;
- Cápside: cápsula proteica que protege o ácido nucleico
viral e que se combina quimicamente com as substâncias
presentes nas células.
Tipos de vírus
Em geral um tipo de vírus ataca apenas um ou poucos
tipos de células, pois só consegue infectar uma célula que
possua na membrana substâncias às quais se possa ligar.
Bacteriófagos
Vírus que se reproduzem no interior de bactérias
aderem à sua parede celular, por meio de
certas proteínas que estão presentes na sua cauda
(só o DNA viral penetra).
Ciclo Reprodutivo de um
Vírus da Gripe:
1. Fixação do vírus à membrana
da célula.
2-3. Envolvimento do vírus.
4. Libertação das 8 moléculas de
RNA, do genoma viral.
5. Síntese do RNA viral.
6. Duplicação do RNA viral.
7. Síntese de proteínas virais.
8. Incorporação de proteínas virais
na membrana celular.
9. Ligação de proteínas ao RNA
viral.
pág. 186 10. Eliminação dos vírus.
Bactérias - morfologia
São procariontes.
O DNA forma uma molécula principal, geralmente
circular, sem invólucro nuclear (nucleóide). Podem
existir pequenos anéis de DNA com genes acessórios
(plasmídeos).
Não possuem organelos membranares mas possuem
ribossomas e todas e todas as estruturas necessárias às
biossínteses e às transformações energéticas.
Bactérias - reprodução
As bactérias multiplicam-se por bipartição, cissiparidade
ou divisão binária, após a duplicação do DNA.
Bipartição:
A – o DNA replica-se;
B – a célula sofre um
estrangulamento na região
mediana;
C – divide-se em duas células
As bactérias têm uma grande superfície em relação ao
volume o que lhes permite multiplicarem-se
rapidamente, pois obtêm facilmente os alimentos
que se encontram no meio.
Sistema imunitário
O nosso meio é povoado por uma multidão de
micróbios, bactérias, fungos e vírus, muitos dos quais são
patogénicos.
Cada ser humano está sujeito, a todo o momento, a
ser infectado por esses microrganismos. E aí o
sistema imunitário intervém, obrigando a que se
desencadeiem mecanismos para combater essa
infecção.
Defesa do organismo
A individualidade biológica é definida pela
presença na superfície das células de macromoléculas
– glicoproteínas – que são diferentes das
macromoléculas das células dos indivíduos de outra
espécie, de outro indivíduo da própria espécie
e, por vezes, mesmo de outras células do mesmo
indivíduo que experimentaram mutações.
Estes marcadores são codificados
por um conjunto de genes ligados
que se encontram no
cromossoma 6 e constituem
o complexo maior de
histocompatibilidade (MHC)
Complexo maior de
Histocompatibilidade (MHC)
Nos seres humanos, o complexo maior de
histocompatibilidade é, também, designado
complexo HLA (do inglês Human Leucocyte
Antigen).
Os genes do MHC são polimórficos,
existindo mais de 40 alelos para cada locus.
Assim se compreende que o conjunto de
proteínas presente nas células de cada
indivíduo seja único (exceptuando os
gémeos homozigóticos).
Os antigénios codificados pelo MHC estão
agrupados em três classes.
Locus do MHC no cromossoma 6
Cromosoma 6
MHC locus
Set of chormosomes visualized by
chromosome painting
Classes das Moléculas MHC
Classe I – glicoproteínas expressas na
superfície de todas as células nucleadas,
apresentação de peptídeos antigénicos ao
Linf T citolítico (CD8);
Classe II – glicoproteínas expressas nas
APC’s (macrófagos, células dendríticas e Linf
B), apresentação de Ags aos Linf T helper
(CD4);
Classe III – proteínas com função imune,
incluindo componentes do sistema
complemento e moléculas envolvidas na
inflamação.
Órgãos do Sistema imunitário
Órgãos linfóides primários
› Local de formação das células imunitárias
- timo
- medula óssea
Órgãos linfóides secundários
› Local de circulação e armazenamento das
células imunitárias.
- baço
- gânglios linfáticos
- amígdalas
- tecido linfático
Células imunitárias
› Células efectoras
- leucócitos
- macrófagos
- plasmócitos pág. 189
Papel do sistema linfático na
homeostasia dos fluidos
O fluido do plasma
sanguíneo que não é
reabsorvido pelos vasos
sanguíneos drena para
os vasos linfáticos.
A drenagem linfática
impede a acumulação
do líquido intersticial e
retira algumas
substâncias
Leucócitos
• São células circulantes no sangue, na linfa intersticial ou
ainda na linfa circulante.
• Têm capacidade de se deformar e penetrar entre as
células da parede dos vasos capilares, atravessando-a.
(diapedese)
• Apresentam à superfície da membrana glicoproteínas
específicas que funcionam como receptores.
Tipos de Leucócitos - Neutrófilos
São granulócitos com o núcleo
polilobado e constituem 60 a 70%
de todos os leucócitos.
Circulam no sangue e o seu tempo
de vida é de apenas algumas horas
ou dias.
Realizam fagocitose são os
primeiros a chegar aos tecidos
infectados, atraídos por quimitaxia.
Fagocitose:
A acção desempenhada pelos fagócitos. Células que têm
capacidade de prolongar porções celulares -
pseudópodes - com o objectivo de englobar partículas
estranhas.
Tipos de Leucócitos - Basófilos
São granulócitos com o
núcleo volumoso de forma
irregular, que constituem menos
de 2% de todos os leucócitos.
Quando activados libertam
substâncias, como a histamina,
que produzem uma resposta
inflamatória
Tipos de Leucócitos - Eosinófilos
São granulócitos com o
núcleo bilobado e constituem
cerca de 2% de todos os
leucócitos.
Têm actividade fagocitária
limitada, particularmente dirigida
a parasitas.
Reduzem a reacção
inflamatória, pela produção de
enzimas que degradam as
substâncias químicas produzidas
pelos basófilos.
Tipos de Leucócitos - Linfócitos
Agranulócitos com o núcleo
esférico e volumoso, que
constituem menos de 30% de
todos os leucócitos.
Os linfócitos B, quando
activados diferenciam-se em
plasmócitos, que produzem
anticorpos, e em células
memória.
Os linfócitos T contribuem
para a activação dos
linfócitos B e destroem
células infectadas por vírus e
células cancerosas.
Tipos de Leucócitos - Monócitos
Agranulócitos de pequenas
dimensões com o núcleo em
forma de ferradura, que
constituem cerca de 5% de
todos os leucócitos.
Circulam no sangue durante
poucas horas e depois migram
para os tecidos, aumentando de
tamanho e transformam-se
em macrófagos.
Os macrófagos são células de
grandes dimensões, que vivem
muito tempo e são muito
eficientes na fagocitose
Tipos de Leucócitos - Macrófago
Célula grande fagocitária que ingere bactérias
e restos celulares, sendo também responsável pela
destruição das hemácias velhas.
da pág. 195
Mecanismos de defesa
Consulte o mapa de conceitos da pág. 189
relativos a alguns processos de defesa e
responda às seguintes questões:
1 – Documente, com exemplos que a pele e as mucosas
internas representam barreiras de defesa ao
organismo.
2 – Em que medida as secreções estomacais
contribuem para a eliminação de agentes externos
agressivos?
3 – Justifique o designação de “mecanismos de defesa
não específica” aplicada a alguns processos de defesa.
4 – Que lhe sugere a expressão “mecanismos de
defesa específica”?
Defesa não específica
A imunidade inata é composta por todos os
processos envolvidos nos mecanismos que defendem o
organismo de forma não específica contra um invasor.
Estes mecanismos desempenham uma acção geral
contra corpos estranhos, independentemente da sua
natureza, ou impedindo a sua entrada no organismo ou
destruindo-os quando penetram no mesmo.
A resposta do organismo é sempre a mesma qualquer
que seja o invasor e o número de invasões, isto é, não
se verifica especificidade, nem memória.
Defesa não específica
Barreiras anatómicas e secreções
Previnem a entrada de agentes estranhos ao organismo.
A pele e as mucosas, quando intactas, não
permitem a entrada de agentes patogénicos.
As secreções das glândulas sebáceas e sudoríferas
inibem o desenvolvimento da maior parte das
bactérias.
A lisozima, presente nas lágrimas e na saliva, o ácido
clorídrico produzido no estômago e o muco do
revestimento ciliado das vias respiratórias destroem
os microrganismos e/ou expulsam-nos do
organismo.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
A reacção inflamatória é uma sequência complexa de
acontecimentos que ocorre quando agentes
patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras
físicas de defesa do organismo.
Envolvem mediadores químicos e fagócitos. pág. 196
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Libertação de
histaminas e outros
mediadores químicos, por
células lesionadas,
mastócitos e basófilos,
no tecido contaminado
por agentes patogénicos.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Vasodilatação e aumento da
permeabilidade dos capilares
sanguíneos da zona atingida.
Como consequência, aumenta o
fluxo sanguíneo no local e uma
maior quantidade de fluído
intersticial passa para os tecidos
envolventes. A zona atingida
manifesta rubor, calor e edema.
A dor que acompanha a reacção
inflamatória é causada pela acção
de substâncias químicas nas
terminações nervosas locais e pela
distensão dos tecidos.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Os neutrófilos e os monócitos
são atraídos por quimiotaxia,
deixam os vasos sanguíneos por
diapedese e dirigem-se aos
tecidos infectados.
Os neutrófilos são os
primeiros a chegar e começam a
realizar a fagocitose dos
agentes patogénicos.
Chegam a seguir os monócitos,
que se diferenciam em
macrófagos.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Quimiotaxia
Migração de células
imunitárias (como os
neutrófilos) atraídas por
sinais químicos libertados
pelas células lesionadas.
Diapedese
Migração de leucócitos dos
capilares sanguíneos para os
tecidos, através dos poros
existentes entre as células das
paredes dos capilares.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Os macrófagos fagocitam os
agentes patogénicos e os seus
produtos, os neutrófilos
destruídos no processo e as
células danificadas.
O pús que se acumula no local
da infecção é formado por
microrganismos e fagócitos
mortos e por proteínas e fluído
que saíram dos vasos
sanguíneos.
O pús é absorvido e, ao fim de
alguns dias, verifica-se a
cicatrização dos tecidos.
Defesa não específica
Sistema de complemento
O sistema complemento é
constituído por uma série de
proteínas (cerca de 20) que
circulam normalmente no plasma
sanguíneo em estado inactivo
(10% das proteínas plasmáticas).
A activação da primeira produz uma
série de reacções em cadeia, em
que cada proteína activa a outra,
numa sequência pré-determinada.
Defesa não específica
Sistema de complemento
pág. 199
As proteínas complemento uma vez activadas podem
fixar-se na membrana da bactéria invasora, abrindo
poros nessas membranas.
As actividades do complemento
Algumas proteínas do sistema complemento activadas aumentam
a vasodilatação e a permeabilidade do capilares e facilitam a
fagocitose.