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M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
M E N T E A T I V A
SOS
Cada vez que vejo algo muito batido e
pouco debatido, a desconfiança me
visita. Muitas frases nas redes sociais
reforçando a benesse de estar só,
desistir nas diferenças e de descartar
quem "não vale a pena". Tanta elegia à
solidão, em meio a um isolamento
social parcial, cai bem no Brasil
polarizado.
Uns tomam cloroquina e outros,
vacina. E cada um, na sua, querendo
distância do outro. Não é só o
presidente que foge do debate! Ao
menor sinal de discórdia, a resposta é
o pisão, lacrar a fresta de diálogo ou
a janta canibal do fracasso. Se não sei
lidar, eu cancelo. Lá, no limbo, o
contraste não incomoda.
Solitude é incrível. Conheço gente que
não vai ao cinema só e eu chocava
conhecidos por não dissimular a falta
de companhia. Agora, que os cinemas
nem abrem, um radialista assumiu:
não sei se quero voltar ao cinema e
ouvir barulho de pipoca e conversa.
Ficar em casa, à salvo do vírus e de
pessoas, parece um bom negócio.
Ju Lopse
lopselazuli
EDITORIAL
E, seguimos na facilidade da solidão
que não suporta o diverso. Quando eu
me vi, tão só, no meio de conhecidos,
só pensava: que o diverso não me seja
ameaça. O diferente não é rival a sua
integridade mental. Precisamos da
solidão e da social. Que nunca uma
seja escolha por não saber lidar com a
outra.
Rosemar Silva -Edição
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
Aumentei o volume do aúdio me
aproximei da tela e, quando o vídeo
terminou, eu me senti estranha,
estrangeira, pois não me foi possível
compreender uma única palavra do que
ele acabara de falar, em guarani. Senti
um nó na garganta, uma tristeza
envergonhada, porque lembrei da
história de meu amigo.
Tive oportunidade de visitar aldeias
Mbyá-guarani e Caingangues, no Rio
Grande do Sul, e dos Pataxós, na Bahia,
há pouquíssimo tempo, ainda como aluna
em curso de pedagogia, estudando sobre
o seus direitos em manter sua própria
cultura, sua integridade física e mental,
suas terras.
Fomos recebidos com respeito e
gentileza, pode-se ver como são
acolhedores. Compartilham outra forma
de se relacionar entre si e nas trocas
com o meio ambiente. Entendi que para
nos afirmarmos como cidadãos
brasileiros é preciso que busquemos nos
aproximar do entendimento da realidade
dos povos originários que foram
escravizados aqui e ainda “pintados”
como fracos e exóticos.
Minha mãe, Ledy, mantinha um singelo
congá, palavra bantu, que é um altar
sagrado da umbanda. Nele, havia figuras
de indígenas, que chamávamos de
“caboclos”, ao lado dos pretos velhos,
das mães, e de representantes de outras
etnias. Todos vinham em seu socorro,
com suas sabedorias, nos momentos de
aflição.
LETRAMENTO
Mariana Delphino -Artista Visual
Sendo mais do que aprender a ler e
escrever, desenvolver letramento social é
uma das mais importantes funções da
educação. Envolve aprender a reconhecer e
nomear práticas sociais e de linguagem. Ou
seja, fazer o sujeito ser capaz de ler o
mundo.
No Brasil, esse processo deve ser, em
grande parte, da desconstrução de ‘fatos
históricos” ensinados por quem queria
impedir a visão crítica.
No nosso país, os povos indígenas,
originários da terra, receberam filhos de
outras terras, imigrantes, como visitantes,
mas que acabaram impondo seu plano de
dominação, lançando mão da escravidão
para aumentar o lucro.
Conheci, há algum tempo, um jovem
senegalês que me dizia que na infância
aprendera a língua paterna e a materna
com as quais se comunicava em família, uma
terceira língua comum nas ruas e o francês,
para frequentar a escola, fiquei encantada
imaginando como seria falar várias línguas
vivendo em um mesmo país.
Outro dia, estava assistindo um vídeo em
que um homem indígena falava sobre a
pandemia, ao menos era o que dizia de
descrição do vídeo. E eu, muito curiosa, me
preparei para ouvir o que ele tinha a dizer
sobre o tema. Ele falou, em alto e bom som,
ao ar livre e em um lugar com muito verde,
ensolarado.
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
Brasil
Terra mãe dos povos
Indígenas que aqui viviam
Na terra rica e dadivosa
com sua organização e cultura Cantada
em versos e prosa.
Como hóspedes recebeu
Filhos da outras terras
Que para cá vieram imigrantes
E se fizeram dominantes
Supondo maior
sabedoria e bravura.
Neste jogo de poder em que
Se desvaloriza o Ser pelo ter,
lança mão da escravidão.
Para aumentar o quinhão.
Mas na Constituição promulgada,
Sob o poder de Deus anunciada. Somos
todos irmãos.
Que em honra a está Mãe
Sejamos Filhos Gentis.
AROEIRA - CARTUNISTA
M E N T E A T I V A
ARTE E REFLEXÃO
MARIANA DELPHINO
02 de abril - Paixão de Cristo
dia Mundial do Livro Infantil
dia do Autismo
04 de abril - Páscoa
07 de abril - dia de Combate a
hipertensão e tabagismo
13 de abril - dia do Jovem
16 de abril - dia da Voz
19 de abril - dia do Indígena
21 de abril - dia de Tiradentes
22 de abril - da Terra
Descobrimento do Brasil
FOTOGRÁFIA - MARIANA PIMENTAS
M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
O menino Henry Borel não queria ir
para a casa da mãe e do padrasto.
Chegou a vomitar. Ele também disse
que o “tio” tinha o abraçado apertado
demais.
Isabela Nardoni também não queria ir
para a casa do pai e da madrasta.
Bernardo Boldrini chegou a pedir
ajuda no Fórum, queria trocar de
família.
Quantos Henrys, Isabelas e Bernardos
perderão a vida ainda até que nós, os
adultos, realmente saibamos abrir
nossos ouvidos e nossos corações?
Temos o costume de minimizar as
queixas infantis. Tratamos como birra
ou teimosia. Como se crianças não
tivessem direito de reclamar de nada.
E os pequenos nem sempre sabem
expressar seus medos e desconfortos.
Febres, vômitos, comportamento
arredio, agressividade, muitas vezes
são mensagens que as crianças não
conseguem expressar em palavras. E
quando falam, é com o repertório
ainda simples que possuem. Cabe a
nós, adultos, traduzir coisas como o
“abraço apertado demais”.
Mas geralmente achamos que a
criança está exagerando.
E, muitas vezes, não queremos “nos
meter”, porque filho é da mãe e do
pai… “Mãe sabe o que faz”.
Esquecemos que mães e pais também
são pessoas com todos os seus
defeitos, e ninguém se torna perfeito
só porque teve um filho.
Além disso, tem muita gente que não
possui nenhuma aptidão para a
maternidade ou paternidade.
Precisamos aceitar que nem toda
mulher nasceu pra ser mãe! E que
nem toda mãe é boa. Existem
mulheres que não amam seus filhos,
que veem nos pequenos um estorvo,
um incômodo. E ligação sanguínea
não garante afeto.
Gosto muito de um provérbio
africano que diz que “é preciso uma
aldeia inteira para educar uma
criança.” Acredito que a
responsabilidade pelos pequenos é de
todos que os cercam. Qualquer um
pode dar afeto e também cuidado.
Além de apoio às mães de verdade,
quase sempre sobrecarregadas em
duplas ou triplas jornadas.
Entendo o receio que algumas
pessoas têm de serem mal
interpretadas caso tentem
interferir. Mas esse medo não pode
ser maior do que o instinto de
proteger uma criança em situação de
risco.
Esse mundo não pode ser bom
enquanto os pequenos não forem
ouvidos e protegidos. Se nos
tornamos “gente grande”, é porque
alguém cuidou de nós. Henry, Isabela,
Bernardo e tantos outros não
tiveram chance de crescer. Façamos
nossa parte para que outras
crianças não tenham a vida
interrompida nas mãos de quem
deveria cuidar delas.
VAMOS PRESTAR ATENÇÃO
NAS CRIANÇAS!
Jeane Bordignon voos.e.palavras
M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
A presença militar não é novidade na história
do nosso país. Inicia-se com a implantação da
república, pelas mãos dos militares. Passados
alguns anos, houve a instauração de uma
ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985).
Civil-militar, porque teve amplo apoio da
sociedade civil.
O golpe foi instaurado em 1964, com uma
promessa de desenvolvimento econômico, no
tocante à indústria teve um crescimento
acelerado, mas sem benefício para a
população, em especial, a classe
trabalhadora. Sabe-se que foram anos de
muita violência para quem era contra o
regime. A outra parte da população sequer
sabia ou mesmo entendia o que estava
ocorrendo.
Mas afinal, como a ditadura militar impactou
a vida dos negros e negras brasileiros?
Impactou através de censura, controle da
informação, perseguições, prisões e tortura,
desarticulação do ativismo e organizações
negras. Segundo a nossa saudosa Lélia
Gonzalez (1935-1994), houve um verdadeiro
silenciamento, a ferro e fogo, dos setores
populares e de sua representação política.
Para exemplificar, temos o censo de 1970
feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), que gerou a
supressão da pergunta sobre raça/cor no
censo daquele ano, gerando impacto no
pertecimento racial, na produção acadêmica,
na luta antirracista impedindo análises e
denúncias sobre as desigualdades raciais
brasileiras.
O discurso vigente era da democracia
racial, ou seja: brancos, negros e
indígenas habitavam de forma pacífica
neste país. Aliás, em alguns setores da
sociedade, esse discurso ainda é
mantido. O Movimento Negro foi taxado
de impatriota, racista e imitador dos
ativistas estadunidenses. Visto que,
nesse período, os negros e negras
estadunidenses lutavam pelos direitos
civis, criando (em 1967) o Partido dos
Panteras Negras.
Para a população negra, os "anos de
chumbo" corroboraram ainda mais para
o apagamento e sileciamento de sua
história, negras e negros que lutaram
contra o regime sequer aparecem nos
registros oficiais. Provavelmente, não
foram lidos como corpos combativos
contra o regime, e sim como
vagabundos e desordeiros. Segundo a
Comissão da Verdade de São Paulo
quarenta e um lideres negros morreram
ou desapareceram durante o regime
militar.
Os "anos de chumbo" foram danosos
para a nossa sociedade. A luta
ideológica se sobrepôs às lutas
identitárias, pautas essas que seriam
importantes de serem debatidas
naquele contexto, gerando
desencontros que prejudicam essa
parcela da sociedade.
AFINAL, COMO A DITADURA MILITAR IMPACTOU A VIDA DOS
NEGROS E NEGRAS BRASILEIROS?
Grasiela Rodrigues -Profe de História
https://revistaraca.com.br/o-negro-na-ditadura-militar/
M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
JEANE
BORDIGNON
Jornalista e escritora, natural de
Porto Alegre (RS). Lançou em 2014
o livro Brado Carmesim, de poesia,
e participou de diversos fanzines e
coletâneas.
Segue publicando seus poemas na
página
facebook.com/voos.e.palavras.
Também faz parte do coletivo Nós,
as poetas (www.nosaspoetas.com )
e assina uma coluna no site
Seguinte:
(http://www.seguinte.inf.br/noticias
/colunas_1126/ ).
APRESENTAÇÃO
DAS COLUNISTAS
M E N T E A T I V A
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
O princípio da ascensão da direita no Brasil
priorizou as elites abastadas, concretizando cortes
de verba para a educação, além de ameaçar as
políticas públicas na área da saúde e esmagar a
classe trabalhadora com a reforma trabalhista.
Nesse contexto, as mídias desempenharam um
papel determinante, tanto na orientação da opinião
pública, como na defesa de uma ideologia
conservadora e preconceituosa.
“Bandido bom é bandido morto”, “Brasil acima de
tudo, Deus acima de todos”, duas profundas
contradições, a primeira porque não compreende a
violência causada pelo sistema e a segunda porque
não considera a diversidade religiosa em um país
laico. Com o apoio do fundamentalismo religioso,
das elites empresariais e das massas
arregimentadas, o apelo midiático passou a
produzir uma roupagem, que serviu como esteio
para justificar a legitimidade do governo.
As expressões “cidadãos de bem” e “família
tradicional” fizeram parte dessa roupagem, que
visa associar à direita aos bons costumes e a uma
conduta moralmente correta. Além disso, se
atribuiu à palavra comunismo um sentido que ela
não tem, sendo recorrente a ideia que a luta por
igualdade e justiça social são próprias de
comunistas.
Tendo esse quadro como pano de fundo, pode-se
concluir que a direita representa o discurso da
manutenção de determinados grupos no poder e se
vale do apelo midiático como massa de manobra
alienadora. Representa a mentalidade
segregadora, amparada na ameaça ao
desenvolvimento socioeconômico do país, e o
retrocesso da democracia e da construção da
equidade.
Atravessamos um momento histórico
assustador, onde a adesão a um conjunto de
posturas extremas, ignora as milhares de
mortes e a fome no Brasil, um agravante
frente à polarização política e social instalada.
O ataque constante à produção do
conhecimento e o desprezo às instituições se
diluem, sob o discurso grosseiro de
flexibilização do porte de arma e a taxação de
livros.
Não obstante, com as relações internacionais
abaladas, a inflação bate recorde, tornando
produtos básicos, caros, porém
indispensáveis. A base da pirâmide econômica
resiste, não sabemos por quanto tempo, já
que a privatização de serviços essenciais
tende a precarizar muitos setores,
aumentando significativamente o
desemprego.
Gradativamente a perseguição aos
divergentes ganha força, a censura parece
ter voltado e se vale da truculência de
delegados, promotores e juízes. A história se
repete, o casamento do Estado com a “Igreja”
mostra as suas faces, alienação e tirania.
No passado, a concentração das riquezas era
justificada pela divina providência, que visava
perpetuar os privilégios da monarquia e do
clero, com base em doutrinas falsas e
ideologias desconhecidas pelo povo.
Constranger o acesso ao conhecimento é
uma estratégia antiga de manipulação, por
isso as bibliotecas não eram frequentadas
pelo povo, do contrário seriam eles a
questionar, no entanto seguem volúveis,
vulneráveis.
Fogueiras de livros, caça às bruxas e a Idade
das Trevas estão presentes, reconfigurados
no viés do neoliberalismo, da má distribuição
da renda, da alta carga tributária. Mas há
uma luz no fim do túnel, uma vez que a
revolução emerge do caos, da crise.
Iluminismo, Renascimento, quem serão os
protagonistas do nosso tempo?
TEMPOS SOMBRIOS
Paloma Góis -Pedagoga
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A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
Ela é um mar inteiro
de ressaca guardada
no meio do peito
Menina! Se pudesse
enrolava minhas águas
em volta do teu corpo
e te ninava
Te levaria para flutuar
no meio do oceano
e ali tu esqueceria
toda a pequeneza desse existir
E quando tu voltasse
à beira da praia,
para os braços saudosos dele,
tu saberia que tudo está bem
E sentiria o balanço do (a)mar
M E N T E A T I V A
Manda Moreira
@poliamar
DOCE BALANÇO
Poesia presente na antologia
poética Pelo direito de Amar da
Editora Ao vento editorial. Toda
venda do e-book pela Amazon.com
será destinada à ONG CasAmor
que acolhe pessoas Lgbtqia+ em
situação de vulnerabilidade
JORNAL MENTE ATIVA
A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
Ju Lopse
lopselazuli
CORRIDA DA VOZ
A palavra pessoa tem a sua etimologia no
latim “per sona” ou “ pelo som”. Ou seja,
cada pessoa tem um som, soa de um jeito
diverso das outras. E nesse mês, marcado
pelo dia da voz, 16 de abril, é tempo de
lembrar dos cuidados necessários com essa
identificação pessoal, mas também
instrumento de trabalho.
Seria só de cantores? Locutores de rádio,
com voz impostada, ou aqueles atores
fantasiados que gritam em frente a lojas
populares? Também. Mas, e professores,
que precisam falar horas/aula, para
plateias heterogêneas e, em geral, bem
barulhentas? Operadores de telemarketing,
mal conseguem completar a fala, antes de
desligarmos o telefone, e precisam tomar
sempre novo fôlego a cada ligação
rejeitada. Enfim, qualquer profissional que
atenda ao público e desempenhe funções
ligadas à fala, precisa de voz, se ouvir e se
expressar.
Descobrir a própria voz pode ser um
trabalho de toda vida. Quando gritamos de
raiva, a voz falta no meio da discussão. A
tristeza modifica timbres, torna mais
graves e sem brilho. Mesmo a alegria faz
oscilar em diferentes alturas.
Básica é a hidratação, tomar cerca de
2L de água por dia, que podem ser
divididas em vários copos durante as
refeições, e deixam laringe e faringe com
boa saúde. A respiração diafragmática,
que pode ser redescoberta no riso e em
pequenas respirações que causam
“soquinhos” abaixo da caixa torácica, é
fundamental para dar espaço para as
nossas emoções.
Cantar é um exercício que deve ser
diário. Além de mexer com emoções e
alimentar a nossa dopamina, explora
alturas e escalas melódicas, que
precisamos subir frequentemente. Sim, o
canto é uma “corridinha” para a voz. Se
você consegue emitir notas vocais, você
pode cantar. Pode não fazer sucesso
nas paradas, mas certamente fará a sua
voz se deslocar plenamente durante a
vida.
Algumas ideias para prática: cantar no
chuveiro, seguir professores de canto e
aulas de canto (Canais no Youtube: Caio
MMV, Manu Cavalaro e do Cifra Club
têm aulas gratuitas e exercícios), aulas
presenciais de canto e teoria musical,
além de Musicoterapia. Se não sabe
onde fazer, procure a Associação de
Musicoterapia do seu Estado.
M E N T E A T I V A

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  • 1. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
  • 2. M E N T E A T I V A SOS Cada vez que vejo algo muito batido e pouco debatido, a desconfiança me visita. Muitas frases nas redes sociais reforçando a benesse de estar só, desistir nas diferenças e de descartar quem "não vale a pena". Tanta elegia à solidão, em meio a um isolamento social parcial, cai bem no Brasil polarizado. Uns tomam cloroquina e outros, vacina. E cada um, na sua, querendo distância do outro. Não é só o presidente que foge do debate! Ao menor sinal de discórdia, a resposta é o pisão, lacrar a fresta de diálogo ou a janta canibal do fracasso. Se não sei lidar, eu cancelo. Lá, no limbo, o contraste não incomoda. Solitude é incrível. Conheço gente que não vai ao cinema só e eu chocava conhecidos por não dissimular a falta de companhia. Agora, que os cinemas nem abrem, um radialista assumiu: não sei se quero voltar ao cinema e ouvir barulho de pipoca e conversa. Ficar em casa, à salvo do vírus e de pessoas, parece um bom negócio. Ju Lopse lopselazuli EDITORIAL E, seguimos na facilidade da solidão que não suporta o diverso. Quando eu me vi, tão só, no meio de conhecidos, só pensava: que o diverso não me seja ameaça. O diferente não é rival a sua integridade mental. Precisamos da solidão e da social. Que nunca uma seja escolha por não saber lidar com a outra. Rosemar Silva -Edição JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O
  • 3. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O Aumentei o volume do aúdio me aproximei da tela e, quando o vídeo terminou, eu me senti estranha, estrangeira, pois não me foi possível compreender uma única palavra do que ele acabara de falar, em guarani. Senti um nó na garganta, uma tristeza envergonhada, porque lembrei da história de meu amigo. Tive oportunidade de visitar aldeias Mbyá-guarani e Caingangues, no Rio Grande do Sul, e dos Pataxós, na Bahia, há pouquíssimo tempo, ainda como aluna em curso de pedagogia, estudando sobre o seus direitos em manter sua própria cultura, sua integridade física e mental, suas terras. Fomos recebidos com respeito e gentileza, pode-se ver como são acolhedores. Compartilham outra forma de se relacionar entre si e nas trocas com o meio ambiente. Entendi que para nos afirmarmos como cidadãos brasileiros é preciso que busquemos nos aproximar do entendimento da realidade dos povos originários que foram escravizados aqui e ainda “pintados” como fracos e exóticos. Minha mãe, Ledy, mantinha um singelo congá, palavra bantu, que é um altar sagrado da umbanda. Nele, havia figuras de indígenas, que chamávamos de “caboclos”, ao lado dos pretos velhos, das mães, e de representantes de outras etnias. Todos vinham em seu socorro, com suas sabedorias, nos momentos de aflição. LETRAMENTO Mariana Delphino -Artista Visual Sendo mais do que aprender a ler e escrever, desenvolver letramento social é uma das mais importantes funções da educação. Envolve aprender a reconhecer e nomear práticas sociais e de linguagem. Ou seja, fazer o sujeito ser capaz de ler o mundo. No Brasil, esse processo deve ser, em grande parte, da desconstrução de ‘fatos históricos” ensinados por quem queria impedir a visão crítica. No nosso país, os povos indígenas, originários da terra, receberam filhos de outras terras, imigrantes, como visitantes, mas que acabaram impondo seu plano de dominação, lançando mão da escravidão para aumentar o lucro. Conheci, há algum tempo, um jovem senegalês que me dizia que na infância aprendera a língua paterna e a materna com as quais se comunicava em família, uma terceira língua comum nas ruas e o francês, para frequentar a escola, fiquei encantada imaginando como seria falar várias línguas vivendo em um mesmo país. Outro dia, estava assistindo um vídeo em que um homem indígena falava sobre a pandemia, ao menos era o que dizia de descrição do vídeo. E eu, muito curiosa, me preparei para ouvir o que ele tinha a dizer sobre o tema. Ele falou, em alto e bom som, ao ar livre e em um lugar com muito verde, ensolarado.
  • 4. JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O Brasil Terra mãe dos povos Indígenas que aqui viviam Na terra rica e dadivosa com sua organização e cultura Cantada em versos e prosa. Como hóspedes recebeu Filhos da outras terras Que para cá vieram imigrantes E se fizeram dominantes Supondo maior sabedoria e bravura. Neste jogo de poder em que Se desvaloriza o Ser pelo ter, lança mão da escravidão. Para aumentar o quinhão. Mas na Constituição promulgada, Sob o poder de Deus anunciada. Somos todos irmãos. Que em honra a está Mãe Sejamos Filhos Gentis. AROEIRA - CARTUNISTA M E N T E A T I V A ARTE E REFLEXÃO MARIANA DELPHINO 02 de abril - Paixão de Cristo dia Mundial do Livro Infantil dia do Autismo 04 de abril - Páscoa 07 de abril - dia de Combate a hipertensão e tabagismo 13 de abril - dia do Jovem 16 de abril - dia da Voz 19 de abril - dia do Indígena 21 de abril - dia de Tiradentes 22 de abril - da Terra Descobrimento do Brasil FOTOGRÁFIA - MARIANA PIMENTAS
  • 5. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O O menino Henry Borel não queria ir para a casa da mãe e do padrasto. Chegou a vomitar. Ele também disse que o “tio” tinha o abraçado apertado demais. Isabela Nardoni também não queria ir para a casa do pai e da madrasta. Bernardo Boldrini chegou a pedir ajuda no Fórum, queria trocar de família. Quantos Henrys, Isabelas e Bernardos perderão a vida ainda até que nós, os adultos, realmente saibamos abrir nossos ouvidos e nossos corações? Temos o costume de minimizar as queixas infantis. Tratamos como birra ou teimosia. Como se crianças não tivessem direito de reclamar de nada. E os pequenos nem sempre sabem expressar seus medos e desconfortos. Febres, vômitos, comportamento arredio, agressividade, muitas vezes são mensagens que as crianças não conseguem expressar em palavras. E quando falam, é com o repertório ainda simples que possuem. Cabe a nós, adultos, traduzir coisas como o “abraço apertado demais”. Mas geralmente achamos que a criança está exagerando. E, muitas vezes, não queremos “nos meter”, porque filho é da mãe e do pai… “Mãe sabe o que faz”. Esquecemos que mães e pais também são pessoas com todos os seus defeitos, e ninguém se torna perfeito só porque teve um filho. Além disso, tem muita gente que não possui nenhuma aptidão para a maternidade ou paternidade. Precisamos aceitar que nem toda mulher nasceu pra ser mãe! E que nem toda mãe é boa. Existem mulheres que não amam seus filhos, que veem nos pequenos um estorvo, um incômodo. E ligação sanguínea não garante afeto. Gosto muito de um provérbio africano que diz que “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.” Acredito que a responsabilidade pelos pequenos é de todos que os cercam. Qualquer um pode dar afeto e também cuidado. Além de apoio às mães de verdade, quase sempre sobrecarregadas em duplas ou triplas jornadas. Entendo o receio que algumas pessoas têm de serem mal interpretadas caso tentem interferir. Mas esse medo não pode ser maior do que o instinto de proteger uma criança em situação de risco. Esse mundo não pode ser bom enquanto os pequenos não forem ouvidos e protegidos. Se nos tornamos “gente grande”, é porque alguém cuidou de nós. Henry, Isabela, Bernardo e tantos outros não tiveram chance de crescer. Façamos nossa parte para que outras crianças não tenham a vida interrompida nas mãos de quem deveria cuidar delas. VAMOS PRESTAR ATENÇÃO NAS CRIANÇAS! Jeane Bordignon voos.e.palavras
  • 6. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O A presença militar não é novidade na história do nosso país. Inicia-se com a implantação da república, pelas mãos dos militares. Passados alguns anos, houve a instauração de uma ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985). Civil-militar, porque teve amplo apoio da sociedade civil. O golpe foi instaurado em 1964, com uma promessa de desenvolvimento econômico, no tocante à indústria teve um crescimento acelerado, mas sem benefício para a população, em especial, a classe trabalhadora. Sabe-se que foram anos de muita violência para quem era contra o regime. A outra parte da população sequer sabia ou mesmo entendia o que estava ocorrendo. Mas afinal, como a ditadura militar impactou a vida dos negros e negras brasileiros? Impactou através de censura, controle da informação, perseguições, prisões e tortura, desarticulação do ativismo e organizações negras. Segundo a nossa saudosa Lélia Gonzalez (1935-1994), houve um verdadeiro silenciamento, a ferro e fogo, dos setores populares e de sua representação política. Para exemplificar, temos o censo de 1970 feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que gerou a supressão da pergunta sobre raça/cor no censo daquele ano, gerando impacto no pertecimento racial, na produção acadêmica, na luta antirracista impedindo análises e denúncias sobre as desigualdades raciais brasileiras. O discurso vigente era da democracia racial, ou seja: brancos, negros e indígenas habitavam de forma pacífica neste país. Aliás, em alguns setores da sociedade, esse discurso ainda é mantido. O Movimento Negro foi taxado de impatriota, racista e imitador dos ativistas estadunidenses. Visto que, nesse período, os negros e negras estadunidenses lutavam pelos direitos civis, criando (em 1967) o Partido dos Panteras Negras. Para a população negra, os "anos de chumbo" corroboraram ainda mais para o apagamento e sileciamento de sua história, negras e negros que lutaram contra o regime sequer aparecem nos registros oficiais. Provavelmente, não foram lidos como corpos combativos contra o regime, e sim como vagabundos e desordeiros. Segundo a Comissão da Verdade de São Paulo quarenta e um lideres negros morreram ou desapareceram durante o regime militar. Os "anos de chumbo" foram danosos para a nossa sociedade. A luta ideológica se sobrepôs às lutas identitárias, pautas essas que seriam importantes de serem debatidas naquele contexto, gerando desencontros que prejudicam essa parcela da sociedade. AFINAL, COMO A DITADURA MILITAR IMPACTOU A VIDA DOS NEGROS E NEGRAS BRASILEIROS? Grasiela Rodrigues -Profe de História https://revistaraca.com.br/o-negro-na-ditadura-militar/
  • 7. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O JEANE BORDIGNON Jornalista e escritora, natural de Porto Alegre (RS). Lançou em 2014 o livro Brado Carmesim, de poesia, e participou de diversos fanzines e coletâneas. Segue publicando seus poemas na página facebook.com/voos.e.palavras. Também faz parte do coletivo Nós, as poetas (www.nosaspoetas.com ) e assina uma coluna no site Seguinte: (http://www.seguinte.inf.br/noticias /colunas_1126/ ). APRESENTAÇÃO DAS COLUNISTAS
  • 8. M E N T E A T I V A JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O O princípio da ascensão da direita no Brasil priorizou as elites abastadas, concretizando cortes de verba para a educação, além de ameaçar as políticas públicas na área da saúde e esmagar a classe trabalhadora com a reforma trabalhista. Nesse contexto, as mídias desempenharam um papel determinante, tanto na orientação da opinião pública, como na defesa de uma ideologia conservadora e preconceituosa. “Bandido bom é bandido morto”, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, duas profundas contradições, a primeira porque não compreende a violência causada pelo sistema e a segunda porque não considera a diversidade religiosa em um país laico. Com o apoio do fundamentalismo religioso, das elites empresariais e das massas arregimentadas, o apelo midiático passou a produzir uma roupagem, que serviu como esteio para justificar a legitimidade do governo. As expressões “cidadãos de bem” e “família tradicional” fizeram parte dessa roupagem, que visa associar à direita aos bons costumes e a uma conduta moralmente correta. Além disso, se atribuiu à palavra comunismo um sentido que ela não tem, sendo recorrente a ideia que a luta por igualdade e justiça social são próprias de comunistas. Tendo esse quadro como pano de fundo, pode-se concluir que a direita representa o discurso da manutenção de determinados grupos no poder e se vale do apelo midiático como massa de manobra alienadora. Representa a mentalidade segregadora, amparada na ameaça ao desenvolvimento socioeconômico do país, e o retrocesso da democracia e da construção da equidade. Atravessamos um momento histórico assustador, onde a adesão a um conjunto de posturas extremas, ignora as milhares de mortes e a fome no Brasil, um agravante frente à polarização política e social instalada. O ataque constante à produção do conhecimento e o desprezo às instituições se diluem, sob o discurso grosseiro de flexibilização do porte de arma e a taxação de livros. Não obstante, com as relações internacionais abaladas, a inflação bate recorde, tornando produtos básicos, caros, porém indispensáveis. A base da pirâmide econômica resiste, não sabemos por quanto tempo, já que a privatização de serviços essenciais tende a precarizar muitos setores, aumentando significativamente o desemprego. Gradativamente a perseguição aos divergentes ganha força, a censura parece ter voltado e se vale da truculência de delegados, promotores e juízes. A história se repete, o casamento do Estado com a “Igreja” mostra as suas faces, alienação e tirania. No passado, a concentração das riquezas era justificada pela divina providência, que visava perpetuar os privilégios da monarquia e do clero, com base em doutrinas falsas e ideologias desconhecidas pelo povo. Constranger o acesso ao conhecimento é uma estratégia antiga de manipulação, por isso as bibliotecas não eram frequentadas pelo povo, do contrário seriam eles a questionar, no entanto seguem volúveis, vulneráveis. Fogueiras de livros, caça às bruxas e a Idade das Trevas estão presentes, reconfigurados no viés do neoliberalismo, da má distribuição da renda, da alta carga tributária. Mas há uma luz no fim do túnel, uma vez que a revolução emerge do caos, da crise. Iluminismo, Renascimento, quem serão os protagonistas do nosso tempo? TEMPOS SOMBRIOS Paloma Góis -Pedagoga
  • 9. JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O Ela é um mar inteiro de ressaca guardada no meio do peito Menina! Se pudesse enrolava minhas águas em volta do teu corpo e te ninava Te levaria para flutuar no meio do oceano e ali tu esqueceria toda a pequeneza desse existir E quando tu voltasse à beira da praia, para os braços saudosos dele, tu saberia que tudo está bem E sentiria o balanço do (a)mar M E N T E A T I V A Manda Moreira @poliamar DOCE BALANÇO Poesia presente na antologia poética Pelo direito de Amar da Editora Ao vento editorial. Toda venda do e-book pela Amazon.com será destinada à ONG CasAmor que acolhe pessoas Lgbtqia+ em situação de vulnerabilidade
  • 10. JORNAL MENTE ATIVA A B R I L D E 2 0 2 1 - 7 º E D I Ç Ã O Ju Lopse lopselazuli CORRIDA DA VOZ A palavra pessoa tem a sua etimologia no latim “per sona” ou “ pelo som”. Ou seja, cada pessoa tem um som, soa de um jeito diverso das outras. E nesse mês, marcado pelo dia da voz, 16 de abril, é tempo de lembrar dos cuidados necessários com essa identificação pessoal, mas também instrumento de trabalho. Seria só de cantores? Locutores de rádio, com voz impostada, ou aqueles atores fantasiados que gritam em frente a lojas populares? Também. Mas, e professores, que precisam falar horas/aula, para plateias heterogêneas e, em geral, bem barulhentas? Operadores de telemarketing, mal conseguem completar a fala, antes de desligarmos o telefone, e precisam tomar sempre novo fôlego a cada ligação rejeitada. Enfim, qualquer profissional que atenda ao público e desempenhe funções ligadas à fala, precisa de voz, se ouvir e se expressar. Descobrir a própria voz pode ser um trabalho de toda vida. Quando gritamos de raiva, a voz falta no meio da discussão. A tristeza modifica timbres, torna mais graves e sem brilho. Mesmo a alegria faz oscilar em diferentes alturas. Básica é a hidratação, tomar cerca de 2L de água por dia, que podem ser divididas em vários copos durante as refeições, e deixam laringe e faringe com boa saúde. A respiração diafragmática, que pode ser redescoberta no riso e em pequenas respirações que causam “soquinhos” abaixo da caixa torácica, é fundamental para dar espaço para as nossas emoções. Cantar é um exercício que deve ser diário. Além de mexer com emoções e alimentar a nossa dopamina, explora alturas e escalas melódicas, que precisamos subir frequentemente. Sim, o canto é uma “corridinha” para a voz. Se você consegue emitir notas vocais, você pode cantar. Pode não fazer sucesso nas paradas, mas certamente fará a sua voz se deslocar plenamente durante a vida. Algumas ideias para prática: cantar no chuveiro, seguir professores de canto e aulas de canto (Canais no Youtube: Caio MMV, Manu Cavalaro e do Cifra Club têm aulas gratuitas e exercícios), aulas presenciais de canto e teoria musical, além de Musicoterapia. Se não sabe onde fazer, procure a Associação de Musicoterapia do seu Estado. M E N T E A T I V A