SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
Análise dos fatores de
   textualidade
Comparação de algumas obras de
         arte e fotos
• O que faremos nesta apresentação é tentar
  explicar como os fatores de textualidade se
  desenrolam nos textos, dando uma ênfase à
  intertextualidade. Para tanto, usaremos
  algumas comparações.
Pietá- Michelangelo
• A escultura mostra uma imagem de dor, onde
  Maria segura seu filho Jesus já desfalecido.
• Nota-se que a riqueza de detalhes da
  escultura lhe confere um realismo
  absurdo, fazendo com que a dor sentida pela
  Virgem seja comum a quem a observa
Poema de Carlos Drummond de
              Andrade
• O terceto que iremos ler pertence à obra Arte
  em exposição, onde o poeta escreve a partir
  de sua observação de obras das artes
  plásticas.
•Dor é incomunicável.
O mármore comunica-se,
  Afeta-nos a todos.
• Esse terceto foi escrito na observação do
  poeta da obra Pietá, de Michelangelo.
• Esta foto foi tirada por membros da ONG que
  cuidava da mãe e do seu filho, no Afeganistão.
• Demonstra de uma forma muito forte o que
  representa a dor: algo incalculável, mas que
  pode ser sentida de uma maneira universal
  através de uma imagem.
• Tanto no poema de Drummond, quanto na
  escultura ou na imagem, pode-se notar uma
  relação intertextual, que ocorre sobre uma ideia
  em comum: a dor.
• Neste caso, a intertextualidade aparece na
  forma de paráfrase, pois os três seguem a
  mesma linha de pensamento, abordando o tema
  sob diferentes óticas.
• Vamos agora analisar uma outra forma de
  intertextualidade: a paródia.
• Observando as duas imagens, que relação
  estabelecemos?
• A Gioconda, de Da Vinci, possui traços
  singelos e bem moldados. Já a pintura de
  Botero apresenta uma paródia da obra, uma
  mulher obesa com os mesmos moldes da
  Mona Lisa original.
Paródia
• É quando usamos determinado texto/obra e
  lhe damos, a partir de seu sentido original, um
  outro sentido, pejorativo, irônico.
• A próxima obra que veremos será
  Guernica, de Pablo Picasso. Relata os horrores
  da Guerra Civil Espanhola.
• Agora vamos ler o poema de Federico Garcia
  Lorca, feito em homenagem ao toureiro
  Sanches Meijia, morto durante uma tourada.
A CAPTURA E A MORTE
               Tradução: Oscar Mendes

Às cinco horas da tarde.
Eram cinco da tarde em ponto.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Um cesto de cal já prevenida
às cinco horas da tarde.
O mais era morte e apenas morte
às cinco horas da tarde.

O vento arrebatou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já pelejam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa por um chifre destruída
às cinco horas da tarde.
Os sons já começaram do bordão
às cinco horas da tarde.
As campanas de arsênico e a fumaça
às cinco horas da tarde.
Pelas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro todo coração ao alto
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando de iodo se cobriu a praça
às cinco horas da tarde,
a morte botou ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco em ponto da tarde.

Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido
às cinco horas da tarde.
Por sua frente o touro já mugia
às cinco horas da tarde.
O quarto se irisava de agonia
às cinco horas da tarde.
A gangrena de longe já se acerca
às cinco horas da tarde.
Trompa de lis pelas virilhas verdes
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde,
e as pessoas quebravam as janelas
às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco horas da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram cinco horas da tarde em sombra!
• Entre o poema e o quadro de Picasso temos
  outra relação de intertextualidade; ambos
  abordam a temática da morte, um falando de
  guerra e o outro de touradas. O caráter trágico
  é comum entre os dois, sendo essa uma
  evidente relação de intertextualidade e de
  paráfrase.
Falemos agora dos outros fatores de
 textualidade.
Coesão


• Diz respeito a disposição correta dos
  elementos nas sentenças, de maneira a
  construir corretamente o sentido. É a ordem
  correta da frase. Não se considera o
  contexto, somente a estrutura lógica.
Coerência
• Ao contrário da coesão, considera, como fator
  determinante na construção de sentido, o
  contexto. É a relação de proximidade entre a
  realidade que se aborda e o texto. Ou seja, se
  estou falando de política, posso, de maneira
  extremamente coesa, falar de culinária. Sendo
  assim, sou coeso, mas não coerente.
Informatividade
• É o grau de informação contido no texto. Varia
  de acordo com o conhecimento daquele que
  escreve e com o conhecimento de quem lê.
Intencionalidade
• Refere-se ao objetivo do texto, ou seja, a
  quem ele deve atingir e como deve atingir.
• Tem sempre um publico alvo.
Situacionalidade

• Pode acontecer em dois níveis:
• Do situação para o texto: o contexto age sobre
  o texto, influenciando-o.
• Do texto para a situação: ocorre exatamente
  o contrário do que foi dito acima.
Aceitabilidade

• Focado no leitor, pode variar de acordo com a
  competência leitora e o conhecimento de
  mundo que ele possui.
Considerações finais
• Como observamos nesta apresentação, nada é
  criado de modo isolado e instantâneo. Tudo
  que lemos/vimos/ouvimos é fruto de uma
  espécie de miscigenação de estilos, conceitos
  e opiniões. Portanto, para se produzir um bom
  texto, é necessário, mais do que um bom
  domínio das estruturas, dos elementos de
  coesão; é necessário ter conhecimento da
  diversidade que nos cerca, sobretudo no que
  diz respeito a cultura.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ficha de leitura - Carlota
Ficha de leitura - CarlotaFicha de leitura - Carlota
Ficha de leitura - Carlota12º A Golegã
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicasProfFernandaBraga
 
Inova
InovaInova
InovaLALLi
 
Segunda ficha de leitura do anderson
Segunda ficha de leitura do andersonSegunda ficha de leitura do anderson
Segunda ficha de leitura do andersonkennyDelgado
 
Intertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemIntertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemEdilson A. Souza
 
Contos-Português
Contos-PortuguêsContos-Português
Contos-Portuguêssala703
 
Crônicas - Português
Crônicas - PortuguêsCrônicas - Português
Crônicas - PortuguêsNoemy Santos
 
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...pibidletrasifpa
 
Projeto de Indexação do livro: A menina que roubava livros
Projeto de Indexação  do livro: A menina que roubava livrosProjeto de Indexação  do livro: A menina que roubava livros
Projeto de Indexação do livro: A menina que roubava livrosdaianadelima
 
Gênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoGênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoMyllenne Abreu
 
Poesia e As Outras Artes
Poesia e As Outras ArtesPoesia e As Outras Artes
Poesia e As Outras ArtesRodrigo Capella
 
Era uma vez - O Conto e a Oralidade
Era uma vez - O Conto e a OralidadeEra uma vez - O Conto e a Oralidade
Era uma vez - O Conto e a OralidadeDenise Oliveira
 

Mais procurados (20)

Ficha de leitura - Carlota
Ficha de leitura - CarlotaFicha de leitura - Carlota
Ficha de leitura - Carlota
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas
 
Conto
ContoConto
Conto
 
A Crônica
A CrônicaA Crônica
A Crônica
 
O primeiro beijo
O primeiro beijoO primeiro beijo
O primeiro beijo
 
Inova
InovaInova
Inova
 
Segunda ficha de leitura do anderson
Segunda ficha de leitura do andersonSegunda ficha de leitura do anderson
Segunda ficha de leitura do anderson
 
Intertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemIntertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagem
 
Crônica e conto eemh
Crônica e conto eemhCrônica e conto eemh
Crônica e conto eemh
 
Contos-Português
Contos-PortuguêsContos-Português
Contos-Português
 
Crônicas - Português
Crônicas - PortuguêsCrônicas - Português
Crônicas - Português
 
Raio de Luz
Raio de LuzRaio de Luz
Raio de Luz
 
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...
SOBRE LITERATURA E CINEMA: DA REFERÊNCIA LITERÁRIA AO EMBLEMÁTICO CINEMATOGRÁ...
 
Crônicas e contos
Crônicas e contosCrônicas e contos
Crônicas e contos
 
Projeto de Indexação do livro: A menina que roubava livros
Projeto de Indexação  do livro: A menina que roubava livrosProjeto de Indexação  do livro: A menina que roubava livros
Projeto de Indexação do livro: A menina que roubava livros
 
Cronica
CronicaCronica
Cronica
 
Gênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoGênero Textual: Conto
Gênero Textual: Conto
 
Poesia e As Outras Artes
Poesia e As Outras ArtesPoesia e As Outras Artes
Poesia e As Outras Artes
 
Era uma vez - O Conto e a Oralidade
Era uma vez - O Conto e a OralidadeEra uma vez - O Conto e a Oralidade
Era uma vez - O Conto e a Oralidade
 
leitura E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
leitura E INTERPRETAÇÃO TEXTUALleitura E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
leitura E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
 

Destaque

Destaque (14)

Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
Michelangelo - Obras
Michelangelo - ObrasMichelangelo - Obras
Michelangelo - Obras
 
2semiotica
2semiotica2semiotica
2semiotica
 
Os Pintores Do Renascimento
Os  Pintores Do  RenascimentoOs  Pintores Do  Renascimento
Os Pintores Do Renascimento
 
Renascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e CientíficoRenascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e Científico
 
Cap 12 As Origens da Ciência Moderna
Cap 12   As Origens da Ciência ModernaCap 12   As Origens da Ciência Moderna
Cap 12 As Origens da Ciência Moderna
 
Arte Renascentistas: Mestres renascentistas
Arte Renascentistas: Mestres renascentistasArte Renascentistas: Mestres renascentistas
Arte Renascentistas: Mestres renascentistas
 
Renascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e CientíficoRenascimento Cultural e Científico
Renascimento Cultural e Científico
 
Renascimento - História Geral
Renascimento - História GeralRenascimento - História Geral
Renascimento - História Geral
 
Conceito, Linha Criativa e Execução
Conceito, Linha Criativa e ExecuçãoConceito, Linha Criativa e Execução
Conceito, Linha Criativa e Execução
 
Renascimento
RenascimentoRenascimento
Renascimento
 
O Renascimento
O RenascimentoO Renascimento
O Renascimento
 
Arquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaArquitetura renascentista
Arquitetura renascentista
 

Semelhante a Ppt joana

AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptx
AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptxAULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptx
AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptxralourenco82
 
Compreensão textual no enem 2011
Compreensão textual no enem 2011Compreensão textual no enem 2011
Compreensão textual no enem 2011ma.no.el.ne.ves
 
Autobiografia de Erico Verissimo by José Roig
Autobiografia de Erico Verissimo by José RoigAutobiografia de Erico Verissimo by José Roig
Autobiografia de Erico Verissimo by José RoigJosé Antonio Klaes Roig
 
O qorpo santo_da_escrita
O qorpo santo_da_escritaO qorpo santo_da_escrita
O qorpo santo_da_escritaGladis Maia
 
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo LopesCrítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo LopesMadga Silva
 
Murilo mendes
Murilo mendes Murilo mendes
Murilo mendes mbl2012
 
Campo Contracampo VersãO Pub
Campo Contracampo VersãO PubCampo Contracampo VersãO Pub
Campo Contracampo VersãO PubHome
 
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...Allan Diego Souza
 
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...Université de Montréal
 
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhos
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhosPessoa alberto-historias-em-quadradinhos
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhosdeysitta
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualSeduc/AM
 
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem   Catia DelatorreIntertextualidade e linguagem   Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem Catia DelatorreCatia Delatorre
 

Semelhante a Ppt joana (20)

AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptx
AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptxAULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptx
AULA_2_Literatura_Uma_introduo.pptx
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Compreensão textual no enem 2011
Compreensão textual no enem 2011Compreensão textual no enem 2011
Compreensão textual no enem 2011
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Autobiogr..
Autobiogr..Autobiogr..
Autobiogr..
 
Autobiografia de Erico Verissimo by José Roig
Autobiografia de Erico Verissimo by José RoigAutobiografia de Erico Verissimo by José Roig
Autobiografia de Erico Verissimo by José Roig
 
A crônica
A  crônicaA  crônica
A crônica
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
O qorpo santo_da_escrita
O qorpo santo_da_escritaO qorpo santo_da_escrita
O qorpo santo_da_escrita
 
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo LopesCrítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes
 
Murilo mendes
Murilo mendes Murilo mendes
Murilo mendes
 
Campo Contracampo VersãO Pub
Campo Contracampo VersãO PubCampo Contracampo VersãO Pub
Campo Contracampo VersãO Pub
 
Material do cursinho
Material do cursinhoMaterial do cursinho
Material do cursinho
 
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...
 
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...
Um, dois e a multidão: Ofélia Queiroz e seus múltiplos amores com Fernando P...
 
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhos
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhosPessoa alberto-historias-em-quadradinhos
Pessoa alberto-historias-em-quadradinhos
 
Aula cursinho
Aula cursinhoAula cursinho
Aula cursinho
 
intertextualidade.pdf
intertextualidade.pdfintertextualidade.pdf
intertextualidade.pdf
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textual
 
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem   Catia DelatorreIntertextualidade e linguagem   Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
 

Ppt joana

  • 1. Análise dos fatores de textualidade Comparação de algumas obras de arte e fotos
  • 2. • O que faremos nesta apresentação é tentar explicar como os fatores de textualidade se desenrolam nos textos, dando uma ênfase à intertextualidade. Para tanto, usaremos algumas comparações.
  • 3. Pietá- Michelangelo • A escultura mostra uma imagem de dor, onde Maria segura seu filho Jesus já desfalecido. • Nota-se que a riqueza de detalhes da escultura lhe confere um realismo absurdo, fazendo com que a dor sentida pela Virgem seja comum a quem a observa
  • 4.
  • 5. Poema de Carlos Drummond de Andrade • O terceto que iremos ler pertence à obra Arte em exposição, onde o poeta escreve a partir de sua observação de obras das artes plásticas.
  • 6. •Dor é incomunicável. O mármore comunica-se, Afeta-nos a todos.
  • 7. • Esse terceto foi escrito na observação do poeta da obra Pietá, de Michelangelo.
  • 8. • Esta foto foi tirada por membros da ONG que cuidava da mãe e do seu filho, no Afeganistão. • Demonstra de uma forma muito forte o que representa a dor: algo incalculável, mas que pode ser sentida de uma maneira universal através de uma imagem.
  • 9.
  • 10. • Tanto no poema de Drummond, quanto na escultura ou na imagem, pode-se notar uma relação intertextual, que ocorre sobre uma ideia em comum: a dor. • Neste caso, a intertextualidade aparece na forma de paráfrase, pois os três seguem a mesma linha de pensamento, abordando o tema sob diferentes óticas. • Vamos agora analisar uma outra forma de intertextualidade: a paródia.
  • 11.
  • 12. • Observando as duas imagens, que relação estabelecemos? • A Gioconda, de Da Vinci, possui traços singelos e bem moldados. Já a pintura de Botero apresenta uma paródia da obra, uma mulher obesa com os mesmos moldes da Mona Lisa original.
  • 13. Paródia • É quando usamos determinado texto/obra e lhe damos, a partir de seu sentido original, um outro sentido, pejorativo, irônico.
  • 14.
  • 15. • A próxima obra que veremos será Guernica, de Pablo Picasso. Relata os horrores da Guerra Civil Espanhola.
  • 16.
  • 17. • Agora vamos ler o poema de Federico Garcia Lorca, feito em homenagem ao toureiro Sanches Meijia, morto durante uma tourada.
  • 18. A CAPTURA E A MORTE Tradução: Oscar Mendes Às cinco horas da tarde. Eram cinco da tarde em ponto. Um menino trouxe o lençol branco às cinco horas da tarde. Um cesto de cal já prevenida às cinco horas da tarde. O mais era morte e apenas morte às cinco horas da tarde. O vento arrebatou os algodões às cinco horas da tarde. E o óxido semeou cristal e níquel às cinco horas da tarde. Já pelejam a pomba e o leopardo às cinco horas da tarde. E uma coxa por um chifre destruída às cinco horas da tarde. Os sons já começaram do bordão às cinco horas da tarde. As campanas de arsênico e a fumaça às cinco horas da tarde. Pelas esquinas grupos de silêncio às cinco horas da tarde. E o touro todo coração ao alto às cinco horas da tarde. Quando o suor de neve foi chegando às cinco horas da tarde, quando de iodo se cobriu a praça às cinco horas da tarde, a morte botou ovos na ferida às cinco horas da tarde. Às cinco horas da tarde. Às cinco em ponto da tarde. Um ataúde com rodas é a cama às cinco horas da tarde. Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido às cinco horas da tarde. Por sua frente o touro já mugia às cinco horas da tarde. O quarto se irisava de agonia às cinco horas da tarde. A gangrena de longe já se acerca às cinco horas da tarde. Trompa de lis pelas virilhas verdes às cinco horas da tarde. As feridas queimavam como sóis às cinco horas da tarde, e as pessoas quebravam as janelas às cinco horas da tarde. Ai que terríveis cinco horas da tarde! Eram as cinco em todos os relógios! Eram cinco horas da tarde em sombra!
  • 19. • Entre o poema e o quadro de Picasso temos outra relação de intertextualidade; ambos abordam a temática da morte, um falando de guerra e o outro de touradas. O caráter trágico é comum entre os dois, sendo essa uma evidente relação de intertextualidade e de paráfrase.
  • 20. Falemos agora dos outros fatores de textualidade.
  • 21. Coesão • Diz respeito a disposição correta dos elementos nas sentenças, de maneira a construir corretamente o sentido. É a ordem correta da frase. Não se considera o contexto, somente a estrutura lógica.
  • 22. Coerência • Ao contrário da coesão, considera, como fator determinante na construção de sentido, o contexto. É a relação de proximidade entre a realidade que se aborda e o texto. Ou seja, se estou falando de política, posso, de maneira extremamente coesa, falar de culinária. Sendo assim, sou coeso, mas não coerente.
  • 23. Informatividade • É o grau de informação contido no texto. Varia de acordo com o conhecimento daquele que escreve e com o conhecimento de quem lê.
  • 24. Intencionalidade • Refere-se ao objetivo do texto, ou seja, a quem ele deve atingir e como deve atingir. • Tem sempre um publico alvo.
  • 25. Situacionalidade • Pode acontecer em dois níveis: • Do situação para o texto: o contexto age sobre o texto, influenciando-o. • Do texto para a situação: ocorre exatamente o contrário do que foi dito acima.
  • 26. Aceitabilidade • Focado no leitor, pode variar de acordo com a competência leitora e o conhecimento de mundo que ele possui.
  • 27. Considerações finais • Como observamos nesta apresentação, nada é criado de modo isolado e instantâneo. Tudo que lemos/vimos/ouvimos é fruto de uma espécie de miscigenação de estilos, conceitos e opiniões. Portanto, para se produzir um bom texto, é necessário, mais do que um bom domínio das estruturas, dos elementos de coesão; é necessário ter conhecimento da diversidade que nos cerca, sobretudo no que diz respeito a cultura.