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Resenha

CURSO: Letras - Licenciatura em Português e Espanhol
CAMPUS: Jaguarão
DISCIPLINA: Prática de Linguagem II – 2011/2
PROFESSORA: Profª Drª Ana Lúcia Montano Boessio

ACADÊMICO: Magnum Soria

                           O Ideal e o Real em Clarice Lispector

     O que é real? Idealismo e realidade subsistem de forma equitativa? Com base
nestas duas perguntas iniciais, pode-se discorrer sobre o artigo acima citado, partindo da
relevante análise de contraposição que o autor faz em relação à diferença da forma em
que Lispector posiciona seus escritos, diante do cenário moderno europeu e norte-
americano e seus ditames estéticos.

     Ao longo do texto, Ginzburg compara a excelência da "razão antagônica", presente
nos personagens e situações criadas por Lispector, com outros pensadores e teóricos. Ao
mesmo tempo, denota o significado deste antagonismo, como sendo a ruptura com
estereótipos de personagens heróicos e idéias, e a presença de uma "produção"
caracterizada por problemas formais que apontam para tensões da sociedade brasileira.
Esta "razão" constitui-se e versa sobre a experiência do conflito e do impasse na
perspectiva da desumanização caudada pelos problemas sociais presentes nas histórias
da autora. Nisto, Ginzburg intui a associabilidade como a Filosofia da História,
representando, para ele, a possibilidade de uma reflexão sobre as "dificuldades de
integração do corpo social", categoria inerente aos textos de Clarice Lispector.

     Percebendo a relação da multiplicidade de elementos criativos nos personagens de
algumas obras de Lispector, o autor a compara com a trama de um tapete, onde a
observância única de um ponto de vista fecha a possibilidade de uma realidade integral.
Isto, no entanto, não é o que acontece nas obras de Lispector. Ela vai além. A autora
contempla a "investigação de campos instáveis de experiência, relativizando os limites
atribuídos à realidade".

     Portanto, ler Clarice Lispector é mergulhar no contexto psico-sócio-cultural do
Brasil moderno e marginal, que anseia pela dignificação de seu povo e revitaliza em seu
cotidiano a possibilidade de "viver e não ter a vergonha de ser feliz".

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