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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL
DEPARTAMENTO ENGENHARIA RURAL
SECÇÃO DE SOLO E ÁGUA
PROJECTO FINAL
Rendimento de Grãos do Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.)
em função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo
Autor:
Geraldo Acácio Mabasso
Supervisora:
Enga
. Felicidade Massingue (MSC)
Projecto Final submetido ao Departamento de Engenharia Rural/ Secção de Solo e Água
para a aquisição do Grau de Licenciatura em Engenharia Agronómica.
Maputo, Dezembro de 2008
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 i
RESUMO
O Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa largamente praticada em
quase todo mundo, é originária da América do Sul e Central. Os rendimentos verificados
em Moçambique têm sido baixos por vários factores, dentre os quais destaca se a baixa
ou redução do nível de fertilidade dos solos. Porém, referenciam-se respostas positivas
a adubação mineral (principalmente nitrogenada e fosfatada) porque, apesar de ser uma
leguminosa, revela se ineficiente na fixação simbiótica do nitrogénio atmosférico em
solos de regiões tropicais e, o fósforo constitui uma limitante em solos do género. No
entanto este factor positivo ainda não é usado devido ao fraco uso principalmente no
sector familiar (responsável por 98.5% da produção total dos feijões em Moçambique).
Foi neste intuito que se desenhou o presente estudo cujo objectivo principal foi, avaliar o
efeito da adubação combinada entre Nitrogénio e Fósforo no Rendimento do grão do
Feijão vulgar. Para tal, foi montado o ensaio no campo experimental da Faculdade de
Agronomia e Engenharia Florestal, usando um esquema factorial 4x4x4, isto é, quatro
blocos e igual numero para níveis de Nitrogénio (0, 30, 50 e 80 kg/ha) e Fósforo (0, 15,
30, 60 kg/ha na forma de P2O5). A adubação Nitrogenada foi feita usando ureia (46% de
N) (1/3 na sementeira + 2/3 em cobertura aos 21 dias) enquanto que, o Fósforo foi
aplicado a 100% na sementeira usando Superfosfato Simples (19% de P2O5). O aumento
das doses de Nitrogénio e Fósforo levou ao aumento do rendimento do grão do Feijão
vulgar de uma forma linear para o Nitrogénio e quadrática para o Fósforo. Apenas houve
interação significativa para o Número de vagens por planta. O Rendimento máximo do
grão de Feijão vulgar foi de 2294.67 kg/ha na dose de 66.6 kg/ha de P2O5 e, para o
Nitrogénio, o máximo espera-se a níveis maiores que 80 kg/ha (usado no ensaio). O
Rendimento do grão de Feijão vulgar, correlacionou-se de forma positiva e significativa
com o Número de vagens por planta, Número de grãos por planta, Peso de grãos por
vagem e Peso de cem grãos. Tendo sido, o Número de vagens por planta o parâmetro que
melhor explicou as variações no Rendimento do grão em função das doses de Nitrogénio
e Fósforo de forma linear.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 ii
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado em especial aos meus Pais, Acácio Mupoza Mabasso &
Artimiza Aurélio Macamo pelo carinho, apoio incondicional e muita dedicação em toda
minha careira estudantil.
Aos meus irmãos, Ermelinda, Luís, Arlindo, Marta, Celeste, Ivone e meus sobrinhos,
Fanícia e Titos por todo apoio moral prestado em todo meu percurso estudantil, em
particular nestes últimos 4 anos.
À Doutora Joana Irma Perez Calaña pela confiança, apoio prestado e muito
encorajamento no decurso da minha careira estudantil principalmente na fase inicial.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 iii
AGRADECIMENTOS
Em Primeiro lugar, os meus agradecimentos vão inderessados a minha Supervisora, Enga
.
Felicidade Massingue (MSC), pelo acompanhamento, subsídios técnico-científicos,
disponibilização do material de consulta.
Ao Doutor Manuel Amane (IIAM) pela disponibilização da Semente, Superfosfato
Simples e indicação da Variedade usada no Ensaio e informações morfológicas da
mesma.
Ao MINAG pela disponibilização de informação estatística sobre o Feijão vulgar e ao
INAM pelos dados Meteorológicos.
Aos Técnicos do Campo Experimental da FAEF que ajudaram na realização do Ensaio,
nomeadamente: ao Sr. Moisés e ao Sr. Constatino. Ao Laboratório de Solos e Fisiologia
Vegetal da FAEF.
À Dra
. Fátima, Dra
. Luísa, Dra
. Rosalina, Dra
. Luz Maria, Dra
. Nelsa, dra
. Natércia, dra
.
Carla, dra
. Josefa , Dr. Veiga e ao Dr. Luís Carlos, pelo apoio moral e Material prestado
ao longo do Curso.
Aos meus colegas, Nhamússua, Mutatisse, Nuaíla, Silva, Ezequias, Viriato, Lhamine,
Nuvunga, Magaia, Marília, Tambajane, Tangune, Chirindza, Feniasse. Aos meus amigos,
Veichali, Gisela, Massango, Jumisse, Marta, Tomás, Miguel, Filipe, Bayur, Suhaymah,
Carlos, Nyrian e a todos que me acompanharam durante o Curso, pelo apoio moral e
científico prestado.
Por fim, a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a realização deste
trabalho, vai enderessado o meu Muito Obrigado.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 iv
ÍNDICE
Capítulos Pág.
RESUMO............................................................................................................................. i
DEDICATÓRIA ................................................................................................................. ii
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................iii
ÍNDICE.............................................................................................................................. iv
LISTA DE TABELAS...................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................viii
LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................... ix
LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................... x
I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1. Generalidades........................................................................................................... 1
1.2. Problema e Justificação de Estudo........................................................................... 2
1.3. Objectivos ................................................................................................................ 4
1.3.1. Geral.................................................................................................................. 4
1.3.2. Específicos ........................................................................................................ 5
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 6
2.1. Historial, Produção mundial e em Moçambique...................................................... 6
2.2. Importância do Feijão Vulgar.................................................................................. 8
2.3. Exigências Climáticas.............................................................................................. 9
2.4. Solo ........................................................................................................................ 10
2.5. Exigências nutricionais.......................................................................................... 10
2.5.1. Fósforo ............................................................................................................ 11
2.5.2. Nitrogénio ....................................................................................................... 13
2.5.3. Interação entre Nitrogénio e Fósforo .............................................................. 14
2.6. Densidade e Épocas de Sementeira........................................................................ 15
2.7. Pragas, Doenças e Infestantes................................................................................ 15
2.7.1. Pragas.............................................................................................................. 15
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 v
2.7.2. Doenças........................................................................................................... 16
2.7.3. Infestantes ....................................................................................................... 16
2.8. Variedades.............................................................................................................. 16
2.8.1. Variedade CAL 143........................................................................................ 17
III. MÉTODOS ............................................................................................................... 18
3.1. Descrição Geral da Área de Estudo ....................................................................... 18
3.2. Delineamento e Desenho Experimental................................................................. 20
3.3. Parâmetros de Análise............................................................................................ 23
3.4. Análise de Dados.................................................................................................... 24
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 25
4.1. Avaliação do efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre número médio de
vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento................ 25
4. 1. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de cem grãos 25
4. 1. 2. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de grãos por
vagem........................................................................................................................ 27
4. 1. 3. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de grãos por
planta......................................................................................................................... 28
4. 1. 4. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Rendimento médio do grão
................................................................................................................................... 30
4.2. Avaliação do efeito da adição de doses de Fósforo sobre número médio de vagens
e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento ............................ 32
4. 2. 1. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Peso médio de cem grãos ..... 32
4. 2. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Rendimento médio do grão .. 32
4.2. Avaliação do efeito da Interacção entre doses crescentes de Nitrogénio e Fósforo
sobre número médio de vagens por planta.................................................................... 33
4. 3. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de vagens
por planta em função de doses fixas de Fósforo....................................................... 34
4. 3. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Número médio de vagens por
planta em função de doses fixas de Nitrogénio ........................................................ 35
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 vi
4.4. Relação entre o Rendimento do grão do Feijão vulgar com o número médio de
vagens e grãos por planta, peso de cem grãos e grãos por vagem................................ 37
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................ 39
5.1. Conclusões............................................................................................................. 39
5.2. Recomendações...................................................................................................... 40
VI. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... 41
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Rendimentos médios anuais do Feijão vulgar em Moçambique por província
referentes aos anos: 2002, 2005 e 2006. ............................................................................. 8
Tabela 2: Resumo da Análise do Solo para a amostra colhida na área do Ensaio........... 19
Tabela 3: Descrição dos tratamentos em função das doses de Nitrogénio e Fósforo
usadas................................................................................................................................ 20
Tabela 4: Resumo das Praticas culturais realizadas durante o período do Ensaio........... 22
Tabela 5: Resumo da análise de variância dos Parâmetros medidos em relação aos
factores principais. ............................................................................................................ 25
Tabela 6: Matriz de Correlações entre Número médio de vagens por planta (NMVP),
Número médio de grãos por planta (NMGP), Peso médio de grãos por vagem (PMGV),
Peso médio de 100 grãos (PMCG) e Rendimento médio de grãos por hectare (RMG). .. 27
Tabela 7: Situação Meteorológica da Cidade de Maputo com base nos dados Mensais
normais desde 1971 até 2000............................................................................................ 49
Tabela 8a: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Abril).................................... 61
Tabela 8b: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Maio).................................... 62
Tabela 8c: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Junho)................................... 63
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Deficiência de fósforo ...................................................................................... 12
Figura 2: Deficiência de fósforo ...................................................................................... 12
Figura 3: Deficiência de nitrogénio. ................................................................................ 14
Figura 4: Deficiência de nitrogénio ................................................................................. 14
Figura 5: Comportamento do Peso Médio de 100 Grãos de Feijão vulgar em função de
dose de Nitrogénio. ........................................................................................................... 26
Figura 6: Comportamento do Peso Médio de Grãos por Vagem de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio.......................................................................................... 28
Figura 7: Comportamento do Número Médio de Grãos por Planta de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio.......................................................................................... 29
Figura 8: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função
de doses de Nitrogénio...................................................................................................... 31
Figura 9: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função
de doses de P2O5.............................................................................................................. 33
Figura 10: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio para níveis fixos de P2O5 (0, 15, 30 e 60 kg/ha). ........... 35
Figura 11: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em
função de dose de P2O5 para níveis fixos de Nitrogénio (0, 30 e 80 kg/ha)................... 36
Figura 12: Comportamento do Rendimento médio do grão de feijão vulgar em função do
Número médio de vagens por planta.. .............................................................................. 38
Figura 13a: Produção de Feijões (em ton) por Provincias pelo Sector Familiar desde a
Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. .................................................................. 47
Figura 13b: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Comercial desde a
Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. .................................................................. 47
Figura 13c: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Familiar e
Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique..................................... 48
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 ix
LISTA DE ABREVIATURAS
CIAT Centro Internacional de Agricultura Tropical
DBCC Delineamento de Blocos Completos Casualizados
DPPV Departamento de Produção e Protecção Vegetal
DAE Dias após a Emergência
E.U.A Estados Unidos da América
EC Emulsão Concentrada
F.vulgar Feijão Vulgar
FAEF Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
H2O Água
HR Humidade Relactiva do ar
IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
INAM Instituto Nacional de Meteorologia
INIA Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
INLD Instituto Nacional do Livro e do Disco
kg/ha Quilograma por Hectare
MINAG Ministério da Agricultura
N Nitrogénio
P Fósforo
P2O5 Pentóxido de Fósforo
Pr Precipitação
Prof. Profundidade
SAEG Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas
ton Tonelada
Tmax Temperatura Máxima
Tmed Temperatura Média
Tmin Temperatura Mínima
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 x
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1: Dados de Produção dos Feijões em Moçambique desde a campanha 93-94 até
05-06. ................................................................................................................................ 47
Anexo 2: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (área de estudo) desde 1971 até
2000................................................................................................................................... 49
Anexo 3: Resumo da Análise de Variância Factorial (ANOVAF)................................... 50
Anexo 4: Resumo da Análise de Correlação dos Parâmetros estudados.......................... 55
Anexos 5: Resumo da Análise de significância dos modelos de Regressão Linear e
Quadrática......................................................................................................................... 57
Anexo 6: Dados Meteorológicos do local do ensaio ........................................................ 61
Anexo 7: Layout do Ensaio .............................................................................................. 64
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 1
I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
O Feijão vulgar é uma planta da classe Dicotyledoneae, pertence a família Leguminosae,
género Phaseolus e espécie Phaseolus vulgaris L., é uma planta autogâmica, cuja
morfologia floral favorece o mecanismo da autopolinização. A taxa de fecundação
cruzada natural é baixa (até 1.4%). É uma planta anual, um pouco pubescente, de caule
fino, pode atingir até 80 cm de altura, ou possuir hábito de trepadeira, atingindo assim 2
m de extensão. As folhas são compostas por três folíolos, sendo um terminal e os dois
restantes laterais e opostos (Cruz, 2001 & Restrepo et al., 2007).
Segundo Passos et al. (1973) o seu fruto é uma vagem com comprimento variável, de 10
a 20 cm recurvada ou não, podendo tomar diversas colorações, uniforme ou com riscas
dependendo da variedade. A semente apresenta uma ampla variação de cores (branco,
creme, vermelho, amarelo entre outras raiado ou não) forma (ovalada, cilíndrica, redonda,
elíptica, etc) e brilho variado e uma frequente combinação de cores que, é usada como
base para classificação de variedades comerciais segundo CIAT (1984) citado por
Restrepo et al. (2007).
Esta cultura é originária da América Central e do Sul, sendo Brasil, Índia, China, E.U.A e
México os maiores produtores mundiais. No continente Africano destacam-se vários
países como, Quénia, Zimbábwe, Malawi, Tanzânia e Moçambique (Rulkens, 1996). O
feijão pode ser usado como vagem verde ou grão seco. Constitui porém uma grande fonte
de proteína para várias populações principalmente nas regiões tropicais de África e
América Latina e, é também uma importante fonte de receita (Rulkens, 1996).
Em Moçambique, o F.vulgar é tido como uma cultura importante em vários pontos como,
o planalto de Niassa onde, tem se desenvolvido vários programas de melhoramento de
variedades locais para melhorar a produção do sector familiar. No entanto, apesar de ser
uma leguminosa, recomenda-se a adubação nitrogenada devido a ineficiência das estirpes
bacterianas nos solos tropicais (Davies, 1996 e Rosolem & Marubayashi, 1994).
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 2
O fornecimento de fósforo que é geralmente deficiente em solos tropicais, tem efeito
sobre a nitrogenase e é bastante importante na melhoria do nível de absorção dos outros
nutrientes, devido ao seu sistema radicular que é pequeno e pouco profundo com ciclo
curto de 90 a 100 dias (Lima et al., 2001).
1.2. Problema e Justificação de Estudo
Em geral, segundo Rulkens (1996) a cultura de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) tem
apresentado baixos rendimentos médios, situados entre 20-600 kg/ha. Em Moçambique,
Davies (1996) reportou rendimentos médios de 400 kg/ha em Niassa (um dos potenciais
locais de produção em Moçambique). Muitas são as razões apontadas para esses baixos
rendimentos entre os quais destacam se: baixa ou redução do nível de fertilidade do
solo ao longo das épocas ; falta de sementes de boa qualidade na altura da sementeira;
falta de informação sobre as melhores datas de sementeira; doenças; pragas, incluindo
gorgulho no armazém; trabalho necessário para fazer sachas e ma nodulação do feijão
vulgar; (Roselem & Marubayashi, 1994 e Davies, 1996).
Em um estudo realizado por IFAD (1992) citado por Davies (1996) nos distritos de Sanga
e Lichinga, cujo objectivo era, estimar o rendimento no sector familiar foram obtidos
rendimentos médios em torno de 400 kg/ha na campanha de 93/94. O mesmo estudo
constatou que o rendimento foi mais baixo na primeira época com probabilidade de
redução ao longo dos anos depois da abertura de uma machamba familiar como função da
fertilidade (Davies, 1996).
Apesar de baixos rendimentos verificados nesta cultura principalmente em África, podem
se conseguir rendimentos máximos de 3500 a 5000 kg/ha (Rulkens, 1999 e Embrapa,
1984). No entanto, o recurso a adubação mineral, tem sido uma das formas encontradas
para obter bons rendimentos, pois segundo Kikuti et al. (2005) em um estudo realizado
no Brasil visando estudar o efeito do Fósforo e Nitrogénio sobre o rendimento,
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 3
verificaram que o rendimento do feijão vulgar é influenciado pelas doses de N e P com
máxima eficiência geralmente numa dose acima das recomendações oficiais.
Silva et al. (2000) conseguiram um rendimento máximo de 3821 kg/ha, com uma dose de
98 kg/ha em um ensaio cujo objectivo foi, avaliar a resposta do feijoeiro à aplicação de
fósforo em um solo arenoso e estimar os níveis críticos deste nutriente no solo. Rodrigues
et al. (2002) também referem aumentos no rendimento do grão como resposta do
incrementado de doses de Nitrogénio e Fósforo embora não tenha sido encontrada a dose
que proporcionasse o rendimento máximo, o mesmo estudo, mostrou que esta seria
alcançada com maiores combinações (acima de 150kg/ha para P2O5 e 120kg/ha para N)
dos dois nutrientes.
Segundo Geurtz (1997) em geral, os solos de Moçambique são de baixa fertilidade,
necessitando portanto de um maneio adequado para manter ou melhorar a produtividade
destes. Porem, Geurtz (1997) refere ainda que a rede de investigação não é
suficientemente densa para recomendar o maneio de fertilidade dos solos por cada região.
Portanto o recurso a adubação torna-se essencial, quer para restituir os elementos
nutritivos que a cultura retira bem como, manter a fertilidade do mesmo (Costa &
Ferrinho, 1964). Este factor constitui uma mais valia pois, o aumento dos rendimentos,
permite aumento simultâneo de palhas, forragens, estrume e detritos orgânicos que
voltam ao solo constituindo assim, o húmus (Agros, 1977).
Agros (1977) refere que a adubação mineral representa uma parte relativamente pequena
das despesas totais do agricultor mas, tem uma influência decisiva sobre os rendimentos
da cultura, pois, uma planta vigorosa, bem alimentada, defende-se melhor contra os seu
inimigos tais como: pragas, doenças e infestantes.
Na cultura do Feijão vulgar, o fósforo e o nitrogénio são os elementos mais
recomendados, sendo o potássio, na maioria dos casos, dispensável. Este facto foi
também constatado num ensaio realizado por Rodrigues et al. (2002) devido a grande
interdependência verificada no seu estudo visando avaliar o efeito de doses crescentes de
Nitrogénio e Fósforo no rendimento do grão do feijão vulgar.
O N é amplamente destacado e reconhecido pela sua importância no crescimento do
feijoeiro e, principalmente, pelo incremento de produtividade pois, inicialmente contribui
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 4
para o desenvolvimento dos órgãos vegetativos e depois, para a constituição das
substâncias de reserva: o grão (Agros, 1977 e Souza et al., 2005). Em Moçambique
recomenda-se aplicação de 50 kg/ha sendo 20 kg/ha na sementeira e o restante em
cobertura (22 a 29 dias depois da emergência) (Amane et al., 2007) porém, não há
referência quanto ao rendimento esperado.
O P é considerado de maior limitação nutricional ao desenvolvimento das culturas nos
solos das regiões tropicais, porque o fornecimento é geralmente deficiente neste tipo de
solos e ajuda na melhoria da absorção dos outros nutrientes (Lima et al., 2001). Vários
trabalhos de pesquisa, têm apontado o efeito positivo do fósforo com referência aos
relatos de Andrade et al. (1998) e Silva et al. (2000) citados por Arf et al. (2004) embora
não refiram os rendimentos obtidos, no entanto, Silva et al. (2000) avaliando a resposta
do Fósforo em um solo arenoso conseguiu um rendimento máximo de 3821 kg/ha com
uma dose de P2O5 de 98 kg/ha.
De uma forma geral, este estudo pretende contribuir com informação, fruto de
investigação sobre o Feijão vulgar, como forma de contribuir na melhoria dos
rendimentos actuais desta cultura, através de adopção de boas práticas de maneio do solo
no que concerne as necessidades de Fósforo e Nitrogénio.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
• Avaliar o efeito da Adubação mineral combinada de Nitrogénio e Fósforo no
rendimento do Feijão e, contribuir com informação científica para melhorar os
níveis de produtividade do Feijão Vulgar.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 5
1.3.2. Específicos
• Avaliar o efeito de combinação de Nitrogénio e Fósforo no rendimento do grão de
Feijão Vulgar;
• Estimar o nível de Fósforo e Nitrogénio que proporcionam maiores rendimentos
do grão seco do Feijão vulgar;
• Estimar os rendimentos máximos possíveis com base nos níveis de Fósforo e
Nitrogénio e;
• Relacionar o Rendimento do grão com o número de vagens e grãos por planta,
peso de cem grãos e grãos por vagem.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 6
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Historial, Produção mundial e em Moçambique
O Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma cultura bastante antiga, o seu cultivo é
referenciado na Grécia antiga e no Império Romano onde, os feijões eram usados para
votar (um feijão branco significava sim e um preto significava não). Os primeiros
ancestrais de Phaseolus vulgaris L. foram encontrados no norte e sul da região do
Equador e norte de Peru. Sementes fossilizadas datadas de 7000 ac foram encontradas na
América Central e Peru. Arqueólogos evidenciam seu cultivo no México a mais de 5000
ac. Mais tarde, o Feijão foi trazido para Europa e África durante a Exploração colonial
Portuguesa e Espanhola (Smart, 1990).
Trinta porcento (30%) da produção mundial é proveniente do México, América Central e
do Sul, quantidades significativas são provenientes de Ásia e Africa e, constitui a
segunda leguminosa com maior importância Económica à nível mundial depois da Soja
(Hardman et al., 1990 e Smart 1990).
Segundo Rulkens (1996) o Feijão Vulgar foi cultivado numa primeira fase em
consociação com o milho, evoluindo posteriormente do sistema cereal-leguminosa
praticamente da mesma maneira que o Feijão nhemba, a Mexoeira e a Mapira em Africa.
Na região tropical, esta cultura é produzida sobretudo nas áreas e estações menos quentes
como por exemplo nos planaltos e no Inverno. A Índia, o Brasil, a China, os E.U.A e o
México são os maiores produtores mundiais com destaque para o Brasil que é o maior
produtor seguido pelo México. A nível continental, a Ásia contribui com cerca de 45,7%
da produção mundial seguido das Américas (36,7%), África (13,9%) e Oceânia (0,2%)
(Wander, 2005).
Em África, os rendimentos são geralmente muito baixos entre 20-600 kg/ha de grão
seco, podendo chegar até 1000-1500 kg/ha com variedades melhoradas e bom maneio.
Por exemplo, segundo os dados de 2002 do TIA, em Moçambique o rendimento médio na
campanha de 2002 foi de 272.01 kg/ha (MINAG, 2008). O Brasil (maior produtor
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 7
mundial) possui uma produtividade média de 550 kg/ha (Vieira & Sartorato, 1984). Este
valor é resultado de decréscimos ao longo dos anos, não obstante rendimentos médios
superiores a 1400 kg/ha que têm se verificado em países como E.U.A, Japão, Turquia e
Itália de acordo com FAO (Wikipédia, 2008).
No continente Africano, esta cultura é praticada por países como: Quénia, Etiópia,
Uganda, Rwanda, Burundi, actual Congo Democrático, Tanzânia, Malawi, Zâmbia,
Zimbabué e Moçambique. Destacando-se em Moçambique as províncias de Manica,
Niassa, Tete a uma altitude de 1200 a 1400 m na estação húmida, Maputo e Gaza na
estação seca com rega (Rulkens, 1996).
Em Moçambique, segundo os dados do MINAG (2008) as produções de Feijões no geral,
têm vindo a crescer em termos globais, quer no sector Familiar bem como no Comercial,
de acordo com as produções dos últimos anos desde 1993 até 2006 embora se verifiquem
algumas oscilações (Anexo 1). No entanto, o crescimento das produções são justificadas
pelo crescimento das áreas de produção e não pela produtividade por hectare.
A maior contribuição da produção vem do sector familiar (98.58%). As Províncias de
Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia são as maiores produtoras no sector
familiar (68%) enquanto que, para o sector comercial são Gaza, Niassa, Cabo Delgado e
Nampula (80%). Ainda segundo dados do MINAG (2008) foram registados rendimentos
médios de cerca de 272.01 kg/ha em 2002, 460.64 kg/ha em 2006 com destaque para
Nampula com registo de um rendimento médio de 930.71 kg/ha em 2006 (Tabela 1).
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 8
Tabela 1: Rendimentos médios anuais do Feijão vulgar em Moçambique por província
referentes aos anos: 2002, 2005 e 2006.
Províncias
Rendimentos Médios por Província por ano
2002 2005 2006
Niassa 508.12 408.03 677.71
C.Delgado * 170.06 *
Nampula 162.50 677.41 930.71
Zambézia 418.70 406.86 694.08
Tete 348.28 293.02 343.52
Manica 221.31 432.52 384.14
Sofala 59.36 * 290.45
Inhambane 97.40 220.53 60.00
Gaza 397.92 * *
Maputo 234.54 433.93 304.54
Média Anual 272.01 380.29 460.64
* Sem informação
2.2. Importância do Feijão Vulgar
O Feijão vulgar, constitui uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em
desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais, particularmente nas Américas onde
a produção ronda em torno de 47% da produção mundial e no leste e sul da África com
um equivalente a 10% (Ripado, 1992).
A semente seca, é uma componente ideal de sopas, purés, guisados, etc., conservando se
durante muito tempo, desde que adequadamente preparada e guardada em lugar seco. O
seu grão é bastante rico em hidratos de carbono e em vitaminas, pois, possui importantes
teores de vitamina B1 e uma menor quantidade de vitamina A e C. As vagens secas são
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 9
diuréticas1
e muito usadas no combate à hidropisia2
e ao reumatismo e, exercem também
uma benéfica acção antidiabética (Ripado, 1992).
O consumo de feijão é também associado a diminuição do desenvolvimento de doenças
como, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e até mesmo neoplasias3
. Acredita-
se que, este efeito benéfico esteja ligado a presença de metabolitos secundários, os
fotoquímicos com destaque para os compostos fenólicos e os flavonóides (Vieira &
Sartorato, 1984)
A falta de informação para a comercialização do produto é um dos pontos de
estrangulamento da cadeia produtiva desta cultura. O F.vulgar, constitui uma importante
fonte de renda principalmente para os camponeses nas zonas rurais (Setimela et al., 2004
& Wander, 2005).
2.3. Exigências Climáticas
A cultura de Feijão vulgar necessita para o seu crescimento pleno, cerca de 16-24 o
C,
diminuindo ao longo do ciclo. As temperaturas de 20-32 o
C durante a floração provocam
a queda de botões florais, reduzindo assim o rendimento. O feijoeiro, é considerado
fotoneutro, isto é, a transição da fase vegetativa para floração não depende do
comprimento do dia (Silva & Steinmetz, 2003).
A temperatura é o elemento climático que mais exerce pressão sobre a percentagem de
vingamento das vagens e, de maneira geral, altas temperaturas são prejudiciais sobre o
florescimento e frutificação do feijoeiro (Silva & Steinmeta, 2003). Temperaturas baixas
reduzem o rendimento do feijoeiro devido ao abortamento das flores que, por sua vez,
pode resultar em falhas nos sistemas reprodutores. A combinação de altas temperaturas e
1
Propriedade de eliminar líquidos em excesso
2
Acumulação de um líquido aquoso nas cavidades ou tecidos do corpo devido a distúrbios na circulação do
sangue
3
Crescimento anormal, não controlado e progressivo de um tecido
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 10
baixa humidade relativa do ar e ventos fortes, têm maior influência no pegamento e
retenção de vagens (Silva & Steinmetz, 2003).
O Feijão vulgar não necessita de quantidades excessivas de humidade dependendo de
condições pedológicas e climatológicas, deste modo, entre 300-600mm de chuva durante
o ciclo é suficiente para satisfazer a necessidade de humidade requerida pela cultura
(Rulkens, 1996). Segundo Restrepo et al. (2007) não deve haver excesso de água nem
deficiência e, a precipitação pluviométrica ideal é de aproximadamente 400 mm bem
distribuídos durante o ciclo da cultura. A deficiência hídrica no feijoeiro é mais crítica
durante a floração e início da formação de vagens, principalmente aos 15 dias antes da
floração (Wander, 2005).
2.4. Solo
Não se recomenda solos encharcados e mal drenados para o plantio de feijão (Vieira &
Sartorato, 1984). O feijoeiro é uma planta com sistema radicular delicado com maior
parte concentrada na camada até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um
cuidado especial na escolha da área (Pereira, 2006). Solos pesados, compactos, sujeitos a
formar a crosta na superfície ou encharcados não são adequados para a cultura do
feijoeiro, recomendando-se solos friáveis com boa aração, de textura areno-argilosa,
relativamente profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos (Pereira,
2006). Também, não se desenvolve bem em solos ácidos, sendo preferidas as terras boas
e leves. Deve-se evitar solos muito inclinados, porque seu cultivo favorece a erosão. O
pH ideal ao desenvolvimento de F.vulgar é em torno de 6-7,5 (pH (H2O) (Santos, 1996).
2.5. Exigências nutricionais
Nutrição vegetal é o conjunto de fenómenos através dos quais, a planta retira do meio que
as rodeia, substâncias que são necessárias ao seu metabolismo e, como consequência ao
seu crescimento e produção (Mello et al., 1981). Segundo Passos et al. (1973) o Feijão
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 11
vulgar normalmente não consome muitos nutrientes mas, devido a fragilidade da planta e
fragilidade do seu sistema radicular, seu pequeno porte e o ciclo muito curto, é
importante a existência no solo de elementos nutritivos indispensáveis ao seu
desenvolvimento, principalmente Nitrogénio, Fósforo e Potássio (efeito
comparativamente fraco).
Em muitos trabalhos de pesquisa publicados sobre a cultura do Feijão vulgar demonstram
que a resposta da mesma à aplicação de fertilizantes nitrogenados e fosfatados é alta,
quando comparada com os outros nutrientes e a necessidade de fósforo, é relativamente
maior em relação ao Nitrogénio. O fósforo e o nitrogénio são os elementos mais
recomendados (Barbosa et al., 2005) .
2.5.1. Fósforo
O fósforo geralmente limita a produção agrícola nos solos tropicais e subtropicais, devido
aos seus baixos níveis na solução do solo, requerendo, consequentemente, que a
adubação fosfatada seja uma prática constante (Oliveira et al., 2005). Em culturas
irrigadas obtém se maiores produtividades com mesma dose de P, pois, nessas
condições o adubo é melhor aproveitado pela planta e, provavelmente nessas condições, a
dose económica será maior que em sequeiro. A aplicação do fósforo deve ser na linha, ao
lado e abaixo da linha de sementeira (Roselem & Marubayashi, 1994 e Malavolta, 1981).
A absorção de P2O5 é muito rápida no início do período vegetativo e é necessário que
neste momento, a planta disponha de um máximo de fosfatos solúveis. A acção favorável
de P2O5 sobre o desenvolvimento do sistema radicular é conhecida desde 1843 e pode ter
repercussões importantes sobre a continuação do desenvolvimento (Roselem &
Marubayashi, 1994).
Em geral, a absorção do fósforo está quase terminada no fim do período de crescimento
máximo, sendo bastante regular durante toda a fase vegetativa (Diehl, 1989). A dose de
adubação recomendada para uma densidade desejada de feijão depende do tipo de solos,
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 12
variando de 20 kg/ha a 80 kg/ha de P205 segundo Setimela et al. (2004) sem referência ao
rendimento esperado.
Jimenz & Picciotto (1994) referem que o F.vulgar é exigente em fósforo e, recomndam
uma adubação de fundo de 50 kg/ha de P205, devendo ser incorporado na gradagem
enquanto que Geurtz (1997) recomenda até 45 kg/ha de P205 e o MINAG (1982) 30 kg/ha
de P205 sem fazer menção ao rendimento esperado. No entanto, essas doses estão muito
abaixo da dose que proporcionou maior rendimento (3821 kg/ha) por Silva et al. (2000)
com uma dose de 98 kg/ha.
Em caso de deficiência, os folíolos novos tomam uma coloração verde azulada, sem
brilho enquanto que os mais velhos ficam com uma cor verde clara, podendo apresentar
áreas internervais cloróticas com pequenas pontuações escuras (Figura 1). Caules mais
curtos e finos que o normal, menor desenvolvimento da planta (Figura 2). Os sintomas
desenvolvem-se de baixo para cima (Roselem & Marubayashi, 1994).
Figura 1: Deficiência de fósforo: folhas
inferiores com coloração verde pálido e
as superiores com tons verdes mais
escuros.
Fonte: Roselem & Marubayashi (1994)
Figura 2: Deficiência de fósforo, à
direita: caules mais curtos e finos, menor
desenvolvimento geral da planta.
Fonte: Roselem & Marubayashi (1994)
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 13
2.5.2. Nitrogénio
O Nitrogénio é o elemento indispensável à multiplicação celular, faz parte da composição
dos núcleos. Por essa razão, encontra-se em todos os tecidos jovens. A sua absorção é
portanto, acentuada no princípio do período vegetativo e durante a fase do crescimento
activo. Posteriormente, o ritmo de absorção diminui lentamente. Isto faz do nitrogénio
muitas das vezes, um elemento determinante no rendimento. A sua acção é muito
importante no aumento dos volumes dos órgãos vegetais, na quantidade de clorofila e
consequentemente na fotossíntese (Diehl, 1989).
Segundo Roselem & Marubayashi (1994) vários esforços para se entender e chegar às
recomendações de inoculação do feijoeiro têm sido feitas mas, a fixação simbiótica de N
não tem sido suficiente para atender a demanda da planta. Assim, normalmente se obtém
reposta ao nitrogénio aplicado. Contudo, na época seca, a probabilidade de resposta é
menor, assim como o potencial de produção, mas em culturas irrigadas tem se obtido
maior potencial de produção um melhor aproveitamento do adubo aplicado.
Normalmente recomenda se a aplicação de 1/3 da dose de N na sementeira, e 2/3 até aos
20 DAE da cultura. Com doses altas de N, a cobertura poderia ser parcelada em até 2
vezes, sendo a primeira entre os 15 e 20 DAE e a segunda até 35 DAE das plantas
embora não existam estudos que confirmem esta recomendação, mas o estudo da marcha
de absorção de N e o entendimento das funções e efeitos do nutriente na planta permitem
essa inferência (Roselem & Marubayashi, 1994).
Para Vieira & Sartorato (1984) a quantidade de Nitrogénio recomendada varia entre 20 a
120 kg/ha porém, não faz menção aos rendimentos obtidos. Para Jimenz & Picciotto
(1994) deve-se incorporar também com o fósforo cerca de 30 kg/ha de N e 70 kg/ha em
cobertura, 15 DAE (1ª sacha). Porém, sem referenciar a altura, Geurtz (1997) recomenda
níveis de 30 a 60 kg/ha de N. Rodrigues et al. (2002) no seu estudo com objectivo de
estudar o efeito de doses de Fósforo e Nitrogénio no rendimento do grão, refere
rendimentos acima de 2100 kg/ha com dose acima de 150 kg/ha e Kikuti et al. (2005) em
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 14
estudo similar, obteve um rendimento máximo de 2264 kg/ha com uma dose de 144
kg/ha.
Na deficiência de Nitrogénio, as folhas tornam-se verde claras, podendo ficar amarelas.
Clorose nos folíolos das folhas mais velhas que, caem permanentemente (Figura 3). As
nervuras ficam mais destacadas no fundo. Quando esta clorose evolui, a clorose acentua-
se podendo, aparecer manchas verdes pontiformes, pequenas como salpicos. Nesta fase,
podem aparecer áreas esbranquiçadas em várias parte do limbo foliar (Figura 4)
(Roselem & Marubayashi, 1994 e Menete & Chongo, 1999).
Figura 3: Deficiência de nitrogénio:
clorose nos folíolos das folhas mais
velhas com posterior necrose e queda.
Fonte: Roselem & Marubayashi (1994)
Figura 4: Deficiência de nitrogénio: À
esquerda, planta com nutrição normal; à
direita, planta deficiente em nitrogénio.
Fonte: Roselem & Marubayashi (1994)
2.5.3. Interação entre Nitrogénio e Fósforo
Segundo Marschner (1995) e Sanginga et al. (2000) citados por Kuang et al. (2005) o P e
o N são igualmente importantes nutrientes para o crescimento da planta e a sua
interacção em leguminosas é bastante significativa. Muitos estudos têm demonstrado que
a adição de P geralmente melhora o nível de N na planta, promovendo o crescimento
vegetativo, enquanto que a deficiência de P afecta a nutrição nitrogenada, prejudicando
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 15
deste modo, o crescimento das plantas em referência ao estudo de Israel (1987) e Araújo
& Teixeira (2000) citados por Kuang et al. (2005). No entanto, essas interacções não são
sempre consistentes, devido a variabilidade genética que afecta a eficiência de absorção
do N e P.
Robson (1983) e Graham & Vance (2000) citados por Kuang et al. (2005) referem efeitos
benéficos do P sobre nutrição nitrogenada através da promoção de fixação biológica de
N2, porque a simbiose em leguminosas geralmente exige grandes quantidades de P. Alta
disponibilidade de P melhora o crescimento vegetal e um maior volume de carbono nas
raízes e nódulos, resultando num melhor sistema radicular ou formação de nódulos e,
consequentemente, maior fixação de N2. Porém, apesar do efeito positivo do P sobre a
absorção de N, a fixação simbiótica de N2 não tem se mostrado eficiente em solos
tropicais, optando pela aplicação de Nitrogénio (Roselem & Marubayashi, 1994).
2.6. Densidade e Épocas de Sementeira
Segundo o MINAG (1982) o compasso recomendado para o cultivo de feijão vulgar é de
60 x 15 cm, sendo 60 cm entre linhas e 15 cm entre plantas. Tanto em Sequeiro assim
como sob irrigação, recomenda-se o uso de variedades anãs de feijão vulgar com um
espaçamento entre linhas de 45 - 50 cm e o uso de uma semente por covacho separadas
por 7 - 15 cm. Para isso, precisa-se de 60 a 120 kg/ha de semente para variedades de grão
grande e 35 a 70 kg/ha de semente para as variedades de grão pequeno. A profundidade
de sementeira é de 2.5 a 5 cm de lado do camalhão para aproveitar a humidade, caso se
use rega por gravidade (Vieira & Sartorato, 1984).
2.7. Pragas, Doenças e Infestantes
2.7.1. Pragas
Os danos causados pelas pragas na cultura do feijão, podem ser observados desde o início
(sementeira) até ao armazenamento e, aliado a grande diversidade de espécies,
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 16
praticamente toda a estrutura da planta tem se mostrado sensível, com perdas que podem
chegar até 33 a 86 % (Rosolem & Marubayashi, 1994). Segundo Segeren et al. (1994) e
Rulkens (1996) as principais pragas desta cultura em Moçambique são: Mosca-do-feijão,
roscas, besouros-das-folhas, lagartas-da-folhagem, térmitas e nemátodo-da-galha. Dentre
elas, a mosca-do-feijão, é bastante crucial, podendo causar prejuízos até 80% na época
seca principalmente devido a altas temperaturas que promovem o desenvolvimento desta.
2.7.2. Doenças
Rosolem & Marubayashi (1994) referem que, a incidência e intensidade das doenças da
cultura de feijoeiro variam de acordo com a época de cultivo, variedade e condições
climáticas. Segundo Segeren et al. (1994) e Rulkens (1996) as principais doenças do
feijoeiro em Moçambique são: mancha-angular, ferrugem, podridão-do-pé, podridão-do-
caule, antracnose e mosaico-comum, dentre as quais, destaca-se a antracnose que,
encontra-se distribuída em todas as regiões produtoras de feijão no mundo.
2.7.3. Infestantes
Segundo Vieira & Sartorato (1984) a cultura de feijão é sensível a ocorrência de
infestantes nos primeiros dias de vida. Quando ocorre, pode acarretar uma diminuição de
até 50 - 70% na produção. Duas sachas manuais ou mecânicas, são geralmente
suficientes, sendo a última feita antes da floração. Também pode se fazer o controlo
químico de acordo com o tipo de infestante. Principalmente durante 6 a 8 semanas após a
sementeira, o feijoeiro deve estar livre de infestantes com destaque para a tiririca.
2.8. Variedades
A maioria dos camponeses em Moçambique, utiliza a semente de variedades locais.
Porém, o sector privado e o CIAT têm criado uma série de variedades melhoradas de
feijão, com o objectivo de aumentar a produtividade do feijão no país (Vieira &
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 17
Sartorato, 1984). Distinguem se três grupos de variedades: determinadas4
,
indeterminadas5
e trepadeiras6
. Em Moçambique, particularmente em Lichinga e
Angónia, distinguem se várias variedades de hábito determinado com nomes locais. Estas
variedades, aparentimente diferem na cor mas, há também outras características que se
conhecem como é o caso do sabor, cozedura, produção e comercialização (Rulkens,
1996).
Dentre as variedades determinadas destacam-se: Feijão encarnado, Feijão manteiga,
Feijão raiado ou catarina e Feijão branco. As variedades indeterminadas são variedades
locais de manteiga e outras geralmente misturadas com variedades erectas determinadas.
As variedades trepadeiras, são geralmente destinadas a produção de feijão verde mas
também se consomem como grão seco (Rulkens, 1996).
2.8.1. Variedade CAL 143
Neste estudo foi usada a variedade CAL 143, com hábito de crescimento determinado,
altura entre 40 e 50cm; folhas verdes-escuras, grandes e ovadas; flores de cor rosado-
escuras; a floração ocorre mais ou menos ao 40 dias depois da sementeira; a vagem é de
cor verde com uma média de 10 a 12 grãos por vagem; a maturação leva 90 dias (80% da
maturação). A colheita é feita uma única vez; o grão é de tamanho médio a grande com
peso de 42g por 100 grãos, apresenta cor encarnada com manchas brancas de forma oval;
é resistente a ferrugem, mancha-angular, hilo bacteriano e virose; possui uma boa
cozedura e um bom grau de aceitabilidade (IIAM, 2008).
4
A fase vegetativa cessa com o início da floração
5
A fase vegetativa prolonga-se mesmo depois do início da fase de floração
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 18
III. MÉTODOS
3.1. Descrição Geral da Área de Estudo
O ensaio foi realizado no campo Experimental da Faculdade de Agronomia e Engenharia
Florestal (FAEF), localizado na Cidade de Maputo, altitude média de 60 m acima do
nível do mar e apresenta como coordenadas geográficas 25o
58’de latitude sul e 32o
36’
de longitude este (Sousa, 1992). Quanto ao clima, apresenta uma temperatura média
mensal anual mais alta de 26.15 ºC em Janeiro e a mais baixa de 19.4 ºC em Julho. A
temperatura mais baixa, regista-se em Julho (14.3 ºC) e a mais alta em Janeiro (30 ºC). A
Precipitação total mensal anual é de 165.9mm (máxima) em Janeiro e 12.4mm (mínima)
em Junho (Anexo 2) (INAM, 2008). O solo é de cor castanha, de textura arenosa com
91.89% de areia, baixa percentagem de matéria orgânica, pH neutro, não salino e baixo
teor de N (0.04%) e P (1.907 mg/100) (Tabela 2).
6
Plantas que se elevam fixando-se a suportes
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 19
Tabela 2: Resumo da Análise do Solo para a amostra colhida na área do Ensaio
Designação Unidade Composição Método Referência
pH (1:2.5)
H2O
- 6.98 Potenciometro Houba et al. (1989)
CE (1:2.5) mS/m 0.053 Condutivimetro Houba et al. (1989)
MO % 0.56 Walkley & Black Houba et al. (1989)
Ca2+
meq/100g 2.6 Complexómetro Houba et al. (1989)
Mg2+
meq/100g 0.4 Complexómetro Houba et al. (1989)
Na+
meq/100g 0.11 Fotómetro de
chama
Houba et al. (1989)
K+
meq/100g 0.24 Fotómetro de
chama
Houba et al. (1989)
CTC meq/100g 9 Acetato de Amónia Houba et al. (1989)
N % 0.04 Kjeldahl Houba et al. (1989)
P mg/100g 1.907 Bray 1 Houba et al. (1989)
Argila % 0.81 Densímetro Wasterhout &
Marleen (1985)
Limo % 7.30 Densímetro Wasterhout &
Marleen (1985)
Areia % 91.89 Densímetro Wasterhout &
Marleen (1985)
Classe
textural
- Arenosa Triângulo textural
da USDA
USDA
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 20
3.2. Delineamento e Desenho Experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados (DBCC)
num esquema factorial 4x4x4, isto é, quatro (4) níveis de Nitrogénio, quatro (4) de
Fósforo e quatro (4) repetições. As fontes de N e P usadas foram, Ureia (46% de N) para
o N e Superfosfato simples (19% de P2O5) para o P. A descrição dos níveis de adubação
e os tratamentos encontram-se na Tabela 3.
Tabela 3: Descrição dos tratamentos em função das doses de Nitrogénio e Fósforo
usadas.
Símbolo
Notação do
Tratamento
Descrição dos tratamentos (combinação de factores)
Adubação (kg/ha)
N P2O5
T1 n0p0 0 0
T2 n0p1 0 15
T3 n0p2 0 30
T4 n0p3 0 60
T5 n1p0 30 0
T6 n1p1 30 15
T7 n1p2 30 30
T8 n1p3 30 60
T9 n2p0 50 0
T10 n2p1 50 15
T11 n2p2 50 30
T12 n2p3 50 60
T13 n3p0 80 0
T14 n3p1 80 15
T15 n3p2 80 30
T16 n3p3 80 60
Antes da implementação do ensaio, fez-se a preparação do solo (lavoura e gradagem)
numa área de 320 m2
(32 m x 10 m). Depois da preparação do solo, procedeu-se a
colheita de 20 sub-amostras de solo usando uma sonda numa profundidade de 0 - 20 cm
num padrão de caminhamento em zig-zag. Estas sub-amostras foram misturadas numa
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 21
bacia até homogeneizar donde, retirou-se uma amostra de 1 kg (1000 g) levada ao
laboratório para efeitos de análise dos conteúdos de K, P, N, pH, CTC, CE, BT e Textura
de solo (Tabela 2).
Após a colheita da amostra do solo, dividiu-se a área em quatro (4) blocos de 15.5 m X
4.1 m com uma distancia de 1m entre eles. Dentro de cada bloco foram alocadas cerca de
16 parcelas (correspondentes a 16 tratamentos) de, 1.8 m x 1.5 m com uma separação de
50 cm (0,5 m) entre os mesmos, totalizando 64 parcelas (Anexo 7). Depois de
identificadas as parcelas por tratamento, marcaram-se as linhas de sementeira e 30
covachos em cada (equivalente a 30 plantas por parcela) das quais, 10 centrais
constituiram a área útil, num compasso de 60 cm X 15 cm (15 cm entre plantas e 60 cm
entre linhas) segundo MINAG (1982).
Práticas Culturais
Depois da preparação do solo, demarcação e identificação das parcelas por tratamento e,
identificação das linhas de sementeira, foi feita uma adubação de fundo no dia anterior a
sementeira que, consistiu em colocar o adubo nos dois lados da linha de sementeira,
numa profundidade de 8 a 10 cm. A sementeira foi feita usando uma semente por
covacho e retancha para preencher algumas falhas de emergência 7 dias após a
sementeira (DAS). O resumo das principais práticas culturais realizadas, está disposto na
Tabela 4.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 22
Tabela 4: Resumo das Praticas culturais realizadas durante o período do Ensaio.
Nº Operações Culturais
Dias depois da
Observação
Sementeira Emergência
1 Preparação do solo -7 – 0 Manual
2 Sementeira 0 Compasso: 60
cmx15cm, Prof.: 5 – 6
cm (solo arenoso)
3 Adubação de fundo -1 Prof.: 8 – 10 cm ao
lado da linha de
sementeira, 1/3 de N e
Total de P2O5
4 Cuidados culturais
Emergência 6 – 7
Sacha (1) 04 Manual
pulverização (1) 05 Cipermetrina EC 20%
(Dose: 1ml/1L de
Água)
Sacha (2) 20-21 Manual
pulverização (2) 13 Cipermetrina EC 20%
(Dose: 1ml/1L de
Água)
pulverização (3) 25 Cipermetrina EC 20%
(Dose: 1ml/1L de
Água)
Sacha (3) 46-47
5 Adubação de cobertura 21 2/3 de N
6 Colheita 81 Manual
A rega foi feita de acordo com o estado de humidade do solo, com um padrão inicial
diário até a emergência e depois com um intervalo de um a dois dias, variando de acordo
com o estado de humidade do solo e chuvas. A primeira rega foi no dia em que se fez a
adubação de fundo e a segunda no dia da sementeira. Foi-se reduzindo a medida em que
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 23
se aproximava a fase de maturação (colheita). Quanto ao controlo Fitossanitário, fez-se o
controlo preventivo da mosca do feijão usando Cipermetrina de acordo com a tabela das
praticas culturais efectuadas.
3.3. Parâmetros de Análise
Os parâmetros analisados são:
• Rendimento médio do grão por tratamento (kg /ha)
O Rendimento médio do grão refere-se ao peso dos grãos por unidade de solo, isto é,
quantos quilogramas foram possíveis obter na área de cultivo. Foi expresso em kg/ha e
calculado em função de cada tratamento em estudo. Para determinação deste parâmetro,
foram feitas pesagens do grão depois de seco e debulhado e, estimou-se o rendimento por
cada tratamento segundo a fórmula abaixo.
RMG = (PTG*10)/Au (1)
Onde:
RMG é o Rendimento médio do grão por tratamento (kg/ha);
PTG é o peso total dos grãos por tratamento (g) e;
Au é a área útil (0.9 m2
)
• Peso médio de 100 grãos por tratamento (g)
Este parâmetro foi determinado através da pesagem de três lotes de 100 grãos em cada
tratamento e, fez-se a média dos três para determinar o peso médio correspondente ao
respectivo tratamento.
• Numero médio de vagens por planta por tratamento (-)
Foi determinado através da contagem de todas as vagens correspondentes ao total de
plantas por cada tratamento na área útil, de seguida fez se a média dividindo pelo número
total de plantas da área útil.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 24
• Numero médio de grãos por planta por tratamento (-)
Este parâmetro foi determinado através da contagem de todos os grãos do total das
vagens da área útil, depois dividiu-se os mesmos pelo total de plantas da área útil.
• Peso médio de grãos por vagem por tratamento (g)
Peso médio de grãos por vagem foi determinado através da razão entre o peso total de
sementes por tratamento correspondentes a área útil pelo total de vagens encontradas.
3.4. Análise de Dados
A análise de dados foi feita usado o pacote estatístico SAEG 2000 e Microsoft Excel.
Usou-se o SAEG para análise de variância (ANOVA), análise das equações de regressão
para modelos lineares e quadráticos em situações onde se verificou efeito significativo na
ANOVA através do teste F e, análise de Correlações entre todas os parâmetros. E o
Microsoft Excel foi usado para construção de gráficos e determinação de equações dos
modelos de regressão.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 25
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Avaliação do efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre número médio de
vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento
Com base nos resultados da Análise de Variância feita, o efeito de Nitrogénio foi
significativo em todas as variáveis analisadas, sendo P < 0.01 para Número médio de
vagens, Número médio de grãos por planta e Peso médio de 100 grãos enquanto que para
o Peso médio de grãos por planta e Rendimento médio, a significância foi alcançada para
um nível P < 0.05 (Tabela 6).
Tabela 5: Resumo da análise de variância dos Parâmetros medidos em relação aos
factores principais.
Variáveis Analisados
Efeito dos factores Principais
N P Interacção CV(%)
Número médio de Vagens por planta (-) S**
S**
S*
6.06
Número médio de Grãos por Planta (-) S**
ns ns 16.36
Peso médio de Grãos por Vagem (g) S *
ns ns 9.48
Peso médio de 100 Grãos (g) S**
S**
ns 5.18
Rendimento médio de grãos (kg/ha) S *
S**
ns 12.24
Efeito não significativo (ns), efeito significativo a 5% (S *
), efeito significativo a 1% (S **
) pelo teste F
4. 1. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de cem grãos
O Peso médio de cem grãos do feijão vulgar foi de 47.6 g. As doses de Nitrogénio
influenciaram o Peso de cem grãos de forma quadrática, registando-se máximo (48.7 g)
com a dose de 93.7 kg/ha de Nitrogénio aplicado, sendo 1/3 em fundo e 2/3 em cobertura
aos 21 dias após a emergência (Figura 5).
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 26
**y = -0.0003x2 + 0.0562x + 46.098
R2 = 0.8242
45.50
46.00
46.50
47.00
47.50
48.00
48.50
49.00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Doses de Nitrogenio (Kg/ha)
PesoMediode100graos(g)
Figura 5: Comportamento do Peso Médio de 100 Grãos de Feijão vulgar em função de
dose de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<0.01.
A resposta deste parametro quanto as doses crescentes de Nitrogénio, mostra o grande
papel do Nitrogénio no aumento do peso do grão até um máximo provavelmente devido a
correlação significativa e positiva (Tabela 6) entre o Peso de cem grãos e o Número de
vagens por planta, isto é, o aumento do número de vagens diminui a disponibilidade de
fotoassimilados alocados por unidade de vagem e consequentemente do grão a partir da
dose de 93.7 kg/ha de Nitrogénio aplicado.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 27
Tabela 6: Matriz de Correlações entre Número médio de vagens por planta (NMVP),
Número médio de grãos por planta (NMGP), Peso médio de grãos por vagem (PMGV),
Peso médio de 100 grãos (PMCG) e Rendimento médio de grãos por hectare (RMG).
Variáveis NMVP NMGP PMGV PMCG RMG
NMVP 1 0.9320 **
0.7379 **
0.7644 **
0.9849 **
NMGP 0.9320 **
1 0.6950 **
0.6194 **
0.9206 **
PMGV 0.7379 **
0.6950 **
1 0.8622 **
0.8381 **
PMCG 0.7644 **
0.6194 **
0.8622 **
1 0.8281 **
RMG 0.9849 **
0.9206 **
0.8381 **
0.8281 **
1
ns ( Correlação não significativa), **
(Correlação altamente significativa a P < 0.01) pelo teste “t”
4. 1. 2. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de grãos por
vagem
O Peso médio de grãos por vagem foi de 1.5 g. A resposta do feijão vulgar a este
parametro em função da adição de doses de Nitrogénio foi quadrática. E o peso máximo
(1.6 g) foi alcançado com uma dose de 140 kg/ha de Nitrogénio (Figura 6).
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 28
*y = -0.000005x
2
+ 0.0014x+ 1.5025
R
2
= 0.7244
1.48
1.50
1.52
1.54
1.56
1.58
1.60
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Doses de Nitrogenio (Kg/ha)
PesomediodosGraosporVagem(g)
Figura 6: Comportamento do Peso Médio de Grãos por Vagem de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio. * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância
P<0.05.
O gráfico mostra que o Nitrogénio contribui para o aumento do peso dos grãos através do
aumento dos fotoassimilados, devido ao aumento no desenvolvimento vegetativo. Porém,
como ocorre simultaneamente um incremento do número de grãos, devido a correlação
positiva entre o peso e o número de grãos, o aumento do número de grãos leva a redução
da disponibilidade de fotoassimilados por unidade de grão e consequentimente o peso.
4. 1. 3. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de grãos por
planta
O Número de grãos por vagem (3.22 grãos) não foi significativamente afectado,
provavelmente por ser uma característica varietal pouco influenciada pelo ambiente
segundo Andrade et al. (1998) citados por Arf et al. (2004) tendo constatado que a
aplicação de Nitrogénio em cobertura pode contribuir para uma melhor nutrição e,
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 29
consequentemente maior número de óvulos fertilizados culminando no aumento do
Número de grãos formados.
Apesar de não ter havido diferença significativa no Número de grãos por vagem, houve
aumento do Número médio de grãos por planta, provavelmente devido ao aumento do
Número médio de vagens por planta com base na correlação entre os dois parâmetros
(Tabela 3). Contudo, o comportamento entre as doses de Nitrogénio e o número de grãos
por planta foi linear com 99.87 % da variação explicadas pelo acréscimo de doses de
Nitrogénio (aplicado em duas fases, 1/3 na sementeira e 2/3 em cobertura aos 21 DAE)
(Figura 7).
**y = 0,2107x+ 25,502
R
2
= 0,9987
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Doses de Nitrogenio (Kg/ha)
Numeromediodegraosporplanta(-)
Figura 7: Comportamento do Número Médio de Grãos por Planta de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de
P<0.01.
O aumento do Número de grãos por planta, também foi constatado pelos estudos de
Carvalho et al. (2001) onde as maiores doses na sementeira (60 e 75 kg/ha de N)
proporcionaram número de grãos por planta significativamente superiores à testemunha.
Isto mostra que a aplicação de doses de N na sementeira estimulam o aumento do número
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 30
de vagens por planta, elevando por conseguinte o número de sementes por planta tal
como testemunha este estudo através do coeficiente de correlação positivo entre o
Número de vagens por planta e o Número de grãos por planta (r = 0.9320 **) (Crusciol et
al., 2003).
4. 1. 4. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Rendimento médio do grão
O Rendimento global do grão de feijão vulgar foi de 1825.2 kg/ha. A resposta do feijão
vulgar em função das doses crescentes de Nitrogénio foi linear, porém, a taxa de variação
do rendimento foi de 4.8136 unidades por cada unidade de Nitrogénio aplicada sendo,
98.59 % da variação do rendimento explicada pela variação das doses de Nitrogénio. Isto,
mostra claramente que, a maior produtividade do grão é obtida com doses maiores que as
testadas no ensaio (Figura 8). O efeito similar, foi constatado pelos estudos de Buzetti et
al. (1992) citados por Arf et al. (2004) em que, observaram que o aumento nas doses de
N aumentava linearmente a produtividade em 4.33 kg de grãos de feijão para cada
quilograma de N aplicado.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 31
**y = 4.8136x+ 1632.7
R
2
= 0.9859
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Doses de Nitrogenio (Kg/ha)
Rendimentomediodograo(Kg/ha)
Figura 8: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função
de doses de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<0.01.
E ainda, segundo Vieira (1998) citado por Júnior et al. (2006), por meio de levantamento
dos experimentos de avaliação de níveis de N na cultura do feijoeiro, revelou que 61%
dos experimentos tiveram resposta positiva à aplicação de N. No entanto apesar desse
facto, por exemplo, em um estudo realizado por Arf et al. (2004) a resposta do
Rendimento médio dos grãos obedeceu uma função quadrática, com o máximo na dose
de 72 kg/ha de N. E Carvalho et al. (2001) citados por Arf et al. (2004) com doses
parceladas de N (0 e 0; 0 e 75; 15 e 60; 30 e 45; 45 e 30; 60 e 15 e 75 e 0 kg/ ha de N,
respectivamente, na sementeira e em cobertura) no inverno, concluíram que a aplicação
de 75 kg/ha de N proporcionou, em média, incrementos de 38% na produtividade porém,
o N aplicado não teve efeito significativo no Rendimento médio do grão.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 32
4.2. Avaliação do efeito da adição de doses de Fósforo sobre número médio de
vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento
O teste de Análise de Variância revelou que, o efeito do Fósforo foi significativo para o
Número médio de vagens por planta, peso médio de 100 grãos e Rendimento médio do
grão, à um nível de P < 0.01 (Tabela 5). Enquanto que para o Número médio de grãos
por planta e Peso médio de grãos por vagem não foi significativo a um nível de
significância de P <0.05.
4. 2. 1. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Peso médio de cem grãos
Apesar de se ter verificado significância no efeito do Fósforo sobre o Peso médio de cem
grãos, o modelo de regressão não se revelou significativo pelo teste “t” a um nível de
significância de P < 0.05, portanto, não pode ser usado para predição do Peso médio de
cem grãos relactivamente ao factor Fósforo. No entanto, o fósforo influenciou o peso de
cem grãos do Feijão vulgar de forma quadrática, implicado que que, o aumento de doses
de fósforo aumenta o peso que depois decresce provavelmente devido ao excesso da
concentação do fósforo na zona radicular embora, contribua grandimente para melhoria
no nível de absorção dos outros nutrientes.
4. 2. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Rendimento médio do grão
A resposta do Feijão vulgar ao Rendimento do grão tal como para o Nitrogénio, mostrou-
se significativa para doses de Fósforo. O Feijão vulgar respondeu de forma quadrática
com o máximo (2295.2 kg/ha) na dose de 66.6 kg/ha de Fósforo na forma de P2O5
(Figura 9). O decréscimo a partir dessa dose, pode ser associada a toxicidade do adubo
fosfatado na zona radicular (Oliveira et al., 2005). Segundo Arf et al. (2004) maiores
produções em feijão em função do fornecimento de doses adequadas de fósforo, foram
relatados por Andrade et al. (1998) e Silva et al. (2001) porém, estes não referem quais
rendimentos e nem as doses aplicadas mas, Silva et al. (2004) com objectivo de avaliar a
resposta do Fósforo em um solo arenoso (similar ao do presente estudo) conseguiu um
rendimento máximo de 3821 kg/ha com uma dose de 98 kg/ha de P2O5, encontrando-se
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 33
esta, acima do obtido neste estudo. Essa diferença, apesar da similaridade do solo, pode
ser explicada provavelmente pelo suplemento de Potássio, nível de nutrientes no solo
bem como pela variedade usada.
*y = -0.2214x
2
+ 29.505x+ 1312.2
R
2
= 0.9968
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
0 10 20 30 40 50 60 70
Doses de P2O5 (Kg/ha)
Rendimentomediodograo(Kg/ha)
Figura 9: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função
de doses de P2O5. * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<0.05
4.2. Avaliação do efeito da Interacção entre doses crescentes de Nitrogénio e Fósforo
sobre número médio de vagens por planta
Com base na Análise de Variância, houve interacção significativa somente para o
Número médio de vagens por planta à P < 0.05 (Tabela 5). Portanto, a análise a seguir
centrou-se neste parâmetro com um coeficiente de variação de 6.0575%.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 34
4. 3. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de vagens por
planta em função de doses fixas de Fósforo
O Número médio de vagens por planta foi de 10.5. Tendo em conta a interação entre os
factores Nitrogénio e Fósforo, foi feito um desdobramento em que, a resposta à doses
crescentes de Nitrogénio foi linear em todas as doses de P2O5 incluindo na ausência da
adubação fosfatada (Figura 10). A intensidade da resposta foi maior para as menores
doses de Fósforo, porém, na ausência de adubação nitrogenada, houve maior formação de
vagens para os níveis superiores, isto mostra claramente que para as condições deste
ensaio, maiores doses de Fósforo (adubação fosfatada) requerem menores doses de
Nitrogénio ou vice versa com base na inclinação das rectas. Embora este facto não seja
comungado pelos estudos de Rodrigues et al. (2002) em que a resposta de Nitrogénio foi
maior para maiores doses de fósforo na forma de P2O5, a sua prevalência pode estar
provavelmente centrada no facto de, o fósforo contribuir para melhoria de absorção de
outros nutrientes pelo aumento da zona radicular (incluindo o nitrogénio).
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 35
*y (P 60) = 0,0569x+ 9,0798
R
2
= 0,9659
**y (P 30) = 0,0582x+ 8,4893
R
2
= 0,9961
**y (P 15 ) = 0,0601x+ 7,8783
R
2
= 0,9842
*y (P 0) = 0,0661x+ 7,0121
R
2
= 0,9166
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
14.00
16.00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Doses de Nitrogenio (Kg/ha)
NumeroMediodeVagensporPlanta(-)
P0 P15 P30 P60
Linear (P60) Linear (P30) Linear (P15) Linear (P0)
Figura 10: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em
função de doses de Nitrogénio para níveis fixos de P2O5 (0, 15, 30 e 60 kg/ha).
* Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<5% e ** Modelo de Regressão
significativo a um nível de significância de P<1%.
4. 3. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Número médio de vagens por
planta em função de doses fixas de Nitrogénio
Tal como no caso de Nitrogénio, para o fósforo, o feijão vulgar respondeu de forma
linear ao desdobramento feito em relação às doses fixas de Nitrogénio, inclusive, na
ausência deste. Na ausência de P2O5, verificou-se também maior número de vagens
formadas, nas doses elevadas de Nitrogénio como resposta a adubação Nitrogenada. As
maiores taxas de acréscimo no Número de Vagens por planta como função da adubação
Nitrogenada foram observadas no nível de Nitrogénio mais baixo (Figura 11). Este facto
pode ser suportado com os estudos de Raij (1991) citados por Arf et al. (2004) referindo
que, o baixo teor inicial de fósforo no solo, é possivelmente um forte aliado para a
resposta do feijão a esse elemento pois os efeitos das adubações fosfatadas sobre as
culturas são especialmente acentuadas em solos de baixa fertilidade.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 36
*y (N 80) = 0,0369x + 11,87
R2
= 0,9635
**y (N 30)= 0,02x + 9,53
R2
= 0,9839
*y (N 0)= 0,0457x + 6,8
R2
= 0,903
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
0 10 20 30 40 50 60 70
Doses de P2O5 (Kg/ha)
NumeroMediodeVagensporPlanta(-)
N0 N30 N80
Linear (N80) Linear (N30) Linear (N0)
Figura 11: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em
função de dose de P2O5 para níveis fixos de Nitrogénio (0, 30 e 80 kg/ha).
* Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<5% e ** Modelo de Regressão
significativo a um nível de significância de P<1%.
A interacção entre os dois, factores, mostra que há uma dependência entre eles embora
não seja na mesma magnitude, a tendência é a mesma porém, com maiores taxas de
variação para níveis de N, isto pode explicar porquê os níveis de P2O5 requeridos são
maiores que os de N tal como é referenciado por Passos et al. (1987).
Em um estudo realizado por Oliveira et al. (2005) a aplicação do Fósforo na forma de
P2O5 foi quadrática, sendo 267 kg/ha de P2O5, a dose que proporcionou o máximo de
vagens por planta (22 vagens/ planta), verificando-se decréscimo do número de vagens
por planta a partir dessa dose provavelmente devido a toxicidade decorrente da
concentração do adubo fosfatado sobre o crescimento das raízes de forma localizada.
Também, Oliveira et al. (2001) citado por Oliveira et al. (2005) em um solo arenoso,
obtiveram número médio de 34 vagens/ planta, com a adição de 60 kg/ha de P2O5
provavelmente como função do fósforo residual no solo. Esta diferença pode ser
explicada pela diferença do P residual bem como do clima, mostrando que a resposta do
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 37
Fósforo é também fortemente dependente do clima, isto é, os resultados variam de região
para região consoante o clima e tipo de solo bem como nível de fertilidade actual.
Segundo Raij (1991) citado por Arf et al. (2004) o fornecimento de doses adequadas de
fósforo, desde o início do desenvolvimento vegetal, estimula o desenvolvimento
radicular, é importante para a formação dos primórdios das partes reprodutivas que são
essenciais para a boa formação de frutos e, em geral, incrementa a produção nas culturas.
Mas, o equilíbrio entre elementos nutritivos é mais importante no ganho da produtividade
do que maiores quantidades de macronutrientes isoladamente o que, pode explicar a
interação entre estes dois macronutrientes.
4.4. Relação entre o Rendimento do grão do Feijão vulgar com o número médio de
vagens e grãos por planta, peso de cem grãos e grãos por vagem
Com base na análise de correlação e regressão feita para o Rendimento do grão e os
outros parâmetros analisados, o Número médio de vagens por planta é o que melhor
explicou o rendimento de grãos nas diferentes doses de Nitrogénio e Fósforo (Figura 12).
Porém, a relação entre estes dois parâmetros foi linear com 97.01 % da variação do
rendimento explicada pelo aumento do número de vagens por planta numa taxa de,
206.51 kg por cada acréscimo de uma unidade de vagem. Tal como o Número de vagens
por planta, o Número de grãos por planta também influênciou bastante quando
comparado com o Peso de cem grãos e o Peso de grãos por vagem, tendo sido o Peso de
cem grãos o que menos influênciou o Rendimento do grão.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 38
**y = 206.51x - 349.01
R2 = 0.9701
**y = -0.975x2 + 121.38x - 1128.3
R2 = 0.8649
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
3000.00
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00
R
e
n
d
im
e
n
to
m
éd
io
d
o
g
rã
o
(k
g
/h
a)
Número médio de grãos/vagens por planta (-)
NMVP NMGP
Linear (NMVP) Polinômio (NMGP)
Figura 12: Comportamento do Rendimento médio do grão de feijão vulgar em função do
Número médio de vagens por planta. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de
significância de P<1%.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 39
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
O aumento das doses de Nitrogénio levou ao aumento do rendimento do grão do Feijão
vulgar de uma forma linear.
O aumento das doses de Fósforo também levou ao aumento do rendimento do grão do
Feijão vulgar porém de uma forma quadrática.
A combinação do Nitrogénio com o Fósforo não se mostrou significativa para o
Rendimento do grão assim como para o Número de grãos por vagem, Peso de cem grãos
e Peso de grãos por vagem com excepção no Número de vagens por planta.
O Nível de Fósforo que proporcionou maiores rendimentos do grão foi de 66.6 kg/ha na
forma de P2O5.
Para o factor Nitrogénio, o nível máximo para o Rendimento do grão situa-se acima da
dose máxima de 80 kg/ha usada no ensaio.
O Rendimento máximo obtido com a dose de Fósforo (66.6 kg/ha) foi de 2294.67 kg/ha
de feijão vulgar.
Quanto ao Nitrogénio, não foi possível determinar o nível de Rendimento máximo.
Porém, este é esperados para níveis de Nitrogénio acima do usado no ensaio (80 kg/ha).
O Rendimento do grão de Feijão vulgar, correlacionou-se de forma positiva e
significativa com o Número de vagens por planta, Número de grãos por planta, Peso de
grãos por vagem e Peso de cem grãos.
O Número de vagens por planta foi o que melhor explicou as variações no Rendimento
do grão em função das doses de Nitrogénio e Fósforo de forma linear.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 40
5.2. Recomendações
Aos Pesquisadores
Com base nos resultados deste ensaio, mediante as conclusões dele tiradas, recomenda se
aos Pesquisadores que sejam efectuados mais trabalhos do género, com principal enfoque
para níveis de Nitrogénio acima do nível máximo considerado neste ensaio.
Recomenda-se também que estes ensaios sejam feitos em ambientes diversos, com
particular destaque para campos dos camponeses, visto que estes são os maiores
consumidores dos resultados destas pesquisas.
Aos Agricultores
Recomenda-se que para a cultura do Feijão vulgar apliquem dose de fósforo de 66.6
kg/ha ou doses acima de 80kg/ha como forma de conseguir Rendimentos máximos do
grão.
Ao MINAG
Recomenda-se que no âmbito da Revolução verde, sejam criadas condições para facilitar
a acessibilidade dos fertilizantes aos Agricultores, acompanhada de uma melhor
divulgação e montagem de ensaios junto aos camponêses, como forma de garantir
maiores índices de produção e produtividade do Feijão vulgar através da rede de
extensionistas.
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 41
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Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 46
ANEXOS
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 47
Anexo 1: Dados de Produção dos Feijões em Moçambique desde a campanha 93-94 até
05-06.
Figura 13a: Produção de Feijões (em ton) por Provincias pelo Sector Familiar desde a
Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique.
Fonte: Adaptado MINAG (2008)
Figura 13b: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Comercial desde a
Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique.
Fonte: Adaptado MINAG (2008)
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 48
Figura 13c: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Familiar e
Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique.
Fonte: Adaptado MINAG (2008)
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 49
Anexo 2: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (área de estudo) desde 1971 até
2000.
Tabela 7: Situação Meteorológica da Cidade de Maputo com base nos dados Mensais
normais desde 1971 até 2000.
Mês Temperatura média o
C Precipitação
total média
Mensal (mm)
Número médio de
dias com
Precipitação
Mínima Máxima
Janeiro 22.3 30.0 165.9 11.4
Fevereiro 22.4 29.8 133.9 10.8
Março 21.7 29.4 114.6 10.5
Abril 19.5 28.1 48.1 7.6
Maio 17.0 26.7 36.1 4.9
Junho 14.6 25.0 12.4 3.7
Julho 14.3 24.5 35.0 3.4
Agosto 15.2 25.4 14.2 3.9
Setembro 17.2 26.3 44.9 5.2
Outubro 18.4 26.6 57.0 9.1
Novembro 19.8 27.7 88.8 11.4
Dezembro 21.5 29.3 109.2 10.8
Fonte: (INAM, 2008)
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 50
Anexo 3: Resumo da Análise de Variância Factorial (ANOVAF)
1
D E S C R I C A O D O A R Q U I V O
V A R I A V E I S L I D A S
NITRO FOSFO TRAT BLOCO NMVP NMGP PMGV PMCG RMG
LEIA
OBSERVACOES LIDAS...... 64
OBSERVACOES GRAVADAS... 64
VARIAVEIS LIDAS........ 9
VARIAVEIS TOTAIS....... 9
VALORES PERDIDOS....... 0
ERROS ENCONTRADOS...... 0
TESTE-LF NMVP ATE RMG
T E S T E D E L I L L I E F O R S
VARIAVEIS VALOR CALCULADO VALOR (P=0.05) VALOR (P=0.01)
-------------------------------------------------------------------
NMVP 0.0606 0.111 0.129
-------------------------------------------------------------------
NMGP 0.1031 0.111 0.129
-------------------------------------------------------------------
PMGV 0.0706 0.111 0.129
-------------------------------------------------------------------
PMCG 0.0477 0.111 0.129
-------------------------------------------------------------------
RMG 0.0665 0.111 0.129
-------------------------------------------------------------------
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 51
TESTE-CB NMVP ATE RMG POR TRAT
T E S T E S D E C O C H R A N E B A R T L E T T
VARIAVEIS NOME DO TESTE VALOR CALCULADO VALOR(P=0.05) VALOR(P=0.01)
--------------------------------------------------------------------
NMVP COCHRAN .1818 .979 296.020
NMVP BARTLETT 14.7510 24.996 30.578
---------------------------------------------------------------------
NMGP COCHRAN .6133 .979 *******
NMGP BARTLETT 41.9288 24.996 30.578
----------------------------------------------------------------------
PMGV COCHRAN .1943 .979 9.229
PMGV BARTLETT 23.6004 24.996 30.578
----------------------------------------------------------------------
PMCG COCHRAN .1371 .979 *******
PMCG BARTLETT 7.1533 24.996 30.578
----------------------------------------------------------------------
RMG COCHRAN .2398 .979 *******
RMG BARTLETT 17.9022 24.996 30.578
---------------------------------------------------------------------
ANOVAF MODELO NMVP ATE RMG FUNCAO BLOCO NITRO FOSFO
V A L O R E S O B S E R V A D O S
FOSFO = 1 2 3 4
NITRO = 1 2 3 4
BLOCO = 1 2 3 4
Número Médio de Vagens por Planta
FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG.
TOTAL 63 253.9694
TOTAL DE REDUCAO 18 235.6675 13.09264 32.19 0.0000
BLOCO 3 3.593127 1.197709 2.94 0.0429
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 52
NITRO 3 198.7881 66.26271 162.92 0.0000
FOSFO 3 25.46187 8.487291 20.87 0.0000
FOSFO*NITRO 9 7.824373 0.8693748 2.14 0.0456
RESIDUO 45 18.30186 0.4067079
NUMERO DE DADOS = 64
MEDIA GERAL = 10.528
COEF. DE VARIACAO = 6.0575
Número Médio de Grãos por Planta
FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG.
TOTAL 63 4223.419
TOTAL DE REDUCAO 18 2836.583 157.5880 5.11 0.0000
BLOCO 3 42.75222 14.25074 0.46 ******
NITRO 3 2418.556 806.1855 26.16 .0000
FOSFO 3 80.06857 26.68952 0.87 ******
FOSFO*NITRO 9 295.2058 32.80065 1.06 0.4068
RESIDUO 45 1386.836 30.81857
NUMERO DE DADOS = 64
MEDIA GERAL = 33.931
COEF. DE VARIACAO = 16.361
Peso Médio de Grãos por Vagem
FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG.
TOTAL 63 1.424611
TOTAL DE REDUCAO 18 .4575533 0.2541963E-01 1.18 .3143
BLOCO 3 .1096722E-01 0.3655741E-02 0.17 ******
NITRO 3 .2454922 0.8183073E-01 3.81 .0163
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 53
FOSFO 3 .7755469E-01 0.2585156E-01 1.20 .3195
FOSFO*NITRO 9 .1235391 0.1372656E-01 0.64 ******
RESIDUO 45 .9670576 0.2149017E-01
NUMERO DE DADOS = 64
MEDIA GERAL = 1.5467
COEF. DE VARIACAO = 9.4778
Peso Médio de 100 Grãos
FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG.
TOTAL 63 564.1467
TOTAL DE REDUCAO 18 291.0682 16.17045 2.66 0.0040
BLOCO 3 11.32368 3.774560 0.62 ******
NITRO 3 145.3703 48.45678 7.99 0.0002
FOSFO 3 66.73209 22.24403 3.67 0.0190
FOSFO*NITRO 9 67.64210 7.515789 1.24 0.2965
RESIDUO 45 273.0786 6.068412
NUMERO DE DADOS = 64
MEDIA GERAL = 47.565
COEF. DE VARIACAO = 5.1790
Rendimento Médio do Grão
FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG.
TOTAL 63 0.1260483E+08
TOTAL DE REDUCAO 18 0.1036073E+08 575596.0 11.54 0.0000
BLOCO 3 158205.2 52735.07 1.06 0.3766
NITRO 3 8336586. 2778862. 5.72 0.0000
FOSFO 3 1278474. 426157.9 8.55 0.0001
FOSFO*NITRO 9 587463.4 65273.71 1.31 0.2592
RESIDUO 45 2244105. 49868.99
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 54
NUMERO DE DADOS = 64
MEDIA GERAL = 1825.2
COEF. DE VARIACAO = 12.235
Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de
Nitrogénio e Fósforo
Projecto Final 2008 55
Anexo 4: Resumo da Análise de Correlação dos Parâmetros estudados
1
D E S C R I C A O D O A R Q U I V O
TIPO DE LEITURA - LOTUS
TIPOS DE REGISTROS = 1
V A R I A V E I S L I D A S
TRAT NMVP NMGP PMGV PMCG RMG
LEIA
OBSERVACOES LIDAS...... 16
OBSERVACOES GRAVADAS... 16
VARIAVEIS LIDAS........ 6
VARIAVEIS TOTAIS....... 6
VALORES PERDIDOS....... 0
ERROS ENCONTRADOS...... 0
CORRELACOES NMVP ATE RMG COM NMVP ATE RMG
C O R R E L A ÇÕ E S D E P E A R S O N
VARIAVEL VARIAVEL OBSERVACOES CORRELACAO T SIGNIFICANCIA
--------------------------------------------------------------
NMVP NMVP 16 1.0000 ********* 0.0000
NMVP NMGP 16 0.9320 9.6215 0.0000
NMVP PMGV 16 0.7379 4.0912 0.0006
NMVP PMCG 16 0.7644 4.4359 0.0003
NMVP RMG 16 0.9849 21.3150 0.0000
NMGP NMVP 16 0.9320 9.6215 0.0000
NMGP NMGP 16 1.0000 ********* 0.0000
NMGP PMGV 16 0.6950 3.6163 0.0014
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Rendimento de Grãos do Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) em função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo

  • 1. UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO ENGENHARIA RURAL SECÇÃO DE SOLO E ÁGUA PROJECTO FINAL Rendimento de Grãos do Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) em função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Autor: Geraldo Acácio Mabasso Supervisora: Enga . Felicidade Massingue (MSC) Projecto Final submetido ao Departamento de Engenharia Rural/ Secção de Solo e Água para a aquisição do Grau de Licenciatura em Engenharia Agronómica. Maputo, Dezembro de 2008
  • 2. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 i RESUMO O Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa largamente praticada em quase todo mundo, é originária da América do Sul e Central. Os rendimentos verificados em Moçambique têm sido baixos por vários factores, dentre os quais destaca se a baixa ou redução do nível de fertilidade dos solos. Porém, referenciam-se respostas positivas a adubação mineral (principalmente nitrogenada e fosfatada) porque, apesar de ser uma leguminosa, revela se ineficiente na fixação simbiótica do nitrogénio atmosférico em solos de regiões tropicais e, o fósforo constitui uma limitante em solos do género. No entanto este factor positivo ainda não é usado devido ao fraco uso principalmente no sector familiar (responsável por 98.5% da produção total dos feijões em Moçambique). Foi neste intuito que se desenhou o presente estudo cujo objectivo principal foi, avaliar o efeito da adubação combinada entre Nitrogénio e Fósforo no Rendimento do grão do Feijão vulgar. Para tal, foi montado o ensaio no campo experimental da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, usando um esquema factorial 4x4x4, isto é, quatro blocos e igual numero para níveis de Nitrogénio (0, 30, 50 e 80 kg/ha) e Fósforo (0, 15, 30, 60 kg/ha na forma de P2O5). A adubação Nitrogenada foi feita usando ureia (46% de N) (1/3 na sementeira + 2/3 em cobertura aos 21 dias) enquanto que, o Fósforo foi aplicado a 100% na sementeira usando Superfosfato Simples (19% de P2O5). O aumento das doses de Nitrogénio e Fósforo levou ao aumento do rendimento do grão do Feijão vulgar de uma forma linear para o Nitrogénio e quadrática para o Fósforo. Apenas houve interação significativa para o Número de vagens por planta. O Rendimento máximo do grão de Feijão vulgar foi de 2294.67 kg/ha na dose de 66.6 kg/ha de P2O5 e, para o Nitrogénio, o máximo espera-se a níveis maiores que 80 kg/ha (usado no ensaio). O Rendimento do grão de Feijão vulgar, correlacionou-se de forma positiva e significativa com o Número de vagens por planta, Número de grãos por planta, Peso de grãos por vagem e Peso de cem grãos. Tendo sido, o Número de vagens por planta o parâmetro que melhor explicou as variações no Rendimento do grão em função das doses de Nitrogénio e Fósforo de forma linear.
  • 3. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 ii DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado em especial aos meus Pais, Acácio Mupoza Mabasso & Artimiza Aurélio Macamo pelo carinho, apoio incondicional e muita dedicação em toda minha careira estudantil. Aos meus irmãos, Ermelinda, Luís, Arlindo, Marta, Celeste, Ivone e meus sobrinhos, Fanícia e Titos por todo apoio moral prestado em todo meu percurso estudantil, em particular nestes últimos 4 anos. À Doutora Joana Irma Perez Calaña pela confiança, apoio prestado e muito encorajamento no decurso da minha careira estudantil principalmente na fase inicial.
  • 4. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 iii AGRADECIMENTOS Em Primeiro lugar, os meus agradecimentos vão inderessados a minha Supervisora, Enga . Felicidade Massingue (MSC), pelo acompanhamento, subsídios técnico-científicos, disponibilização do material de consulta. Ao Doutor Manuel Amane (IIAM) pela disponibilização da Semente, Superfosfato Simples e indicação da Variedade usada no Ensaio e informações morfológicas da mesma. Ao MINAG pela disponibilização de informação estatística sobre o Feijão vulgar e ao INAM pelos dados Meteorológicos. Aos Técnicos do Campo Experimental da FAEF que ajudaram na realização do Ensaio, nomeadamente: ao Sr. Moisés e ao Sr. Constatino. Ao Laboratório de Solos e Fisiologia Vegetal da FAEF. À Dra . Fátima, Dra . Luísa, Dra . Rosalina, Dra . Luz Maria, Dra . Nelsa, dra . Natércia, dra . Carla, dra . Josefa , Dr. Veiga e ao Dr. Luís Carlos, pelo apoio moral e Material prestado ao longo do Curso. Aos meus colegas, Nhamússua, Mutatisse, Nuaíla, Silva, Ezequias, Viriato, Lhamine, Nuvunga, Magaia, Marília, Tambajane, Tangune, Chirindza, Feniasse. Aos meus amigos, Veichali, Gisela, Massango, Jumisse, Marta, Tomás, Miguel, Filipe, Bayur, Suhaymah, Carlos, Nyrian e a todos que me acompanharam durante o Curso, pelo apoio moral e científico prestado. Por fim, a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a realização deste trabalho, vai enderessado o meu Muito Obrigado.
  • 5. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 iv ÍNDICE Capítulos Pág. RESUMO............................................................................................................................. i DEDICATÓRIA ................................................................................................................. ii AGRADECIMENTOS ......................................................................................................iii ÍNDICE.............................................................................................................................. iv LISTA DE TABELAS...................................................................................................... vii LISTA DE FIGURAS......................................................................................................viii LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................... ix LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................... x I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1 1.1. Generalidades........................................................................................................... 1 1.2. Problema e Justificação de Estudo........................................................................... 2 1.3. Objectivos ................................................................................................................ 4 1.3.1. Geral.................................................................................................................. 4 1.3.2. Específicos ........................................................................................................ 5 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 6 2.1. Historial, Produção mundial e em Moçambique...................................................... 6 2.2. Importância do Feijão Vulgar.................................................................................. 8 2.3. Exigências Climáticas.............................................................................................. 9 2.4. Solo ........................................................................................................................ 10 2.5. Exigências nutricionais.......................................................................................... 10 2.5.1. Fósforo ............................................................................................................ 11 2.5.2. Nitrogénio ....................................................................................................... 13 2.5.3. Interação entre Nitrogénio e Fósforo .............................................................. 14 2.6. Densidade e Épocas de Sementeira........................................................................ 15 2.7. Pragas, Doenças e Infestantes................................................................................ 15 2.7.1. Pragas.............................................................................................................. 15
  • 6. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 v 2.7.2. Doenças........................................................................................................... 16 2.7.3. Infestantes ....................................................................................................... 16 2.8. Variedades.............................................................................................................. 16 2.8.1. Variedade CAL 143........................................................................................ 17 III. MÉTODOS ............................................................................................................... 18 3.1. Descrição Geral da Área de Estudo ....................................................................... 18 3.2. Delineamento e Desenho Experimental................................................................. 20 3.3. Parâmetros de Análise............................................................................................ 23 3.4. Análise de Dados.................................................................................................... 24 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 25 4.1. Avaliação do efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre número médio de vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento................ 25 4. 1. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de cem grãos 25 4. 1. 2. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de grãos por vagem........................................................................................................................ 27 4. 1. 3. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de grãos por planta......................................................................................................................... 28 4. 1. 4. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Rendimento médio do grão ................................................................................................................................... 30 4.2. Avaliação do efeito da adição de doses de Fósforo sobre número médio de vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento ............................ 32 4. 2. 1. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Peso médio de cem grãos ..... 32 4. 2. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Rendimento médio do grão .. 32 4.2. Avaliação do efeito da Interacção entre doses crescentes de Nitrogénio e Fósforo sobre número médio de vagens por planta.................................................................... 33 4. 3. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de vagens por planta em função de doses fixas de Fósforo....................................................... 34 4. 3. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Número médio de vagens por planta em função de doses fixas de Nitrogénio ........................................................ 35
  • 7. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 vi 4.4. Relação entre o Rendimento do grão do Feijão vulgar com o número médio de vagens e grãos por planta, peso de cem grãos e grãos por vagem................................ 37 V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................ 39 5.1. Conclusões............................................................................................................. 39 5.2. Recomendações...................................................................................................... 40 VI. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... 41
  • 8. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Rendimentos médios anuais do Feijão vulgar em Moçambique por província referentes aos anos: 2002, 2005 e 2006. ............................................................................. 8 Tabela 2: Resumo da Análise do Solo para a amostra colhida na área do Ensaio........... 19 Tabela 3: Descrição dos tratamentos em função das doses de Nitrogénio e Fósforo usadas................................................................................................................................ 20 Tabela 4: Resumo das Praticas culturais realizadas durante o período do Ensaio........... 22 Tabela 5: Resumo da análise de variância dos Parâmetros medidos em relação aos factores principais. ............................................................................................................ 25 Tabela 6: Matriz de Correlações entre Número médio de vagens por planta (NMVP), Número médio de grãos por planta (NMGP), Peso médio de grãos por vagem (PMGV), Peso médio de 100 grãos (PMCG) e Rendimento médio de grãos por hectare (RMG). .. 27 Tabela 7: Situação Meteorológica da Cidade de Maputo com base nos dados Mensais normais desde 1971 até 2000............................................................................................ 49 Tabela 8a: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Abril).................................... 61 Tabela 8b: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Maio).................................... 62 Tabela 8c: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (Junho)................................... 63
  • 9. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 viii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Deficiência de fósforo ...................................................................................... 12 Figura 2: Deficiência de fósforo ...................................................................................... 12 Figura 3: Deficiência de nitrogénio. ................................................................................ 14 Figura 4: Deficiência de nitrogénio ................................................................................. 14 Figura 5: Comportamento do Peso Médio de 100 Grãos de Feijão vulgar em função de dose de Nitrogénio. ........................................................................................................... 26 Figura 6: Comportamento do Peso Médio de Grãos por Vagem de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio.......................................................................................... 28 Figura 7: Comportamento do Número Médio de Grãos por Planta de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio.......................................................................................... 29 Figura 8: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio...................................................................................................... 31 Figura 9: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função de doses de P2O5.............................................................................................................. 33 Figura 10: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio para níveis fixos de P2O5 (0, 15, 30 e 60 kg/ha). ........... 35 Figura 11: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em função de dose de P2O5 para níveis fixos de Nitrogénio (0, 30 e 80 kg/ha)................... 36 Figura 12: Comportamento do Rendimento médio do grão de feijão vulgar em função do Número médio de vagens por planta.. .............................................................................. 38 Figura 13a: Produção de Feijões (em ton) por Provincias pelo Sector Familiar desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. .................................................................. 47 Figura 13b: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. .................................................................. 47 Figura 13c: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Familiar e Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique..................................... 48
  • 10. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 ix LISTA DE ABREVIATURAS CIAT Centro Internacional de Agricultura Tropical DBCC Delineamento de Blocos Completos Casualizados DPPV Departamento de Produção e Protecção Vegetal DAE Dias após a Emergência E.U.A Estados Unidos da América EC Emulsão Concentrada F.vulgar Feijão Vulgar FAEF Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação H2O Água HR Humidade Relactiva do ar IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique INAM Instituto Nacional de Meteorologia INIA Instituto de Investigação Agrária de Moçambique INLD Instituto Nacional do Livro e do Disco kg/ha Quilograma por Hectare MINAG Ministério da Agricultura N Nitrogénio P Fósforo P2O5 Pentóxido de Fósforo Pr Precipitação Prof. Profundidade SAEG Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas ton Tonelada Tmax Temperatura Máxima Tmed Temperatura Média Tmin Temperatura Mínima
  • 11. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 x LISTA DE ANEXOS Anexo 1: Dados de Produção dos Feijões em Moçambique desde a campanha 93-94 até 05-06. ................................................................................................................................ 47 Anexo 2: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (área de estudo) desde 1971 até 2000................................................................................................................................... 49 Anexo 3: Resumo da Análise de Variância Factorial (ANOVAF)................................... 50 Anexo 4: Resumo da Análise de Correlação dos Parâmetros estudados.......................... 55 Anexos 5: Resumo da Análise de significância dos modelos de Regressão Linear e Quadrática......................................................................................................................... 57 Anexo 6: Dados Meteorológicos do local do ensaio ........................................................ 61 Anexo 7: Layout do Ensaio .............................................................................................. 64
  • 12. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 1 I. INTRODUÇÃO 1.1. Generalidades O Feijão vulgar é uma planta da classe Dicotyledoneae, pertence a família Leguminosae, género Phaseolus e espécie Phaseolus vulgaris L., é uma planta autogâmica, cuja morfologia floral favorece o mecanismo da autopolinização. A taxa de fecundação cruzada natural é baixa (até 1.4%). É uma planta anual, um pouco pubescente, de caule fino, pode atingir até 80 cm de altura, ou possuir hábito de trepadeira, atingindo assim 2 m de extensão. As folhas são compostas por três folíolos, sendo um terminal e os dois restantes laterais e opostos (Cruz, 2001 & Restrepo et al., 2007). Segundo Passos et al. (1973) o seu fruto é uma vagem com comprimento variável, de 10 a 20 cm recurvada ou não, podendo tomar diversas colorações, uniforme ou com riscas dependendo da variedade. A semente apresenta uma ampla variação de cores (branco, creme, vermelho, amarelo entre outras raiado ou não) forma (ovalada, cilíndrica, redonda, elíptica, etc) e brilho variado e uma frequente combinação de cores que, é usada como base para classificação de variedades comerciais segundo CIAT (1984) citado por Restrepo et al. (2007). Esta cultura é originária da América Central e do Sul, sendo Brasil, Índia, China, E.U.A e México os maiores produtores mundiais. No continente Africano destacam-se vários países como, Quénia, Zimbábwe, Malawi, Tanzânia e Moçambique (Rulkens, 1996). O feijão pode ser usado como vagem verde ou grão seco. Constitui porém uma grande fonte de proteína para várias populações principalmente nas regiões tropicais de África e América Latina e, é também uma importante fonte de receita (Rulkens, 1996). Em Moçambique, o F.vulgar é tido como uma cultura importante em vários pontos como, o planalto de Niassa onde, tem se desenvolvido vários programas de melhoramento de variedades locais para melhorar a produção do sector familiar. No entanto, apesar de ser uma leguminosa, recomenda-se a adubação nitrogenada devido a ineficiência das estirpes bacterianas nos solos tropicais (Davies, 1996 e Rosolem & Marubayashi, 1994).
  • 13. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 2 O fornecimento de fósforo que é geralmente deficiente em solos tropicais, tem efeito sobre a nitrogenase e é bastante importante na melhoria do nível de absorção dos outros nutrientes, devido ao seu sistema radicular que é pequeno e pouco profundo com ciclo curto de 90 a 100 dias (Lima et al., 2001). 1.2. Problema e Justificação de Estudo Em geral, segundo Rulkens (1996) a cultura de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) tem apresentado baixos rendimentos médios, situados entre 20-600 kg/ha. Em Moçambique, Davies (1996) reportou rendimentos médios de 400 kg/ha em Niassa (um dos potenciais locais de produção em Moçambique). Muitas são as razões apontadas para esses baixos rendimentos entre os quais destacam se: baixa ou redução do nível de fertilidade do solo ao longo das épocas ; falta de sementes de boa qualidade na altura da sementeira; falta de informação sobre as melhores datas de sementeira; doenças; pragas, incluindo gorgulho no armazém; trabalho necessário para fazer sachas e ma nodulação do feijão vulgar; (Roselem & Marubayashi, 1994 e Davies, 1996). Em um estudo realizado por IFAD (1992) citado por Davies (1996) nos distritos de Sanga e Lichinga, cujo objectivo era, estimar o rendimento no sector familiar foram obtidos rendimentos médios em torno de 400 kg/ha na campanha de 93/94. O mesmo estudo constatou que o rendimento foi mais baixo na primeira época com probabilidade de redução ao longo dos anos depois da abertura de uma machamba familiar como função da fertilidade (Davies, 1996). Apesar de baixos rendimentos verificados nesta cultura principalmente em África, podem se conseguir rendimentos máximos de 3500 a 5000 kg/ha (Rulkens, 1999 e Embrapa, 1984). No entanto, o recurso a adubação mineral, tem sido uma das formas encontradas para obter bons rendimentos, pois segundo Kikuti et al. (2005) em um estudo realizado no Brasil visando estudar o efeito do Fósforo e Nitrogénio sobre o rendimento,
  • 14. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 3 verificaram que o rendimento do feijão vulgar é influenciado pelas doses de N e P com máxima eficiência geralmente numa dose acima das recomendações oficiais. Silva et al. (2000) conseguiram um rendimento máximo de 3821 kg/ha, com uma dose de 98 kg/ha em um ensaio cujo objectivo foi, avaliar a resposta do feijoeiro à aplicação de fósforo em um solo arenoso e estimar os níveis críticos deste nutriente no solo. Rodrigues et al. (2002) também referem aumentos no rendimento do grão como resposta do incrementado de doses de Nitrogénio e Fósforo embora não tenha sido encontrada a dose que proporcionasse o rendimento máximo, o mesmo estudo, mostrou que esta seria alcançada com maiores combinações (acima de 150kg/ha para P2O5 e 120kg/ha para N) dos dois nutrientes. Segundo Geurtz (1997) em geral, os solos de Moçambique são de baixa fertilidade, necessitando portanto de um maneio adequado para manter ou melhorar a produtividade destes. Porem, Geurtz (1997) refere ainda que a rede de investigação não é suficientemente densa para recomendar o maneio de fertilidade dos solos por cada região. Portanto o recurso a adubação torna-se essencial, quer para restituir os elementos nutritivos que a cultura retira bem como, manter a fertilidade do mesmo (Costa & Ferrinho, 1964). Este factor constitui uma mais valia pois, o aumento dos rendimentos, permite aumento simultâneo de palhas, forragens, estrume e detritos orgânicos que voltam ao solo constituindo assim, o húmus (Agros, 1977). Agros (1977) refere que a adubação mineral representa uma parte relativamente pequena das despesas totais do agricultor mas, tem uma influência decisiva sobre os rendimentos da cultura, pois, uma planta vigorosa, bem alimentada, defende-se melhor contra os seu inimigos tais como: pragas, doenças e infestantes. Na cultura do Feijão vulgar, o fósforo e o nitrogénio são os elementos mais recomendados, sendo o potássio, na maioria dos casos, dispensável. Este facto foi também constatado num ensaio realizado por Rodrigues et al. (2002) devido a grande interdependência verificada no seu estudo visando avaliar o efeito de doses crescentes de Nitrogénio e Fósforo no rendimento do grão do feijão vulgar. O N é amplamente destacado e reconhecido pela sua importância no crescimento do feijoeiro e, principalmente, pelo incremento de produtividade pois, inicialmente contribui
  • 15. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 4 para o desenvolvimento dos órgãos vegetativos e depois, para a constituição das substâncias de reserva: o grão (Agros, 1977 e Souza et al., 2005). Em Moçambique recomenda-se aplicação de 50 kg/ha sendo 20 kg/ha na sementeira e o restante em cobertura (22 a 29 dias depois da emergência) (Amane et al., 2007) porém, não há referência quanto ao rendimento esperado. O P é considerado de maior limitação nutricional ao desenvolvimento das culturas nos solos das regiões tropicais, porque o fornecimento é geralmente deficiente neste tipo de solos e ajuda na melhoria da absorção dos outros nutrientes (Lima et al., 2001). Vários trabalhos de pesquisa, têm apontado o efeito positivo do fósforo com referência aos relatos de Andrade et al. (1998) e Silva et al. (2000) citados por Arf et al. (2004) embora não refiram os rendimentos obtidos, no entanto, Silva et al. (2000) avaliando a resposta do Fósforo em um solo arenoso conseguiu um rendimento máximo de 3821 kg/ha com uma dose de P2O5 de 98 kg/ha. De uma forma geral, este estudo pretende contribuir com informação, fruto de investigação sobre o Feijão vulgar, como forma de contribuir na melhoria dos rendimentos actuais desta cultura, através de adopção de boas práticas de maneio do solo no que concerne as necessidades de Fósforo e Nitrogénio. 1.3. Objectivos 1.3.1. Geral • Avaliar o efeito da Adubação mineral combinada de Nitrogénio e Fósforo no rendimento do Feijão e, contribuir com informação científica para melhorar os níveis de produtividade do Feijão Vulgar.
  • 16. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 5 1.3.2. Específicos • Avaliar o efeito de combinação de Nitrogénio e Fósforo no rendimento do grão de Feijão Vulgar; • Estimar o nível de Fósforo e Nitrogénio que proporcionam maiores rendimentos do grão seco do Feijão vulgar; • Estimar os rendimentos máximos possíveis com base nos níveis de Fósforo e Nitrogénio e; • Relacionar o Rendimento do grão com o número de vagens e grãos por planta, peso de cem grãos e grãos por vagem.
  • 17. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 6 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Historial, Produção mundial e em Moçambique O Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma cultura bastante antiga, o seu cultivo é referenciado na Grécia antiga e no Império Romano onde, os feijões eram usados para votar (um feijão branco significava sim e um preto significava não). Os primeiros ancestrais de Phaseolus vulgaris L. foram encontrados no norte e sul da região do Equador e norte de Peru. Sementes fossilizadas datadas de 7000 ac foram encontradas na América Central e Peru. Arqueólogos evidenciam seu cultivo no México a mais de 5000 ac. Mais tarde, o Feijão foi trazido para Europa e África durante a Exploração colonial Portuguesa e Espanhola (Smart, 1990). Trinta porcento (30%) da produção mundial é proveniente do México, América Central e do Sul, quantidades significativas são provenientes de Ásia e Africa e, constitui a segunda leguminosa com maior importância Económica à nível mundial depois da Soja (Hardman et al., 1990 e Smart 1990). Segundo Rulkens (1996) o Feijão Vulgar foi cultivado numa primeira fase em consociação com o milho, evoluindo posteriormente do sistema cereal-leguminosa praticamente da mesma maneira que o Feijão nhemba, a Mexoeira e a Mapira em Africa. Na região tropical, esta cultura é produzida sobretudo nas áreas e estações menos quentes como por exemplo nos planaltos e no Inverno. A Índia, o Brasil, a China, os E.U.A e o México são os maiores produtores mundiais com destaque para o Brasil que é o maior produtor seguido pelo México. A nível continental, a Ásia contribui com cerca de 45,7% da produção mundial seguido das Américas (36,7%), África (13,9%) e Oceânia (0,2%) (Wander, 2005). Em África, os rendimentos são geralmente muito baixos entre 20-600 kg/ha de grão seco, podendo chegar até 1000-1500 kg/ha com variedades melhoradas e bom maneio. Por exemplo, segundo os dados de 2002 do TIA, em Moçambique o rendimento médio na campanha de 2002 foi de 272.01 kg/ha (MINAG, 2008). O Brasil (maior produtor
  • 18. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 7 mundial) possui uma produtividade média de 550 kg/ha (Vieira & Sartorato, 1984). Este valor é resultado de decréscimos ao longo dos anos, não obstante rendimentos médios superiores a 1400 kg/ha que têm se verificado em países como E.U.A, Japão, Turquia e Itália de acordo com FAO (Wikipédia, 2008). No continente Africano, esta cultura é praticada por países como: Quénia, Etiópia, Uganda, Rwanda, Burundi, actual Congo Democrático, Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbabué e Moçambique. Destacando-se em Moçambique as províncias de Manica, Niassa, Tete a uma altitude de 1200 a 1400 m na estação húmida, Maputo e Gaza na estação seca com rega (Rulkens, 1996). Em Moçambique, segundo os dados do MINAG (2008) as produções de Feijões no geral, têm vindo a crescer em termos globais, quer no sector Familiar bem como no Comercial, de acordo com as produções dos últimos anos desde 1993 até 2006 embora se verifiquem algumas oscilações (Anexo 1). No entanto, o crescimento das produções são justificadas pelo crescimento das áreas de produção e não pela produtividade por hectare. A maior contribuição da produção vem do sector familiar (98.58%). As Províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia são as maiores produtoras no sector familiar (68%) enquanto que, para o sector comercial são Gaza, Niassa, Cabo Delgado e Nampula (80%). Ainda segundo dados do MINAG (2008) foram registados rendimentos médios de cerca de 272.01 kg/ha em 2002, 460.64 kg/ha em 2006 com destaque para Nampula com registo de um rendimento médio de 930.71 kg/ha em 2006 (Tabela 1).
  • 19. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 8 Tabela 1: Rendimentos médios anuais do Feijão vulgar em Moçambique por província referentes aos anos: 2002, 2005 e 2006. Províncias Rendimentos Médios por Província por ano 2002 2005 2006 Niassa 508.12 408.03 677.71 C.Delgado * 170.06 * Nampula 162.50 677.41 930.71 Zambézia 418.70 406.86 694.08 Tete 348.28 293.02 343.52 Manica 221.31 432.52 384.14 Sofala 59.36 * 290.45 Inhambane 97.40 220.53 60.00 Gaza 397.92 * * Maputo 234.54 433.93 304.54 Média Anual 272.01 380.29 460.64 * Sem informação 2.2. Importância do Feijão Vulgar O Feijão vulgar, constitui uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais, particularmente nas Américas onde a produção ronda em torno de 47% da produção mundial e no leste e sul da África com um equivalente a 10% (Ripado, 1992). A semente seca, é uma componente ideal de sopas, purés, guisados, etc., conservando se durante muito tempo, desde que adequadamente preparada e guardada em lugar seco. O seu grão é bastante rico em hidratos de carbono e em vitaminas, pois, possui importantes teores de vitamina B1 e uma menor quantidade de vitamina A e C. As vagens secas são
  • 20. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 9 diuréticas1 e muito usadas no combate à hidropisia2 e ao reumatismo e, exercem também uma benéfica acção antidiabética (Ripado, 1992). O consumo de feijão é também associado a diminuição do desenvolvimento de doenças como, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e até mesmo neoplasias3 . Acredita- se que, este efeito benéfico esteja ligado a presença de metabolitos secundários, os fotoquímicos com destaque para os compostos fenólicos e os flavonóides (Vieira & Sartorato, 1984) A falta de informação para a comercialização do produto é um dos pontos de estrangulamento da cadeia produtiva desta cultura. O F.vulgar, constitui uma importante fonte de renda principalmente para os camponeses nas zonas rurais (Setimela et al., 2004 & Wander, 2005). 2.3. Exigências Climáticas A cultura de Feijão vulgar necessita para o seu crescimento pleno, cerca de 16-24 o C, diminuindo ao longo do ciclo. As temperaturas de 20-32 o C durante a floração provocam a queda de botões florais, reduzindo assim o rendimento. O feijoeiro, é considerado fotoneutro, isto é, a transição da fase vegetativa para floração não depende do comprimento do dia (Silva & Steinmetz, 2003). A temperatura é o elemento climático que mais exerce pressão sobre a percentagem de vingamento das vagens e, de maneira geral, altas temperaturas são prejudiciais sobre o florescimento e frutificação do feijoeiro (Silva & Steinmeta, 2003). Temperaturas baixas reduzem o rendimento do feijoeiro devido ao abortamento das flores que, por sua vez, pode resultar em falhas nos sistemas reprodutores. A combinação de altas temperaturas e 1 Propriedade de eliminar líquidos em excesso 2 Acumulação de um líquido aquoso nas cavidades ou tecidos do corpo devido a distúrbios na circulação do sangue 3 Crescimento anormal, não controlado e progressivo de um tecido
  • 21. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 10 baixa humidade relativa do ar e ventos fortes, têm maior influência no pegamento e retenção de vagens (Silva & Steinmetz, 2003). O Feijão vulgar não necessita de quantidades excessivas de humidade dependendo de condições pedológicas e climatológicas, deste modo, entre 300-600mm de chuva durante o ciclo é suficiente para satisfazer a necessidade de humidade requerida pela cultura (Rulkens, 1996). Segundo Restrepo et al. (2007) não deve haver excesso de água nem deficiência e, a precipitação pluviométrica ideal é de aproximadamente 400 mm bem distribuídos durante o ciclo da cultura. A deficiência hídrica no feijoeiro é mais crítica durante a floração e início da formação de vagens, principalmente aos 15 dias antes da floração (Wander, 2005). 2.4. Solo Não se recomenda solos encharcados e mal drenados para o plantio de feijão (Vieira & Sartorato, 1984). O feijoeiro é uma planta com sistema radicular delicado com maior parte concentrada na camada até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um cuidado especial na escolha da área (Pereira, 2006). Solos pesados, compactos, sujeitos a formar a crosta na superfície ou encharcados não são adequados para a cultura do feijoeiro, recomendando-se solos friáveis com boa aração, de textura areno-argilosa, relativamente profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos (Pereira, 2006). Também, não se desenvolve bem em solos ácidos, sendo preferidas as terras boas e leves. Deve-se evitar solos muito inclinados, porque seu cultivo favorece a erosão. O pH ideal ao desenvolvimento de F.vulgar é em torno de 6-7,5 (pH (H2O) (Santos, 1996). 2.5. Exigências nutricionais Nutrição vegetal é o conjunto de fenómenos através dos quais, a planta retira do meio que as rodeia, substâncias que são necessárias ao seu metabolismo e, como consequência ao seu crescimento e produção (Mello et al., 1981). Segundo Passos et al. (1973) o Feijão
  • 22. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 11 vulgar normalmente não consome muitos nutrientes mas, devido a fragilidade da planta e fragilidade do seu sistema radicular, seu pequeno porte e o ciclo muito curto, é importante a existência no solo de elementos nutritivos indispensáveis ao seu desenvolvimento, principalmente Nitrogénio, Fósforo e Potássio (efeito comparativamente fraco). Em muitos trabalhos de pesquisa publicados sobre a cultura do Feijão vulgar demonstram que a resposta da mesma à aplicação de fertilizantes nitrogenados e fosfatados é alta, quando comparada com os outros nutrientes e a necessidade de fósforo, é relativamente maior em relação ao Nitrogénio. O fósforo e o nitrogénio são os elementos mais recomendados (Barbosa et al., 2005) . 2.5.1. Fósforo O fósforo geralmente limita a produção agrícola nos solos tropicais e subtropicais, devido aos seus baixos níveis na solução do solo, requerendo, consequentemente, que a adubação fosfatada seja uma prática constante (Oliveira et al., 2005). Em culturas irrigadas obtém se maiores produtividades com mesma dose de P, pois, nessas condições o adubo é melhor aproveitado pela planta e, provavelmente nessas condições, a dose económica será maior que em sequeiro. A aplicação do fósforo deve ser na linha, ao lado e abaixo da linha de sementeira (Roselem & Marubayashi, 1994 e Malavolta, 1981). A absorção de P2O5 é muito rápida no início do período vegetativo e é necessário que neste momento, a planta disponha de um máximo de fosfatos solúveis. A acção favorável de P2O5 sobre o desenvolvimento do sistema radicular é conhecida desde 1843 e pode ter repercussões importantes sobre a continuação do desenvolvimento (Roselem & Marubayashi, 1994). Em geral, a absorção do fósforo está quase terminada no fim do período de crescimento máximo, sendo bastante regular durante toda a fase vegetativa (Diehl, 1989). A dose de adubação recomendada para uma densidade desejada de feijão depende do tipo de solos,
  • 23. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 12 variando de 20 kg/ha a 80 kg/ha de P205 segundo Setimela et al. (2004) sem referência ao rendimento esperado. Jimenz & Picciotto (1994) referem que o F.vulgar é exigente em fósforo e, recomndam uma adubação de fundo de 50 kg/ha de P205, devendo ser incorporado na gradagem enquanto que Geurtz (1997) recomenda até 45 kg/ha de P205 e o MINAG (1982) 30 kg/ha de P205 sem fazer menção ao rendimento esperado. No entanto, essas doses estão muito abaixo da dose que proporcionou maior rendimento (3821 kg/ha) por Silva et al. (2000) com uma dose de 98 kg/ha. Em caso de deficiência, os folíolos novos tomam uma coloração verde azulada, sem brilho enquanto que os mais velhos ficam com uma cor verde clara, podendo apresentar áreas internervais cloróticas com pequenas pontuações escuras (Figura 1). Caules mais curtos e finos que o normal, menor desenvolvimento da planta (Figura 2). Os sintomas desenvolvem-se de baixo para cima (Roselem & Marubayashi, 1994). Figura 1: Deficiência de fósforo: folhas inferiores com coloração verde pálido e as superiores com tons verdes mais escuros. Fonte: Roselem & Marubayashi (1994) Figura 2: Deficiência de fósforo, à direita: caules mais curtos e finos, menor desenvolvimento geral da planta. Fonte: Roselem & Marubayashi (1994)
  • 24. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 13 2.5.2. Nitrogénio O Nitrogénio é o elemento indispensável à multiplicação celular, faz parte da composição dos núcleos. Por essa razão, encontra-se em todos os tecidos jovens. A sua absorção é portanto, acentuada no princípio do período vegetativo e durante a fase do crescimento activo. Posteriormente, o ritmo de absorção diminui lentamente. Isto faz do nitrogénio muitas das vezes, um elemento determinante no rendimento. A sua acção é muito importante no aumento dos volumes dos órgãos vegetais, na quantidade de clorofila e consequentemente na fotossíntese (Diehl, 1989). Segundo Roselem & Marubayashi (1994) vários esforços para se entender e chegar às recomendações de inoculação do feijoeiro têm sido feitas mas, a fixação simbiótica de N não tem sido suficiente para atender a demanda da planta. Assim, normalmente se obtém reposta ao nitrogénio aplicado. Contudo, na época seca, a probabilidade de resposta é menor, assim como o potencial de produção, mas em culturas irrigadas tem se obtido maior potencial de produção um melhor aproveitamento do adubo aplicado. Normalmente recomenda se a aplicação de 1/3 da dose de N na sementeira, e 2/3 até aos 20 DAE da cultura. Com doses altas de N, a cobertura poderia ser parcelada em até 2 vezes, sendo a primeira entre os 15 e 20 DAE e a segunda até 35 DAE das plantas embora não existam estudos que confirmem esta recomendação, mas o estudo da marcha de absorção de N e o entendimento das funções e efeitos do nutriente na planta permitem essa inferência (Roselem & Marubayashi, 1994). Para Vieira & Sartorato (1984) a quantidade de Nitrogénio recomendada varia entre 20 a 120 kg/ha porém, não faz menção aos rendimentos obtidos. Para Jimenz & Picciotto (1994) deve-se incorporar também com o fósforo cerca de 30 kg/ha de N e 70 kg/ha em cobertura, 15 DAE (1ª sacha). Porém, sem referenciar a altura, Geurtz (1997) recomenda níveis de 30 a 60 kg/ha de N. Rodrigues et al. (2002) no seu estudo com objectivo de estudar o efeito de doses de Fósforo e Nitrogénio no rendimento do grão, refere rendimentos acima de 2100 kg/ha com dose acima de 150 kg/ha e Kikuti et al. (2005) em
  • 25. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 14 estudo similar, obteve um rendimento máximo de 2264 kg/ha com uma dose de 144 kg/ha. Na deficiência de Nitrogénio, as folhas tornam-se verde claras, podendo ficar amarelas. Clorose nos folíolos das folhas mais velhas que, caem permanentemente (Figura 3). As nervuras ficam mais destacadas no fundo. Quando esta clorose evolui, a clorose acentua- se podendo, aparecer manchas verdes pontiformes, pequenas como salpicos. Nesta fase, podem aparecer áreas esbranquiçadas em várias parte do limbo foliar (Figura 4) (Roselem & Marubayashi, 1994 e Menete & Chongo, 1999). Figura 3: Deficiência de nitrogénio: clorose nos folíolos das folhas mais velhas com posterior necrose e queda. Fonte: Roselem & Marubayashi (1994) Figura 4: Deficiência de nitrogénio: À esquerda, planta com nutrição normal; à direita, planta deficiente em nitrogénio. Fonte: Roselem & Marubayashi (1994) 2.5.3. Interação entre Nitrogénio e Fósforo Segundo Marschner (1995) e Sanginga et al. (2000) citados por Kuang et al. (2005) o P e o N são igualmente importantes nutrientes para o crescimento da planta e a sua interacção em leguminosas é bastante significativa. Muitos estudos têm demonstrado que a adição de P geralmente melhora o nível de N na planta, promovendo o crescimento vegetativo, enquanto que a deficiência de P afecta a nutrição nitrogenada, prejudicando
  • 26. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 15 deste modo, o crescimento das plantas em referência ao estudo de Israel (1987) e Araújo & Teixeira (2000) citados por Kuang et al. (2005). No entanto, essas interacções não são sempre consistentes, devido a variabilidade genética que afecta a eficiência de absorção do N e P. Robson (1983) e Graham & Vance (2000) citados por Kuang et al. (2005) referem efeitos benéficos do P sobre nutrição nitrogenada através da promoção de fixação biológica de N2, porque a simbiose em leguminosas geralmente exige grandes quantidades de P. Alta disponibilidade de P melhora o crescimento vegetal e um maior volume de carbono nas raízes e nódulos, resultando num melhor sistema radicular ou formação de nódulos e, consequentemente, maior fixação de N2. Porém, apesar do efeito positivo do P sobre a absorção de N, a fixação simbiótica de N2 não tem se mostrado eficiente em solos tropicais, optando pela aplicação de Nitrogénio (Roselem & Marubayashi, 1994). 2.6. Densidade e Épocas de Sementeira Segundo o MINAG (1982) o compasso recomendado para o cultivo de feijão vulgar é de 60 x 15 cm, sendo 60 cm entre linhas e 15 cm entre plantas. Tanto em Sequeiro assim como sob irrigação, recomenda-se o uso de variedades anãs de feijão vulgar com um espaçamento entre linhas de 45 - 50 cm e o uso de uma semente por covacho separadas por 7 - 15 cm. Para isso, precisa-se de 60 a 120 kg/ha de semente para variedades de grão grande e 35 a 70 kg/ha de semente para as variedades de grão pequeno. A profundidade de sementeira é de 2.5 a 5 cm de lado do camalhão para aproveitar a humidade, caso se use rega por gravidade (Vieira & Sartorato, 1984). 2.7. Pragas, Doenças e Infestantes 2.7.1. Pragas Os danos causados pelas pragas na cultura do feijão, podem ser observados desde o início (sementeira) até ao armazenamento e, aliado a grande diversidade de espécies,
  • 27. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 16 praticamente toda a estrutura da planta tem se mostrado sensível, com perdas que podem chegar até 33 a 86 % (Rosolem & Marubayashi, 1994). Segundo Segeren et al. (1994) e Rulkens (1996) as principais pragas desta cultura em Moçambique são: Mosca-do-feijão, roscas, besouros-das-folhas, lagartas-da-folhagem, térmitas e nemátodo-da-galha. Dentre elas, a mosca-do-feijão, é bastante crucial, podendo causar prejuízos até 80% na época seca principalmente devido a altas temperaturas que promovem o desenvolvimento desta. 2.7.2. Doenças Rosolem & Marubayashi (1994) referem que, a incidência e intensidade das doenças da cultura de feijoeiro variam de acordo com a época de cultivo, variedade e condições climáticas. Segundo Segeren et al. (1994) e Rulkens (1996) as principais doenças do feijoeiro em Moçambique são: mancha-angular, ferrugem, podridão-do-pé, podridão-do- caule, antracnose e mosaico-comum, dentre as quais, destaca-se a antracnose que, encontra-se distribuída em todas as regiões produtoras de feijão no mundo. 2.7.3. Infestantes Segundo Vieira & Sartorato (1984) a cultura de feijão é sensível a ocorrência de infestantes nos primeiros dias de vida. Quando ocorre, pode acarretar uma diminuição de até 50 - 70% na produção. Duas sachas manuais ou mecânicas, são geralmente suficientes, sendo a última feita antes da floração. Também pode se fazer o controlo químico de acordo com o tipo de infestante. Principalmente durante 6 a 8 semanas após a sementeira, o feijoeiro deve estar livre de infestantes com destaque para a tiririca. 2.8. Variedades A maioria dos camponeses em Moçambique, utiliza a semente de variedades locais. Porém, o sector privado e o CIAT têm criado uma série de variedades melhoradas de feijão, com o objectivo de aumentar a produtividade do feijão no país (Vieira &
  • 28. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 17 Sartorato, 1984). Distinguem se três grupos de variedades: determinadas4 , indeterminadas5 e trepadeiras6 . Em Moçambique, particularmente em Lichinga e Angónia, distinguem se várias variedades de hábito determinado com nomes locais. Estas variedades, aparentimente diferem na cor mas, há também outras características que se conhecem como é o caso do sabor, cozedura, produção e comercialização (Rulkens, 1996). Dentre as variedades determinadas destacam-se: Feijão encarnado, Feijão manteiga, Feijão raiado ou catarina e Feijão branco. As variedades indeterminadas são variedades locais de manteiga e outras geralmente misturadas com variedades erectas determinadas. As variedades trepadeiras, são geralmente destinadas a produção de feijão verde mas também se consomem como grão seco (Rulkens, 1996). 2.8.1. Variedade CAL 143 Neste estudo foi usada a variedade CAL 143, com hábito de crescimento determinado, altura entre 40 e 50cm; folhas verdes-escuras, grandes e ovadas; flores de cor rosado- escuras; a floração ocorre mais ou menos ao 40 dias depois da sementeira; a vagem é de cor verde com uma média de 10 a 12 grãos por vagem; a maturação leva 90 dias (80% da maturação). A colheita é feita uma única vez; o grão é de tamanho médio a grande com peso de 42g por 100 grãos, apresenta cor encarnada com manchas brancas de forma oval; é resistente a ferrugem, mancha-angular, hilo bacteriano e virose; possui uma boa cozedura e um bom grau de aceitabilidade (IIAM, 2008). 4 A fase vegetativa cessa com o início da floração 5 A fase vegetativa prolonga-se mesmo depois do início da fase de floração
  • 29. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 18 III. MÉTODOS 3.1. Descrição Geral da Área de Estudo O ensaio foi realizado no campo Experimental da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF), localizado na Cidade de Maputo, altitude média de 60 m acima do nível do mar e apresenta como coordenadas geográficas 25o 58’de latitude sul e 32o 36’ de longitude este (Sousa, 1992). Quanto ao clima, apresenta uma temperatura média mensal anual mais alta de 26.15 ºC em Janeiro e a mais baixa de 19.4 ºC em Julho. A temperatura mais baixa, regista-se em Julho (14.3 ºC) e a mais alta em Janeiro (30 ºC). A Precipitação total mensal anual é de 165.9mm (máxima) em Janeiro e 12.4mm (mínima) em Junho (Anexo 2) (INAM, 2008). O solo é de cor castanha, de textura arenosa com 91.89% de areia, baixa percentagem de matéria orgânica, pH neutro, não salino e baixo teor de N (0.04%) e P (1.907 mg/100) (Tabela 2). 6 Plantas que se elevam fixando-se a suportes
  • 30. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 19 Tabela 2: Resumo da Análise do Solo para a amostra colhida na área do Ensaio Designação Unidade Composição Método Referência pH (1:2.5) H2O - 6.98 Potenciometro Houba et al. (1989) CE (1:2.5) mS/m 0.053 Condutivimetro Houba et al. (1989) MO % 0.56 Walkley & Black Houba et al. (1989) Ca2+ meq/100g 2.6 Complexómetro Houba et al. (1989) Mg2+ meq/100g 0.4 Complexómetro Houba et al. (1989) Na+ meq/100g 0.11 Fotómetro de chama Houba et al. (1989) K+ meq/100g 0.24 Fotómetro de chama Houba et al. (1989) CTC meq/100g 9 Acetato de Amónia Houba et al. (1989) N % 0.04 Kjeldahl Houba et al. (1989) P mg/100g 1.907 Bray 1 Houba et al. (1989) Argila % 0.81 Densímetro Wasterhout & Marleen (1985) Limo % 7.30 Densímetro Wasterhout & Marleen (1985) Areia % 91.89 Densímetro Wasterhout & Marleen (1985) Classe textural - Arenosa Triângulo textural da USDA USDA
  • 31. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 20 3.2. Delineamento e Desenho Experimental O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados (DBCC) num esquema factorial 4x4x4, isto é, quatro (4) níveis de Nitrogénio, quatro (4) de Fósforo e quatro (4) repetições. As fontes de N e P usadas foram, Ureia (46% de N) para o N e Superfosfato simples (19% de P2O5) para o P. A descrição dos níveis de adubação e os tratamentos encontram-se na Tabela 3. Tabela 3: Descrição dos tratamentos em função das doses de Nitrogénio e Fósforo usadas. Símbolo Notação do Tratamento Descrição dos tratamentos (combinação de factores) Adubação (kg/ha) N P2O5 T1 n0p0 0 0 T2 n0p1 0 15 T3 n0p2 0 30 T4 n0p3 0 60 T5 n1p0 30 0 T6 n1p1 30 15 T7 n1p2 30 30 T8 n1p3 30 60 T9 n2p0 50 0 T10 n2p1 50 15 T11 n2p2 50 30 T12 n2p3 50 60 T13 n3p0 80 0 T14 n3p1 80 15 T15 n3p2 80 30 T16 n3p3 80 60 Antes da implementação do ensaio, fez-se a preparação do solo (lavoura e gradagem) numa área de 320 m2 (32 m x 10 m). Depois da preparação do solo, procedeu-se a colheita de 20 sub-amostras de solo usando uma sonda numa profundidade de 0 - 20 cm num padrão de caminhamento em zig-zag. Estas sub-amostras foram misturadas numa
  • 32. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 21 bacia até homogeneizar donde, retirou-se uma amostra de 1 kg (1000 g) levada ao laboratório para efeitos de análise dos conteúdos de K, P, N, pH, CTC, CE, BT e Textura de solo (Tabela 2). Após a colheita da amostra do solo, dividiu-se a área em quatro (4) blocos de 15.5 m X 4.1 m com uma distancia de 1m entre eles. Dentro de cada bloco foram alocadas cerca de 16 parcelas (correspondentes a 16 tratamentos) de, 1.8 m x 1.5 m com uma separação de 50 cm (0,5 m) entre os mesmos, totalizando 64 parcelas (Anexo 7). Depois de identificadas as parcelas por tratamento, marcaram-se as linhas de sementeira e 30 covachos em cada (equivalente a 30 plantas por parcela) das quais, 10 centrais constituiram a área útil, num compasso de 60 cm X 15 cm (15 cm entre plantas e 60 cm entre linhas) segundo MINAG (1982). Práticas Culturais Depois da preparação do solo, demarcação e identificação das parcelas por tratamento e, identificação das linhas de sementeira, foi feita uma adubação de fundo no dia anterior a sementeira que, consistiu em colocar o adubo nos dois lados da linha de sementeira, numa profundidade de 8 a 10 cm. A sementeira foi feita usando uma semente por covacho e retancha para preencher algumas falhas de emergência 7 dias após a sementeira (DAS). O resumo das principais práticas culturais realizadas, está disposto na Tabela 4.
  • 33. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 22 Tabela 4: Resumo das Praticas culturais realizadas durante o período do Ensaio. Nº Operações Culturais Dias depois da Observação Sementeira Emergência 1 Preparação do solo -7 – 0 Manual 2 Sementeira 0 Compasso: 60 cmx15cm, Prof.: 5 – 6 cm (solo arenoso) 3 Adubação de fundo -1 Prof.: 8 – 10 cm ao lado da linha de sementeira, 1/3 de N e Total de P2O5 4 Cuidados culturais Emergência 6 – 7 Sacha (1) 04 Manual pulverização (1) 05 Cipermetrina EC 20% (Dose: 1ml/1L de Água) Sacha (2) 20-21 Manual pulverização (2) 13 Cipermetrina EC 20% (Dose: 1ml/1L de Água) pulverização (3) 25 Cipermetrina EC 20% (Dose: 1ml/1L de Água) Sacha (3) 46-47 5 Adubação de cobertura 21 2/3 de N 6 Colheita 81 Manual A rega foi feita de acordo com o estado de humidade do solo, com um padrão inicial diário até a emergência e depois com um intervalo de um a dois dias, variando de acordo com o estado de humidade do solo e chuvas. A primeira rega foi no dia em que se fez a adubação de fundo e a segunda no dia da sementeira. Foi-se reduzindo a medida em que
  • 34. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 23 se aproximava a fase de maturação (colheita). Quanto ao controlo Fitossanitário, fez-se o controlo preventivo da mosca do feijão usando Cipermetrina de acordo com a tabela das praticas culturais efectuadas. 3.3. Parâmetros de Análise Os parâmetros analisados são: • Rendimento médio do grão por tratamento (kg /ha) O Rendimento médio do grão refere-se ao peso dos grãos por unidade de solo, isto é, quantos quilogramas foram possíveis obter na área de cultivo. Foi expresso em kg/ha e calculado em função de cada tratamento em estudo. Para determinação deste parâmetro, foram feitas pesagens do grão depois de seco e debulhado e, estimou-se o rendimento por cada tratamento segundo a fórmula abaixo. RMG = (PTG*10)/Au (1) Onde: RMG é o Rendimento médio do grão por tratamento (kg/ha); PTG é o peso total dos grãos por tratamento (g) e; Au é a área útil (0.9 m2 ) • Peso médio de 100 grãos por tratamento (g) Este parâmetro foi determinado através da pesagem de três lotes de 100 grãos em cada tratamento e, fez-se a média dos três para determinar o peso médio correspondente ao respectivo tratamento. • Numero médio de vagens por planta por tratamento (-) Foi determinado através da contagem de todas as vagens correspondentes ao total de plantas por cada tratamento na área útil, de seguida fez se a média dividindo pelo número total de plantas da área útil.
  • 35. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 24 • Numero médio de grãos por planta por tratamento (-) Este parâmetro foi determinado através da contagem de todos os grãos do total das vagens da área útil, depois dividiu-se os mesmos pelo total de plantas da área útil. • Peso médio de grãos por vagem por tratamento (g) Peso médio de grãos por vagem foi determinado através da razão entre o peso total de sementes por tratamento correspondentes a área útil pelo total de vagens encontradas. 3.4. Análise de Dados A análise de dados foi feita usado o pacote estatístico SAEG 2000 e Microsoft Excel. Usou-se o SAEG para análise de variância (ANOVA), análise das equações de regressão para modelos lineares e quadráticos em situações onde se verificou efeito significativo na ANOVA através do teste F e, análise de Correlações entre todas os parâmetros. E o Microsoft Excel foi usado para construção de gráficos e determinação de equações dos modelos de regressão.
  • 36. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 25 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Avaliação do efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre número médio de vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento Com base nos resultados da Análise de Variância feita, o efeito de Nitrogénio foi significativo em todas as variáveis analisadas, sendo P < 0.01 para Número médio de vagens, Número médio de grãos por planta e Peso médio de 100 grãos enquanto que para o Peso médio de grãos por planta e Rendimento médio, a significância foi alcançada para um nível P < 0.05 (Tabela 6). Tabela 5: Resumo da análise de variância dos Parâmetros medidos em relação aos factores principais. Variáveis Analisados Efeito dos factores Principais N P Interacção CV(%) Número médio de Vagens por planta (-) S** S** S* 6.06 Número médio de Grãos por Planta (-) S** ns ns 16.36 Peso médio de Grãos por Vagem (g) S * ns ns 9.48 Peso médio de 100 Grãos (g) S** S** ns 5.18 Rendimento médio de grãos (kg/ha) S * S** ns 12.24 Efeito não significativo (ns), efeito significativo a 5% (S * ), efeito significativo a 1% (S ** ) pelo teste F 4. 1. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de cem grãos O Peso médio de cem grãos do feijão vulgar foi de 47.6 g. As doses de Nitrogénio influenciaram o Peso de cem grãos de forma quadrática, registando-se máximo (48.7 g) com a dose de 93.7 kg/ha de Nitrogénio aplicado, sendo 1/3 em fundo e 2/3 em cobertura aos 21 dias após a emergência (Figura 5).
  • 37. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 26 **y = -0.0003x2 + 0.0562x + 46.098 R2 = 0.8242 45.50 46.00 46.50 47.00 47.50 48.00 48.50 49.00 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doses de Nitrogenio (Kg/ha) PesoMediode100graos(g) Figura 5: Comportamento do Peso Médio de 100 Grãos de Feijão vulgar em função de dose de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<0.01. A resposta deste parametro quanto as doses crescentes de Nitrogénio, mostra o grande papel do Nitrogénio no aumento do peso do grão até um máximo provavelmente devido a correlação significativa e positiva (Tabela 6) entre o Peso de cem grãos e o Número de vagens por planta, isto é, o aumento do número de vagens diminui a disponibilidade de fotoassimilados alocados por unidade de vagem e consequentemente do grão a partir da dose de 93.7 kg/ha de Nitrogénio aplicado.
  • 38. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 27 Tabela 6: Matriz de Correlações entre Número médio de vagens por planta (NMVP), Número médio de grãos por planta (NMGP), Peso médio de grãos por vagem (PMGV), Peso médio de 100 grãos (PMCG) e Rendimento médio de grãos por hectare (RMG). Variáveis NMVP NMGP PMGV PMCG RMG NMVP 1 0.9320 ** 0.7379 ** 0.7644 ** 0.9849 ** NMGP 0.9320 ** 1 0.6950 ** 0.6194 ** 0.9206 ** PMGV 0.7379 ** 0.6950 ** 1 0.8622 ** 0.8381 ** PMCG 0.7644 ** 0.6194 ** 0.8622 ** 1 0.8281 ** RMG 0.9849 ** 0.9206 ** 0.8381 ** 0.8281 ** 1 ns ( Correlação não significativa), ** (Correlação altamente significativa a P < 0.01) pelo teste “t” 4. 1. 2. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Peso médio de grãos por vagem O Peso médio de grãos por vagem foi de 1.5 g. A resposta do feijão vulgar a este parametro em função da adição de doses de Nitrogénio foi quadrática. E o peso máximo (1.6 g) foi alcançado com uma dose de 140 kg/ha de Nitrogénio (Figura 6).
  • 39. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 28 *y = -0.000005x 2 + 0.0014x+ 1.5025 R 2 = 0.7244 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doses de Nitrogenio (Kg/ha) PesomediodosGraosporVagem(g) Figura 6: Comportamento do Peso Médio de Grãos por Vagem de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio. * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<0.05. O gráfico mostra que o Nitrogénio contribui para o aumento do peso dos grãos através do aumento dos fotoassimilados, devido ao aumento no desenvolvimento vegetativo. Porém, como ocorre simultaneamente um incremento do número de grãos, devido a correlação positiva entre o peso e o número de grãos, o aumento do número de grãos leva a redução da disponibilidade de fotoassimilados por unidade de grão e consequentimente o peso. 4. 1. 3. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de grãos por planta O Número de grãos por vagem (3.22 grãos) não foi significativamente afectado, provavelmente por ser uma característica varietal pouco influenciada pelo ambiente segundo Andrade et al. (1998) citados por Arf et al. (2004) tendo constatado que a aplicação de Nitrogénio em cobertura pode contribuir para uma melhor nutrição e,
  • 40. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 29 consequentemente maior número de óvulos fertilizados culminando no aumento do Número de grãos formados. Apesar de não ter havido diferença significativa no Número de grãos por vagem, houve aumento do Número médio de grãos por planta, provavelmente devido ao aumento do Número médio de vagens por planta com base na correlação entre os dois parâmetros (Tabela 3). Contudo, o comportamento entre as doses de Nitrogénio e o número de grãos por planta foi linear com 99.87 % da variação explicadas pelo acréscimo de doses de Nitrogénio (aplicado em duas fases, 1/3 na sementeira e 2/3 em cobertura aos 21 DAE) (Figura 7). **y = 0,2107x+ 25,502 R 2 = 0,9987 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doses de Nitrogenio (Kg/ha) Numeromediodegraosporplanta(-) Figura 7: Comportamento do Número Médio de Grãos por Planta de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<0.01. O aumento do Número de grãos por planta, também foi constatado pelos estudos de Carvalho et al. (2001) onde as maiores doses na sementeira (60 e 75 kg/ha de N) proporcionaram número de grãos por planta significativamente superiores à testemunha. Isto mostra que a aplicação de doses de N na sementeira estimulam o aumento do número
  • 41. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 30 de vagens por planta, elevando por conseguinte o número de sementes por planta tal como testemunha este estudo através do coeficiente de correlação positivo entre o Número de vagens por planta e o Número de grãos por planta (r = 0.9320 **) (Crusciol et al., 2003). 4. 1. 4. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Rendimento médio do grão O Rendimento global do grão de feijão vulgar foi de 1825.2 kg/ha. A resposta do feijão vulgar em função das doses crescentes de Nitrogénio foi linear, porém, a taxa de variação do rendimento foi de 4.8136 unidades por cada unidade de Nitrogénio aplicada sendo, 98.59 % da variação do rendimento explicada pela variação das doses de Nitrogénio. Isto, mostra claramente que, a maior produtividade do grão é obtida com doses maiores que as testadas no ensaio (Figura 8). O efeito similar, foi constatado pelos estudos de Buzetti et al. (1992) citados por Arf et al. (2004) em que, observaram que o aumento nas doses de N aumentava linearmente a produtividade em 4.33 kg de grãos de feijão para cada quilograma de N aplicado.
  • 42. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 31 **y = 4.8136x+ 1632.7 R 2 = 0.9859 0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doses de Nitrogenio (Kg/ha) Rendimentomediodograo(Kg/ha) Figura 8: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<0.01. E ainda, segundo Vieira (1998) citado por Júnior et al. (2006), por meio de levantamento dos experimentos de avaliação de níveis de N na cultura do feijoeiro, revelou que 61% dos experimentos tiveram resposta positiva à aplicação de N. No entanto apesar desse facto, por exemplo, em um estudo realizado por Arf et al. (2004) a resposta do Rendimento médio dos grãos obedeceu uma função quadrática, com o máximo na dose de 72 kg/ha de N. E Carvalho et al. (2001) citados por Arf et al. (2004) com doses parceladas de N (0 e 0; 0 e 75; 15 e 60; 30 e 45; 45 e 30; 60 e 15 e 75 e 0 kg/ ha de N, respectivamente, na sementeira e em cobertura) no inverno, concluíram que a aplicação de 75 kg/ha de N proporcionou, em média, incrementos de 38% na produtividade porém, o N aplicado não teve efeito significativo no Rendimento médio do grão.
  • 43. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 32 4.2. Avaliação do efeito da adição de doses de Fósforo sobre número médio de vagens e grãos por planta e, peso médio de grãos, cem grãos e rendimento O teste de Análise de Variância revelou que, o efeito do Fósforo foi significativo para o Número médio de vagens por planta, peso médio de 100 grãos e Rendimento médio do grão, à um nível de P < 0.01 (Tabela 5). Enquanto que para o Número médio de grãos por planta e Peso médio de grãos por vagem não foi significativo a um nível de significância de P <0.05. 4. 2. 1. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Peso médio de cem grãos Apesar de se ter verificado significância no efeito do Fósforo sobre o Peso médio de cem grãos, o modelo de regressão não se revelou significativo pelo teste “t” a um nível de significância de P < 0.05, portanto, não pode ser usado para predição do Peso médio de cem grãos relactivamente ao factor Fósforo. No entanto, o fósforo influenciou o peso de cem grãos do Feijão vulgar de forma quadrática, implicado que que, o aumento de doses de fósforo aumenta o peso que depois decresce provavelmente devido ao excesso da concentação do fósforo na zona radicular embora, contribua grandimente para melhoria no nível de absorção dos outros nutrientes. 4. 2. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Rendimento médio do grão A resposta do Feijão vulgar ao Rendimento do grão tal como para o Nitrogénio, mostrou- se significativa para doses de Fósforo. O Feijão vulgar respondeu de forma quadrática com o máximo (2295.2 kg/ha) na dose de 66.6 kg/ha de Fósforo na forma de P2O5 (Figura 9). O decréscimo a partir dessa dose, pode ser associada a toxicidade do adubo fosfatado na zona radicular (Oliveira et al., 2005). Segundo Arf et al. (2004) maiores produções em feijão em função do fornecimento de doses adequadas de fósforo, foram relatados por Andrade et al. (1998) e Silva et al. (2001) porém, estes não referem quais rendimentos e nem as doses aplicadas mas, Silva et al. (2004) com objectivo de avaliar a resposta do Fósforo em um solo arenoso (similar ao do presente estudo) conseguiu um rendimento máximo de 3821 kg/ha com uma dose de 98 kg/ha de P2O5, encontrando-se
  • 44. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 33 esta, acima do obtido neste estudo. Essa diferença, apesar da similaridade do solo, pode ser explicada provavelmente pelo suplemento de Potássio, nível de nutrientes no solo bem como pela variedade usada. *y = -0.2214x 2 + 29.505x+ 1312.2 R 2 = 0.9968 0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 0 10 20 30 40 50 60 70 Doses de P2O5 (Kg/ha) Rendimentomediodograo(Kg/ha) Figura 9: Comportamento do Rendimento Médio de Grãos de Feijão vulgar em função de doses de P2O5. * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<0.05 4.2. Avaliação do efeito da Interacção entre doses crescentes de Nitrogénio e Fósforo sobre número médio de vagens por planta Com base na Análise de Variância, houve interacção significativa somente para o Número médio de vagens por planta à P < 0.05 (Tabela 5). Portanto, a análise a seguir centrou-se neste parâmetro com um coeficiente de variação de 6.0575%.
  • 45. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 34 4. 3. 1. Efeito da adição de doses de Nitrogénio sobre o Número médio de vagens por planta em função de doses fixas de Fósforo O Número médio de vagens por planta foi de 10.5. Tendo em conta a interação entre os factores Nitrogénio e Fósforo, foi feito um desdobramento em que, a resposta à doses crescentes de Nitrogénio foi linear em todas as doses de P2O5 incluindo na ausência da adubação fosfatada (Figura 10). A intensidade da resposta foi maior para as menores doses de Fósforo, porém, na ausência de adubação nitrogenada, houve maior formação de vagens para os níveis superiores, isto mostra claramente que para as condições deste ensaio, maiores doses de Fósforo (adubação fosfatada) requerem menores doses de Nitrogénio ou vice versa com base na inclinação das rectas. Embora este facto não seja comungado pelos estudos de Rodrigues et al. (2002) em que a resposta de Nitrogénio foi maior para maiores doses de fósforo na forma de P2O5, a sua prevalência pode estar provavelmente centrada no facto de, o fósforo contribuir para melhoria de absorção de outros nutrientes pelo aumento da zona radicular (incluindo o nitrogénio).
  • 46. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 35 *y (P 60) = 0,0569x+ 9,0798 R 2 = 0,9659 **y (P 30) = 0,0582x+ 8,4893 R 2 = 0,9961 **y (P 15 ) = 0,0601x+ 7,8783 R 2 = 0,9842 *y (P 0) = 0,0661x+ 7,0121 R 2 = 0,9166 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Doses de Nitrogenio (Kg/ha) NumeroMediodeVagensporPlanta(-) P0 P15 P30 P60 Linear (P60) Linear (P30) Linear (P15) Linear (P0) Figura 10: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em função de doses de Nitrogénio para níveis fixos de P2O5 (0, 15, 30 e 60 kg/ha). * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<5% e ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<1%. 4. 3. 2. Efeito da adição de doses de Fósforo sobre o Número médio de vagens por planta em função de doses fixas de Nitrogénio Tal como no caso de Nitrogénio, para o fósforo, o feijão vulgar respondeu de forma linear ao desdobramento feito em relação às doses fixas de Nitrogénio, inclusive, na ausência deste. Na ausência de P2O5, verificou-se também maior número de vagens formadas, nas doses elevadas de Nitrogénio como resposta a adubação Nitrogenada. As maiores taxas de acréscimo no Número de Vagens por planta como função da adubação Nitrogenada foram observadas no nível de Nitrogénio mais baixo (Figura 11). Este facto pode ser suportado com os estudos de Raij (1991) citados por Arf et al. (2004) referindo que, o baixo teor inicial de fósforo no solo, é possivelmente um forte aliado para a resposta do feijão a esse elemento pois os efeitos das adubações fosfatadas sobre as culturas são especialmente acentuadas em solos de baixa fertilidade.
  • 47. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 36 *y (N 80) = 0,0369x + 11,87 R2 = 0,9635 **y (N 30)= 0,02x + 9,53 R2 = 0,9839 *y (N 0)= 0,0457x + 6,8 R2 = 0,903 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 0 10 20 30 40 50 60 70 Doses de P2O5 (Kg/ha) NumeroMediodeVagensporPlanta(-) N0 N30 N80 Linear (N80) Linear (N30) Linear (N0) Figura 11: Comportamento do Número Médio de Vagens por Planta de Feijão vulgar em função de dose de P2O5 para níveis fixos de Nitrogénio (0, 30 e 80 kg/ha). * Modelo de Regressão significativo a um nível de significância P<5% e ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<1%. A interacção entre os dois, factores, mostra que há uma dependência entre eles embora não seja na mesma magnitude, a tendência é a mesma porém, com maiores taxas de variação para níveis de N, isto pode explicar porquê os níveis de P2O5 requeridos são maiores que os de N tal como é referenciado por Passos et al. (1987). Em um estudo realizado por Oliveira et al. (2005) a aplicação do Fósforo na forma de P2O5 foi quadrática, sendo 267 kg/ha de P2O5, a dose que proporcionou o máximo de vagens por planta (22 vagens/ planta), verificando-se decréscimo do número de vagens por planta a partir dessa dose provavelmente devido a toxicidade decorrente da concentração do adubo fosfatado sobre o crescimento das raízes de forma localizada. Também, Oliveira et al. (2001) citado por Oliveira et al. (2005) em um solo arenoso, obtiveram número médio de 34 vagens/ planta, com a adição de 60 kg/ha de P2O5 provavelmente como função do fósforo residual no solo. Esta diferença pode ser explicada pela diferença do P residual bem como do clima, mostrando que a resposta do
  • 48. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 37 Fósforo é também fortemente dependente do clima, isto é, os resultados variam de região para região consoante o clima e tipo de solo bem como nível de fertilidade actual. Segundo Raij (1991) citado por Arf et al. (2004) o fornecimento de doses adequadas de fósforo, desde o início do desenvolvimento vegetal, estimula o desenvolvimento radicular, é importante para a formação dos primórdios das partes reprodutivas que são essenciais para a boa formação de frutos e, em geral, incrementa a produção nas culturas. Mas, o equilíbrio entre elementos nutritivos é mais importante no ganho da produtividade do que maiores quantidades de macronutrientes isoladamente o que, pode explicar a interação entre estes dois macronutrientes. 4.4. Relação entre o Rendimento do grão do Feijão vulgar com o número médio de vagens e grãos por planta, peso de cem grãos e grãos por vagem Com base na análise de correlação e regressão feita para o Rendimento do grão e os outros parâmetros analisados, o Número médio de vagens por planta é o que melhor explicou o rendimento de grãos nas diferentes doses de Nitrogénio e Fósforo (Figura 12). Porém, a relação entre estes dois parâmetros foi linear com 97.01 % da variação do rendimento explicada pelo aumento do número de vagens por planta numa taxa de, 206.51 kg por cada acréscimo de uma unidade de vagem. Tal como o Número de vagens por planta, o Número de grãos por planta também influênciou bastante quando comparado com o Peso de cem grãos e o Peso de grãos por vagem, tendo sido o Peso de cem grãos o que menos influênciou o Rendimento do grão.
  • 49. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 38 **y = 206.51x - 349.01 R2 = 0.9701 **y = -0.975x2 + 121.38x - 1128.3 R2 = 0.8649 0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 3000.00 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00 R e n d im e n to m éd io d o g rã o (k g /h a) Número médio de grãos/vagens por planta (-) NMVP NMGP Linear (NMVP) Polinômio (NMGP) Figura 12: Comportamento do Rendimento médio do grão de feijão vulgar em função do Número médio de vagens por planta. ** Modelo de Regressão significativo a um nível de significância de P<1%.
  • 50. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 39 V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusões O aumento das doses de Nitrogénio levou ao aumento do rendimento do grão do Feijão vulgar de uma forma linear. O aumento das doses de Fósforo também levou ao aumento do rendimento do grão do Feijão vulgar porém de uma forma quadrática. A combinação do Nitrogénio com o Fósforo não se mostrou significativa para o Rendimento do grão assim como para o Número de grãos por vagem, Peso de cem grãos e Peso de grãos por vagem com excepção no Número de vagens por planta. O Nível de Fósforo que proporcionou maiores rendimentos do grão foi de 66.6 kg/ha na forma de P2O5. Para o factor Nitrogénio, o nível máximo para o Rendimento do grão situa-se acima da dose máxima de 80 kg/ha usada no ensaio. O Rendimento máximo obtido com a dose de Fósforo (66.6 kg/ha) foi de 2294.67 kg/ha de feijão vulgar. Quanto ao Nitrogénio, não foi possível determinar o nível de Rendimento máximo. Porém, este é esperados para níveis de Nitrogénio acima do usado no ensaio (80 kg/ha). O Rendimento do grão de Feijão vulgar, correlacionou-se de forma positiva e significativa com o Número de vagens por planta, Número de grãos por planta, Peso de grãos por vagem e Peso de cem grãos. O Número de vagens por planta foi o que melhor explicou as variações no Rendimento do grão em função das doses de Nitrogénio e Fósforo de forma linear.
  • 51. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 40 5.2. Recomendações Aos Pesquisadores Com base nos resultados deste ensaio, mediante as conclusões dele tiradas, recomenda se aos Pesquisadores que sejam efectuados mais trabalhos do género, com principal enfoque para níveis de Nitrogénio acima do nível máximo considerado neste ensaio. Recomenda-se também que estes ensaios sejam feitos em ambientes diversos, com particular destaque para campos dos camponeses, visto que estes são os maiores consumidores dos resultados destas pesquisas. Aos Agricultores Recomenda-se que para a cultura do Feijão vulgar apliquem dose de fósforo de 66.6 kg/ha ou doses acima de 80kg/ha como forma de conseguir Rendimentos máximos do grão. Ao MINAG Recomenda-se que no âmbito da Revolução verde, sejam criadas condições para facilitar a acessibilidade dos fertilizantes aos Agricultores, acompanhada de uma melhor divulgação e montagem de ensaios junto aos camponêses, como forma de garantir maiores índices de produção e produtividade do Feijão vulgar através da rede de extensionistas.
  • 52. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 41 VI. BIBLIOGRAFIA Agros, A. 1977. Adubos – Guia prático de Fertilização – Colecção técnica Agrária. 3ª edição. Livraria Clássica Editora. Lisboa. 349pp; Amane, M. D. Dias., J. Kaunda., M. Donça & G. Boina. 2007. Programa de Leguminosas de grão. Seminário sobre transferência de tecnologias agrárias em Moçambique. Nampula. Disponível em: http://www.iiam.minag.org.mz/dftt/docs/workshop_nampula_marco_2007/iiam_legumin osas-nampula_tecnologias.pdf, a 20 de Fevereiro de 2008. Arf, O., R. A. F. Rodrigues, M. E. de Sá., S. Buzetti & V. do Nascimento. 2004. Manejo do solo, água e nitrogênio no cultivo de feijão. Brasília. Vol. 39. p.131-138; Barbosa, M. P Filho., T. Cubicci & P. N. Mendes. 2005. Cultivo do Feijão Irrigado na Região Noroeste de Minas Gerais. Consultado em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoIrrigadoNoroest eMG/adubacao.htm, a 12 de Março de 2008 Costa, C. M. S. da. & H. M. Ferrinho. 1964. Agricultura Silvicultura Piscicultura Apicultura. Tipografia Spanos Lda. Lourenço Marques. 433pp; Crusciol, C. A. C., E. D. Lima., M. Andreotti., J. Nakagawa., L. B. Lemos & O. M. Marubayashi. 2003. Efeito do Nitrogénio sobre a qualidade Fisiológica, produtividade e características da Semente de Feijão. Revista Brasileira de Sementes. Brasil. Vol. 25. p.108-115; Cruz, J. C. C. 2001. Melhoramento Vegetal do Feijoeiro – Resistência à Antracnose. Consultado em: http://www.ufv.br/dbg/bioano02/a2001a37.htm, a 20 de Março de 2008;
  • 53. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 42 Davies, G. 1996. Estudo sobre a Cultura do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L.) dentro do Sistema de Produção no Planalto do Niassa. Consultado em: http://portal.mct.gov.mz/portal/page?_pageid=336,185393&_dad=portal&_schema=POR TAL, a 25 de Maio de 2008; Diehl, R. 1989. Agricultura Geral. 2ª edição. Clássica Editora. Lisboa. 579pp; Silva, E. de B., J. C. F. de Resende & W. B. R. Cintra. 2000. Resposta do Feijoeiro a doses de Fósforo em Solo Arenoso. Santa Maria. Brasíl. Vol. 31. p.973-977; Fernandes, E. M. da G. P. 1999. Estatística Aplicada. Universidade do Minho. Braga. 313pp; Geurtz, P. M. H. 1997. Recomendações de Adubação Azotada e Fosfórica para Culturas Alimentares e Algodão em Moçambique – Comunicado N-88. INIA/ Departamento de Terra e Água. Maputo. 52pp; Hardman, L. L., E. S. Oplinger, E. E. Schulte, J. D. Doll, and G. L. Worf. 1990. Fieldbean. Consultado em: http://www.hort.purdue.edu/newcrop/afcm/fieldbean.html, a 16 de Abril de 2008; Houba, V. J. G., J. J. Van der Lee., I. Novozamsky., I. Walinga. 1989. Soil and Plant Analysis a Series of Syllabi part 5 – Soil analysis Procedures. 5th edition. Departament of Soil Science and Plant Nutrition Wageningen Agricultural University. The Netherlands. 56pp; IIAM. Formulário (Características Botânicas e Valor Agronómico – Cultura de Feijão vulgar – Phaseolus vulgaris L.), 5 de Março de 2008; INAM. 2008. Informação Meteorológica – Cidade de Maputo. Consultado em: http://www.inam.gov.mz/, a 10 de Junho de 2008;
  • 54. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 43 Jimenz, H. & G. de Picciotto. 1994. Pacote Tecnológico das Principais Culturas Alimentares de Moçambique. 2ª edição. DASP-INIA/MINAG. Maputo. 36pp; Kikuti, H., M. J. B de Andrade., J. G de Carvalho & A. R de Morais. 2005. Nitrogénio e Fósforo em feijão (Phaseolus vulgaris L.) variedade cultivada BRS Talismã. Maringá. Brasil. Vol. 27. p.415-422; Kuang, R. B., H. Liao., X. L. Yan., & Y. S. Dong. 2005. Phosphorus and Nitrogen Interactions in Field-Grown Soybean as Related to Genetic Attributes of Root Morphological and Nodular Traits. Laboratory of Agrobiotechnology - Jilin Academy of Agricultural Sciences. Guangzhou. China. p.549-559; Lima, E. do V., C. A. Aragão, O. M. Morais, R. Tanaka & H. G Filho. 2001. Adubação NK no Desenvolvimento e na Concentração de Macronutrientes no Florescimento do Feijoeiro. Scientia Agrícola. Vol. 58. 125-129p; Malavolta, E. 1981. Manual de Química Agrícola – Adubos e Adubação. 3ª edição. Editora Agronómica CERES Ltda. São Paulo. 596pp; Mello, F. de A. F de., M. de O. C. do B. Sobrinho., A. Arzolla, R.I. Silveira., A.C. Netto., & J. de C. Keihl. 1981. Fertilidade do Solo. 4ª edição. Livraria Nobel S. A. São Paulo. 400pp; Menete, M. Z. L. & D. A. Chongo. 1999. Fertilidade do Solo “Colecção Jovem Agricultor”. Ligalu - Edições, Lda. 99pp; MINAG. 1982. Normas Técnicas Elementares Agrícolas. INLD. Maputo. 236pp; MINAG. Dados de Produção 93 – 07 (1), 29 de Março de 2008;
  • 55. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 44 Oliveira, A. P de., M. O. Cardoso, L. J. N. Barbosa, J. E. L. da Silva & M. M. dos Santos. 2005. Resposta do Feijão-vagem a P2O5 em Solo arenoso com baixo Teor de Fósforo. Horticultura Brasileira.Vol 23. 128-132p; Passos, S. M. G., V. C. Filho & A. José. 1987. Principais Culturas II. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola.Campinas - São Paulo. 633pp; Pereira, K. R. O. 2006. Beneficiamento, feijão, equipamentos. Consultado em: http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt2620.pdf?PHPSESSID=6aa56910df57f5c60f1bee9de0de eaf0, a 10 de Maio de 2008; Ripado, M. F. B. 1992. O Feijão. Publicações Europa – América LDA. Mira – Sintra. 136pp; Rodrigues, J. R de., M. J. B de Andrade., J. G de Carvalho., A. R de Morais & P. M de Rezende. 2002. População de Plantas e Rendimento de Grão do Feijoeiro em Função de doses de Nitrogénio e Fósforo. Lavras. Brasil. 1218-1227p; Rosolem, C. A. & O. M. Marubayashi. 1994. Seja o Doutor do Seu Feijoeiro – Arquivo do Agrónomo No 7. Potafos. 18pp; Santos, J. Q. Dos. 1996. Fertilização. 2ª edição. Publicações Europa - América LDA. Mira - Sintra. 442pp; Segeren, P., R. V. Oever & J. Compton. 1994. Pragas, Doenças e Ervas Daninhas nas Culturas Alimentares em Moçambique. INIA - MINAG. Maputo. 258pp; Setimela. P. S., E. Monyo & M. Bazinger. 2004. produção de Sementes de Culturas Alimentares na Região da SADC. CIMMYT. México. 89pp;
  • 56. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 45 Silva, S. C. da & S. Steinmetz. 2003. Cultivo do Feijoeiro Comum. Consultado em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/CultivodoFeijoeiro/cli ma.htm, a 20 de Março de 2008; Smart, J. 1990. Grain Legumes Evoluction and Genetic Resourses. Cambridge University Press. New York. 379pp; Sousa, I. F. C. M. 1992. Densidades óptimas de Feijão Nhemba em cultivo Puro e Consociado com o Milho (Projecto Final). DPPV - FAEF. Maputo. 44pp; Souza, R. F., V. Faquin, L. A. Fernandes & F. W de Avila. 2006. Nutrição Fosfatada e Rendimento do Feijoeiro sob Influência da Calagem e Adubação Orgânica. Vol. 30. Ciência. Agrotec. Lavras. 656-664p; Vieira, R. F. & A. Sartorato.1984. Recomendações Técnicas para Produção Sementes de Feijão (Phaseolus vulgaris L.) de alta qualidade. 2ª edição. Goiânia. 46pp; Westerhout, F. & M. Marleen. 1985. Métodos de Análise Química e Física de Solos em uso no INIA – Comunicado N-38. INIA/ Série Terra e Água. Maputo. 71pp; Wikipédia. 2008. Consultado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Feij%C3%A3o, a 20 de Maio de 2008; Wonder, A. L. 2005. Cultivo do Feijão Irrigado na Região Noroeste de Minas Gerais. Consultado em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoIrrigadoNoroest eMG/, a Março de 2008.
  • 57. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 46 ANEXOS
  • 58. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 47 Anexo 1: Dados de Produção dos Feijões em Moçambique desde a campanha 93-94 até 05-06. Figura 13a: Produção de Feijões (em ton) por Provincias pelo Sector Familiar desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. Fonte: Adaptado MINAG (2008) Figura 13b: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. Fonte: Adaptado MINAG (2008)
  • 59. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 48 Figura 13c: Produção de Feijões (em ton) por Províncias pelo Sector Familiar e Comercial desde a Campanha 93-94 até 04-06 em Moçambique. Fonte: Adaptado MINAG (2008)
  • 60. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 49 Anexo 2: Dados Meteorológicos da Cidade de Maputo (área de estudo) desde 1971 até 2000. Tabela 7: Situação Meteorológica da Cidade de Maputo com base nos dados Mensais normais desde 1971 até 2000. Mês Temperatura média o C Precipitação total média Mensal (mm) Número médio de dias com Precipitação Mínima Máxima Janeiro 22.3 30.0 165.9 11.4 Fevereiro 22.4 29.8 133.9 10.8 Março 21.7 29.4 114.6 10.5 Abril 19.5 28.1 48.1 7.6 Maio 17.0 26.7 36.1 4.9 Junho 14.6 25.0 12.4 3.7 Julho 14.3 24.5 35.0 3.4 Agosto 15.2 25.4 14.2 3.9 Setembro 17.2 26.3 44.9 5.2 Outubro 18.4 26.6 57.0 9.1 Novembro 19.8 27.7 88.8 11.4 Dezembro 21.5 29.3 109.2 10.8 Fonte: (INAM, 2008)
  • 61. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 50 Anexo 3: Resumo da Análise de Variância Factorial (ANOVAF) 1 D E S C R I C A O D O A R Q U I V O V A R I A V E I S L I D A S NITRO FOSFO TRAT BLOCO NMVP NMGP PMGV PMCG RMG LEIA OBSERVACOES LIDAS...... 64 OBSERVACOES GRAVADAS... 64 VARIAVEIS LIDAS........ 9 VARIAVEIS TOTAIS....... 9 VALORES PERDIDOS....... 0 ERROS ENCONTRADOS...... 0 TESTE-LF NMVP ATE RMG T E S T E D E L I L L I E F O R S VARIAVEIS VALOR CALCULADO VALOR (P=0.05) VALOR (P=0.01) ------------------------------------------------------------------- NMVP 0.0606 0.111 0.129 ------------------------------------------------------------------- NMGP 0.1031 0.111 0.129 ------------------------------------------------------------------- PMGV 0.0706 0.111 0.129 ------------------------------------------------------------------- PMCG 0.0477 0.111 0.129 ------------------------------------------------------------------- RMG 0.0665 0.111 0.129 -------------------------------------------------------------------
  • 62. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 51 TESTE-CB NMVP ATE RMG POR TRAT T E S T E S D E C O C H R A N E B A R T L E T T VARIAVEIS NOME DO TESTE VALOR CALCULADO VALOR(P=0.05) VALOR(P=0.01) -------------------------------------------------------------------- NMVP COCHRAN .1818 .979 296.020 NMVP BARTLETT 14.7510 24.996 30.578 --------------------------------------------------------------------- NMGP COCHRAN .6133 .979 ******* NMGP BARTLETT 41.9288 24.996 30.578 ---------------------------------------------------------------------- PMGV COCHRAN .1943 .979 9.229 PMGV BARTLETT 23.6004 24.996 30.578 ---------------------------------------------------------------------- PMCG COCHRAN .1371 .979 ******* PMCG BARTLETT 7.1533 24.996 30.578 ---------------------------------------------------------------------- RMG COCHRAN .2398 .979 ******* RMG BARTLETT 17.9022 24.996 30.578 --------------------------------------------------------------------- ANOVAF MODELO NMVP ATE RMG FUNCAO BLOCO NITRO FOSFO V A L O R E S O B S E R V A D O S FOSFO = 1 2 3 4 NITRO = 1 2 3 4 BLOCO = 1 2 3 4 Número Médio de Vagens por Planta FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG. TOTAL 63 253.9694 TOTAL DE REDUCAO 18 235.6675 13.09264 32.19 0.0000 BLOCO 3 3.593127 1.197709 2.94 0.0429
  • 63. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 52 NITRO 3 198.7881 66.26271 162.92 0.0000 FOSFO 3 25.46187 8.487291 20.87 0.0000 FOSFO*NITRO 9 7.824373 0.8693748 2.14 0.0456 RESIDUO 45 18.30186 0.4067079 NUMERO DE DADOS = 64 MEDIA GERAL = 10.528 COEF. DE VARIACAO = 6.0575 Número Médio de Grãos por Planta FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG. TOTAL 63 4223.419 TOTAL DE REDUCAO 18 2836.583 157.5880 5.11 0.0000 BLOCO 3 42.75222 14.25074 0.46 ****** NITRO 3 2418.556 806.1855 26.16 .0000 FOSFO 3 80.06857 26.68952 0.87 ****** FOSFO*NITRO 9 295.2058 32.80065 1.06 0.4068 RESIDUO 45 1386.836 30.81857 NUMERO DE DADOS = 64 MEDIA GERAL = 33.931 COEF. DE VARIACAO = 16.361 Peso Médio de Grãos por Vagem FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG. TOTAL 63 1.424611 TOTAL DE REDUCAO 18 .4575533 0.2541963E-01 1.18 .3143 BLOCO 3 .1096722E-01 0.3655741E-02 0.17 ****** NITRO 3 .2454922 0.8183073E-01 3.81 .0163
  • 64. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 53 FOSFO 3 .7755469E-01 0.2585156E-01 1.20 .3195 FOSFO*NITRO 9 .1235391 0.1372656E-01 0.64 ****** RESIDUO 45 .9670576 0.2149017E-01 NUMERO DE DADOS = 64 MEDIA GERAL = 1.5467 COEF. DE VARIACAO = 9.4778 Peso Médio de 100 Grãos FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG. TOTAL 63 564.1467 TOTAL DE REDUCAO 18 291.0682 16.17045 2.66 0.0040 BLOCO 3 11.32368 3.774560 0.62 ****** NITRO 3 145.3703 48.45678 7.99 0.0002 FOSFO 3 66.73209 22.24403 3.67 0.0190 FOSFO*NITRO 9 67.64210 7.515789 1.24 0.2965 RESIDUO 45 273.0786 6.068412 NUMERO DE DADOS = 64 MEDIA GERAL = 47.565 COEF. DE VARIACAO = 5.1790 Rendimento Médio do Grão FONTES DE VARIACAO GL SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIG. TOTAL 63 0.1260483E+08 TOTAL DE REDUCAO 18 0.1036073E+08 575596.0 11.54 0.0000 BLOCO 3 158205.2 52735.07 1.06 0.3766 NITRO 3 8336586. 2778862. 5.72 0.0000 FOSFO 3 1278474. 426157.9 8.55 0.0001 FOSFO*NITRO 9 587463.4 65273.71 1.31 0.2592 RESIDUO 45 2244105. 49868.99
  • 65. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 54 NUMERO DE DADOS = 64 MEDIA GERAL = 1825.2 COEF. DE VARIACAO = 12.235
  • 66. Rendimento de Grãos do Feijão Vulgar (Phaseolus vulgaris L. ) em Função de doses combinadas de Nitrogénio e Fósforo Projecto Final 2008 55 Anexo 4: Resumo da Análise de Correlação dos Parâmetros estudados 1 D E S C R I C A O D O A R Q U I V O TIPO DE LEITURA - LOTUS TIPOS DE REGISTROS = 1 V A R I A V E I S L I D A S TRAT NMVP NMGP PMGV PMCG RMG LEIA OBSERVACOES LIDAS...... 16 OBSERVACOES GRAVADAS... 16 VARIAVEIS LIDAS........ 6 VARIAVEIS TOTAIS....... 6 VALORES PERDIDOS....... 0 ERROS ENCONTRADOS...... 0 CORRELACOES NMVP ATE RMG COM NMVP ATE RMG C O R R E L A ÇÕ E S D E P E A R S O N VARIAVEL VARIAVEL OBSERVACOES CORRELACAO T SIGNIFICANCIA -------------------------------------------------------------- NMVP NMVP 16 1.0000 ********* 0.0000 NMVP NMGP 16 0.9320 9.6215 0.0000 NMVP PMGV 16 0.7379 4.0912 0.0006 NMVP PMCG 16 0.7644 4.4359 0.0003 NMVP RMG 16 0.9849 21.3150 0.0000 NMGP NMVP 16 0.9320 9.6215 0.0000 NMGP NMGP 16 1.0000 ********* 0.0000 NMGP PMGV 16 0.6950 3.6163 0.0014