SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Produção hidropônica de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa, em
diferentes concentrações de solução nutritiva.
Natália Simarro Fagundes1, José Magno Queiroz Luz1, Vinícius Borges dos Santos*1,
Ana Carolina Borges Sodré1, Pedro Augusto de Araújo Dias1.
1
UFU-Instituto de Ciências Agrárias, Cx. Postal 593, CEP. 38.400-783 Uberlândia – MG.
*Bolsista de IC – PIBIC FAPEMIG , e-mail: viniciusbs22@gmail.com
RESUMO
Este trabalho idealizou elucidar o desenvolvimento da espécie alface (Lactuca sativa), do tipo
Mimosa, em função de diferentes concentrações da solução nutritiva proposta por Furlani et
al. (1999), em sistema de cultivo hidropônico NFT, verificando uma possível influência da
posição das plantas nos canais de cultivo sobre o seu desenvolvimento. Aos 58 dias após a
semeadura, iniciou-se a colheita sendo avaliadas as seguintes características: altura da
planta; número de folhas; massa da matéria fresca raiz; massa da matéria seca da raiz;
massa da matéria fresca da parte aérea e massa da matéria seca da parte aérea. Logo em
seguida o material de cada parcela foi colocado em estufa para secagem, posteriormente
coletou-se os pesos de matéria seca da parte aérea e raiz. Os resultados quando analisados
nos levaram a conclusão de que o cultivo de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa em
sistema hidropônico – NFT, pode ser feito com o uso da solução nutritiva de Furlani et al.
(1999), na concentração mais diluída (50%), e que o posicionamento das plantas nos perfis,
interferem na produção desse tipo de alface.
PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, solução nutritiva e hidroponia.
ABSTRACT - Hidroponic Production of lettuce (Lactuca sativa), Mimosa type, in
different concentrations of nutritive solution.
This experiment tried to show the development of the specie lettuce ( Lactuca sativa ) ,
Mimosa type, under different concentrations of nutritive solution proposed by Furlani et al
(1999) in NFT hidroponic system cultivation, verifing a possible influence of plant’s positions
in the cultivation canals on their development. At 58 days after seeding, the crop was started
being valued carachteristics as: plant’s height, number of leafes, roots fresh matter’s weight,
roots dry matter’s weight and leafes fresh and dry matters’ weight. Analising the results, was
concluded that the cultivation of lettuce, Mimosa type, in NFT hidroponic system, can be done
using the most diluted concentration (50%) of the nutritive solution proposed by Furlani et
al.(1999) and that the positions of plants in the canals do interfere in these plant’s production.
KEYWORDS: Lactuca sativa, nutritive solution and hidroponic.
INTRODUÇÃO
O cultivo de plantas sem o uso de terra é, na verdade, um mundo próprio em miniatura,
criado pelo homem e mantido através de um controle cientificamente equilibrado. Diversas
técnicas de cultivo sem solo têm sido desenvolvidas e utilizadas, e no Brasil a principal é a
do fluxo laminar de nutrientes (nutrient film technique - NFT) (Faquim; Furlani, 1999).
Um aspecto fundamental para o cultivo hidropônico é a escolha da solução nutritiva, que
deve ser formulada de acordo com o requerimento nutricional da espécie que se deseja
produzir, ou seja, em proporções adequadas de todos os nutrientes essenciais para o
crescimento das plantas e a qualidade do produto final. O veículo transportador destes
fertilizantes é a solução nutritiva e o pleno conhecimento de seu preparo e manutenção é
sinônimo de sucesso (Moraes, 1997). No entanto são poucas as informações sobre qual seja
a melhor solução nutritiva para cada cultura. Além disso, fatores como idade das plantas,
época do ano e condições climáticas locais, influenciam a eficiência da solução nutritiva
(Faquim, 1996).
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido em estufa tipo túnel alto, entre os meses de maio e julho de
2005, no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia – MG, o sistema
hidropônico adotado foi o NFT (técnica do fluxo laminar de nutrientes) e a solução nutritiva
utilizada foi a proposta por Furlani et al. (1999).
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado sendo quatro concentrações da
solução nutritiva (I – 50%, II – 75%, III – 100%, IV – 125%) e três posições da planta no perfil
hidropônico (I – posição superior, II - posição mediana e III – posição inferior), sendo que
cada posição constou de 5 plantas. Cada tratamento teve três repetições, totalizando 36
parcelas.
Para a germinação e desenvolvimento das mudas foram utilizadas placas de espuma
fenólica com dimensões de 2,5x2,5x3,0 centímetros por célula, sendo semeadas três
sementes por célula e cobertas com vermiculita fina. As plântulas emersas foram transferidas
para bancada de desenvolvimento (perfis pequenos), permanecendo por um período de 20
dias, quando foram transferidas para as bancadas de cultivo e submetidas à irrigação com as
quatro concentrações da solução nutritiva.
O manejo da solução nutritiva foi realizado diariamente por meio da reposição da água
consumida e do acompanhamento da condutividade elétrica (C.E.) e pH. A correção do pH
foi realizada com uma solução de NaOH 1N ou HCl, mantendo-o entre 5,5 a 6,5. O ajuste da
solução nutritiva foi efetuada toda vez que a C.E. diminuiu 25% em relação a C.E. inicial, ela
foi corrigida com o uso da solução de ajuste, proposta por Furlani et al. (1999).
A colheita foi realizada aos 58 dias após a semeadura, em função do tamanho comercial da
cultura, avaliando as seguintes características: altura da planta; número de folhas; massa da
matéria fresca da raiz e da parte aérea. Para obtenção da massa da matéria seca da raiz e
da parte aérea, foram retiradas duas amostras de cada subparcela, uma de 50g da raiz e
outra de 100g da parte aérea, que logo após a colheita, foram acondicionadas em sacos de
papel, os quais foram levados a uma estufa com circulação de ar forçado, a uma temperatura
média de 65º C, até atingir peso constante. Todos os resultados obtidos foram submetidos a
análise de variância, análise de regressão para as concentrações da solução nutritiva e teste
de Tukey para as posições das plantas nos perfis, com auxílio do programa SANEST (Zonta
& Machado, 1984).
RESULTADOS E DISCUÇÃO
A alface tipo Mimosa (Lactuca sativa) é uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto,
ao qual se prendem as folhas que são delicadas, soltas com as bordas recortadas e com
aspecto “arrepiado”, apresentam coloração verde-clara e crescem em roseta, em volta do
caule (FILGUEIRA, 2003; ISLA, 2003). A semeadura pode ser feita de fevereiro a setembro,
seu ciclo é de 60 dias no verão e 80 dias no inverno. O tamanho comercial varia de 20 a 30
cm de diâmetro (ISLA, 2003). Resultados semelhantes foram obtidos neste trabalho, onde a
altura média das plantas foi de 27,36 cm, entretanto o ciclo da cultura foi de 58 dias, entre os
meses de maio e julho. Estes dados serviram como base para se constatar através deste
experimento, que a hidroponia pode proporcionar uma precocidade quanto ao ciclo desta
cultura. Haber (2003) trabalhando em sistema hidropônico com hortelã-pimenta observou
uma redução de 20 dias no ciclo da cultura quando comparado as condições de campo
Não houve diferença significativa para a cultura da alface, do tipo Mimosa, em todas as
características avaliadas em relação às diferentes concentrações da solução nutritiva
proposta por Furlani et al. (1999). No entanto verificou-se que para o fator posição da planta
no perfil, houve diferença significativa para as características de altura, massa da matéria
fresca da parte aérea e massa da matéria seca da raiz (Tabela 1).
Andrade (2004), trabalhando com coentro hidropônico, também observou diferenças
significativas entre as posições do perfil de cultivo, nas seguintes características: massa da
matéria fresca da parte aérea, massa da matéria seca da parte aérea e de raiz, e número de
folhas.
CONCLUSÂO
O cultivo de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa em sistema hidropônico – NFT, pode ser
feito com o uso da solução nutritiva de Furlani et al. (1999), na concentração mais diluída
(50%), e que o posicionamento das plantas nos perfis, interferem na produção desse tipo de
alface, apresentando melhores resultados nas posições finais do perfil.
LITERATURA CITADA
ANDRADE, L. V. Cultivo Hidropônico de coentro em diferentes concentrações de solução
nutritiva, em sistema NFT. Monografia. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
2004.
FAQUIM, V.; FURTINI NETO, A. E.; VILELA, L. A. Produção de alface em hidroponia.
Lavras: UFLA, 1996. 50 p.
FAQUIM, V.; FURLANI, P. R. Cultivo de hortaliças de folhas em hidroponia em ambiente
protegido. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 200/201, p. 99-104, set./dez.1999.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças.2º Ed. Viçosa: UFV, 2003. 412p.
FURLANI, P. R. et al. Cultivo Hidropônico de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1999.
52 p. (Boletim técnico, 180).
HABER, L. L. Cultivo hidropônico de Hortelã-Pimenta, melissa e Manjerona em diferentes
concentrações da solução nutritiva. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2003.
ISLA SEMENTES. Catálogo 2002/2003. Porto Alegre: ISLA Sementes, 2003. 86p.
MORAES, C.A.G. Hidroponia: como cultivar tomates em sistema NFT. DISQ, 1997. 141p.
ZONTA,      E.P.;    MACHADO,          A.A.    SANEST:       sistema     de    análise   estatística   para
microcomputadores. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 1984. 1 disquete.

TABELA 1 - Teste de Tukey a 5% para Altura (A), Massa da Matéria Fresca da Parte Aérea
            (MMFPA) e Massa da Matéria Seca da Raiz (MMSR), da Alface do tipo Mimosa,
            UFU, Uberlândia, MG, 2005.
 Posições na Bancada         A (cm)         MMFPA (g)          MMSR (g)
         Final              28.05 a          207.29 a            1.08 b
        Média              27.40 ab          203.47 ab          1.25 ab
        Inicial             26.62 b          184.37 b            1.38 a
Médias com letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
AGRADECIMENTOS
A FAPEMIG pela bolsa de Iniciação Científica

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânico
Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânicoManejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânico
Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânicoMário Bittencourt
 
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobUtilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobJose Carvalho
 
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliarAndre Moraes Costa
 
40 bokashi adubo_organico_fermentado
40 bokashi adubo_organico_fermentado40 bokashi adubo_organico_fermentado
40 bokashi adubo_organico_fermentadoAndre Moraes Costa
 
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Cézar Guerra
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Rural Pecuária
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasRural Pecuária
 
Banco de sementes.. apresentaçao
Banco de sementes.. apresentaçaoBanco de sementes.. apresentaçao
Banco de sementes.. apresentaçaoFernando Sarmento
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Rural Pecuária
 
Propagacão de plantas frutiferas
Propagacão de plantas frutiferasPropagacão de plantas frutiferas
Propagacão de plantas frutiferaspaisagista
 

Mais procurados (17)

Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânico
Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânicoManejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânico
Manejo de plantas de cobertura e adubação para abacaxizeiro orgânico
 
Métodos de fertirrigação
Métodos de fertirrigaçãoMétodos de fertirrigação
Métodos de fertirrigação
 
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobUtilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
 
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar
25596903 o-uso-da-manipueira-como-adubo-foliar
 
40 bokashi adubo_organico_fermentado
40 bokashi adubo_organico_fermentado40 bokashi adubo_organico_fermentado
40 bokashi adubo_organico_fermentado
 
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
 
Artigo bioterra v21_n2_03
Artigo bioterra v21_n2_03Artigo bioterra v21_n2_03
Artigo bioterra v21_n2_03
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
 
Ct 102
Ct 102Ct 102
Ct 102
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
 
Banco de sementes.. apresentaçao
Banco de sementes.. apresentaçaoBanco de sementes.. apresentaçao
Banco de sementes.. apresentaçao
 
Biofábrica de plantas ornamentais.
Biofábrica de plantas ornamentais.Biofábrica de plantas ornamentais.
Biofábrica de plantas ornamentais.
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
 
Propagacão de plantas frutiferas
Propagacão de plantas frutiferasPropagacão de plantas frutiferas
Propagacão de plantas frutiferas
 
Manicoba
ManicobaManicoba
Manicoba
 
Projeto - Produção de cebola
Projeto - Produção de cebolaProjeto - Produção de cebola
Projeto - Produção de cebola
 
832 3044-1-pb
832 3044-1-pb832 3044-1-pb
832 3044-1-pb
 

Semelhante a Alface hidroponica

Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoEuvaldo Junior
 
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdeAplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdearturbonilha mendes
 
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdeAplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdearturbonilha mendes
 
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...AcessoMacauba
 
Experimento soja
Experimento sojaExperimento soja
Experimento sojaRogger Wins
 
Ajuste de manejo (estufa)
Ajuste de manejo (estufa)Ajuste de manejo (estufa)
Ajuste de manejo (estufa)Luciano Cruz
 
Cultivo hidropônico da alface empregando substratos
Cultivo hidropônico da alface empregando substratosCultivo hidropônico da alface empregando substratos
Cultivo hidropônico da alface empregando substratosRicardo Freitas
 
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restinga
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restingaA disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restinga
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restingaJehova Lourenco
 
Girassol hidroponia
Girassol hidroponiaGirassol hidroponia
Girassol hidroponiacramos1984
 
Rotacao de culturas
Rotacao de culturasRotacao de culturas
Rotacao de culturasmvezzone
 
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillum
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillumEsempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillum
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillumLeandro Almeida
 
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...AcessoMacauba
 

Semelhante a Alface hidroponica (20)

Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completo
 
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdeAplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
 
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verdeAplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
Aplicação de fósforo via solo e foliar na cultura do milho verde
 
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...
Avaliação da fotossíntese em mudas de macaúba (acrocomia aculeata (jacq.) lod...
 
Artigo bioterra v16_n2_08
Artigo bioterra v16_n2_08Artigo bioterra v16_n2_08
Artigo bioterra v16_n2_08
 
Experimento soja
Experimento sojaExperimento soja
Experimento soja
 
Ajuste de manejo (estufa)
Ajuste de manejo (estufa)Ajuste de manejo (estufa)
Ajuste de manejo (estufa)
 
Artigo bioterra v1_n1_2019_08
Artigo bioterra v1_n1_2019_08Artigo bioterra v1_n1_2019_08
Artigo bioterra v1_n1_2019_08
 
Artigo bioterra v1_n1_2019_03
Artigo bioterra v1_n1_2019_03Artigo bioterra v1_n1_2019_03
Artigo bioterra v1_n1_2019_03
 
ceita_edr_me_jabo.pdf
ceita_edr_me_jabo.pdfceita_edr_me_jabo.pdf
ceita_edr_me_jabo.pdf
 
V24n01a11
V24n01a11V24n01a11
V24n01a11
 
Cultivo hidropônico da alface empregando substratos
Cultivo hidropônico da alface empregando substratosCultivo hidropônico da alface empregando substratos
Cultivo hidropônico da alface empregando substratos
 
Adubação verde
Adubação verdeAdubação verde
Adubação verde
 
abc23
abc23abc23
abc23
 
11628 37607-1-pb
11628 37607-1-pb11628 37607-1-pb
11628 37607-1-pb
 
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restinga
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restingaA disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restinga
A disponibilidade de nutrientes como fator de Zonação em Plantas de restinga
 
Girassol hidroponia
Girassol hidroponiaGirassol hidroponia
Girassol hidroponia
 
Rotacao de culturas
Rotacao de culturasRotacao de culturas
Rotacao de culturas
 
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillum
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillumEsempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillum
Esempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com azospirillum
 
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...
Eficiência do uso da luz em acessos de macaúba de diferentes origens, submeti...
 

Alface hidroponica

  • 1. Produção hidropônica de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa, em diferentes concentrações de solução nutritiva. Natália Simarro Fagundes1, José Magno Queiroz Luz1, Vinícius Borges dos Santos*1, Ana Carolina Borges Sodré1, Pedro Augusto de Araújo Dias1. 1 UFU-Instituto de Ciências Agrárias, Cx. Postal 593, CEP. 38.400-783 Uberlândia – MG. *Bolsista de IC – PIBIC FAPEMIG , e-mail: viniciusbs22@gmail.com RESUMO Este trabalho idealizou elucidar o desenvolvimento da espécie alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa, em função de diferentes concentrações da solução nutritiva proposta por Furlani et al. (1999), em sistema de cultivo hidropônico NFT, verificando uma possível influência da posição das plantas nos canais de cultivo sobre o seu desenvolvimento. Aos 58 dias após a semeadura, iniciou-se a colheita sendo avaliadas as seguintes características: altura da planta; número de folhas; massa da matéria fresca raiz; massa da matéria seca da raiz; massa da matéria fresca da parte aérea e massa da matéria seca da parte aérea. Logo em seguida o material de cada parcela foi colocado em estufa para secagem, posteriormente coletou-se os pesos de matéria seca da parte aérea e raiz. Os resultados quando analisados nos levaram a conclusão de que o cultivo de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa em sistema hidropônico – NFT, pode ser feito com o uso da solução nutritiva de Furlani et al. (1999), na concentração mais diluída (50%), e que o posicionamento das plantas nos perfis, interferem na produção desse tipo de alface. PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, solução nutritiva e hidroponia. ABSTRACT - Hidroponic Production of lettuce (Lactuca sativa), Mimosa type, in different concentrations of nutritive solution. This experiment tried to show the development of the specie lettuce ( Lactuca sativa ) , Mimosa type, under different concentrations of nutritive solution proposed by Furlani et al (1999) in NFT hidroponic system cultivation, verifing a possible influence of plant’s positions in the cultivation canals on their development. At 58 days after seeding, the crop was started being valued carachteristics as: plant’s height, number of leafes, roots fresh matter’s weight, roots dry matter’s weight and leafes fresh and dry matters’ weight. Analising the results, was concluded that the cultivation of lettuce, Mimosa type, in NFT hidroponic system, can be done using the most diluted concentration (50%) of the nutritive solution proposed by Furlani et al.(1999) and that the positions of plants in the canals do interfere in these plant’s production. KEYWORDS: Lactuca sativa, nutritive solution and hidroponic.
  • 2. INTRODUÇÃO O cultivo de plantas sem o uso de terra é, na verdade, um mundo próprio em miniatura, criado pelo homem e mantido através de um controle cientificamente equilibrado. Diversas técnicas de cultivo sem solo têm sido desenvolvidas e utilizadas, e no Brasil a principal é a do fluxo laminar de nutrientes (nutrient film technique - NFT) (Faquim; Furlani, 1999). Um aspecto fundamental para o cultivo hidropônico é a escolha da solução nutritiva, que deve ser formulada de acordo com o requerimento nutricional da espécie que se deseja produzir, ou seja, em proporções adequadas de todos os nutrientes essenciais para o crescimento das plantas e a qualidade do produto final. O veículo transportador destes fertilizantes é a solução nutritiva e o pleno conhecimento de seu preparo e manutenção é sinônimo de sucesso (Moraes, 1997). No entanto são poucas as informações sobre qual seja a melhor solução nutritiva para cada cultura. Além disso, fatores como idade das plantas, época do ano e condições climáticas locais, influenciam a eficiência da solução nutritiva (Faquim, 1996). MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido em estufa tipo túnel alto, entre os meses de maio e julho de 2005, no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia – MG, o sistema hidropônico adotado foi o NFT (técnica do fluxo laminar de nutrientes) e a solução nutritiva utilizada foi a proposta por Furlani et al. (1999). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado sendo quatro concentrações da solução nutritiva (I – 50%, II – 75%, III – 100%, IV – 125%) e três posições da planta no perfil hidropônico (I – posição superior, II - posição mediana e III – posição inferior), sendo que cada posição constou de 5 plantas. Cada tratamento teve três repetições, totalizando 36 parcelas. Para a germinação e desenvolvimento das mudas foram utilizadas placas de espuma fenólica com dimensões de 2,5x2,5x3,0 centímetros por célula, sendo semeadas três sementes por célula e cobertas com vermiculita fina. As plântulas emersas foram transferidas para bancada de desenvolvimento (perfis pequenos), permanecendo por um período de 20 dias, quando foram transferidas para as bancadas de cultivo e submetidas à irrigação com as quatro concentrações da solução nutritiva. O manejo da solução nutritiva foi realizado diariamente por meio da reposição da água consumida e do acompanhamento da condutividade elétrica (C.E.) e pH. A correção do pH foi realizada com uma solução de NaOH 1N ou HCl, mantendo-o entre 5,5 a 6,5. O ajuste da
  • 3. solução nutritiva foi efetuada toda vez que a C.E. diminuiu 25% em relação a C.E. inicial, ela foi corrigida com o uso da solução de ajuste, proposta por Furlani et al. (1999). A colheita foi realizada aos 58 dias após a semeadura, em função do tamanho comercial da cultura, avaliando as seguintes características: altura da planta; número de folhas; massa da matéria fresca da raiz e da parte aérea. Para obtenção da massa da matéria seca da raiz e da parte aérea, foram retiradas duas amostras de cada subparcela, uma de 50g da raiz e outra de 100g da parte aérea, que logo após a colheita, foram acondicionadas em sacos de papel, os quais foram levados a uma estufa com circulação de ar forçado, a uma temperatura média de 65º C, até atingir peso constante. Todos os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância, análise de regressão para as concentrações da solução nutritiva e teste de Tukey para as posições das plantas nos perfis, com auxílio do programa SANEST (Zonta & Machado, 1984). RESULTADOS E DISCUÇÃO A alface tipo Mimosa (Lactuca sativa) é uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto, ao qual se prendem as folhas que são delicadas, soltas com as bordas recortadas e com aspecto “arrepiado”, apresentam coloração verde-clara e crescem em roseta, em volta do caule (FILGUEIRA, 2003; ISLA, 2003). A semeadura pode ser feita de fevereiro a setembro, seu ciclo é de 60 dias no verão e 80 dias no inverno. O tamanho comercial varia de 20 a 30 cm de diâmetro (ISLA, 2003). Resultados semelhantes foram obtidos neste trabalho, onde a altura média das plantas foi de 27,36 cm, entretanto o ciclo da cultura foi de 58 dias, entre os meses de maio e julho. Estes dados serviram como base para se constatar através deste experimento, que a hidroponia pode proporcionar uma precocidade quanto ao ciclo desta cultura. Haber (2003) trabalhando em sistema hidropônico com hortelã-pimenta observou uma redução de 20 dias no ciclo da cultura quando comparado as condições de campo Não houve diferença significativa para a cultura da alface, do tipo Mimosa, em todas as características avaliadas em relação às diferentes concentrações da solução nutritiva proposta por Furlani et al. (1999). No entanto verificou-se que para o fator posição da planta no perfil, houve diferença significativa para as características de altura, massa da matéria fresca da parte aérea e massa da matéria seca da raiz (Tabela 1). Andrade (2004), trabalhando com coentro hidropônico, também observou diferenças significativas entre as posições do perfil de cultivo, nas seguintes características: massa da matéria fresca da parte aérea, massa da matéria seca da parte aérea e de raiz, e número de folhas.
  • 4. CONCLUSÂO O cultivo de alface (Lactuca sativa), do tipo Mimosa em sistema hidropônico – NFT, pode ser feito com o uso da solução nutritiva de Furlani et al. (1999), na concentração mais diluída (50%), e que o posicionamento das plantas nos perfis, interferem na produção desse tipo de alface, apresentando melhores resultados nas posições finais do perfil. LITERATURA CITADA ANDRADE, L. V. Cultivo Hidropônico de coentro em diferentes concentrações de solução nutritiva, em sistema NFT. Monografia. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004. FAQUIM, V.; FURTINI NETO, A. E.; VILELA, L. A. Produção de alface em hidroponia. Lavras: UFLA, 1996. 50 p. FAQUIM, V.; FURLANI, P. R. Cultivo de hortaliças de folhas em hidroponia em ambiente protegido. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 200/201, p. 99-104, set./dez.1999. FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças.2º Ed. Viçosa: UFV, 2003. 412p. FURLANI, P. R. et al. Cultivo Hidropônico de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. 52 p. (Boletim técnico, 180). HABER, L. L. Cultivo hidropônico de Hortelã-Pimenta, melissa e Manjerona em diferentes concentrações da solução nutritiva. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2003. ISLA SEMENTES. Catálogo 2002/2003. Porto Alegre: ISLA Sementes, 2003. 86p. MORAES, C.A.G. Hidroponia: como cultivar tomates em sistema NFT. DISQ, 1997. 141p. ZONTA, E.P.; MACHADO, A.A. SANEST: sistema de análise estatística para microcomputadores. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 1984. 1 disquete. TABELA 1 - Teste de Tukey a 5% para Altura (A), Massa da Matéria Fresca da Parte Aérea (MMFPA) e Massa da Matéria Seca da Raiz (MMSR), da Alface do tipo Mimosa, UFU, Uberlândia, MG, 2005. Posições na Bancada A (cm) MMFPA (g) MMSR (g) Final 28.05 a 207.29 a 1.08 b Média 27.40 ab 203.47 ab 1.25 ab Inicial 26.62 b 184.37 b 1.38 a Médias com letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. AGRADECIMENTOS A FAPEMIG pela bolsa de Iniciação Científica