Este estudo analisou os efeitos da crioterapia por imersão e do repouso na recuperação muscular após o esforço, avaliando a força, atividade eletromiográfica (EMG) e fadiga de músculos da coxa em dois voluntários. A crioterapia promoveu a recuperação da força, mas não dos parâmetros EMG obtidos durante contrações máximas. Entretanto, em nível de esforço submáximo, similares aos que causaram a fadiga, a crioterap
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA E DINAMOMÉTRICA DOS EFEITOS DO REPOUSO E DA CRIOTERAPIA POR IMERSÃO NA RECUPERAÇÃO AGUDA PÓS-ESFORÇO.
1. Apresentação Pôster
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA E DINAMOMÉTRICA DOS EFEITOS DO REPOUSO E DA CRIOTE-
RAPIA POR IMERSÃO NA RECUPERAÇÃO AGUDA PÓS-ESFORÇO.
Fernando Sérgio Silva Barbosa1,2. Silvio Assis de Oliveira Júnior1
1Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste.
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
2Univrsidade Federal de Rondônia (UNIR)
Introdução: A recuperação pós-esforço (RPE) é conceituada como o retorno aos níveis basais dos
diferentes sistemas corporais. No caso de atletas e de praticantes de atividade física ela é ainda
mais importante por estar relacionada com a prevenção de lesões e de redução no desempenho.
Entre as diferentes modalidades de recuperação a crioterapia por imersão (CI) tem se destacado.
Contudo, a avaliação dos seus efeitos por meio da análise eletromiografia (EMG) combinada com a
avaliação de parâmetro dinamométrico (força muscular), não é encontrada na literatura. Objetivo:
Verificar os efeitos agudos da CIsobre a atividade EMG e força de músculos do joelho. Métodos:
Participaram dois voluntários (homens) com idade média de28.00±7.07 anos, massa corporal de
101.00±32.52, altura de 178.50±0+.70 cm, sem lesão musculoesquelética e com nível de atividade
física similar. Os mesmos foram posicionados em uma cadeira de teste e o esforço realizado foi a
extensão isométrica do joelho a 90°(dominante) em intensidade correspondente a 80% da con-
tração isométrica voluntária máxima (CIVM) até a exaustão enquanto a atividade EMG do vastus
lateralis (VL), rectus femoris (RF) e vastus medialis (VM) foi registrada. Antes e após a exaustão
voluntários realizaram CIVM para verificar redução do nível de força pós-exaustão. Valores de root
meansquare(RMS) e frequência mediana (FM) foram obtidos das CIVM também para verificação de
ocorrência de fadiga muscular, o que foi possível pela verificação de valores de RMS mais altos e
de FM mais baixos na CIVM final em comparação à inicial. A fadiga muscular durante a exaustão
foi identificada pela obtenção de valores de RMS e FM a cada 5 segundos do tempo total de con-
tração e realizando a regressão desses valores em função do tempo, permitindo identificação de
coeficientes de inclinação (CInc) resultantes dessa regressão. CI positivos para RMS e negativos
para FM indicaram fadiga muscular. Após a CIVM final, 1 voluntário foi submetido a CI (10 °C / 10
minutos) enquanto o outro manteve-se em repouso. Após 30 minutos e 1 hora do encerramento
do teste de exaustão os voluntários foram reavaliados por meio de CIVM. No caso do voluntário
submetido à CI foi realizada ainda após a CIVM contração submáxima a 80% durante 10 segundos,
para obtenção de novos valores de RMS e FM e novos CInc.Resultados: O valor médio da CIVM
dos voluntários foi 54.19±15.40 kgf. O tempo médio de exaustão (TE) foi 22.00±16.97 segundos. Os
valores de p das regressões lineares e dos CInc resultantes dessas regressões demonstraram alta
significância (p<0.0001), indicando que o modelo utilizado foi adequado. O mesmo ocorreu para os
valores de p para o r e r2resultantes da correlação de Pearson (RMS/FM vsTE). Ambos os volun-
tários com relação a força apresentaram diminuição da CIVM após a exaustão e elevação desses
valores após 30 minutos e 1 hora aproximando-se dos valores pré-exaustão). Os valores de RMS e
FM após a exaustão de ambos os voluntários demonstraram elevação e redução respectivamente,
confirmando a ocorrência da fadiga muscular. Contudo, o retorno desses parâmetros a valores pró-
2. Apresentação Pôster
ximos daqueles pré-exaustão ocorreu apenas no voluntário mantido em repouso e com a variável
FM. A análise das retas de regressão resultantes das contrações submáximas com 10 segundos
de duração demonstrou predominante para todos os músculos e utilizando ambas as variáveis
CInc indicativos de recuperação muscular pós-fadiga.Parâmetros mecânicos (força muscular) são
considerados de baixa confiabilidade para indicar fadiga, na presente pesquisa isso não ocorreu.
Parâmetros de alta confiabilidade para esta finalidade, osCInc das contrações submáximas também
demonstraram a ocorrência da fadiga muscular. Com relação à RPE, diferente do que é citado pela
literatura (CI ser superior ao repouso para promover a recuperação), no presente estudo isto não
ocorreu ao se analisar RMS e FM das CIVM, podendo indicar a necessidade de tempos imersão
ou temperaturas menores. Entretanto, um número maior de voluntários precisa ser avaliado para
confirmar esta hipótese. Por outro lado, a utilização de contrações submáximas para obtenção de
novas retas de regressão e CInc demonstrou que a CI foi capaz de promover a RPE aguda, prova-
velmente por metodologicamente ser uma estratégia mais adequada por utilizar nível de esforço
idêntico ao utilizado no teste de exaustão. Conclusão: A CI demonstrou ser capaz de promover a
recuperação da força muscular, mas não dos parâmetros EMG obtidos de CIVM. Contudo, em nível
de esforço submáximo e similar ao utilizado para indução à exaustão, a RPE foi demonstrada a
partir de parâmetros EMG.
Os autores declaram não haver nenhum potencial conflito de interesse.